Ficha Corrida

03/11/2016

O ódio a Lula é inversamente proporcional às suas virtudes

PatrimonialismoPoucos pessoas no mundo podem ter recebido tantos títulos de Doutor Honoris Causa quanto Lula, mas o despeito e a ignorância não o perdoam por isso! Quanto a Raduan Nassar, seus livros falam por si: Um Copo de Cólera e Lavora Arcaica, que li ainda quando cursava Letras. Econômico nas palavras mas pródigo em altruísmo, algo incompreensível ao plutocratas.

Como julgam Lula tomando a si e aos seus por parâmetro, é claro que buscam ver nele o que eles fariam. De dono da Friboi, de um Castelo (que nada mais é do que Escola Superior de Agricultura (Elsalq), de triplex em Guarujá, Pedalinhos, casas no Uruguai, castelo de Taj Mahal.  Tudo pode ser atribuído a ele porque a boçalidade não tem limites. Mas, como sabemos, trata-se de diversionismo. Enquanto procuram os padalinhos do Lula, Eduardo CUnha sumia com 251 milhões. Enquanto caçam Lula, ninguém lembra dos 450 kg de cocaína no heliPÓptero, nem dos 24 milhões do Tarja Preta na Suíça. Em bom português, a caça ao grande molusco não passa de cortina de fumaça.

Neste feriado, lendo O Mundo de Atenas, do escritor, filólogo, filósofo, historiador e professor italiano, Luciano Canfora, quando li a frase em que descreve a luta entre democratas e oligarcas, lembrei-me do que está ocorrendo no Brasil:

As oligarquias demonstravam em geral um acentuado espírito ‘internacionalista’. Sob a égide de Esparta, ajudavam-se umas às outras na luta contra o demo.

Contra o povo e os que com ele se perfilam, vale tudo, inclusive, e principalmente, ajudar o sistema financeiro internacional. Doar a Petrobrax à Chevron é o de menos, porque o fascismo é ainda pior. Muito pior!

E, se tudo isso não bastasse, Lula tem de provar que o que não é dele, não é dele. Se não provar que não é dele, é porque é dele. Entendeu?!

Durma com um bestialógico destes!

PSDB uniu Lula a Raduan Nassar

Tucano não quis, mas o ministro Haddad quis!

publicado 02/11/2016 -Créditos: Ricardo Stuckert -Do site Lula.com.br:

Por que Lula visitou o Campus de Lagoa do Sino da Ufscar?

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Ao lado do escritor Raduan Nassar, o ex-presidente foi ao interior de SP para receber homenagem
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi ao município de Buri (263 km de São Paulo) nesta terça-feira. Ele foi recebido no campus da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos). Lá, junto com o escritor Raduan Nassar, descobriu a placa do novo Laboratório de Agricultura Familiar, do Centro de Ciências da Terra da universidade. Mas por que Lula e Raduan tiveram a honra de inaugurar o laboratório da instituição federal?
O que hoje é o campus Lagoa do Sino da Ufscar, na cidade de Buri, já foi uma fazenda particular de 640 hectares, propriedade da família de Raduan. Em 2007, o escritor – vencedor do Prêmio Camões de Literatura – decidiu doar suas terras à Universidade de São Paulo, instituição pública estadual.
Ele mesmo conta: “Eu tentei doar. Fiquei três anos enfrentando a burocracia do governo estadual para que minha fazenda se tornasse parte da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP). Mas não consegui”.
Tamanha foi a dificuldade e falta de interesse do Estado de São Paulo com o potencial doador, que ele desistiu. Desistiu de doar para a USP, mas não da ideia de tornar sua propriedade uma ferramenta em prol da pesquisa e do ensino público e gratuito.
Raduan foi, então, à Presidência da República, conforme explica: “Em 2009, eu falei com [a escritora] Marilene Felinto, que por sua vez conversou com Gilberto Carvalho [então trabalhando na Presidência da República]. Eu disse que queria doar, mas disse também que se a burocracia levasse mais de três meses, eu então desistiria de vez, e iria vender a fazenda.”
O assunto logo chegou ao conhecimento do então presidente Lula, que falou com seu ministro da Educação da época, Fernando Haddad. O ex-presidente explica como foi: “Eu disse pro Raduan, ‘se São Paulo não quer, pode deixar que nós queremos’. Falei com o ministro Haddad, e em menos de duas semanas a fazenda passou a fazer parte da Ufscar, dentro do plano de expansão das univeridades federais, que estávamos pondo em prática”.
Hoje, o campus Lagoa do Sino tem 500 alunos e abriga cinco cursos de engenharia, com especial vocação e direcionamento para as áreas de segurança alimentar e agricultura familiar.
O atual governo federal, no entanto, não mostra interesse em seguir desenvolvendo o projeto original do campus. Professores e alunos temem o sucateamento do espaço público, a redução no número de vagas e cursos e, finalmente, a privatização do campus, única instituição pública de ensino superior atendendo as cidades da região.
É neste contexto de retrocesso que Lula e Raduan foram recebidos nesta terça-feira para inaugurar o Laboratório de Agricultura Familiar. Foram recebidos com festa e homenagens, sob aplausos e gritos de luta e resistência. Como disse Lula: “Os mesmos que hoje reduzem os investimentos da educação pública já defenderam que somente ricos pudessem ter acesso ao ensino superior. Mas não vamos deixar de lutar, os estudantes e todo o povo brasileiro sabem defender suas conquistas”. Que assim seja.

PSDB uniu Lula a Raduan Nassar — Conversa Afiada

24/10/2016

Precisamos falar sobre diversionismo em má hora

Filed under: Caça ao Lula,Chororô,Diversionismo,Golpismo,Golpistas,Perseguição,PT,Rede Globo — Gilmar Crestani @ 8:30 am
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OBScena: Henfil, nos anos 80, profetizara que Lula seria caçado pela plutocracia à serviço da cleptocracia 

henfil lula revisitadoPor que nunca me filei nem me filiarei ao PT? Porque toda crise é usada para chorar em público uma culpa judaico-cristã tão bem explicada por Freud, ao mesmo tempo em que os sado-masoquistas, ao invés de reflexão, exigem e se comprazem com a genuflexão de suas vítimas. Convenhamos, na guerra não há tempo pra soldado algum refletir. Atira primeiro e pergunta depois, é exatamente o que fazem seus inimigos. Ou ninguém notou que Lula é caçado porque não a falta de provas é a prova de sua culpa? É o homem mais rico do Brasil sem nenhum bem! De dono da Friboi a dono do Itaquerão! E tem gente que acredita porque o PT prefere, ao invés do bom combate político, fazer reflexão.

O PSDB precisou fazer autocrítica para se elevar a consideração de santo, que só recebe doações limpas? O PSDB fez autocrítica da compra da reeleição? Por acaso FHC saiu à mídia para dizer que precisa refletir sobre a funcionária da Rede Globo, Miriam Dutra, que foi escondida na Espanha e paga pela Brasif? Onde está autocrítica do PSDB a respeito do patrimonialismo da famiglia Neves de Minas Gerais? Alguém leu, para além do artigo do Mauro Chaves no Estadão, publicado a pedido de José Serra, alguma crítica do PSDB ao fato de terem sido construídos aeroportos em terras de familiares (Cláudio e Montezuma)? Cadê as investigações para clarear a vida e enriquecimento de Luciana Cardoso, Andrea Neves, Paulo Henrique Cardoso, Mônica Serra?! Alguém viu o PSDB fazer autocrítica pelo patrimonialismo desenfreado?

E o PMDB, partícipe em todos os governos, estão fazendo autocrítica para falar de José Sarney, teúdo e manteúdo da Rede Globo, a ponto de levar Roberto Marinho para a Academia Brasileira de Letras sem sequer um único livro publicado?

No RS, tanto Tarso Genro como Olívio Dutra levantaram a bandeira da autocrítica do PT. Por que não fizeram autocrítica de seus governos ao invés de terceirizarem a crítica? Por acaso o PP gaúcho, pego todinho e por inteiro na Operação Lava Jato está fazendo autocrítica por ter se lambuzado no petrolão?! Alguém leu alguma crítica da Ana Amélia Lemos ou do José Otávio Germano ao PP? Diógenes de Oliveira foi o primeiro a falar nas contas nas Ilhas Cayman. Não eram do PT, eram da RBS. Nenhuma instituição republicana se dignou a investigar. Há livros que documentam a lavagem de dinheiro nas privatizações mas não há registro de nenhuma investigação.

Onde esta turma do PT viu a Folha de São Paulo fazer autocrítica por ter participado da Ditadura, a ponto de usar um eufemismo para se referir ao período mais tenebroso da história do Brasil: Ditabranda! A Folha de São Paulo emprestava as peruas que distribuíam os jornais para que os pedaços de corpos dilacerados nas sessões de tortura, estupro, esquartejamento nas sessões do DOI-CODI fossem escondidos em valas clandestinas do Cemitério de Perus, em São Paulo. Cadê o mea culpa da Folha? E a Rede Globo, que desde 1954 é partícipe de todos os golpes? A mais atuante e beneficiária dos golpes apenas admitiu que errou, mas não pediu desculpas nem devolveu o que ganhou com os golpes que deu contra o Brasil. Pelo contrário, é a tributária do mais recente golpe. Não teria havido golpe sem a fábrica de estatuetas da Rede Globo. O que foi aquele domingo de horrores, quando a Rede Globo firmou parceira com Eduardo CUnha, transferiu uma rodada do Brasileirão para transformar a democracia numa palhaçada de facínoras? Daqui 60 anos a Rede Globo vai dizer que foi um erro mas manterá no bolso todo dinheiro que Michel Temer está derramando nos múltiplos veículos da Rede Globo e afiliadas sob o nome de marketing. O que o PT fez para denunciar o papel golpista da Rede Globo? Não só não fez nada como homenagearam o pai dos golpes.

O maior erro do PT foi acreditar que as instituições fossem republicanas. O PT não precisa fazer autocrítica. Precisa é se perguntar porque Paulo Salim Maluf nunca foi condenado no Brasil. Por que José Maria Marin, Ricardo Teixeira, Marco Polo del Nero, João Havelange são consideradas, no Brasil, pessoas de bem, mas não podem sair do Brasil sob pena de não voltarem pra casa? Por que no Brasil lavar dinheiro no CARF, em Liechtenstein, Panamá, Portocred, HSBC ou na puta que o pariu não dá nenhum tipo criminalização? No Brasil das instituições que funcionam, o favelado com um tijolo de maconha é preso por crime inafiançável mas o dono do heliPÓptero com 450 kg de cocaína não só não é investigado como ainda vira ministro!

Autocrítica, neste momento, é jogar gasolina na fogueira dos golpistas.É tudo o que Rede Globo e sua manada de midiotas amestrados precisam para justificarem o injustificável. Um golpe contra uma presidenta honesta que está jogando o país no caos e tirando do vermelho os velhos grupos de mídia.

Precisamos falar sobre o PT

Em artigo sobre o momento atual do Partido dos Trabalhadores, Antonio Carlos Granado, Antonio Lassance, Geraldo Accioly, Jefferson Goulart, José Machado e Ronaldo Coutinho Garcia defendem a autocrítica e também que "um partido em que se faz política por vocação, e não por profissão"; segundo eles, é preciso compor "uma frente de oposição ao governo Temer, que se oponha ao entreguismo, ao reacionarismo e faça a defesa dos trabalhadores, dos excluídos e dos interesses nacionais"; leia a íntegra

23 de Outubro de 2016 às 16:31 // Receba o 247 no Telegram

Por Antonio Carlos Granado, Antonio Lassance, Geraldo Accioly, Jefferson Goulart, José Machado e Ronaldo Coutinho Garcia

O partido que enfrentou a ditadura, que contribuiu para a redemocratização do país, que batalhou incansavelmente pela consagração de inúmeros direitos sociais, que garantiu a mais drástica e acelerada redução da desigualdade já vista em nossa história, esse partido está na lona. Caiu, em parte, pela perseguição implacável a que foi submetido, em função de golpes desferidos contra muitas de suas lideranças mais destacadas, contra sua organização e contra sua militância. Mas despencou, em grande medida, pelo peso de muitos de seus erros, por ter baixado a guarda em alguns dos atributos que faziam parte de sua própria identidade e da lógica de sua diferença.

As eleições de 2016 são o desfecho de uma ofensiva da direita que tem, como um de seus alvos prioritários, trucidar um instrumento essencial de luta da classe trabalhadora, da democracia e da inclusão social. É nítido e claro que o PT não está sendo investigado. Está sendo cassado. A absurda diferença de tratamento entre o que acontece com algumas lideranças do PT, porque são do PT, e o que não acontece em relação a políticos de outros partidos demonstra que, mais uma vez, como em outras tantas circunstâncias históricas, sob o discurso do combate à corrupção, o que se pavimenta é um combate sem tréguas à esquerda como um todo para a entrega do país ao que há de mais retrógrado e mais corrupto.

A derrota acachapante da esquerda nas eleições de 2016 – salvo raras e muito honrosas exceções – mostra bem o tipo de país que está sendo costurado meticulosamente pelas forças da coalizão golpista.

O partido precisa se reinventar, urgentemente

Para o bem e para o mal, uma parte do PT já não existe mais. Foi dizimada pelo escândalo do Mensalão, pela Lava Jato, pela debandada de prefeitos e parlamentares, pelo golpe parlamentar que destituiu a presidenta eleita e, agora, pelas eleições municipais. É preciso um novo PT, urgentemente, ou não restará PT algum. Ao lado da defesa intransigente do Estado democrático de Direito, é preciso fazer uma autocrítica pública como primeiro passo para recuperar a autoridade moral e a credibilidade política de um partido que foi fundado sob os signos da igualdade e da renovação dos costumes políticos. É preciso, imediatamente, renovar a direção partidária, e renová-la sob novas bases. Além de eleger um novo presidente e diretório, o PT precisa reconstruir seu programa, redefinir sua organização e revigorar suas práticas. O PT precisa se reinventar com a mesma radicalidade com que um dia ousou disputar os rumos do país sob o impulso dos trabalhadores e excluídos.

Atualizar o programa democrático e popular

O PT precisa reatar sua vocação de partido dos trabalhadores, dos assalariados, dos que estão fora do mercado de trabalho, dos pequenos e médios agricultores e empresários; dos sem-terra; dos jovens; dos que lutam por moradia, dos que batalham pela afirmação de sua identidade, dos que querem exercer livremente sua orientação sexual, dos que lutam por dignidade e por direitos de cidadania. O programa do partido deve ser fundamentalmente orientado aos trabalhadores, excluídos e oprimidos, com uma orientação inequivocamente democrática, humanista, igualitária, libertária.

O PT não é mais, nem que quisesse, o partido capaz de firmar o pacto social entre as elites e o povo. A começar porque a elite deste país não quer pacto. Não quer pagar a conta, senão transferi-la justamente para os mais pobres e a classe média, que são os que sustentam o Estado brasileiro e as isenções fiscais e benesses de que os mais ricos desfrutam. A ponte para o futuro de uma parte expressiva da elite brasileira é um “green card” nos Estados Unidos e uma conta nas Ilhas Cayman.

