Ficha Corrida

01/09/2016

Assas JB Corp, um oportunista tabajara

Filed under: Assas JB Corp,Cinismo,Hipocrisia,Joaquim Barbosa,Oportunismo — Gilmar Crestani @ 7:49 am
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jb servical-casa-grandeNão há nada pior no ser humano do que o cinismo e a hipocrisia.

E, não acaso, estas duas caraterísticas estão presentes em Joaquim Barbosa. Isso também não significa que ele seja um “ponto fora da curva”, não. O que se pode esperar de alguém que admite que houve chicana na Ação 470: “foi feito pra isso, sim”?!

O que distingue Joaquim Barbosa de Eduardo CUnha? Por acaso Assas JB Corp não usou de subterfúgios para comprar um apartamento em Miami por U$ 10 dólares?!

Por que JB não explica porque sua aposentadoria foi mais rápida que Usain Bolt. A senha, em forma de estatueta,  está aqui.  

Joaquim Barbosa, ao fugir do julgamento do Mensalão do PSDB deixou marcado nas paredes do STF sua verdadeira estatura moral.

Ele, sim, um patético ministro tabajara!

Joaquim Barbosa dispara contra discurso "patético" de Temer e "impeachment tabajara"

Ex-presidente do STF denunciou constrangimento do país com "forças conservadoras que tomaram o Congresso"

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, fez manifestações contundentes contra o impeachment de Dilma Rousseff, nesta quarta-feira. Através do Twitter, o relator do Mensalão classificou o primeiro discurso oficial de Michel Temer como presidente de "patético" após a concretização de um "impeachment tabajara".

Taxativo, Barbosa salientou que a fala oficial não irá convencer a população. "O homem parece acreditar piamente que terá o respeito e a estima dos brasileiros pelo fato de agora ser presidente. Engana-se", disparou o ex-presidente do STF.

Além das críticas ao processo no Senado e a Temer, Barbosa salientou que o ocorrido concretiza um plano "constrangedor". "De repente, forças políticas altamente conservadoras tomaram o comando no Brasil", salientou, escrevendo inclusive em inglês.

"Eles dominam o Congresso. Cercam o novo presidente, um político comparável aos antigos ‘caudilhos’", reforçou Barbosa. "Além disso, são a força que dirige a mídia, inclusive as emissoras de TV", relatou.

Correio do Povo | Notícias | Joaquim Barbosa dispara contra discurso "patético" de Temer e "impeachment tabajara"

07/08/2016

Folha de São Paulo bota seu articulista na capa

OBScena: capa da Folha explica porque Lula “teria que saber” mas a Folha, não: Serra aparece; Lula, não!

Fsp 07082016

Lula teria que saber que a Folha sabia de tudo o que se passa sobre seus olhos, afinal ela não é um veículo de informação. Se um veículo de informação, que tem entre seus colaboradores José Serra e Aécio Neves não sabe, porque Lula teria que saber? Seria porque eles reputam Lula mais inteligente que eles?!

A Venezuela é aqui, Clóvis Rossi! Porque desta obsessão com a Venezuela de Maduro mas silencias sobre a Argentina de Maurício Macri? Seria pelos mesmos motivos que silenciam sobre Serra, Aécio, FHC & Alckmin, mas caçam Lula?! Há quantos anos sabes do Rouboanel e nunca te pronunciastes sobre ele?

José Tarja Preta Serra, de São Paulo, Rodrigo de Grandis, de São Paulo, Alstom & Siemens, do Rodoanel, de São Paulo. PCC, FHC, Alckmin, SABESP, todos de São Paulo. E a Folha de São Paulo descobre só agora o que todos estamos carecas de saber.

São Paulo é a loco motiva do Brasil. Sede da Folha, Veja, Estadão e Instituto Millenium onde a plutocracia não só rouba medalhas, compra pato por lebre. Busca ternos em Miami e medalhas nos bolsos do José Maria Marin.

E aí a plutocracia vaza, publica e caça Lula porque ele “teria de saber” de todos os roubos. Mas a Folha, que tem entre seus colunistas José Serra, Aécio Neves, mesmo sendo um veículo de comunicação, que vive de vender informação, não tinha esse conhecimento?! Ora, ora, ora. A Suíça mandou toneladas de informações sobre José Serra e o PSDB, mas o MPF/SP só é rápido para caçar Lula.

E não é acreditável que mais uma vez aparecem nomes dos ilustres arautos do golpe paraguaio e não aparece Dilma nem Lula? Sim, rápida no gatilho a cleptocracia já conjuga o verbo no futuro: “Santana falará à Procuradoria que Dilma sabia de caixa dois, diz revista. A Folha e a Veja leem pensamento mas não sabem o que acontece sob seus olhos. Aliás, como também não sabiam e continuaram fazendo de conta que não sabem que João Dória Jr. lava no Panama Papers. A Dilma sabia como o marqueteiro recebia, mas a Folha não sabia como seu articulista recebia!

Marcelo Odebrecht disse que entregou dinheiro vivo a Michel Temer, Eliseu Padilha, José Serra, Antonio Anastasia. Entendeu porque Lula deve ser caçado? Estão aí as provas. Lula “teria de saber” que a Odebrecht entregava dinheiro vivo aos seus detratores, ora bolas, e não fez nada para impedir! Lula é tão ladrão, mas tão ladrão que o produto do seu roubo é entregue em dinheiro vivo para seus adversários políticos. Isso lá não é motivo para confundir Hegel com Engels?

E o suprassumo dessa hiPÓcrisia do Golpe Paraguaio: José Serra foi designado Ministro das Relações exteriores porque a Odebrecht depositou pra ele no exterior….

A pergunta que não quer calar: Quantos pedalinhos podem ser comprados com R$ 23 milhões?!

José Serra recebeu R$ 23 milhões via caixa dois, afirma Odebrecht

Alan Marques – 1º.ago.16/Folhapress

BRASÍLIA, DF, BRASIL, 01.08.2016. O ministro das Relações Exteriores, José Serra, discursa no púlpito da Presidência da República (por engano) durante a Cerimônia para a troca de Cartas de Reconhecimento de Equivalência dos Controles Oficiais de Carne Bovina entre o Brasil e o EUA (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, discursa em evento

BELA MEGALE
ENVIADA ESPECIAL A CURITIBA

07/08/2016 02h00

Executivos da Odebrecht afirmaram aos investigadores da Operação Lava Jato que a campanha do hoje ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP), à Presidência da República, em 2010, recebeu R$ 23 milhões da empreiteira via caixa dois.

Corrigido pela inflação do período, o valor atualmente equivale a R$ 34,5 milhões.

A revelação foi feita a procuradores da força-tarefa da operação e da PGR (Procuradoria-Geral da República), na semana passada, por funcionários da empresa que tentam um acordo de delação premiada.

Durante a reunião, realizada na sede da Polícia Federal em Curitiba, os executivos disseram que parte do dinheiro foi entregue no Brasil e parte foi paga por meio de depósitos bancários realizados em contas no exterior.

As conversas fazem parte de entrevistas em que os possíveis delatores da Lava Jato corroboram informações apresentadas pelos advogados na negociação da delação premiada.
O acordo, entretanto, ainda não foi assinado.

Editoria de Arte/Folhapress

Suspeita de caixa 2 de Serra

Para comprovar que houve o pagamento por meio de caixa dois, a Odebrecht vai apresentar extratos bancários de depósitos realizados fora do país que tinham como destinatária final a campanha presidencial do então candidato.

Segundo informações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a empreiteira doou em 2010 R$ 2,4 milhões para o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República de Serra (R$ 3,6 milhões em valores corrigidos).

Dessa maneira, a campanha do tucano teria recebido, apenas do grupo baiano, R$ 25,4 milhões, sendo R$ 23 milhões "por fora".

DELAÇÃO

Os envolvidos nas negociações consideram o tema um dos principais anexos que integram a pré-delação da empresa. É primeira vez que o tucano aparece envolvido em esquemas de corrupção por potenciais colaboradores da operação que investiga desvios na Petrobras.

Em conversas futuras com os procuradores, os executivos também pretendem revelar que o ministro das Relações Exteriores era tratado pelos apelidos de "Vizinho" e "Careca" em documentos da empreiteira.

ACARAJÉ

O nome do tucano foi um dos que apareceram na lista de políticos encontrada na casa do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, durante a 23ª fase da Lava Jato, a Acarajé, em fevereiro.

A Folha também apurou que funcionários da companhia relatarão que houve propina paga a intermediários de Serra no período em que ele foi governador de São Paulo (de 2007 a 2010) vinculados à construção do trecho sul do Rodoanel Mário Covas.

O trecho em questão teve construção iniciada no primeiro ano da gestão do tucano e foi orçado em R$ 3,6 bilhões na época.

Na última quinta-feira (4), o ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, falou pela primeira vez aos procuradores que investigam o petrolão. Ele está preso há mais de um ano na Lava Jato.

A reunião, realizada com nove procuradores e cinco advogados na superintendência da Polícia Federal de Curitiba, onde Marcelo está preso, começou por volta das 10h e terminou quase sete horas depois.
Ao longo da conversa, o executivo foi cobrado pelos investigadores a falar de maneira "explícita" dos atos de corrupção, "sem rodeios".

O ex-presidente do grupo vinha se preparando havia meses para esse dia, com reuniões semanais com advogados. Na véspera da oitiva, ele recebeu as visitas da mulher, Isabela, e das três filhas para lhe dar apoio.

‘LIÇÃO DE CASA’

Além de Marcelo Odebrecht, cerca de 30 executivos da empreiteira deram depoimentos em Curitiba.

As oitivas foram duras. Alguns executivos chegaram a ser chamados de mentirosos pelos investigadores. Parte foi ordenada a fazer a "lição de casa", trazendo mais informações sobre casos que interessam aos procuradores.

OUTRO LADO

O ministro das relações exteriores, José Serra (PSDB-SP), afirmou, por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa, que a campanha dele durante a disputa a Presidência da República em 2010 foi conduzida em acordo com a legislação eleitoral em vigor.

O tucano disse também que as finanças de sua disputa pelo Palácio do Planalto eram de responsabilidade do partido, o PSDB.

Ainda em nota, José Serra reiterou que ninguém foi autorizado a falar em seu nome.

"A minha campanha foi conduzida na forma da lei e, no que diz respeito às finanças, era de responsabilidade do partido", afirmou.

Segundo a prestação de contas da campanha tucana no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República, do PSDB, declarou ter recebido R$ 2,4 milhões da empreiteira na disputa de 2010.

Sobre o suposto pagamento de propina a intermediários do tucano quando ele foi governador do Estado de São Paulo, entre 2007 e 2010, e que teriam relação com a construção do trecho sul do Rodoanel, o ministro disse que considera "absurda a acusação".

"Até porque a empresa em questão já participava da obra quando assumi o governo do Estado."


21/02/2016

Dossiê Miriam Dutra

O que interessa não são as relações de FHC com Miriam Dutra, nem o uso de Jorge Bornhausen, via Brasif, para manter a teúda e manteúda do Coronel Ponciano do PSDB. O que interessa é o papel de uma mídia bandida que usa do comércio de informações, mediante o finanCIAmento de suas ações, para atacar uns e alcovitar outros.

Se houvesse qualquer laivo de honestidade nos assoCIAdos do Instituto Millenium não precisaria ter esperado a popularização das redes sociais para trazer à público aquilo que já o era à época. O moralismo seletivo dos grupos mafiomidiáticos é tão ou mais ofensivo que a conduta do velho fauno.

O escândalo da Parabólica, perpetrado pelos parentes Carlos Monforte e Rubens Ricúpero, é apenas mais um capítulo insosso da relação incestuosa dos grupos mafiomidiáticos com os varões do golpe paraguaio. A literal putaria envolvendo FHC e a velha mídia se inscreve naquele capítulo da Bíblia que fala de Sodoma e Gomorra. Fica, assim, provado que a há mais bandidos na velha mídia que nos presídios de segurança máxima Brasil afora.

E ainda pior, se é que pode piorar, fica o papel da PF e do MPF. Onde eles hibernaram, e a que preço, este tempo todo? Se não tiverem nada a dizer, pelo menos devolvam o salário para não serem apelidados de boys do Bornhausen. Afinal, porque uma concessão pública, como a Brasif, fazia e desfazia como se no mundo estivesse só e mal acompanhada?!

O jornalismo alcoviteiro saiu em defesa de FHC. Alegam que o filho sequer é de FHC. Ora bolas, se não é que outras coisas a Miriam Dutra sabia a ponto de faze-lo assumir filho que não era seu?! Como, não sendo seu, usou da caneta de presidente para mante-la em silêncio? O que a Rede Globo lucrou com esta promiscuidade? São muitas as perguntas, não maior que aquela que cabe completa e inteira às instituições “republicanas”  MPF/PF: onde vocês estavam?

 

EXCLUSIVO: Mírian Dutra diz que Globo foi beneficiada com dinheiro do BNDES ao ‘exilá-la’

por Joaquim de Carvalho 20 de fevereiro de 2016

Mirian Dutra

Mirian Dutra

Esta é a primeira matéria da série sobre a reeleição de Fernando Henrique Cardoso. O projeto foi financiado pelos leitores através de um crowdfunding na plataforma Catarse. Fique ligado.

Existem muitas maneiras de entender o que foi e como foi executado o projeto de poder que resultou na aprovação da emenda que permitiu a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso, mas duas são particularmente reveladoras.

Uma delas é traçar o perfil dos deputados acreanos que venderam o voto para mudar a Constituição por R$ 200 mil reais em 1997 (R$ 923 mil corrigidos pelo IGP-M até janeiro deste ano).

A outra maneira de buscar um quadro mais nítido do episódio da reeleição é entrevistando a jornalista Mirian Dutra Schmidt, que conhece Fernando Henrique Cardoso como poucos e viveu esse período como “exilada” na Europa, por ter um filho que ela diz ser dele.

Percorri os dois caminhos, e o que emergiu foi uma história que une as duas práticas. Uma delas é a da política do Brasil profundo, de fronteira, onde a moeda sonante é o argumento mais eficaz para mudar consciências.

A outra prática é a do Brasil central, com políticos e profissionais de comunicação que trocam o silêncio por prestígio ou poder e, no final das contas, acabam por transferir riqueza a grupos privilegiados.

Vamos começar esta série pelo episódio atual, Mirian Dutra, que deu entrevista à revista Brazil com Z (publicação para brasileiros que vivem na Europa) e falou pela primeira vez de seu relacionamento com Fernando Henrique Cardoso.

Mirian se formou em jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina e, em 1982, aos 22 anos de idade, ancorava em Florianópolis pela RBS (afiliada da Globo) o horário local do TV Mulher.

“Para mim, aconteceu tudo muito rápido. Eu era estudante, trabalhava na rádio Itapema e fui chamada para apresentar o TV Mulher, logo depois apresentava no jornal do almoço um quadro sobre turismo em Florianópolis”, diz Mirian.

Nesse período, casou-se com um fotógrafo e teve uma filha, Isadora. O casamento durou cerca de um ano. “Eu queria cobrir política, era minha paixão e pedi à Globo outro local para trabalhar. Me ofereceram apresentar o jornal local de Minas, mas eu queria política e fui para a Manchete em Brasília”, diz.

Ela chegou à capital da República em 1985, com 24 anos de idade e uma filha de um ano e meio. Seis meses depois, Antônio Britto deixou a TV Globo para ser porta-voz de Tancredo Neves, e, com os remanejamentos internos da Globo em Brasília, surgiu uma vaga para trabalhar no Bom Dia Brasil.

“Eu fui a primeira mulher a trabalhar no Bom Dia Brasil, porque o trabalho lá é difícil. Tem que levantar às 4 da manhã e dormir às 7 da noite. Eu era divorciada, mulher casada que trabalha no ritmo desses perde o casamento.”

O casamento da sucessora dela no Bom Dia Brasil, a jornalista Beatriz Castro, não resistiu seis meses.

Eram os dias de intensa cobertura em Brasília, por causa da doença e morte de Tancredo Neves e do início do governo José Sarney, o primeiro civil depois de 20 anos de ditadura militar, quando Mirian conheceu Fernando Henrique Cardoso no restaurante Piantella.

O Piantella, hoje propriedade do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, era reduto de políticos e jornalistas. Ali costumavam ocorrer às terças-feiras jantares que definiam a pauta do Congresso, primeiro com Ulysses Guimarães à frente, depois Luiz Eduardo Magalhães e, mais recentemente, Michel Temer.

Como bebida destrava a língua, para jornalistas era um prato cheio frequentar o Piantella. Mirian conta que estava jantando com colegas de profissão quando Fernando Henrique Cardoso chegou e foi convidado para se sentar à mesa.

Era 1985, e Fernando Henrique Cardoso estava cotado para disputar a prefeitura de São Paulo, o que viria a ocorrer. “Eu admirava o Fernando Henrique pelos livros que ele tinha escrito, mas não pintou nada, nada”, diz.

Na versão dela, depois de muitos telefonemas, com Fernando Henrique ‘dizendo que estava apaixonado’, os dois começaram a namorar. Em 1991, quando Collor cogitou levar Fernando Henrique para o Ministério das Relações Exteriores, Mirian o desaconselhou, por cobrir o governo.

“Ele chegou em casa às duas horas da manhã, depois da reunião em que o Mário Covas foi contra o PSDB entrar no governo, e disse: ‘Você acabou com a minha vida’”.

FHC com Covas: “Ele chegou em casa às duas horas da manhã, depois da reunião em que o Mário Covas foi contra o PSDB entrar no governo, e disse: ‘Você acabou com a minha vida’”

FHC com Covas: “Ele chegou em casa às duas horas da manhã, depois da reunião em que o Mário Covas foi contra o PSDB entrar no governo, e disse: ‘Você acabou com a minha vida’”

Alguns meses depois, segundo ela, Fernando Henrique repetiria algo nessa linha, ao dizer que Mirian não poderia levar adiante a gravidez anunciada. “Você pode ter filho de quem quiser, menos meu.”

Segundo Mirian, estava foi a última vez que os dois falaram como namorados. “Para mim, acabou. Vi o tipo de homem que era.”

Pergunto: mas Fernando Henrique era o pai da criança?

“Claro que é.”

Mas e os DNAs posteriores, que provam o contrário?

“Ele diz que fez os exames nos Estados Unidos e o correto teria ter sido feito na minha presença, com a coleta do meu sangue. Por que fez lá? Por que demorou tanto para fazer, se eu pedi que fizesse quando fiquei grávida?”

Mirian diz estar disposta a um novo exame e afirma que tentou convencer seu filho a fazê-lo.

“Mas ele não quis. O Fernando Henrique deu a ele o que eu, como jornalista, nunca poderia dar: estudo de graduação na Georgetown University, uma das mais conceituadas do mundo, 60 mil dólares por ano, no mínimo, bancou sua permanência lá, e depois deu um apartamento de 200 mil euros, cash, em Barcelona. Para o Tomás (nome do filho), está bem feito. Para que questionar?”

Aspectos privados da vida de Fernando Henrique, Mirian Dutra e do filho dela pertencem a eles, mas o assunto deixou a esfera da privacidade quando o então senador Fernando Henrique, líder do PSDB e um dos formuladores da política em Brasília, colocou em marcha a engrenagem de mídia para iludir a opinião pública.

“O Fernando Henrique me ligou várias vezes e me pediu que recebesse a revista Veja em Florianópolis, onde eu estava para ganhar o bebê, e dissesse que o filho era de outra pessoa. Era uma coisa meio esquisita. Quem eu era para aparecer na Veja?”

Uma fotógrafa da agência Somm, Suzete Sandin, que Mirian Dutra conhecia dos tempos da Universidade Federal de Santa Catarina, foi contratada pela revista para um freelance, e procurou Mirian, que aceitou posar.

“Uma repórter, que eu não conheço, acho que era de outra cidade, me procurou e vi que ela tinha uma única missão: pegar a declaração que o Fernando Henrique tinha passado para mim”, afirma.

Na coluna Gente da edição de 24 de julho de 1991, a de número 30 do 24º ano de Veja, é publicada uma frase atribuída a Mirian:

“O pai da criança, um biólogo brasileiro, viajou para a Inglaterra para fazer um curso e voltará para o Brasil na época do nascimento do bebê.”

E existe esse biólogo?

“Claro que não. Isso é mentira. Era o que Fernando Henrique queria ver publicado, e foi publicado”, diz hoje a arrependida Mirian.

“Minha mãe quase enlouqueceu e disse: ‘Você não pode fazer isso.’ Eu tinha contado para ela quem é o pai. A barra foi muito pesada e eu quase perdi a gravidez”!

Mirian revela que ouviria mais tarde de Paulo Moreira Leite, na época um dos editores executivos de Veja, que a ordem para apurar e publicar a nota tinha partido de Mario Sergio Conti, que tinha assumido pouco tempo antes a direção de redação da revista.

“Foi uma armação do Fernando Henrique com o Mario Sergio”, diz a jornalista.

Ela diz que esta foi a primeira das muitas vezes em que viu a sua gravidez (e posterior nascimento do filho) ser usada para angariar prestígio. O governo era de Collor e ainda se cogitava abertamente a possibilidade de Fernando Henrique disputar a presidência, embora desfrutasse de prestígio como poucos na política, sobretudo por sua relação com a imprensa. Mas, segundo Mirian, chegar à presidência era o projeto de vida dele.

“Ouvi dele muitas vezes que seria presidente, porque os políticos no Brasil não sabiam de nada, eram mequetrefes. É claro que um filho fora do casamento, de uma mulher que todo mundo em Brasília sabia que era a namorada dele, prejudicaria seus planos.”

O filho nasceu e Mirian foi perdendo espaço de vídeo na Globo. Por razões que não ficaram para mim muito claras, na entrevista de mais de três horas que fiz com ela, Mirian Dutra decidiu ir para Portugal e logo estava empregada numa emissora em que Roberto Marinho era sócio.

Fernando Henrique já era ministro da Fazenda do presidente Itamar Franco e apontado como um nome forte para a sucessão no ano seguinte. Mirian chama sua saída do Brasil de um autoexílio, e diz que o diretor de jornalismo da Globo à época, Alberico de Souza Cruz, padrinho do seu filho Tomás, o ajudou muito nessa saída.

“Eu gosto muito do Alberico, e ele dizia que me ajudou porque me respeitava profissionalmente. Éramos amigos, conhecíamos segredos um do outro, mas eu fiquei surpresa quando, mais tarde, no governo de Fernando Henrique, ele ganhou a concessão de uma TV em Minas. Será que foi retribuição pelo bem que fez ao Fernando Henrique por me ajudar a sair do Brasil?”

Mírian sobre Alberico, antigo diretor da Globo: concessão de tv como retribuição de FHC?

Mírian sobre Alberico, antigo diretor da Globo: concessão de tv como retribuição de FHC?

No caso de Alberico, ela não passa da insinuação, mas quando o assunto é uma de suas irmãs, Margrit Dutra Schmidt, a jornalista é direta. Segundo Mirian, a irmã era dona da Polimídia, uma empresa de lobby em sociedade com o marido, Fernando Lemos, que cresceu nos anos 90, com a venda de serviços de gestão de crise.

“A minha irmã tinha as portas abertas em tudo quanto é lugar e era chamada de ‘a cunhadinha do Brasil.’ Agora soube que ela tem um cargo de assessora do Serra no Senado e não aparece para trabalhar. Eu não sabia, mas não fiquei surpresa. Este é o bando de gente para quem ela sempre trabalhou. E o Serra eu conheço bem.”

“Por que a imprensa não vai atrás dessas informações? A minha irmã, funcionária pública sem nenhuma expressão, tem um patrimônio muito grande. Só o terreno dela em Trancoso vale mais de 1 milhão de reais. Tem conta no Canadá e apartamentos no Brasil. Era a ‘cunhadinha do Brasil’”.

No que diz respeito a seu contrato com a Globo, nos anos que ela considera de exílio no exterior, Mirian quebra o silêncio e vai além das declarações protocolares. “Sabe o que eles fizeram comigo? Ensaboa mulata, ensaboa…”, diz, cantarolando a música de Cartola.

Segundo ela, quem ensaboava era Carlos Henrique Schroeder, atual diretor geral da Globo, na época o número 2 do jornalismo.

Schroeder, hoje diretor geral da Globo, era o encarregado de 'ensaboar Mírian'

Schroeder, hoje diretor geral da Globo, era o encarregado de ‘ensaboar Mírian’

“Em 1997, eu estava cansada do trabalho que fazia em Portugal, sem nenhuma importância, e me apresentei para trabalhar no escritório em Londres. Na época, quem dirigia era o Ernesto Rodrigues e ele me disse, na cara: ‘Enquanto eu dirigir este escritório, nenhuma amantezinha vai trabalhar aqui.’”

Mirian diz que voltou para o Brasil e se reuniu com Evandro Carlos de Andrade, sucessor de Alberico na direção de jornalismo, e comunicou que ou voltaria para o Brasil, ou pediria demissão. “O Evandro disse, na frente do Schroeder e do Erlanger (Luís Erlanger, que dividia com Schroeder as funções de número 2 no jornalismo): “Ninguém mexe com essa mulher. Ela mostrou que tem caráter”, conta.

Schroeder foi então, conforme o relato de Mirian, destacado para ser uma espécie de padrinho dela na TV Globo. “Poxa, você conquistou o chefe”, disse ele.

Apesar disso, Mirian não desistiu da ideia de voltar para o Brasil. “Eu fui repórter do Jornal da Globo na época da Constituinte, fiz Jornal Nacional e estava na geladeira. Isso derruba qualquer um.”

Os planos de Mirian chegaram ao conhecimento dos amigos e um deles, Luís Eduardo Magalhães, que foi presidente da Câmara dos Deputados e líder de Fernando Henrique no Congresso, a convidou para um almoço.

“Sobre o Luís Eduardo, tem uma coisa interessante: eu era amiga dele antes do Fernando Henrique e fui eu que aproximei os dois.”

No almoço, Luís Eduardo levou o pai, o senador Antônio Carlos Magalhães, que ela também conhecia, e ouviu deles, mas principalmente de ACM, que não era hora de voltar, que Fernando Henrique disputaria a reeleição e ela deveria ter paciência.

“Foi quando entendi que eu deveria viver numa espécie clandestinidade. Se eu voltasse, não seria bem recebida e as portas se fechariam para mim”, conta.

Mirian tomou a decisão de comprar um apartamento em Barcelona e ir para lá, como contratada da Globo, e produzir matérias de lá. A empresa topou, mas, mesmo pagando a ela um salário de 4 mil euros (cerca de R$ 18 mil), não aprovou a realização de nenhuma pauta em muitos anos.

“Me manter longe do Brasil era um grande negócio para a Globo”, diz. “Minha imagem na TV era propaganda subliminar contra Fernando Henrique e isso prejudicaria o projeto da reeleição.”

Mas o que a empresa ganhou com isso?

“BNDES”.

Como assim?

“Financiamentos a juro baixo, e não foram poucos”.

FHC e Roberto Marinho comemoram nova gráfica do Globo, financiada com dinheiro público

FHC e Roberto Marinho comemoram nova gráfica do Globo, financiada com dinheiro público

Mirian afirma que a demissão da TV Globo, em setembro do ano passado, foi o que a levou a decidir fazer um relato da sua vida.

