Ficha Corrida

19/09/2015

Na terra do Marcola, PCC deita e rola

pcc (2)Vem a público mais uma relação abençoada pela velha mídia. Ao velho estilo Rubens Ricúpero, o coronelismo continua mostrando o que é bom e escondendo o que é ruim para o PSDB. Num tribunal de faz de conta, em que Robson Marinho é rei, falcatrua vira bênção.

Na terra do PCC, Marcola deita e rola.

Geraldo Alckmin tem todo direito de, parafraseando Jorge Bornhausen, extirpar a raça do PT. A Camargo Correia, a Siemens, a Alstom agradecem. O PCC e Marcola, também…

Chegará a hora em que já não mais existirão Judith Brito e o Instituto Millenium, e aí a milhares de assinaturas de Veja, Estado, Folha distribuídas pelas escolas públicas não impedirão que os tucanos batam em retirada.

Como dizia Dionísio da Silva, Avante, soldados: para trás….

Obra da Camargo Correia com “taxa” ao governo paulista tem irregularidade de 148%

Por Fernando Brito · 19/09/2015

relatorio

A revelação pela Carta Capital – e só por ela, até agora – que o relatório da Polícia Federal aponta uma “taxa” de 5,6% para a “administração central” em uma obra de rebaixamento da calha do Rio Tietê realizada pela Camargo Correia começa a apontar para um escândalo de grandes dimensões também nesta área do governo paulista.

Em junho de 2006, a Folha publicou reportagem sobre os aumentos de preço considerados “absurdos” pelo Tribunal de Contas de São Paulo – habitualmente dócil aos governos tucanos”.

A “festa”começou com uma majoração de 148% no contrato de gerenciamento da obra, que envolve, entre outras atividades, as medições pelas quais as empreiteiras são pagas, isso aceitando-se a explicação de Alckmin sobre os valores:

“O consórcio Enger-CKC, contratado pelo DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo), deveria receber R$ 18,6 milhões pelo trabalho de consultoria para apoio ao gerenciamento geral da implantação das obras de rebaixamento da calha do Tietê –que envolve, entre outras coisas, a realização de medições dos serviços feitos.O montante triplicou e subiu para R$ 59,3 milhões (219% a mais), segundo auditoria do TCE. O governo Alckmin, porém, diz que os aditivos foram de R$ 27,6 milhões –sendo os R$ 13,1 milhões da diferença apenas reajustes já previstos em contrato, com base em indicadores da Fipe “.

O contrato foi julgado irregular e há, desde 2005, um decreto legislativo –  que o anula –  dormindo nas gavetas da Assembleia paulista.

Há ainda uma pendência de R$ 153 milhões, segundo se publica no Diário Oficial de São Paulo, envolvendo as empreiteiras , o  Processo Arbitral 16577/JRF :

” Fazendo uso do direito que lhe é dado através da cláusula XXIII do contrato nº 2002/22/00042.5 assinado com o DAEE em 28/02/2002, o Consórcio Camargo Corrêa/Enterpa/Serveng, responsável pela execução das obras no trecho do rio Tietê denominado Lote 4, interpôs em 31/08/09, junto ao Tribunal Arbitral da ICC – International Chamber of Commerce – processo arbitral para solução de controvérsias que se desenvolveram ao longo da execução do contrato, e que já haviam sido discutidas administrativamente no decorrer dos fatos, sem que se tenha chegado a acordo. O valor da reclamação é da ordem de R$ 44.000.000,00 (quarenta e quatro milhões de reais).”

A Serveng, integrante do consórcio, doou  R$ 2,8 milhões para a última campanha de Alckmin, em 2014. Em 2010, foi a própria Camargo Correia que doou R$ 2,5 milhões. Ou 5,6% da diferença de R$ 44 milhões.

Isso, claro, não faz de Alckmin automaticamente “culpado” de receber propinas em troca de acordos em obras, mas a mesma regra vale para todos.

Mas torna obrigatório que o principal executivo da Camargo Correia seja interrogado sobre o que significa a “taxa” para a “administração central”de São Paulo.

Ou será que isso não vem ao caso?

Obra da Camargo Correia com “taxa” ao governo paulista tem irregularidade de 148%TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

18/09/2015

Propinas ao PSDB é dízimo abençoado

Nesta denúncias de corrupção a única coisa vergonhosa são os pesos e medidas da velha mídia oligárquica e do Poder Judiciário. A diferença de tratamento faz pensar e permite concluir que não são contra a corrupção, mas contra a concorrência na corrupção. Porque, pelo visto, há corrupção boa, a dos parceiros ideológicos, e a corrupção má, a dos adversários.

Tucanos inundam lista da Odebrecht

publicado 17/09/2015 – Mas não vem ao caso

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Ministro Cedraz, presidente do Tribunal de Contas e pai do Tiaguinho

Do deputado Jorge Solla:

Lista da Odebrecht da década de 80 lista obras, políticos e propina

O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) entregou nesta quinta-feira (17) à CPI da Petrobrás cópias de documentos da contabilidade extraoficial da Odebrecht do fim da década de 80, que aponta o pagamento de propina para políticos como percentual das obras executadas pela empreiteira naquele época. O material original foi entregue ao delegado Bráulio Cézar Galloni, coordenador-geral da Polícia Fazendária, na sede da Polícia Federal, em Brasília.
Na lista, há políticos aposentados e parlamentares que estão na ativa, como o deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB), que é membro da CPI e é identificado com o codinome de “Almofadinha”, listado como beneficiado da obra da barragem de Pedra do Cavalo, na Bahia. Imbassahy foi diretor-presidente da Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba). Ele ficou no cargo entre 79 e 84, cinco dos seis anos de execução da obra. Neste mesmo período ele foi também membro e depois presidente do Conselho da Companhia do Vale do Paraguaçu, a DESENVALE, estatal que contratou a obra.
Entre os mais conhecidos, estão o senador Jader Barbalho (PMDB), o ex-ministro Edson Lobão (PMDB), o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), do ex-deputado João Agripino Maia Neto, do empresário Fernando Sarney, do deputado José Sarney Filho e da ex-governadora Roseana Sarney.  Na lista, o PMDB de Recife aparece relacionado com a obra do metrô de Recife. Aparecem também os nomes de cinco ex-governadores e dois ex-senadores que já saíram da política.
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, aparece na lista com codinome de “Toldo” e está vinculado à Adutora do Sisal. Na época, ele ocupava o cargo de presidente da Companhia de Engenharia Rural da Bahia (CERB) e secretário de recursos hídricos e Irrigação da Bahia.
Um dos beneficiados no esquema, conforme consta nas ordens de pagamento da Odebrecht, é o tio do ex-presidente peruano Alan Garcia, que ocupou o cargo de presidente entre 1985 e 1990 e entre 2006 e 2011. Identificado nos documentos como Pescoção, Jorge Ramos Roncero aparece em ao menos duas notas de pagamento com valores de US$ 900 mil, que foram depositados em contas na Suíça e Bahamas. A obra referente a propina no Peru foi a da construção da usina de Charcani V.
No projeto do terminal de passageiros 2 do Aeroporto Galeão, no Rio, o major-brigador Lauro Ney Meneses, que foi comandante da Aeronáutica, é listado com o codinome “Positivo”. Segundo as anotações, ele teria recebido 2% sobre uma ordem de pagamento, o que somava 5,5 milhões de cruzados.
Na lista consta também obras como o Metrô de Recife, a Ponte de Vitória, os Canais de Cuiabá, o Porto de Natal, o esgotamento de Rondonópólis, no Mato Grosso, a ponte Colatina, no Espírito Santo, BR-163, BR-101, Transmaranhão, e usina de Capanda, em Angola. Na década de 80, a estatal Furnas prestou assessoria técnica na obra da usina de Capanda, que foi construída pela Odebrecht. Na lista dos beneficiados com repasses que variam entre 10 e 33 mil dólares estão quatro funcionários de alto escalão de Furnas.
Entre os políticos aposentados ou já falecidos, aparecem nomes como o de Cesar Cals, ex-ministro de Minas e Energia, Ary Valadão, ex-governador de Goias e Gerson Camata, ex-governador do Espírito Santo. O ex-senador Lazaro Barbosa (PMDB) aparece como Paris. Nas anotações há um pedido de entrega para ele em Brasília de 112 mil dólares. O ex-parlamentar era de Goias e a obra, a usina de Cachoeira Dourada.
Na lista também tem um Transporte de Massa Salvador, que foi a elaboração do projeto de transporte público pra capital baiana, apresentado como uma proposta de VLT. O projeto foi encomendado pelo poder público à Odebrecht. “Nada foi construído, mas segundo os antigos contabilistas da Odebrecht, dinheiro público foi pago e desviado por propina”, destacou Solla.
O deputado relatou como se dava o pagamento de propina. “As pessoas que me entregaram este material me contaram que a distribuição de propina se dava por depósito bancário – na agência do falido banco Econômico que tinha dentro da sede da Odebrecht, em Salvador – mas também na calada da noite. Das 9 horas da noite às 2 da manhã era a hora que os políticos e agentes públicos envolvidos no esquema iam pegar suas caixinhas de camisa recheadas de dólar”, disse, na sessão da CPI da Petrobrás.
O petista destacou que boa parte dos pagamentos era feito em dólar, como consta nas anotações. “Mesmo para obras realizadas no Brasil, havia a orientação escrita para transformar em dólar black e pagar. Para quem não lembra, o dólar black era o dólar do mercado negro, era comercializado ao arrepio da lei, por quem praticava contravenção”, disse. Segundo ele, os políticos que interessava a Odebrecht pagar propina regularmente eram direcionados para a DGU (Diretoria-Geral da empresa), sem vinculá-los a nenhuma obra.
“Vamos parar com esse conto da carochinha que vocês e o pessoal lá de Curitiba quer contar pra população, porque não convence mais ninguém. Empreiteira pagar propina a agentes públicos e políticos como percentuais em cima de obras, a gente tá vendo aqui, é mais velho que nossa democracia”, completou Solla.
Todos os arquivos:
https://drive.google.com/folderview?id=0B8omhYoODqbNYngwRnpfbU9PU2c&usp=sharing

Tucanos inundam lista da Odebrecht — Conversa Afiada

Hélio Bicudo e a escola Goebbels de jornalismo

Segundo Goebbels, uma mentira repetida mil vezes toma ares de verdade. É o que faz, desde sempre, a velha mídia golpista. Os assoCIAdos do Instituto Millenium herdaram do velho mestre alemão o mau costume de enfiar goela abaixo dos midiotas seu ódio contra governos de esquerda. Não por acaso, são todas filhas da ditadura, cresceram sobre o estrume da ditabranda

Mídia e oposição mentem sobre a história de Hélio Bicudo: “Não participei da fundação do PT”

publicado em 17 de setembro de 2015 às 13:54

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Bicudo e Miguel Reali

por Conceição Lemes

Nos últimos tempos, jurista Hélio Bicudo se transformou no novo queridinho da mídia.

O motivo é óbvio: o seu pedido de  impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT).

Nesta quinta, o jurista Miguel Reali Jr, representando o PSDB, e uma filha de Hélio Bicudo (dois manifestaram contra a atitude do pai) entregaram o pedido de impeachment que redigiram juntos ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB)

Curiosamente, a mídia e oposição têm chamado o novo golpista de fundador do PT. Não é verdade.

É o próprio Hélio Bicudo que, em entrevista à revista Teoria e Debate, edição de

Bicudo teoria e Debate30 de novembro de 2001, coloca fim ao equívoco disseminadíssimo atualmente (o negrito é nosso). Confira na imagem ao lado.

A resposta à pergunta E o seu contato com Lula, quando se deu? reforça ainda mais a informação de que ele não foi fundador.

Para quem quiser entender melhor o ódio de Bicudo a Lula, clique aqui.

Para quem tiver interesse em ler a entrevista de 2001, ela está abaixo, na íntegra:

Helio Bicudo

Testemunha de momentos decisivos da política nacional, o vice-prefeito de São Paulo e membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos concedeu à Teoria e Debate depoimento sobre sua trajetória, a qual se confunde com a história da luta em defesa dos direitos humanos no Brasil

Teoria e Debate, Edição 49, 30 de novembro de 2001, Paulo Vannuchi, e Rose Spina

De onde é sua família e que influência ela exerceu sobre sua carreira?

Os Bicudos vieram do Porto, Portugal, em 1534. Aliás, a família está contemplada na genealogia paulistana de Pedro Taques. A última pessoa que ele considerou da família Bicudo foi meu pai, Galdino Hibernon Pereira Bicudo. Ele era funcionário público dos Correios e Telégrafos e minha mãe, Ana Rosa Pereira Bicudo, dona de casa. Somos sete filhos, duas meninas e cinco homens. As meninas se formaram normalistas e os homens, um em Medicina, outro seguiu o Magistério Público, e tive outro irmão que parou no ginásio e foi trabalhar no comércio.

E como foi sua escolha pelo Direito?

Um dia papai chegou em casa – morávamos no Brás – e trouxe dois anéis, o de pedra verde deu à minha irmã e o meu era de pedra vermelha, e disse: “você vai ser advogado”. Não tive dificuldade de aceitar. Além de não existirem muitas alternativas, gostava das disciplinas humanas.

Fiz a Faculdade de Direito e antes de me formar, em outubro de 1946, casei-me com Déa Wilken, com quem tive sete filhos, Maria do Carmo, José, Maria Clara, Maria Lúcia, José Eduardo, José Cristiano e José Roberto. Formei-me ao final do ano e resolvi fazer concurso para o Ministério Público.

Na faculdade o senhor tinha alguma militância?

Militância propriamente não. Eu era do chamado Partido Libertador. Na faculdade tinha esse e o Partido Conservador. Já era claramente uma opção. Trabalhava nas campanhas, mas nunca me candidatei a nada. A Faculdade de Direito foi um foco de resistência ao Estado Novo. Houve muitas manifestações no Largo São Francisco. Morreram estudantes, outros foram feridos nos embates com a Polícia Especial do Estado Novo. Lembro-me que houve até a morte de um estudante secundarista.

Como o senhor se colocava em relação a comunismo e integralismo?

Fui muito “cantado”, digamos assim, para entrar no Partido Comunista. Um dos meus colegas, que já era advogado, tentou influir, trouxe livros… Eu disse: “Não é o que eu quero. Estou muito mais ligado à Igreja.”

E a Igreja como era em termos de doutrina?

A Igreja buscava maior contato com a população excluída. Mas progressista ainda não era. Sua abertura vem com D. Helder Câmara, D. Paulo Evaristo Arns.

Sua carreira se inicia no interior onde o promotor era um pouco o defensor dos pobres…

A carreira no Ministério Público sempre abriu esse espaço. Na verdade, se atendia à pobreza das comarcas, o indivíduo que era despedido da fazenda.

