A máfia, assim como o tango, legou ao mundo termos próprios. Do lunfardo, por exemplo, temos o verbete “tira” para designar policiais. Da máfia, temos o pizzu, que é a cota-parte devida pela proteção mafiaosa, que em São Paulo alcança a cifra de R$ 70 mil reais. Outro termo introduzido no sistema de delação premiada conduzida para pegar Lula, é Omertà. Tudo o que diz respeito ao Aécio Neves é jogado para debaixo do tapete, como vem acontecendo com ele desde os tempos da ditadura. Aécio pode exercer dois cargos, simultaneamente, em Brasília e Minas, enquanto estudava no Rio de Janeiro. Ele pode construir aeroportos em terras da família (Tio Quedo) e usar e abusar dos helipópteros do governo de Minas, pode ter uma irmã na Secretaria de Comunicação, Andrea Neves, para distribuir recursos públicos em suas rádios e jornais, pode ser acusado no decorrer da Operação Lava Jato que nada lhe acontece. Em relação ao PSDB em geral, como admitiu o Jorge Pozzobom e até a Folha em editorial, e ao Aécio em particular, há uma verdadeira Omertà!
Delatores da Lava Jato preservaram Aécio
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Em acordo de delação premiada em troca de redução de pena, doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa indicaram que iriam revelar, entre outros casos, crime de corrupção cometido pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) em estatal do setor elétrico; "Toda e qualquer obra realizada em Furnas possuía comissionamento. Se especula que quem recebia por Aécio Neves era a pessoa de sua irmã", aponta documento assinado no MP; no entanto, à força-tarefa, Youssef não apresentou provas e preservou o tucano; inquérito contra o ex-presidenciável foi arquivado
4 de Maio de 2015 às 05:37
247 – Ao assinar os acordos de delação premiada, o doleiro Alberto Youssef e ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa prometeram revelar, entre outros casos, crime de corrupção cometido pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) em estatal do setor elétrico.
"Toda e qualquer obra realizada em Furnas possuía comissionamento. Se especula que quem recebia por Aécio Neves era a pessoa de sua irmã", aponta documento assinado no MP.
No entanto, na fase de depoimentos à força-tarefa, Youssef não cumpriu com o acordo e preservou o tucano.
O doleiro afirmou apenas que o ex-deputado José Janene (PP-PR), morto em 2010, havia dito que Aécio "dividia" com ele propinas de Furnas, mas não apresentou provas. O inquérito contra o ex-presidenciável acabou arquivado.
Costa também apontaria pagamentos de propinas para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e seu colega Romero Jucá (PMDB-RR), mas não levou a questão adiante.
Leia aqui reportagem de Flavio Ferreira sobre o assunto.