Foi um episódio que ela considera cruel. Depois de 25 anos de Globo, entre afiliada em Santa Catarina e Brasília, recebeu um e-mail de José Mariano Boni de Mathis, diretor executivo da Central Globo de Jornalismo. Curto e seco, ele informou: seu contrato não será renovado.

“A partir daí, eu não era mais a Mirian da TV Globo e me senti livre para fazer o que sempre quis, mas não podia: desenterrar os ossos e enterrar de novo, era como publicar um diário. Mas vi que esse cadáver incomoda muita gente, e a repercussão foi maior do que eu imaginava. Agora eu tenho que ler até o artigo de uma jornalista que me conhece e sabe bem dessa história, a Eliane Cantanhede, que me compara ao caso da Luriam, Miriam Cordeiro. Esse pessoal perde a compostura quando é para defender seus amigos. Absurdo.”

No almoço com Luís Eduardo Magalhães, havia uma quarta pessoa, cujo nome prefere não revelar no momento. Era representante da TV Globo. Na quinta-feira passada, quando a Folha de S. Paulo publicou entrevista de Mirian, ela recebeu um telefonema de Mariano Boni (diretor-executivo da Central Globo de Jornalismo).

“Ele queria saber quem era o representante da TV Globo no almoço em Brasília. Sabe o que respondi para ele? Você acha que eu vou contar para você? Acho que o microfone estava aberto e, se eu conheço a Globo, o Ali Kamel (diretor de jornalismo) estava ouvindo a conversa. O Boni disse: mas a Globo sempre foi muito correta com você. Disse que ele era cínico e falei outras coisas pesadas. Fui bem malcriada, e desliguei o telefone. A secretária do Boni me ligou várias vezes, e eu não atendi.”

O telefonema em que ela conversou com Boni foi por volta das 14 horas, no horário de Madri, onde hoje ela mora, 11 horas no fuso brasileiro. Duas horas depois, o Jornal Hoje repercutiu a entrevista de Mirian à Folha e o apresentador Evaristo leu uma nota da emissora, em que a direção afirma:

“Durante os anos em que colaborou com a TV Globo, Miriam Dutra sempre cumpriu suas tarefas com competência e profissionalismo.”

Mirian faz uma ironia com a declaração: “Quando vi, pensei que eu tivesse morrido. Elogio assim só em obituário. Mas sei qual é a intenção deles: me calar com elogio fácil.”

E qual a relação do seu exílio com o projeto de poder representado pela emenda da reeleição?

“Mostra o jogo pesado que foi a continuidade do governo de Fernando Henrique Cardoso. Só olhar para o que aconteceu no segundo governo: as privatizações mais selvagens. Não podia dar errado, a Mirian não podia atrapalhar os grandes negócios. Está na hora de quebrar a blindagem desse pessoal. Mas onde estão os jornalistas, que não investigam?”

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/mirian-dutra-ao-dcm-me-manter-longe-do-brasil-era-um-grande-negocio-para-a-globo-e-a-reeleicao-de-fhc/

Mirian Dutra entrega irmã e relação Globo-BNDES

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Em nova entrevista, desta vez ao jornalista Joaquim Carvalho, publicada no DCM, a ex-amante de FHC revela que a irmã, Margrit Schmidt, funcionária-fantasma de José Serra e presença constante nos protestos anticorrupção, ficou milionária explorando o filho que ela, Mirian, teve com FHC; "era a cunhadinha do Brasil"; ela disse ainda que a Globo recebeu subsídios do BNDES por tê-la exilado na Europa e disse que Alberico Souza Cruz, ex-diretor da emissora, ganhou uma concessão de TV em Minas; quando ela quis voltar, percebeu que não poderia atrapalhar a reeleição de FHC; Mirian também ironiza Eliane Cantanhede, que, segundo ela, "sabe muito bem da história"; "Esse pessoal perde a compostura quando é para defender seus amigos",critica

21 de Fevereiro de 2016 às 07:48

247 – Em nova entrevista, desta vez ao jornalista Joaquim Carvalho, publicada no DCM, a ex-amante de FHC, Mirian Dutra, dá detalhes da sua relação com o ex-presidente e de como ele usou o cargo para esconde-la. Segundo ela, o ex-diretor de jornalismo da Globo, Alberico de Souza Cruz, pode ter recebido uma concessão de uma TV em Minas Gerais como "retribuição pelo bem que fez ao Fernando Henrique Cardoso" por ajuda-la a sair do Brasil. Mirian fala também de sua irmã, a quem chama de ‘cunhadinha do Brasil’ e sugere que ela também se beneficiou da relação com FHC. A ex-amante do ex-presidente também ataca a Globo, que, segundo ela, a manteve contratada para ser beneficiada em negócios com o BNDES.

Abaixo os principais trechos da matéria:

Mirian chama sua saída do Brasil de um autoexílio, e diz que o diretor de jornalismo da Globo à época, Alberico de Souza Cruz, padrinho do seu filho Tomás, o ajudou muito nessa saída.

“Eu gosto muito do Alberico, e ele dizia que me ajudou porque me respeitava profissionalmente. Éramos amigos, conhecíamos segredos um do outro, mas eu fiquei surpresa quando, mais tarde, no governo de Fernando Henrique, ele ganhou a concessão de uma TV em Minas. Será que foi retribuição pelo bem que fez ao Fernando Henrique por me ajudar a sair do Brasil?”

No caso de Alberico, ela não passa da insinuação, mas quando o assunto é uma de suas irmãs, Margrit Dutra Schmidt, a jornalista é direta. Segundo Mirian, a irmã era dona da Polimídia, uma empresa de lobby em sociedade com o marido, Fernando Lemos, que cresceu nos anos 90, com a venda de serviços de gestão de crise.

“A minha irmã tinha as portas abertas em tudo quanto é lugar e era chamada de ‘a cunhadinha do Brasil.’ Agora soube que ela tem um cargo de assessora do Serra no Senado e não aparece para trabalhar. Eu não sabia, mas não fiquei surpresa. Este é o bando de gente para quem ela sempre trabalhou. E o Serra eu conheço bem.”

“Por que a imprensa não vai atrás dessas informações? A minha irmã, funcionária pública sem nenhuma expressão, tem um patrimônio muito grande. Só o terreno dela em Troncoso vale mais de 1 milhão de reais. Tem conta no Canadá e apartamentos no Brasil. Era a ‘cunhadinha do Brasil’”.

No que diz respeito a seu contrato com a Globo, nos anos que ela considera de exílio no exterior, Mirian quebra o silêncio e vai além das declarações protocolares. “Sabe o que eles fizeram comigo? Ensaboa mulata, ensaboa…”, diz, cantarolando a música de Cartola.

Segundo ela, quem ensaboava era Carlos Henrique Schroeder, atual diretor geral da Globo, na época o número 2 do jornalismo.

Mirian tomou a decisão de comprar um apartamento em Barcelona e ir para lá, como contratada da Globo, e produzir matérias de lá. A empresa topou, mas, mesmo pagando a ela um salário de 4 mil euros (cerca de R$ 18 mil), não aprovou a realização de nenhuma pauta em muitos anos.

“Me manter longe do Brasil era um grande negócio para a Globo”, diz. “Minha imagem na TV era propaganda subliminar contra Fernando Henrique e isso prejudicaria o projeto da reeleição.”

Mas o que a empresa ganhou com isso?

“BNDES”.

Como assim?

“Financiamentos a juro baixo, e não foram poucos”.

Mirian afirma que a demissão da TV Globo, em setembro do ano passado, foi o que a levou a decidir fazer um relato da sua vida.

Foi um episódio que ela considera cruel. Depois de 25 anos de Globo, entre afiliada em Santa Catarina e Brasília, recebeu um e-mail de José Mariano Boni de Mathis, diretor executivo da Central Globo de Jornalismo. Curto e seco, ele informou: seu contrato não será renovado.

“A partir daí, eu não era mais a Mirian da TV Globo e me senti livre para fazer o que sempre quis, mas não podia: desenterrar os ossos e enterrar de novo, era como publicar um diário. Mas vi que esse cadáver incomoda muita gente, e a repercussão foi maior do que eu imaginava. Agora eu tenho que ler até o artigo de uma jornalista que me conhece e sabe bem dessa história, a Eliane Cantanhede, que me compara ao caso da Luriam, Miriam Cordeiro. Esse pessoal perde a compostura quando é para defender seus amigos. Absurdo.”

E qual a relação do seu exílio com o projeto de poder representado pela emenda da reeleição?

“Mostra o jogo pesado que foi a continuidade do governo de Fernando Henrique Cardoso. Só olhar para o que aconteceu no segundo governo: as privatizações mais selvagens. Não podia dar errado, a Mirian não podia atrapalhar os grandes negócios. Está na hora de quebrar a blindagem desse pessoal. Mas onde estão os jornalistas, que não investigam?”

Neste link a matéria na íntegra.

Mirian Dutra entrega irmã e relação Globo-BNDES | Brasil 24/7

 

O contrato de Mírian com a Globo é tão fictício quanto o com a Brasif. Por Carlos Fernandes

por Carlos Fernandes 19 de fevereiro de 2016

Funcionária fantasma de duas empresas: Mírian Dutra

Funcionária fantasma de duas empresas: Mírian Dutra

Quanto mais avançamos no desenrolar do caso que envolve FHC , a sua ex-amante Mirian Dutra, contratos de trabalho fictícios, pagamentos de abortos, funcionárias fantasmas, além de chantagens e assédios morais e profissionais infligidos a ela, mais sombrios ficam os contornos que envolvem toda essa história.

Após a aterradora entrevista que Mirian concedeu, primeiro ao site Brasil com Z e depois à Folha de S. Paulo, o universo nebuloso do submundo do poder e suas relações quase sempre imorais com a imprensa familiar brasileira e o grande empresariado vieram à tona.

Não bastassem o caráter medíocre e os tratamentos de desprezo e abandono dispensados por FHC e que acabaram por revelar a verdadeira face de um homem que se escondia sob um manto de falso moralismo e soberba, ainda restam inúmeras dúvidas sobre a legalidade dos mecanismos utilizados por ele para garantir o silêncio de Mirian.

Primeiro vem o mais do que suspeito contrato de trabalho firmado entre a Brasif S.A. Importação e Exportação e Mirian para que ela efetuasse pesquisas de preços em lojas e free shops na Europa.

Segundo Mirian, essa teria sido a forma encontrada por FHC para lhe enviar recursos mensais que lhe garantiriam a sua permanência no exterior. Bem longe de sua campanha à reeleição. Ainda segundo Mirian, cerca de 100 mil dólares teriam sido depositados em uma conta da Brasif para que esta efetuasse os repasses mensais.

Em nota, a Brasif confirmou o contrato realizado com Mirian mas negou a participação de Fernando Henrique. A pergunta que fica é: porque uma empresa manteria um contrato com uma funcionária que afirma categoricamente que jamais teria prestado um único dia de expediente?

FHC conseguiu tornar esse episódio ainda mais estranho. Um dia após ter afirmado que nenhuma empresa havia sido utilizada para que fossem realizados os pagamentos a Mirian, voltou atrás e disse simplesmente que não teria condições de se explicar sobre esse assunto. Alguém está mentindo.

No centro do furacão está a Globo. Como sua então funcionária, Mirian teria sido enviada a Europa como correspondente. Por “coincidência”, a transferência se deu exatamente no período em que a história de um filho de FHC fora do casamento, poderia atrapalhar nos seus planos de poder.

Sobre o contrato fictício de trabalho mantido por sua funcionária com a Brasif, disse não ter tido qualquer conhecimento e que se soubesse “condenaria a prática”.

É no mínimo curioso esse posicionamento “condenatório” da Globo em relação à “pratica” de se manter um contrato de fachada com um profissional que simplesmente não exerce as funções para as quais é pago.

Segundo Mirian, durante todo o período que permaneceu na Europa como correspondente, absolutamente nada do que fazia era aproveitado pela emissora e simplesmente não haviam demandas de qualquer natureza por parte da Globo.

Ao que parece, a única função que sua funcionária deveria exercer era a de não causar qualquer constrangimento que pudesse inviabilizar a reeleição de FHC e, consequentemente, todos os benefícios que decorreriam de sua recondução ao poder.

Foram nesses termos, ao custo de dois contratos fantasmas, um com a Brasif e outro com a Globo, que Mirian permaneceu calada por anos à fio. Ao ser questionada sobre o motivo de ter resolvido falar somente agora, Mirian respondeu: “Saí da TV Globo. Me sinto livre para falar”.

Talvez seja o momento de FHC e a Globo também começarem a falar

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-contrato-de-mirian-com-a-globo-e-tao-ficticio-quanto-o-com-a-brasif-por-carlos-fernandes/

 

A influência do escândalo FHC/Mirian na escolha do candidato do PSDB a prefeito de SP. Por José Cássio

por Jose Cassio 19 de fevereiro de 2016

Doria, Matarazzo e Tripoli

Doria, Matarazzo e Tripoli

Em meio a uma grave crise política, detonada com as declarações de Mirian Dutra e a descoberta de que a irmã da ex-amante de FHC, Margrit Dutra Schmidt, é funcionária fantasma do gabinete de Serra no Senado, o PSDB se prepara para decidir internamente o seu candidato a prefeito de São Paulo nas eleições deste ano.

A uma semana das prévias, o quadro é de indefinição.

Há quem diga que João Doria, apoiado por Geraldo Alckmin, está na frente. Outros garantem que é barbada a vitória de Andrea Matarazzo – conta com apoio dos vereadores, de FHC e Serra e da ampla maioria dos deputados estaduais do partido.

Ricardo Tripoli corre por fora mas ninguém ousa classificá-lo de “azarão”. A seu favor, duas coisas: é o deputado federal mais votado do PSDB na capital e tem apoio de dois cabos eleitorais pra lá de eficientes. José Anibal, presidente do Instituto Teotônio Vilela, que conhece os diretórios zonais como a palma da mão, e João Câmara, que presidiu o partido num dos momentos mais ricos da história do PSDB na capital: durante a gestão da prefeita Marta Suplicy – Lea, secretária de Câmara no diretório municipal, era a personagem que interpretava e dava vida à lenda viva “Martaxa, a Rainha das Taxas”.

João Câmara brigou com Serra em 2012 e “rasgou” a sua filiação. Não engoliu a “carteirada” do agora Senador – Serra de última hora melou o processo de prévias daquele período e impôs a sua candidatura, aliás como já havia feito em 2004. Mesmo sem direito a voto, Câmara continua sendo um dos quadros mais queridos e influentes do PSDB na capital e seu apoio pesa, sim, em favor de Tripoli.

Neste ano, também houve quem quisesse melar as prévias: um mês atrás FHC se posicionou contra a disputa, alegando que podia trazer conseqüências irreparáveis ao partido. Sua opinião contagiou caciques, mas não teve ressonância na base.

O processo acabou mantido. E o pau tá comendo, com encontros abarrotados de gente, guerra de bastidores e promessas de que, desta vez, os filiados vão participar da gestão em caso de vitória.

Na internet, o clima esquenta cada vez mais nas redes internas do partido, especialmente em grupos de WhatsApp. Os principais protagonistas são os defensores de João Doria e Andrea Matarazzo. “A disputa está bem equilibrada”, conta o coordenador do mais importante deles, o Cutucano, Edson Marques.

“O pessoal do Tripoli se posiciona menos, mas com excelente conteúdo”, diz ele, para explicar o recente episódio em que dois filiados, Henrique, apoiador de Andrea Matarazzo, e Fábio Bel, partidário de João Doria, pegaram sete dias de gancho. “Pensamos em dez dias, mas aí descobrimos que eles não teriam mais tempo para trabalhar neste primeiro turno e então reduzimos para sete”, conta Edson Marques.

Na quinta-feira que vem, dia 25, Henrique e Flávio voltam à ativa, três dias antes da eleição que acontece no domingo, 28. O que os coordenadores esperam é que eles deixem de lado agressões como alegar que João Doria, enquanto empresário, financia campanhas petistas, ou cobrar do grupo de Andrea Matarazzo posição com relação ao respeito aos direitos humanos por sua pré-candidatura receber alegremente o apoio do coronel Telhada.

O DCM solicitou a apoiadores de cada pré-candidatura que dessem um depoimento, explicando os motivos da sua preferência.

Leia e tire as suas conclusões:

Evandro Losacco*: João Doria

“45 neles”

Meu apoio a João Dória se deve aos seguintes pontos:

– Sua história política. Homem que começou a militar pelas mãos de Franco Montoro. Era o seu braço operacional na Campanha das Diretas e, depois, na campanha de Tancredo Neves. Foi Secretário de Turismo do Prefeito Mário Covas, onde o acompanhava nos famosos mutirões;

– Sempre apoiou o PSDB, mesmo antes de ser filiado, ajudando nas campanhas majoritárias dos nossos candidatos;

– Pela sua disposição e garra. Ele se inscreveu nas prévias do PSDB e arregaçou  as mangas, indo aos quatro cantos da cidade, conversando com a militância, ouvindo os seus problemas e reivindicações, sempre com humildade e atenção. Tomou um verdadeiro “banho de Partido”.

– Traz uma visão nova e arrojada dos problemas da  cidade. Tem coragem política para enfrentar os desmandos da atual gestão, articulação com vários setores da sociedade e quer transformar São Paulo em uma cidade moderna, atraindo recursos da iniciativa privada e voltada para a boa gestão como forma de diminuir as mazelas sociais.

– Por último, por se tratar de uma pessoa íntegra, honesta, com vontade de servir e que vem fazendo uma campanha irrepreensível, jamais agredindo seus oponentes e reafirmando sempre o seu compromisso com o PSDB, seja quem for o vencedor.

As prévias, que sempre defendi internamente como a melhor forma de escolha dos nossos candidatos majoritários, estão movimentando o partido, com uma participação nunca vista. Os candidatos fazem reuniões, encontros, seminários, apresentam propostas, discutem com a militância, valorizando o papel do filiado no processo. Além da grande repercussão na mídia: apesar de algumas pessoas do partido passarem uma imagem negativa da disputa, a cobertura das prévias está repercutindo em toda a sociedade e vai fazer com que o vencedor chegue alavancado para a disputa municipal.

Considero Andrea Matarazzo e Ricardo Tripoli bons nomes para levar a bandeira do PSDB. Tripoli é um grande deputado, tem defendido com vigor a causa ambiental, já foi vereador e secretário estadual. Matarazzo é um dos melhores vereadores da cidade. Defende questões com propriedade e conhecimento. Enfim, o PSDB é privilegiado por ter três excelentes nomes, com condições de governar bem São Paulo.

O PSDB merece vencer a eleição por ser um partido sério, comprometido com o interesse público e que já vem mostrando a sua qualidade na gestão pública no Governo Estadual há mais de 20 anos e que quando esteve na Prefeitura, com José Serra, fez uma grande administração, que deixou saudades.

São Paulo está parada. Nossa cidade precisa acelerar rumo ao desenvolvimento social e resgatar a sua pujança econômica. 45 neles!

*Membro do diretório zonal da Saúde

Wagner Tronolone*: Andrea Matarazzo

“O mais preparado”

Andrea Matarazzo tem um conhecimento profundo da cidade. Tanto das suas realidades e prioridades, quanto da própria máquina da prefeitura. Ou seja, não vai aprender a ser prefeito no cargo, já está preparado para isso. Quando ele elege como prioridade o desenvolvimento da periferia como motor para o desenvolvimento de São Paulo, e propõe pequenas intervenções de interesse local em vez de poucas grandes obras, carrega essa visão socialdemocrata de transformação da realidade social. Outro ponto importante é a disposição dele em enfrentar a questão da regularização fundiária, que impede o desenvolvimento e até mesmo a oferta de equipamentos públicos nas áreas mais carentes da cidade. Então, para mim, o Matarazzo é o candidato que representa o que o PSDB tem de melhor e mais alinhado à sua história e programa partidário.

A militância do PSDB há muito anseia por mais participação nas decisões do partido. E neste momento, com o quadro que temos, as prévias acabam representando uma escolha de rumos ideológicos que o PSDB quer trilhar.

Ricardo Tripoli é um quadro orgânico e histórico do PSDB, um deputado atuante com foco nas questões de meio ambiente e defesa animal. Talvez essa atuação temática seja um limitador para que ele possa ser visto como uma liderança política num sentido mais amplo. Mas é, sem dúvidas, um candidato com qualidades, assim como as lideranças que o apoiam.

De Dória não tenho muito o que falar. Descobri que ele era filiado ao PSDB no dia em que anunciou a pré-candidatura. Nem tenho como comparar o que ele diz com seus atos e posicionamentos passados. E algumas das propostas que ouvi dele não me parecem alinhadas com a história e a ideologia do PSDB. Não é nada pessoal, mas a minha avó dizia que “a gente só conhece alguém depois de dividir um prato de sal”, ou seja, passar por bons e maus momentos juntos, e nestes 15 anos como filiado do PSDB ele não esteve presente, não participou das discussões, mobilizações, disputas, etc. Então eu preferiria que ele tivesse dado essa importância à atuação partidária para contribuir com o fortalecimento do partido, e depois pleitear ser nosso representante em uma eleição tão importante para o futuro do PSDB. Conhece o samba do Jorge Aragão que diz “respeite quem pôde chegar onde a gente chegou”? Acho que ele está pulando algumas etapas que eu, como militante, considero importantes.

Eu sou filiado ao PSDB porque me identifico com o programa do partido, com suas lideranças, com o histórico de avanços proporcionados por gestões do PSDB em várias áreas. Então, claro que minha tendência é acreditar que o PSDB tem a capacidade de oferecer bons quadros, boas experiências e boas propostas. Dentro do cenário de polarização entre PT e PSDB, e com o fato constatado de que a gestão do prefeito Fernando Haddad é mal avaliada – porque de fato é bem ruim -, claro que uma candidatura do PSDB já começa a eleição com grandes chances. E isso só aumenta nossa responsabilidade em apresentar a São Paulo um candidato com conhecimento e capacidade para fazer uma gestão que realmente melhore a vida das pessoas e, consequentemente, se torne um bom exemplo daquilo que o PSDB tem de melhor.

*Membro do diretório zonal da Bela Vista

Fábio Fortes*: Tripoli

“São Paulo está triste”

Meu voto vai para o Ricardo Tripoli em primeiro ligar por lealdade: eu acompanho o ex-deputado José Anibal, atual presidente do Instituto Teotônio Vilella, desde 1998. E o nosso grupo entendeu que o Tripoli era a melhor opção, por isso estamos pedindo voto pra ele.

Tripoli é um parlamentar atuante. Tem oito mandados: vereador, três de deputado estadual e está na quarta legislatura no Congresso. Ele é permanentemente atualizado com as questões da cidade e do desenvolvimento sustentável. Suas sucessivas boas votações são uma demonstração clara da sua capacidade. E, importante dizer, nada o desabona na vida pública, algo raro no Brasil. Trípoli é o que podemos classificar de “candidato ficha limpa”.

As prévias representam o rejuvenescimento do PSDB. É o pré-aquecimento da campanha. Uma novidade que chegou para ficar. Movimentou o partido, os militantes estão tendo a chance de participar do debate e influir na decisão. O lado negativo é a ausência de debates entre os candidatos. É algo que precisa ser corrigido.

Com relação aos outros dois candidatos, conheço o Andrea Matarazzo. É um político experimentado, que conhece a cidade e tem o DNA de São Paulo. João Doria estou conhecendo agora. Um empresário bem sucedido que se apresenta de uma forma diferente. Seu estilo de fazer política lembra o modelo americano, com jingles e forte apelo emocional. Não estou entre os que o condenam por não ter vivência partidária. Se é filiado ao partido, é legítima a sua pré-candidatura.

Penso que chegou a hora da social-democracia retomar o poder na cidade. Nosso perfil é de administrações responsáveis e que integrem a cidade, e é disso que São Paulo precisa neste momento. O paulistano está triste. Vamos recuperar a auto-estima da cidade. 

*Membro do Diretório zonal de Perdizes

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-influencia-do-escandalo-fhcmirian-na-escolha-do-candidato-do-psdb-a-prefeito-de-sp-por-jose-cassio/

 

    Davis Sena FilhoDavis Sena Filho

    Davis Sena Filho é editor do blog Palavra Livre

    As duas Mirians e a hipocrisia do aristocrata FHC — o Neoliberal I

    19 de Fevereiro de 2016

    :

    Existem sabedorias populares em forma de palavras e frases, que se baseiam em experiências, no decorrer de nossas vidas. Vou citar três provérbios: 1) Você colhe o que planta; 2) Aqui se faz e aqui se paga; e 3) Pau que bate em Chico bate também em Francisco. Porém, posso completar a este elenco de frases mais um adágio popular: "Em boca fechada não entra mosca".

    E não é que 27 anos depois surge, de forma retumbante, uma "nova" Miriam?! Desta vez se trata da Miriam de Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, cujo sobrenome é Dutra. A Miriam de Lula é a Cordeiro, e ela surgiu para atacar o PT e seu candidato, há dez dias de os brasileiros irem às urnas presidenciais de 1989, com grande estardalhaço da imprensa de mercado dos magnatas bilionários, historicamente de oposição a políticos trabalhistas e de esquerda.

    Isto mesmo, depois de longos 25 anos, ou seja, uma quarto de século, o povo brasileiro resgatava seu direito de ir à urnas para escolher diretamente o presidente da República. O candidato da casa grande e de suas mídias conservadoras era o atual senador, Fernando Collor (PTB/AL), seu adversário, agora no segundo turno, era o ex-presidente Lula, do PT, que tinha 45% de apoio popular, segundo as pesquisas da época, enquanto Collor tinha 46%.

    Acontece que Lula, poucas semanas antes tinha 33% das intenções de votos e subiu vertiginosamente nas pesquisas em um sprint de se perder o fôlego, o que colocou em grande perigo a vitória de Fernando Collor, o candidato da direita brasileira, notadamente da família Marinho, que já tinha se aproveitado do sequestro do empresário Abílio Diniz para fazer ilações maldosas e manipulações políticas em forma de jornalismo.

    Às vésperas do segundo turno, a polícia paulista apresentou os sequestradores de Abílio Diniz com as camisetas da campanha de Lula, como se quisesse dizer que o PT e seu candidato foram os responsáveis pelo hediondo crime de sequestro, um dos maiores absurdos que a história do Brasil vivenciou em termos políticos e eleitorais, que descambou para uma pantomima midiática promovida por agentes do Estado paulista, a mando, evidentemente, de políticos que estavam no poder em São Paulo.

    O governador na época era Orestes Quércia, e o presidente da República, José Sarney, que, no decorrer da Constituinte (1987/1988), a combateu a ferro e fogo, a apoiar o Centrão, uma frente composta pela direita tupiniquim, que tinha como propósito fundamental impedir que propostas progressistas e sociais fossem aprovadas, de forma que a Constituição, após ser publicada e sancionada, não contivesse tantos direitos à sociedade e garantisse, como garante, à cidadania brasileira viver e ser protegida pelo Estado de Direito.

    Contudo, esses são outros quinhentos. Vamos à Miriam… a do Lula. Como eu estava a dizer, Miriam Cordeiro era enfermeira e teve um romance com o político petista, que era viúvo e após seis meses resolveu casar com dona Marisa Letícia, sua esposa há décadas e mãe de seus filhos. Miriam Cordeiro engravidou, avisou a Lula sobre a gravidez, deu a luz à filha, Lurian, que sempre teve a atenção de seu pai e, segundo ela, convivem e se dão bem.