O desenvolvimento de um país é diretamente proporcional à qualidade de sua democracia. Por sua vez, democracia significa o quanto a representação e a atuação do Estado atendem aos interesses da maioria e a uma pluralidade de pessoas e opiniões com voz e vez nos processos de decisão política. Um programa democrático e popular se distingue por propor mecanismos claros de alargamento da democracia e de fortalecimento da capacidade de atuação do Estado. Distingue-se também pelo combate sem tréguas aos grupos políticos e econômicos predatórios que, recorrentemente, dominam o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, e que engendram instituições perversas, que proporcionam ganhos restritos a uma ínfima parcela da sociedade, impondo custos sociais elevados à esmagadora maioria do povo brasileiro.

Redefinir o modelo de partido

Transparência, prestação de contas e democracia participativa

Convenhamos, o partido que defende a transparência, a prestação de contas e a democracia participativa não é transparente, não presta contas a seus militantes e deixou sua democracia participativa em algum lugar do passado. O PT trocou seus antigos espaços de participação, seu debate formativo e sua discussão programática por Processos de Eleição Direta (PEDs), pela prioridade eleitoral e por alianças com a política tradicional.

O PT precisa prestar contas; realizar seu próprio orçamento participativo; estabelecer regras claras de contratação de funcionários e de empresas prestadoras de serviço, mediante chamadas públicas; expor seu planejamento e planos de trabalho a audiências públicas com participação presencial e pela internet. Precisa criar sua ouvidoria, que consta do estatuto, mas jamais saiu do papel.

O PT deve se abrir e se expor mais do que nunca para que não restem dúvidas sobre seus métodos, seus critérios, suas decisões, seus recursos, sua capacidade de escutar sua militância e seus simpatizantes e de estar profundamente enraizado na sociedade civil.

Política por vocação

O PT deve se afirmar como um partido em que se faz política por vocação, e não por profissão. Os eleitos devem se comportar como servidores públicos conscientes de seu papel e de suas responsabilidades republicanas. Devem se mostrar sujeitos ao escrutínio não apenas da máquina partidária, mas de seus eleitores e das organizações populares. Devem abrir suas contas, expor suas agendas e saber demarcar nitidamente a fronteira entre o público e o privado.

O PT, definitivamente, não é lugar para políticos tradicionais. Política não é carreira e político não é profissão. Não é? Bem, não deveria ser, pelo menos no PT. Se algo está errado, precisa mudar.

O PT deve abolir os PEDs, voltar a ser um partido de encontros, congressos e, agora, de redes sociais

O PT deve ser um partido conhecido e reconhecido por discussões de base e eleição de delegados e representantes por bairros e por coletivos temáticos ou identitários (trabalhadores de diferentes categorias e estratos, juventude, cultura, esporte, mulheres, LGBT, rurais, deficientes, transportes, educação, saúde, assistência, governança e gestão públicas, meio ambiente, moradia, segurança pública, igualdade racial), com limites e controles rígidos para evitar sua burocratização e as práticas próprias da política tradicional.

As direções partidárias devem ser expressão de uma militância e de um debate sobre políticas públicas, e não da aferição de quem consegue arregimentar e transportar o maior número de filiados. As novas direções devem expressar o pluralismo de nossa sociedade e o debate que por lá fervilha. Um partido incapaz de se nutrir da energia social acaba inevitavelmente apartado da sociedade civil e de suas lutas.

Deve-se igualmente criar novos mecanismos de participação e consulta que facilitem a interação virtual e a intervenção nas redes sociais. O PT precisa ser um partido com freios, contrapesos e  controle social.

Oposição firme e consistente ao governo Temer e reconfiguração da política de alianças

A sociedade deu um recado claro em 2016: está insatisfeita com os partidos, rechaça a política tradicional e quer o PT na oposição. O arco de alianças do PT deve ser firmado, de forma clara, com a orientação de conformar uma frente de oposição ao governo Temer, que se oponha ao entreguismo, ao reacionarismo e faça a defesa dos trabalhadores, dos excluídos e dos interesses nacionais.

O PT deveria, terminantemente, rechaçar coligações eleitorais e composições em governos com os partidos que apoiaram o golpe e que integram a base oficial ou eventual do governo Temer. Embora os partidos políticos não sejam monolíticos e possuam clivagens políticas e regionais importantes – veja-se os casos dos senadores Roberto Requião, do PMDB, e Lídice da Mata, PSB, assim como de parlamentares federais da Rede, que perfilaram contra o golpe –, é fundamental que o PT contribua para o debate político delimitando claramente seu campo político-ideológico e programático de esquerda.

Diálogos e mesmo acordos em uma ampla frente social e parlamentar em defesa de direitos sociais, que hoje estão ameaçados, são essenciais, mas não se confundem com o arco de alianças eleitorais e de prioridade na interlocução sobre um programa para o país. Esta prioridade deve estar na relação do PT com o PCdoB, o PDT e com o PSOL. No caso do PDT, pelo menos enquanto ainda restar ali algum brizolismo – ou seja, nacionalismo, trabalhismo e defesa do serviço público. No caso do PSOL, mesmo que ainda haja reticências, plenamente compreensíveis, de uma aproximação com o PT, é preciso tomar a iniciativa do gesto pelo reatamento de laços.

As grandes batalhas perdidas no Congresso e no Judiciário foram, antes, perdidas nas ruas. O desgaste do partido é crítico, mas a decepção generalizada com a política enquanto instrumento de mudança social é grave. Retomar a confiança social na política e na democracia requer persuasão, interlocução com amplos setores da sociedade e um longo trabalho de base. O cerne dessa tarefa implica em consolidar a Frente Brasil Popular e estreitar o diálogo com as novas frentes de luta que surgem pelo país, com grande vitalidade, como o Povo Sem Medo e o Levante da Juventude. Lá se forjam ideias, estratégias de luta e uma nova geração de militantes sociais que deve tomar conta das ruas e desaguar com maior força na política nacional. Ao PT e aos demais partidos de esquerda cabe não apenas torcer para que isso aconteça, mas orientar-se programática e organizativamente nesse sentido. Movimentos sociais fortes e organizações e partidos políticos fortes não são incompatíveis; antes, são um imperativo da democracia.

Em suma, o PT precisa assimilar que, doravante, a luta política requer a conformação de uma frente ampla que congregue partidos políticos, organizações e movimentos da sociedade civil e inclusive cidadãos em torno de bandeiras democráticas e sociais.

Um projeto estratégico para o Brasil

Para além de um reordenamento organizativo e de uma reorientação política, para completar o desafio de se reinventar, o PT precisa investir decisivamente na reformulação de um projeto estratégico para o Brasil. A experiência de governo com medidas desenvolvimentistas e as políticas públicas de inclusão social conformaram um patrimônio valioso, mas rigorosamente insuficiente em um cenário econômico de primazia e internacionalização do capital financeiro, de dependência do boom das commodities, de declínio mundial do Estado do bem-estar e de diminuição do emprego como forma de integração social.

Um partido vocacionado para o poder não pode ignorar agenda tão complexa, que ainda abarca as mutações do sistema político, o peso e o lugar de instituições como o Ministério Público e o Judiciário, o papel da mídia e das novas ferramentas de informação e comunicação, a importância da ciência e da tecnologia, da pesquisa e desenvolvimento, do pensamento estratégico e de segurança nacional, da preservação e manejo de recursos naturais estratégicos, dentre outros. Um partido vocacionado para o poder precisa se dispor a compreender as transformações em curso para oferecer sua interpretação, suas ideias e seu programa para o país.

Desafio dessa envergadura remete à necessidade de reunir o melhor da intelligentsia nacional e internacional e dialogar com muitas outras instituições e segmentos que se debruçam sobre essa agenda na perspectiva de disputar intelectualmente os rumos do país. Uma das principais lições a aprender da crise pela qual passamos é que passou o tempo de responder a dilemas estratégicos com respostas táticas de curto prazo.

Fortalecer os laços com os movimentos, organizações, partidos e governos progressistas de outros países

A troca de experiências, as estratégias comuns de atuação e a conformação de um programa internacional de lutas em temas como a taxação internacional de transações financeiras, o combate aos paraísos fiscais, a reforma das organizações multilaterais, a internacionalização dos direitos básicos dos trabalhadores, a universalização das políticas de distribuição de renda, a solidariedade às vítimas de desrespeito aos direitos humanos devem voltar a ser uma agenda de trabalho prioritária do PT. Não existe saída nacional sem articulação global das lutas sociais com a reforma das instituições governamentais e econômicas.

A uma direita transnacional e antinacional se deve contrapor uma atuação internacional com pautas unificadas e ação combinada, sobretudo no campo programático, formativo e da comunicação.

Agora é a hora, ou “PT, saudações”

O PT vive um momento crucial. Boa parte das mudanças necessárias são certamente viáveis justamente porque a própria conjuntura se encarregou de torná-las não apenas as melhores, mas, em alguns casos, as únicas opções possíveis.

O PT beijou a lona, desceu ao chão. Antes que uma parte ainda mais expressiva de seus simpatizantes e de sua militância lhe deseje “PT, saudações”, é hora de se colocar de pé, levantar a poeira e voltar a caminhar de cabeça erguida. Mas este não é um exercício que demande apenas vontade política. Exige resgatar o caráter civilizatório de seu ideário e a ousadia e a dignidade que marcaram historicamente a trajetória das esquerdas.

Precisamos falar sobre o PT | Brasil 24/7

29/09/2016

Concurso de psicopatas

PsicopatasQuem tem Daltan Dallagnol comandando powerpoint  pode muito bem ter Claudio Roberto Baldaque Guimarães na segurança. Aliás, ambos são como a faca e o queijo nas mãos da psiquiatria. As serpentes pululam nos aeroportos, hospitais e restaurantes devido ao ódio vendido pela Rede Globo. Fosse hoje, Freud não precisaria recorrer aos arquétipos gregos. Sobejam exemplos que ultrapassam a vã mitologia…

A obsessiva caçada ao grande molusco que Henfil registrou já nos anos 80, mostra e comprova que os psicopatas saíram das ruas mediante concurso público (Douglas Kirchner, Janaina Paschoal). E, para sobrevivermos, temos de aprender com eles. Não basta, como nos ensinou a Márcia Tiburi, aprender a falar com fascistas, temos também de aprender a como não nos deixar levar pela lábia patológica.

Algumas revelações recentes assustam por acontecerem no alvorecer do século XXI, e precisam ser logo dominadas para que possamos manter ilesa nossa saúde mental.

É desolador saber que a mais alta corte do país faz chicana, como admitiu aquele ministro capturado mediante o uso de estatueta pela Rede Globo, para condenar José Genoíno.  Pior, sabidamente inocente, foi condenado para justificar a condenação de outros porque contra eles não havia provas, só convicção… Tardiamente revelada por Eugênio Aragão, a trama faz Hannibal Lecter, no filme O Silêncio dos Inocentes, parecer um personagem de história de carochinha. Há menos filosofia que psicopatia no fascismo persecutório. Se acharmos pouco a fundamentação legal registradas nos anais da pantomima “não tenho provas mas a literatura jurídica me permite”, a recente revelação no sentido de que a convicção prescinde de provas  quando se trata de caçar Lula, só pode ser explicada mediante o uso de um personagem da mitologia grega, Procusto.

Como sabemos, este bandoleiro da mitologia grega também tinha um critério sui generis de fazer justiça. Suas vítimas eram estendidas numa cama: os mais curtos, espichava até caber na cama; os maiores, cortava para que também coubessem nos limites dela. Pode não ser mera coincidência que este também seja o método jornalístico empregado pela Rede Globo, como revelou Rubens Ricúpero no escândalo da Parabólica, teúda e manteúda dos caçadores do grande molusco.

A frieza psicopática está em não se avexar com a prisão, por exemplo, de Marice Lima, cujo único indício de crime consistia em ser cunhada de um petista, Vaccari. Agora, a mesma corporação que colocava tarja preta encima do nome de seus parceiros, revela que a sigla JD, usada para condenar José Dirceu à prisão, não se referia a José Dirceu. Não tenho provas, mas tenho a convicção que vislumbraram naquela sigla um porrete com muitos pregos. Um pau pra toda obra, pra condenar Dirceu, quando isso era útil, como para condenar Palocci, quando fosse conveniente.

Este aparente primarismo assusta porque equivaleria a me condenar por encontrar na Lista de Furnas o nome Gilmar. Assusta porque um caso escabroso, ao invés de provocar mudança ou precaução, leva a outro. Não bastasse um agente usar a imagem da Presidenta para praticar tiro ao alvo, agora essa da empresa de um psicopata para fazer segurança institucional.

Cadê a sabedoria que vem dos romanos de que à mulher de César não basta ser honesta, também tem que aparentar honestidade?! Será que isso só diz respeito ao Lula?!

Mas se isso já é muito, não é tudo. São exemplos que parecem ser feitos de caso pensado, como aquela de colocar na linha de frente um agente com tornozeleira, condenado por contrabando. O que as instituições estão sinalizando para a sociedade ao colocar na linha de frente um contrabandista? Ora, que não só abraçam, corporativisticamente falando, a causa de um membro transgressor, como também sinalizam aos contrabandistas uma condescendência impensável em instituições sadias, exatamente incumbidas de inibir o contrabando. E se fôssemos aplicar aí a tal da teoria do domínio do fato?!

Para se ter uma ideia da psicopatia em curso basta que pensemos o que aconteceria se a selvageria do Baldaque tivesse sido praticada por alguém contratado do Instituto Lula?! Quantas reportagens renderia no Jornal Nacional. Quantas ações seriam abertas pelos concursados que confundiam Hegel com Engels!

A patologia persecutória se releva na crença de que os meios justificam os fins. Por estes exemplos, vê-se que a moral de ocasião equivale ao hímen complacente das virgens de puteiro.

Vão responsabilizar o agressor de Lindbergh, que presta serviços ao MPF? Veja o “valentão” que dá tiros para o ar

Por Fernando Brito · 28/09/2016

baldaque

A jornalista Laura Capriglione, cara amiga dos Jornalistas Livres, identificou o agressor do senador Lindberh Farias e de sua mulher, na saída de um restaurante na Zona Sul do Rio,  na noite de sexta-feira: é Claudio Roberto Baldaque Guimarães, já envolvido em atos violentos e confusões com arma de fogo.

O Tijolaço foi atrás e descobriu que Baldaque não é apenas um arruaceiro a mais, como poderia parecer.

É um empresário de segurança e de “despachos aduaneiros”, além de vender serviços terceirizados.

Entre seus clientes como “segurança” está… o Ministério Público Federal, aqui do Rio, como mostrou ontem à noite o Viomundo. Pelo menos é o que consta da página da empresa, corroborado por um contrato anual de R$ 1,5 milhão, referente ao ano passado.

Baldaque – aliás, toda a família – está metido com segurança privada e, portanto, sujeito à fiscalização da Polícia Federal. Não é figura desconhecida no meio, até porque é integrante da diretoria do Sindicato das Empresas de Segurança do Rio de Janeiro.

Tem, portanto, a condição de “comandante” de centenas de homens armados.

Não é coisa que possa ser desconsiderada diante do histórico de um homem que exibe-se embriagado e faz disparos de arma de fogo na frente de restaurantes.

Veja o vídeo do episódio, em 2015.

A Polícia está desafiada a ir atrás dele.