Em Igarapava, uma comarca pequena, havia problemas com a polícia, espancamento de presos, falsificação de processos. Naquele tempo havia a Polícia Civil e a Força Pública. Estive depois em Franca e Jaboticabal, onde trabalhei com Dácio Arruda Campos, o juiz da Comarca, que era jornalista e escreveu A Justiça a serviço do crime, mostrando as mazelas da Justiça que, ao invés de buscar a regeneração, empurra os presos para novas atividades delituosas. Depois fui comissionado para Araçatuba, onde tive um caso interessante. Havia um movimento do pessoal que trabalhava na roça por reivindicação de direitos. Em conseqüência disso, apareceu gente distribuindo panfletos e um médico da cidade se manifestou a favor. A polícia foi à sua casa e apreendeu livros de Dostoievski e Tolstoi, alegando que eram comunistas. Eu dei um parecer favorável ao médico e aos trabalhadores, o que até certo ponto prejudicou minha carreira, e o médico publicou-o no jornal.

Quando vagou a promotoria de Araçatuba a praxe era que fosse nomeado quem estivesse comissionado. Indicado, fui à Secretaria de Justiça, ver como estava a nomeação. Com o secretário de Justiça José Loureiro, um remanescente do integralismo, nem cheguei a falar porque seu chefe de gabinete me mostrou o jornal de Araçatuba com o meu parecer e ao lado em vermelho escrito: “esse promotor é criptocomunista”.

Então fui para Sorocaba, comissionado, onde fiquei dois anos. Lá, tive dois processos interessantes. Um deles, era de aborto criminoso, que levara a paciente à morte. E o processo era uma tremenda esculhambação. A parteira estava sendo absolvida e, no júri, consegui mudar o quadro e ela foi condenada por 7 a 0. E depois tive o caso de um médico, diretor da Santa Casa, que deixou uma pinça hemostática após a cesariana, na barriga de uma paciente, que veio a morrer. Processei o médico por negligência e imperícia. Foi uma celeuma na cidade, os médicos diziam: “não se pode mais clinicar!”

Quando o senhor voltou para São Paulo?

Em 1952. Depois que o Loureiro saiu fui promovido para uma vara de promotor substituto. Fiquei na Vara de Família, de Falências, e depois fui promovido para a Primeira Vara Criminal, onde fiquei durante o tempo em que fui promotor. Em 58 fui promovido para a Procuradoria, nomeado pelo Jânio. E aí me jogaram os processos contra o Adhemar de Barros.

Quais eram os processos?

Havia dois casos, um era o chamado caso dos chevrolets da Força Pública, com o qual praticamente não trabalhei, e o outro era o dos caminhões da Força Pública, em que atuei. Uma compra em que ele tinha tido vantagens. No caso dos chevrolets, ele foi considerado administrador ímprobo, mas não o condenaram por falta de provas. No segundo caso, ele tinha comprado um lote de caminhões para a Força Pública, tinha recebido naquele tempo 300 e qualquer coisa em cheque do serviço da Força Pública e depositado na conta dele.

Na ocasião do processo, ele já não estava mais no cargo. O governador era o Lucas Garcez, que já estava afastado do Adhemar. Interroguei o Adhemar no inquérito policial, na casa dele. Perguntei como o cheque tinha aparecido na sua conta. E ele disse: “Ah, isso aí era dinheiro da Força Pública, estava na minha conta, mas a qualquer hora que fosse necessário saía…”

Ele foi condenado e recorreu ao Supremo, que o absolveu. Um negócio totalmente maluco. Mas ficou foragido, foi para Cochabamba, na Bolívia, para depois voltar. O Adhemar pegou muito dinheiro. E o Lucas Garcez, seu sucessor, era um homem seriíssimo e rompeu com ele. E depois o Jânio se elegeu. Naquele tempo praticamente não havia partido político. O PDC começava a existir e o Jânio usou esta sigla para se eleger governador em 57. Também eram desse partido o Plínio de Arruda Sampaio e o pai dele.

E o Jânio nomeou o Carvalho Pinto secretário?

Eu conheci o Carvalho Pinto superficialmente como secretário da Fazenda. Como promotor público eu não podia fazer campanha e nunca votei no Jânio. Depois, no governo Carvalho Pinto, houve uma sucessão municipal e se tentou colocar o Plínio Sampaio como candidato. Mas o Plínio era muito jovem e o Prestes Maia tinha prestígio. Não havia como Carvalho Pinto não apoiar Prestes Maia, que ao menos era um homem sério.

Como foi sua aproximação com Carvalho Pinto?

Os primeiros contatos se deram quando ele era secretário de Fazenda e eu estava no Ministério Público. Ele era um homem sério, que estabilizou as finanças do estado. Fomos procurá-lo, porque havia deficiências orçamentárias para o Ministério Público. Quando fui procurador da Justiça, éramos dezoito procuradores instalados em um andar do atual Palácio da Justiça, na praça Clóvis, ocupando três salas. E o Tribunal cobrava a nossa saída. Fomos falar com Carvalho Pinto e ele deu solução só quando governador, com a construção do prédio da João Mendes.

Votei nele. Quando ele venceu as eleições, a idéia era que o secretário de Justiça fosse alguém que fizesse a arrumação política para o governador. Pensava-se no Queiroz Filho, que acabou como secretário da Educação. Eu freqüentava muito a casa dele, que recomendou meu nome ao staff do Carvalho Pinto. Fui conversar com o governador no Palácio dos Campos Elíseos e ele me disse: “estou precisando de um assessor jurídico, mas que não seja apenas jurídico”. Na primeira conversa com ele eu disse que não queria. “Eu não votei em Jânio Quadros e não vou votar nele”. Ele disse: “nessa parte política o senhor não vai ser solicitado” – como se pudesse ser assim, trabalhando no gabinete do governador! Ele me deu uma parcela de poder, porque não despachava processos com os secretários. Dizia: “Despacho do governador com o secretário é conversa, quero saber o que ele está fazendo.”

Então, quem preparava os despachos era eu e um engenheiro de absoluta confiança dele, o Aquino. Ele constituiu um grupo de planejamento inteiramente de esquerda. O chefe do Planejamento era o Diogo Gaspar.

Foi o primeiro governo planejado de São Paulo, havia investimentos em educação, saúde, infra-estrutura. Foi com o Carvalho Pinto que se deu início à maior hidrelétrica no estado.

Como foi o episódio da renúncia do Jânio?

Eu estava no meu gabinete quando recebi a notícia. Fui comunicar ao Carvalho Pinto, mas ele já sabia e estava telefonando para o Pedroso Horta, ministro da Justiça. Dizia: “Não é a primeira vez. Vamos segurar esse rojão”. Ele já tinha renunciado ao governo do estado várias vezes, à candidatura presidencial também, só que nunca vingava… O Horta disse: “Recebi uma determinação do presidente e vou cumpri-la; vou levar para o Congresso. Ele está indo para São Paulo.”

Jânio veio para Congonhas, esperava que houvesse um grande levante, mas como não tinha ninguém, rumou para Cumbica. O Carvalho Pinto me disse: “Vamos para Cumbica, quem sabe seguramos esse negócio…” No meio do caminho, rádio ligado, o Auro Soares de Moura Andrade, “macaco velho”, presidente da Câmara, leu a renúncia. Fomos para a casa do coronel Faria Lima – irmão do brigadeiro, que tinha sido secretário de Viação e Obras Públicas do Carvalho Pinto. O Jânio estava lá. Entramos na sala, chegou o Jânio, e eles conversaram. Não dava para ouvir o que falavam. A versão de que ele foi agredido pelo Jânio é mentirosa. Saímos e o Carvalho Pinto disse: “Não tem jeito, ele disse que o Brasil é ingovernável do jeito que está e que vai voltar para a atividade civil”.

O Jango estava na China. O Queiroz Filho, o Carvalho Pinto e eu fomos ao antigo Ministério da Guerra no Rio, onde estava o ministro Deni.

Nesse ínterim o brigadeiro Faria Lima telefonou para o Deni dizendo: “O Jânio já embarcou e a única maneira de conseguirmos botar a casa em ordem é mandar uma fragata da Marinha trazê-lo para a Presidência da República.” Era a tentativa de golpe. E Deni não deu nem resposta.

O que vocês foram fazer no Rio?

Mostrar que não era possível fazer o que eles queriam, dar o golpe militar. Que devíamos receber o Jango.

Carvalho Pinto defendia a posse do Jango?

Defendia. Pediu que eu redigisse um comunicado do governo de São Paulo a respeito. “Ordem constitucional, a forma e o espírito da constituição…”, isso está no comunicado. Aí começou, “tira isso”, “tira aquilo”; “E esta questão, a forma e o espírito da Constituição, não é bom tirar?”, palpitou alguém. Eu disse: “professor, se tirar isso, pode pegar esse papel, amassar e jogar no lixo”. O Hélio Damante cuidava da imprensa e distribuiu o comunicado. Como bom jornalista, grifou a expressão “defesa da Constituição no seu espírito e na sua letra”. E assim saiu a manchete: “Carvalho Pinto defende a Constituição no espírito e na letra.”

E ele aceitou a solução parlamentarista?

Ele foi um dos que aconselhou, porque era o jeito de acertar.

O senhor era parlamentarista? Quando Carvalho Pinto e o senhor vão para o governo federal o presidencialismo já tinha voltado?

Não era, não sou parlamentarista. Mas era a solução para aquela crise. Já havia tido o plebiscito, era presidencialismo. Então veio o convite para ele botar em ordem as finanças. Tinha administrado São Paulo com grande êxito. Estava com muito prestígio, era citado a toda hora para ser presidente.

Em que ano foi isso?

Em maio de 63. Nós fomos para o Rio, para o Palácio do Governo, nas Laranjeiras. E o Carvalho Pinto começou a botar a casa em ordem. Ele sabia quanto o Brasil devia ao exterior. Era uma porcaria, três milhões de dólares… Ele arrumou a casa e começou aquela efervescência: reformas de base, Ligas Camponesas, greve dos bancários. Carvalho Pinto foi para Washington negociar com o FMI e me deixou o “abacaxi” na mão por quinze dias… Quando ele estava lá, numa madrugada, um capitão do Exército que trabalhava no gabinete me disse que Jango havia tido uma reunião com o Ministério, na qual se falava em decretar estado de sítio.

Quem estava nessa reunião?

O Darci Ribeiro, que era o chefe da Casa Civil, o ministro da Guerra, Jair Dantas Ribeiro, os ministros da Marinha Paulo Mário Rodrigues, da Aeronáutica, Anisio Botelho, das Minas e Energia, Gabriel de Resende Passos, e da Justiça Abelardo Jurema. Eu perguntei: “E se o Congresso negar?”. E o ministro das Minas e Energia respondeu: “Fechamos o Congresso”. No meio da conversa, o Jango perguntou para o ministro da Guerra: “E o Castelo?” – que era o chefe do Estado Maior do Exército. Ele disse “o Castelo não comanda nem o ordenança.” E o Castelo articulando o golpe…

Era o Brizola quem estava pedindo para que se decretasse o estado de sítio?

Era. Pedi para o Carvalho Pinto voltar. No dia seguinte ele estava no Rio. O Jango tirou o corpo: “Os ministros é que querem…” Carvalho Pinto solicitou permissão para conversar com os ministros. Assisti à conversa, pareciam meninos do grupo escolar com o diretor. O pedido foi negado no Congresso e a coisa começou a degringolar. E o Brizola a querer ter maior presença no governo.

O Brizola “batia” no Carvalho Pinto?

Sim. Ele quis tirá-lo do governo.

Alegando que era de direita?

Uma besteira. Ele não era de esquerda, mas trabalhava com a esquerda muito bem. Primeiramente, o Jango queria dividir o Ministério da Fazenda. O Carvalho Pinto não aceitou. Depois, começaram movimentos para tirá-lo. Então, quando houve a inauguração de um dos fornos da Cosipa, o Carvalho Pinto ia se encontrar com Jango e disse: “se o Jango não der um desmentido a essa história, publicamente, eu saio. Faça uma carta, na volta a gente vê como fica”. Redigi a carta. Quando ele voltou, fez as observações que considerava pertinentes e disse: “Leve-a para o presidente nas Laranjeiras. Enquanto você estiver entregando a carta eu estarei consumando o fato para a imprensa.”

Cheguei lá: “Darci, vim trazer a carta de demissão do ministro da Fazenda.” Na saída, o Darci me acompanhou para tentar demover o Carvalho Pinto, mas quando chegamos, ele estava terminando de falar com a imprensa.

E aí o que o senhor fez?

Voltei para São Paulo, reassumi o Ministério Público. Vi de longe as marchas da Família, com certa antipatia, pois eram claramente de direita. E depois veio o golpe. Se Jango quisesse sustá-lo, teria conseguido. Ele tinha o I Exército inteiramente do seu lado, o único que tinha poder de fogo. Mas não tinha vontade para isso. O chefe da Casa Militar, general Assis Brasil, que era adido no tempo em que eu estava no Ministério da Fazenda, era um alcoólatra e no dia do golpe estavam, ele e a mulher, completamente embriagados. A primeira vez que ouvi falar dele foi porque queria saber como entrar com um carro no país sem pagar os impostos alfandegários.

E depois do golpe?

Continuei no Ministério Público. E têm início os crimes do Esquadrão da Morte. Tiravam os presos do Presídio Tiradentes e matavam, como se tivesse sido uma briga. Eles punham um cartaz com a caveira e os fêmures, “Esquadrão da Morte”, EM. E todo mundo de braços cruzados. Todos os processos eram arquivados na Justiça. Então, fui designado para fazer as apurações. Eles estavam certos de que eu não ia aceitar, mas aceitei. Consegui que me dessem dois promotores para me ajudar. Começamos com os casos menores…

E aparece Sérgio Paranhos Fleury…

Lógico. Houve uma manifestação no gabinete do Hely Lopes Meireles, secretário de Segurança, elogiando a equipe do Fleury. Depois de ele ter cometido ene crimes na área civil, ele e sua equipe passaram para a área da repressão política. Fleury foi indiciado em muitos processos, chegou a ser preso, e saiu por meio da Lei Fleury. Até então, quando estava respondendo a um processo por homicídio, o sujeito ia obrigatoriamente para a prisão antes de ser julgado. Fleury estava denunciado, foi preso no DOPS, só que fizeram uma lei permitindo que os primários respondessem em liberdade, mesmo nos casos de homicídio. É uma lei boa, tem esse nome porque foi feita para livrar Fleury, para ele continuar trabalhando na repressão.

Percival de Souza escreveu um livro sobre o Fleury, tentando mostrar o seu lado humano. O senhor teve contato com ele?