    Enfim, temeroso em perder as eleições de 1989, o staff de Collor, depois ajudado politicamente e eleitoralmente pela polícia paulista com o sequestro do dono do Pão de Açúcar, Abílio Diniz, resolvou apresentar Miriam Cordeiro ao público, que declarou, no programa eleitoral do PRN de Collor, que Lula pediu para que ela fizesse aborto, episódio negado pelo ex-presidente e também por sua filha, Lurian, que depois, em outras eleições as quais seu pai foi candidato, ela apareceu para apoiá-lo.

    Já a Miriam de FHC, a Dutra, supostamente mãe de um filho do ex-presidente tucano, realidade esta que não se confirmou por meio de exame de DNA, tomou um "chá" de sumiço, com a cumplicidade dos donos e dos chefes e chefetes da Rede Globo, empresa que pagava-lhe salários para ela não trabalhar, porém, se calar. Trabalhou na Globo por mais de 30 anos, contanto que calasse a boca e não prejudicasse a carreira política de Fernando Henrique, que, segundo a jornalista, pertence à aristocracia paulista e literalmente se comporta como aristocrata. "Nada mais real; nada mais e nada menos do que a cara de FHC…"

    Miriam Dutra recebia dinheiro, ainda, por intermédio de um contrato "fictício" — palavra que significa "aparente, simulado e falso".Ponto. Tal contrato foi elaborado pela empresa Brasif S.A., do setor de importação e exportação, o que permitiu o envio de dinheiro para o exterior. O nome do filho de FHC é Tomás Dutra Schmidt (ele não tem o sobrenome do tucano), mas exame de DNA deu negativo e, com efeito, não confirmou a paternidade de FHC, que, sem ser o pai da criança que hoje é um adulto, esforçou-se para escondê-la e, por sua vez, proteger sua carreira política, que o levou à Presidência da República.

    Não entro no mérito do equívoco sobre a paternidade ou não de FHC, pois de ordem pessoal e afetiva quanto ao filho Tomás. Os filhos nos são caros e suas dores nos doem. Respeita-se, e pronto, inclusive o ser humano, o cidadão Fernando Henrique, a quem critico há anos, de forma dura e até irônica, mas não desumana, como fazem sub-repticiamente com o Lula. Na verdade, o que questiono é a tentativa de se tirar a humanidade de um dos políticos mais humanistas que eu conheci, que é exatamente o Lula. Sua humanidade e competência como presidente são os fatores que realmente incomodam a burguesia nacional, dona da casa grande, herdeira legítima da escravidão. Nunca me canso de dizer estas palavras últimas. Jamais!

    Hipócrita, no que é relativo a assumir sua responsabilidade, Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I e agora também o Aristocrata da Pauliceia II — porque o primeiro é o Martim Afonso de Sousa (1533/1571), primeiro donatário das terras bandeirantes, contou com um enorme e poderoso cinturão de proteção, que o permitiu a cometer inúmeras ilegalidades e malfeitos, que, consoante promotores, juízes e juristas, por causa de sua idade, 84 anos, e o tempo em que foram realizadas suas ações em prol de Miriam Dutra e seu filho, o grão-tucano se tornou inimputável, realidade que não surpreende, porque, é fato, no Brasil os tucanos são inimputáveis — idosos ou não, com crimes prescritos ou não. Ponto. Fim de papo!

    Para quem não sabe, a Brasif era concessionária da Infraero, estatal responsável pelos aeroportos. Portanto, uma empresa federal. A Brasif, simplesmente, tinha o monopólio dos free-shops nos principais aeroportos do País. Uma clara e inequívoca demonstração de como o patrimonialismo é arraigado e tem origem no Brasil Colônia, do donatário Martim Afonso de Sousa — o Aristocrata da Pauliceia I, porque o segundo, sem sombra de dúvida, é o FHC, também conhecido como o Neoliberal I.

    FHC afirmou: "Com referência à empresa citada no noticiário de hoje, trata-se de um contrato feito há mais de 13 anos, sobre o qual não tenho condições de me manifestar enquanto a referida empresa não fizer os esclarecimentos que considerar necessários". E nem o será. Fernando Henrique sabe que isto tudo não vai dar em nada, não somente porque os tucanos são inimputáveis, mas, sobretudo, porque o sistema judiciário deste País, composto pela Justiça, Ministério Público e Polícia Federal não tem a mínima disposição para investigar, julgar e prender políticos tucanos e seus aliados, como, por exemplo, os magnatas bilionários de todas as mídias cruzadas e monopolizadas.

    Quando a colunista tucana, Eliane Cantanhêde, do Estadão e da Globo News, aquela do "povo limpinho e cheiroso", afirma, na maior cara de pau, que as notícias sobre as aventuras amorosas de FHC — o Príncipe da Privataria Primeiríssimo — funcionam como nuvens de fumaça para embaralhar o jogo político, ou seja, ela quer dizer que FHC como inspirador de notícias ruins é uma forma de tirar o sítio de Atibaia e o triplex do Guarujá, que não são de Lula, do foco das manchetes da imprensa de negócios privados, da qual a colunista é uma de suas principais porta-vozes de seus interesses. A verdade é que quem está a embaralhar tal jogo político sujo e golpista é a própria Eliane Cantanhêde.

    Senão, vejamos: Como pode uma jornalista profissional, experiente, insinuar que o PT está por trás das palavras de Miriam Dutra, a ex-namorada de FHC? Trabalhei na Câmara dos Deputados em 1988 (Constituinte) e depois no período de 1991 a 1995. Retornei ao Legislativo em 2004 e saí da Casa de Leis em 2009. Portanto, trabalhei, de forma intercalada e em diferentes épocas cerca de 11 anos, sendo que morei e exerci a profissão de jornalista de Política, em Brasília, durante 22 anos.

    Já naquele tempo, no final da década de 1980, Fernando Henrique já tinha fama de "conquistador". Todo jornalista de Política, que cobriu a Esplanada dos Ministérios, além do Congresso, STF e Palácio do Planalto de minha geração e da anterior à minha sabe disso. FHC tocou sua vida, pois era senador suplente de Franco Montoro, depois virou ministro do Exterior e da Fazenda, o que o levou, posteriormente, a ser presidente da República.

    Eliane Cantanhêde sabe disso, porque se trata de uma jornalista experiente, apesar de ser ligada ao PSDB e aos interesses políticos de seus patrões, sejam eles os Mesquita, os Frias, os Marinho e o consórcio dos Diários Associados, cujo principal jornal é o Correio Braziliense, diário em que trabalhei nos anos de 1988 a 1991 e depois em 1995, num curtíssimo período.

    Não tem sentido o que Cantanhêde afirma, quando se trata de publicar a realidade em sua coluna no Estadão. O que acontece não é derivado de ações do PT, mas, sim, de ações efetivadas pela própria vontade de Miriam Dutra, que a despeito de se submeter a inúmeras humilhações, ela reconhece que aceitou as condições impostas por Fernando Henrique e pelas Organizações(?) Globo. FHC, como seu ex-amante, e a Globo como sua patroa.

    A verdade é que Miriam deve ter acordado certo dia, com efeito, pensado: "Meus filhos estão crescidos. Não preciso mais de ninguém. FHC sumiu há décadas de minha vida e a Globo não é mais minha patroa. Sabe de uma coisa?" — indagou-se — "Vou botar pra quebrar. Engoli sapos, escorpiões, cobras e lagartos à beça durante anos. Calei a boca, aceitei ser humilhada pra sobreviver e morei longe do Brasil, mas agora vou falar tudo". E falou. Os nomes que se podem dar às atitudes de Miriam Dutra são estes: mágoa, rancor, raiva, vingança e sentimento de ter sido injustiçada.

    Depois disso tudo, vem a imprensa de caráter e histórico golpista e gangsteriano dizer que o PT está por trás das palavras de Miriam Dutra. Durma-se com um barulho desses. Miriam é mulher e agiu como muitas mulheres fazem, independente de condição social e opção político-partidária. Se qualquer pessoa pesquisar sobre brigas e escândalos amorosos e sexuais, vão aparecer incontáveis casos sobre essa questão, inclusive em forma de bate-boca público.

    Mulheres se vingam, e, a propósito, também os homens. Só que de maneiras diferentes, porque os poderes e as formas de pensar e agir são diferentes, pois homens e mulheres, apesar de serem da mesma espécie animal, são diferentes, porque sentem as coisas da vida e o mundo de formas diferentes. Miriam Dutra é apenas mais um caso da história da humanidade. Ponto. Não é Cantanhêde?

    Vale ressaltar ainda que a irmã de Miriam trabalhou para o senador José Serra, e, evidentemente, não sejamos tão ingênuos, obviamente que deve ter sido um pedido de FHC. Enquanto isso Lula está a ser achincalhado e jogado à fogueira "santa" medieval todo o dia. No passado, mostraram a Miriam Cordeiro, que cooperou para tirar votos de Lula, além de ter sido acusada de receber dinheiro, o que compromete moralmente suas afirmações.

    A verdade é que no Brasil viceja uma imprensa empresarial covarde, cruel e corrupta, que toma a frente da política, porque se tornou um partido político de direita, que faz oposição sistemática ao PT e aos presidentes trabalhistas. Lula vai ser defendido por parte importantes da sociedade organizada onde for e aonde tiver de ser.

    Inaceitável o é para a sociedade democrática ter de conviver com uma mídia privada antidemocrática e um sistema judiciário que tomou partido e faz, sistematicamente, parceria com o PSDB e a imprensa dos magnatas bilionários para derrubar presidente e prender ex-presidente, que, por "coincidência", são do PT. Isto tem de parar, ao preço de o Brasil se transformar em uma democracia capenga e pseuda, com um Judiciário ditatorial, que não aceita o jogo democrático e nem a ascensão dos pobres. A verdade é que existem duas Mirians e a do FHC é que está a falar. Segura peão!!! É isso aí.

    As duas Mirians e a hipocrisia do aristocrata FHC — o Neoliberal I | Brasil 24/7

     

    Mello Franco: ‘FHC tem muitas explicações a dar’

    :

    O jornalista Bernardo Mello Franco ressalta que o caso do filho de Fernando Henrique Cardoso fora do casamento virou notícia porque tem "interesse público em jogo"; "Seu filho virou notícia porque a mãe contou à Folha que recebia a pensão no exterior por meio de um contrato fictício com a Brasif. O arranjo, segundo ela, foi intermediado por FHC. No governo tucano, a empresa dominava o negócio milionário dos free shops nos aeroportos. Os contratos eram renovados sem licitação. A Brasif era ligada a Jorge Bornhausen, amigo do ex-presidente", ressalta

    21 de Fevereiro de 2016 às 07:16

    247 – O jornalista Bernardo Mello Franco ressalta que o caso do filho de Fernando Henrique Cardoso fora do casamento virou notícia porque tem "interesse público em jogo".

    "Seu filho virou notícia porque a mãe contou à Folha que recebia a pensão no exterior por meio de um contrato fictício com a Brasif. O arranjo, segundo ela, foi intermediado por FHC. No governo tucano, a empresa dominava o negócio milionário dos free shops nos aeroportos. Os contratos eram renovados sem licitação. A Brasif era ligada a Jorge Bornhausen, amigo do ex-presidente", ressalta.

    Franco lembra que na quarta-feira, FHC admitiu ter contas no exterior, mas disse ter declarado tudo ao Banco Central, e negou a participação de qualquer empresa nas remessas à ex-amante. No entanto, destaca o jornalista em sua coluna, "o dono da Brasif ofereceu outra versão" e contou ter um contrato para ajudar o ex-presidente a mandar dinheiro para fora.

    No dia seguinte, relata Mello Franco, "FHC mudou o tom". "Trata-se de um contrato feito há mais de 13 anos, sobre o qual não tenho condições de me manifestar enquanto a referida empresa não fizer os esclarecimentos que considerar necessários", afirmou o tucano. "Na sexta, foi a Brasif quem mudou. Em nota, disse que o ex-presidente não teve participação na contratação da ex. Faltou esclarecer por que ela passou cinco anos sem trabalhar", cobrou.

    Mello Franco: ‘FHC tem muitas explicações a dar’ | Brasil 24/7

    Mirian-FHC: as preferências de classe da mídia

    21 de Fevereiro de 2016

    :

    A autocrítica de tantos jornalistas diante da notícia envolvendo um filho de Fernando Henrique Cardoso e da jornalista Mirian Dutra está fora de foco.

    Editores e repórteres com influência nas grandes redações brasileiras na década de 1990 têm sido criticados por não ter dado curso a notícia de que o senador/ministro da Fazenda/presidente da República teve um filho fora do casamento.

    É uma crítica menos fácil do que parece, pois desde 2012 é preciso responder a um fato novo: dois testes de DNA dizem que FHC não é o pai da criança.

    De duas, uma. Ou se demonstra que os testes contém informações falsas ou erradas, como sugere Mirian Dutra, com a credibilidade que toda mãe merece.

    Ou é preciso admitir que, após atravessar duas décadas em torno de uma história de paternidade fora do casamento envolvendo um presidente da República, os  jornalistas brasileiros não foram capazes de encontrar um meio confiável para distinguir a pura fofoca de uma notícia real.

    Pelos dados disponíveis hoje, é impossível negar que a decisão de não publicar uma linha sobre o caso pode ter evitado um erro lamentável, ainda que a motivação real não fosse defender os bons padrões do jornalismo. Apenas refletia um interesse político: proteger, de qualquer maneira, a reputação de Fernando Henrique, num período em que este se firmava como um quadro político importante da elite brasileira, condição que lhe permitiria, num prazo inferior a dez anos, chegar ao Itamaraty, ao Ministério da Fazenda e cumprir dois mandatos como Presidência da República.

    Publicar notícias verdadeiras sobre a vida privada de qualquer pessoa — um cidadão anônimo, um homem público — é sempre um exercício discutível e complicado. Produz dores profundas, deixando feridas que nunca são inteiramente cicatrizadas. O mínimo que se pode exigir, em qualquer caso, é que elas tenham um grau máximo de segurança e confirmação, evitando vexames e constrangimentos particularmente vergonhosos caso um desmentido se faça necessário.

    Qual o problema do caso, então?

    Mais uma vez, a moral seletiva, o tratamento com dois pesos e duas medidas, que expressa a pesada desigualdade social brasileira. Estamos falando de um fenômeno que não se limita a este episódio específico, obviamente, mas se expressa através do jornalismo que persegue uns e protege outros, cujo exemplo mais atual é a Lava Jato e, antes dele, os dois mensalões.

    Dois anos antes de surgirem os primeiros rumores sobre a gravidez de Mirian Dutra, espalhados em primeiro lugar por vários integrantes do círculo de amigos e auxiliares de FHC, o Brasil ficara estarrecido por um episódio que marcou a campanha presidencial de 1989: as reportagens sobre Lurian, a filha que Lula tivera como fruto de um namoro de curta duração, quando seu estado civil era de viúvo.

    Na reta final de 1989, quando Lula subia nas pesquisas e exibia condições reais de vencer  a eleição, a campanha de Fernando Collor comprou um depoimento da ex-namorada de Lula, que foi exibido no horário político e contribuiu para enfraquecer a ascensão do candidato do PT.

    Lula era solteiro no momento em que a filha nasceu. Não podia, portanto,   ser acusado de adultério. Registrou a menina com seu nome e vários membros da família, inclusive a avó materna,  atestam que sempre prestou a assistência possível. Não podia ser acusado de mau pai, portanto. Ainda assim, sofreu um massacre. Lurian pagou o preço de quem estava interessado em questionar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva mas, à falta de argumentos políticos, queria apelar para o desapego a "valores familiares".

    Num país traumatizado por uma covardia desse tipo, usar o argumento da direito a privacidade para evitar a publicação de uma história que envolvia as relações Fernando Henrique e Mirian Dutra podia até ser um ponto de vista correto como princípio geral. Mas era interesseiro demais para ser levado a sério depois que a paternidade se tornou uma moeda de troca política.

    Até porque não foi o único caso. No mesmo período, descobriu-se que o governador de São Paulo Orestes Quércia tivera um filho numa relação antiga, que não terminou em casamento. Nada muito diferente daquilo que se sempre se viu em tantas famílias, em todas as épocas. Foi notícia grande, em primeira página de jornais e espaço generoso nas revistas.

    Este conjunto de episódios confirma que nosso jornalismo tem mais conexões de classe  do que fidelidade aos princípios profissionais. A célebre preocupação em atender a "curiosidade do leitor", mesmo quando se trata de oferecer mercadoria vulgar mas capaz de causar impacto, é sempre relativa.

    Fernando Henrique não foi protegido porque os jornalistas desconfiassem de que a história fosse falsa. Possuíam aquilo que não têm mais hoje: 100% de certeza que era verdadeira. Até porque, em caso de dúvida, eram convencidos por insistentes depoimentos reservados de pessoas ligadas a família do presidente.

    Mas todos fizeram a opção de não apurar, jogando nas costas de Mirian Dutra a responsabilidade de confirmar ou desmentir — em público, formalmente — aquilo que lhe era atribuído em conversas privadas. Se ela denunciasse, o caso seria publicado. Se fosse à Justiça cobrar direitos, melhor ainda. Apurar? Nunca.

    Naquele mundo onde não surgira uma personalidade como o Papa Francisco, capaz de explicar a uma sociedade de tantos pais irresponsáveis que não existem mães solteiras, apareceu a guerra de uma mulher sozinha contra um presidente da República.   

    Isso aconteceu porque Fernando Henrique faz parte do clube fechado de homens e mulheres que controla os fios que conduzem as grandes decisões que envolvem a sociedade brasileira e controlam acessos ao poder de Estado. Essas pessoas impõem respeito e distância, até porque exibem um inegável poder de retaliação, econômica e política, extensivo a suas famílias. Não são desafiados facilmente.

    Os mesmos jornais que 48 horas antes estavam exclusivamente  ocupados com um apartamento que a família Lula da Silva não comprou, agora estão às voltas com um apartamento em Barcelona, que Fernando Henrique comprou em euros para o filho de Mirian Dutra. Também cabe apurar a utilização de uma concessiária de serviços de free-shop para realizar pagamentos mensais que não era conveniente realizar por meios oficiais. Ninguém deve ser acusado nem antecipado previamente sem provas — no caso de FHC, não há risco disso acontecer — mas é bom que tudo venha ser esclarecido. Ajuda a elevar a consciência e combater persistentes hipocrisias.

    A grande lição do episódio, mais do que nunca, ensina que é preciso ter independência para apurar e investigar.

    Também se confirma, mais uma vez, que é preciso respeitar o direito a privacidade, sem aceitar a moral relativa que cristaliza a existência de cidadãos de primeira e segunda classe.  Isso começa por lembrar que a vida privada deve ser um direito de todos, sem distinção de classe, raça, gênero nem origem. Quando a paternidade de uma criança está no centro da notícia, esse cuidado deve ser reforçado por cautelas suplementares — até porque se trata da única pessoa que não tem responsabilidade alguma por desvios e abusos que possam ter sido cometidos. 

    Mirian-FHC: as preferências de classe da mídia | Brasil 24/7

     

      Leandro FortesLeandro Fortes

      Jornalista

      Procura-se uma boia para FHC

      20 de Fevereiro de 2016

      :

      A mídia ainda não achou um jeito de tirar Fernando Henrique Cardoso da enrascada em que a jornalista Mirian Dutra o meteu.

      A tese de que a relação com a amante é uma questão de foro íntimo só faria sentido se:

      1) O presidente da República e, por extensão, o Brasil, não tivessem sido feitos reféns da Rede Globo, por oito anos, sabe-se lá a que preço, para que essa amante ficasse escondida na Europa;

      2) O presidente da República não tivesse se utilizado de uma empresa concessionária – a Brasif – para enviar dinheiro para o exterior, por meio de uma offshore aberta em paraíso fiscal, para o filho que ele imaginava ser dele – e que, agora se sabe, pode ser mesmo;

      3) O presidente da República não tivesse se mancomunado com um editor da revista Veja para fraudar uma notícia com o objetivo de mentir ao País sobre a gravidez de Mirian Dutra;

      4) O presidente da República não tivesse nomeado a irmã da amante, Margrit Dutra Schmidt, para cargo público federal, no Ministério da Justiça e, mais tarde, ter providenciado junto a um aliado, o senador José Serra (PSDB-SP), um emprego-fantasma no Senado, onde ela está há 15 anos, recebendo salário, todo mês, sem aparecer para dar expediente.

      A nota da Brasif, uma explicação seca e patética montada por advogados para dizer que Mirian recebia dinheiro da empresa, mas que FHC nada tinha a ver com o caso, é uma dessas coisas que só podem ser vinculadas seriamente no Brasil, dada a indigência moral e profissional da nossa imprensa pátria.

      Mirian recebia 4 mil dólares por mês para pesquisar preços – o que, aliás, ela disse que nunca fez.

      Para acreditar nessa versão mambembe é preciso ser cínico em nível patológico ou uma besta quadrada completa, categorias em que se enquadram 99% dos batedores de panela e manifestantes da CBF dos domingos de histeria e ódio da Avenida Paulista – Margrit Dutra Schmidt entre eles.

      Em um muxoxo particularmente hilariante, FHC acusou o golpe: acha ser "uso político" a Polícia Federal investigar essas transações de evasão fiscal feitas pela Brasif nas Ilhas Cayman, o paraíso dourado dos tucanos.

      Então, está combinado.

      Quando a investigação é sobre o barco de lata de dona Marisa Letícia ou sobre o número de caixas de cerveja que Lula levou para um sítio em Atibaia, é combate à corrupção.

      Mas investigar remessas de dinheiro, via paraíso fiscal, feitas por uma concessionária do governo, a mando de um presidente da República, para manter uma amante de bico fechado com o apoio da TV Globo e da Veja, é uso político.

      O problema central é que, antigamente, bastava silenciar e manipular o noticiário.

      Hoje, com as redes sociais, como bem sabe José Serra e sua bolinha de papel atômica, é preciso muito mais do que jornalistas servis e desonestos para esconder um escândalo desse tamanho.

      Procura-se uma boia para FHC | Brasil 24/7

       

        Lula MirandaLula Miranda

        Poeta, cronista e economista. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa e Fazendo Média

        Os (as) amantes do tucanato

        19 de Fevereiro de 2016

        :

        Mais tucana que jornalista, Eliane Cantanhêde, em seu artigo de hoje no "Estadão", morde e assopra, como é de seu feitio, e ainda arruma um "jeitinho" de tentar transferir a bronca e a sujeira de FHC para o PT – para limpar a barra deste e dos seus parceiros no tucanato, provavelmente.

        Vale salientar (e ressalvar) que a notícia da "baixaria" de FHC, com sua ex-amante, foi noticiada, originalmente, numa matéria que foi manchete de capa da "Folha", jornal que é tido e havido como amigo dos tucanos, e no qual Cantanhêde trabalhou por mais de uma década.

        Cá entre nós, o fato é que a tal Míriam – que, por sinal, parece não ser lá flor que se cheire (mas isso é problema dela e de FHC) – foi sustentada e escondida no exterior pela Globo e por uma empresa amiga dos tucanos, em favor de FHC.

        E isso é particularmente grave.

        "Baixarias" à parte, trata-se um enredo, tipicamente folhetinesco e mafioso, que envolve FHC, a toda poderosa Globo, uma empresa privada [concessionária de um serviço público, na ocasião que se deram os fatos] e os finados Roberto Marinho, ACM e Luis Eduardo Magalhães.

        Como se pode notar, os oligarcas se vão e deixam a sua podridão arrastando-se história adentro. Que descansem em paz.

        Mas o leitor mais atento deve, a essa altura, estar se fazendo algumas perguntas.

        Por exemplo…

        Afinal, por que a Globo sustentou uma funcionária no exterior, sem trabalhar, com salário que chegava a US$4.000?

        Por que a Globo tinha interesse em esconder essa senhora e proteger FHC?

        Por que a Globo estava mancomunada com ACM – que era (ou fora) ministro das Comunicações e era amicíssimo, ou, melhor dizendo, "amice” da “famiglia" dos Marinhos?

        Por que uma suposta "ação entre amigos" envolvendo Lula e a Odebrecht é condenada, enquanto que essas "ações entre amigos", que perpassam a história da República, é tolerada, e até protegida/escondida, pela rede Globo, pela “Veja” e pela grande mídia em geral?

        E só agora – antes tarde do que nunca -, porque a tal senhora resolveu jogar os pecados diversos [dela e de FHC] no ventilador, a história veio à tona em caráter definitivo. Afinal, a Folha não iria perder esse "furo" por nada desse mundo – não é mesmo? – uma vez que o pacto de silêncio já se rompera de maneira irremediável.

        E por que o tal pacto se rompeu?

        Será que foi porque a Globo, diante da queda da sua audiência e faturamento já não podia mais se dar ao luxo de bancar o dolce far niente de uma ex-amante de um ex-presidente no exterior?

        Vale ressaltar que a locutora do Jornal Nacional, dessa mesma emissora, disse ontem, na bancada do JN, que Míriam fora "colaboradora" da Globo até dezembro de 2015. Foi?!

        Aguarde, pois hão de tentar desenrolar essa "ação entre amigos" e esse novelo de interesses nos próximos capítulos.

        Ou será que vão tentar esconder mais esse podre das nossas ruinosas elites no meio do monumental e secular monte de sujeiras, hipocrisia e falso moralismo,  na lata de lixo da história?

        É bom que essas coisas venham a público para que fique cabalmente evidenciada a hipocrisia e o falso moralismo de certos políticos, e o tratamento diferenciado que a grande imprensa dá quando se refere a outro ex-presidente: Luiz Inácio Lula da Silva.

        FHC, depois dessas revelações Gravíssimas, está, desgraçadamente, completamente desmoralizado.

        Os (as) amantes do tucanato | Brasil 24/7

        Caso Globo: Funcionários da Brasif desconhecem empresa de aluguel de helicópteros; FHC usou a Brasif para bancar Mirian Dutra no exterior

        publicado em 16 de fevereiro de 2016 às 23:23

        Captura de Tela 2016-02-16 às 22.32.23

        Da Redação, com Lidyane Ponciano em Belo Horizonte

        O número no endereço dado pela empresa é simbólico: 171.

        No Código Penal, significa estelionato.

        Nossa repórter esteve no endereço, em Belo Horizonte: rua Margarida Assis Fonseca, 171, bairro Califórnia.

        Perguntou ao guarda, depois foi à portaria: funciona ou funcionou aqui uma empresa que aluga helicópteros?

        Resposta de um funcionário que diz que a empresa Brasif está lá há mais de 50 anos: nunca!

        Na portaria, a mesma resposta: não, não há helicóptero para alugar.

        Por telefone, confirmamos com duas funcionários distintas. Elas checaram com colegas. Não, ali nunca pousou um helicóptero. Nem funcionou o Consórcio Veine-Santa Amalia.

        Gravamos, mas não identificamos os entrevistados para não expô-los a retaliações.

        Captura de Tela 2016-02-16 às 22.45.29

        Procuramos via Facebook a mulher indicada como administradora da sociedade.