E o Senado a exigir da Polícia Federal explicações sobre as condições de alguém assim dirigir uma empresa de homens armados.

Se o dono faz este tipo de coisa, o que fariam seus subordinados?

Vão responsabilizar o agressor de Lindbergh, que presta serviços ao MPF? Veja o "valentão" que dá tiros para o ar – TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

29/08/2016

A fábrica de ratazanas da RBS

rbs golpeQuem sai aos seus não degenera, diz o ditado. Fetter, assim como Antônio Britto, Yeda Crusius, Luis Carlos Prates, Ana Amélia Lemos e Lasier Martins  são ratazanas produzidas nos porões da RBS, também conhecida, devido às descobertas nas Operações Zelotes e Ouro Verde (Portocred)  da Polícia Federal, como Rede Baita Sonegadora.

Desde o final do século passado que venho denunciado o papel da RBS sempre criminalizando os movimentos sociais para defender a plutocracia. Foram muitos artigos escritos para o Observatório da Imprensa, como este de 2001: Os negócios, a política e a esquerda. Quem é gaúcho ou catarinense não tem o direito de dizer que não sabe que a RBS tem atuação fascista em relação aos movimentos sociais e aos representantes de esquerda. A perseguição a Olívio Dutra e José Paulo Bisol. Este ganhou indenizações milionárias da RBS por sanha persecutória. A famiglia Sirotsky não é flor que se cheire…

Portanto, não há nada de novo. O fascismo perdeu a modéstia já faz muito tempo no RS. A recente cavalgada da RBS em parceria com a Rede Globo, convocando seus midiotas para comparecerem ao Parcão de Porto Alegre para destituir Dilma, em parceria firmada com Eliseu Rima Rica, mostra perfeitamente de que lado a RBS sempre, desde que emergiu das cinzas em 1964, esteve. A RBS nasceu, cresceu e se expandiu com a ditadura, foi uma simbiose em que ambos se locupletaram.  Não é mero acaso que o principal jornal do grupo Zero Hora, tenha sido apreendido na democracia mas jamais durante a ditadura, tenha nascido das cinzas do jornal Ultima Hora.

A história da RBS, recentemente escrita em parceria com Augusto Nardes e Gerdau, é uma longa ficha corrida de atendado aos movimento sociais e apropriação de recursos públicos. O exemplo mais recente está no atual momento do RS. Com a violência cotidiana e em todos os  pontos do Estado, com o Tiririca da Serra desviando recursos da segurança para investir em propaganda na RBS, vai gastar mais em instalação, manutenção para a provisória Força Nacional, do que investe em segurança. A Feira de Esteio virou motivo para jorrar dinheiro público nos múltiplos veículos da RBS. Mas não para por aí. A Feira está pagando para funcionários da RBS, como Pedro Ernesto Denardim, fazer show na Expointer. Comparado com Denardim, meu avô pareceria Mozart. Não se trata de artista, mas de retribuir os comentários que diagnosticam a violência como sendo um problema herdado do governo anterior.

Quando alguém dos movimentos sociais ou da esquerda em geral é investigado, a RBS criminaliza tudo e todos. Não é a pessoa, mas as instituições às quais o investigado pertence. Agora, quando todo o PP gaúcho é pego na Operação Lava Jato, a RBS não criminaliza o PP. O Partido de Merdas, Drogas e Bostas está infestado de gente como Michel Temer, José Sarney, Renan Calheiros, Eliseu Quadrilha, José Ivo Sartori, Sebastião Mello, mas a RBS esconde que fazem parte de um mesma agremiação. Este é o modus operandi da RBS. Portanto, Fetter não é um fruto temporã, mas está dentro da lógica da RBS. Não exceção, é condição.

As pessoas que têm um pouco de memória vão lembrar das reportagens que a Veja, em parceria com a RBS, fazia durante o governo Olívio Dutra para dizer que a violência havia tomado conta de Porto Alegre. Para os mais novos, há outra informação que precisa ser dita. A parceria da RBS com o Governo FHC resultou em empréstimos subsidiados pelo Banco do Brasil. Quando FHC foi apeado do poder, alguns de seus serviçais aportaram nos holerites da RBS. Um deles, Pedro Parente virou moeda de troca no golpe em curso. A parceria ideológica da RBS com Eliseu Padilha, Eduardo CUnha e Michel Temer, todos envolvidos em operações em andamento na Justiça, levou Pedro Parente para a Petrobrás onde já começa a jogar, como Antonio Brito fez com a CRT, bens públicos na privada.

Diz um ditado que a maconha produz falta de memória e outras coisas que não lembro. Deve ser por isso que Alexandre Fetter se esqueceu de dizer que parcela das pessoas com as quais convive consume produtos ilegais, que, em função do tráfico, geram violência. Um ex-governador do RS, parceiro da RBS, depois que seu enteado foi internado na Pinel por overdose, foi se desintoxicar na Espanha. Deve ser por isso que criminalizam o traficante pobre mas não se incomodam com o fato de o dono do heliPÓptero, que transportava 450 kg de cocaína, agora tenha virado ministro. Sem o consumo dos frequentadores do Parcão não haveria tráfico na Vila Cruzeiro!

 

Locutor da RBS que mandou cuspir em Lula diz esperar que jornalistas sejam vítimas de violência

Postado em 28 de agosto de 2016 às 9:25 pm

Do Sul21:

O comunicador Alexandre Fetter, do programa Pretinho Básico, da rádio Atlântida (Grupo RBS), defendeu que jornalistas e formadores de opinião que criticam excessos da Brigada Militar, filhos e parentes de políticos e governantes sejam as próximas vítimas da violência que assola o Rio Grande do Sul, “que sejam eles a sangrar e a deixar suas famílias enterradas”, afirmou em uma “carta aberta” lida ao vivo no programa da última sexta-feira.

Fetter acusou deputados de “defender bandidos publicamente com o interesse velado de perpetuação no poder”, sem esclarecer que deputados seriam estes. Esses políticos, acrescentou, “estão advogando para miseráveis e ignorantes que são maioria neste país e que neles vão seguir votando”. O comunicador atacou também jornalistas e formadores de opinião, afirmando:

“Não é possível que jornalistas ou formadores de opinião sigam em seus espacinhos públicos batendo na Brigada Militar, na Polícia, em suas práticas de defesa da sociedade, denegrindo e manchando a imagem da instituição. Tenho mais do que vergonha destas pessoas, tenho nojo destas pessoas, gente que eu adoraria citar o nome, colegas de profissão que trabalham ali no morro do lado, trabalham aqui, um pouquinho acima, mas não dá, infelizmente. Para mim, que gente assim sejam as próximas vítimas, que sejam eles a sangrar e deixar suas famílias enterradas”.

Os “ideais marxistas” também foram apontados por Fetter como responsáveis pela criminalidade. Esses ideais, segundo ele, estariam “entranhados nas faculdades de Direito e Jornalismo, nos poderes, especialmente Legislativo e Judiciário” e, entre outros problemas, “não permitem que a polícia mate…”.

O comunicador da RBS também chamou o governador Sartori de “figura patética” e defendeu que as próximas vítimas de violência sejam filhos e parentes dos atuais governantes: “eu quero que sejam amigos, parentes e familiares destes que estão patrocinando o massacre urbano lá de dentro de seus gabinetes, com segurança particular na porta”. “Que sejam vocês as próximas vítimas, seus parentes, seus filhos, seus pais, suas mães”.

Diário do Centro do Mundo Locutor da RBS que mandou cuspir em Lula diz esperar que jornalistas sejam vítimas de violência

17/08/2016

A pedagogia do golpe

Diferentemente de alguns amigos e leitores deste blog, o foco correto não deve incidir sobre o afastamento de Michel Temer e a prisão de Eduardo CUnha. Buscando um prisma positivo para a permanência destas duas personagens no cenário político, penso que Temer & CUnha servem exatamente para nos fazer lembrar de como e por quais meios eles lá chegaram e permanecem. Tira-los, pura e simplesmente, serviria para vender uma imagem de imparcialidade onde não há. Temer e CUnha, bem como seus procedimentos anteriores e posteriores, são endossados por boa parte de nossa sociedade, aquela que se diz esclarecida. De nada resolveria tirar Temer ou prender CUnha se a Rede Globo continuar ditando, por meio de farta distribuição de estatuetas, quem deve ser investigado, preso e condenado. A prisão de José Maria Marin, nos EUA, sem jamais ter sido objeto de qualquer investigação no Brasil, assim como Ricardo Teixeira, são prova suficiente para retratar este estrabismo a la Cerveró dos nossos operadores do direito. Por que a ilegalidade de alguns atos depende exclusivamente do lado ideológico do praticante.

O golpe paraguaio em curso serve para mostrar como funcionam as instituições políticas, mas principalmente a plutocracia brasileira, que não se avexa de apoiar uma autêntica cleptocracia. Se não forem mudadas as condições que levaram ao assalto à democracia de nada serve excluir os ventríloquos do momento. Outros virão, como vieram antes os ditadores do golpe de 1964, Collor ou FHC. A captura de FHC pela Rede Globo, mediante o uso da funcionária Miriam Dutra, mantida na Espanha pela Brasif, prescinde de exame de DNA para saber quem os pariu.

Apesar de todo esforço dos nossos velhos grupos mafiomidiáticos  em proteger o golpe e seus golpistas, a mídia internacional fura o bloqueio. Todo dia aparece no exterior um retrato não dos golpistas, mas dos interesses que fizeram com que o golpe acontecesse.

A permanência de Temer & CUnha, como intocáveis, serve exatamente para provar que nossas instituições funcionam, como também funcionavam sob o nazismo e o fascismo.

“Fora, Temer!”: Os brasileiros, os Jogos Olímpicos e o golpe de Estado

17 de agosto de 2016 Carlos Eduardo

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Este ano o Brasil sedia os Jogos Olímpicos em um contexto político particular. O Vice-Presidente induzido presidente após a queda de Dilma Rousseff, para a qual ele contribuiu de forma decisiva, Michel Temer agora é forçado a esconder de seu povo tamanho o ódio para com ele é forte. Explicações de Armelle Enders, historiadora (Foto: Cadu Gomes/ SIPA)

por Armelle Enders, historiadora, no L’Obs / Tradução: Marie Urgell

A crise política é tal no Brasil, que na abertura oficial dos Jogos Olímpicos, momento especial para qualquer líder a quem é incumbido pronunciar o rito inicial, transformou-se em uma tocaia particularmente temida pelo presidente interino Michel Temer, considerado por muitos como um golpista duplamente criminoso.

O vice-presidente, que foge desde sempre do sufrágio universal direto, contribuiu decisivamente para a queda da presidente Dilma Rousseff, de quem era o principal aliado e está prestes a tomar sua cadeira mesmo dividindo com ela sua impopularidade e problemas de orçamento.

Michel Temer terá que inventar a presidência de holograma

Apenas 16% dos brasileiros são favoráveis à sua instalação no Planalto (palácio presidencial) e cerca de 58% querem o seu afastamento, tanto quanto o de Dilma Rousseff. Para limitar as vaias e protestos, as autoridades planejavam reduzir a aparição pública de Michel Temer ao mínimo necessário dentro do protocolo Olímpico.

O presidente interino não foi anunciado, levou menos de 10 segundos para declarar abertos os 31º Jogos Olímpicos da era moderna, e imediatamente após a cerimônia, deixou o Rio tão rapidamente e tão silenciosamente possível. Desde 13 de maio de 2016, após o afastamento da Dilma Rousseff, o presidente interino vive entrincheirado em Brasília. Em São Paulo, onde fica sua residência pessoal, manifestações e cartazes de "Fora Temer" perturbam sua tranquilidade e de sua família. Em suas aparições públicas, Michel Temer terá que inventar a presidência de holograma.

Um golpe de veludo

Hoje (07 de agosto), no Maracanã, onde foi celebrada a abertura da Olimpíada, não se podia contar nem com ex-presidentes para compartilhar o estigma que afeta quase toda a classe política brasileira. A presidente Dilma Rousseff, cujo governo permitiu a realização dos Jogos, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que havia obtido em 2009, recusaram o convite. Dilma Rousseff é o alvo de grande rejeição, mesmo em seu próprio campo ideológico. Lula, ao mesmo tempo em que é muito popular, também é rejeitado pelo público capaz de pagar o valor do ingressos para grandes eventos.

Outros ex-presidentes ainda vivos, José Sarney (1986-1990), a personificação de todas as depravações do "Nova República", que sucedeu em 1985 à ditadura militar, Fernando Collor (1990-1992), que renunciou para não sofrer impeachment uma vez condenado por corrupção passiva, e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), mais honroso entre eles, mas que também tem sua parcela de responsabilidade em propinas e desvios de verba do sistema político descobertos pelas várias investigações judiciais, todos estes estavam com agendas muito ocupadas e pareceram ter outros compromissos para aquela noite.

Teria sido tarefa espinhosa reunir em um palco, na frente de milhares de milhões de telespectadores, os protagonistas de vários atos do melodrama no qual o Brasil está mergulhado há vários meses e poderia ser chamado de "o golpe de veludo". O desdobramento se dará tão logo se apague a chama Olímpica.

O impeachment, uma farsa gigantesca

Quanto mais especialistas e magistrados desmontam as acusações contra Rousseff e parecem absolvê-la do "crime de responsabilidade" que justificaria o processo de impeachment, mais sua condenação é dada como garantida. A Presidenta, uma das únicas figuras sobre quem não pesa nenhuma suspeita de enriquecimento pessoal ilícito, será deposta no final de agosto e condenada a 8 anos de inelegibilidade. Politicamente, seu cadáver está frio há muito tempo.

Antes do julgamento, considerava-se o golpe consumado. O termo impeachment é apenas a frágil folha de parreira que oculta com grande dificuldade a realidade indecente. Golpe em Português, significa "golpe" no "golpe" em geral, mas também, de acordo com o dicionário Português "uma manobra desonesta destinada a enganar", uma fraude, basicamente. A remoção de Dilma Rousseff mantém, de fato, tanto a farsa e quanto o golpe de Estado.

Este é um golpe, porque as conversas cujos registros foram confiados à Justiça e divulgados na imprensa provam claramente que os caciques do PMDB, o partido do vice-presidente Temer, decidiram substituir Dilma Rousseff para frear as investigações do enorme escândalo de corrupção em torno da Petrobrás. Conversas sem rodeios expondo o enredo, as suas razões e ramificações que vão até a Suprema Corte. É também um golpe, porque a manobra segue à risca, mas trai o espírito da Constituição de 1988, alterando o equilíbrio das instituições.

Em várias ocasiões em sua história e por referendo (1963, 1993), os brasileiros estavam claramente em favor do presidencialismo e estão ligados à eleição do presidente por sufrágio universal. O impeachment puramente político de Dilma Rousseff, eleita democraticamente em 2014, enfatiza o enfraquecimento do Executivo em relação a um Legislativo desacreditado por corrupção.

Uma farsa política

É uma farsa, porque o governo interino, que supostamente lutaria contra a corrupção e salvaria as finanças públicas, rapidamente mostrou sua verdadeira face.