Eu não acho que tem lado humano algum. Veja o exemplo da Nilde Mascelanni, ele torturou-a pessoalmente. Também a Sônia Corrêa Lins, o caso do Joaquim Câmara Ferreira, dos dominicanos… O pessoal da casa da Lapa, do PCdoB, foi liquidado. Ele era claramente protegido pela ditadura. Eles tentaram levar esses processos para a Justiça Militar. Um procurador de São Paulo fez uma Exceção de Incompetência da Justiça Comum para a Justiça Militar e foi para Brasília. O procurador-geral da República era Xavier de Albuquerque, que depois foi ministro do Supremo. Eu telefonei para ele e pedi uma audiência. Tomei um chá de cadeira de duas horas. Ele disse que lamentava, mas daria parecer contrário ao meu ponto de vista. Quando saía, um procurador me disse: “eu é que estava nesse caso. Ia dar parecer favorável a seu pedido. Anteontem estiveram aqui alguns militares conversando com o procurador, que requisitou o processo. Por que o senhor não vai ao Supremo?” Eu fui e pleiteei que não aceitasse, uma vez que estava sem o parecer da Procuradoria de Justiça de São Paulo. E o processo continuou na Justiça comum.

O senhor sofreu ameaças?

Sempre. Eu trabalhava no Estadão, e um jornalista do exterior foi me entrevistar. Depois da entrevista, um colega de redação me chamou e me avisou que dois policiais federais esperavam por mim lá embaixo. Eram duas as saídas, usei a outra.

Houve um episódio no Rio de Janeiro. Minha mulher e eu estávamos num táxi quando o motorista disse: “Tem um carro nos seguindo. Já passei dois faróis vermelhos e ele passou atrás”. Orientei o taxista a despistar o carro, mas não adiantou. Como estávamos perto da casa da minha irmã, indiquei o caminho e pedi que ele entrasse direto na garagem. Telefonei para um primo delegado de polícia e pedi que tirassem o pessoal lá de baixo, inclusive para o motorista – que estava apavorado – ir embora. E ele disse que o pessoal estava dando proteção a mim. Também houve uma perseguição na Via Anhangüera. Um domingo inteiro! Eu fui ao meu sítio e eles ficaram num trevo.

O senhor chegou a ir ao Presídio Tiradentes?

Várias vezes. Lá consegui muito material probatório da retirada de presos para serem eliminados na rua. Aí começaram as pressões para que eu saísse das investigações, entrasse de férias. O procurador-geral, Oscar Xavier de Freitas, parece que foi nomeado já com o compromisso de me tirar. E ele acabou me tirando.

Nesse período em que o senhor ia ao Tiradentes, já havia presos políticos?

Já. Eu fui visitá-los. Estavam lá o Frei Betto, Guilherme Simões, Pinheiro Sales, Altino Dantas, Ozeas Duarte, Genoíno…

Qual o desfecho do caso do Esquadrão?

Eu estou atrás do desfecho até hoje. Fui afastado. Atualmente estou querendo publicar novamente o livro e estou atrás dos processos. Na verdade não aconteceu quase nada… O Fininho está preso, era importante no Esquadrão, o segundo homem, depois do Fleury. Outros já cumpriram pena. Interromperam o meu trabalho. A morte do Fleury não ficou explicada, acho que foi queima de arquivo. Ele foi entregue à família em caixão fechado, nem fizeram autópsia.

Há suspeita de narcotráfico na história?

O Esquadrão da Morte estava metido no narcotráfico. Sempre houve suspeita de que o Fleury se drogava. Um investigador de polícia disse: “Alguém faz o que Fleury faz sem se drogar?” Eu disse: “mas ele está sempre de camisa arregaçada, não se vê nada…” “Manda ele levantar a calça…”, retrucou.

Eles atuavam contra um determinado grupo com o apoio de outro. O grupo era extinto, eles se voltavam contra o outro. Mas era para pegar o comércio. Eu andei atrás do tal caderno, que tinha elementos sobre os crimes praticados. Mas não consegui botar a mão. Eles mataram e queimaram dois traficantes, no estado do Rio, porque sabiam onde estava o caderno.

Nesse momento em que o senhor passa a ser perseguido, D. Paulo assume a Arquidiocese em São Paulo…

Dom Paulo, logo que assumiu, foi a primeira pessoa, não só da Igreja, mas da sociedade, que deu apoio explícito à minha atuação nas investigações. Ele sabia que eu estava sofrendo pressões e se apressou a apoiar minha atuação. Convidou-me para participar da Comissão de Justiça e Paz. E isso deu início à amizade que dura até hoje, são trinta anos.

Como foi o trabalho com Dom Paulo?

Ele tomou a decisão de constituir a Comissão e eu fui uma das pessoas convidadas a participar, juntamente com Margarida Genevois, José Carlos Dias e Dalmo Dallari. Com Dom Paulo à frente, ela foi um instrumento fundamental na luta contra a ditadura militar e de apoio às pessoas presas ilegalmente, torturadas e aos desaparecidos em geral. Ele não media esforços, ia ao comandante do II Exército, ao Médici, ao Geisel, quando se tratava de manter a dignidade das pessoas encarceradas. Lembro-me de visitas aos presídios Tiradentes, do Hipódromo, em que o acompanhei. Ele entrava e ninguém segurava. Não tinha receio nenhum, não cuidava da segurança pessoal. Houve o caso do assassinato do estudante Alexandre Vannuchi, com grande movimentação em São Paulo, pediam manifestação da Igreja e se rezou a missa na Catedral da Sé. Depois, no caso do Vladimir Herzog, um culto ecumênico também na Sé. Ele mostrou para os militares que não havia nenhuma possibilidade deles manterem a Igreja sob controle. Um outro episódio importante na Comissão de Justiça e Paz foi a publicação de meu livro: Meu depoimento sobre o Esquadrão da Morte, em 1975.

Trata-se de uma narrativa do que estava acontecendo e um apêndice com os documentos. Só que eu não tinha onde publicar. Fernando Gasparian quis publicar pela Paz e Terra, mas ele já estava em má situação e a publicação do livro pioraria. Procurei a Vozes. Foi aprovado no conselho editorial, mas para não sofrerem maiores prejuízos me propuseram passar o livro pela censura federal. O Júlio de Mesquita Neto, diretor do Estadão, indicou o Carlos Lacerda, da Nova Fronteira, que afirmou publicar o livro. Passados alguns dias ele me escreveu dizendo que como o texto fazia acusações a um amigo dele, Abreu Sodré – uma das pessoas que alimentou o Esquadrão da Morte –, não podia publicá-lo sem que desse a ele o direito de defesa.

Diante das dificuldades, D. Paulo assumiu editá-lo pela Comissão de Justiça e Paz. Tiramos uma edição de 3 mil exemplares e fizemos a distribuição pela Cúria, a maior parte gratuita. Fui chamado à Polícia Federal, onde compareci em companhia do Dalmo Dallari, presidente da Comissão. O livro não podia mais ser apreendido, já estava na rua, nos jornais. Teve uma repercussão muito grande, nove edições, além de uma na França e edições em espanhol e italiano. E esteve por vários meses entre os mais vendidos. Se não fosse D. Paulo, não sairia.

Um episódio que mostra a personalidade de D. Paulo é que quando da visita do Papa, seu cerimonial estava instruído a levá-lo ao II Exército. Quando o ônibus com o papa se dirigia ao quartel e D. Paulo percebeu a tropa formada para homenageá-lo, gritou: “não entra!” Como cabe na cabeça de alguém levar o papa para visitar a sede da tortura em São Paulo?

O débito que as forças democráticas têm para com D. Paulo é impagável. E depois, durante as ditaduras no Cone Sul, a Cúria editou o Clamor, uma publicação dedicada à luta política no Cone Sul. Pessoas que vinham do Chile e da Argentina eram atendidas na Cúria, depois encaminhadas para a Europa. Fez-se um convênio com a ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados – para tratar daqueles que fugiam das ditaduras militares. O Brasil Nunca Mais também é fruto desse trabalho. A Justiça e Paz teve um papel muito importante inclusive na abertura política, nas Diretas-Já.

Nesse período, houve o caso Santo Dias…

O caso Santo Dias foi em 79. Uma greve na fábrica Silvânia. E atiraram pelas costas. Lembro-me que no julgamento dos policiais – porque foi a PM que o matou – ficamos fora do Tribunal, no Largo do Arouche, onde funcionava o Tribunal da PM. Fizemos uma reza em conjunto, D. Paulo falava uma frase, as pessoas repetiam. Essa luta, e depois a criação do Centro Santo Dias de Defesa dos Direitos Humanos, para lutar contra a violência policial, nos levou a inúmeros casos de defesa de vítimas de violência de policiais. Fizemos uma pesquisa sobre os casos de lesões corporais e de morte pela PM em dez anos da Justiça Militar em São Paulo. Conclusão: 95% de impunidade. Essa pesquisa embasou o projeto que retira esses casos da competência da Justiça Militar para entregá-los à Justiça Comum.

O senhor poderia ter aproveitado esse tempo para começar uma carreira política e não fez isso…

Quando saí das investigações o cerco piorou. Antes eram ameaças mas depois, caíram em cima. Resolvi pedir para o Carvalho Pinto, senador na ocasião, fazer um depoimento a meu respeito no Senado. Ele disse: “Somos amigos, mas eu estou na Arena, de modo que fica mal para mim. Por que você não procura o Montoro?” Fui recebido pelo Montoro que, além de aceitar, disse: “Pode deixar, vou fazer mais. Vou pedir o testemunho de Carvalho Pinto e ele vai ter de dar…”

Aí as coisas começaram a arrefecer, vieram as greves do ABC e o Partido dos Trabalhadores. E o Plínio de Arruda Sampaio e eu entramos no PT.

Vocês já eram amigos nessa época?

Já. O Plínio é mais novo que eu. Fui muito amigo do pai dele. Mas sempre tivemos um relacionamento muito bom.

Por que dessa vez resolveu entrar na política?

Antes disso, quando começou a se falar em novos partidos, um grupo aqui em São Paulo, do qual fazíamos parte Plínio, Weffort, Fernando Henrique, Almino Afonso, José Serra, Chico de Oliveira, entre outros, passou a se reunir para discutir a criação de um partido socialista. Em 78 vieram as eleições para o Senado com Franco Montoro e Fernando Henrique candidatos pelo MDB. Antes houve a discussão sobre se o candidato seria eu ou o Fernando Henrique. Eu não levei isso adiante a pedido de Dom Paulo. Fiz a campanha do Fernando Henrique. Também o Montoro me pediu para ser seu suplente.

Depois dessa eleição foi uma debandada total. No fim, as reuniões eram eu e o Chico de Oliveira. Aí surgiu o PT. Não participei da sua fundação. Depois foi que nos filiamos.

E o seu contato com Lula, quando se deu?

Foi depois que ingressei no partido, por ocasião da primeira campanha ao governo do estado, quando Lula foi candidato a governador e eu o seu vice.

Uma campanha completamente fora de qualquer parâmetro. Não tinha dinheiro, não tinha nada. Dormi mais de uma vez embaixo de balcão de bar. Era o Lula, eu, o Jacó Bitar (candidato a senador), e o Francisco Weffort (à época, dirigente do partido). Do ponto de vista de receptividade, foi uma maravilha, nos comícios no interior tinha muita gente. O PT era uma novidade. Em São Paulo, o comício de encerramento teve cem mil pessoas, maior que o do Montoro. Foi assim que eu conheci o Lula, um homem de uma intuição muito privilegiada.

Para mim foi uma experiência muito rica, e até comecei a falar em público. O primeiro comício da campanha foi no Largo Treze de Maio, em Santo Amaro. Foi o meu primeiro discurso em comício. Levei escrito e acabei falando, porque não se consegue ler. Foi um aprendizado importante de comunicação com as massas.

Depois veio a campanha para o Senado em 86, fui candidato com o Jacó Bitar. Tive uma boa performance. Eu achava que não se devia ter dois candidatos, porque sempre divide. Não tive nenhum problema com o Jacó, tinha muita estima por ele. Mas, as pesquisas começaram a indicar que a minha candidatura estava crescendo. Até houve um momento em que tive um problema com a direção da campanha, porque o Suplicy como candidato a governador não tinha chance. Então, pedi um pouco mais de tempo de televisão para mim, mas não consegui. Tive uma votação muito boa. Eu podia ter chegado na frente, se o PT tivesse investido, tenho certeza disso.

O senhor também participou da primeira gestão do PT na Prefeitura de São Paulo.

A Luiza Erundina me convidou para ser secretário de Negócios Jurídicos. Eu era presidente do PT na cidade de São Paulo e houve um problema com o partido. Achavam que eu tinha que sair da Presidência porque isso poderia trazer parcialidade nas decisões do diretório. Uma coisa completamente sem nexo.

Então inventaram, não me lembro bem como, uma estratégia de renovação geral dos diretórios municipais. Deram um golpe no regimento de maneira que eu não pude apresentar minha candidatura. Nessa ocasião, estive a ponto de sair do PT, e quem me pediu para não sair foi Plínio Sampaio, pois ele seria candidato ao governo do estado no ano seguinte, em 90.

Depois fui candidato a deputado federal, tive uma boa votação. E aí o partido ajudou mesmo, ou melhor, a militância ajudou.

Que rumo tomou seu projeto que prevê que policiais sejam julgados pela Justiça comum? Ele foi votado?

Foi. Quando fui eleito deputado federal, se instituiu uma CPI para investigar mortes de crianças e adolescentes no Brasil, concluindo que o maior percentual dessas mortes se devia à Polícia Militar e à impunidade decretada pelos tribunais militares. Então a comissão apresentou um projeto de lei retirando da Justiça Militar apenas o homicídio doloso. Nessa ocasião, apresentei um substitutivo a esse projeto para que fosse mais amplo, abrangendo todos os crimes praticados por policiais militares nas atividades de policiamento. Esse projeto não passou na Câmara, foi para o Senado e lá ficou. Então, apresentei outro na Câmara, inclusive com o apoio do Luís Eduardo Magalhães, que foi aprovado com maior amplitude. Mas no Senado, o líder do governo na ocasião apensou o meu projeto a um outro anterior, votou o outro e julgou o meu prejudicado, sendo aprovado que só os homicídios dolosos de policiais militares são julgados pela Justiça Comum.

Voltei a apresentar um novo projeto na Câmara com maior abrangência. Esse projeto no Senado teve o Josaphat Marinho como relator, com quem, de comum acordo, redigi um substitutivo ao projeto da Câmara, restabelecendo o original: “todos os crimes praticados por policias militares…” Depois passou para o Edson Lobão, que “sentou” em cima.

Que balanço o senhor faz de sua atuação no Parlamento?