        Ela mora no Rio de Janeiro, mas supostamente alugava helicópteros sem tripulação em Belo Horizonte.

        Segundo denunciou o Tijolaço, o consórcio Veine-Santa Amalia até recentemente era o responsável pelo helicóptero que serve à família Marinho.

        No site da Anac, o aparelho agora aparece sob controle da empresa Vattne, baseada no Rio de Janeiro. Mas existe algo em comum com Belo Horizonte: o responsável pela Vattne é diretor da Brasif.

        A Santa Amalia Administrações e Participações Ltda., integrante do consórcio com a Veine, é baseada em uma fazenda de Uberaba, em Minas Gerais: a Córrego dos Macacos.

        Já a Agropecuaria Veine Patrimonial Ltda. é a mesma que tem sob seu nome a mansão triplex frequentada pela família Marinho na praia de Santa Rita, em Paraty, litoral do Rio de Janeiro.

        A Veine tem como sócios dois brasileiros e uma empresa baseada em Nevada, nos Estados Unidos, a Vaincre. A Vaincre foi gerenciada pela panamenha Camille, que por sua vez foi aberta pela Mossack Fonseca, empresa panamenha investigada pela Operação Lava Jato. Os documentos que demonstram isso estão aqui.

        A Mossack está sendo investigada por supostamente criar um laranjal para investidores brasileiros. Uma funcionária disse ao MPF que o objetivo das empresas de papel criadas pela Mossack é “proteção patrimonial”, não lavar dinheiro ou esconder propriedades do Fisco.

        “Proteção patrimonial” é a garantia dada a capitalistas de que não vão perder tudo em caso de crise.

        Será que os Marinho colocaram a casa e o helicóptero sob as asas da Veine para proteger o patrimônio? Logo eles, que defendem o risco capitalista com tanta firmeza?

        Ou a Vaincre e a Veine foram instrumentos para transportar dinheiro recebido no Exterior e estacionado em refúgios fiscais para o Brasil?

        Esclarecer isso é o objetivo de checar o papelório: quais empresas de fato existem e quais são ficção?

        Só uma investigação do juiz Moro e dos procuradores e delegados da Lava Jato poderia esclarecer definitivamente.

        Os indícios são de que o consórcio Veine-Santa Amalia representa um acerto entre os Marinho e o empresário Jonas Barcellos, dono da Brasif. O milionário já foi dono dos freeshops de aeroportos brasileiros. Hoje, em Belo Horizonte, a Brasif aluga máquinas pesadas.

        Curiosamente, a revista Época, dos irmãos Marinho, denunciou Jonas como um dos fornecedores de caronas aéreas ao ex-presidente Lula, nesta reportagem.

        O Estadão também mencionou Barcellos como “amigo de Lula”, nesta reportagem.

        Mas ambos omitiram, talvez por desconhecimento, o fato de que uma empresa de Jonas é sócia da empresa que tem em seu nome a mansão dos Marinho em Paraty. A sociedade, como demonstram os documentos acima, continua ativa.

        O Viomundo não dá muita bola para estas coisas burocráticas de nomes e endereços. Reconhece que pode levar a denúncias furadas.

        Mas o que diriam a Época e o Estadão – para não dizer a Veja — se Lula ou algum outro petista tivesse uma empresa que aluga barcos de lata, mas nunca alugou barcos de lata, num endereço onde ela nunca de fato funcionou?

        Seria um escândalo, com direito a buscas por “laranjas” nas redondezas para aparecer no Jornal Nacional.

        Constatamos em Belo Horizonte que o consórcio forneceu um endereço para alugar helicópteros sem tripulação onde nunca houve helicóptero, nem aluguel, de acordo com quatro funcionários distintos da Brasif, que por sua vez consultaram colegas.

        Ao nos incentivar a investigar o assunto, um leitor se referiu a um verdadeiro Baile da Plutocracia em torno da família Marinho: o dono da Brasif, Jonas Barcellos, é um dos conselheiros do Consig, o Conselho de Desenvolvimento Sustentável da Baía da Ilha Grande.

        Como se vê na mansão de Paraty, os donos da Globo tem um grande interesse pelo litoral carioca.

        Quem aparece ao lado de Barcellos no conselho? Jonas Suassuna, dono do sítio frequentado pelo ex-presidente Lula!

        Quem é um dos conselheiros-fundadores? José Roberto Marinho. Dos filhos de Roberto Marinho, ele é o “ecologista”.

        Mas isso não bate com o comportamento da família: a casa de concreto em Paraty teria violado as leis ambientais, segundo denúncia de servidora do ICMBio. Uma ação iniciada pelo MPF busca demolir o triplex de concreto de Santa Rita, que tem piscina invadindo a praia pública.

        Mais uma instância em que os Marinho pregam uma coisa publicamente, via TV Globo, mas privadamente fazem outra.

        Abaixo, um passeio pela Paraty House sugerido pelo Fernando Brito, do Tijolaço:

        PS do Viomundo: Em entrevista à Folha de S. Paulo desta quinta-feira, 18 de fevereiro, a jornalista Mirian Dutra diz que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) usou a Brasif S.A. Exportação e Importação para mandar dinheiro para ela e o filho Tomás Dutra no exterior.  Mirian teve um relacionamento afetivo com o ex-presidente nos 1980 e 1990.

        Segundo a jornalista, por meio da assinatura de um contrato fictício de trabalho, celebrado em dezembro de 2002 e com validade até dezembro de 2006, a Brasif fazia uma transferência de US$ 3 mil mensais.

        No documento, aparece como contratante a Eurotrade Ltd., empresa da Brasif com sede nas Ilhas Cayman.

        Mirian Dutra contrato

        Na entrevista à Folha, a jornalista diz que, numa conversa, dois anos depois da vigência do contrato, Fernando Henrique revelou que o dinheiro enviado pela Brasif era, na verdade, dele, e não da empresa.

        “Ele me contou que depositou US$ 100 mil na conta da Brasif no exterior, para a empresa fazer o contrato e ir me pagando por mês, como um contrato normal. O dinheiro não saiu dos cofres da Brasif e sim do bolso do FHC”, diz.

        Leia também:

        O que a PF já sabe sobre a empresa panamenha Mossack Fonseca

        Palmério Dória: Mirian Dutra, FHC e o DNA de uma farsa

        publicado em 18 de fevereiro de 2016 às 11:52

        O caros-amigos-filho-FHCfuro jornalístico da Caros Amigos, em abril de 2000, reproduzido no blog do Palmério Dória: Por que a imprensa esconde o filho de 8 anos de FHC com a jornalista da Globo?

        MIRIAN DUTRA, FHC E O DNA DE UMA FARSA

        por Palmério Dória, no Conversa Afiada

        No burburinho da Assembléia Nacional Constituinte dois fatos chamavam a atenção: a proverbial resistência física do velho e inesquecível Ulysses Guimarães, que comandava sessões que varavam a madrugada sem perder o humor e sem sequer ir ao banheiro, e o tórrido romance vivido pelo senador tucano Fernando Henrique Cardoso e a jornalista Mirian Dutra, estrela dos noticiários da Rede Globo.

        Mirian, profissional dedicada e discreta, era uma mulher desimpedida. FHC, o “príncipe dos sociólogos”, ao contrário, era casado desde os anos 50 com a respeitada antropóloga Ruth Cardoso, com quem teve três filhos e um casamento que se julgava sólido até então.

        Nos restaurantes e bares de Brasília um Fernando Henrique fora do eixo, com surpreendente comportamento juvenil, trocava olhares lânguidos, roçava pernas e pés, desfilava de mãos dadas e se afogava em beijos que faziam a alegria de quem presenciava o inusitado de uma paixão arrebatadora. Uma dupla quase sempre lhes fazia companhia, em situação semelhante: a linda deputada Rita Camata (PMDB-ES), casada, e o poderoso Alberico Souza Cruz, o diretor do telejornalismo global e chefe de Mirian.

        O resultado desse amor que não podia ser assumido se materializou num teste de gravidez. Positivo. Tomás Schmidt Dutra estava a caminho. Seria registrado pela avó num cartório de Brasília, após seu nascimento, em 26 de setembro de 1991.

        Mirian teve Tomás apoiada por amigos próximos. Não lhe faltou nada, exceto a presença do pai, que meses antes a expulsou aos gritos de seu gabinete no Senado ao ser comunicado da gravidez. O frio, sarcástico, irônico, cínico, racional FHC, descontrolou-se como nunca, indicando-lhe a porta de saída aos berros de “rameira”, chutando um circulador de ar da sala de espera, sendo contido por assessores, enquanto uma humilhada Mirian Dutra, chorando, era acolhida nos braços de um passante. Para desgraça do agressor, tratava-se de um dos jornalistas mais respeitados do país, Rubem Azevedo Lima, decano dos profissionais de imprensa no Congresso Nacional com passagens pelo Correio da Manhã, Folha de S. Paulo e Correio Braziliense, por exemplo.

        Retirada do cenário do barraco, Mirian seria procurada por Sérgio Motta, sócio de FHC, e José Serra. A paz seria celebrada com promessas que lhe foram feitas e cumpridas. Imediatamente ela mudou de casa. Foi para um apartamento maior e melhor que o seu, na SQS 211, em Brasilia. Sua mudança foi feita pela equipe que a acompanhava nas reportagens da Rede Globo: o motorista, o cinegrafista e o iluminador, o popular “pau de luz”, um tipo brincalhão que protagonizou um episódio que ficou célebre no diz-que-diz das noites do Piantella: ao desembarcar a cama de casal de um caminhão alugado para a mudança, bateu as mãos no colchão e sentenciou, solene: “esse é o do senador!”.

        Ao ir para Lisboa, numa TV associada à Globo, a SIC, do ex-primeiro-ministro Pinto Balsemão, Miriam Dutra tornou-se a última exilada brasileira. E, também, a primeira beneficiária da maior bolsa família já paga com dinheiro público.

        Logo após sua partida, o cunhado e lobista Fernando Lemos, casado com a ex-trotskista Margrit Schmidt Dutra (hoje uma militante furiosa da extrema-direita nas redes sociais), iniciou um curioso e repulsivo processo de efetuar gorda coleta da mesada para a cunhada e “o filho do presidente”.

        Agnelo Pacheco, o publicitário que abiscoitou a descomunal conta da Caixa Econômica Federal e trocou sua imagem corporativa numa ação milionária combinada com o embaixador Sérgio Amaral (negociata de milhões, centenas de milhões), puxou a fila dos mecenas.

        Wagner Canhedo, o dono da VASP, marcou presença. A White Martins e o Banco Icatu, idem. Nunca uma pensão alimentícia movimentou tanto o filé do capitalismo tupiniquim. Era uma “bolsa pimpolho” operada por lobistas e megaempresários. Era um escândalo. Tomás e Mirian, certamente, ficaram com a menor fatia do botim.

        Tratava-se de um mensalão doméstico, igual ao que a Construtora Mendes Júnior e Renan Calheiros teriam feito no caso de uma filha do senador alagoano com uma modelo – e hoje o caso está nas altas instâncias judiciais dando dor de cabeça intensa ao presidente do Senado. Mas, como sempre, FHC estava acima da lei.

        De Lisboa a família sem pai se muda para Barcelona. Lá vamos encontrá-la num bairro elegante, em bom edifício, levando uma vida sem sobressaltos. Mirian estava fora do vídeo, mas ainda na folha de pagamentos da família Marinho. O padrinho de batismo de Tomás havia sido muito prestativo com o pai do menino e ajudou-a muito. Era o conhecido e poderoso diretor de jornalismo global Alberico Souza Cruz, o Alburrico.

        Em fevereiro de 2000, na revista Caros Amigos, por uma decisão editorial tomada pelo Sérgio Souza, seu editor, se decide desvendar o mais bem guardado segredo da República: o porquê a grande imprensa esconde o filho de 8 anos de FHC com uma repórter da Rede Globo. Na verdade, era um segredo de polichinelo.

        A preocupação jornalística veio casada com a salvaguarda ética: não publicar a foto do menino, oferecida por um colunista de Santa Catarina; não adentrar os limites da intimidade da família; ouvir e publicar tudo o que Mirian e FHC se dispusessem a dizer; procurar e ouvir os editores de TODOS os grandes veículos da mídia nacional.

        Assim foi feito.

        Em abril de 2000, com enorme repercussão, Caros Amigos lancetou o tumor. O então presidente da República foi procurado e não quis se pronunciar. Os editores dos principais jornais, revistas e telejornais deram suas versões, todas publicadas. Mário Sérgio Conti, chefão da Veja, atendeu meu telefonema com frieza que foi substituída por um ataque de ira e impropérios publicados na íntegra.

        Mirian, procurada pelo repórter João Rocha, em Barcelona, foi cortês. Pelo telefone conversaram longamente. Miriam demonstrou querer falar, mas não falou. Já era uma mulher amargurada, quando disse uma frase reveladora ao ser perguntada pela paternidade de Tomas: “pergunte para a pessoa pública”. Estava indicada a paternidade de Tomas, é óbvio.

        Na entrevista concedida por Mirian à revista digital BrasilcomZ, há algo que emerge com força e nos surpreende: ela lança dúvidas sobre o exame de DNA realizado por FHC. Acredita que houve fraude. Desmente que FHC tenha prestado assistência ao suposto filho, que o tenha visitado em Madri, que mantenha boas relações com Tomás. E traça um perfil humano devastador, nada a ver com aquele que a mídia tenta projetar. Mirian Dutra falou muito menos do que sabe.

        Como velho repórter, noto uma situação interessante: Mirian esperou quase três décadas para fazer o que qualquer mulher faria. Mas o faz apenas agora, dias após FHC formalizar sua união com a bela e jovem Patricia Kundrat, a quem presenteou com um imenso apartamento na Avenida Angélica, no aristocrática bairro de Higienópolis, a poucos metros de sua casa. Valor do mimo: R$ 1 milhão.

        Tenho a absoluta convicção que Mirian, como mulher ofendida na sua dignidade e como mãe, no mínimo exigirá a realização transparente de um exame de DNA em três laboratórios, ao mesmo tempo. Todos eles sob a supervisão da Justiça, da Ordem dos Advogados do Brasil e dos advogados de ambas as partes.

        Estão em jogo três coisas muito importantes. O futuro de Tomás, a vida de Mirian, e – não podemos ser hipócritas – a imensa e inexplicável fortuna de Fernando Henrique Cardoso.

        Leia também:

        FHC usou a Brasif para bancar ex-namorada no exterior

        Maria Goretti: Por ter decidido ser mãe, Mirian se tornou um estorvo

        publicado em 19 de fevereiro de 2016 às 00:08

        maria

        Maria Goretti passa a colaborar com o Viomundo. Ela é advogada, cantora e feminista

        “Desafio da Maternidade aceito!”

        por Maria Goretti

        Há alguns dias uma onda no facebook chamada “desafio da maternidade” convida mães a postarem fotos com seus filhos.

        A maternidade se revela de fato um grande desafio. São muitas abdicações e amadurecimento.

        Como o caso descrito pela jornalista Mirian Dutra. Ela revelou em entrevista à Folha que foi amante de FHC por 6 anos. Apaixonada. Tinha rejeição à pílula e DIU, e ele sabia.

        O então senador da República pagou por dois abortos durante a relação. Um dia ela descobriu que estava grávida de 3 meses e fez questão de ter o filho.

        O romance acabou aí. Ele disse para ela arranjar outro pai para o filho.

        E de fato foi arranjado outro pai para o filho. Numa notinha plantada na Veja ela apareceu séria, de óculos escuros. Dizia que estava grávida de um biólogo e que resolveu ir morar no Sul. Estava claro que ela cedeu ao pedido de FHC e não queria manchar a imagem dele. Um candidato, imagine, com uma amante.

        Por ter decidido ser mãe ela se tornou um estorvo. Saiu do país e pessoas ligadas à política a aconselharam a não voltar.

        FHC pagou os estudos do filho e deu-lhe um apartamento. Discute-se se foi com dinheiro público ou não. Mas sabemos que isso não será averiguado, nem haverá panelaço, porque ele não é do PT.

        O ex-presidente disse ao jornal que atende ao filho nas necessidades afetivas “quando possível”, exatamente como é dito por tantos pais em tantas e tantas audiências nas Varas de Família.

        Haverá quem diga que ele faz muito. Que é uma grande honra para o filho conseguir falar ao telefone com o pai. E em tantos lares é assim: quando o pai faz sua parte, está “ajudando”, como se a regra fosse justamente ser irresponsável.

        Mirian aceitou o desafio da maternidade, mas não manteve o segredo. Quem lê sua entrevista lembra de todas as mulheres, lembra de si mesma. Uma mulher pode ter sido frágil a vida inteira.

        Uma mãe não tem medo de nada.

        Leia também:

        ACM pediu que Mirian não voltasse ao Brasil, diz ex de FHC

        Entrevista ao DCM: Mirian Dutra confirma que Globo foi representada no almoço em que ela foi convencida a não voltar ao Brasil — antes da reeleição de FHC

        publicado em 21 de fevereiro de 2016 às 01:52

        Captura de Tela 2016-02-21 às 01.50.40

        Mirian Dutra em 1991, no Jornal Nacional, antes da gravidez; depois, em Portugal, as aparições rarearam, até ela sumir completamente do vídeo apesar de ganhar o equivalente a R$ 18 mil mensais

        Quase 30 anos depois, eis que uma nova Mirian adentra a vida política nacional com histórias sobre relações perigosas, filhos fora do script e abortos clandestinos. Na campanha de 1989, Miriam Cordeiro foi usada e se deixou usar covardemente por Fernando Collor contra seu adversário do segundo turno, Luiz Inácio Lula da Silva. No desastre político e econômico de 2016, chega da Europa a voz de Mirian Dutra, dando de bandeja para o PT de Lula munição contra Fernando Henrique Cardoso. Eliane Cantanhede, no Estadão

        Fernando Henrique, o poltrão

        Por Fernando Brito · 19/02/2016

        rato

        Para quem não sabe o que é a palavra poltrão, que minha avó dizia quando ficava muito revoltada ao ver alguém se comportar de forma vergonhosa, aí vai a definição: quem não tem coragem; covarde, medroso, pusilânime.

        Este é o retrato de Fernando Henrique Cardoso após a nota divulgada hoje pela Brasif dizendo que ele nada tem a ver com o contrato fictício de prestação de serviços que, em nome dele, assinou com a jornalista Mírian Dutra e que, portanto, nem desta maneira espúria ele assistiu a criação de uma criança que, para todos os efeitos, admitia ser seu filho.

        Fez, isso, sim, de forma bandida, mas fez.

        Porém, com medo de responder pelos dinheiros tortuosos  que usou nisso, ‘esqueceu’ o que depositou (depois do que escreveu como sociólogo) até obter da empresa a garantia de que ela “seguraria a peteca” dos pagamentos a Mirian.

        Se nega a irregularidade, proclama a desumanidade: quer dizer que assistiu crescer o rapaz que pensava ser seu filho sem mover – mesmo por caminhos ilegais – uma palha para contribuir no seu sustento?

        A um homem que renega um filho –  ainda mais no século 20 – só cabe mesmo o adjetivo que minha avó usava aos desafetos máximos: poltrão!

        Não interessa se a mãe faz a denúncia com sinceridade, depois de tantos anos. Ao menos até o exame de DNA, ele admitia ser o pai e, portanto, tinha responsabilidades afetivas e materiais.

        E para quem se revela proprietário de propriedades milionárias, como se revela no post abaixo, não é possível que  uma mísera pensão fosse inviável.

        Atpé porque se pode dar um apartamento de 200 mil euros – quase R$ 1 milhão – ao rapaz, a essa altura, e se não foi capaz de pagar-lhe escola, comida, roupa, este mimo assume ares de “cala a boca, garoto, que você vai se dar bem”.

        Um corrupto e um corruptor são desprezíveis.

        Mas quem corrompe seu próprio filho é mais, é abjeto.

        Lixo.

        Se ele quiser, que me processe.

        Vou ter o prazer de dizer como minha avó dizia, que é um poltrão.

        Exploração política de pensão fajuta? Valeu para Renan, mas não vale para FHC

        Por Fernando Brito · 20/02/2016

        fhcrenan

        As revistas semanais, como era de se esperar, simplesmente ignoraram em suas capas o escândalo da semana: a revelação, pela jornalista Mírian Dutra, de que Fernando Henrique Cardoso valia-se de um contrato fajuto de uma empresa beneficiária do Governo para pagar uma pensão alimentícia de US$ 3 mil ao filho que, àquela altura, considerava seu.

        E providenciaram, num estalar de dedos, uma nova carga de vazamentos contra Lula, montada à base de suposições absurdas até pelo valor que se pagaria, de fato, se ele estivesse patrocinando negócios ilegais e não a legítima expansão de negócios de empresas brasileiras no exterior – e bem distante das Ilhas Cayman, de onde vinha a “pensão fajuta” da ex-namorada de Fernando Henrique. Porque, onde se atribui a um gerente da Petrobras, Pedro Barusco,  o surrupio de R$182 milhões, chega a ser risível que – entre viagens, hospedagens e palestras, Lula tivesse recebido 26 vezes menos para atuar como “vendedor” de serviços empresariais.

        E, se as palestras e eventos com Lula não tinham valor, mas eram simples cobertura do pagamento de vantagens a Lula,no julgamento da mídia, resta explicar porque por elas pagaram quase o mesmo, por cada uma, empresas como a Microsoft, Itaú, Santander, Ambev, Telefónica, Iberdrola, Telmex, Lojas Americanas, LG, Bank of America e outras, além da própria dona da Época, a Infoglobo.

        A coisa é tão ridícula que usam como “prova” o fato de Lula ter se reunido com o presidente do BNDES um mês depois de ter ido a Cuba, em 2011.

        Desculpem, se Lula, com o prestígio que tinha em 2011, pisasse no aeroporto e ligasse para o presidente do BNDES dizendo que precisava falar com ele, era recebido no mesmo dia, se desejasse.

        Evidente que os vazamentos integram a operação “Fazer o que o gato faz” com o escândalo FHC-Brasif.

        E o “coitado”  do ex-presidente reclama do “uso político” do caso, com os lordes daa grande mídia balançando a cabeça, reprovando essa “baixaria” – não sei qual, porque o problema é o dinheiro e seus caminhos, não a idiferença parental de Fernando Henrique Cardoso.

        O curioso é que fizeram capas inteiras  sobre o caso semelhante de Renan Calheiros, quando uma ex-amante – coincidentemente a também jornalista Mônica Veloso – denunciou outra pensão fajuta igualzinha, como mostro na ilustração do post.

        A  moral da mídia é mesmo elástica para seus queridinhos e uma rocha para seus inimigos.

        Não foi Serra quem nomeou a irmã de Mirian. Foi o “puro” Presidente Fernando Henrique

        Por Fernando Brito · 18/02/2016

        miseria

        Não vou entrar nessa de perseguir a irmã de Mirian Dutra, porque foi nomeada por José Serra como assessora de seu gabinete.

        O nomeado tem sempre alguém que o nomeou.

        E o que falta dizer nessa história é que foi ele, o puro, o príncipe, o limpíssimo Fernando Henrique Cardoso quem usou seu poder presidencial para nomear a “cunhada”.

        O que, até agora, a imprensa não publicou, embora esteja estampado no Diário Oficial, na primeira página, quando ele a designa para dirigir o Departamento de Classificação Indicativa do Ministério da Justiça, sucedâneo do velho Departamento de Censura, é que foi ele quem a nomeou quando seu principal atributo era ser a irmã se sua namorada.

        E não publicou porque não quis, porque Margrit chegou até a escrever artigo para a Folha com o irônico título de “Kids – Meu filho pode assistir?

        Pois é este Tartufo que vem dizer que Lula não merece mais o seu respeito e que “é preciso esperar para ver” se ele é honesto.

        Fernando Henrique Cardoso é pior aquilo que ele, depreciativamente, atira sobre outros.

        A miséria da política, título de seu livro em que pretende fazer – chega a doer ver um sociólogo descer a esta simplificação – as “crônicas do lulopetismo” – bem lhe serviria como retrato.

        FHC é  um miserável da política, que a exerceu com a vaidade e a conveniência atropelando toda a cultura e ética que se pavoneia de ter, e que está agora sendo fritado no óleo fervente de sua própria hipocrisia.

         

        Hipócrita, FHC “espera” empresa para falar de dinheiro. Esqueceu, como do aeroporto?

        Por Fernando Brito · 18/02/2016

        aerofhc

        Só há uma coisa digna na nota emitida hoje pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a respeito do escãndalo provocado pela entrevista de sua ex-namorada Mirian Dutra. A frase final: “Questões de natureza íntima, minhas ou de quem sejam, devem se manter no âmbito privado a que pertencem.”

        Mais uma vez, não se tratará aqui delas, muito menos se emitirá conceitos morais sobre o comportamento do “ex-príncipe”.

        Mas dizer que vai esperar a Brasif, do empresário Jonas Barcellos explique o que fez, a seu pedido, para só então dizer o que fez, francamente, é de uma imensa covardia.

        Dizer que enviou 100 mil dólares para serem pagos à razão de US$ 3 mil por mês é o fim da picada.

        Embora ele pudesse ter este valor (na sua última declaração de bens pública, como candidato em 1998, ele tem apenas  US$ 23,2 mil ) é bom lembrar que US$ 100 mil, no final de 2002 , chegavam R$ 400 mil em moeda nacional, pois o dólar estava, na datado contrato exibido pela beneficiária (16/12), a R$ 3,632.

        R$ 363 mil, naquela data, pela inflação, equivaliam a R$ 746 mil, hoje,corrigidos pelo IPCA.

        Um dinheiro para não esquecer, não é?

        Se foi no exterior que recebeu, do que foi? Ou ele, presidente, mandava todo mês uma remessinha de dólares para fora?

        Pior ainda é a Globo soltar uma nota dizendo que “não sabia de nada”, porque é público que ela colaborou o exílio da moça.

        Mais um capítulo na vergonha de uma mídia que abafou, todo tempo, situações escandalosas de Fernando Henrique e, hoje, faz escândalo com uma canoa e um “puxado” de Lula.

        Quer um exemplo?

        Vocês viram os jornais e tevês apurando a história do aeroporto da empresa Camargo Correa construído em 95 na fazenda ao lado da Córrego da Ponte, propriedade de FHC em Buritis, embora a Istoé tenha tornado o fato público em 1999?

        anacConversa? Olhe aí do lado a renovação da licença do aeroporto, em 2001,que já não consta mais na base de dados da Anac, agora que FHC vendeu a fazenda e a empreiteira fechou a microempresa que era “dona” da pista, capaz de rebeber jatinhos de bom porte…

        Os jornais, que se esmeram em ouvir caseiros, donos de loja de materiais de construção, marceneiros, vendedor de bote de lata e tudo o que podem revirar no lixo para incriminar Lula se dignaram a mandar um repórter lá?

        Ou pelo menos de mandar um repórter colocar no Google Maps as coordenadas do aeroporto e as da Fazenda Córrego da Ponte, que podem ser conhecidas porque o comprador – FHC a vendeu em 2003 – registrou um pedido de construção de açudes, produção de carvão e desmatamento de 55 hectares. Estão registradas aqui, no documento: latitude 15°14’19.4’’ Sul e longitude de 46°42’49.6’’ Oeste.