Vários ministros, verdadeiras relíquias jurássicas ambulantes arrastando consigo seus longos rabos presos, tiveram que renunciar às pressas devido ao envolvimento em negociatas. Quanto às finanças públicas, Temer começou seu reinado dando um aumento de 40% para os funcionários federais, sobretudo do Judiciário, e, ultrapassando o déficit de R$ 96 mil milhões de reais (em Dilma Rousseff) para R$ 170 bilhões de reais! Parte desse déficit pode ser descontado da fatura do processo de impeachment, incluindo presentes aos amigos e compra de todos os tipos de alianças.

É uma farsa política, porque entregou o governo aos personagens secundários e aos derrotados nas recentes eleições presidenciais, o PMDB, partido de plutocratas que nunca consegue eleger os seus para a presidência, aproveitou-se da aliança com o PT e de sua força popular para fazer parte do executivo; o PSDB, cujos candidatos foram derrotados consecutivamente quatro vezes em eleições por Lula e por Dilma e Temer já estão com o pé no governo após 14 anos de oposição.

Será que a corrupção ficará impune?

O próximo passo é a eliminação política de Lula, sempre à frente nas pesquisas para uma possível eleição presidencial em 2018. Há uma correlação perturbadora entre o percentual de votos a favor de Lula e a pressão da justiça sobre ele.

O último ato do ‘golpe de veludo’ não vai se limitar, de fato, à condenação de Dilma Rousseff e tem sua parcela de suspense. Lula poderia ir para a cadeia? Ele será o único bode expiatório da corrupção no governo? As investigações serão abafadas? Entre as dezenas de políticos com nomes citados nas delações, quantos serão condenados e pagarão suas penas? Uma vez que a tempestade passar, a impunidade e a corrupção vai continuar a reinar como de costume?

Não há dúvida do que se espera de Michel Temer, um golpista traiçoeiro, comprometido apenas com as velhas oligarquias brasileiras. Este golpe de Estado é destinado a restabelecer a ordem social e política, como alguns gostariam que permanecesse eterna no Brasil, uma boa mistura entre o entreguismo e a pilhagem do país por suas classes dominantes, com resultados econômicos que sejam aceitáveis ​​para o capitalismo internacional e garantindo uma relativa paz social. Um país de sonho onde os negros permanecem nas plantações e cozinhas, as mulheres em casa, e os homossexuais no armário.

Neste sentido, o governo Temer, composto por homens brancos septagenários, conhecendo alguns trâmites legais é mais que um governo: é um manifesto.

“Fora, Temer!”: Os brasileiros, os Jogos Olímpicos e o golpe de Estado – O Cafezinho

16/08/2016

Dicas para safar-se da prisão

Filed under: Grupos Mafiomidiáticos,Instituto Millenium,Perseguição,PPPP — Gilmar Crestani @ 9:00 am
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Justiça - pesos e medidas para Serra x LulaAntes de mais nada, estas dicas se aplicam primordialmente a pobres, pretos, petistas e putas. Assim, se for pobre, filie-se ao PSDB. Se for petista, faça como Marina Silva, Hélio Bicudo, Marta Suplicy e Cândido Vaccarezza, saia do PT. Se for preto, trate de se tornar um Pelé, ou então vire traficante. Mas não um traficante qualquer, de favela, mas daqueles que, com bons amigos, possam transportar com tranquilidade 450 kg de cocaína. Neste caso, podes até virar Ministro.  Agora, se fores puta, bem aí basta se casar Eduardo CUnha. Se, nessa condição, nem a Cláudia Cruz vai presa, por que uma puta iria, não é mesmo?!

Se você é, como eu, pobre, pense no que disse o Jorge Pozzobom(PSDB/RS) ao Vinicius Wu: “@vinicius_wu me processa. Eu entro no Poder judiciário e por não ser petista não corro o risco de ser preso.” Corra e faça uma ficha no PSDB, lá, além de receber proteção da Rede Globo e dinheiro da Brasif, nem o primeiro a ser comido é comido. Para toda prova Suíça que incrimine, há sempre um Rodrigo de Grandis ou então o biombo de uma Tarja Preta.

Na atual conjuntura vejo poucas saída para pretos. Hoje, quando os nazi-fascistas perderam o pudor, até a Princesa Isabel seria presa por tentativa de atentado à economia. Os patos da FIESP seriam colocados diante da casa dela e D’Eu. Em compensação, se fores fazendeiro e praticares trabalho escravo, nem te preocupes. Lá no parlamento há sempre um Ronaldo Caiado para te defenderes. Se tudo isso já é desolador, apertem os grilhões, as políticas de inclusão social sumiram, graças à Rede Globo, que sempre tem na manga um Ali Kamel para combate-las. Eles não se contentam em combater as políticas de inclusão racial, mas também lutam para criminaliza-las. Para quem vive de manipular, se os fatos não estão de acordo com os (maus) propósitos, pior para os fatos. Assim, lamento dizer, há pouca saída para mudarem a condição de top ten das prisões. Serão sempre exceções nos mais variados segmentos mais significativos das instituições públicas: Judiciário, MPF, PF. Para cada Joaquim Barbosa haverá milhares de Gilmar Mendes; haverá, para cada Taís Araújo milhares de Regina Duarte

Ao contrário dos negros, nossa sociedade oferece um elenco muito maior de saída para petistas. Jorge Pozzobom deu a dica número um, se filiar ao PSDB. Além da imunidade, o PSDB está no topo da impunidade. Basta lembrar da Lista de Furnas e daquele sistema que o PSDB paulista conseguiu fazer com que a velha mídia buscasse nos convencer que se tratava de um mensalão mineiro.  Veja bem, um era mensalão do PT, o outro, o pai, era só mineiro. E nem mesmo sendo apenas mineiro foi julgado. Pense bem, já tivemos Papa argentino, um negro na presidência dos EUA, uma mulher na presidência do Brasil mas nada de julgar o pai dos mensalões. Aécio Neves, nem mesmo o Sérgio Machado delatando, continua como sendo um corrupto teflon. Ninguém foi mais delatado do que ele. E não me venha com imunidade parlamentar, ou foro privilegiado. O Delcídio Amaral tinha tudo isso e foi preso. Sem contar que Delcídio sequer tinham uma irmã como Andrea Neves… Bem fazem a Marta Suplicy e Cândido Vaccarezza em sair do PT e se aliarem com essa gente honesta do PMDB e do PTB; segurança pessoal em primeiro lugar! Mas veja só, não basta eles saírem para se livrarem. Eles precisam sair criminalizando quem fica. Sem o voto de Marta contra Dilma ela não seria aceita pela turma do CUnha.

Não bastasse a concorrência na política, do sexzone, a mais antiga profissão continua sendo criminalizada. Como dizia aquele bordão do marketing, se “não está fácil pra ninguém”, imagine pras putas. Hoje, talvez só cunhada de petista pode ser mais incriminador. Mas há saída. Falem com o Marco Feliciano, ou com o assessor dele. A vaga ao lado de Eduardo Cunha já foi preenchida por Cláudia Cruz. Esta saída já está trancada. A Ana Amélia Lemos tem uma dica sui generis para fazer parecer-se honesta. Não se trata de, como Monica Lewinsky, engolir, mas de colar, com alegria, em Ministro do STF. Outra saída seria entrar para a CBF, no Brasil poderia até roubar medalhas, mas aí não poderia viajar para o exterior. Como diria Fernando Pessoa, tudo vale a pena se não for puta pequena.

Em sentido contrário, se queres prender alguém, independentemente de culpa, basta ter de seu lado os a$$oCIAdos do Instituto Millenium. Eles conseguem tudo ao mesmo tempo, investigar, julgar a condenar. SUMARIAMENTE!

30/07/2016

A caçada ao grande molusco, visto da Argentina

Filed under: Henfil,Lula,Página12,Perseguição — Gilmar Crestani @ 10:08 am
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OBScena: Henfil, falecido em1988, antes das eleições que a Rede Globo manobrou para eleger Collor, profetizou o funcionamento da delação premiada em relação ao Lula 

LULA (8)A Olimpíada no Brasil servirá para introduzir uma nova modalidade: caça ao grande molusco.

Se levarmos em conta o momento PÓlitico do Brasil, José Maria Marin deveria entregar a medalha ao vencedor.  Por esta mesma lógica, Aécio Neves deverá entregar as medalhas aos atletas russos. São muitos os concorrentes, todos patrocinados pelos Instituto Millenium, mais intoxicado que atleta russo.

A competição nacional do momento, observada até pela ONU, é quem será o vencedor na corrida para prender Lula. Galvão Bueno entregará uma estatueta ao vencedor.

La revancha judicial contra Lula

El juez federal Ricardo Soares Leite abrió ayer un proceso contra Lula al hacer lugar a la denuncia presentada hace meses por la Procuraduría General de la República, que lo acusa de intentar silenciar a un ex gerente coimero.

Por Darío Pignotti

Desde Brasilia

La respuesta (revancha) judicial no se hizo esperar. Un día después de que Luiz Inácio Lula da Silva denunció ante la ONU ser víctima de la arbitrariedad del juez Sergio Moro, a cargo de la causa por el “Petrolao”, un juzgado de Brasilia abrió una causa en su contra que de prosperar, podrá impedirle postularse en las elecciones de octubre de 2018.

Al tomar conocimiento de la decisión del magistrado de la primera instancia brasiliense Lula explotó. “Ya me cansé (…) yo ya se cual es el objetivo de todo esto, quieren sacarme de la carrera presidencial”.

Durante un encuentro organizado por el sindicato de los bancarios en San Pablo, con el aval de la Central Unica de los Trabajadores (CUT), Lula avisó que va a plantar cara ante el asedio judicial. “Les voy a confesar algo, cuando ocurren estas provocaciones me da un escozor” y más voluntad de seguir en la pelea, desafió el fundador del Partido de los Trabajadores (PT) y la CUT.

Se trata del dirigente con mayor intención de voto según las encuestas de los últimos meses, a pesar del desgaste de la imagen de Lula debido a las denuncias judiciales y mediáticas en su contra. “Lo único que pido es respeto, que la prensa no me juzgue y me condene a través de los titulares” afirmó.

El juez federal Ricardo Soares Leite abrió ayer un proceso contra Lula al hacer lugar a la denuncia presentada hace meses por la Procuraduría Genera de la República que lo acusa de intentar silenciar a Néstor Cerveró, un ex ejecutivo de Petrobras condenado por corrupción. Esta es la primera vez que Lula es procesado, pero no se descarta que en cualquier momento se le inicie otra causa, esta vez en el foro federal de Paraná donde despacha Moro, o “super Moro” como lo apodaban en las marchas multitudinarias por el “impeachment” de la presidenta suspendida Dilma Rousseff.

El caso es que Lula se convirtió en sospechoso en un proceso en el que también fue acusado el ex senador Delcidio de Amaral, que fuera jefe de la bancada oficialista durante el gobierno dilmista. Lula y Amaral son sospechados de haber intentado convencer a Néstor Cerveró que desista de revelar ante la justicia la red de sobornos y contratos amañados montado en perjuicio de la estatal Petrobras. El ex senador, ex miembro del PT y antiguo aliado de Lula, Delicidio Amaral, fue grabado cuando ofrecía favores para que Cerveró mantuviera silencio. Finalmente Cerveró entregó esa grabación a la Justicia y fue beneficiado con la “delación premiada” .

Otros procesados por “obstruir a la Justicia” son el empresarios Carlos Bumlai y el banquero André Esteves, que habrían demostrado su intención de financiar una supuesta fuga del ex gerente de negocios internacionales de Petrobras Cerveró. Así, el ex gerente Cerveró, a quien se le descubrieron decenas de millones de dólares cobrados por coimas, fue beneficiado con la libertad, de la que goza en su mansión del interior de Rio de Janeiro.

Transcurridos dos años y tres meses de iniciada la publicitada causa “Lava Jato”, sobre las estafas contra Petrobras, los ejecutivos “arrepentidos” purgaron penas que por lo general no superaron el año de prisión y fueron liberados como recompensa a las acusaciones que, en general, imputan a dirigentes del PT. Si las delaciones incluyen a Lula los condenados reciben sus premios mayores. Igual que ocurrió meses atrás, cada vez que Lula asume alguna iniciativa política, varios jueces actúan en colusión, sincronizadamente, para neutralizarlo.

En marzo, cuando Dilma lo designó jefe del gabinete, el juez Moro entregó al grupo Globo una grabación obtenida ilegalmente, en la que la presidenta y su correligionario acordaban adelantar el nombramiento. La interpretación oblicua de la conversación y su reproducción incompleta, avivó la ira de las clases medias, que salieron a las calles pidieno la guillotina contra Lula y todos los petistas. Simultáneamente varios jueces de diferentes estados ,incluso de Brasilia, movieron acciones para impedir que el líder petista asuma como ministro, y finalmente nunca pudo ocupar su puesto en el gabinete.

Las violaciones de la privacidad de Lula y la parcialidad de los jueces están entre los fundamentos de la denuncia presentada ante el Consejo de Derechos Humanos de la ONU por el abogado Robertson, especializado en las cortes internacionales, que defendió al escritor indio Salman Rushdie y al fundador de Wikileaks, Julian Assange.

Página/12 :: El mundo :: La revancha judicial contra Lula

14/07/2016

Ave MPF, os teus protegidos te saúdam!

Filed under: Golpe Paraguaio,MPF,Perseguição — Gilmar Crestani @ 9:54 am
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Ave Suetônio, o MPF saúda, não a justiça que vê, mas a justiça cega, que usa venda para não enxergar os Eduardo CUnha, Cláudia Cruz, Aécio Neves, Andrea Neves, Michelzinho ou Márcio Fortes… Todo dia uma denúncia nova contra o bestiário do golpe, mas o MPF mantém suas baterias para criar uma cortina de fumaça e proteger seu golpe paraguaio. Aliás, falando em golpe paraguaio, cabe por inteiro ao MPF a resposta do Picasso ao oficial nazista quanto este perguntou sobre Guernica: "Foi o senhor quem fez isso?" A resposta de Picasso a respeito da matança representada no quadro: "Não, foi o senhor", respondeu Picasso.  A cortina que desce para proteger os golpistas é estendida pelo MPF com sua obsessão por Lula. A cada dia parece mais próximo o momento em que o MPF conduzirá passeatas com o lema “Somos Todos Rodrigo de Grandis”. No MPF, omissão casa com perseguição. Se omite em relação aos seus parceiros ideológicos, pari passo, persegue quem não reza pela mesma cartilha.

"Ave, Imperator, morituri te salutant" ou "Ave, Caezar, morituri te salutant" ("Ave, César, aqueles que estão prestes a morrer o saúdam") é uma conhecida sentença latina citada em Suetónio, De Vita Caesarum ("A vida dos Cèsares", ou "Os Doze Cèsares").[1] Foi usado durante um evento em 52 dC no Lago Fucino por cativos e criminosos fadados a morrerem lutando durante um simulado de batalha naval ou Naumaquia — na presença do Imperador Cláudio. Suetônio relata que Cláudio respondeu "Aut non" ("ou não").

Auler, sobre o caso da “caixinha de Temer”: o MP omitiu-se

Por Fernando Brito · 14/07/2016

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Marcelo Auler, em seu blog, sublinha um ponto importante na primeira da série de reportagens que está fazendo para o Diário do Centro do Mundo: a completa omissão do Ministério Público Federal diante do indício de um esquema de propinas num ente federal, o Porto de Santos.