Apresentei três projetos de Emenda Constitucional: uma reforma da polícia, uma outra do Poder Judiciário e a do sistema penitenciário. O projeto que causou mais celeuma foi o da reforma da polícia, pois buscava a unificação das polícias civil e militar, com a extinção da polícia militar. Esse projeto teve em Brasília a adesão de praticamente 100% da base da polícia, até com manifestações favoráveis na porta do Congresso. Passou na Comissão de Justiça e constituiu-se uma comissão especial – aí começou a safadeza – praticamente com pessoas ligadas às polícias militares. E culminou que no dia em que ia ser votado, quer dizer rejeitado, a sessão não se instalou, pois não tinha número. Disse então ao presidente da comissão: “vou subir, pegar um documento no meu gabinete e volto”. Enquanto subi, eles votaram e rejeitaram a emenda. Mas essa rejeição nunca foi levada a plenário. Depois, o próprio governo federal, por meio do Íris Rezende, apresentou como um projeto de emenda a proposta de se ter uma polícia civil com carreira única extinguindo a dicotomia entre militares e civis.

A emenda de reforma do Poder Judiciário buscava a descentralização nos estados. Eu propunha que o Supremo Tribunal Federal se transformasse num Tribunal Constitucional e a competência residual passasse para o Superior Tribunal de Justiça. O Supremo só analisaria matéria constitucional, acabava com a Justiça Federal de primeira instância, pois é um dinheiro gasto à toa. A Justiça estadual está capacitada para exercer essas funções. É só aumentar o número de juízes estaduais, que não precisa dessa estrutura federal caríssima, pesadíssima e demoradíssima. Acabava com a Justiça do Trabalho e a Justiça Militar, federal e estadual. Isso, hoje, é um projeto que tem meu nome, pois a origem é a minha proposta, mas não tem mais nada a ver.

E a reforma do sistema penitenciário nem andou.

Outra coisa importante no meu mandato foi a implantação da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, cuja criação havia sido solicitada pelo Nilmário Miranda, que foi o seu primeiro presidente, eu fui o segundo. Durante a minha gestão fizemos o julgamento simbólico dos crimes de Corumbiara e de Eldorado do Carajás.

Por que o senhor não se candidatou a um terceiro mandato?

Nesse segundo mandato ocorreu uma vaga na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Eram duas vagas e Brasil há muito tempo não participava. Fui à comissão por um convite para uma exposição a respeito do problema das crianças e adolescentes no Brasil. Depois da exposição, um advogado da Comissão, o peruano Manuel Velasco me perguntou: “por que o senhor não vem para cá como membro da Comissão?” É preciso ser indicado, não precisa ser pelo país de origem, e a votação secreta acontece na assembléia geral da Organização dos Estados Americanos.

E afinal saiu minha indicação, nome apresentado pelo Brasil, em Lima, em 1997, por Itamar Franco, o representante do Brasil junto à OEA.

Como tem sido o trabalho na Comissão?

Você não representa o país na Comissão, aliás não atua nos processos do seu país, o que dá uma autonomia muito grande. A passagem pela Comissão Interamericana tem sido gratificante. Você passa a ter uma dimensão do que acontece também nos outros países. Por exemplo, eu fui relator do caso do Peru. A atuação da Comissão nesse caso foi da maior importância para a redemocratização do país. Houve um enfrentamento direto com o governo peruano, quando eu era presidente da Comissão em 2000. Tive a oportunidade de falar três vezes para a Assembléia Geral, e nas três pontuamos a questão do Peru, inclusive a eleição fraudulenta.

Como foi sua experiência como jornalista?

No governo Carvalho Pinto, conheci Paulo Duarte, diretor do Instituto de Antropologia da USP, que tinha uma revista e me convidou várias vezes para escrever. E quando vim para São Paulo ele era redator-chefe do Estadão e Júlio Neto, que tinha sido meu colega de faculdade, era o diretor. Convidaram-me para trabalhar, e como o Ministério Público naquele tempo pagava muito pouco e eu tinha sete filhos, aceitei. O secretário de redação era o Cláudio Abramo, de quem me tornei muito amigo. Ele praticamente me ensinou o que fazer. Mas pouco a pouco comecei a ser absorvido pela editoria escrevendo as notas de terceira página, os editoriais.

Passei muitos anos escrevendo essas notas e nunca me disseram escreva desse ou daquele jeito. Quando houve a luta do Esquadrão me apoiaram. O prefácio do meu depoimento é do Rui Mesquita. Depois veio o PT e começaram a haver algumas dificuldades. Depois da candidatura ao Senado, muitas vezes as minhas notas não eram publicadas, até que fui ao Júlio Neto saber o que acontecia, pois nunca tinha assumido partidariamente a minha posição nos artigos. Ele assegurou que não havia nada e as notas recomeçaram a ser publicadas. Passado algum tempo, em meados de 80, novamente a repressão e um dia fui chamado por um diretor: “estamos com dificuldade financeira e não vamos poder mantê-lo no jornal”. Pedi para falar com o Julio mas ele nunca me recebeu e aí movi uma ação trabalhista contra o Estado, onde estive por 27 anos.

E daqui para frente?

Uma expectativa de futuro. Participei como vice da chapa da Marta por uma solicitação dela e do PT para que houvesse unidade na campanha.

Fiz apenas uma ressalva, que tinha ainda dois anos de mandato na Comissão Interamericana e não devia abrir mão. Não vou tentar uma reeleição na Comissão, em primeiro lugar porque sou contra reeleição, em segundo porque se submeter a uma reeleição significa ser eleito pelos países e passar a ter uma atuação pensando em não desagradar a um país. Isso não dá. Termino meu mandato no dia 31 de dezembro.

Paulo Vannuchi é membro do Conselho de Redação de Teoria e Debate. Rose Spina é editora assistente de Teoria e Debate

Mídia e oposição mentem sobre a história de Hélio Bicudo: "Não participei da fundação do PT" – Viomundo – O que você não vê na mídia

“Meu pai está sendo usado pelos articuladores do golpe”: o depoimento do filho de Hélio Bicudo. Por Kiko Nogueira

Postado em 16 set 2015 – por : Kiko Nogueira

José Eduardo Pereira Wilken Bicudo, 60 anos, é filho do jurista Hélio Bicudo, o autor do mais famoso pedido de impeachment de Dilma. Biólogo, professor titular aposentado da Universidade de São Paulo, José é, atualmente, professor honorário na Universidade de Wollongong, na Austrália.

O segundo mais velho entre quatro irmãos, todos donos do mesmo prenome (há mais três mulheres), opõe-se à atitude do pai. “Eu não sou filiado ao PT, mas sempre apoiei o partido”, diz. “Entendo que, apesar deste ter se desviado de seus princípios e valores a partir do momento em que Lula assumiu a presidência, vejo que algumas coisas importantes aconteceram no país, embora haja muito a ser feito ainda.”

Seu depoimento ao DCM:

Por conveniência e oportunismo, a mídia conservadora tem divulgado insistentemente que Hélio Bicudo foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT). Acontece que ele mesmo, em vídeo que circula nas redes sociais, diz o contrário. Quem o fez se aproximar do PT foi meu irmão mais velho, José.

Em recente editorial, na revista Carta Capital, Mino Carta definiu bem, com elegância e generosidade, a trajetória de meu pai: conservador, militou mais à direita, depois mais à esquerda e, hoje, não se sabe exatamente por onde caminha.

A sua idade avançada, 93 anos, e sua história de vida têm sido usadas e abusadas pelos articuladores do golpe para tirar Dilma Roussef da presidência da república. As pessoas em geral se comovem com a figura de um senhor de idade defendendo a moral, a ética e os bons costumes.

De fato, a sua história de vida tem um enorme peso, independentemente de sua matiz política. Ele teve papel importante junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo, como procurador de justiça, principalmente na apuração dos crimes cometidos pelo “Esquadrão da Morte”, liderado pelo delegado de polícia Sérgio Paranhos Fleury, este também envolvido em crimes de tortura durante a ditadura militar.

Esse triste episódio deu ao meu pai grande projeção nacional e internacional. Durante esse período meu pai também trabalhava na redação do jornal O Estado de São Paulo.

Meu pai sempre teve o apoio incondicional de minha mãe, Déa, mãe de sete filhos e esposa exemplar. É importante ressaltar que minha mãe sempre atuou como um “poder moderador”. O caráter conservador, muitas vezes autoritário e acusatório de meu pai sempre foi moderado por ela, dentro e fora de casa. Minha mãe, aos 91 anos de idade, é portadora do Mal de Alzheimer há dez anos, coincidentemente, período durante o qual meu pai iniciou sua obstinada cruzada contra o PT e Lula.

No final dos anos 1980, enquanto secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura de São Paulo, durante a gestão de Luiza Erundina, meu pai fez parte de uma comissão de sindicância interna do PT, juntamente com José Eduardo Cardozo, atual Ministro da Justiça, e Paul Singer. Esta visava apurar eventuais favorecimentos ilícitos de pessoas ligadas ao PT junto a prefeituras sob o comando do partido no estado de São Paulo.

O parecer final continha acusações que poderiam comprometer Lula, já que um compadre deste estaria supostamente envolvido. José Dirceu era o presidente do PT na época e, segundo meu pai, deu a ele e à comissão de sindicância “carta branca” para comprometer todos aqueles que estivessem supostamente envolvidos. Aqui, creio eu, começa todo o imbroglio.

Meu pai ocupava, também na época, um cargo importante na direção do partido e vislumbrou a possibilidade de alavancar o seu projeto pessoal de poder dentro do PT. Ele jamais admitirá isso, mas usou o parecer emitido pela comissão sindicante para “chantagear” Lula. Este, por sua vez, tentou negociar uma saída que não comprometesse o partido e sua candidatura à presidência da República. Lula disputou o segundo turno com Fernando Collor de Melo.

Esse episódio acabou azedando as relações entre Lula e meu pai, o qual saiu muito ressentido e foi aos poucos perdendo espaço dentro do partido, embora tenha sido eleito deputado federal nas eleições de 1990 e depois em 1994, com votações expressivas, principalmente em 1990. Os seus mandatos na Câmara Federal foram cumpridos quase que de forma independente do PT.

Plínio de Arruda Sampaio, também na época deputado federal pelo PT, e meu pai cumpriam agendas bastante semelhantes, todavia Plínio gozava de boas relações com Lula. Meu pai deixou transparecer inúmeras vezes uma forte mágoa em relação ao episódio que fez Lula se distanciar dele.

Durante o período de seus dois mandatos na Câmara Federal, meu pai iniciou aproximações com congressistas que davam apoio ao governo de Fernando Henrique Cardoso, entre os quais Luiz Eduardo Magalhães, na ocasião Presidente da Câmara, filho de Antonio Carlos Magalhães (ACM), ambos integrantes do Partido da Frente Liberal, o antigo PFL e atual DEM.

Tal aproximação rendeu-lhe indicação do governo brasileiro para representa-lo junto à Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington D.C., E.U.A.. Assim, durante o seu segundo mandato como deputado federal, meu pai repartia seu tempo entre a Câmara Federal e a OEA.

Com isso, foi se distanciando cada vez mais do PT e se aproximando de setores do Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB. Nesse meio tempo, fora indicado para integrar comissão na Câmara Federal para investigar o envolvimento do deputado Ricardo Fiúza do PFL no escândalo dos “Anões do Orçamento”. O seu parecer foi qualificado, em público, pelo então Presidente Fernando Henrique Cardoso, como “pífio”, e a eventual implicação do deputado Fiúza no escândalo ficou comprometida, já que este fazia parte da base de sustentação do governo de Fernando Henrique Cardoso.

Em outros tempos

Em outros tempos

Lembro-me que meu pai ficou ressentido com o episódio, por toda a repercussão negativa de sua imagem junto à mídia, mas é curioso que isso não o fez guardar qualquer mágoa ou rancor em relação a Fernando Henrique Cardoso.

Esse episódio é ilustrativo dos casuísmos que graçam na política brasileira. Hélio Bicudo, eminente jurista, emite um parecer juridicamente embasado, porém este pode incomodar um determinado “lado” e é portanto considerado “pífio”. Este mesmo jurista, agora faz um pedido de impeachment da Presidente Dilma Roussef, sem base jurídica alguma, respaldando-se apenas no denominado “domínio do fato”, cheio de slogans, que alegram os golpistas de plantão, mas que não presta serviço algum à nação a não ser tumultuar mais ainda a vida já muito difícil dos brasileiros.

Nesse caso, no entanto, o texto não é considerado “pífio” por aquele mesmo “lado” ao qual me referi anteriormente. Aliás, aparentemente será usado para deflagrar eventual pedido de impeachment da Presidente Dilma Roussef na Câmara Federal.

O pedido de impeachment do qual meu pai é signatário é uma das inúmeras decorrências de sua infeliz trajetória nos últimos dez anos, período durante o qual o “poder moderador” de minha mãe deixou de existir em razão do mal que a acometeu, permitindo que o rancor desemedido de meu pai em relação ao PT e sobretudo a Lula desabrochasse de uma forma tão beligerante.

Essa triste postura é visível no último vídeo que circula pelas redes sociais no qual ele faz acusações em relação a Lula sem quaisquer fatos concretos e de forma completamente leviana.

Há que se ressaltar que o rancor de meu pai em relação a Lula foi intensificado durante o primeiro mandato deste como Presidente da República, antes do episódio do mensalão. Meu pai, no final de mandato como vice-prefeito, na gestão de Marta Suplicy, solicitou a esta que fizesse gestões junto à Lula para que este o indicasse a um posto como embaixador do Brasil, ou na OEA, ou em Genebra junto à Organização das Nações Unidas (ONU), na área de Direitos Humanos, ou em Roma.

Nada disso foi possível, pois a política do Ministério das Relações Exteriores mudara, não havendo mais indicações de pessoas fora da carreira para ocupar postos diplomáticos. No entanto, mesmo assim, meu pai recebeu um fax, do qual sou testemunha, do Ministério das Relações Exteriores, cujo ministro na época era Celso Amorim, convidando-o a representar o Governo Brasileiro junto à UNESCO, em Paris, nas reuniões trimestrais da entidade.

Meu pai recusou o convite, interpretando-o como um grande insulto a sua pessoa e, a partir daí, resolveu se opor a tudo que dissesse respeito ao PT e a Lula. Guinada ultra-conservadora que o caracteriza hoje.

Finalmente, devo enfatizar que meu pai goza de plenas faculdades físicas e mentais, muito embora esteja com idade avançada. Todo ser humano tem qualidades e defeitos. Infelizmente, o seu profundo rancor o tornou um homem infeliz, solitário e amargo. Vários de meus irmãos e eu tentamos resguarda-lo durante muitos anos, principalmente após minha mãe ter sido diagnosticada como portadora do Mal de Alzheimer, tanto em relação a sua vida pessoal como em relação a sua vida pública, na tentativa de preservar a sua história de vida.

Entretanto, o seu rancor desmedido e os limites impostos por ele aos próprios familiares que o cercavam, já que ele está lúcido e ativo, fizeram-no se aproximar de pessoas que certamente o estão usando, inclusive uma de minhas irmãs, para atingir os seus fins golpistas. E ele, que nunca soube ficar longe dos holofotes que o iluminaram durante tanto tempo, está se aproveitando do fato para ficar em evidência num triste e infeliz espetáculo midiático.

