Por que a velha mídia se escandaliza com um charge que desnuda o caráter dos membros do Golpe Paraguaio mas nunca se escandalizou com estas duas imagens?! Por que a mídia não se escandalizou com os fascistas que atacaram a dama que ousou vestir vermelho? Ou por que a mídia não cobrou providências da polícia para os que jogaram uma bomba no Instituto Lula?
A hipocrisia dessa gente não tem limites. Fazem um barulho ensurdecedor por causa de uma charge do Laerte, mas congratulam-se com as grosserias do Danilo Gentili. A única coisa que explica este comportamento é a velha Lei Rubens Ricúpero. Todos hão de lembrar que numa transmissão televisiva da Rede Globo, Carlos Monforte e Rubens Ricúpero promulgaram a Lei jamais descumprida pelos velhos a$$oCIAdos do Instituto Millenium: “esconder o que é bom para o governo, e só mostrar o que é ruim para o governo”, que vem a ser a outra face, de mostrar só que é bom para seus interesses golpistas e esconder a mão que dá o golpe. O que fez o Estadão com o vazamento da Polícia Federal, ponde uma tarja preta no nome de José Serra não escandalizou, mas não era piada. Quando a Reuters publicou uma entrevista “podemos tirar, se achar melhor”, qual foi a repercussão no velho coronelismo eletrônico?
Por acaso, é a mesma mídia que até hoje não cobra explicações sobre o sumiço de helipóptero com 450 kg de cocaína?! Não querem saber quem era o dono do helicóptero, do pó, da fazenda, os amigos e para que serviria o dinheiro da venda do pó. Será que não seria para lubrificar a campanha do Napoleão das Alterosas?! São perguntas que permanecem no ar.
Laerte sobre charge: ‘agressiva, mas não ofensiva’
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Cartunista explica sua intenção ao produzir uma charge que causou polêmica na semana passada, após os protestos contra a presidente Dilma no domingo 16; segundo ela, muitos manifestantes tiraram selfies ao lado de PMs e as "reproduziram fartamente", o que demonstra "apoio a uma corporação que vem sendo apontada como uma das mais envolvidas em mortes de pessoas, no país"; "O que busquei foi juntar as pontas desses fatos sociais e estimular a reflexão", afirma
23 de Agosto de 2015 às 07:41
247 – Após os protestos contra a presidente Dilma Rousseff no domingo passado (16), a cartunista Laerte causou polêmica ao publicar uma charge de manifestantes tirando selfies com bandidos, em uma alusão às selfies de manifestantes com PMs tiradas durante os atos, segundo ela, "reproduzidas fartamente" nas redes sociais.
Neste domingo, na coluna da Ombudsman da Folha de S. Paulo, ela explicou sua intenção e disse reconhecer ter produzido "uma imagem agressiva, mas não a considero ofensiva. Acho que está à altura da gravidade do momento que atravessamos." Laerte pede desculpas "a quem se sentiu ofendido".
"Muitos manifestantes tiraram selfies ao lado de PMs e as reproduziram fartamente nas redes sociais, transformando esse gesto num ícone de todas as marchas até agora. Essas pessoas não estavam confraternizando com soldados específicos –estavam demonstrando apoio a uma corporação que vem sendo apontada como uma das mais envolvidas em mortes de pessoas, no país (segundo esta Folha, no primeiro semestre, foram 358 mortes "em confronto").", escreve Laerte.
A cartunista diz ainda que "não existe imagem genérica de manifestantes ou de policiais. São grupos constituídos por pessoas com grande diversidade de propósitos. Toda redução será, em algum grau, injusta –mas charges não podem deixar de fazê-las, porque trabalham com representações simbólicas".
Laerte sobre charge: ‘agressiva, mas não ofensiva’ | Brasil 24/7
A vida em preto e branco
Quando o reducionismo é demasiado, a charge perde a sutileza e descamba para o estereótipo fácil
Se nem o horóscopo escapou do bombardeio, não seriam as charges, com seu alto poder corrosivo, que passariam impunes nestes tempos beligerantes. Nos últimos meses, leitores têm reclamado aqui e ali de um suposto desequilíbrio nos cartuns da página de Opinião (A2), que veem como majoritariamente tendendo à "esquerda" –o que, na linguagem atual, significa pró-governo.