Indício forte, dado por uma beneficiária – embora indireta – do esquema: Éricka dos Santos, a ex-mulher do dirigente que seria operador da “caixinha”:

O que ficou claro, nesta história, foi a omissão da Procuradoria Geral da República, através dos procuradores-geral Geraldo Brindeiro e Roberto Gurgel, com relação à necessidade de se aprofundar a investigação. Mas eles resolveram passar atestado de bons antecedentes ao então presidente da Câmara, tanto em 1999/2000, quando Érika fez sua primeira delação, como em 2009, quando o delegado Nogueira pretendia aprofundar seu trabalho, mas precisava de autorização do Supremo para prosseguir.

É inevitável, nos dias atuais, comparar-se tais atitudes com o que vem sendo feito na Operação Lava Jato. O curioso é que como se verá adiante, nas futuras reportagens, há personagens no caso do Porto de Santos que reaparecem na Lava Jato, como está acontecendo com Temer. Mas não apenas ele, também a Construtora Andrade Gutierrez.

Não perca a série no Diário do Centro do Mundo e acompanhe o trabalho de Auler também em seu blog.

É jornalismo de primeira linha.

Auler, sobre o caso da "caixinha de Temer": o MP omitiu-se – TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

01/06/2016

Prometeu Acorrentado

OBScena: a águia rouba nosso pré-sal da mesma forma com que comia o fígado de Prometeu.

tio samNa peça de Ésquilo, a história é sobre deuses. O semi-humano Prometeu está preso a rocha e seu fígado é comido pelas águias. Eu diria, urubus. Zeus recusou aos homens os seus dons, da mesma forma que pensou envia-los todos ao inferno. Entre os dons que Prometeu deu aos homens estava o de poderem escapar da morte. Mas o maior benefício que Prometeu concedeu aos seres humanos foi o fogo. Com o fogo se espanta animais ferozes, mas também se prepara os alimentos. Por esse motivo Prometeu sabia que iria ser punido por Zeus. Ao salvar milhões da miséria, como fez com o programa Fome Zero, Lula desencadeou a ira dos deuses. Numa República de Bananas ajudar pessoas a sair da miséria é crime capital é quem ousar merece ter o fígado comido em vida.

Não há almoço grátis, escreveu Milton Friedman. A obsessiva caçada ao Grande Molusco terá de aumentar o preço do botim para manter a rédea nos capitães-de-mato. Mas há um dilema. Se esticar demais a corda, perde a construção da prova. Se não apertar, ele fala o que não é música para os ouvidos dos caçadores.

O edital foi lançado: se matar, 450 kg de argumentos e 300 virgens em Liechtenstein. Se também trouxer a cabeça, apartamento em Miami e papel higiênico made in Panama Papers pro resto da vida. Em caso de a Estória bater com os desejos dos ventríloquos do Tio Sam, há uma lista de presentes à espera em diversos lugares: Lista Falciani do HSBC na Suíça; Lista Odebrecht com Marcelo & Famiglia; Lista de Furnas com os políticos de Minas Gerais

A informação do direcionamento da delação seria apenas uma patacoada de bolivarianos não fosse o fato de sair dos mesmos fornos crematórios que transformaram o Brasil numa República das Bananas. Sem provas, as hienas piram…

Enquanto caçam Lula, Eduardo CUnha deita e rola pra cima do orçamento público como rato em queijo suíço.

Para quem achava muito ver a plutocracia instalar a mais abjeta cleptocracia, ainda não viu nada. Cenas trash podem sair nos próximos capítulos.

A história do Brasil está sendo escrita para pessoas de pouco cérebro, estômato forte e nenhum escrúpulo. Ainda bem que, para se acabar, há promessa de uma felação premiada…

Como na tragédia, querem o fígado de Lula, vivo ou morto. Sua salvação depende de filiação ao PSDB. Seria seu passaporte para viver em paz.

Delação de sócio da OAS trava após ele inocentar Lula

José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado

MARIO CESAR CARVALHO
BELA MEGALE
DE SÃO PAULO

01/06/2016 02h00

As negociações do acordo de delação de Léo Pinheiro, ex-presidente e sócio da OAS condenado a 16 anos de prisão, travaram por causa do modo como o empreiteiro narrou dois episódios envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A freada ocorre no momento em que OAS e Odebrecht disputam uma corrida para selar o acordo de delação.

Segundo Pinheiro, as obras que a OAS fez no apartamento tríplex do Guarujá (SP) e no sítio de Atibaia (SP) foram uma forma de a empresa agradar a Lula, e não contrapartidas a algum benefício que o grupo tenha recebido.

A versão é considerada pouco crível por procuradores. Na visão dos investigadores, Pinheiro busca preservar Lula com a sua narrativa.

O empresário começou a negociar um acordo de delação em março e, três meses depois, não há perspectivas de que o trato seja fechado.

Pinheiro narrou que Lula não teve qualquer papel na reforma do apartamento e nas obras do sítio, segundo a Folha apurou. A reforma do sítio, de acordo com o empresário, foi solicitada em 2010, no último ano do governo Lula, por Paulo Okamotto, que preside o Instituto Lula. Okamotto confirmou à PF que foi ele quem pediu as obras no sítio.

Já a reforma no tríplex do Guarujá, pela versão de Pinheiro, foi uma iniciativa da OAS para agradar ao ex-presidente. A empresa gastou cerca de R$ 1 milhão na reforma do apartamento, mas a família de Lula não se interessou pelo imóvel, afirmou ele a seus advogados que negociam a delação, em versão igual à apresentada por Lula.

CORRIDA

Condenado em agosto do ano passado por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, Pinheiro corre para fechar um acordo porque pode voltar para a prisão neste mês, quando o TRF (Tribunal Regional Federal) de Porto Alegre deve julgar o recurso de seus advogados.

O risco de voltar à prisão deve-se à mudança na interpretação da lei feita pelo Supremo Tribunal Federal em fevereiro deste ano, de que a pena deve ser cumprida a partir da decisão de segunda instância. Ele ficou preso por cerca de seis meses.

A decisão da Odebrecht de fazer um acordo de delação acrescentou uma preocupação a mais para Pinheiro.

Os procuradores da Lava Jato em Curitiba e Brasília adotaram uma estratégia para buscar extrair o máximo de informação da Odebrecht e OAS: dizem que só vão fechar acordo com uma das empresas. E, neste momento, a Odebrecht está à frente, segundo procuradores.

A OAS e o Instituto Lula não quiseram se pronunciar.

30/03/2016

Quem finaCIA a caçada ao Lula?

Sim, temos de perguntar o preço da caçada. Afinal, como disse Milton Friedman, “não existe almoço grátis”. A mobilização deste exército de incursão alma a dentro de um homem tem, para além da remuneração de seus agentes, o preço da logística. A invasão de sua vida e de seus familiares já é, por si só, um excesso. Executar várias vezes, pelos mais variados vieses, denota uma obsessão para lá de doentia. Nenhuma ficção conseguiu prever tamanho arsenal envolvido numa caçada humana. Nem nos faroestes se viu tamanha obsessão na perseguição a bandidos. O drama é que o caçado não tem sequer uma acusação formal da qual possa se defender.

Qual o custo em diárias, auxílio refeição, auxílio alimentação, hospedagens, gastos com aluguéis, combustíveis, telefones? Quantas bolsas famílias poderiam ter sido pagas com o salário dos seus perseguidores? Afinal, se em tanto tempo não conseguiram sequer uma açãozinha que justificasse tantos gastos, temos de admitir que ou são incompetentes, ou que, sim, é só perseguição?! Não seria o caso de se pensar pelo desligamento do serviço público deste exército de incompetentes?! Até porque são os impostos que a população paga que sustenta esta matilha de incompetentes.

Quanto tempo os agentes de perseguição perderam perseguindo Lula? Por que não houve o mesmo afinco para esclarecer quem era o dono do jatinho que vitimou Eduardo Campos? Por que ninguém se interessou para esclarecer a quem pertencia os 450 kg de cocaína do heliPÓptero? Por que estes mesmos agentes não fizeram e não fazem o mesmo em relação ao Aécio Neves, octa deletado? Por que Eduardo CUnha, mesmo com a avalanche de documentos repassados pela Suíça continua sendo o agente executor deste complô?

Por que todos os delatados nas enésimas operações da Vaza a Jato não são devassados como o foi Lula? O que a mulher de Eduardo CUnha, Cláudia Cruz, e a irmã de Aécio Neves, Andrea Neves, não são devassadas se existe contra elas acusações e provas consistentes? Seria porque fazem parte do exército de caça ao Lula os crimes praticados pelos comparsas não vem ao caso?

Por que tanto ódio? Simples, e tomando por parâmetro as pessoas próximas a mim que o odeiam, o ódio a Lula deve-se a sua ousadia de implementar políticas sociais. A decisão da Rede Globo em publicar um petardo chamado “Não somos racistas” só para servir de instrumento contra as políticas raciais já demonstra de onde vem o ódio. As cotas raciais, as políticas públicas que permitem a ascensão e emancipação de classes sociais menos privilegiadas via acesso às universidades públicas foi como se Lula tivesse dado um soco no estômago de quem tinha na universidade pública seu direito adquirido.

Os privilegiados odeiam dividir o que eles entendem como sendo seus por direito divino, com “subalternos”… Como se em cidadania houvesse hierarquia!

Eraldo Peres:

Instituto Lula divulgou nesta terça-feira uma nota em três idiomas (português, inglês e espanhol) para rebater as suspeitas levantadas contra o ex-presidente pelo Ministério Público e pela Polícia Federal:  ‘O ex-presidente Lula não é réu, ou seja: não responde a nenhuma ação judicial que o acuse de ter praticado algum crime. Levar o ex-presidente Lula ao banco dos réus é, sim, o objetivo da plutocracia, do mass media e de agentes partidarizados da Polícia e do Ministério Público, que representam exceções dentro destas Instituições’, afirma o ex-presidente

30 de Março de 2016 às 05:14

247 – O Instituto Lula divulgou nesta terça-feira uma nota em três idiomas (português, inglês e espanhol) para rebater as suspeitas levantadas contra o ex-presidente pelo Ministério Público e pela Polícia Federal:  ‘O ex-presidente Lula não é réu, ou seja: não responde a nenhuma ação judicial que o acuse de ter praticado algum crime. Levar o ex-presidente Lula ao banco dos réus é, sim, o objetivo da plutocracia, do mass media e de agentes partidarizados da Polícia e do Ministério Público, que representam exceções dentro destas Instituições’, afirma o ex-presidente. Leia abaixo:

NOTA À IMPRENSA

1) LULA NÃO É RÉU, NÃO COMETEU NENHUM CRIME NEM É INVESTIGADO PELA JUSTIÇA

Em inglês: http://www.institutolula.org/en/lula-is-not-a-defendant-nor-is-he-being-investigated-by-justice

Em espanhol: http://www.institutolula.org/es/lula-no-es-acusado-y-no-ha-sido-investigado-por-la-justicia

No Brasil, a função de investigar é da Polícia e do Ministério Público. A função de denunciar é exclusiva do Ministério Público, de seus promotores e procuradores.

No Brasil, juízes não investigam, não acusam, não denunciam. Juízes julgam. E só participam de investigações indiretamente, autorizando ou não atos invasivos (apreensões, escutas) e coercitivos (conduções, prisões temporárias) formalmente solicitados pelo Ministério Público e pela Polícia.

Somente depois que o Ministério Público apresenta denúncia formal, e se essa denúncia for aceita por um juiz, é que um cidadão torna-se réu, ou, como se diz popularmente, torna-se acusado.

O ex-presidente Lula não é réu, ou seja: não responde a nenhuma ação judicial que o acuse de ter praticado algum crime.

A denúncia apresentada contra ele por três promotores de São Paulo notoriamente facciosos, a partir de um inquérito considerado ilegal pelo Conselho Nacional do Ministério Público, não foi aceita pela Justiça. Portanto, não há ação nem réu.

O ex-presidente Lula não é acusado nem mesmo investigado, porque esta figura não existe no direito brasileiro. Aqui investigam-se fatos, não pessoas. Policiais e promotores que fazem acusações a pessoas em entrevistas, fora dos autos, cometem crime.

Levar o ex-presidente Lula ao banco dos réus é, sim, o objetivo da plutocracia, do mass media e de agentes partidarizados da Polícia e do Ministério Público, que representam exceções dentro destas Instituições.

Mas nenhum desses agentes apresentou uma acusação fundamentada para justificar a abertura de ação penal contra o ex-presidente. E não apresentou porque Lula sempre agiu dentro da lei, antes, durante e depois de ser presidente da República.

Os únicos juízes que um dia condenaram Lula eram membros de um tribunal de exceção, criado pela odiosa Lei de Segurança Nacional da ditadura militar.

Em 1980, Lula foi preso porque lutava pela democracia e pelos trabalhadores.

2) LULA É O ALVO DE UMA CAÇADA PARAJUDICIAL

Em mais de 40 anos de vida pública, a vida do ex-presidente Lula foi vasculhada em todos os aspectos: político, fiscal, financeiro e até pessoal.

Desde a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, um exército de jornalistas, policiais, promotores, procuradores e difamadores profissionais está mobilizado com o objetivo de encontrar um crime – qualquer um – para acusar Lula e, dessa forma, afastá-lo do processo político.

Nada menos que 29 procuradores e promotores de 5 instâncias já se envolveram nesta verdadeira caçada parajudicial, além de 30 auditores fiscais da Receita Federal e centenas de policiais federais.

Os movimentos desse exército tornaram-se frenéticos em meados do ano passado, quando ficou claro que as investigações da Operação Lava Jato não alcançariam o ex-presidente.

Nenhuma conta bancária, nenhuma empresa, nenhuma delação, nada liga Lula aos desvios investigados em negócios milionários com poços de petróleo, navios, sondas, refinarias. Nada.

Desde então, Lula, sua família, o Instituto Lula e a empresa LILS Palestras tornaram-se alvo de uma avalanche de inquéritos e fiscalizações por parte de setores do Ministério Público, da Polícia Federal e da Receita Federal:

  • 4 inquéritos abertos por procuradores federais de Brasília e do Paraná;
  • 2 inquéritos diferentes sobre os mesmos fatos, abertos por procuradores federais e do estado de São Paulo, o que é inconstitucional;
  • 3 inquéritos policiais abertos pela Polícia Federal em Brasília e no Paraná;
  • 2 ações de fiscalização da Receita Federal;
  • Quebra do sigilo fiscal e bancário de Lula, do Instituto Lula, da LILS Palestras e de mais 12 pessoas e 38 empresas de pessoas ligadas ao ex-presidente;
  • Quebra do sigilo telefônico e das comunicações por internet de Lula, de sua família, do Instituto Lula e de diretores do Instituto Lula; até mesmo os advogados de Lula foram atingidos por esta medida ilegal;
  • 38 mandados de busca e apreensão nas casas de Lula e de seus filhos, de funcionários e diretores do Instituto Lula, de pessoas ligadas a ele, executados com abuso de autoridade, apreensões ilegais e sequestro do servidor de e-mails do Instituto Lula;

Nos últimos 10 meses, Lula prestou 4 depoimentos à Polícia Federal e ao Ministério Público e apresentou informações por escrito em 2 inquéritos.