        Gasta só uns minutinhos, como eu gastei, verificar que é praticamente ao lado da propriedade do príncipe, embora para usar a estrada e não atravessar a lavoura que tem lá sejam 6,3 km pelas estradas vicinais, porque o Google não faz percurso por vias internas das propriedades, o que reduz a menos da metade a distância.

        O mapa está lá em cima, na ilustração e aqui, neste link, para quem quiser abri-lo, de forma interativa, no seu próprio computador.

        É preciso um escândalo de natureza sexual e familiar para que o príncipe vire sapo?

        A imundície do príncipe FHC, o frio

        Por Fernando Brito · 17/02/2016

        friofhc

        Sigo na posição de não discutir o festival de baixarias e rancores – justos ou não – da ex-companheira de Fernando Henrique Cardoso, reavivados agora na entrevista a Natuza Nery, na Folha .

        Francamente, estou me lixando se uma empresa deu dois, cinco ou dez mil dólares para bancar a criação do seu então suposto filho.

        Isso é imensamente menos prejudicial ao país que o caráter de seu governante.

        Mas é impressionante – se 10% do que Míriam Dutra for verdadeiro – o que esta história está revelando sobre o caráter do “príncipe”.

        E mais ainda pelo que ele diz, ao ser confrontado com as declarações da ex-companheira.

        Frio, sem um pouco sequer de compaixão ou, se está sendo injustiçado, sem meia dúzia de argumentos que invalidem o rancor alheio,

        Amores e rancores são sentimentos humanos.

        A frieza é que é desumana.

        Benditos os que brigam, choram e até os que gritam e dizem desaforos, embora seja melhor que não o façam.

        Os que gelam, sobretudo numa idade em que nada mais se tem a perder, senão a vergonha, é que me preocupam.

        Lembram-me a frase do velho Ullysses, sobre ser velho não é o mesmo que ser velhaco.

         

        Porque este blog não comenta o caso do “ex-filho” de FHC. Mas o da Veja, sim

        Por Fernando Brito · 16/02/2016

        dutra1

        Por princípio, não entro em questões pessoais de fundo moral.

        Qualquer ser humano adulto pode vir a gerar um filho em situação involuntária, até por uma atração fugaz.

        Quem transa com quem é assunto que só aos dois, se adultos e consentidos , diz respeito.

        Homem ou mulher, não sou eu quem vai jogar pedras, porque hipocrisia não é a minha praia.

        Muito menos sobre a decisão – feminina, sempre – de ter ou não ter a criança.

        Assumi meus filhos, os que gerei e a que me veio como um presente pronto. Mas não acho que todos os homens sejam iguais, embora os que não amem uma criança, sejam de quem forem  os cromossomos que  ela carregue, não sabem o que estão perdendo.

        Por isso foco meu comentário sobre a entrevista-bomba da jornalista Miriam Dutra, narrando os bastidores de sua relação com Fernando Henrique Cardoso e suas suspeitas sobre a forma – segundo ela, ardilosa – pela qual o rapaz fez um exame de DNA que comprovaria a não-paternidade e sua divulgação, mas noque ela fala sobre o papel da revista Veja.

        Um texto, despropositado – na seção “Gente”, em em julho de  1991 – , atribuía a paternidade a um “biólogo”, convenientemente anônimo e no exterior.

        Diz ela que foi armado pelo próprio Fernando Henrique – dá-se a entender que por iniciativa do filho mais velho, Paulo Henrique – e o então editor da revista, Mário Sérgio Conti.

        Isso, sim, diz respeito à natureza pública do jornalismo e permite, sem meias palavras, o uso da palavra canalhice para descrever o que é.

        Canalhice de quem transforma o exercício da profissão em prestação de favores, até para “limpar a barra conjugal”.

        Canalhice de quem procura na manipulação da mídia a satisfação de seus interesses privados, neste caso abjetos.

        A Veja e Fernando Henrique vêm de longe, nisso.

        Hoje  se acrescenta um capítulo a mais na imundície – refinada, é verdade – de ambos.

         

        FANTASMAGÓRICOS

        Indagado para o blog de Lauro Jardim sobre uma funcionária fantasma do seu gabinete, Margrit Dutra Schmidt, "num primeiro momento" José Serra "afirmou não saber ao certo" se a sua fantasma "trabalha ou não em casa". Informado de que ninguém no seu gabinete sequer a conhece, disse "imaginar" que ela trabalhe em casa. Mas ninguém no gabinete soube, jamais, de algum trabalho dela. Então Serra decidiu que "ela trabalha" em casa.

        O trabalho de funcionário do Senado "em casa" é ilegal. A cessão para tal, por parte do senador, também é.

        Serra é um dos mais ferrenhos cobradores de "ajuste fiscal", ou seja, do corte de gastos públicos. Desde, percebe-se, que não atinjam os seus gastos de dinheiro público, mesmo para fantasmas que, aliás, com o Congresso funcionando, estão na República Dominicana. Talvez Serra tenha casa por lá.

        Margrit Dutra Schmidt era casada com um dos mais antigos e vorazes lobistas de Brasília, Fernando Lemos. Parente próximo de Roberto Campos, inteligente e engraçado, já era lobista de Mario Andreazza, entre outros, nos tempos de Figueiredo, abastecendo muitos jornalistas em aparente segredo ou às claras mesmo. Aparente porque segredos, em tal fornecimento, não eram do seu agrado.

        A funcionária fantasma, "lotada" em sucessivos gabinetes do PSDB, foi acolhida por José Serra porque o senador Álvaro Dias demitiu-a, quando assumiu a liderança e identificou-a. Álvaro Dias deixou há pouco o PSDB.

        Palmério Doria: "O Príncipe da Privataria" é a biografia de FHC

        Palmério Doria: "O Príncipe da Privataria" é a biografia de FHC

        dom, 21/02/2016 – 10:24 – Atualizado em 21/02/2016 – 10:24- Sugestão de romério rômulo

        Jornal GGN – Nessa edição do EcoVoxTV o apresentador Humberto Mesquita recebeu o jornalista Palmério Dória,  que há 16 anos, junto com a equipe de reportagem da Caros Amigos, levantou as acusações contra FHC aventadas, recentemente, por sua ex-amante Miriam Dutra, de contas que o ex-presidente teria no exterior, fruto de transferências ilícitas.

        Dória, que também é o autor do livro "O príncipe da privataria", conta em detalhes a descoberta feita pela Caros Amigos  reproduzida na matéria de capa "Por que a imprensa esconde o filho de 8 anos de FHC com a repórter da Globo?", publicada em abril de 2000.

          Alex Solnik

          Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão", "O domador de sonhos" e "Dragonfly" (lançamento setembro 2016).

           

          Matarazzo quis comprar silêncio da “Caros Amigos”

          21 de Fevereiro de 2016

          :

          O telefone tocou em casa num domingo de manhã do ano 2000. Não recordo o mês nem o dia.

          Quem chamava era Andrea Matarazzo, atual vereador e pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PSDB, então Ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação de Governo da Presidência da República (1999 a 2001) de Fernando Henrique Cardoso, para quem eu trabalhava redigindo artigos para jornais, discursos e, em parceria com Alex Periscinoto, anúncios institucionais.

          A pasta de Matarazzo, instalada em São Paulo num dos últimos andares do prédio do Banco do Brasil, esquina da Paulista com Augusta, era também a responsável por distribuir as verbas publicitárias do governo para jornais, rádios, revistas e TVs de todo o Brasil.

          Ele jamais tinha me chamado num domingo, fora do expediente. Fiquei curioso para saber o motivo.

          “Você é amigo do Sérgio de Souza, não é?” perguntou ele, já sabendo qual seria minha resposta de antemão.

          “Sou”, respondi. “Praticamente comecei no jornalismo com ele, com Hamilton Almeida Filho, Mylton Severiano da Silva, Paulo Patarra e Narciso Kalili no ex-. Também trabalhei com Serjão na revista Globo Rural, aos sábados vou às feijoadas da sua mulher, conheço seus filhos”.

          “Eu soube” continuou Andrea “que a revista dele, a Caros Amigos está preparando uma matéria a respeito do filho do presidente. Queria te pedir uma coisa. Fala com ele, já que você é amigo. Claro que a matéria deles é furada, porque não tem a palavra da mãe. Mas pode nos fazer muito mal. Essa matéria não pode sair. Diz pra ele o seguinte: se ele não publicar a matéria vai ter todos os anúncios do governo que quiser”.

          Fiquei mal de repente. Minha visão escureceu. O coração disparou. Não acreditei. Eu não queria ter ouvido aquilo. Ele jamais deveria ter dito uma coisa dessas. As pessoas com as quais eu começara no jornalismo, Sergio de Souza incluso, tinham horror a qualquer interferência na redação, fosse o departamento comercial, fosse o dono.

          Certa vez, Narciso praticamente saiu aos tapas com o governador do Paraná, Paulo Pimentel, que era o dono do jornal “Panorama” por causa disso.

          “Você mentiu quando me deu carta branca” gritou ele no meio de uma roda de jornalistas que acabavam de ser demitidos.

          “Ninguém me chama de mentiroso na minha casa!" devolveu Pimentel. “Repita se for homem!"

          “Você é um mentiroso”! repetiu Kalili.

          Pimentel partiu pra cima dele, mas os seguranças não deixaram chegar às vias de fato.

          A redação era o território sagrado dos jornalistas, nunca abrimos mão disso.

          Por outro lado, naquele momento eu trabalhava para ele. Embora essa tarefa não estivesse incluída no contrato de trabalho se eu a recusasse correria o risco de perder o emprego, do qual precisava para pagar minhas contas.

          “Não vou fazer isso” respondi. “Conhecendo o Serjão como conheço, tenho certeza que, além de não aceitar a proposta, porque ele não faz essas coisas, não é da índole dele, ele ainda vai incluir esse episódio na reportagem, o que vai piorar as coisas para o governo. A emenda será pior que o soneto. É um plano furado”.

          Ele insistiu um pouco, mas logo depois desligamos, eu convencido de que tinha feito a coisa certa e ele certamente aborrecido com minha recusa em “colaborar”.

          O plano naufragou. A reportagem foi publicada. Mas para mim ficou a nítida sensação de que houve ao menos uma tentativa de utilizar o poder do estado e de forma nada republicana para resolver um caso pessoal envolvendo o presidente da República.

          O caso Miriam Dutra e a libertação de Delcídio do Amaral, por Yuri Carajelescov

          O caso Miriam Dutra e a libertação de Delcídio do Amaral, por Yuri Carajelescov

          dom, 21/02/2016 – 09:07 – Atualizado em 21/02/2016 – 09:15- Por Yuri Carajelescov

          Remanesce, no entanto, a dúvida: por que um político inteligente, como Serra, com pretensões presidenciais, se exporia admitindo em seu gabinete uma assessora que só comparece ao Senado para bater o ponto?

          por Yuri Carajelescov

          Testando a hipótese
          A hipótese a seguir parte do pressuposto de que os grupos familiares de mídia, parcelas importantes do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal, doravante denominados “alta burocracia”, assim como os principais políticos do PSDB e de seus partidos satélites (DEM e PPS) jogam juntos pela retomada do controle do governo central perdido há 13 anos.
          O objetivo nuclear dessa aliança não é e nem nunca foi combater a corrupção, mas desalojar os intrusos capitaneados por Lula do poder, o que tem se mostrado até agora inviável pelo voto. O projeto conjunto visa a (re)orientar a nação a partir de três eixos:
          (i.) desmantelar a incipiente política distributivista, bloqueando toda e qualquer possibilidade de seu aprofundamento e de redução da desigualdade;
          (ii.) desmontar as engrenagens de desenvolvimento autônomo do país (vide o ataque sistemático à Petrobras, às empresas de engenharia e ao programa nuclear) e
          (iii.) reverter a política externa não alinhada aos interesses americanos no mundo, reduzindo a participação do Brasil no Mercosul e nos BRICS em favor de um acordo bilateral com os Estados Unidos.
          Trata-se de um programa de contra-reforma sistematicamente rechaçado pela maioria do país, difícil, portanto, de ser implementado, ao menos por enquanto, a partir da força e da legitimidade das urnas.
          Pois bem, esses três grupos (mídia, "alta burocracia" e caciques da oposição), como as "famiglias" italianas, se protegem, mas, por vezes, acontecem rusgas entre irmãos, em função de idiossincrasias ou interesses particulares. O caso Miriam Dutra talvez seja um deles, essencialmente fogo amigo.
          Aos fatos.
          Miriam Dutra concede uma entrevista para uma revista estrangeira de pouca expressão (BrazilcomZ) na qual requenta uma história revelada pela revista Caros Amigos em 2000 sobre o filho que teria tido com o ex-presidente FHC, fruto de uma relação extraconjugal de 6 anos, a participação da Rede Globo no processo de ocultação do fato etc. Ouvida depois pela "Folha", ela manda um torpedo direto no alvo: “não sei como ainda não descobriram as contas dele (FHC) no exterior”, algo como “eu sei o que você fez no verão passado”.  Seria a senha de uma chantagem?
          Os blogs de esquerda, em sua maioria lulopetistas, inconformados com a campanha sistemática contra o ex-presidente Lula, espalharam como fogo no paiol a entrevista.  As redes sociais bombaram.  A “Folha”, reconhecidamente amigável aos tucanos, especialmente a Serra, deu grande destaque e a Globo, como havia sido envolvida na história, teve que se defender em seus jornais televisivos. Estava garantida a ampla divulgação do requentado caso “Miriam Dutra”, furando, assim, a tradicional blindagem de FHC na mídia.
          No meio desse tiroteio, começam a aparecer as digitais de José Serra. Descobre-se que a irmã de Miriam Dutra, Magrit Dutra Schmidt, é funcionária fantasma lotada em seu gabinete. Lauro Jardim, ex-Veja atualmente em “O Globo”, noticia em primeira mão o fato. Por razões que não vem ao caso agora, a família Marinho é grata, gratíssima, a FHC, o que se reflete na cobertura edulcorada dos veículos das organizações Globo em relação a ele.

          Pego em flagrante, o senador se defende: “Ela (Magrit) trabalha em casa porque está envolvida em um projeto secreto”. Bem, como o projeto é secreto e o senador é tucano, nada mais precisou dizer nem lhe foi perguntado. Remanesce, no entanto, a dúvida: por que um político inteligente, ladino e experiente como Serra, com pretensões presidenciais, se exporia admitindo em seu gabinete uma assessora que só comparece ao Senado para bater o ponto? Estaria fazendo um favor a alguém ou seria uma forma de se manter próximo a fontes relevantes, reconhecido o seu pendor por coletar, armazenar e sistematizar dados e informações de adversários e aliados, o que seus desafetos costumam chamar de dossiês?
          Na mesma semana em que repercute o caso “Miriam Dutra”, forma-se maioria (7×4) no Supremo Tribunal Federal a favor de uma das teses defendidas pelos agentes da Lava Jato: a precarização do princípio constitucional da presunção de inocência. O Min. Teori Zavascki compõe a maioria formada na Corte. Uma vitória e um recado para a turma do juiz Moro: “go ahead!”. Uma derrota e um recado para os presos na Lava Jato: “Percam as esperanças. Assinem logo as delações premiadas. As instâncias superiores estarão fechadas para seus recursos.”
          Na sexta-feira à tarde, sem grande estardalhaço, o senador petista Delcídio do Amaral, após parecer favorável da PGR, foi solto por decisão do Min. Teori sem assinar acordo de delação premiada, segundo informou seu advogado. Delcídio do Amaral tem DNA tucano. Filiado ao PSDB, ele foi ministro de Itamar e depois ocupou a diretoria de Gás e Energia da Petrobras entre 2000 e 2001, tendo trabalhado com Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa.
          Antes de ser preso, Delcídio foi flagrado em escutas nas quais se ouviu o seguinte:
          “E você vê como é que ele é [Fernando Baiano], como é matreiro? A delação, quando ele conta quando ele me conheceu, quando eu era diretor e o Nestor era gerente [da Petrobras]. Que ele foi apresentado a mim por um amigo, que ele poupou, que é o Gregório Marin Preciado. E as conversas que nós ouvimos é que em uma dessas reuniões que ocorreram, eu não sei com relação a qual desses projetos, houve uma reunião dessa na Espanha que os caras já rastrearam quem “tava” nessa reunião. E existiu um espanhol nessa reunião. que eles não souberam identificar. Bingo, é o Gregório!”
          “Ou seja, Fernando está na frente das coisas, mas atrás quem organiza é o Gregório Marin”
          “O Serra me convidou para almoçar outro dia… Ele [Gregório] é cunhado do Serra. E uma das coisas que eles levantaram nessa reunião na Espanha, eu não sei [se] sobre sondas ou Pasadena, mas houve um reunião na Espanha, e existia esse espanhol que não foi identificado. E é o Gregório. É o Gregório. O Nestor conheceu o Gregório”. Esses trechos foram retirados de matéria publicada pelo jornal Valor (http://www.valor.com.br/politica/4329880/delcidio-diz-que-empresario-gre…).
          Na mesma matéria, o “Valor” informa que: “Segundo a delação premiada de Baiano, Preciado teria obtido entre US$ 500 mil e US$ 700 mil pela suposta cessão de uma empresa sob seu controle e registrada em nome de seus parentes para o recebimento e distribuição de propina de US$ 15 milhões relativa à aquisição pela Petrobras da refinaria americana de Pasadena. A empresa citada por baiano é a Iberbras Integración de Negocios y Tecnologia.”
          Na verdade, Gregório Marin Preciado é casado com uma prima de Serra. As relações entre ambos vão além do provável convívio em festas familiares, como desvendou o jornalista Amaury Ribeiro Jr em “A privataria tucana”. No entanto, mais uma vez, tratando-se de um político integrante do aliança acima referida, a imprensa se desinteressou e a “alta burocracia” tampouco se ocupou de investigar.
          Delcídio preso, no entanto, era um risco. E se ele sucumbisse e resolvesse firmar um acordo de delação premiada e apresentasse provas da relação de Gregório Marin Preciado e outros com o esquema de corrupção na Petrobras?
          Nesse jogo, o rei precisa ser preservado. FHC é o rei desse xadrez. Por todos os serviços prestados à causa, pela simbologia, FHC pode até vir a ser alvo de chantagem, mas não pode cair nunca. Diante de qualquer ameaça ao rei, deve-se abrir as portas das masmorras se for preciso para passar até um senador petista, quem sabe pela mesma porta da qual saiu o banqueiro Daniel Dantas?
          Coincidências acontecem e isso tudo pode ser uma enorme viagem; uma trama caricatural ao gosto de Umberto Eco, que nos deixou ontem. “Ou não”, como diria Caetano. É mais provável que o caso Miriam Dutra desapareça do noticiário da mesma forma que surgiu. Do nada para o nada, o que, em seu silêncio, explicaria muita coisa.    
          Ps. Na mesma sexta-feira foi publicada decisão do Min. Teori Zavascki que, acolhendo manifestação da Procuradoria-Geral da República, arquivou procedimento investigatório– que ninguém sabia que havia sido aberto – contra Aécio Neves por suposta propina recebida da empreiteira UTC. Esse fato reforça a percepção cada vez mais presente da inimputabilidade de certos atores políticos.

           

          Chafurdar na lama é necessário, pois lá estão os porcos, por Rogério Maestri

          Chafurdar na lama é necessário, pois lá estão os porcos, por Rogério Maestri

          rdmaestri

          dom, 21/02/2016 – 09:38

          Por Rogério Maestri

          Parece que os blogs que eram chamados de “blogs de esgoto” estão fazendo valer a sua denominação, entraram no processo de chafurdar na lama, algo nada elegante, nada bonito, mas republicano e democrático, vamos às razões.

          Por muito tempo os blogs de esquerda se mantinham longe de assuntos mais mundanos e verdadeiramente sujos que os grandes próceres da direita brasileira chafurdavam que nem porcos na sua vida “privada”.

          Porém esta ética se revelou extremamente deletéria para o país e para a República Brasileira, simplesmente porque estes senhores “probos” e “honestos” tem o hábito de misturar o público com o privado.

          Partindo para um exemplo em questão, se o nosso ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tivesse tirado do seu bolso sem intermediários o pagamento de uma pensão ao seu filho, isto não seria notícia nenhuma a não ser para revistas de fofocas. Porém como o mesmo usou como intermediário ou simplesmente repassou dinheiro de seu bolso para uma empresa privada que tem uma concessão pública, este assunto passa a ser um assunto de Estado.

          Acho que é o momento da imprensa investigar as fofocas que são públicas não para dar ressonância às mesmas, mas sim para verificar quanto do dinheiro público está misturado com as safadezas dos grandes e impolutos senhores da direita brasileira.

          E por que acho isto necessário? Simplesmente porque se o dinheiro é público isto passa do privado e cai no domínio da malversação do erário, ou seja, assunto que todos a nós competem.

          Se o político A, retira do seu bolso metade de seus ganhos pessoais para manter meia dúzia de famílias paralelas, o problema é dele e da sua esposa (ou das outras amantes que são também traídas), agora se ele arruma um cargo de confiança, por menor que seja para sustentar uma de suas amadas ou ex-amadas e estas não exercem a sua função, de novo é nosso dinheiro que está sustentando as suas infidelidades, e de novo, que estará pagando somos nós.

          31/12/2015

          Dossiê Napoleão das Alterosas

          aecio_300 amigo do lulaO vazamento, no apagar das luzes, e exatamente para a Folha de São Paulo, não é algo que se deva engolir apressado. Nunca é demais lembrar da figura sinistra do tarja preta José Serra. O ator da bolinha de papel esteve por trás de vários episódios que não custa relembrar: O Caso Lunus, que explodiu a então candidata Roseana Sarney; o caso dos aloprados, que compraram um dossiê montado por José Serra que o PT caiu na armadilha; o antológico artigo do Mauro Chaves no Estadão, “Pó pará, governador”, que o jornal o Estado de Minas respondeu: “Minas a reboque, não”.

          A entrega de fim de ano detonando Aécio, como se já não se soubesse de algo muitas vezes mais grave, pode esconder várias coisas: primeira delas, a de entrega do Aécio Neves como estratégia para turbinar a caça ao grande molusco. Segundo, detonar Aécio para planificar o caminho para a candidatura, desde sempre sonho da Folha, José Serra.

          Se não houve incriminação quando o “amigo do Aécio” teve seu helipóptero apreendido com 450 kg de cocaína; se os aeroportos construídos com dinheiro público nas terras do Tio Quedo, em Cláudio e Montezuma passaram em brancas núvens; se as centenas de viagens com aeronaves do Estado de Minas para Rio de Janeiro, Espírito Santo e Florianópolis foram em céu de brigadeiro; se a Lista de Furnas, tão ou mais antiga que o mensalão mineiro, nunca chamou a atenção?!

          Por que uma doação de R$ 300 mil reais iria virar manchete no último dia do ano de 2015?! Gratuitamente? Nem que a vaca tussa! Aí tem truta, e é das grosas. E Aécio pode estar entrando como boi de piranha…

          Propina de Aécio. A quem interessa o crime? Será fogo amigo?, por Rogério Maestri

          Propina de Aécio. A quem interessa o crime? Será fogo amigo?, por Rogério Maestri – qui, 31/12/2015 – 07:35

          Por Rogério Maestri

          De uma hora para outra a Folha de S.Paulo revolve um depoimento de um dos diversos delatores que andam por aí  uma referência clara e inequívoca que o presidente do PSDB recebeu num dado momento uma bela propina de R$300.000,00 de uma das diversas construtoras envolvidas em processos de corrupção.

          O interessante é que esta delação foi feita no Supremo e está sendo divulgada em primeira mão por um jornal francamente contra o governo Dilma.

          Estes dois indícios mostram que a notícia provavelmente foi plantada por alguém de confiança da FSP, o que exclui uma eventual tentativa de um simpatizante ou membro do governo federal ter passado esta notícia.

          Seguindo métodos policiais de investigação, é possível achar suspeitos nesta ação partindo do básico. A quem interessa o crime?

          Se a notícia partisse de alguém vinculado ao governo, provavelmente ela não seria divulgada pela Folha de São Paulo devido a cuidados maiores na investigação da notícia e principalmente por partir de quem partiu.

          Se esta notícia não partiu do governo de quem poderia ter partido? Voltando a metodologia inicial, e sabendo que os partidos no Brasil, como no resto do mundo comportam lutas internas ferozes onde grande parte dos escândalos que aparecem nomes de pessoas partem dos próprios correligionários, ou mesmo ex-correligionários, poderemos levantar suspeitas sobre três nomes interessados em queimar de uma vez por todas a imagem de Aécio Neves.

          O primeiro, e sempre suspeito de ações contra Aécio, tem-se na figura de José Serra como principal suspeito. Serra além do desgaste de imagem que tem sofrido ao longo do tempo foi desmoralizado frente aos seus pares pela taça de vinho jogada na sua cara pela ministra da agricultura, e esta desmoralização entre iguais fere em muito o ego e leva a mentes que tem por único objetivo nos dias atuais atingir o cargo de Presidente da República, ele já foi Governador, Ministro e Senador, logo a única ambição possível é a Presidência.

          Por outro lado se tem uma figura que não precisa assumir o mando deste vazamento, mas tem diversos aliados e uma estrutura própria que podem decidir até a revelia do beneficiado o crime, estou falando de Alckmin. No entourage do governador há uma série de pessoas que podem após pequenas reuniões internas decidir que uma figura como Aécio não se coaduna com os princípios morais e espirituais de um “opus dei”, por exemplo.

          Agora tem uma surpresa que também faria sentido que poucos pensaram, o senador paranaense Álvaro Dias. Este senador, virtual candidato a Presidência da República pelo PV, por pertencer até alguns meses ao PSDB ele sabe dos “pequenos segredos” deste partido e um desgaste na figura de seu presidente é extremamente conveniente.

          Álvaro Dias talvez seja dos três suspeitos que menos se arrisca com a divulgação da propina que recebeu Aécio, e sendo ele senador pelo Paraná, bem próximo ao Juiz Moro, pode levantar uma dobradinha paranaense Dias + Moro para presidência da República, porém como a campanha precisará de tempo de TV um apoio de um partido desgastado até as eleições significaria um aumento significativo do seu cacife.

          O problema é que a senadora não pode levantar suspeita contra a sua figura, pois perderia o aliado no primeiro turno e com pouco tempo de TV pode não chegar no segundo. Logo as ações denunciando problemas com os três candidatos potenciais do PSDB ao Planalto deverão aparecer à conta gotas de forma discreta, porém contínua.

          Um reforço a hipótese Álvaro Dias é que mesmo se sabendo que o Juiz Moro deve ter tido acesso a esta informação, o vazamento aparentemente saiu do Supremo! Algo extremamente conveniente para prosseguir com Moro ocupando a chapa ou mesmo se lançando ao senado através do PV ou outro partido de aluguel pelo Paraná.

          O futuro pode confirmar toda esta hipótese, logo quem ler isto guarde e informação para entender os próximos passos inusitados que poderão ocorrer.

          Propina de Aécio. A quem interessa o crime? Será fogo amigo?, por Rogério Maestri | GGN

          ‘Por que a citação a Aécio, feita em julho, não vazou?’