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Sobre o Autor

Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

13/09/2015

Saiba quanto cu$ta o acobertamento do PSDB?

sonegando o psdbO PSDB tem imunidade para praticar qualquer obscenidade. Como já disse o impoluto tucano gaúcho, Jorge Pozzobom, não sendo petista, tem imunidade. Além das milhares de assinaturas da Veja, Folha, Estadão distribuídos pelas escolas públicas de São Paulo, além dos R$ 70 mil mensais pagos ao antipetista, Fernando Gouveia, agora aparece mais este político padrão FIFA, digo, CBF.

Por muito menos, Genoíno foi preso. É assim que funciona o Brasil dos golpistas. E se alguém pensar que este é um problema restrito aos tucanos está muito enganado. Portanto, o problema não é o PSDB, são os a$$oCIAdos do Instituto Millenium. São eles que criaram este clima de ódio, de perseguição a Lula, Dilma e ao PT. A criminalização da esquerda é uma forma de limpar o campinho para que eles continuem saqueando o Brasil. Alckmin é apenas um ventríloquo dos grupos mafiomidiáticos. De nada adianta tirar ele de lá. Há que se mudar seus financiadores ideológicos, e bloquear o papel golpista da Veja, Estadão, Folha, Globo, RBS. São estes grupos que criam e alimentam o clima de ódio na sociedade brasileira. Eles não são contra a corrupção. Eles são contra a concorrência na corrupção.

Taí, ó, não precisa domínio do fato. Onde está o MPF, a PF? Cadê os carrascos da corrupção?

Gestão Alckmin paga R$ 1,5 mi a Doria Jr.

Governo usou verba em 2014 e 2015 para fazer anúncios em revistas do pré-candidato tucano à Prefeitura de SP

Nas propagandas, valor pago por página é maior que em revistas de grande circulação, como ‘Exame’ e ‘Época’

ALEXANDRE ARAGÃODE SÃO PAULO

O governo do Estado de São Paulo, comandado pelo tucano Geraldo Alckmin, pagou R$ 1,5 milhão ao empresário João Doria Jr., um dos pré-candidatos do PSDB à prefeitura paulistana, por anúncios veiculados em sete revistas da Doria Editora, entre 2014 e abril deste ano.

Os pagamentos foram intermediados por duas agências publicitárias contratadas pelo governo, a Mood e a Propeg, escolhidas por licitação, e seguiram os trâmites que regulam a publicidade estatal.

Doria é presidente do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), que organiza eventos para empresários de diversas áreas, como o Fórum de Comandatuba, na Bahia. Sua editora possui 19 títulos, que em boa parte são atrelados aos encontros que promove.

Em um dos casos, o governo pagou R$ 501 mil por um publieditorial –formato em que o anúncio é semelhante a uma reportagem– de nove páginas na revista "Caviar Lifestyle", que declara circulação de 40 mil exemplares.

Há casos em que os valores pagos pelo governo foram proporcionalmente maiores em anúncios da editora do que em revistas consolidadas, que passam por verificação independente de circulação.

No dia 5 de dezembro, o governo pagou R$ 259 mil por um anúncio de oito páginas na revista "Meeting & Negócios". Em 15 de janeiro, repassou R$ 202 mil por um anúncio de quatro páginas na revista "Líderes do Brasil".

Uma propaganda com o dobro do tamanho na "Exame", da Editora Abril, custou R$ 292 mil. Também em janeiro, por um anúncio de duas páginas na "Época", da Editora Globo, o governo pagou R$ 71 mil. Já a Editora Três cobrou R$ 479 mil do governo por 18 páginas na "IstoÉ".

Nenhuma das revistas da Doria Editora é certificado pelo IVC (Instituto Verificador de Comunicação), que audita a distribuição das principais publicações –como as outras revistas citadas.

PROXIMIDADE

Doria é filiado ao PSDB desde 2001, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ele foi secretário de Turismo na prefeitura de Mário Covas (1983-86), mas nunca disputou eleições. O empresário mantém relação próxima com Alckmin, a quem apoiou na campanha à reeleição no ano passado.

Durante a disputa, o grupo organizou encontros entre empresários e os três principais candidatos. Além de Alckmin, foram convidados Paulo Skaf (PMDB), presidente da Fiesp, e Alexandre Padilha (PT), hoje secretário de Saúde da Prefeitura de São Paulo.

Mesmo nos encontros organizados para os adversários falarem a empresários, Doria ressaltava ao microfone que apoiava a candidatura de Alckmin.

Três semanas antes do primeiro turno, Doria organizou um jantar em homenagem ao governador em sua casa. Além dos principais expoentes do PSDB, como o senador Aécio Neves (MG) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, empresários foram ao evento demonstrar apoio a Alckmin.

Neste ano, em maio, Doria homenageou Alckmin em Nova York, durante encontro organizado pelo Lide em parceria com a Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Na semana passada, o governador compareceu a dois encontros do grupo de empresários, na capital paulista.

ELIO GASPARI
O colunista está em férias

23/08/2015

O que é mais agressivo?

Por que a velha mídia se escandaliza com um charge que desnuda o caráter dos membros do Golpe Paraguaio mas nunca se escandalizou com estas duas imagens?! Por que a mídia não se escandalizou com os fascistas que atacaram a dama que ousou vestir vermelho? Ou por que a mídia não cobrou providências da polícia para os que jogaram uma bomba no Instituto Lula?

tiro ao alvo
O que este policial federal faz com a imagem de Dilma é o que? Afago?
Dilma na ponta da espada
A tentativa de golpe vem sendo insuflada e mantida graças ao apoio ostensivo da mídia. Derrubar Dilma com um golpe de espada pelas costas é o quê?

A hipocrisia dessa gente não tem limites. Fazem um barulho ensurdecedor por causa de uma charge do Laerte, mas congratulam-se com as grosserias do Danilo Gentili. A única coisa que explica este comportamento é a velha Lei Rubens Ricúpero. Todos hão de lembrar que numa transmissão televisiva da Rede Globo, Carlos Monforte e Rubens Ricúpero promulgaram a Lei jamais descumprida pelos velhos a$$oCIAdos do Instituto Millenium: “esconder o que é bom para o governo, e só mostrar o que é ruim para o governo”, que vem a ser a outra face, de mostrar só que é bom para seus interesses golpistas e esconder a mão que dá o golpe. O que fez o Estadão com o vazamento da Polícia Federal, ponde uma tarja preta no nome de José Serra não escandalizou, mas não era piada. Quando a Reuters publicou uma entrevista “podemos tirar, se achar melhor”, qual foi a repercussão no velho coronelismo eletrônico?

Por acaso, é a mesma mídia que até hoje não cobra explicações sobre o sumiço de helipóptero com 450 kg de cocaína?! Não querem saber quem era o dono do helicóptero, do pó, da fazenda, os amigos e para que serviria o dinheiro da venda do pó. Será que não seria para lubrificar a campanha do Napoleão das Alterosas?! São perguntas que permanecem no ar.

Laerte sobre charge: ‘agressiva, mas não ofensiva’

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Cartunista explica sua intenção ao produzir uma charge que causou polêmica na semana passada, após os protestos contra a presidente Dilma no domingo 16; segundo ela, muitos manifestantes tiraram selfies ao lado de PMs e as "reproduziram fartamente", o que demonstra "apoio a uma corporação que vem sendo apontada como uma das mais envolvidas em mortes de pessoas, no país"; "O que busquei foi juntar as pontas desses fatos sociais e estimular a reflexão", afirma

23 de Agosto de 2015 às 07:41

247 – Após os protestos contra a presidente Dilma Rousseff no domingo passado (16), a cartunista Laerte causou polêmica ao publicar uma charge de manifestantes tirando selfies com bandidos, em uma alusão às selfies de manifestantes com PMs tiradas durante os atos, segundo ela, "reproduzidas fartamente" nas redes sociais.

Neste domingo, na coluna da Ombudsman da Folha de S. Paulo, ela explicou sua intenção e disse reconhecer ter produzido "uma imagem agressiva, mas não a considero ofensiva. Acho que está à altura da gravidade do momento que atravessamos." Laerte pede desculpas "a quem se sentiu ofendido".

"Muitos manifestantes tiraram selfies ao lado de PMs e as reproduziram fartamente nas redes sociais, transformando esse gesto num ícone de todas as marchas até agora. Essas pessoas não estavam confraternizando com soldados específicos –estavam demonstrando apoio a uma corporação que vem sendo apontada como uma das mais envolvidas em mortes de pessoas, no país (segundo esta Folha, no primeiro semestre, foram 358 mortes "em confronto").", escreve Laerte.

A cartunista diz ainda que "não existe imagem genérica de manifestantes ou de policiais. São grupos constituídos por pessoas com grande diversidade de propósitos. Toda redução será, em algum grau, injusta –mas charges não podem deixar de fazê-las, porque trabalham com representações simbólicas".

Laerte sobre charge: ‘agressiva, mas não ofensiva’ | Brasil 24/7

A vida em preto e branco

Quando o reducionismo é demasiado, a charge perde a sutileza e descamba para o estereótipo fácil

Se nem o horóscopo escapou do bombardeio, não seriam as charges, com seu alto poder corrosivo, que passariam impunes nestes tempos beligerantes. Nos últimos meses, leitores têm reclamado aqui e ali de um suposto desequilíbrio nos cartuns da página de Opinião (A2), que veem como majoritariamente tendendo à "esquerda" –o que, na linguagem atual, significa pró-governo.

Não entro no mérito da discussão ideológica. Explico sempre que cartunistas pertencem ao território franco da opinião e têm ampla liberdade de expressão. Nenhuma charge, porém, havia provocado até agora tanta reação como a de Laerte veiculada na terça-feira (18).

"A charge extrapolou os limites do bom senso, do respeito e até da provocação", esbravejou a leitora Ana Paula Costa Pacheco e Silva. "Minha ojeriza não se deu pela opinião divergente da minha, mas pela agressividade e o desprezo demonstrados ao identificar os opositores do governo Dilma como apoiadores de bandidos assassinos."

Sempre fui fã de Laerte, para mim, a pena mais inquieta de um trio genial, complementada por Angeli e Glauco (1957-2010). Laerte é cartunista com autonomia de voo ímpar, capaz de transitar com desenvoltura por temas muito díspares, ainda que sua produção nos últimos anos tenha enveredado por uma trilha irregular e mais hermética.

Não há como negar, contudo, que ela pesou a mão. Na resposta que voluntariamente quis enviar aos leitores que me procuraram (leia texto ao lado), Laerte escreve que "toda redução será, em algum grau, injusta –mas charges não podem deixar de fazê-las, porque trabalham com representações simbólicas". Endosso o conceito, mas questiono esse "algum grau". Quando o reducionismo é demasiado (e acho que foi), a mensagem perde o refinamento e descamba para o estereótipo.

Não por acaso, logo após a publicação do cartum, começou a circular pelas redes sociais uma versão apócrifa, com as "representações simbólicas" trocadas. Uma inversão facilitada pela leitura rasa: se tirar selfie com PM é apoiar assassinatos, quem defende Dilma e Lula é conivente com a corrupção. Para desqualificar o adversário, vale apelar a ideias simplistas e sofismas que encaixotam na mesma fôrma unidimensional gente de todo tipo.

O leitorado mais equilibrado não engole essa dicotomia simplista nem uma diversidade calcada em polos opostos. "A verdade é que alternar opiniões de radicais dos dois lados não atende àqueles que procuram algum bom senso na busca de uma sociedade mais unida e democrática", escreveu Ivan Casella.

Parte dos leitores cobra, com razão, a responsabilidade do jornal, que afinal autorizou a publicação.

A Direção de Redação informa que monitora textos e imagens para detectar situações que possam implicar crimes contra a honra (calúnia, injúria e difamação). "Nestes casos, procura-se o autor previamente para alertá-lo das consequências possíveis. A charge não incorreu nesse risco, embora tenha conotado um ataque forte e bastante discutível contra parcela significativa da população e do nosso público leitor. Em seu compromisso com o equilíbrio e a pluralidade, a Folha tem procurado veicular as reações, como atestam as edições do Painel do Leitor de quarta (19) e quinta (20)."

LAERTEVISÃO

"Não existe imagem genérica de manifestantes ou de policiais. São grupos constituídos por pessoas com grande diversidade de propósitos. Toda redução será, em algum grau, injusta –mas charges não podem deixar de fazê-las, porque trabalham com representações simbólicas."

"Muitos manifestantes tiraram selfies ao lado de PMs e as reproduziram fartamente nas redes sociais, transformando esse gesto num ícone de todas as marchas até agora. Essas pessoas não estavam confraternizando com soldados específicos –estavam demonstrando apoio a uma corporação que vem sendo apontada como uma das mais envolvidas em mortes de pessoas, no país (segundo esta Folha, no primeiro semestre, foram 358 mortes "em confronto")."

"Os recentes assassinatos apontam, segundo as investigações, para ação motivada por vingança, por parte de policiais. O que busquei foi juntar as pontas desses fatos sociais e estimular a reflexão."

"Reconheço que produzi uma imagem agressiva, mas não a considero ofensiva. Acho que está à altura da gravidade do momento que atravessamos."

"Peço desculpas a quem se sentiu ofendido." (Laerte)

A blindagem do Elio Gaspari

Eduardo Cunha e Joao Roberto MarinhoElio Gaspari, um dos jagunços da ditadura e que constantemente faz a defesa de seus pares, hoje bota o dedo na ferida do PSDB: “Até agora, Dilma é acusada no Tribunal de Contas da União de ter pedalado as contas públicas. O TCU não é um tribunal, mas um conselho assessor da Câmara. Ademais, a acusação ainda não foi formalizada. Eduardo Cunha foi acusado pelo Ministério Público de ter entrado numa propina de US$ 5 milhões. O PSDB quer tirar Dilma do Planalto e admite manter Eduardo Cunha na presidência da Câmara.”

Curiosamente, Gaspari só se manifesta de forma mais contundente quando os mais variados segmentos empresariais e bancários já apontam que o Brasil não é o Paraguai para se atolar neste golpismo desvairado. Elio Gaspari só desembarca quando seus financiadores lhe negam carona!

A sociedade mais esclarecida, mesmo aquela parcela que perdeu as eleições mas não perdeu a civilidade, já se deu conta que não há absolutamente nada contra Dilma. Pelo contrário, há elementos muito mais contundentes contra o Napoleão das Alterosas do que contra a Presidenta.