Lula prestou informações ao Ministério Público sobre todas as suas viagens internacionais, quem o acompanhou, onde e quando se hospedou, como foram pagas essas despesas, as pessoas com quem se encontrou nessas viagens, inclusive chefes de estado e de governo; sobre as palestras que realizou, onde, quando e contratado por quem; o Instituto Lula e a empresa LILS Palestras prestaram informações ficais, bancárias e contábeis de todas suas atividades;

Apesar de ter cumprido todos os mandados e solicitações e de ter prestado esclarecimentos às autoridades até voluntariamente, Lula foi submetido, de forma ilegal, injustificada e arbitrária, a uma condução coercitiva para depoimento sem qualquer intimação anterior;

Lula foi alvo de um pedido de prisão preventiva, de forma ainda mais ilegal, injustificável e arbitrária, pedido que foi prontamente negado pela Justiça.

Ao longo desses meses, agentes do estado vazaram criminosamente para a imprensa dados bancários e fiscais de Lula, de seus filhos, do Instituto Lula e da LILS Palestras.

Por fim, o juiz Sergio Moro divulgou ilegalmente conversas telefônicas privadas do ex-presidente Lula, sua mulher, Marisa Letícia, e seus filhos, com diversos interlocutores que nada têm a ver com os fatos investigados, inclusive com a presidenta da República.

Conversas entre advogados e clientes também foram divulgadas pelo juiz Moro, rompendo um dogma mundial de inviolabilidade das comunicações.

Nenhum líder político brasileiro teve sua intimidade, suas contas, seus movimentos tão vasculhados, num verdadeiro complô contra um cidadão, desrespeitando seus direitos e negando a presunção da inocência.

E apesar de tudo, não há nenhuma ação judicial aberta contra Lula, nenhuma denúncia do Ministério Público Federal, nenhuma ação da Receita Federal por crime tributário ou fiscal.

O resultado desse complô de agentes do estado e meios de comunicação é a maior operação de propaganda opressiva que já se fez contra um homem público no Brasil.

Foi a incitação ao ódio contra a maior liderança política do País, num momento em que o Brasil precisa de paz, diálogo e estabilidade política.

3) LULA NÃO FOGE DA JUSTIÇA; LULA RECORRE À JUSTIÇA

O ex-presidente recorreu sistematicamente à Justiça contra os abusos e arbitrariedades praticadas por agentes do estado, difamadores profissionais e meios de comunicação que divulgam mentiras a seu respeito.

A defesa de Lula solicitou e obteve a abertura de Procedimentos Disciplinares no Conselho Nacional do Ministério Público contra dois procuradores da República que atuaram de forma facciosa;

Apresentou ao CNMP e obteve a confirmação de ilegalidade na abertura de inquérito por parte de promotores do Ministério Público de São Paulo;

Apresentou ao STF e aguarda o julgamento de Ação Cível Originária, com agravo, para definir a quem compete investigar os fatos relacionados ao sítio Santa Bárbara e ao Condomínio Solaris;

Recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo e aguarda julgamento contra decisão da juíza da 4a Vara Criminal sobre o mesmo conflito de competência;

Apresentou ao STF habeas corpus contra decisão injurídica do ministro Gilmar Mendes, corrigida e revogada pelo ministro Teori Zavascki em mandado de segurança da Advocacia Geral da União;

Apresentou ao STF recurso contra decisão do ministro Gilmar Mendes que o impede de assumir o cargo de Ministro de Estado, embora Lula preencha todos os requisitos constitucionais e legais para esta finalidade;

Apresentou ao juiz Sergio Moro 4 solicitações de devolução de objetos pessoais de noras e filhos de Lula, apreendidos ilegalmente pela Polícia Federal.

É nas instituições que Lula se defende dos abusos e, neste momento, quem deve explicações ao STF não é Lula, é o juiz Sergio Moro; e quem tem de se explicar ao Conselho Nacional do Ministério  Público são dois procuradores do Ministério Público Federal.

Contra seus detratores na imprensa, no Congresso Nacional e nas redes subterrâneas de difamação, os advogados do ex-presidente Lula apresentaram:

  • 6 queixas crime;
  • 6 interpelações criminais;
  • 9 ações indenizatórias por danos morais;
  • 5 pedidos de inquéritos criminais;
  • e formularam duas solicitações de direito de resposta, uma das quais atendida e outra, contra a TV Globo, em tramitação na Justiça.

Quem deve explicações à Justiça e à sociedade não é Lula; são os jornais, emissoras de rádio TV que manipularam notícias falsas e acusações sem fundamento de procuradores e agentes de estado notoriamente facciosos.

4) LULA NÃO PEDIU NEM PRECISA DE “FORO PRIVILEGIADO”

É importante esclarecer que a prerrogativa de foro (erroneamente chamada de foro privilegiado) do STF se exerce sobre parlamentares, ministros do governo, presidente e vice-presidente da República e membros dos tribunais superiores.

Neste caso, processos e julgamentos são feitos diretamente na última instância, o que não permite recursos a outras cortes ou juízes.

Lula tem o compromisso de ajudar a presidenta Dilma Rousseff, de todas as formas possíveis, para que o Brasil volte a crescer e gerar empregos, num ambiente de paz, estabilidade e confiança no futuro.

A convocação da presidenta Dilma para Lula ser ministro veio depois, e não antes, de o juiz Sergio Moro autorizar uma série de arbitrariedades contra Lula: violação de domicílio, condução coercitiva injustificada, violação de garantias da família e de colaboradores do ex-presidente.

Não existe nenhum ato ou decisão judicial pendente de cumprimento que possa ser frustrada pelo fato de Lula assumir o cargo de ministro.

E além disso: a mais grave arbitrariedade cometida pelo juiz Sergio Moro – pela qual ele está sendo chamado a se explicar na Suprema Corte – ocorreu no momento em que o ex-presidente Lula detinha a prerrogativa de foro.

Momentos depois de Lula ter sido nomeado ministro, a Força Tarefa da Lava Jato grampeou ilegalmente uma conversa entre ele e a presidenta Dilma, conversa que foi divulgada quase instantaneamente pelo juiz Moro.

Ou seja: nem mesmo nas poucas horas em que foi ministro Lula ficou a salvo das arbitrariedades do juiz – nem ele nem a presidenta da República.

Não existe salvo-conduto contra a arbitrariedade. Contra a arbitrariedade existe a lei.

Para garantir seus direitos, Lula recorre e continuará recorrendo à Justiça em todas as instâncias, todos os tribunais, pois juízes tem de atuar como juízes desde a mais alta Corte à mais remota comarca.

Além disso, as fortes reações – dentro e fora do Brasil – à condução coercitiva de Lula e ao grampo ilegal da presidenta servem de alerta para que novas arbitrariedades não sejam cometidas neste processo.

5) SÃO FALSAS E SEM FUNDAMENTO AS ALEGAÇÕES CONTRA LULA

Em depoimentos, memoriais dos advogados e notas do Instituto Lula, o ex-presidente Lula esclareceu os fatos e rebateu as alegações de seus detratores.

Lula entrou e saiu da Presidência da República com o mesmo patrimônio imobiliário que possuía adquirido em uma vida de trabalho desde a infância.

Não oculta, não sonega, não tem conta no exterior, não registra bens em nome de outras pessoas nem de empresas em paraísos fiscais.

Um breve resumo das respostas às alegações falsas, com a indicação dos documentos que comprovam a verdade:

Apartamento no Guarujá: Lula não é nunca foi dono do apartamento 164-A do Condomínio Solaris, porque a família não quis comprar o imóvel, mesmo depois de ele ter sido reformado pelo verdadeiro proprietário. Informações completas em: http://www.institutolula.org/documentos-do-guaruja-desmontando-a-farsa

Sítio em Atibaia: Lula não é nunca foi dono do Sítio Santa Bárbara. O Sítio foi comprado por amigos de Lula e de sua família com cheques administrativos, o que elimina as hipóteses de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. As reformas feitas no sítio nada têm a ver com os desvios investigados na LavaJato.

Informações completas e documentos sobre Atibaia e o patrimônio de Lula em:

http://www.institutolula.org/o-que-o-ex-presidente-lula-tem-e-o-que-inventam-que-ele-teria

Palestras de Lula: Depois que deixou a presidência da República, Lula fez 72 palestras contratadas por 40 empresas do Brasil e do exterior, recolhendo impostos por meio da empresa LILS Palestras. Os valores pagos e as condições contratuais foram os mesmos para as 40 empresas: tanto as 8 investigadas na Lava Jato quanto às demais 32, incluindo a INFOGLOBO, da Família Marinho. Todas as palestras foram efetivamente realizadas, conforme comprovado nesta relação com datas, locais, contratantes, temas, fotos, vídeos e notícias:

http://institutolula.org/uploads/relatoriopalestraslils20160323.pdf

Doações ao Instituto Lula: O Instituto Lula recebe doações de pessoas e empresas, conforme a lei, para manter suas atividades, e isso nada tem a ver com as investigações da Lava Jato. A Força Tarefa divulgou ilegalmente alguns doadores, mas escondeu os demais e omitiu do público como esse dinheiro é aplicado, o que se pode ver no Relatório de Atividades Instituto Lula 2011-2015:

http://www.institutolula.org/conheca-a-historia-e-as-atividades-do-instituto-lula-de-1993-a-2015

Acervo presidencial: O ex-presidente Lula não desviou nem se apropriou ilegalmente de nenhum objeto do acervo presidencial, nem cometeu ilegalidades no armazenamento. Esta nota esclarece que a lei brasileira obriga os ex-presidentes a manter e preservar o acervo, mas não aponta meios e recursos:

http://www.institutolula.org/acervo-presidencial-querem-criminalizar-o-legado-de-lula

É falsa a notícia de que parte do acervo teria sido desviada por Lula ou que ele teria se apropriado de bens do palácio. A revista que espalhou essa farsa é a mesma que desmontou o boato numa reportagem de 2010:

http://www.institutolula.org/epoca-faz-sensacionalismo-sobre-acervo-que-ela-mesmo-noticiou-em-2010

6) O INTERROGATÓRIO DE LULA

Neste link, a íntegra do depoimento de Lula aos delegados e procuradores da Operação Lava Jato, prestado sob condução coercitiva no aeroporto de Congonhas em 4 de março de 2016.

http://www.institutolula.org/leia-a-integra-do-depoimento-de-lula-a-pf-em-14-03

Em nota, Lula afirma ser vítima de ‘complô’ | Brasil 24/7

26/01/2016

Procurando bem, todo mundo tem…

Esse procurador aí não sabe de nada. Bastaria conversar com seus colegas com os delegados da PF, pois todos sabem, o foco sempre foi e será Lula. A caça ao Lula é o prêmio que pode render uma estatueta da Rede Globo comprada com o dinheiro sonegado.

E tudo parece mancomunado para escantear na Zelote  os grandes financiadores ideológicos,  Gerdau & RBS. Não é sem motivo que a RBS esteve no consultório sentimental da Procurada Chefe do RS quando ambos fizeram um estrondoso silêncio sobre a Zelotes. Pelas mesmas razões que a Lista Falciani do HSBC sempre contou com o silêncio concupiscente do trio parada dura PF/MPF/mídia. Veja que que coincidência, ninguém mais fala no Eduardo CUnha. Os 300 mil do Aécio viraram pó. Os U$ 100 mil do FHC na Argentina também vazaram para as Malvinas. Mas Lula, seus filhos, noras e cunhadas do Vaccari não têm sossego.

De tudo isso sobra que a propalada escalada do MPF contra a corrupção é diversionismo. Querem apenas eliminar a concorrência na corrupção. A seletividade, como diria aquela Ministra do STF, é fundamento jurídico que prescinde da teoria do domínio do fato 

Como sabemos, a direita golpista, mídia e seus financiadores ideológicos, são a verdadeira Ciranda da Bailarina dos Saltimbancos:

Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem

‘Não existe ato de Lula que seja alvo de investigação’

:

Procurador da República Frederico Paiva, que atua na Operação Zelotes, disse não ter entendido o motivo de a Polícia Federal ter ouvido Lula, uma vez que ele não é investigado; "Não entendi o motivo de o delegado ter ouvido o Lula neste caso", disse, no intervalo das audiências que ocorrem nesta segunda; "Ele não consta no rol de investigados. Em nenhum momento existe algum ato praticado por ele que tenha sido objeto [de investigação]"; o representante do Ministério Público ressaltou ainda que "o foco da investigação é o tráfico de influência e corrupção no Carf"; na última semana, o advogado Cristiano Martins, que defende Luis Claudio Lula da Silva no processo da Zelotes, disse que as investigações mudaram o foco para a suposta "compra" de medidas provisórias para atingir o ex-presidente

25 de Janeiro de 2016 às 15:49

247 – O procurador da República Frederico Paiva, que atua na Operação Zelotes, afirmou não ter entendido o motivo de a Polícia Federal ter chamado o ex-presidente Lula para depor no caso, uma vez que ele não está entre os investigados no caso.

"Não entendi o motivo de o delegado ter ouvido o Lula neste caso", disse o procurador, no intervalo das audiências que ocorrem nesta segunda-feira 25 e que devem se estender até quarta 27. "Ele não consta no rol de investigados. Em nenhum momento existe algum ato praticado por ele que tenha sido objeto [de investigação]", acrescentou, segundo reportagem de Letícia Casado, do Valor Econômico.

Questionado sobre o que a PF poderia querer saber sobre Lula, Paiva respondeu: "Tem que perguntar ao delegado, não para mim". Segundo ele, "em nenhum momento, a denúncia relata que houve por parte da Presidência da República, seja lá qual for, uma compra direta [de medidas provisórias]".

O representante do Ministério Público ressaltou ainda que "o foco da investigação é o tráfico de influência e corrupção no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais)". A Operação Zelotes, que começou apurando um esquema que beneficiava empresas com dívidas na Receita Federal, mudou sua linha para a "compra" de MPs.

Na última semana, o advogado Cristiano Martins, que defende o empresário Luis Claudio Lula da Silva, filho de Lula, no processo da Zelotes, disse que as investigações mudaram o foco para atingir o ex-presidente. "Ela nasceu para apurar um suposto desvio de R$ 19 bilhões em fraudes no Carf, mas virou um instrumento de perseguição e de tentativa de incriminar o Luis Cláudio para atingir o Lula", apontou.

‘Não existe ato de Lula que seja alvo de investigação’ | Brasil 24/7

24/01/2016

De Ratos e Homens

Se vivo e brasileiro fosse, John Steinbeck teria de se reinventar para escrever um segundo volume. Material, como se pode ler abaixo, não lhe faltaria. Até seria fácil atribuir ao MPF/PF a responsabilidade por caberem neste retrato, mas o enquadramento foi moldado pelos a$$oCIAdos do Instituto Millenium. Estatuetas, afagos e holofotes transformaram uma instituição que, nos tempos de FHC, arrancava maconha no polígono das secas em golpistas. A PEC 37 deveria se chamar PEC 171, pois transformou fiscais da lei em juristas.

Se é verdade, como diz o Marcelo Auler, abaixo, que a Polícia Federal cortou na própria carne para se reinventar, o MPF sequer cortou as próprias unhas. E como elas cresceram…

Como personagens paridos pela imaginação do escritor ianque a partir de uma realidade econômica recessiva, George e Lennie estariam hoje representando MPF/PF, com a diferença que a tragédia não seria mero acaso, senão de caso pensado. Até a recessão parece ser um meio cujo fim é o golpe paraguaio. Enquanto aquelas personagem derivam da recessão, a força das nossas ratazanas dependem do avanço da recessão que buscam com todas as forças criar.

