Folha adota para a Prefeitura de São Paulo a lei Rubens Ricúpero: “o que é bom para a Prefeitura a Folha esconde; o que é ruim a Folha mostra”. Aplica o inverso em relação ao Governo do Estado. Tudo os problemas criados pelas sucessivas administrações do PSDB são sublimados, mas as boas são catapultadas para os píncaros da glória. Foi só a turma da Folha ser defenestrada da Prefeitura de São Paulo que ela se volta para a fiscalização das coisas municipais. Tudo o que o Fernando Haddad faz de bom, não aparece. Já os problemas, como estes provocados pela natureza, são levadas à capa.
Quando a Folha porá na capa: Governo do Estado falha em fornecer água aos paulistas? Nunca! Jamais! A culpa pelo racionamento d’água é da “crise d’água”! Ou da falta dos R$ 3,5 bilhões que seu Geraldo foi pedir à Dilma! É essa diferença de tratamento que torna a Folha apenas um press release do PSDB e um panfleto de ódio ao PT.
Por que não um poucou mais de equilíbrio?!
Prefeitura falha em conter queda de árvore
Desde 2003, ações patinaram e mantiveram ameaça durante chuva; em 24 h, mais de 20 árvores caíram e homem morreu
Gestão Haddad diz que a Defesa Civil está montando grupo específico para identificar riscos
EDUARDO GERAQUEDE SÃO PAULO
A tentativa da prefeitura de mapear a situação das árvores de São Paulo e conter a queda delas principalmente em época de chuvas fracassa há mais de uma década.
De 2003 para cá, ações com essa finalidade anunciadas pelas gestões Marta Suplicy (PT), Gilberto Kassab (PSD) e Fernando Haddad (PT) patinaram e se mostraram incapazes de atenuar a ameaça constante nos temporais.
Na noite de segunda (22), um passageiro de táxi morreu após ser atingido em Higienópolis, no centro, por uma árvore que estava podre –conforme avaliação do tronco feita por um técnico.
"A árvore deveria ter sido podada para reequilíbrio ou provavelmente substituída", afirma Marcos Buckeridge, professor da USP e botânico, que analisou a situação dos troncos no local do acidente.
Mais de 20 outras árvores desabaram em 24 horas –uma delas, no fim da tarde desta terça (23), caiu no muro de uma escola na rua onde houve a morte no dia anterior.
O sistema da prefeitura que cadastra reclamações aponta haver, só na Subprefeitura de Pinheiros, mais de 700 pedidos de podas. Ele revela casos em que as intervenções do poder público demoram até seis meses.
Um levantamento divulgado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) em 2013 apontou que ao menos 15% das árvores na região dos Jardins estavam condenadas.
Segundo especialistas, não é normal a quantidade de galhos e troncos que desabam durante um temporal de verão na cidade.
Estimativas indicam que há mais de um milhão de árvores nas calçadas de São Paulo. A solução contra acidentes é um monitoramento constante, dizem os técnicos.
Em 2003, a prefeitura chegou a anunciar um censo verde –mas ele acabou se limitando a 7.000 árvores.
Em 2009, Kassab prometeu a análise de quase 100 mil árvores –mas nem 20% foram mapeados. No começo de 2013, após transtornos com as chuvas, a gestão Haddad disse que faria um novo mapeamento no prazo de até dois anos –questionada, não comenta se algo evoluiu.
A prefeitura se limitou a dizer que a Defesa Civil Municipal "está constituindo um grupo específico de arborização para, neste período de chuvas, melhor avaliar, identificar e prevenir riscos".
Ela afirmou que 53 equipes trabalham na manutenção de árvores e 79 na manutenção de áreas verdes da cidade e que, de janeiro a novembro, fez 95 mil podas, 13 mil remoções e 10 mil substituições.
A chuva de segunda chegou a 79,4 mm –mais de um terço da média para dezembro inteiro, conforme aferição do Inmet no mirante de Santana (zona norte).
A cidade amanheceu com alagamentos, panes em mais de cem semáforos e abertura de crateras nas vias.
O nível dos reservatórios Alto Tietê e Guarapiranga subiu um pouco –mas, no Cantareira, ficou estável em 6,7% pelo quarto dia seguido.
O tempo nublado e com chuviscos deve continuar nesta quarta (24). O sol volta a aparecer entre nuvens na quinta (25), dia de Natal.
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