Se por um lado Gaspari acerta o verdadeiro alvo do golpismo, por outro blinda os atiçadores do golpismo. Assim como o PSDB golpeia Dilma para defender Eduardo CUnha, Elio Gaspari golpeia do PSDB, desde sempre um partido de ventríloquos, para defender o golpismo dos assoCIAdos do Instituto Millenium. Assim como as acusações contra Dilma, Lula e o PT é grito de “pega ladrão” de trombadinha com a bolsa na mão, também é verdade que a manifestação extemporânea contra o PSDB é um “pega ladrão” para abrir corredor para a passagem de seus colegas golpistas na mídia. Basta ver, por exemplo, o silêncio ensurdecedor da velha mídia quando o assunto é a Operação Zelotes, ou a Lista Falciani do HSBC

Ou será que Gaspari não lembra do auê que a mídia fez do jantar que Lula teria estado com Marcelo Odebrech? Pois bem, naquele jantar esteve Lula, mas também estiveram FHC, Geraldo Alckmin, Gerdau. Não houvesse blogs sujos para detonar com a hiPÓcrisia da mídia, e teríamos ficado por isso mesmo. Aliás, ninguém mais do que a Globo, mediante o uso da Lei Rubens Ricúpero, blinda Eduardo CUnha.

ELIO GASPARI

A blindagem de Eduardo Cunha

Os interesses que protegem Eduardo Cunha têm pouco a ver com ele, o que buscam é conter a Lava Jato

Fernando Henrique Cardoso disse o seguinte:

"Se a própria presidente não for capaz do gesto de grandeza (renúncia ou a voz franca de que errou e sabe apontar os caminhos da recuperação nacional), assistiremos à desarticulação crescente do governo e do Congresso, a golpes de Lava Jato."

Poderia ter dito a mesma coisa a respeito de Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, denunciado pelo procurador-geral da República junto ao Supremo Tribunal Federal. Não disse. Nem FHC, nem qualquer outro grão-tucano.

Até agora, Dilma é acusada no Tribunal de Contas da União de ter pedalado as contas públicas. O TCU não é um tribunal, mas um conselho assessor da Câmara. Ademais, a acusação ainda não foi formalizada. Eduardo Cunha foi acusado pelo Ministério Público de ter entrado numa propina de US$ 5 milhões. O PSDB quer tirar Dilma do Planalto e admite manter Eduardo Cunha na presidência da Câmara.

Surgiu em Brasília o fantasma de um "acordão". Nele juntaram-se Dilma e Renan Calheiros. Há outro: ele junta Eduardo Cunha, o PSDB, DEM e PPS. Um destina-se a segurar Dilma. O outro, a derrubá-la. À primeira vista, são conflitantes, mas têm uma área de interesse comum: nos dois acordões há gente incomodada com a Lava Jato. A proteção a Dilma embute a contenção da Lava Jato, evitando que chegue ao Planalto ou a Lula. A proteção a Eduardo Cunha pretende conter a responsabilização dos políticos de todos os partidos metidos em roubalheiras.

É sempre bom lembrar que Fernando Collor, também denunciado por Janot, renunciou ao mandato em 1992, mas foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal. Renan Calheiros foi líder do governo Collor e Eduardo Cunha dele recebeu a presidência da Telerj.

E-MAIL PARA JANOT
De Marcio Thomaz Bastos para Rodrigo Janot:
"Daqui onde estou não posso dar mais detalhes, mas há um jovem procurador do Banco Central que poderia lhe contar as pressões que sofreu em 2012 para dar um parecer favorável à ideia de se usar o Fundo de Compensação da Variação Salarial para aliviar bancos que estavam sob intervenção. Poderia contar endereços, personagens e diálogos.

O assunto foi levado a Dilma e ela foi clara: ‘Diga ao rapaz para não fazer o que lhe pedem. Se fizer, será o primeiro a ir para a cadeia’.

15/08/2015

Mais Presuntos: PSDB apresenta seu método para acabar com a pobreza

Filed under: Assassinato,Instituto Millenium,PCC,PSDB,Violência — Gilmar Crestani @ 8:20 am
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violencia-policialPIGLatuffOnde o PSDB ganha eleição, o PCC governa. A prova está nos métodos. É a mesma lógica em ação. E não adianta vir com conversa mole de que se trata de fato isolado. Foi assim com Cássio Cunha Lima na Paraíba, com Aécio Neves em Minas, com Yeda Crusius aqui no RS, com Beto Richa no Paraná e com José Serra e Geraldo Alckmin em São Paulo. O método foi inaugurado por Almir Gabriel, do PSDB do Pará, no famoso Massacre do Eldorado do Carajás.

A polícia faz o que seu comandante ordena. E como nossa mídia festeja a violência contra os quatro “P’’ (preto, puta, pobre e petista), o resultado é inevitável. Quando da passagem do Cel. Mendes pelo comando no RS, um sem-terra foi assassinado, pelas costas, à queima roupa, e a RBS, no velho e conhecido método Rubens Ricúpero, conseguiu perpetrar outro crime, este jornalístico: “Um mártir para o MST”. E ainda doura a pílula do assassino transformando o crime em “ação desastrada”.

A violência e o ódio de classe são frutos dessas cinco árvores acumpliciadas com a bandidagem (Marinho, Frias, Civita, Mesquita & Sirotsky). O que diriam os vira-bostas se na próxima marcha dos zumbis a polícia federal assassinasse pelas costas um dos fascistas?!

 

Policiais são suspeitos de 18 mortes em série em SP

Assassinatos ocorreram na noite de quinta, nas cidades de Osasco e Barueri

Ataque seria retaliação à morte de PM; crimes ocorreram em intervalo de quase três horas, num raio de 10 km

DE SÃO PAULO

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) suspeita que policiais militares estejam envolvidos nos ataques em série que deixaram 18 mortos e seis feridos na noite de quinta-feira (13) nas cidades de Osasco e Barueri, na Grande SP.

Os crimes ocorreram em um intervalo de quase três horas, num raio de 10 km, em nove pontos diferentes. Só seis dos mortos tinham alguma passagem pela polícia.

A principal linha de investigação aponta para crime de vingança –um PM foi morto na semana passada em Osasco em um assalto a um posto de combustíveis, e os suspeitos continuam foragidos.

Um guarda civil metropolitano também foi morto durante outro assalto –na quarta-feira (12), em Barueri.

Com base em depoimentos de testemunhas, análise de imagens de câmeras e cápsulas de armas achadas, a polícia acredita que as mortes de Osasco estejam relacionadas.

Não sabe ainda, porém, se esse grupo atuou em conjunto com assassinos de Barueri.

As ações foram semelhantes. Homens encapuzados estacionaram um carro, desembarcaram e dispararam vários tiros. Em alguns locais, testemunhas disseram que os assassinos perguntaram por antecedentes criminais para definir quem morreria.

Só em um bar de Osasco, oito morreram. Do lado de fora, um dos peritos da Polícia Civil disse: "Nunca vi uma noite com tantos mortos".

A participação de policiais em mortes em série tem sido comum. Nas cinco principais chacinas na capital paulista desde 2013, onde morreram 42 pessoas, em todas existe a suspeita de participação de policiais militares ou civis.

O caso mais recente é de um policial militar e um ex-PM presos em maio como suspeitos de participar da morte de oito pessoas em uma festa na sede da torcida corintiana Pavilhão 9, na zona oeste.

A suposta participação de policiais nos assassinatos desta quinta colocou o comando das corporações sob alerta. Os efetivos foram reforçados, principalmente na região, para reagir a eventuais retaliações de criminosos em carros ou bases policiais nas próximas noites.

A Corregedoria da PM também entrou no caso, para que tudo seja esclarecido logo, como cobrou o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

O secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, está acompanhando diretamente o caso. Segundo ele, a atuação de policiais é apenas uma das linhas de investigação.

Colaboraram ANDRÉ MONTEIRO, AVENER PRADO, EDUARDO GERAQUE, FABRÍCIO LOBEL, LAURA LEWER, MARTHA ALVES, RICARDO GALLO, ROGÉRIO PAGNAN E THIAGO AMÂNCIO

30/07/2015

Je suis Charlie Hebdo, ne pas tucanô!

Situações como esta ajudam a explicar porque a Rede Globo e demais parceiros do Instituto Millenium estejam vivendo os estertores de uma era. A era do compadrio com segmentos políticos da direita hidrófoba.

Charlie Hebdo aborda tema tabu da mídia brasileira

qua, 29/07/2015 – 20:09

Charlie Hebdo publica reportagem ilustrada sobre crise da água em São Paulo

Da ABRAJI

O cartunista Riss, diretor do Charlie Hebdo, fez um pedido aos organizadores do 10º Congresso da Abraji: durante sua passagem pelo Brasil, queria cobrir a escassez de água em São Paulo e entender como os 11 milhões de moradores estavam se adaptando à estiagem.

A equipe da Abraji acompanhou o jornalista em visitas a comércios e residências na zona Oeste da cidade e articulou uma excursão à represa de Atibainha, parte do Sistema Cantareira. A viagem de 150 km foi feita em viaturas blindadas da Polícia Federal e em companhia do grafiteiro Thiago Mundano, um dos artistas que têm acompanhado e retratado a crise de abastecimento. É dele o famoso grafite que dá as boas-vindas ao "deserto da Cantareira".

Riss pretendia visitar uma favela para saber exatamente como a crise de abastecimento tem afetado a população mais pobre da cidade. Por segurança, os agentes da Polícia Federal excluíram essa possibilidade.

A reportagem em quadrinhos, publicada na edição nº 1.200 do jornal, descreve técnicas usadas por moradores para reaproveitar água, menciona o uso de copos descartáveis em lanchonetes e nota que, com as torneiras secas, São Paulo é cortada por grandes rios – transformados em esgoto a céu aberto.

O cartunista também menciona que a Sabesp tem papéis negociados na bolsa de Nova York e pergunta, observando o famoso relógio de água do Shopping Iguatemi, se a água será em breve um produto de luxo.

Riss esteve no Brasil para participar do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, realizado pela Abraji no começo do mês.

Abaixo, a reprodução da reportagem em quadrinhos. Clique neste link para fazer o download da imagem em tamanho grande:

Charlie Hebdo aborda tema tabu da mídia brasileira | GGN

29/07/2015

Em São Paulo não falta água, PCC e tóxico

águaoQuais são as coisas que mais crescem em São Paulo? A julgar pelo pouco que vaza pelos veículos porta-vozes do PSDB, crescem cactos na Paulista, roubos de toda sorte, violência e o PCC. Segundo O Globo, mesmo com acordo com o PCC, os roubos subiram 24,5% em 2014. Já o Estadão vai direto ao ponto: “roubos voltam a crescer e são 37 por hora”.

A julgar pelas palavras do Geraldo Alckmin, em São Paulo não falta água. Deve ser por isso que a Folha faz esta “longa” reportagem esclarecendo a crise d’água em São Paulo. As reclamações crescem 62,5%, mesmo já tendo chegado ao ápice no ano passado.

A Folha tem uma equipe especial para monitorar todos os passos do Prefeito Fernando Haddad e outra ainda mais especial para apagar todas as pegadas do PSDB, de José Serra, Geraldo Alckmin e FHC. E não se há de dizer que a Folha não cumpre a lei, a Lei Rubens Ricúpero!

CRISE DA ÁGUA

Reclamações por falta de água crescem 62,5% em São Paulo

DO "AGORA" , Folha 29/07/2015 – O número de reclamações recebidas pela Sabesp de clientes da capital que sofrem com a falta de água cresceu de 86.586 para 140.752 na comparação entre o primeiro semestre de 2014 e o mesmo período deste ano, alta de 62,5%. Os dados foram obtidos pelo site "Fiquem Sabendo" por meio da Lei de Acesso à Informação.

Os dados mostram que, das 15 regiões em que a cidade é dividida pela Sabesp, 13 tiveram aumento no número de reclamações por falta de água entre os primeiros seis meses deste ano e o mesmo período de 2014.

A Sabesp afirmou que o número de reclamações recebidas por falta de água no período "corresponde a aproximadamente 2% dos clientes atendidos pela companhia".

20/07/2015

Os bandidos da Globo são piores do que os do PCC

Que a Rede Globo tenha participado da ditadura e com ela se locupletado é público o notório. Até a Globo admitiu que errou. Mas a pergunta que não quer calar, é quando a Globo vai admitir suas relações incestuosas com a FIFA, CBF, João Havelange, José Maria Marin, Ricardo Teixeira, J. Hawilla?!

A Globo que escreveu editorial saudando a chegada da ditadura é a mesma que promoveu a Lei Rubens Ricúpero, que, em parceria com Carlos Monforte, estrelaram o Escândalo da Parabólica.

A Rede Globo já admitiu que errou ao participar da ditadura. Agora precisa esclarecer duas perguntas finais:

1) Quanto custou ao Brasil o esconderijo de Miriam Dutra na Espanha?

2) Se o dinheiro usado para comprar as estatuetas utilizadas para capturar personalidades públicas decorre da sonegação de impostos?

De fato, a Globo continua Muito Além do Cidadão Kane

Lula aponta ‘as cinco piores mentiras do Globo’

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O ex-presidente Lula rebateu, em publicação no site do instituto que leva seu nome, nesta segunda (20), as 5 piores mentiras contra ele só em 2015; "O ano mal chegou à metade, mas O Globo já conseguiu inventar várias histórias sobre Lula. Muita gente de boa fé ainda acredita no jornal, então recapitulamos as cinco maiores mentiras publicadas sobre o ex-presidente nas páginas do diário carioca", afirma o ex-presidente; no texto, o instituto afirma que "a coluna do Merval Pereira é considerada hors concours"; "Entre os truques do jornal estão inventar declarações, ignorar explicações e tratar, anos depois, como secretos e escandalosos eventos públicos de que o jornal tinha ciência", completa; leia na íntegra

20 de Julho de 2015 às 20:58

247 – O ex-presidente Lula rebateu, em publicação no site do instituto que leva seu nome, nesta segunda-feira (20), as cinco piores mentiras contra ele só em 2015. "O ano mal chegou à metade, mas O Globo já conseguiu inventar várias histórias sobre Lula. Muita gente de boa fé ainda acredita no jornal, então recapitulamos as cinco maiores mentiras publicadas sobre o ex-presidente nas páginas do diário carioca", afirma o ex-presidente no Facebook.

Abaixo o texto do Instituto Lula:

Como ainda tem gente que leva de boa fé as informações publicadas pelo jornal O Globo sobre Lula, recapitulamos aqui as cinco maiores armações do jornal contra o ex-presidente só no ano de 2015. Lembrando que ainda estamos em julho. E que a coluna do Merval Pereira é considerada hors concours. Entre os truques do jornal estão inventar declarações, ignorar explicações e tratar, anos depois, como secretos e escandalosos eventos públicos de que o jornal tinha ciência.