          :

          Pergunta é do jornalista Mario Magalhães; "Depoimento citando Aécio foi em julho. Por q não o vazaram, como outros?", postou o blogueiro do Uol no Twitter, sobre a reportagem que cita propina de R$ 300 mil da UTC ao senador tucano

          31 de Dezembro de 2015 às 06:28

          247 – Nesta quarta-feira 30, o jornalista Mario Magalhães, blogueiro do Uol, publicou em seu perfil no Twitter uma pergunta que merece reflexão:

          "Depoimento citando Aécio foi em julho. Por q não o vazaram, como outros? Devemos a notícia ao grande @rubensvalente", postou, em referência à reportagem de Rubens Valente publicada ontem pela Folha de S. Paulo.

          A matéria traz trecho de um depoimento Carlos Alexandre de Souza Rocha, apontado como entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, que cita a entrega de R$ 300 mil como propina ao senador Aécio Neves (PSDB-MG).

          No mundo dos vazamentos da Lava Jato, em que até a cópia de um acordo de delação premiada – o de Nestor Cerveró – foi parar nas mãos de um banqueiro – André Esteves – a dúvida sobre a demora do vazamento relacionado a Aécio é realmente válida.

          ‘Por que a citação a Aécio, feita em julho, não vazou?’ | Brasil 24/7

          Bis de Aécio na Lava Jato testará critério de Janot

          :

          Nesta quarta-feira, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) apareceu pela segunda vez na Operação Lava Jato; na primeira, quando foi citado pelo doleiro Alberto Youssef como responsável pela montagem de um ‘mensalão’ em Furnas, durante o governo FHC, o procurador-geral Rodrigo Janot pediu o arquivamento do seu caso; agora, a denúncia é mais recente: um entregador de dinheiro de Youssef diz ter levado R$ 300 mil a um diretor da UTC, para que este depois repassasse a propina ao senador tucano, em 2013; agora, Janot, que prometeu bater "tanto em Chico como em Francisco", poderá pedir um segundo arquivamento ou terá a oportunidade de esclarecer o caso ouvindo o "Miranda da UTC", que mencionou o presidente nacional do PSDB

          30 de Dezembro de 2015 às 09:04

          Minas 247 – Numa de suas delações premiadas, feitas em 2014, o doleiro Alberto Youssef, afirmou que seu padrinho na política, o ex-deputado José Janene, do PP, dividiu uma diretoria em Furnas com o senador Aécio Neves. Por meio dessa diretoria, ocupada pelo tucano Dimas Toledo, pagou-se, durante o governo FHC, um mensalão a diversos deputados federais.

          Na delação, Youssef afirmou que ia constantemente a Bauru (SP) receber recursos da ordem de US$ 100 mil mensais em nome de Janene – o dinheiro era pago por meio da Bauruense, uma fornecedora de Furnas. Ele afirmou ainda que Aécio seria beneficiário desse esquema. As afirmações foram feitas tanto na delação (leia aqui) como no Congresso (leia aqui).

          Essa denúncia só veio a público quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu pediu o arquivamento da investigação relacionada a Aécio. Nela, Janot fez uma ressalva. Disse que o caso poderia ser reaberto se surgissem novas evidências relacionadas ao tucano.

          Nesta quarta-feira, o nome de Aécio apareceu numa segunda delação. Desta vez, do maleiro Carlos Alexandre de Souza Rocha, que entregaria dinheiro em nome de Youssef. Rocha afirmou ter levado um pacote de R$ 300 mil para um diretor da empreiteira UTC no Rio de Janeiro, chamado de "Miranda", que teria como destinatário final o senador tucano.

          Chico e Francisco

          Diante da nova acusação, que Aécio diz ser "fantasiosa", o procurador Janot será pressionado por parlamentares governistas a reabrir o caso sobre o tucano. Até porque ele próprio sinalizou que seu lema, no comando do Ministério Público seria "pau que bate em Chico também bate em Francisco".

          Um caminho óbvio e natural de investigação foi indicado pelo jornalista Fernando Brito, editor do Tijolaço. "Miranda, que é apontado pelo próprio Ministério Público como o responsável pelos “acertos” de propina com o PMDB na obra de Angra 3, seria, por óbvio, o próximo passo de qualquer investigação séria. Mas Miranda, ao que se saiba, não foi preso nem deixado mofar na cadeia até que entregasse os chamados ‘agentes políticos’, é claro", diz ele (leia aqui).

          Ontem, em seu Facebook, Aécio postou a seguinte mensagem: “O que vai nos tirar dessa crise é a solidez das nossas instituições. O PSDB está ao lado da Justiça brasileira, do Ministério Público, da Polícia Federal e do Congresso Nacional, na defesa da democracia e do retorno da ética como instrumento de ação política”.

          A bola, agora, está com Janot.

          Bis de Aécio na Lava Jato testará critério de Janot | Brasil 24/7

           

          No último dia do ano, Aécio ganha manchetes do Globo e do Estado

          :

          Denúncia de repasse de R$ 300 mil da empreiteira UTC ao senador tucano foi destaque nos jornais O Globo e Estadão neste 31 de dezembro, um dia depois de ter sido publicada em uma nota de rodapé na capa da Folha

          31 de Dezembro de 2015 às 06:44

          247 – Nos dois últimos dias de 2015, o senador Aécio Neves ganhou destaque nos três principais jornais do País após ter sido alvo de denúncia de que recebeu R$ 300 mil em propina da empreiteira UTC, investigada na Lava Jato.

          Nesta quarta-feira 30, a denúncia foi publicada em reportagem de Rubens Valente, da Folha de S. Paulo, em uma nota de rodapé na capa do jornal.

          A veiculação aconteceu quatro dias depois de o colunista André Singer, na própria Folha, ter dito que a mídia abafa a corrupção tucana.

          O 247 observou a diferença nos destaques entre a publicação de denúncias contra o ex-presidente Lula, por exemplo, e um tucano (leia mais).

          Nesta quinta-feira 31, último dia do ano, Aécio teve seu nome estampado em títulos de reportagens nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, que repercutiram a denúncia da Folha.

          No último dia do ano, Aécio ganha manchetes do Globo e do Estado | Brasil 24/7

           

          Renan e Randolfe também são citados por delator de Aécio

          :

          Apontado como entregador de dinheiro de Alberto Youssef, o delator Carlos Alexandre de Souza Rocha, que apontou propina de R$ 300 mil para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), também citou supostos valores repassados ao senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, e Randolfe Rodrigues (Rede-AP); segundo o delator, Renan teria sido o destinatário de R$ 1 milhão, entregue entre janeiro e fevereiro de 2014, enquanto o senador do Amapá teria recebido R$ 200 mil; os dois senadores negam terem recebido propina; Randolfe classificou a acusação como "incabível"

          30 de Dezembro de 2015 às 21:01

          247 – O delator Carlos Alexandre de Souza Rocha, que afirmou que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu R$ 300 mil em propina, citou também supostos valores repassados ao senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

          O depoimento, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi dado em julho. Nele, Rocha disse que fazia para Youssef serviço de entrega de dinheiro para políticos. Segundo o delator, entre janeiro e fevereiro de 2014, Youssef informou que teria de levar R$ 1 milhão de Recife a Maceió. O delator disse que entregou o dinheiro, em duas partes de R$ 500 mil, para "um homem elegante" num hotel na capital alagoana. Rocha disse ter questionado Youssef sobre o destinatário do dinheiro, e o doleiro teria respondido: "O dinheiro é para Renan Calheiros".

          O delator também informou que, entre 2009 e 2014, ouviu Alberto Youssef dizer que iria disponibilizar R$ 2 milhões para Renan Calheiros a fim de evitar a instalação de uma CPI para investigar a Petrobras. Ele não informou, no entanto, se o repasse de fato ocorreu. A assessoria de imprensa de Renan negou as acusações.

          Em relação ao senador Randolfe Rodrigues, Rocha disse que Youssef afirmou, em referência ao senador socialista: "Para esse aí já foram pagos R$ 200 mil". Ele disse ter questionado o doleiro se ele tinha certeza, e Yousseff teria respondido ter certeza "absoluta". Rocha, porém, disse não saber se o valor foi efetivamente pago e nem como. 

          Em nota, o senador Renan Calheiros "o senador Renan Calheiros nega as imputações e reitera que não conhece a pessoa de nome Alberto Youssef".

          O senador Randolfe Rodrigues classificou a delação de "totalmente sem noção". "É hilário, incabível. Primeiro eu não sei nem quem é o senhor Carlos Alexandre Rocha. Nunca tive contato com quem quer que seja. Minha campanha em 2010 foi feita com base em doações individuais, de pessoas físicas. O orçamento total da minha campanha em 2010 foi de R$ 210 mil. Esse valor de R$ 200 mil [citado por Rocha] chega a quase ser superior ao orçamento da minha campanha. Estou achando que isso [a citação a Randolfe] é algo arranjado. Nunca soube quem é Carlos Alexandre Rocha nem quem é Alberto Youssef. Nunca nem passei perto dele. Não conheço nem pessoas que sejam próximas a ele. Nunca tive relação direta ou indireta com prestadores de serviços de empreiteiras", disse o senador.

          Renan e Randolfe também são citados por delator de Aécio | Brasil 24/7

          Aecím está nas mãos de Janot

          O PSDB vai desmoralizar Janot como desmoralizou Moro?

          publicado 30/12/2015

          aécim_.jpg

          (Imagem: de Petralha Zuero, no face do C Af)

          Em O Globo:

          Investigado na Lava-Jato diz que Aécio Neves recebeu R$ 300 mil da UTC

          Senador tucano afirma que citação em depoimento é ‘absurda e irresponsável’
          (…)
          Caberá agora ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidir se pede ou não abertura de inquérito para aprofundar a apuração sobre o suposto repasse a Aécio. As declarações do entregador poderão colocar em xeque parte da delação premiada de Ricardo Pessoa, dono da UTC. Apontado como um dos chefes do cartel de empreiteiras envolvidas em fraudes na Petrobras, Pessoa reconheceu contribuições para campanhas e pagamentos via caixa dois para vários políticos, mas não fez qualquer referência ao caso descrito por Ceará.
          Em depoimento prestado ao procurador Rodrigo Telles de Souza e ao delegado Milton Fornazari, Ceará disse que, a pedido de Youssef, fez quatro entregas de pacotes de dinheiro no escritório da UTC no Rio de Janeiro ao longo de 2013. As remessas eram entregues diretamente a Antônio Carlos D’Agosto Miranda, um dos diretores da UTC. Uma das entregas, no valor de R$ 300 mil, no segundo semestre de 2013, teria como destinatário o ex-candidato do PSDB à presidência Aécio Neves.
          (…)

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          Paulo Nogueira: eu acuso Aécio – publicado 30/12/2015

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          Imagem de Horacio Nelson, no face do C Af

          O Conversa Afiada reproduz texto de Paulo Nogueira, extraído do DCM:

          Eu acuso Aécio

          Um homem que:
          Constrói um aeroporto privado com dinheiro público;
          Coloca recursos do contribuinte mineiro, como governador, em rádios da própria família;
          Não se envergonha de, sendo político, ter rádios, num brutal conflito de interesses;
          Faz uso pessoal do avião do Estado de Minas, como se houvesse vôo gratuito;
          Nomeia fartamente parentes e amigos para a administração pública e depois ousa falar em meritocracia;
          É capaz de apoiar Eduardo Cunha, em nome do impeachment, mesmo depois de conhecidas as avassaladoras provas contra ele fornecidas pelos suíços;
          Jamais teve a hombridade de aceitar a derrota nas urnas e, por isso, se pôs a conspirar contra a democracia desde que saíram os resultados como um golpista psicótico;
          Dá como comprovadas quaisquer acusações contra seus adversários, por mais frágeis que sejam;
          Tem a ousadia de recusar um teste de bafômetro como se estivesse acima da lei que rege os demais brasileiros;
          Recebe dinheiro dos contribuintes para atuar como senador e não devolve com um único projeto aprovado;
          Aceita uma boca livre em Nova York de um banqueiro como André Esteves;
          Não poupa esforço pelo financiamento privado de campanhas mesmo quando é sabido que esta é a origem maior da corrupção e que foi daí que surgiram ganguesteres como Eduardo Cunha;
          Tudo isto posto, e a lista poderia seguir muito adiante, por que este homem não poderia fazer pressão para receber dinheiro de propina segundo delação homologada no SFT noticiada hoje pela Folha?

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          Folha fez o possível para esconder

          publicado 30/12/2015

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          De Raimundo Pimentel, no face do C Af

          O Conversa Afiada reproduz texto de Fernando Brito, do Tijolaço:

          “A pessoa está me cobrando estes R$ 300 mil”. “Que pessoa?” “Aécio Neves”

          A Folha fez o possível.
          Colocou a chamada lá no cantinho de baixo, bem pequenina.
          Mas não adianta.
          A reportagem de Rubens Valente é avassaladora.
          Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, afirmou, em depoimento que levou R$ 300 mil no segundo semestre de 2013 a um diretor da empreiteira UTC, de nome Miranda ( Antonio Carlos D’Agosto Miranda) que seriam entregues ao senador Aécio Neves.
          Segundo o “entregador”, Miranda ficou aliviado, pois estaria sendo cobrado pela quantia por Aécio, teria dito o diretor da empreiteira.
          Aécio, claro, nega tudo. Diz que  sua campanha só recebeu legalmente da UTC para a campanha.
          E quem disse, senador, que era pra a campanha? R$ 300 mil, o senhor me perdoe, não é padrão de campanha, onde a coisa é na casa do milhão.
          Tudo tem mais força porque a alta direção da UTC já havia admitido, em depoimentos, que Miranda recebia, guardava e entregava dinheiro destinado a políticos.
          “E o Aécio Neves não é da oposição?”, teria dito Rocha. O diretor da UTC teria respondido, na versão do delator: “Aqui a gente dá dinheiro pra todo mundo: situação, oposição, […] todo mundo”.
          O comitê da campanha presidencial do tucano em 2014 recebeu R$ 4,5 milhões da UTC em doações declaradas à Justiça. A campanha de Dilma recebeu R$ 7,5 milhões.
          Rocha disse ter manifestado estranheza sobre o local da entrega ser o Rio de Janeiro, já que Aécio “mora em Minas”. Miranda teria respondido que o político “tem um apartamento” e “vive muito no Rio de Janeiro”.
          O delator disse que não presenciou a entrega do dinheiro ao senador e que ficou “surpreso” com a citação.
          Rocha prestou o depoimento em 1º de julho. Em 4 de agosto, foi a vez de Santana também dar declarações.
          Embora tenha dito que Miranda não tinha “nenhuma participação no levantamento do dinheiro para formar o caixa dois” da construtora UTC, Santana observou que “pode ter acontecido algum episódio em que o declarante ou Pessoa informaram a Miranda quem seriam os destinatários finais da entrega”.
          Miranda, que é apontado pelo próprio Ministério Público como o responsável pelos “acertos” de propina com o PMDB na obra de Angra 3, seria, por óbvio, o próximo passo de qualquer investigação séria. Mas Miranda, ao que se saiba, não foi preso nem deixado mofar na cadeia até que entregasse os chamados “agentes políticos”, é claro.
          Dinheiro para Aécio Neves não é coisa que venha assim “ao caso”, nem uma delação com este potencial explosivo vaza no dia seguinte, como as outras.
          Até porque a investigação de corrupção parece estar usando os mesmos critérios editoriais da Folha: R$ 300 mil pra petista é manchete, para tucano é pé de página.
          Mas a reportagem de Valente não dá para ser apagada. E vai ter desdobramentos.

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          Diretor da UTC levou R$ 300 mil a Aécio, afirma delator

          Postado em 30 de dezembro de 2015 às 8:19 am – Da Folha:

          Em delação premiada homologada pelo STF, Carlos Alexandre de Souza Rocha, entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, afirmou que levou R$ 300 mil no segundo semestre de 2013 a um diretor da UTC Engenharia no Rio de Janeiro, que lhe disse que a soma iria ao senador Aécio Neves (PSDB-MG).

          Rocha, conhecido como Ceará, diz que conheceu Youssef em 2000 e, a partir de 2008, passou a fazer entregas de R$ 150 mil ou R$ 300 mil a vários políticos.

          Ele disse que fez em 2013 “umas quatro entregas de dinheiro” a um diretor da UTC chamado Miranda, no Rio.

          Também em depoimento, o diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, confirmou que o diretor comercial da empreiteira no Rio chamava-se Antonio Carlos D’Agosto Miranda e que “guardava e entregava valores em dinheiro a pedido” dele ou de Ricardo Pessoa, dono da UTC.

          Nem Pessoa, também delator na Lava Jato, nem Santana mencionaram repasses a Aécio em seus depoimentos. A assessoria do senador chamou a citação de Rocha de “absurda” (leia abaixo).

          Em uma das entregas, que teria ocorrido entre setembro e outubro daquele ano, Rocha disse que Miranda “estava bastante ansioso” pelos R$ 300 mil. Rocha afirmou ter estranhado a ansiedade de Miranda e indagou o motivo.

          O diretor teria reclamado que “não aguentava mais a pessoa” lhe “cobrando tanto”. Rocha disse que perguntou quem seria, e Miranda teria respondido “Aécio Neves”, sempre segundo o depoimento do delator.

          “E o Aécio Neves não é da oposição?”, teria dito Rocha. O diretor da UTC teria respondido, na versão do delator: “Aqui a gente dá dinheiro pra todo mundo: situação, oposição, […] todo mundo”.

          Diário do Centro do Mundo » Diretor da UTC levou R$ 300 mil a Aécio, afirma delator

           

          Planilha de vôos do governo Aécio em Minas é adulterada: sumiram os “passageiros”. Por Kiko Nogueira 

          Postado em 30 dez 2015 – por : Kiko Nogueira

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          O Gabinete Militar de Minas Gerais abriu um inquérito para apurar o desaparecimento de dados das planilhas dos vôos do governo Aécio Neves, entre 2003 e 2010, informa um membro do Ministério Público de MG.

          O caso acontece na mesma semana da denúncia do entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, o qual, em delação premiada, afirmou que levou R$ 300 mil a um diretor da UTC em 2013. Esse diretor lhe disse que o montante ia para Aécio Neves.

          As viagens foram tema de uma série de reportagens no DCM. As quatro aeronaves de Minas — dois jatos, um Citation e um Learjet, um helicóptero Dauphin e um turboélice King Air — foram utilizadas mais de 1400 vezes naquele período.

          Em 198 ocasiões, Aécio não estava presente. Um decreto de 2005, assinado por ele, determina que o uso do equipamento destina-se “ao transporte do governador, vice-governador, secretários de Estado, ao presidente da Assembleia Legislativa e outras autoridades públicas ou agentes públicos, quando integrantes de comitivas dos titulares dos cargos”. Tudo “para desempenho de atividades próprias dos serviços públicos.”

          Sem a presença de Aécio, os aviões e o héliceptero serviram para transportar, entre outros, Luciano Huck, FHC, José Wilker, Milton Gonçalves, Boni, Roberto Civita, Ricardo Teixeira, a irmã Andrea Neves, o primo Quedo e outros parentes e amigos.

          José Serra e Geraldo Alckmin também passearam. Há na relação “Roberto Marinho”, que andou na companhia de Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB. A advogada de Roberto Irineu Marinho, um dos donos da Globo, afirmou ao DCM que não se trata dele.

          A lista foi obtida através da Lei de Acesso à Informação. Em seu primeiro formato, ela fornecia detalhes como ano, data, solicitante, passageiros, origem, destino e custo. Veja abaixo:

          Captura de Tela 2015-12-30 às 16.51.34

          Acima, vê-se que Roberto Civita, dono da Abril morto em 2013, foi a Brumadinho com a mulher. Tudo às custas do contribuinte das Gerais. Ali fica localizado o museu de Inhotim.

          Segundo a assessoria de Aécio, o empréstimo do Dauphin “atendeu o objetivo de divulgar o Museu de Arte Contemporânea apresentando-o a um dos maiores empresários de comunicação do país”. A “prova” é uma matéria laudatória na Veja. Então tá.

          Na nova “formatação” das fichas, sumiram dados como a aeronave usada e quem estava a bordo. Ficaram apenas o “solicitante” (sempre o governador) e o destino.

          Captura de Tela 2015-12-30 às 16.53.10

          Ao DCM, a assessoria de imprensa do governo de MG contou que também está apurando o que pode ter acontecido com os relatórios originais.

          (Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).

          Sobre o Autor

          Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

          Diário do Centro do Mundo » Planilha de vôos do governo Aécio em Minas é adulterada: sumiram os “passageiros”. Por Kiko Nogueira

          26/12/2015

          Moral de cuecas

          gilmar  e o processo da campanhaCheio de receitas para a classe política, mas um silêncio ensurdecedor em relação ao seu orientador intelectual, Gilmar Mendes. Toffoli não forneceu um fiado de ideia do que ele pensa a respeito do fato de seu parceiro de cavalgada ter sentado por mais de ano sobre o processo que trata do financiamento privado. E isso quando a decisão já era favas contadas. A decisão já não dependia dele, mas a retenção do processo visava exclusivamente vitaminar uma parceria com o personagem mais execrável que o sistema eleitoral comandado por Toffoli já elegeu, Eduardo Cunha. É muita cara de pau querer falar em “cláusula de desempenho” fora de casa. O “mediador” do Tóffoli sentou num processo com a mesma desfaçatez de quem apaga fogo jogando gasolina. Aliás, quanto tempo o mensalão mineiro ficou parado no STF até retornar à primeira instância, em Minas?! Foram 17 anos para primeira sentença. Que “mediador” é este que admite ser cabresteado pela mídia?!

          Aliás, tivesse a mínima noção de desempenho e respeito institucional, o órgão que ele preside teria acionado a justiça contra quem chamou o TSE de “Tribunal Nazista”. E o que fez Tóffoli? Seu silêncio é de quem concorda com isso. O que leva o país a ingovernabilidade não é o sistema eleitoral nem os políticos, são os engavetadores, Gilmar Mendes e Rodrigo de Grandis. Não só porque engavetam temas relevantes, mas porque esta atitude vem endereçada para uma seara alheia ao seus metiers.

          O que torna o sistema político ingovernável são os pesos e medidas do Poder Judiciário, que condena adversário com a importação alienígena da teoria do domínio do fato, e para os parceiros ideológicos, ou engaveta ou, depois de sentar anos sobre o processo, devolve-o para a primeira instância. O que torna um país ingovernável é desprezar um helipóptero com 450 kg cocaína e focar na apreensão de um baseado. Tóffoli precisa responder por que José Genoíno foi preso mas os banqueiros, Daniel Dantas e André Esteves, ou não vão presos, ou logo são soltos.

          O pior disso tudo é que ele só vai levantar daquela cadeira somente com ajuda de bengala, ao completar 75 anos… HiPÓcrita!

           

          Entrevista. José Antonio Dias Toffoli, presidente do TSE e ministro do Supremo Tribunal Federal

          Presidente do TSE defende a instituição de uma cláusula de desempenho para as legendas e a adoção do voto proporcional misto para eleição de parlamentares

          ‘Sistema eleitoral e partidário leva o País à ingovernabilidade’

          Marcelo de Moraes e Adriano Ceolin / Brasília – ESTADÃO 

          25 Dezembro 2015 | 03h 00

          O ministro do Supremo e atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral, José Antonio Dias Toffoli, fala do atual sistema político e da Lava Jato em entrevista ao ‘Estado’

          O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José Antonio Dias Toffoli, afirma que “o País continuará ingovernável” se os sistemas eleitoral e partidário não forem alterados. Em entrevista ao Estado, ele defende a instituição de uma cláusula de desempenho para os partidos e o estabelecimento do voto proporcional misto para eleição de parlamentares.

          “Hoje, o atual sistema – de base proporcional, sem cláusula de barreira com acesso de maneira muito igualitária ao direito de antena (aparição em rede de rádio e TV) e ao fundo partidário – leva à ingovernabilidade”, disse.

          Ainda na entrevista, Toffoli fala sobre as expectativas para eleições municipais de 2016, em que doações empresariais serão proibidas. O ministro do STF faz também uma análise sobre a Operação Lava Jato e a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS).

          “O que mais chocou no caso do Delcídio não foi citar o ministro A, B ou C. O que verificamos foi uma interferência no processo, oferecendo ajuda material para que um colaborador protegesse A ou B na sua delação. Alguém que tente interferir no processo investigatório está atentando contra o Estado”, afirmou Toffoli.

          Qual foi a principal marca do Judiciário neste ano de 2015?

          Cada vez mais fica claro que o Poder Judiciário, principalmente o Supremo Tribunal Federal, vai ocupando o espaço de Poder Moderador. Aliás, para o qual ele foi criado com a República. Sua função, portanto, é mediar as grandes crises da sociedade sob a guarda da Constituição e das leis.

          Que avaliação o senhor faz da Operação Lava Jato? Quais são os pontos positivos e os pontos negativos?

          Minha avaliação é que as instituições estão funcionando. O Poder Judiciário, o Ministério Público e Polícia Judiciária estão em plena atividade. Não é uma questão de balanço positivo ou negativo. Porém, fora do trabalho normal, o que ela pode gerar de positivo é mostrar que o atual sistema eleitoral partidário tem de ser modificado, pois leva uma relação promíscua entre Estado e setor privado.

          E o uso da colaboração premiada?

          É fundamental para o esclarecimento de crimes que sejam praticados em situações mais complexas, que envolvam pessoas muito poderosas. Nesses casos, sem a ajuda de alguém de dentro do esquema, fica muito difícil desvendar esses crimes. Pois quase sempre tais crimes possuem uma roupagem lícita. O instituto da colaboração premiada ainda é muito novo no Brasil e talvez precise de alguns ajustes.

          Quais ajustes, ministro? Houve algum exagero?

          Até agora, o Supremo não anulou nenhum acordo de colaboração. Parece que os resultados são bons. O que não podemos deixar de observar é que um colaborador não deixa de ser um criminoso. Tem que se apurar se não está fazendo um despiste, desviando a atenção. Mas há coisas a melhorar. Eu penso que um mesmo advogado não pode atuar em várias colaborações. Porque isso pode ser um mecanismo de combinação. E esse é um tema que a lei não previu.

          Como foi o momento de decidir sobre a prisão do senador Delcídio Amaral, sobretudo depois que o senhor e outros ministros ouviram aquela gravação em que são citados por ele?

          Em primeiro lugar, um ministro tem de estar acostumado a receber pedidos. Quando alguém entra com uma ação, ele está pedindo algo ao juiz. O que o juiz não pode é se deixar seduzir. Precisa seguir as leis e a Constituição. O que mais chocou no caso do Delcídio não foi citar o ministro A, B ou C. O que verificamos foi uma interferência no processo, oferecendo ajuda material para que um colaborador protegesse A ou B na sua delação. Alguém que tente interferir no processo investigatório está atentando contra o Estado. Por isso houve unanimidade na decretação da prisão.

          Como o senhor avalia o TSE ainda analisando questões das eleições presidenciais de 2014?

          Cada vez mais vamos conviver com isso, que não é algo específico do Brasil. No mundo democrático ocidental, cada vez mais a ebulição pela disputa do poder é mais constante e aguerrida. Tem sido assim na França, nos Estados Unidos. Os resultados eleitorais também estão ficando cada vez mais parelhos. Vimos isso agora mesmo na eleição na Argentina.