Não entro no mérito da discussão ideológica. Explico sempre que cartunistas pertencem ao território franco da opinião e têm ampla liberdade de expressão. Nenhuma charge, porém, havia provocado até agora tanta reação como a de Laerte veiculada na terça-feira (18).
"A charge extrapolou os limites do bom senso, do respeito e até da provocação", esbravejou a leitora Ana Paula Costa Pacheco e Silva. "Minha ojeriza não se deu pela opinião divergente da minha, mas pela agressividade e o desprezo demonstrados ao identificar os opositores do governo Dilma como apoiadores de bandidos assassinos."
Sempre fui fã de Laerte, para mim, a pena mais inquieta de um trio genial, complementada por Angeli e Glauco (1957-2010). Laerte é cartunista com autonomia de voo ímpar, capaz de transitar com desenvoltura por temas muito díspares, ainda que sua produção nos últimos anos tenha enveredado por uma trilha irregular e mais hermética.
Não há como negar, contudo, que ela pesou a mão. Na resposta que voluntariamente quis enviar aos leitores que me procuraram (leia texto ao lado), Laerte escreve que "toda redução será, em algum grau, injusta –mas charges não podem deixar de fazê-las, porque trabalham com representações simbólicas". Endosso o conceito, mas questiono esse "algum grau". Quando o reducionismo é demasiado (e acho que foi), a mensagem perde o refinamento e descamba para o estereótipo.
Não por acaso, logo após a publicação do cartum, começou a circular pelas redes sociais uma versão apócrifa, com as "representações simbólicas" trocadas. Uma inversão facilitada pela leitura rasa: se tirar selfie com PM é apoiar assassinatos, quem defende Dilma e Lula é conivente com a corrupção. Para desqualificar o adversário, vale apelar a ideias simplistas e sofismas que encaixotam na mesma fôrma unidimensional gente de todo tipo.
O leitorado mais equilibrado não engole essa dicotomia simplista nem uma diversidade calcada em polos opostos. "A verdade é que alternar opiniões de radicais dos dois lados não atende àqueles que procuram algum bom senso na busca de uma sociedade mais unida e democrática", escreveu Ivan Casella.
Parte dos leitores cobra, com razão, a responsabilidade do jornal, que afinal autorizou a publicação.
A Direção de Redação informa que monitora textos e imagens para detectar situações que possam implicar crimes contra a honra (calúnia, injúria e difamação). "Nestes casos, procura-se o autor previamente para alertá-lo das consequências possíveis. A charge não incorreu nesse risco, embora tenha conotado um ataque forte e bastante discutível contra parcela significativa da população e do nosso público leitor. Em seu compromisso com o equilíbrio e a pluralidade, a Folha tem procurado veicular as reações, como atestam as edições do Painel do Leitor de quarta (19) e quinta (20)."
"Não existe imagem genérica de manifestantes ou de policiais. São grupos constituídos por pessoas com grande diversidade de propósitos. Toda redução será, em algum grau, injusta –mas charges não podem deixar de fazê-las, porque trabalham com representações simbólicas."
"Muitos manifestantes tiraram selfies ao lado de PMs e as reproduziram fartamente nas redes sociais, transformando esse gesto num ícone de todas as marchas até agora. Essas pessoas não estavam confraternizando com soldados específicos –estavam demonstrando apoio a uma corporação que vem sendo apontada como uma das mais envolvidas em mortes de pessoas, no país (segundo esta Folha, no primeiro semestre, foram 358 mortes "em confronto")."
"Os recentes assassinatos apontam, segundo as investigações, para ação motivada por vingança, por parte de policiais. O que busquei foi juntar as pontas desses fatos sociais e estimular a reflexão."
"Reconheço que produzi uma imagem agressiva, mas não a considero ofensiva. Acho que está à altura da gravidade do momento que atravessamos."
"Peço desculpas a quem se sentiu ofendido." (Laerte)