Polícia Federal ontem e hoje: de FHC à Dilma Rousseff

20 de janeiro de 201623 de janeiro de 2016Marcelo Auler

Marcelo Auler

Pollícia-Federal-BrasãoNa primeira metade dos anos 90, a Polícia Federal do Rio foi comandada por delegados bastantes problemáticos. Que o digam os procuradores da República que ingressaram na instituição naquele período, Passavam um dobrado, por não confiarem em muitos dos policiais lotados na Superintendência Regional  (SR/DPF/RJ).

Um destes ex-superintendentes, Eleutério Parracho, foi expulso da Polícia Federal junto com outros agentes após extorquirem 2 milhões de dólares – o pedido inicial era de 10 milhões de dólares – da direção latino-americana do Israel Discount Bank. Outro, Edson Antônio de Oliveira, envolveu-se também em concussão e no recebimento de mesadas dos bicheiros do Rio. Sua expulsão foi proposta em um Processo Administrativo Disciplinar (PAD). Injunções políticas levaram o então ministro da Justiça, Nelson Jobim, a rejeitar a demissão. Ele só saiu do DPF, por força de sentença judicial transitada em julgado, depois de ser preso, em 2012, 25 anos após o crime contra dois comissários da antiga Varig; 15 anos após a primeira sentença. Morreu brigando na Justiça pela sua reintegração.

Um terceiro ex-superintendente foi acusado pelo Ministério Público Federal de usar o carro apreendido com um traficante, tal como o juiz Flávio Roberto de Souza, pego dirigindo o Porshe de Eike Batista que ele mandara apreender. O detalhe importante é que o ex-superintendente tinha carro oficial e motorista. Ainda assim, durante o seu expediente de trabalho, o carro do qual tornou-se fiel depositário era multado por excesso de velocidade na Linha Vermelha. Recebi as multas do próprio traficante, um advogado recolhido à prisão especial de Benfica. Até hoje ignora-se quem dirigia o carro enquanto o superintendente trabalhava. Assim era a Polícia Federal dos anos 90.

Em 1995, fações do tráfico disputavam, com armas importadas, o domínio das comunidades da cidade. Isso fez o coordenador do Viva Rio, Rubem César Fernandes, mobilizar a sociedade em busca da paz. Com o apoio integral dos representantes dos três principais jornais da cidade – João Roberto Marinho (O Globo), Kiko Nascimento Brito (JB) e Walter Mattos (então em O Dia) – foram ao presidente Fernando Henrique Cardoso pedir maior atuação da Polícia Federal no estado, a começar pela sua Superintendência, um órgão sob suspeita.

A ação da equipe do delegado Onézimo Sousa foi saudada pelos jornais do Rio, com o Globo de 12 de setembro de 1995 - reprodução

A ação da equipe do delegado Onézimo Sousa foi saudada pelos jornais do Rio, com o Globo de 12 de setembro de 1995 – reprodução

FHC ordenou e o diretor geral do DPF, Vicente Chelotti, mandou uma equipe investigar como as armas e drogas entravam no Rio. O encarregado do trabalho foi o hoje delegado aposentado Onézimo Sousa, que desembarcou na cidade com sua própria equipe.

Em poucos meses e após muitos percalços – um carro que achavam que ele usava foi baleado, seu quarto de hotel foi invadido e revirado – Onézimo voltou à Brasília com provas de policiais federais envolvidos na criminalidade. Reivindicou a prorrogação da sua estada no Rio para aprofundar o trabalho.

Reuniu-se com Chelotti e com diretor de Inteligência Policial (DIP), o hoje ex-deputado federal pelo PMDB e candidato a deputado derrotado pelo PSDB, delegado aposentado Marcelo Itagiba, Ele é um dos que aparecem no Youtube acusando o governo de Dilma Rousseff de querer esvaziar financeiramente a Polícia Federal.

Na época, o pedido de Onésimo girava em torno de um valor irrisório para diárias do hotel e alimentação, algo em torno de R$ 20 mil. Não se falava em corte de orçamento, antes pelo contrário, o presidente FHC, como noticiou O Globo na reportagem acima, instruiu Chelotti a não poupar recursos nem pessoal naquela missão. Onézimo, porém, como recordou nesta quarta-feira (20/01), ouviu um sonoro não da direção do DPF. “Alegaram falta de recurso, mas os motivos eram outros”, desabafou.

Ou seja, não era verba, mas falta de vontade política da direção do DPF. Impediram a continuação do trabalho que o presidente da República prometera ao Viva Rio. Mais ainda, anos depois, não sabiam onde estava o material entregue por Onézimo com as gravações das escutas de telefonemas de traficantes investigados.

Em 2003, não foi mera coincidência, mas um sinal de mudança de rumo. Ao assumir a direção do DPF, com total apoio do ministro Marcio Thomaz Bastos e, ainda , do presidente Lula, o delegado Paulo Lacerda deu início às operações policiais que hoje viraram rotina, cortando na própria carne, para dar exemplo. Foi a Operação Sucuri, em Foz de Iguaçu, que prendeu policiais federais e Auditores da Receita Federal envolvidos com o contrabando e o descaminho de mercadorias. Entre eles estava o agente Newton Ishi, hoje mais conhecido como japonês bonzinho.

Revista Art. 5ª, edição 43, março/abril de 2015

Revista Art. 5ª, edição 43, março/abril de 2015

Tudo isso me veio à memória ao cair nas minhas mãos um número atrasado da Revista Art. 5ª,  edição nº 43, dos meses de março/abri de 2015. Trata-se de uma revista da Associação Artigo 5º – Delegados e Delegadas da PF para a República e a Democracia. A Associação, cujo nome é uma referência ao artigo da Constituição com Direitos e Garantias Fundamentais, tem por objetivo algo inusitado no meio policial: defender os Direitos Humanos (DH), motivo pelo qual, segundo alguns policiais, não tem muitos sócios: “DH é tema ainda espinhoso na instituição, em que pese a PF ter uma diretoria voltada para os Direitos Humanos”.

Já na capa há uma chamada que despertou interesse: “Aos 71 anos, mais do que crimes, a PF revela o cinismo da sociedade”, E continua, questionando:

Se a corrupção “passou dos limites”, qual o limite anterior? O dos governos passados? O dos escândalos não apurados ou arquivados? Quem figura nas  centenas de inquéritos que tramitam em sigilo na PF distante da grande mídia?”

O principal artigo – Da Satiagraha à Operação Lava Jato – é assinado pelo delegado federal aposentado Armando Rodrigues Coelho Neto. A ele, injustamente, relacionei uma postagem sobre o salário de Paula Rousseff Araujo, filha da presidente Dilma, na matéria Briga por verba reflete a briga contra Dilma na PF.

Também da autoria dele, o Jornal GGN, de Luis Nassif, postou, nesta quarta-feira (20/01) outro artigo interessantíssimo, que recomendo a leitura: Para não dizer que não falei do Moro,

Na reportagem que escreveu na Revista Art. 5º ele, que vivenciou muitos anos de Polícia Federal, historia como a instituição chegou ao que é hoje – inclusive com um  plano de marketing para retirá-la do atoleiro em que estava e um financiamento pedido no governo de FHC junto à França. Mas, mostra também os riscos que se corre hoje. Um artigo que, pelo que apuramos, provocou ira e revolta em muitos delegados, como mais uma demonstração do racha que existe na categoria. Por achá-lo atual e interessantíssimo, trouxe para o blog:

Da Satiagraha à Operação Lava Jato

Armando Rodrigues Coelho Neto, Delegado Federal aposentado e jornalista

DPF Armando Rodrigues Coelho Neto, contra o impeachment, crítico à Operação Lava Jato e discordando do encaminhamento da campanha salarial que seus colegas fazem

DPF Armando Rodrigues Coelho Neto, contra o impeachment, crítico à Operação Lava Jato e discordando do encaminhamento da campanha salarial que seus colegas fazem

Excessos de otimismo à parte, a Polícia Federal já foi atacada de todas as formas, conforme a conveniência do opositor. Já foi rotulada de Polícia da Ditadura, Polícia do Fernando Collor de Mello, Polícia do Fernando Henrique Cardoso ou Polícia do Lula (Luiz Inácio Lula da Silva).Todas as expressões foram empregadas com sentido pejorativo. E, como dito, ao sabor do opositor, pois durante a Operação Satiagraha, ação policial voltada contra o desvio de verbas públicas, a corrupção e a lavagem de dinheiro (quando vários banqueiros foram presos) a dinâmica deu margem a expressão “Estado Policial”. Uma velada alusão ao estado policialesco.

O resultado concreto da Satiagraha foi a anulação de peças e até de inquéritos. O banqueiro Daniel Dantas foi preso e libertado duas vezes e um dos habeas corpus teria sido despachado na calada da noite, assinado pelo juiz Gilmar Mendes, o mesmo que criticou a “escandalização da prisões” da PF e que hoje, controvertidamente, aplaude os escândalos protagonizados durante a Operação Lava-Jato.

No inventário da Satiagraha, o juiz Fausto De Sanctis (o Sérgio Moro de então) foi processado administrativamente. Já o delegado federal Protógenes Queiroz, acuado pela imprensa e pela própria instituição, exilou-se numa candidatura. Apesar dos quase 200 mil votos, precisou ser arrastado pelo palhaço Tiririca (também candidato e campeão de votos) para eleger-se deputado federal. Protógenes ficou imune temporariamente, mas ao não se reeleger, voltou à PF e foi demitido. Hoje, administra uma polêmica tentativa de volta à instituição.

Todo esse barulhaço, porém, teve origem num trabalho de marketing que começou, não necessariamente com esse objetivo, no final do governo Fernando Henrique Cardoso – uma fase obscura da Polícia Federal. Naquela época, tempos em que a França ainda dispunha de algum dinheiro, aquele país emprestou ao Brasil considerável verba destinada à aplicação na área de segurança, beneficiando particularmente a Polícia Federal. O dinheiro, entretanto, estava vinculado a um planejamento operacional. Sem planejamento para a aplicação da verba, o dinheiro não seria liberado, embora já creditado na contra do Brasil.

Delegado Federal José Francisco Mallmann - Reprodução Governo RS

Delegado Federal José Francisco Mallmann – Reprodução Governo RS

Tempos angustiantes para o eficiente delegado federal José Francisco Mallmann, integrante da cúpula da PF, em Brasília/DF, um dedicado servidor que gerenciava crises policiais do governante da época.

Em uma delas, para atender reclamos da sociedade, criou-se o Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das Atividades-fim da Polícia Federal (Funapol), voltado para o custeio e manutenção das atividades da Polícia Federal (PF).

      O fundo, que seria uma melhoria de caixa da PF, muito cedo veio a cair na vala comum do orçamento da União e nada, praticamente nada, passou a retornar à instituição.

Pois bem, Mallmann vivia em busca de alternativas e aliou-se a uma legião de servidores da instituição. Dessa união resultou um grupo para criar um planejamento quinquenal para o uso da tal verba da França, um empréstimo, aliás, sobre a qual o Brasil já pagava juros mesmo sem usar, e não o usava, pasmem (!) por falta de planejamento.

Um ano de trabalho transcorreu, no qual delegados, peritos, agentes, escrivães e servidores administrativos, alojados na Academia Nacional de Polícia (Sobradinho/DF) empenharam-se e criaram um planejamento plurianual para aplicação da verba em cinco anos.

O Ovo da Galinha e a Escandalização – Teve início a elaboração de um Plano Quinquenal que descia a detalhes, inclusive o de dar visibilidade à Polícia Federal. E um dos motivos ocultos pode ser revelado agora: uma briga que sobrevive até hoje com o Ministério Público Federal, já que as queixas internas eram e são frequentes. “Nós trabalhamos e os que aparecem são os procuradores da República”. Um publicitário que participou dos trabalhos disse então, durante uma sessão de atividades, que “o ovo da galinha faz mais sucesso do que o da pata porque ela faz mais barulho quando o põe”…

Operação Satiagraha  - Foto Fenapef

Operação Satiagraha – Foto Fenapef

Nessa trilha da PF em ação, concretizado o plano, o barulho do ovo da galinha veio através de diligências pirotécnicas e controvertidas com nomes esquisitos (grotescos ou pitorescos) que caíram no gosto popular. Servem de exemplo as operações Gasparzinho, Alegoria da Caverna, Carniça, Pintando o Sette, Trem Fantasma e a atualíssima Lava-Jato, entre tantas.

Uma mão na roda para o governo Lula, que foi içado à Presidência da República lastreado por um discurso popular. O Planejamento Quinquenal da PF não foi um parto tranqüilo, pois de início, sofreu forte influência de um ex-graduado militar egresso da Marinha que pôs em prática um tal Método Grumbach de Gestão Estratégica, que através de uma suposta metodologia de computador geraria um processamento de análises prospectivas. Leia-se, projeção lógica do que poderia acontecer.

Dessa metodologia surgiu como prioridade algumas “ameaças”, tais como a suposta criação de “Estado Indígena” na região do Amazonas, um ataque ao Brasil por fronteiras, entre outras conclusões “científicas”. Pelo método, várias autoridades de diversos segmentos sociais respondiam questionários e do cruzamento das respostas sairia o veredicto. Aliás, um dos questionários recebeu uma irônica resposta do polêmico comentarista da Globo News, Diogo Maninardi. Com nítidos contornos de ideologia militar, originariamente, a conclusão do plano foi recebida com restrições pelos participantes. O cheiro de caserna foi espantado a muito custo (leia-se debates acalorados). Finalmente, o resultado “científico”, sob pressão, atribuiu ao combate à corrupção a prioridade máxima.

“Nós só temos um problema no Brasil, que é a corrupção. Os outros são consequências, derivações dela”, comentou à época Armando Rodrigues Coelho Neto, integrante do grupo e hoje editor da revista Artigo 5º.

E assim, com pompa e circunstâncias, com cerimônia de entrega e tudo, dentro da Academia Nacional de Polícia, o delegado federal José Francisco Mallmman, ladeado pelo então diretor-geral da instituição, Agílio Monteiro Filho, deu-se a entrega do primeiro Planejamento Quinquenal da Polícia Federal. Um trabalho a ser repassado ao vencedor do pleito eleitoral de 2002. Na prática, um conjunto de enunciados de prioridades consubstanciadas sob o princípio do “Não importa quem vença as eleições; se José Serra (PSDB) ou Luis Inácio Lula da Silva (PT). O plano é republicano”. Venceu Lula, que ao receber cópia do documento, e, ao conhecer seu conteúdo, disse:

“esse é o plano de meu governo para a Polícia Federal”.

HSBC Gate e Operação Zelote – Aos poucos, a PF mostrou sua nova face, ainda que tropeçando na apelidada “testosterona policial”, numa alusão a ousadia dos novos delegados da PF, “acima do bem e do mal”, como ironizou uma juíza federal de Pernambuco. As interceptações telefônicas, ainda que autorizadas pela Justiça, pareciam ter saído do controle, dando margem até ao folclórico “grampo” do então presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, cujo áudio nunca foi ouvido e nunca se provou que tenha existido.