          No Brasil, essas disputas acirradas deixaram as campanhas mais caras e a cada eleição aparecem financiamentos com recursos de origem ilícita. Como evitar?

          Em 2012, 75% das doações vieram de empresas. E, em 2014, 93% dos candidatos foram financiados por pessoas jurídicas. Nas eleições municipais de 2016, faremos um teste importante, que é a vedação de doações de empresas – decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal. Além disso, o Congresso aprovou um limite. O máximo que poderá ser gasto é 70% daquilo que foi a maior despesa na campanha respectiva nas últimas eleições.

          Mesmo com a vedação das doações de empresas, haverá problemas?

          O fim da doação das empresas traz uma equidade. Porém traz uma segunda preocupação: que o dinheiro venha de áreas ilícitas, como o crime organizado e o narcotráfico. Acho que a Ordem dos Advogados do Brasil junto com a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, Associação Brasileira de Imprensa e outras entidades da sociedade civil deveriam se unir e montar comitês de acompanhamento das eleições, inclusive para denunciar irregularidades. A Justiça não age de ofício. Ela precisa ser provocada.

          O senhor acha que há muitos partidos no País?

          Um dos nossos problemas é o sistema proporcional para escolha de deputados. O sociólogo francês Maurice Duverger (1917-2014) já dizia, nos anos 1940, que países que adotam esse sistema proporcional aumentam o número de partidos a cada eleição. No Brasil, foi assim até 1964, quando a ditadura criou o bipartidarismo. Em 1981, quando isso acabou, foram criados cinco partidos. Hoje, em 2015, já temos 35 siglas. No Congresso, temos parlamentares de 28 partidos. Cada deputado quer ter seu próprio partido, para ter acesso à rádio, ao fundo partidário. Sem cláusula de barreira, isso não muda. Eu propus fazer uma coisa progressiva. Começando com 1,5% dos votos conquistados e depois ir a 3%. Nos EUA e na França, são 5%.

          Qual sistema poderíamos adotar?

          Poderíamos adotar o sistema alemão em que o cidadão vota duas vezes. Primeiro no candidato do seu distrito, da região ou localidade e depois na lista de um partido. E esse voto em lista é que deve ser proporcional. Metade das vagas é escolhida pelo voto em lista e outra metade pelo voto distrital. Hoje, o atual sistema – de base proporcional, sem cláusula de barreira com acesso de maneira muito igualitária ao direito de antena (aparição em rede de rádio e TV) e ao fundo partidário – leva à ingovernabilidade. Em 2014, o partido que fez mais deputados obteve 12% das cadeiras do Parlamento. Então, esse sistema eleitoral, se não for atacado, continuará ingovernável. O sistema atual fragiliza os governos.

          16/12/2015

          Corra, Cláudia, corra!

          Há sorte em não se chamar “Marice Corrêa de Lima” ou em não ser cunhada de petista. Em relação aos amigos do Aécio ou do Eduardo CUnha, a Folha jamais dirá “Amiga de FHC”…

          Até porque, em relação à máfia, jamais haverá engano em relação ao gozo de suas prerrogativas constitucionais… Como diz a poetisa paranaense, Alice Ruiz, “tem dias que a noite é um breu”.

          Diferente, muito diferente quando se busca alguma ligação com quem está sendo caçado, ou que sirva de isca para pegar a caça. Fora dessas arapucas, a vida é bela…

          Corra, Cláudia, corra e filie-se ao PSDB!

          Cunha teme prisão de sua mulher e filha

          :

          Apesar da aparente frieza e calma, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), tem revelado o temor a interlocutores mais próximos de que a Justiça determine a prisão de sua mulher, Cláudia Cruz, que tem conta em seu nome na Suíça, e da filha do casal, Danielle Cunha, que aparece como dependente em documentos bancários no exterior, segundo a colunista Mônica Bergamo

          16 de Dezembro de 2015 às 06:12

          247 – Um dos maiores temores de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é que a Justiça determine a prisão de sua mulher, Cláudia Cruz, que tem conta em seu nome na Suíça, e da filha do casal, Danielle Cunha, que aparece como dependente em documentos bancários no exterior. É o que afirma a colunista Mônica Bergamo.

          Segundo ela, apesar da aparente frieza e calma, o presidente da Câmara dos Deputados tem revelado o temor a interlocutores mais próximos, já que a sua própria prisão seria possibilidade mais remota. Ela precisaria ser determinada pelo plenário do STF (Supremo Tribunal Federal), já que ele é presidente da Câmara dos Deputados.

          A favor das duas, ele cita a investigação sobre elas correndo no STF (Supremo Tribunal Federal), e não no Paraná, sob a jurisdição do juiz Sergio Moro.

          Cunha teme prisão de sua mulher e filha | Brasil 24/7

          Vão se os amigos, ficam as hiPÓcrisias

          Filed under: Aécio Neves,AécioPorto,Eduardo Cunha,hiPÓcrita,Hipocrisia,PMDB,PSDB — Gilmar Crestani @ 7:32 am
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          Não consta que Eduardo CUnha esteja na Lista de Furnas. Nunca se ouviu dizer que Eduardo CUnha tivesse um emprego em Brasília enquanto estudava no Rio de Janeiro. Pelo que se saiba, nunca ganhou rádio do Sarney. Não li em lugar algum que Eduardo CUnha fosse amigo do Zezé Perrella. Não há notícia de que Eduardo CUnha tenha usado recursos públicos para construir aeroportos particulares em terra de familiares. Não consta que CUnha seja viciado em pó.

          Salvo engano, Eduardo CUnha nunca foi pego dirigindo bêbado e sem carteira. Não sei se Eduardo CUnha tem irmã, talvez por isso não se tenha notícia de que ela distribuísse recursos públicos para suas empresas. Ou que utilizasse aeronaves do Estado para transportar amigos a passeio ao RJ ou SC.

          As únicas coisas em comum com tudo isso é o golpismo descarado, a lassidão do judiciário/PF/MPF para esclarecer os fatos e proteção mafiosa da mídia.

          O intrigante silêncio de Aécio sobre o aliado Cunha

          :

          Depois de um dos dias mais tensos da história política do País, com a batida policial nas casas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o sempre loquaz Aécio Neves (PSDB-MG) ainda não se manifestou sobre o assunto; nem em suas redes sociais, nem em seu site, nem na página do PSDB, há qualquer declaração do tucano sobre Cunha; no site do PSDB, apenas uma notícia faz referência à ação da PF, mas apenas com um texto protocolar e declaração de um único deputado, Vitor Lippi (SP), e uma nota sobre o depoimento do empresário José Carlos Bumlai

          15 de Dezembro de 2015 às 21:34

          247 – O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, não fez qualquer declaração pública nesta terça-feira (15), dia no qual a Polícia Federal realizou uma operação de busca e apreensão nos endereços do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), principal aliado da causa tucana pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.

          Na página de Aécio no Facebook, a última postagem é sobre uma entrevista que ele concedeu para a Rede TV. "O Brasil vai ter que tomar uma decisão: se a lei vale para todos ou se não vale. Se a presidente da República, pela importância do cargo, tem direito a um salvo-conduto, seja em relação aos crimes fiscais, seja pelos crimes eleitorais. Se for comprovado que houve dinheiro de propina na campanha ou se confirma-se que ela cometeu crime de responsabilidade, é óbvio que a sinalização que tem que se dar é a do cumprimento da lei pra todos", diz o tucano no texto destacado em seu perfil.

          No site do PSDB, há uma nota do partido com ataques ao PT em decorrência do depoimento do empresário José Carlos Bumlai. Há também um texto noticioso sobre a operação na PF nas residências de Cunha, mas sem qualquer declaração do presidente da sigla.

          Sempre escorregadio em suas declarações sobre as investigações contra Cunha, Aécio, nesta terça, talvez por não ter o dizer para justificar a aliança com o presidente da Câmara, preferiu não aparecer em público.

          O intrigante silêncio de Aécio sobre o aliado Cunha | Brasil 24/7

          25/09/2015

          Sociopatas do PÓ

          MACONHA TRIP FHCOu de como se usa PÓ para finanCIAr golpes contra a democracia e os movimentos sociais. Nunca fumei. Como não tenho possibilidade de fazer como o Aécio Neves, sempre que precisei viajar comprei minha passagem. Meus vícios são legais. Não sou a favor da liberação da maconha, uma droga de pobre. Agora, há muita hiPÓcrisia no ar.

          Tenho nojo da maneira como os grupos mafiomidiáticos criminalizam os aviãozinhos do tráfico mas silenciam ou dão emprego para os grandes consumidores. O silêncio entorno do heliPÓptero com 450 kg de cocaína diz tudo a respeito dos assoCIAdos dos Instituto Millenium. O multipremiado ator argentino, Ricardo Darín explicou muito bem como os EUA poderiam resolver o problema das drogas. A lição serve também para o Brasil. Onde mais Casagrande ganharia emprego senão no lugar que sempre acobertou o seu vício e os fornecedores de seu vício?! Não me venham dizer que é doença. Se fosse, teriam-no levado ao médico e não para a TV.

          Qualquer pessoa com meio neurônio sabe que o problema do tráfico não está na Vila Cruzeiro em Porto Alegre. Está nos Bairros Moinhos de Vento, Bela Vista e no sigilo bancário. Basta ver quem é contra  CPMF, a forma mais inteligente de pegar traficante, sonegador e lavador de dinheiro. No entanto, basta folhear a Zero Hora, ver a RBS ou ouvir a Gaúcha para sentir o quanto eles odeiam a CPMF.

          Entendeu ou precise que desenhe!?

          Mais sobre o baile do Pó Royal

          Published setembro 24, 2015 Por Ani Dabar

          helicopteroPerrela

          Quem aí se lembra disto? Eu sim.

          Diário do Centro do Mundo em 24/09/2015

          O QUE O AFASTAMENTO DE UM DESEMBARGADOR REVELA SOBRE O TRÁFICO DE DROGAS

          Por Mauro Donato

          Wellinton Xavier dos Santos, vulgo Capuava, é considerado um dos maiores traficantes de drogas no estado de São Paulo, senão o maior.

          Em julho deste ano, a casa caiu. Capuava estava em um sítio com 1,6 tonelada de cocaína pura, 898 kg de ingredientes para misturar e aumentar o volume, 30 fornos micro-ondas para a secagem, além de centenas de utensílios típicos para o preparo e refino da droga e mais quatro fuzis e uma pistola automática.

          Foi preso por policiais do Denarc.

          Eis que entra em ação o desembargador Otávio Henrique de Sousa Lima. Analisa o caso e liberta Capuava. Disse que as provas eram frágeis. Capuava, claro, deu linha na pipa novamente. Escafedeu-se.

          Mas a casa caiu para o desembargador também.

          O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini, já estava de olho em Otávio Henrique. Achava muito estranho e de “extrema coincidência” o sistema de distribuição do tribunal encaminhar diversos pedidos de liberdade de traficantes para Otávio Henrique e serem atendidos. Muitos deles durante plantões de finais de semana. O presidente do TJ pediu o afastamento do desembargador por tempo indeterminado.

          O advogado de Otávio Henrique afirmou que seu cliente determinou primeiro a soltura do traficante e só depois foi que o desembargador “soube de alguns fatos sobre Capuava por meio da imprensa.”

          Deixando de lado a galhofa do advogado (ele é pago para defender o indefensável e dizer essas patacoadas), o argumento consciente do desembargador é que é o ponto.

          Se aquelas provas eram frágeis, o que dizer quando alguém é pego com um baseado?

          O envolvimento de alguém do gabarito de um desembargador diz muito a respeito da política de segurança pública vigente. Ela faz um teatro gigantesco de combate às drogas mas está envolvida até o pescoço. Ou nariz.

          A criminalização das drogas serve exclusivamente para fazer girar fortunas escusas e demonstrar poder nas favelas. Os grandes traficantes estão a salvo, longe dali, passeando no barco de um desembargador, nadando na piscina de um deputado, tomando whisky na cobertura de um diretor de novelas.

          Um meme de sucesso nas redes sociais circula desde uma apreensão significante, em um caso que o DCM investigou a fundo:

          “O helicóptero é dos Perrela; O piloto trabalha para os Perrela; A fazenda é dos Perrela; Já os 500 kg de cocaína não são de ninguém.”

          O questionamento que chega ao bizarro retrata fielmente o cenário de promiscuidade entre elite, políticos, polícia e criminosos. O tal “sistema”.

          Alexandre de Moraes, atuou como advogado em pelo menos 123 processos defendendo uma cooperativa de transporte suspeita de associação com o PCC para lavagem de dinheiro. Hoje é o atual Secretário de Segurança Pública de Geraldo Alckmin. Ainda que não haja nenhuma comprovação de associação do próprio Secretário com o crime organizado, é algo desprezível? Ninguém viu conflito de interesses?

          E que tal entregar a responsabilidade de investigar PMs suspeitos de envolvimento em assassinatos ao promotor Rogério Leão Zagallo, um notório defensor da filosofia “bandido bom é bandido morto”? Não é um tapa na cara? Surpreende que as coisas não mudem?

          Por enquanto o desembargador Otávio Henrique de Sousa Lima está apenas afastado e sendo investigado. Se comprovada sua participação, poderá receber uma advertência, ser aposentado de maneira compulsória ou mesmo demitido. Até lá, permanece recebendo salário normalmente.

          Já neguinho que tomar uma geral e estiver com os olhos vermelhos…

          helicóptero Perrela
          E aí, tem isto também.

          folha-perrela

          Palavras Diversas, 26/11/2013

          PERRELA, AÉCIO E LULA:
          AS FALSIFICAÇÕES MANCHETADAS PELA FOLHA

          “Aliado de Lula é flagrado com 500 quilos de Cocaína”. Restam dúvidas de que esta seria a manchete da capa de um grande veículo de comunicação brasileiro, se, em vez de Perrela, o senador fosse apoiador de Lula? A chamada omitiria o nome do envolvido e, em seu lugar, estamparia Lula para atrair leitores.

          Pois bem, como é de conhecimento de muitos, um helicóptero foi apreendido no Espírito Santo com quase meia tonelada de cocaína.

          Esta aeronave é de propriedade de um senador da República.

          Este político é de Minas Gerais.

          E por aquelas bandas ele é apoiador de um outro colega senador, candidato a presidência pelo PSDB…

          Zezé Perrela é o proprietário da aeronave e Aécio Neves é seu aliado.

          O fato não incrimina, diretamente, Perrela, muito menos pode lançar sobre o tucano qualquer respingo sobre esta ocorrência suspeita que, antes de mais nada, precisa ser investigada e oferecer mais subsídios a polícia chegar às devidas conclusões.

          perrela-e-aecio

          Agora a análise de como se comportou a Folha de São paulo neste episódio.

          Em uma chamada na Folha On Line não há menção sobre o dono do helicóptero, no lugar do nome de Perrela usam o termo “senador”.

          Em nenhum momento na matéria é dito que Perrela é aliado de Neves. Acordo que agiram com correção.

          Penso que seja preciso aguardar novas informações daquilo que for apurado pelas autoridades policiais. Fazer ilações ou associações, neste momento, representariam o oportunismo e o descompromisso com a verdade dos fatos.

          Mas e se fosse um aliado de Lula?

          Haveria calmaria nas redações?

          As manchetes da grande imprensa seriam um espaço de tranquilidade e justeza no tratamento jornalístico de um fato grave como este?

          folha-lula

          A desavergonhada manipulação da Folha On Line quando é Lula o personagem de um fato

          Tenho certeza que não.

          Lula quando esteve na Argentina para participar do Congresso de Responsabilidade Social, em Buenos Aires, teria sido fotografado ao lado de um deputado, acusado de abuso de poder. O detalhe é que Lula deve ter tirado dezenas de fotos com admiradores que o procuraram para registrar uma imagem ao seu lado, algo bastante comum. O ex-presidente brasileiro é uma liderança de grande popularidade no continente.

          E o que fez a Folha de São Paulo?

          Diferentemente do tratamento dispensado a Perrela, tratou de associar Lula ao deputado argentino, conforme a imagem impressa acima, extraída do Folha On Line, que não deixa qualquer dúvida.

          Neste episódio a ética e a correção passam ao largo da oportunidade de tentar atingir uma adversário político, mesmo que seja necessário ir ao país vizinho em busca de cliques que, supostamente, possam desgastar a imagem de líder democrata de Lula.

          Estes e outros exemplos apenas servem para, com enorme prejuízo para a sociedade e para a democracia, flagrar o partidarismo exagerado e a falta de ética no trato da informação por parte de alguns grandes grupos de mídia do país, especificamente a Folha de São Paulo.

          Mais sobre o baile do Pó Royal | Luizmuller’s Blog

          24/09/2015

          Premiar Alckmin pela gestão hídrica equivale a DEA premiar Aécio

          OBScena: Folha de 20/10/2014 explica prêmio gestor hídrico ao Alckmin

          Folha 20102014A Drug Enforcement Administration (Órgão para o Controle/Combate das Drogas) é um órgão de polícia federal do Departamento de Justiça dos Estados Unidos encarregado da repressão e controle de narcóticos. Sendo um órgão norte-americano, eu não me admiraria se a DEA, mesmo com as informações da revista TMZ, conferisse ao Aécio Neves o prêmio aviãozinho do combate aos entorpecentes. A SABESP não é uma DEA nem Alckmin um Aécio, mas a premiação da Câmara dos De-puta-dos equivale a dar guarda de creche a pedófilo.

          Da mesma forma, não há porque se admirar que um órgão comandado por este varão de Plutarco, Eduardo CUnha venha coroar os mais de 20 anos de PSDB em São Paulo com esta honraria. O racionamento d’água, que os jornais tratam eufemisticamente por crise d’água para esconder a crise de gestão, é algo impensável num país onde abundam os recursos hídricos.

          É tão acintoso quanto compreensível. Eu não pensaria outra coisa de uma Câmara de Deputados que tem um paulista campeão de votos chamado Tiririca. Pior do que ele, outro paulista, Marco Feliciano. Como se isto não bastasse e para enaltecer o prêmio, o capitão mor das maracutaias, Eduardo CUnha. O prêmio da Câmara se equivale em desfaçatez à estatueta que a Rede Globo deu às “chicanas” do Assas JB Corp.

          Pensando bem, num pais onde parcela da população pede às empregadas para baterem panela, onde nada do que se faz aqui em comparação com que se faz na terra da Volkswagen, onde as pessoas vestem camisas da CBF do José Maria Marin, Ricardo Teixeira, Marco Polo del Nero, para pedir menos corrupção, onde se quer trocar uma Presidenta, contra a qual não paira a menor denúncia, por um notório Napoleão de Hospício, nada pode ser impossível.

          Premiação é inoportuna e acintosa, dizem entidades

          FABRÍCIO LOBELDE SÃO PAULO

          Entidades sociais e ambientais criticaram a premiação que será dada pela Câmara dos Deputados ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pela gestão de saneamento e recursos hídricos no Estado.

          Édison Carlos, do Instituto Trata Brasil, reconhece que São Paulo é o mais avançado em saneamento (justificativa dada para a concessão do prêmio), mas, segundo ele, nenhum Estado deveria ser premiado, já que todos estão muito longe de níveis satisfatórios de saneamento.

          São Paulo, inclusive, não trata nem metade de seu esgoto. Édison disse acreditar que o momento para o prêmio é "inoportuno".

          Para Mario Mantovani, diretor de políticas públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, o prêmio é "equivocado" diante do momento vivido pelo Estado. "Acredito que a repercussão foi mais negativa do que positiva para o governador", diz ele.

          Já para Carlos Thadeu, do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), a escolha de Alckmin para a premiação é um "acinte". "Milhares de pessoas passam por graves casos de falta de água e o governador é premiado. Não faz sentido", questiona.

          Para Marussia Whately, da rede Aliança Pela Água, a concessão do prêmio "beira a falta de respeito com as pessoas que sofrem e ainda sofrerão com os efeitos da crise hídrica no Estado".

          "Já é de conhecimento público, e inclusive citado em relatórios do Tribunal de Contas do Estado, que é falta de planejamento da gestão Geraldo Alckmin", diz sobre os problemas de abastecimento.

          Para ela, prova disso é o fato de recursos que deveriam ser alocados em ampliação da rede de esgoto estarem sendo investidos de maneira emergencial na obtenção de água.

          O presidente do sindicato dos funcionários da Sabesp, Renê Vicente, diz acreditar que o prêmio foi dado ao governador para dar visibilidade a Alckmin. "Não é hora de receber prêmio, mas de trabalhar para livrar São Paulo do risco de colapso de seus reservatórios."

          Vicente diz ainda achar estranho que o deputado que indicou Alckmin ao prêmio, o tucano João Paulo Papa, tenha sido diretor da Sabesp.

          "Parece uma autopromoção, já que o prêmio advém de alguém que era do seio da administração da Sabesp", argumenta.

          23/09/2015

          Paulistas abatem avoado das alterosas

          Bem, deste jeito Aécio Neves conseguiu amenizar as críticas em relação ao heliPÓptero. O helicóptero dos Perrela pelo menos foi pego uma vez, Aécio saiu ileso em todas. Mas que ninguém fique pensando que a Folha faz isso por amor ao jornalismo. A Folha faz jornalismo celular, pré pago. Atende aos interesses dos seus candidatos paulistas. Os tais blgos sujos que os assoCIAdos do Instituto Millenium tanto odeiam, já vinham dizendo exatamente mente isso, que Aécio, ao invés de governar, passava os dias fazendo festas no Rio de Janeiro. Não é mero acaso que ele foi considerado o pior Senador no ranking da Veja. Mas isso não vem ao caso, né?

          Exatamente 5 anos após os fatos, quando Geraldo Alckmin e José Serra tentam decolar numa nova aventura golpista, a Folha sopra as brasas acesas pelo Mauro Chaves no Estadão.

          Se o Napoleão das Alterosas viajou 124 em 7 anos, ele intercalava os fins semana na Fazenda dos Perrela com os ralis pelas ruas do Rio de Janeiro. O próprio Globo noticiou que ele teve a habilitação retida numa blitz da Lei Seca no Rio. Se já não bastassem todos os antecedentes, este é o homem que os golpistas tanta vem lutando para colocar no lugar da Dilma.

          Haja paciência! O que estes golpistas querem é instalar  o Cartel de Medellin no Palácio do Planalto.

          Será que estes midiotas ainda não se deram conta que Aécio perdeu para Dilma exatamente nos dois Estados onde era mais conhecido, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

          Compare-se o que existe contra a Aécio com o que tentam jogar nas costas da Dilma. Só muita da filhadaputice para não notar a abissal diferença!

          Aécio usou avião de MG para ir 124 vezes ao Rio

          Maioria das viagens foi entre quinta e domingo; tucano era governador

          Durante o Carnaval, senador foi ao Rio e a Florianópolis, onde morava sua atual mulher, Letícia Weber

          RANIER BRAGONAGUIRRE TALENTODE BRASÍLIA

          O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), usou aeronaves oficiais para realizar 124 viagens ao Rio de Janeiro nos sete anos e três meses que governou Minas Gerais (2003-2010), de acordo com relatório produzido pelo atual governo mineiro, comandado pelo PT.

          O documento, feito para atender a requerimento originalmente realizado por um deputado estadual do PSDB, mostra uma média de 1,4 viagem por mês ao Rio e a outras cidades fluminenses, como Búzios e Angra dos Reis.

          A maioria das viagens foi entre quinta e domingo. Além disso, há em 2008 e 2009 seis passagens para Florianópolis, onde morava a namorada e hoje mulher do tucano, a ex-modelo Letícia Weber.

          A planilha informa, por exemplo, um deslocamento a São Paulo, Rio e Florianópolis em 19 de fevereiro, quinta da véspera do Carnaval. Colunas sociais de Florianópolis registraram fotos do então governador em uma festa acompanhado de Letícia.

          O relatório é assinado pelo atual secretário da Casa Civil de Minas, Marco Antonio de Rezende Teixeira. Ele afirma no texto que a pesquisa não encontrou justificativa para a realização das viagens.

          O custo dos deslocamentos não foi listado, mas a gestão Fernando Pimentel (PT) diz que informará o valor à Assembleia até outubro.

          Natural de Belo Horizonte, Aécio morou até o início da vida adulta no Rio. A assessoria do tucano diz ser normal o uso de avião oficial por governantes em compromissos pessoais, afirma haver inconsistências na listagem e diz que em alguns casos houve compromissos oficiais.

          O uso de aeronaves pelo governante do Estado, durante a gestão de Aécio, era regulado por um decreto assinado pelo tucano. Ele permite o uso de aviões oficiais pelo governador "em deslocamento de qualquer natureza, por questões de segurança".

          JURISPRUDÊNCIA

          Consultada pela Folha, a especialista em direito administrativo Polyanna Vilanova diz que a jurisprudência do STJ (Superior Tribunal de Justiça) aponta que o uso de carro oficial para fins particulares é improbidade administrativa. Ela ressalva, porém, que a jurisprudência não é específica sobre o uso de aviões.

          Sucessor de Aécio, o tucano Antonio Anastasia (2010-2014) fez em média sete viagens por ano ao Rio. Desde janeiro, Pimentel viajou uma vez ao Estado, no Carnaval, para ver um desfile de Carnaval que homenageou Minas.

          19/09/2015

          Cadê o Deltan Dallagnol, o Igor Romário? Também viraram pó?!

          A corrupção boa, abençoada, apareceu. Mas podemos tirar, se achar melhor…  Como disse El País, Deltan está mais preocupado em fornecer elementos aos golpistas do que investir em busca da verdade. Depois dos cultos evangélicos, agora ele se coloca como Cristo, a verdade e a vida…

          Oremos!

          Tesouraria de Aécio foi montada em escritório de fornecedora da Cemig

          Como se não bastasse ter como tesoureiro oficial de campanha um primo (Frederico Pacheco de Medeiros) e que se manteve durante a campanha eleitoral no cargo de diretor da Cemig, a estatal de eletricidade do governo de Minas, o comitê do tucano onde o tesoureiro dava como endereço não era nenhuma sede do PSDB. Foi um imóvel de fornecedores da Cemig.

          O imóvel na Rua Iguatemi 192, conjunto 192, no Itaim Bibi, na capital paulista, pertence à Patrymonyal Participações Ltda, segundo a própria prestação de contas do tucano declarando a doação do valor equivalente ao aluguel. Esta empresa tem como sócios a Engeform Construções e Comércio Ltda e seus donos, conforme documento da Junta Comercial do Estado de São Paulo. Continue lendo aqui

          Tesouraria de Aécio foi montada em escritório de fornecedora da Cemig | Os Amigos do Presidente Lula

          23/08/2015

          O que é mais agressivo?

          Por que a velha mídia se escandaliza com um charge que desnuda o caráter dos membros do Golpe Paraguaio mas nunca se escandalizou com estas duas imagens?! Por que a mídia não se escandalizou com os fascistas que atacaram a dama que ousou vestir vermelho? Ou por que a mídia não cobrou providências da polícia para os que jogaram uma bomba no Instituto Lula?

          tiro ao alvo
          O que este policial federal faz com a imagem de Dilma é o que? Afago?
          Dilma na ponta da espada
          A tentativa de golpe vem sendo insuflada e mantida graças ao apoio ostensivo da mídia. Derrubar Dilma com um golpe de espada pelas costas é o quê?