5º lugar – Lula seria culpado pela crise na Grécia

O colunista do O Globo (e também do Estado de S. Paulo, G1, TV Globo, CBN, Globonews) Carlos Sardenberg criou a tese original de que a culpa da crise na Grécia é de Lula e Dilma, por causa de reuniões do atual primeiro-ministro Aléxis Tsipras quando era candidato. A crise grega já tem 7 anos. Diante do fato dos prêmios nobel de Economia Paul Krugman e Joseph Stiglitz terem visões diferentes dele sobre a crise grega, Sardenberg reafirmou seu artigo e saiu-se com essa no Twitter (supomos que “Liila” deve ser “Lula”)

4º lugar – Os documentos secretos do Itamaraty que o Globo manteve secretos

No dia 12/06 o Globo acusou , em manchete de primeira página, o Itamaraty de tentar burlar a lei para proteger Lula, por causa de um documento interno não final que pedia a reavaliação de documentos diplomáticos durante o mandato de Lula. O Itamaraty entregou os documentos à Época. Época e O Globo viram os documentos, que mostravam a atuação positiva de Lula em defesa de empresas brasileiras, e não publicou nada, afinal, como provam que o trabalho de Lula era positivo para o Brasil, o Globo e a Época devem ter achado melhor esconder isso dos seus leitores.

Como o Globo esconde, seguem o que dizem os documentos:http://www.institutolula.org/telegramas-do-itamaraty-veja-o-que-lula-fazia-em-suas-viagens-pelo-mundo

3º lugar – O Globo paga mico internacional e inventa que Lula teria “confessado” saber do mensalão para Mujica

A partir de uma declaração dada a jornalistas em um livro sobre Pepe Mujica, no qual o ex-presidente uruguaio menciona uma conversa que teve com Lula sobre as pressões e dificuldades de se administrar um país do tamanho do Brasil, o Globo no dia 5 de maio inventou uma manchete maluca de que Lula teria “confessado” sobre o mensalão para Pepe Mujica.

A mentira foi desmentida horas depois, primeiro pelo próprio autor do livro para o portal G1, também do grupo O Globo, depois em Montevidéu, no lançamento do livro, pelo próprio Mujica, que ainda afirmou em entrevista publicada ao Estado de S. Paulo que Lula foi seu modelo de governante.

A manchete maluca do Globo só foi levada a sério pelo senador Ronaldo Caiado, que está tentando convocar o ex-presidente do país vizinho a depor no Senado com base no jornal carioca.

Depois do caso o jornalista americano residente no Brasil Alex Cuadros tuitou que “De agora em diante irei observar uma quarentena de cinco dias antes de tuitar qualquer história do Globo sobre Lula”.

2º Lugar – O voo secreto divulgado em release

Em 12 de abril de 2014, o Globo publicou matéria falando de um suposto “voo sigiloso” de Lula para Cuba, República Dominicana e Estados Unidos.

Deve ser a primeira viagem sigilosa divulgada por release na história. Ainda por cima acompanhada pela imprensa! Várias matérias dessa viagem foram publicadas publicada no site do Instituto Lula e na imprensa internacional.

A informação de que o voo seria sigiloso baseou-se em um documento interno da Líder Táxi Aéreo com o qual o Instituto Lula não tem relação alguma. O Instituto divulgou a viagem em release para toda a imprensa, inclusive O Globo. O vôo foi pago pela Odebrecht porque o ex-presidente fez uma palestra na República Dominicana. O jornal não acreditou.

Seguem dois jornais dominicanos de 2 de fevereiro de 2013 que provam a realização da palestra, que aconteceu no hotel El Embajador, no dia 1 de fevereiro, em Santo Domingo.

1º lugar – Novo mico internacional do Globo: Lula “lobista” em Portugal e a reunião “secreta” que O Globo noticiou. O segundo líder internacional em 2 meses à desmentir o jornal.

O ex-presidente Lula sempre defendeu as empresas brasileiras e uma presença maior delas também no exterior.

No domingo, dia 19 de julho, o Globo, com uma nova leva de documentos do Itamaraty sobre Lula após a presidência, inventa duas mentiras em uma mesma matéria para dizer que o ex-presidente faria lobby.

A primeira dizia que Lula teria feito lobby para a Odebrecht em Portugal, ao comentar com o primeiro-ministro português o interesse da empresa brasileira no processo de privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF). O embaixador Mario Vilalva também estava presente. Lula foi a Portugal participar das comemorações dos 40 anos da Revolução dos Cravos, no dia 25 de abril de 2014. A viagem era pública. O encontro de Lula com o primeiro-ministro foi tão público que a foto usada pelo Globo para ilustrar a matéria, e creditada de forma incorreta, é do Instituto Lula. O Instituto Lula confirmou a nota do embaixador que fala apenas de um comentário, mais nada. A posição do presidente de que as empresas brasileiras deveriam participar mais do processo de privatização em Portugal também era pública. E o Instituto mostrou para o Globo que o interesse da Odebrecht na privatização da EGF era tão público que inclusive já era notícia desde outubro de 2013 em jornais portugueses: http://www.publico.pt/economia/noticia/odebrecht-interessada-na-privatizacao-da-egf-1608053.
A Odebrecht no final desistiu e não participou do leilão da empresa portuguesa.

E no dia seguinte a matéria do Globo, ela foi desmentida pelo primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, que disse à imprensa portuguesa que Lula não intercedeu por nenhuma empresa brasileira.

http://www.rtp.pt/noticias/politica/lula-nao-me-veio-meter-nenhuma-cunha-afirma-passos_v845924?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

Outra mentira, da mesma matéria, é de que Lula teria pedido ao BNDES uma reunião com o embaixador do Zimbábue no dia 3 de maio de 2012. A tal reunião foi um imenso seminário público na sede do BNDES, com TODOS os embaixadores africanos convidados e inclusive cobertura do jornal O Globo. Se o repórter do jornal tivesse pesquisado nos arquivos do diário encontraria a matéria “Lula aparece de bengala em evento na sede do BNDES no Rio”, do jornalista Cássio Bruno, exatamente dia 3 de maio de 2012. Era o primeiro evento público do ex-presidente após se recuperar de um câncer na laringe.

O jornal registrou algumas das respostas da assessoria em matéria separada do texto principal, a primeira a ser distribuída online, onde não inclui as respostas que desmontam a farsa do Globo.

Matéria do Globo em 2012 sobre evento agora tratado como “secreto” pelo mesmo jornal:

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Lula aponta ‘as cinco piores mentiras do Globo’ | Brasil 24/7

07/05/2015

300 de Esparta

PSDB e MidiaHeróis não foram os 300 de Esparta comandados pelo Rei Leônidas que enfrentaram o poderoso exército persa no desfiladeiro das Termópilas. Até porque eles só tinham um escudo numa mão e a espada noutra para enfrentar uma epidemia de imortais. Iguais aos paulistas com dengue, lutaram sem água. Choque de gestão é isso que acontece na gestão da saúde pública em São Paulo, o resto é coisa do PT. 300 casos por 100 mil pessoas só os espartanos e o PSDB conseguem. E viva o partido com os melhores quadros… Se a má gestão tivesse sido coisa isolada, do Alckmin, e estaria desculpado. Mas tem sido rotina por onde passa o PSDB. Foi assim na Paraíba do Cássio Cunha Lima, nas Minas Gerais do Aécio Neves, no RS da Yeda Crusius e agora também no Paraná do Beto Richa.

Não fossem os Fernando Gouveia espalhados pelos grupos mafiomidiáticos e o PSDB já teria sido varrido para o lixo de onde nunca deveria ter saído. Além do Poder Judiciário, segundo Jorge Pozzobom do PSDB gaúcho…

FHC, que é chamado para comentar até pum do Lula, não dá um pio sobre a dengue em São Paulo nem sobre o fascismo policial instalado no Paraná!

Ao invés de enfrentarem a dengue, a Jovem Pan, famosa por seu puxasaquismo do PSDB, associou-se à Globo e demais veículos do Instituto Millenium para venderem a ideia de caos no Brasil durante a Copa. Tínhamos seleção, mas a administração da Copa estava em cheque, manchetava a Folha de São Paulo. É, não tivemos dengue, tivemos administração mas não tivemos seleção. E agora vê-se que a dengue está impondo uma derrota alemã no planejamento administrativo da mídia pelo PSDB. Se a AMBEV, a Multilaser e o Banco Itaú tivessem investido em saúde pública ao invés de amestrar uma manada para xingarem Dilma na abertura da Copa, talvez os paulistas poderiam estar comemorando algo melhor que uma epidemia de dengue.

Fica ainda mais incompreensível o que está acontecendo na medida que São Paulo vive, sim, racionamento de água. Imagine se tivesse em abundância. Estados onde não houve racionamento d’água e onde o PSDB foi apeado do poder, a dengue regrediu. Esta epidemia é o exemplo pronto e acabado do compadrio dos sucessivos governos paulistas e os grupos Abril, Folha, Estadão e Globo. Se estes fatos estivessem acontecendo num governo petista, haveria reportagens especiais, e até a cunhada do Vaccari seria presa acusada de transportar mosquitos transmissores. Não há minutos infindáveis no Jornal Nacional, entrevistas nas páginas amarelas da Veja.

Por isso que se diz que o panelaço nos bairros ricos de São Paulo é para espantar o mosquito da dengue…

Tivemos mensalão, petrolão e agora temos o mosquitão. Só que este não aparece porque nossa imprensa é dengosa. Quando envolve PSDB, só faz cafuné…

Epidemia de dengue afeta 1 a cada 4 cidades

Mapeamento federal inclui a capital paulista, pela primeira vez, entre os municípios com alta transmissão da doença

No Estado de São Paulo, 82% das cidades estão em situação epidêmica, com mais de 300 casos por 100 mil pessoas

NATÁLIA CANCIANDE BRASÍLIA

Uma em cada quatro cidades do país já apresenta epidemia de dengue, segundo levantamento do Ministério da Saúde a pedido da Folha.

O Estado com a situação mais crítica é São Paulo, onde 82% dos municípios estão nessa condição. Entre eles, a capital paulista, que, pela primeira vez, aparece em situação epidêmica da doença no mapa do governo federal.

O parâmetro adotado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para caracterizar a epidemia é quando a incidência de dengue supera 300 casos por 100 mil habitantes.

De 5.570 cidades brasileiras, 1.397 estão nessa condição, sendo 530 em São Paulo.

O levantamento mostra um avanço acelerado do vírus pelo país. No anterior, com informações do começo de março, 511 municípios estavam em epidemia. Um mês depois, esse número quase triplicou.

Além da capital paulista, outras seis capitais já aparecem no grupo epidêmico: Florianópolis, Goiânia, Palmas, Rio Branco, Recife e Natal.

VULNERÁVEL

Na avaliação de Giovanini Coelho, coordenador do Programa Nacional de Controle de Dengue, a combinação entre condições climáticas favoráveis e modo de vida urbana, com problema no abastecimento de água (que leva a população a armazenar o produto) e na coleta de lixo, tornam o Brasil vulnerável à dengue.

Outro problema, diz, é a falta de instrumentos de controle mais eficazes, como vacina e medicamentos específicos.

"As ferramentas hoje disponíveis são de eficácia limitada. Só temos o combate ao vetor. Isso torna a situação desafiadora. Se é difícil fazer o controle onde há boa estrutura, imagina num cenário em que não tem rede de água ou coleta regular de lixo."

Os números do Ministério da Saúde consideram todas as notificações da doença, com base em fatores clínicos/epidemiológicos, e não só em confirmações depois de contraprova em cada município.

O critério segue recomendação dos planos de contingência quando há alta expressiva de casos de dengue.

Os dados apontam que, nas cidades em epidemia, a incidência média é de 1.480 casos por 100 mil habitantes –quase cinco vezes a referência básica da OMS. No Brasil, a média é de 367 casos por 100 mil, conforme dados do ministério atualizados até 18 de abril. Na capital paulista, atingiu 346.

O mapeamento aponta que 26 Estados têm ao menos uma cidade em epidemia. Só o Distrito Federal fica de fora.

O topo do ranking de incidência de dengue é ocupado por cidades de pequeno e médio porte. A principal é São João do Cauiá, no Paraná, que tem 6.044 habitantes –lá, é como se uma em cada cinco pessoas tivesse sido contaminada pelo Aedes aegypti.

Coordenador de epidemiologia da cidade, Magno Zonta diz que a situação começa a ser controlada após atingir o auge em fevereiro. Agentes têm aplicado multas em quem mantém água parada e alunos fazem "miniarrastões" no entorno das escolas na caça de focos do mosquito.

01/04/2015

Por que a Folha insiste transformar corrupção em discussão genealógica?

beto richa e o primo luiz abiA manchete da Folha “Suposto Primo” rendeu na internet. Até a ombudsman se manifestou. Se os fatos estiverem em desacordo com os intere$$es comerCIAis e ideológicos da Folha, pior para os fatos. O engraçado, se é que se pode rir do mau caratismo da folha e da cara de pau da dupla de primos corruptos, é que os dois estiveram nas manifestações de 15 de março pedindo o fim da corrupção e o golpe militar na Dilma.

O texto da Folha termina dizendo que não localizou o empresário. Hilário. Eu também não localizei jornalismo nessa informação, até porque o empresário está preso…

Pior, nesta quarta-feira a Folha retorna ao seu autismo peessedebista. Por quê? Porque o envolvido é do PSDB. Simples assim. O governador Beto Richa o trata como primo. Todos os que conhecem ambos os tratam por primos. Só a Folha enfiou um “suposto” primo. Pega na trampa, a Folha retorna o local do crime para dizer que o empresário corrupto é que se diz primo. Ué, mas Beto Richa também o trata por primo. Por que a Folha não diz que o próprio suposto governador do Paraná chama o empresário por primo. Será que a Folha pensa que insistindo em questão periférica ela distrai sua manada do essencial, que é a corrupção nos governos do PSDB. Por que os a$$oCIAdos do Instituto Millenium fazem tanta questão de proteger o PSDB? Não basta o que o Poder Judiciário, no dizer do deputado gaúcho do PSDB, Jorge Pozzobom, proteja o PSDB?

Seriam as milhares de assinaturas que os governos do PSDB distribui nas escolas públicas de São Paulo? Não houvesse esta proteção sem vergonha, obscena, que varre a putaria tucana para debaixo do jornal será que o problema da corrupção política não teria uma solução mais rápida?! Será que a Folha vai continuar insistindo que só o PSDB pode corromper impunemente? Por que, do jeito que a Folha está tratando, fica parecendo que há corrupção boa, quando é pratica pelos parceiros da Folha, e corrupção ruim, quando é praticada pelos que a Folha odeia.

A desfaçatez da Folha se torna ainda mais despudorada quando basta escrever no “google” as palavras “beto richa e luiz abi” e aparecerá uma infinidade de informações, inclusive a forma de tratamento com que conhecidos até a prisão.

Pois bem, vamos ver como e o que dizem o que não estão subordinados a d. Judith Brito nem têm rabo preso com o PSDB:

Revista Veja: “Beto Richa defende primo preso e acusa Ministério Público de perseguição

Jornal GGN: “O álbum da família Richa, por Celso Nascimento

Paraná Online: “O fotógrafo Marcelo Caramori, ex-assessor especial do governo do Paraná, afirmou em depoimento ao Ministério Público que Luiz Abi Antoun seria o grande “caixa financeiro” de Beto Richa, sendo responsável por arrecadar dinheiro para campanhas eleitorais. Caramori foi preso em janeiro sob acusação de envolvimento em um esquema de exploração sexual de adolescentes.”