          A hipocrisia dessa gente não tem limites. Fazem um barulho ensurdecedor por causa de uma charge do Laerte, mas congratulam-se com as grosserias do Danilo Gentili. A única coisa que explica este comportamento é a velha Lei Rubens Ricúpero. Todos hão de lembrar que numa transmissão televisiva da Rede Globo, Carlos Monforte e Rubens Ricúpero promulgaram a Lei jamais descumprida pelos velhos a$$oCIAdos do Instituto Millenium: “esconder o que é bom para o governo, e só mostrar o que é ruim para o governo”, que vem a ser a outra face, de mostrar só que é bom para seus interesses golpistas e esconder a mão que dá o golpe. O que fez o Estadão com o vazamento da Polícia Federal, ponde uma tarja preta no nome de José Serra não escandalizou, mas não era piada. Quando a Reuters publicou uma entrevista “podemos tirar, se achar melhor”, qual foi a repercussão no velho coronelismo eletrônico?

          Por acaso, é a mesma mídia que até hoje não cobra explicações sobre o sumiço de helipóptero com 450 kg de cocaína?! Não querem saber quem era o dono do helicóptero, do pó, da fazenda, os amigos e para que serviria o dinheiro da venda do pó. Será que não seria para lubrificar a campanha do Napoleão das Alterosas?! São perguntas que permanecem no ar.

          Laerte sobre charge: ‘agressiva, mas não ofensiva’

          :

          Cartunista explica sua intenção ao produzir uma charge que causou polêmica na semana passada, após os protestos contra a presidente Dilma no domingo 16; segundo ela, muitos manifestantes tiraram selfies ao lado de PMs e as "reproduziram fartamente", o que demonstra "apoio a uma corporação que vem sendo apontada como uma das mais envolvidas em mortes de pessoas, no país"; "O que busquei foi juntar as pontas desses fatos sociais e estimular a reflexão", afirma

          23 de Agosto de 2015 às 07:41

          247 – Após os protestos contra a presidente Dilma Rousseff no domingo passado (16), a cartunista Laerte causou polêmica ao publicar uma charge de manifestantes tirando selfies com bandidos, em uma alusão às selfies de manifestantes com PMs tiradas durante os atos, segundo ela, "reproduzidas fartamente" nas redes sociais.

          Neste domingo, na coluna da Ombudsman da Folha de S. Paulo, ela explicou sua intenção e disse reconhecer ter produzido "uma imagem agressiva, mas não a considero ofensiva. Acho que está à altura da gravidade do momento que atravessamos." Laerte pede desculpas "a quem se sentiu ofendido".

          "Muitos manifestantes tiraram selfies ao lado de PMs e as reproduziram fartamente nas redes sociais, transformando esse gesto num ícone de todas as marchas até agora. Essas pessoas não estavam confraternizando com soldados específicos –estavam demonstrando apoio a uma corporação que vem sendo apontada como uma das mais envolvidas em mortes de pessoas, no país (segundo esta Folha, no primeiro semestre, foram 358 mortes "em confronto").", escreve Laerte.

          A cartunista diz ainda que "não existe imagem genérica de manifestantes ou de policiais. São grupos constituídos por pessoas com grande diversidade de propósitos. Toda redução será, em algum grau, injusta –mas charges não podem deixar de fazê-las, porque trabalham com representações simbólicas".

          Laerte sobre charge: ‘agressiva, mas não ofensiva’ | Brasil 24/7

          A vida em preto e branco

          Quando o reducionismo é demasiado, a charge perde a sutileza e descamba para o estereótipo fácil

          Se nem o horóscopo escapou do bombardeio, não seriam as charges, com seu alto poder corrosivo, que passariam impunes nestes tempos beligerantes. Nos últimos meses, leitores têm reclamado aqui e ali de um suposto desequilíbrio nos cartuns da página de Opinião (A2), que veem como majoritariamente tendendo à "esquerda" –o que, na linguagem atual, significa pró-governo.

          Não entro no mérito da discussão ideológica. Explico sempre que cartunistas pertencem ao território franco da opinião e têm ampla liberdade de expressão. Nenhuma charge, porém, havia provocado até agora tanta reação como a de Laerte veiculada na terça-feira (18).

          "A charge extrapolou os limites do bom senso, do respeito e até da provocação", esbravejou a leitora Ana Paula Costa Pacheco e Silva. "Minha ojeriza não se deu pela opinião divergente da minha, mas pela agressividade e o desprezo demonstrados ao identificar os opositores do governo Dilma como apoiadores de bandidos assassinos."

          Sempre fui fã de Laerte, para mim, a pena mais inquieta de um trio genial, complementada por Angeli e Glauco (1957-2010). Laerte é cartunista com autonomia de voo ímpar, capaz de transitar com desenvoltura por temas muito díspares, ainda que sua produção nos últimos anos tenha enveredado por uma trilha irregular e mais hermética.

          Não há como negar, contudo, que ela pesou a mão. Na resposta que voluntariamente quis enviar aos leitores que me procuraram (leia texto ao lado), Laerte escreve que "toda redução será, em algum grau, injusta –mas charges não podem deixar de fazê-las, porque trabalham com representações simbólicas". Endosso o conceito, mas questiono esse "algum grau". Quando o reducionismo é demasiado (e acho que foi), a mensagem perde o refinamento e descamba para o estereótipo.

          Não por acaso, logo após a publicação do cartum, começou a circular pelas redes sociais uma versão apócrifa, com as "representações simbólicas" trocadas. Uma inversão facilitada pela leitura rasa: se tirar selfie com PM é apoiar assassinatos, quem defende Dilma e Lula é conivente com a corrupção. Para desqualificar o adversário, vale apelar a ideias simplistas e sofismas que encaixotam na mesma fôrma unidimensional gente de todo tipo.

          O leitorado mais equilibrado não engole essa dicotomia simplista nem uma diversidade calcada em polos opostos. "A verdade é que alternar opiniões de radicais dos dois lados não atende àqueles que procuram algum bom senso na busca de uma sociedade mais unida e democrática", escreveu Ivan Casella.

          Parte dos leitores cobra, com razão, a responsabilidade do jornal, que afinal autorizou a publicação.

          A Direção de Redação informa que monitora textos e imagens para detectar situações que possam implicar crimes contra a honra (calúnia, injúria e difamação). "Nestes casos, procura-se o autor previamente para alertá-lo das consequências possíveis. A charge não incorreu nesse risco, embora tenha conotado um ataque forte e bastante discutível contra parcela significativa da população e do nosso público leitor. Em seu compromisso com o equilíbrio e a pluralidade, a Folha tem procurado veicular as reações, como atestam as edições do Painel do Leitor de quarta (19) e quinta (20)."

          LAERTEVISÃO

          "Não existe imagem genérica de manifestantes ou de policiais. São grupos constituídos por pessoas com grande diversidade de propósitos. Toda redução será, em algum grau, injusta –mas charges não podem deixar de fazê-las, porque trabalham com representações simbólicas."

          "Muitos manifestantes tiraram selfies ao lado de PMs e as reproduziram fartamente nas redes sociais, transformando esse gesto num ícone de todas as marchas até agora. Essas pessoas não estavam confraternizando com soldados específicos –estavam demonstrando apoio a uma corporação que vem sendo apontada como uma das mais envolvidas em mortes de pessoas, no país (segundo esta Folha, no primeiro semestre, foram 358 mortes "em confronto")."

          "Os recentes assassinatos apontam, segundo as investigações, para ação motivada por vingança, por parte de policiais. O que busquei foi juntar as pontas desses fatos sociais e estimular a reflexão."

          "Reconheço que produzi uma imagem agressiva, mas não a considero ofensiva. Acho que está à altura da gravidade do momento que atravessamos."

          "Peço desculpas a quem se sentiu ofendido." (Laerte)

          13/05/2015

          A repetição como farsa

          Aecio NepotistanO exército da direita não consegue descansar. Por qualquer dá cá uma palha, move mundos e fundos. Só há uma explicação: síndrome de abstinência de poder. Longe do Planalto e com poucas perspectivas de voltarem, a direita hidrófoba vive em estado hiênico, com os dentes sempre à mostra. Na verdade, a bocarra é o único argumento.

          Como disse Carl Marx no Dezoito Brumário de Louis Bonaparte, “a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”. Nunca foi tão atual como no caso da política brasileira. A primeira vez que a direita sem voto espalhou aos quatro ventos o aparelhamento do Estado foi ainda no Governo Lula. Lula pretendia fazer uma limpeza nos cavalos de Tróia deixados por FHC. Armados até os dentes e aliados ao Lumpenjornalismo, o PSDB/DEM vociferou contra Lula por querer nomear na Petrobrás pessoas de sua confiança. Tanto fizeram que lá ficou alguém ainda do tempo de FHC, Paulo Roberto da Costa. Hoje todos sabemos o resultado disso.

          Quando o PSDB pôs um laranja no PSDB, Gilmar Mendes, ninguém vociferou contra o aparelhamento do Estado. Agora usam do mesmo estratagema com que conseguiram a reeleição de FHC. Para manter seus ventríloquos, a direita muda a constituição. Aparelhamento do Estado é alterar a constituição ao sabor das conveniências, e do jeito mais sujo possível. Como por exemplo pagar R$ 200 mil reais para comprar a reeleição. Se fosse séria a proposta de evitar o aparelhamento, as regras valeriam para candidatos seguintes, não para os que estavam no poder.

          Aécio Neves é um caso típico de aparelhamento do estado. Desde quando era estudante no Rio de Janeiro já recebia por cargos públicos em Brasília. Bem, isso não é aparelhamento. É roubo mesmo!

          Hoje o Estado está contaminado pela baixa qualidade do nosso jornalismo. Quando um governador, por exemplo, paga  R$ 70 mil reais para atacarem seus adversários. Fernando Gouveia é um exemplo moderno de aparelhamento. Mas disso não se fala. 

          A falácia em torno do “aparelhamento” do STF. Por Paulo Nogueira

          Postado em 12 mai 2015 – por : Paulo Nogueira

          Dei um giro no Twitter, em torno do caso Fachin, e fui bater em Míriam Leitão.

          Ela dizia o seguinte: que o que a preocupava não eram o voto e nem as ideias de Fachin, mas o “aparelhamento do STF”.

          Estive na Globo, e sei quanto esta palavra é cara aos irmãos Marinhos: “aparelhamento”.

          Claro que essa preocupação só vale para o lado de lá. Quando Aécio nomeia a irmã, o cunhado e os amigos, não é “aparelhamento”.

          Quando FHC nomeia o genro, e depois demite quando este se divorcia de sua filha, não é “aparelhamento”.

          Quando Serra emprega a família de Soninha na administração pública de São Paulo, não é “aparelhamento”.

          Então Míriam estava apenas repetindo uma expressão que seus patrões adoram empregar contra aqueles de quem não gostam.

          No caso específico do STF, alguém reclamou de “aparelhamento” quando FHC indicou Gilmar Mendes, que se tirar o paletó exporá as plumas de tucano?

          Há uma falácia cínica, ou uma obtusidade desumana, nos debates sobre as nomeações para o STF.

          Indica quem tem mais votos na eleição presidencial. É assim. Isso se chama democracia.

          Os eleitores delegam ao presidente eleito a escolha dos ministros do STF. (Eduardo Cunha parece ter outras ideias, mas isso se chama golpe.)

          Tirando extremos, você pode dividir a sociedade em dois grandes blocos: os progressistas e os conservadores.

          Governos progressistas nomeiam juízes progressistas, afinados com suas ideias básicas.

          Governos conservadores optam por juízes conservadores.

          Quem está no comando de tudo é o povo, que elege um presidente conservador ou um presidente progressistas.

          Nos Estados Unidos da Era Roosevelt, houve um debate em torno da Suprema Corte que mesmerizou o país.

          Medidas de cunho social de Roosevelt, em seus primeiros tempos, no começo dos anos 1930, vinham sendo sistematicamente derrubadas pela Suprema Corte.

          Eram, aliás são, nove juízes, a maioria composta de conservadores para os quais o New Deal de Roosevelt era coisa de comunista .

          Roosevelt, irritado e temeroso de fracassar por conta da Suprema Corte, tentou um golpe.

          Roosevelt, com quatro mandatos, montou uma Suprema Corte progressista

          Roosevelt, com quatro mandatos, montou uma Suprema Corte progressista

          Ele quis impor limite de idade para os juízes, então no cargo vitaliciamente. Argumentava que a capacidade de julgar se perdia em boa parte quando o juiz chegava à idade provecta.

          Roosevelt acabou derrotado, mas seu carisma resolveu tudo. Com seus quatro mandatos, ele pôde, ao longo dos anos, nomear juízes afinados com seu perfil progressista.

          O mesmo vale para o Brasil.

          Os conservadores querem juízes conservadores no STF? Que ganhem as eleições.

          Aí poderão aparelhar a corte. Poderão, caso tenham votos para tanto, montar um STF com doze Gilmares, juízes prontos a fazer coisas como engavetar indefinidamente projetos como o que proíbe financiamento privado de campanhas.

          De resto, mesmo quem não entende de direito há de perceber, com clareza, a diferença de estatura intelectual entre Fachin e aquele a quem deve substituir, Joaquim Barbosa.

          Antes de falar em “aparelhamento”, como fez Míriam Leitão, é preciso olhar para as urnas.

          São elas que, afinal, determinam a composição do STF.

          O resto, como escreveu Shakespeare, é silêncio.A

          (Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).

          Paulo Nogueira

          Sobre o Autor

          O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

          Diário do Centro do Mundo » A falácia em torno do “aparelhamento” do STF. Por Paulo Nogueira

          21/04/2015

          Mistura explosiva: mau caratismo e hipocrisia

          sonegacedNo programa desta terça-feira, do Ricardo Vidarti, na Rádio Grenal, empresários e também conselheiros de Inter e Grêmio entenderam por bem fazer, em primeiro lugar, apologia das privatizações. Entendem que as privatizações eliminam “petrolões”. Se a Petrobrás tivesse sido privatizada não teria havido necessidade de uma Operação Lava Jato.

          Ué, mas a Gerdau e a RBS não foram privatizadas mas estão na Operação Zelotes?!

          É óbvio. Por este tipo raciocínio, se a pessoa morre jovem, de acidente, não vai morrer mais tarde de câncer. Com raciocínio tão tosco só a sonegação explica o sucesso deles. Eu também, se não tivesse 1/3 (um terço) do meu salário retido em IR e Previdência, também teria muito mais sucesso. Eu não sonego. Não lavo dinheiro no HSBC, não tenho conta no HSDB, não abro filial em paraíso fiscal nem tento corromper para me livrar do que tenho de pagar. A Operação Zelotes mostra o modus operandi da GERDAU, este grande exemplo de iniciativa na privada. Um método sui generis de fazer sucesso cantado em prosa e verso na RBS. Que coincidência, né!?

          A indignação seletiva se torna ainda mais hipócrita quando se descobre que a corrupção investigada pela Lava Jato não foi dentro da Petrobrás, mas dentro das empresas privadas. As tais de empreiteiras. Todas as empreiteiras com dirigentes presos são privadas. Não há empreiteira estatal. Não é o Governo Federal que tem contas em paraísos fiscais. Não é governo Federal que abriu filial nas Ilhas Cayman. Não é o Governo Federal que bota detergente, formol e soda cáustica no leite. Por que eles não se indignam com seus colegas empresários que envenenam o leite que nossas crianças bebem? Simples. Estão apenas esperando a oportunidade de fazerem algo logo ali adiante. Para isso é importante que haja um Governo Federal fraco, um engavetador geral, uma Polícia Federal que faça operações para arrancar maconha no triângulo da seca ao invés de investigar empresário corrupto.

          A Operação Rodin antes e agora a Operação Zelotes? A corrupção descoberta da participação da RBS & Gerdau, para ficar com exemplos gaúchos por acaso sugerem que é culpa do Governo Federal ou que decorrem da necessidade de privatização? Quem eles pensam que enganam? Será que eles pensam que todo mundo é idiota, uma manada de bovinos a sermos tropeados para a privada?

          Pelo que pude ouvir, todos têm curso superior. Portanto, não se pode dizer que sejam ignorantes. Duvida-se, sim, do caráter.  Os ladrões pegos na Lista Falciani do HSBC, com bilhões lavados no exterior, não envolviam o Governo Federal. Eram todos empresários bem sucedidos. Alguns, como Márcio Fortes, ferrenhos defensores da privatização da Petrobrás.

          Usam um raciocínio típico do estuprador que culpa a vítima. Ela estava de short…

          Ora, nem mesmo havia terminado o programa e já estavam pedindo empréstimo subsidiado e condenando os investimentos do governo no exterior. É claro que eles sabem que o Porto de Muriel em Cuba foi feito por empresas privadas, que eles tanto defendem, com empréstimos do BNDES, que também passaram a pedir. A menos que os empresários que construíram o porto cubano se comportem como os debatedores da Rádio Grenal, o empréstimo será pago na forma avençada em contrato.

          Estes debatedores representam o típico empresário que adora falar mal do ente público federal para esconder a própria incompetência e assim justificar o mau caratismo.

          Hipocrisia!

          Há um ditado que diz que a ocasião faz o ladrão. Meia verdade. A ocasião proporciona o furto. O ladrão aprende em casa. Quem busca justificar a própria sonegação botando a culpa no Governo Federal deveria se olhar no espelho.

          É importante notar que estes tais empresários só veem corrupção no Governo Federal. Não há corrupção no governo do Estado de São Paulo. O fato de o Governo Alckmin pagar R$ 70 mil reais mensais para um jornalista falar mal do PT e da Dilma não só não é corrupção como também deve ser recomendável. O nível educional deste tipo de empresário é tão grande que devem se espelhar na Multilaser, AMBEV e Banco Itaú que promoveram o aluguel de pessoas para xingarem Dilma na abertura da Copa do Mundo. No Paraná há Operação Voldemort mas ninguém ousa discutir em público. O que está por traz da indignação seletiva senão a hiPÓcrisia de certo tipo de político empresarial. Não vêem problema em que um helipóptero suma do noticiário ou que aeroportos sejam construídos em terras do Tio Quedo.

          É do tipo de empresário que não é contra a corrupção. São contra a concorrência na corrupção. Por que aquelas que os beneficiam são bem-vindas!

          São os mesmos empresários que estão nos conselhos ou mesmo como administradores dos dois clubes. Portanto, são eles os responsáveis pelas respectivas grandes dívidas fiscais de Inter e Grêmio. E assim se revela o grande segredo de um grande empresário. Sonegação!

          Vociferam contra a carga tributária como o zagueiro que, dando condições, levanta a mão pedindo o impedimento do atacante que fez o gol.

          Por que, para tocar o negócio próprio quer empréstimo de banco público? Subsidiado? Eles não se dizem favoráveis à privatização? Então por que tem de ser empréstimo do BNDES? Por que não vão pedir ao Santander, ao Bradesco? Por que o HSBC só serve para lavar dinheiro sonegado mas não serve para tomar empréstimo? Por que os empréstimos tem de ser com o BB e a CEF? Peçam ao Itaú!

          Não querem pagar impostos mas querem que o governo tenha dinheiro para emprestar em jurinhos camaradas… Ah, como são engraçadinhos esses Carlinhos Cachoeiras

          19/01/2015

          Mídia brasileira trabalha como narcotraficante: hiPÓcrita!

          TraficonTodo mundo sabe que os maiores consumidores de cocaína trabalham nos grupos mafiomidiáticos. E também sabemos o tipo de tratamento que os a$$oCIAdos do Instituto Millenium dá aos pequenos traficantes (aviões) em comparação com os grandes trafiantes (helicóptero com 450 kg de cocaína).

          Por que não ganha repercussão o fato de Aécio Neves processar twitteiros que o criticaram? Por que Ali Kamel pode processar todo mundo que publicou fatos com os quais ele não concorda?

          Por que o fumador de maconha é vilipendiado e o cocainômano pode atuar em novelas? Ou ser comentarista de futebol?

          Com a palavra d. Judith Brito e a ANJ.

          A mídia brasileira não defende a liberdade de expressão!

          18 de janeiro de 2015 | 10:12 Autor: Miguel do Rosário

          É preciso enterrar esta mentira.

          A mídia brasileira não defende a liberdade de expressão.

          Nem absoluta, nem parcial, nem nenhum tipo de liberdade de expressão.

          A única liberdade que a mídia conhece é aquela que lhe interessa comercialmente.

          A mídia brasileira não deu quase nada sobre a sonegação da Rede Globo.

          Houve um sinistro pacto de silêncio em torno do assunto, apesar de envolver 1 bilhão de reais, roubo de processo e lavagem de dinheiro em diversas off shore no exterior.

          A mídia brasileira apoiou o golpe, sustentou a ditadura e se enriqueceu à margem de um regime totalitário que censurava, matava e prendia quem tinha coragem de se expressar livremente.

          Além disso, a liberdade de expressão não existe num regime de monopólio.

          O sistema de comunicação brasileiro não é democrático e, portanto, não é livre.

          E se não é livre, não existe liberdade de expressão.

          O poder de poucas famílias sobre tvs, rádios e jornais, não encontra paralelo no mundo democrático.

          O arcabouço legal, após o fim da lei de imprensa, também não colabora para a liberdade de expressão.

          Ricos e poderosos podem processar judicialmente qualquer um que lhes incomode. Como não há lei, depende-se da opinião de juízes, que infelizmente ainda formam, no Brasil, um estamento patrimonialista a serviço da classe dominante

          É o caso, por exemplo, de Ali Kamel, que processa vários blogueiros, por conta de ninharias. Ninguém lhe chamou de ladrão. Ninguém ofendeu sua família. Ninguém o desrespeitou como pessoa.

          Houve apenas humor, chiste e, no meu caso, uma crítica política ao chefe do jornalismo do maior monopólio da América Latina.

          Não existe liberdade de expressão nem na própria mídia.

          Se alguém elogiar um político do qual a mídia não gosta, é demitido.

          Se alguém fizer uma charge crítica ao político que a mídia gosta, é demitido.

          O jornalismo brasileiro encontra-se cada vez mais oprimido por um patronato sectário.

          Não há liberdade nenhuma!

          Enquanto todas as profissões liberais se expandem no Brasil (médicos, advogados, arquitetos, etc), o jornalismo declina.

          Os salários são cada vez menores, há cada vez menos empregos. Os jornalistas se sentem cada vez mais oprimidos nas redações.

          Não podem pensar, não podem falar, não podem desenhar, não podem sequer desabafar nas redes sociais.

          Quer dizer, podem desabafar sim, desde que o desabafo seja agradável aos patrões!

          Podem falar o que quiser, desde que toquem conforme a música dos barões da mídia!

          E agora a mídia brasileira, uma mídia monopolista, conservadora, golpista, astutamente, toma para si a bandeira de Charlie, um jornalzinho nascido na luta contra os monopólios, contra os conservadores, e que sempre defendeu, de verdade, a democracia.

          No enterro de Charb, seus amigos cantaram a Internacional, a famosa canção revolucionária, com os punhos erguidos, e Jean-Luc Melechon, uma das principais lideranças da esquerda francesa, fez o discurso principal.

          Melechon foi o candidato a presidente da Frente de Esquerda, nas eleições de 2012. É um homem público extremamente sério e respeitado pela esquerda européia.

          A esquerda francesa defende a Palestina, defende os imigrantes, defende todas as minorias, lança candidatos muçulmanos, contra uma direita cada vez mais racista, cada vez mais reacionária quando o tema é imigração.

          A nossa mídia nunca fez um “Globo Repórter” em detalhes sobre o socialismo francês, que inclui um sistema tributário progressivo, leis sobre a herança e sobre as grandes fortunas, educação e saúde públicas para todos.

          O socialismo francês hoje está em crise inclusive por seus excessos, e pelos vícios do próprio homem. Por exemplo, há 25 anos, o Estado francês, a partir de conselhos de psicanalistas, começou uma nova política em relação aos órfãos. Ao invés de orfanatos, as crianças eram alocadas em famílias que receberiam auxílio do Estado para criá-las. Resultado: uma quantidade crescente de famílias que rejeitavam os filhos quando este completavam 18 anos, e o Estado parava de pagar o auxílio.

          Os terroristas do atentado são um exemplo. Eles foram criados por famílias que recebiam auxílio do Estado, e foram rejeitados em seguida, ingressando no mundo do crime e, depois, aderindo ao terrorismo.

          A mídia brasileira é uma talentosa alquimista. Ela consegue inverter tudo. No primeiro dia da ditadura, os jornais diziam que a democracia tinha voltado.

          Transformaram a democracia de Jango em ditadura, e a ditadura em democracia.

          E agora transformam um jornalzinho comunista-libertário de Paris em ícone da sua visão distorcida, monopolista, hipócrita de liberdade de expressão!

          Os chargistas do Globo apenas podem fazer charges que corroborem a linha reacionária do jornal.

          Nenhum chargista do Globo tem ou terá liberdade de expressão para praticar uma arte livre e irreverente!

          Sobretudo se a crítica deriva de uma ideologia socialista, anarquista ou libertária, como era a dos chargistas do Charlie.

          Ao contrário, a mídia demite imediatamente qualquer empregado que tenha manifestação de livre pensamento, sobretudo se esta liberdade se volta em defesa da classe trabalhadora.

          O controle da narrativa permite à mídia criar um universo paralelo, para dentro do qual até mesmo a esquerda se vê abduzida.

          No afã de ser contra a mídia, muitas vezes fazemos exatamente o jogo dela.

          A mídia, malandramente, pegou o discurso de liberdade de expressão, que é um discurso vencedor, e passou a defender um Charlie e uma França que sempre representaram tudo que a nossa mídia não é: socialista e libertária.

          No grande jogo da geopolítica mundial, um jogo hoje profundamente midiatizado, a mídia brasileira quer posar ao lado dos vencedores, mesmo que estejamos falando de um jornaliznho comunista e libertário de Paris.

          No fundo, ela age certo.

          A esquerda, neste caso, é que pode ter cometido um erro, ao se deixar levar por um pensamento binário (a mídia é favor, então sou contra), permitindo que a mídia brasileira se finja de paladina de valores que ela, a mídia, historicamente, nunca defendeu: a democracia e a liberdade de expressão.

          A mídia brasileira, tal como ela é hoje, se consolidou na ditadura.

          Jornalzinhos como Charlie Hebdo, havia de montão no Brasil na década de 60, atendendo a atmosfera da época, profundamente libertária. Todos foram censurados. Os jornalistas e chargistas só encontraram emprego em dois ou três jornais do eixo Rio e São Paulo.

          Sem concorrentes, sem outros jornais, empresas como Globo e Folha passaram a dar as cartas na opinião pública brasileira, durante décadas, e sua influência cresce vertiginosamente após a redemocratização.

          Os poucos artistas do texto e da charge que sobreviveram à hecatombe da ditadura e às terríveis crises econômicas das décadas de 80 e 90, tiveram que se tornar submissos intérpretes do pensamento patronal.

          Em suma, temos que deixar isso bem claro: a mídia brasileira é exatamente o contrário de tudo que se pode chamar de liberdade de expressão.

          A mídia brasileira não defende a liberdade de expressão! | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

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