Gazeta do Povo: “Gaeco prende Luiz Abi, primo do governador Beto Richa” e “O parentesco entre Abi e Richa é confirmado pelo site do PSDB.

247: “Ao noticiar pela primeira vez uma delação premiada contra o governador tucano Beto Richa, do Paraná, a Folha inverte seus próprios padrões. Notica antes a defesa de Richa e só depois a acusação – e faz tudo isso numa tripa escondida no jornal.” e “Polícia prende Luiz Abi, primo e homem forte de Richa

O Cafezinho: “O suposto primo de Beto Richa e o suposto jornalismo da Folha

Huff Post Brasil:”Com primo investigado e crise das universidades, Beto Richa reenvia polêmico ‘pacotaço’ para Assembleia do Paraná”. 

Carta Capital: “Paraná: primo de Beto Richa é preso em Londrina”

 

 

Mas hoje, na Folha, você vai se deparar com este lixo aí abaixo:

PARANÁ

Empresário que se diz primo de tucano e mais seis tornam-se réus

DE SÃO PAULO – A Justiça tornou réus o empresário Luiz Abi Antoun, que se apresenta como primo do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), e outras seis pessoas. Eles são acusados de formação de organização criminosa, falsidade ideológica e fraude a licitação.

O empresário usaria a proximidade com Richa para demonstrar influência política.

O governo paranaense diz que a bisavó do tucano era irmã da avó de Abi Antoun e que, pelo Código Civil, isso não configura parentesco. A Folha não localizou o empresário.

03/01/2015

Até Cuba solta, mas Sininho continua presa

SininhoNão sou partidário da Sininho, mas há uma diferença de tratamento puramente ideológica! A Veja deu capa a ela e a chamou de “fada da baderna”.

Por que a Folha não se escandaliza com a prisão da integrante do Black-bloc que continua presa?! Seria por que as prisões brasileiras são melhores que as cubanas? Por que não há o mesmo enfoque para as arbitrariedades policiais brasileiras? Seria devido ao passado da Folha que não só financiou a OBAN como também emprestou suas peruas para transportarem os presos clandestinos para serem torturados, estuprados e mortos?! Por que a Folha chama Fidel e Raul Castro de ditadores mas nunca chamou Castelo Branco, Costa e Silva, Geisel e Figueiredo de ditadores? Seria por que nossos ditadores são melhores que os cubanos ou seria por ser esta uma exigência de quem a finanCIA?!

Cuba solta dissidentes presos em ato

Opositores participariam de atividade por liberdade de expressão convocada por artista

DIEGO ZERBATODE SÃO PAULO

A polícia de Cuba soltou nesta sexta-feira (2) os últimos 18 dissidentes que ainda estavam presos por participar de protestos contra o ditador Raúl Castro nesta semana.

As primeiras detenções foram feitas na terça (30), dia para o qual a artista Tania Bruguera convocou um ato cujo objetivo era deixar um microfone aberto para que os cubanos pudessem se expressar livremente na praça da Revolução, em Havana.

Segundo o presidente da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, Elizardo Sánchez, houve 80 detenções no período, sendo que 30 delas ocorreram no primeiro ato.

A última a ser libertada foi Bruguera, que havia sido transferida para uma delegacia do bairro de Diez de Octubre, na capital cubana.

Ela havia sido presa pela terceira vez na quinta (1º), em protesto que reivindicava a soltura dos opositores presos na cadeia de Calabazas. Em seguida, foi levada à delegacia, onde foi mantida sem comunicação com a família.

As libertações dos dissidentes presos em Calabazas começou durante a manhã. Dentre os soltos, está o jornalista Boris González Arenas, 38, historiador, professor de cinema e colunista do "Diario de Cuba", site independente sediado na Espanha.

O jornalista, que participaria do ato de Bruguera, foi preso no dia 30 minutos depois de sair de casa em Havana para ir ao protesto.

O pai dele, Fernando González Rey, disse à Folha que a companheira do filho só foi avisada da prisão no dia 1º, por meio da mulher de outro dissidente preso.

"Só fiquei sabendo quando uma amiga minha que mora na Espanha viu [a informação] no Diario de Cuba’. A partir daí, é que fui ligar para Havana", disse.

Segundo González Rey, que é professor de psicologia da UnB (Universidade de Brasília), esta foi a primeira vez que seu filho foi preso, apesar de já ter sido criticado por sua postura crítica.

"Boris faz um trabalho pacífico com jovens, de reflexão intelectual e crítica. Ele nunca pensou em sair de Cuba."

EUA

A sequência de prisões foi o primeiro episódio de repressão do regime cubano aos opositores após a retomada das relações com os EUA.

Na noite de quinta (1º), a presidente Dilma Rousseff elogiou o colega americano, Barack Obama, pela retomada das relações, em encontro com seu vice, Joe Biden.

Segundo relatos de participantes da conversa, Dilma disse que todos os países da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) defenderam o fim do bloqueio e a integração da ilha ao resto da América.

Colaborou ANDRÉIA SADI, de Brasília

    24/12/2014

    Folha falha em conter seu ódio ao PT

    folhFolha adota para a Prefeitura de São Paulo a lei Rubens Ricúpero: “o que é bom para a Prefeitura a Folha esconde; o que é ruim a Folha mostra”. Aplica o inverso em relação ao Governo do Estado. Tudo os problemas criados pelas sucessivas administrações do PSDB são sublimados, mas as boas são catapultadas para os píncaros da glória. Foi só a turma da Folha ser defenestrada da Prefeitura de São Paulo que ela se volta para a fiscalização das coisas municipais. Tudo o que o Fernando Haddad faz de bom, não aparece. Já os problemas, como estes provocados pela natureza, são levadas à capa.

    Quando a Folha porá na capa: Governo do Estado falha em fornecer água aos paulistas? Nunca! Jamais! A culpa pelo racionamento d’água é da “crise d’água”! Ou da falta dos R$ 3,5 bilhões que seu Geraldo foi pedir à Dilma! É essa diferença de tratamento que torna a Folha apenas um press release do PSDB e um panfleto de ódio ao PT.

    Por que não um poucou mais de equilíbrio?!

    Prefeitura falha em conter queda de árvore

    Desde 2003, ações patinaram e mantiveram ameaça durante chuva; em 24 h, mais de 20 árvores caíram e homem morreu

    Gestão Haddad diz que a Defesa Civil está montando grupo específico para identificar riscos

    EDUARDO GERAQUEDE SÃO PAULO

    A tentativa da prefeitura de mapear a situação das árvores de São Paulo e conter a queda delas principalmente em época de chuvas fracassa há mais de uma década.

    De 2003 para cá, ações com essa finalidade anunciadas pelas gestões Marta Suplicy (PT), Gilberto Kassab (PSD) e Fernando Haddad (PT) patinaram e se mostraram incapazes de atenuar a ameaça constante nos temporais.

    Na noite de segunda (22), um passageiro de táxi morreu após ser atingido em Higienópolis, no centro, por uma árvore que estava podre –conforme avaliação do tronco feita por um técnico.

    "A árvore deveria ter sido podada para reequilíbrio ou provavelmente substituída", afirma Marcos Buckeridge, professor da USP e botânico, que analisou a situação dos troncos no local do acidente.

    Mais de 20 outras árvores desabaram em 24 horas –uma delas, no fim da tarde desta terça (23), caiu no muro de uma escola na rua onde houve a morte no dia anterior.

    O sistema da prefeitura que cadastra reclamações aponta haver, só na Subprefeitura de Pinheiros, mais de 700 pedidos de podas. Ele revela casos em que as intervenções do poder público demoram até seis meses.

    Um levantamento divulgado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) em 2013 apontou que ao menos 15% das árvores na região dos Jardins estavam condenadas.

    Segundo especialistas, não é normal a quantidade de galhos e troncos que desabam durante um temporal de verão na cidade.

    Estimativas indicam que há mais de um milhão de árvores nas calçadas de São Paulo. A solução contra acidentes é um monitoramento constante, dizem os técnicos.

    Em 2003, a prefeitura chegou a anunciar um censo verde –mas ele acabou se limitando a 7.000 árvores.

    Em 2009, Kassab prometeu a análise de quase 100 mil árvores –mas nem 20% foram mapeados. No começo de 2013, após transtornos com as chuvas, a gestão Haddad disse que faria um novo mapeamento no prazo de até dois anos –questionada, não comenta se algo evoluiu.

    A prefeitura se limitou a dizer que a Defesa Civil Municipal "está constituindo um grupo específico de arborização para, neste período de chuvas, melhor avaliar, identificar e prevenir riscos".

    Ela afirmou que 53 equipes trabalham na manutenção de árvores e 79 na manutenção de áreas verdes da cidade e que, de janeiro a novembro, fez 95 mil podas, 13 mil remoções e 10 mil substituições.

    A chuva de segunda chegou a 79,4 mm –mais de um terço da média para dezembro inteiro, conforme aferição do Inmet no mirante de Santana (zona norte).

    A cidade amanheceu com alagamentos, panes em mais de cem semáforos e abertura de crateras nas vias.

    O nível dos reservatórios Alto Tietê e Guarapiranga subiu um pouco –mas, no Cantareira, ficou estável em 6,7% pelo quarto dia seguido.

    O tempo nublado e com chuviscos deve continuar nesta quarta (24). O sol volta a aparecer entre nuvens na quinta (25), dia de Natal.

    20/03/2014

    Futebol compra e paga

    Como diria o Barão de Itararé, quem se vende sempre recebe mais do que vale… E isso não acontece somente entorno do futebol. Na política o mercado de secos & molhados anda ainda mais movimentado. Basta ver quem são sempre os mesmos convidados para ocupar espaço nas telinhas, reportagens e programas de bote-boca!

    Ainda falta passar a limpo as relações de Grêmio e Inter com a RBS. Não se trata só de privilégios, de JABÁS, ou patrocínios… Ainda permanece mal explicado porque a RBS atacou fortemente o Inter quando da negociação do contrato com a  Andrade Gutierrez. Quais eram os interesses imobiliários que estavam por traz de tamanha campanha de difamação? E a contratação da Engage Eventos, pertencente ao Grupo RBS, para promover a festa de reinauguração do Beira-Rio tem algo a ver com pagamento ou compra? As penas de aluguel, como diria aquela ópera, “è mobile qual piuma al vento

    Não vou ao show de reinauguração só para não dar dinheiro para a RBS. Por uma questão de saúde, de sanidade mental, estarei sempre do lado oposto dos grupos mafiomidiáticos.

    O time do Bahia comprava jornalistas — mas a relação promíscua entre futebol e mídia não para ali

    Postado em 15 Mar 2014

    por : Roberto Amado

    bahia dinheiro

    O time do Bahia está passando por uma limpa e, com isso, expondo um mundo sujo na relação do jornalismo com a indústria do futebol. O Conselho Deliberativo do clube divulgou documentos mostrando que mais de 800 mil reais foram utilizados em “comunicação”, contemplando uma enorme lista de jornalistas locais, além de emissoras de rádio e TV. O radialista Jailson Barauna, por exemplo, aparece em duas situações. Pela “divulgação e promoção da marca Bahia e despesas com jogos” recebeu R$ 45.300. E mais cerca de R$ 40 mil em “passagens”.

    Outro radialista, Edson Marinho, teria recebido R$ 14 mil reais também em passagens, assim como Jéssica Senra, apresentadora do programa “Bahia no Ar”, da TV Record, beneficiada com um valor superior a 9 mil reais. A lista contempla também empresas de prestação de serviços em comunicação, como a Sport Gol, responsável pela veiculação de publicidade na Rádio Itapoan FM e produção de material ilustrativo — pelos quais teria recebido cerca de R$ 180 mil. E até mesmo familiares do ex-presidente Marcelo Guimarães Filho, como o primo e cunhado Helio de Oliveira, que recebeu R$ 112 mil para aluguel de “veículos”.

    As contas se referem ao período de 2006 a 2013 em que Marcelo Guimarães Filho presidia o clube — uma gestão polêmica com suspeitas de contratações abusivas, sonegação de impostos e briga com a torcida. O clube acabou sofrendo intervenção e, no ano passado, elegeu, pela primeira vez com a participação dos sócios, o então secretário de Relações Internacionais do Governo do Estado, Fernando Schmidt, que tirou licença para exercer a presidência.

    Schmidt promoveu a “transparência” no Bahia e as contas apareceram. “Um dos gastos, pagos pelo Bahia, é com a ‘transmissão de jogos’… ora, me poupem! É função do Bahia pagar pela ‘transmissão de jogos’?”, disse ele.

    Os jornalistas envolvidos alegam que os valores são para publicidade, o que não seria ilegal, apenas “antiético”.  Além disso, as passagens seriam doadas para a cobertura dos jogos do time. Não parece ser uma conduta “normal” times populares como o Bahia pagar por publicidade em programas de rádio. O mesmo pode-se dizer sobre passagens para jornalistas cobrirem jogos. Muitas instituições fazem esse tipo de oferta, mas dificilmente são clubes. Em geral, envolvem eventos ou torneios de esportes com mídia especializada que nem sempre tem recursos para bancar seus jornalistas em viagens deste tipo. Essa relação promíscua é o velho “jabá” — ou seja, presentes, facilidades ou até mesmo dinheiro oferecidos a jornalistas em troca de matérias publicadas.

    No caso das contas do Bahia, os jabás se proliferam de maneira constrangedora. Garrafas de uísque, contas astronômicas em restaurantes e até escândalos de alcova — Jéssica Senra foi citada no relatório de auditoria do clube por ter se hospedado em um quarto duplo com o ex-presidente, no Marriott Hotel, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Benedito Lopes, por exemplo, contemplado com R$ 5700 para “despesas com jogos e transmissões” e mais 54 passagens com valor superior a 32 mil reais explicou, em entrevista à mídia local, que se tratava de “acordos comerciais”: “Era o complemento do comercial com o esporte da rádio. Como eu era o setorista, eu ia lá e pegava. Por isso que meu nome físico está ali. Eu tinha que assinar, senão o Bahia não liberava. Se fosse jabá, eu iria assinar recibo com meu nome? Era uma parceria de todos os jogos”.

    O futebol é um grande negócio que depende da mídia. Muitos dos programas e coberturas esportivas que você assiste na TV, por exemplo, são pagos regiamente por federações ou empresas promotoras dos eventos. E a relação do Bahia com a mídia não é um caso único. Jornalistas e empresas de jornalismo fazem acordos das mais variadas naturezas. O Bahia, com sua política de transparência, é provavelmente apenas a ponta do iceberg — um exemplo de esforço para limpar a casa antes que ela desabe.

    Sobre o Autor

    Jornalista, escritor, cineasta e advogado.

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