A denominada “grande mídia” encarregou-se de propalar a onda do grampo, alardeando o tal “Estado Policial”. Desse modo, palavra como “busca” passou a ser tratada editorialmente por “devassa” ou “invasão” e reverberou à exaustão a apologia da privacidade, pouco importando o que estavam a revelar as interceptações telefônicas.

Em nome do princípio da legalidade, hoje aparentemente tão negligenciado, juristas e jornalistas de todos os expoentes teceram loas a esse mesmo princípio – valores nobres inseridos na Constituição Federal. Mas, logo passaram a negar, embalados pelo partidarismo eleitoral. Hoje, a grande mídia, em plena lua de mel com a Polícia Federal, já não prioriza mais aqueles princípios.

Cinismo e hipocrisia – Pelas novas regras, valem o interesse público, os vazamentos seletivos, enquanto os institutos da ampla defesa, presunção de inocência só são lembrados em cantos de páginas de jornal.

Por força da ação da PF, antes mesmo de revelar crimes, involuntariamente, a instituição deixou à mostra os pilares da esquálida democracia no Brasil, para logo a seguir revelar o cinismo e a hipocrisia. Era como se a massa crítica nacional acreditasse em capitalismo samaritano e que as doações de campanha não tinham e nunca tiveram retorno para os doadores.

Parte do dinheiro envolvido na Operação Zelotes, que poParte do dinheiro envolvido na Operação Zelotes, que pode ser maior que a Lava Jato Reprodução CartaCapital - 28/03/2015

Parte do dinheiro envolvido na Operação Zelotes, que pode ser maior que a Lava Jato Reprodução CartaCapital – 28/03/2015

Será que a sociedade nunca soube ou presumiu que havia corrupção? Sem arriscar resposta, melhor lembrar que recentemente, 8 mil contas de brasileiros apareceram no escândalo do banco britânico HSBC. Nesse “HSBC Gate”, o Brasil figura entre os quatro países com o maior número de clientes. Dinheiro honesto à parte, existem valores frutos de evasão de divisas, sonegação fiscal, tráfico de droga, contrabando, corrupção. Sobre isso, paira o silêncio da grande mídia e nem se tem notícia de vazamentos seletivos ou interesse público.

Esquecido o “HSBC gate”, logo após, veio Operação Zelote da PF, que trouxe à tona sonegação fiscal que atinge R$ 580 bilhões, com envolvimento de grandes empresas, inclusive multinacionais.

A Artigo 5º dedicou a edição nº 37 (março/abril/2014) ao tema corrupção e uma das denúncias ali contidas foi:

Até 1999, a Alemanha permitia que a propina paga em países como o Brasil fossem deduzidas do imposto de rendas das matrizes das empresas naquele pais, segundo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Quem eram os governantes de então? Que fatos da dimensão ora apontadas fujam do conhecimento ou compreensão da grande massa de analfabetos ou semi é compreensível. Mas que escapem às análises dos expoentes jurídicos, econômicos e da grande mídia parece improvável. Soa, portanto, como falsa a perplexidade e ou surpresa da massa crítica nacional, diante do que a Polícia Federal vem revelando.

“É claro que a circunstância dos fatos estarem a mostra agora não absolve culpados atuais e passados, mas deixa evidente a hipocrisia e o desinteresse dos “grandes debatedores”, que não aprofundam o tema. Pelo contrário, fulanizam e partidarizam-no. O fazem a tal ponto de arranhar a credibilidade não apenas de investigantes, mas do Ministério Público e Justiça Federal, com descarado apoio da dita “grande mídia”.

A PF está mais forte não apenas por ter posto em prática um Plano Quinquenal de ações – já prorrogado por mais quinze anos. Mas também porque, paradoxalmente, só no Governo da presidenta Dilma Rousseff foram sancionadas 13 leis e/ou normas que a fortaleceram. A regulamentação da lei de Colaboração Premiada está entre essas normas. E, de longe, a PF recebeu nos doze últimos anos mais e melhores recursos materiais e humanos do que em quaisquer outros.

Sobrevivem, no entanto, insatisfações internas entre integrantes da categoria, atualmente agravado pelo contingenciamento de verbas aplicado em todas as áreas, mas que muitos insistem em tratar como “desmonte” da PF, como se caso único fosse. Na prática, um forte apelo popular em nome da “Operação Lava Jato”, que vem apimentando uma justa campanha salarial, ainda que viciada pelo tenso clima político”.

Polícia Federal ontem e hoje: de FHC à Dilma Rousseff | Marcelo Auler

 

Como polícia e MP transformavam inquéritos policiais em políticos

Como polícia e MP transformavam inquéritos policiais em políticos

seg, 18/01/2016 – 20:27 – Luis Nassif

A Polícia e o Ministério Público da Guanabara valeram-se de um inquérito policial para levantar dados e efetuar vazamentos contra adversários políticos

Hoje em dia, Jorge Serpa Filho passa seus últimos dias em casa, já sem falar coisa com coisa. Se alguém telefona para lá e ele atende, imediatamente acerta um almoço com a pessoa. Em seguida, sua esposa pega o telefone para se desculpar.

Mas já foi bastante influente.

Passaram por suas mãos desde a redação dos editoriais de Roberto Marinho aos discursos de Mário Covas, o tal “choque de capitalismo”, e os discursos de Fernando Collor, seu adversário.

Ligado a Augusto Frederico Schmidt e San Tiago Dantas, foi influente também antes de 1964. Foi íntimo de JK, Jango, testemunhou os principais episódios políticos da época.

Por sua influência, ganhou o cargo de diretor financeiro da Manesmann, que se instalava em Belo Horizonte. Acabou se envolvendo em uma operação de colocação de títulos da empresa no mercado e foi preso em 1965.

A Polícia e o Ministério Público da época julgaram que ele poderia ser o caminho para se atingir politicamente os inimigos do regime.

Serpa pertencia ao influente grupo de Schmidt que tinha, entre outros, o futuro governador do Rio Negrão de Lima. Também era próximo a Walter Moreira Salles.

No dia 8 de julho, apesar da sede da Manesmann ser em Belo Horizonte, Serpa foi intimado a prestar um depoimento à Delegacia de Defraudações da Guanabara. O procurador geral do Estado designou o promotor Nilton Barros de Vasconcellos para acompanhar pessoalmente o depoimento.

O interrogatório foi acompanhado pelo superintendente de polícia judiciária, Sales Guerra. Os repórteres testemunharam ele, várias vezes, telefonando para o Secretário de Segurança, coronel Gustavo Borges, para informa-lo do andamento do interrogatório.

O depoimento foi acompanhado por seu advogado. Tude da Lima Rocha, assessorado por Reinaldo Reis, ambos colegas de Serpa na Faculdade de Direito.

Delegado e promotor pouco estavam interessados no escândalo da Manesmann. As quatro laudas de perguntas do delegado Ilo Salgado Bastos pouco se referiram à Manesmann. Serpa foi obrigado a responder sobre suas ligações com Walter Moreira Salles, Negrão de Lima, com ex-auxiliares de Juscelino Kubitscheck e João Goulart.

A Polícia queria saber se era verdade que esses personagens recebiam jetons de Cr$ 3 milhões da Manesmann.

Nos corredores, delegados vazavam informações aos repórteres de que Negrão de Lima seria o próximo a ser ouvido.

Queriam saber também de onde saiu o dinheiro para a compra do apartamento que tinha na avenida Atlântica.

Serpa não negou suas ligações com Negrão, JK e Jango, e os demais, “mas fez questão de botar as coisas no seu devido lugar”.

O advogado Tude classificou como absurdo jurídico a intimação para Serpa depor na Delegacia de Defraudações da Guanabara, sendo que a sede da Manesmann era em Belo Horizonte. E estranhou as perguntas que “remontam até o desembarque de Pedro Álvares Cabral no Brasil”.

Serpa estava sem dormir há três noites e se sentiu mal durante o interrogatório.

N dia 12 de julho de 1965, em editorial o Jornal do Brasil denunciou Carlos Lacerda pelas torturas infligidas a Serpa. “Estamos diante de uma acusação frontal de sevícias e torturas praticadas com o mesmo teor de perversidade fanática que tem caracterizado a política política dos estados totalitários, nazistas ou comunistas”.

Nos meses seguintes foi submetido até a pau-de-arara nas dependências do Exército. Até que aderiu à delação premiada e se aproximou do SNI. Dali em diante passou a ser o ghost-writer mais requisitado nos discursos dos militares.

Com base na suposta delação de Serpa, Homero Souza e Silva, amigo e sócio de Walter Moreira Salles, foi intimado a depor na Delegacia de Defraudações.

Nemias Gueiros apresentou-se como advogado. No interrogatório, queriam saber se Homero havia encontrado Serpa na casa de Walter. Era uma pergunta aparentemente ingênua. Mas antes que respondesse, o delegado baixou o tom da voz e alertou-o:

– Pelo amor de Deus, não cite o nome de seu amigo.

A pergunta havia sido colocada no interrogatório apenas para criar um motivo legal para levar Walter à delegacia e incluí-lo no inquérito.

Como polícia e MP transformavam inquéritos policiais em políticos | GGN

23/01/2016

Povo que tem preconceito acaba por ser escravo da mídia golpista

No auge dos combates da elite branca sulista contra o ENEM, a RBS tangeu um bando de patricinhas e mauricinhos com nariz de palhaço pelas ruas de Porto Alegre. Coincidentemente, não havia nenhuma branca na tropa que seguia bovinamente a campanha contra a instituição do Exame Nacional de Ensino Médio. Nem poderia ser diferente num estado que tivera recém excluído de uma competição nacional um clube de futebol.

Aliás, é sintomático que no início das políticas de inclusão social, um amestrado da Rede Globo, um capitão-de-mato do coronelismo eletrônico, tenha perpetrado um torpedo intitulado “Não somos racistas”. Na esteira dos combates contra as políticas de cotas estava um ódio de classe jamais visto e bem comprovado. A principal alegação vendida aos seus midiotas amestrados era de que as cotas raciais criaria racismo inverso. Nem precisavam ter ido tão longe neste raciocínio canhestro, bastava atentarem para o que dizia Danusa Leão, Luis Carlos Prates, Lasier Martins e Luis Carlos Heinze. Eles tornaram público o que antes hibernava nos corredores da casa grande. De repente a desfaçatez, a boçalidade foi perdendo a contenção e avançou para que o mundo visse o tamanho do mau caratismo. Não trata de pessoas sem educação formal, mas de falta de caráter!

Ao xingarem a Presidenta Dilma na abertura da Copa do Mundo, deram mostras ao mundo de que escolaridade não guarda nenhuma relação com caráter, e que educação não rima com dinheiro. O ápice da canalhice aconteceu na marcha dos zumbis, quando desinformados com diploma de curso superior se assumiram “somos todos Cunha”. Era o compromisso público de que estavam ao lado dos corruptos para combaterem a continuidade de políticas sociais. O ódio foi ganhando espaço a partir das a$$oCIAdos do Instituto Millenium. Sob a coordenação da Rede Globo, os bovinos foram embretados em direção ao golpe paraguaio. Para os que sempre mamaram nas tetas do erário, dividir espaço em aeroportos, faculdades já havia passado dos limites. Quando viram que o PROUNI não tinha mais volta, começaram a desovar as Mayara Petruso. O pior do preconceito é sua sublimação de instituições que endossam o golpismo com a justificativa de combater a corrupção… dos outros…

O Hino Rio-Grandense, cantado pelos gaúchos enquanto é executado o Hino Nacional, prova porque os gaúchos desejam que suas patranhas sirvam de modelo a toda terra: “povo que não tem virtude acaba por ser escravo”. O hino quer nos convencer que os negros foram feitos escravos, pelo virtuoso homem branco, porque não tinham virtude…

A história deste menino de ASSU, abaixo, se soma aquele de Sergipe, mais abaixo, que, achincalhado por ter passado, com 14 anos, repetiu o exame este ano e passou com nota ainda melhor.

Bem, agora fica fácil entender o ódio às políticas de inclusão social…

De Assu, no Rio Grande do Norte, o aluno nota mil na redação do ENEM

De Assu, no Rio Grande do Norte, o aluno nota mil na redação do ENEM

qui, 21/01/2016 – 14:26

Do Instituto Federal do Rio Grande do Norte

Aluno do Campus Ipanguaçu obtem nota mil na redação do ENEM

Fábio Constantino fez o técnico integrado em Agroecologia e foi um dos 104 estudantes de todo Brasil a conquistar a nota máxima

Fábio Constantino Lopes Júnior terminou em 2015 o curso técnico integrado em Agroecologia do Campus Ipanguaçu. Com os conhecimentos e experiências adquiridos durante o curso, se identificou com a disciplina de Biologia e viu nascer um sonho: tornar-se médico. Após uma rotina de estudos de cerca de 10 horas diárias, conseguiu um feito realizado apenas por 104 estudantes em todo Brasil, obter mil, a pontuação máxima, na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2015. Com a nota, ele vê se aproximar a concretização do seu sonho.

Fábio é de Assu, cidade do Rio Grande do Norte próxima de Ipanguaçu, onde fica o Campus do IFRN no qual ele viria a fazer o ensino médio integrado ao técnico. Ele tentou o processo seletivo para o Instituto porque viu a oportunidade de ingressar em uma instituição pública, com ensino de excelência e que lhe daria ainda no ensino médio uma formação profissional. "Ouvia muito falar da qualidade do ensino da instituição", disse o estudante.

O assuense fazia o ensino fundamental em uma escola privada, com bolsa. Ao passar para o ensino médio, além de perder a bolsa, a família teria de arcar com os custos dos livros. Fábio é filho de Elione Rosa de Farias e do também Fábio Constantino, empregada doméstica e vendedor de materiais de construção que nunca mediram esforços para garantir uma boa educação ao filho. "Eles sempre me apoiaram nos estudos. A educação era prioridade máxima na minha casa. Para que eu estudasse com livros de qualidade, minha mãe já aceitou trabalhar em três turnos, abandonando prazeres individuais e dedicando a vida em minha função. Meus pais são tudo para mim", comentou emocionado.

O carinho com o qual fala dos pais também é direcionado ao IFRN. "Estudar no IF me fez a pessoa que sou hoje. Parafraseando Viola Davis na cerimônia do Emmy, o que separa a população negra da população branca são as oportunidades. Elas são mais raras quando você considera uma pessoa pobre e do interior do Nordeste. No entanto, o IF me ofereceu tais oportunidades de crescer. Desde cedo aproveitei todas as chances de melhorar minha experiência como estudante, participando de congressos, palestras, fazendo pesquisa e aproveitando as aulas e a disponibilidade dos professores e da instituição de nos ajudar", declarou.

Fábio cita com destaque especial os professores do Instituto Efraim de Alcântara Matos, seu orientador, ao qual ele chama de melhor amigo, e Adriano Jorge Meireles de Holanda, do Campus Mossoró do IFRN. Segundo o estudante, os 2 professores ajudaram tanto na trajetória acadêmica no IFRN quanto na preparação para o ENEM. "O professor Adriano, inclusive, mesmo trabalhando em outro campus, acreditou na minha capacidade e lutou para conseguir uma bolsa em um bom cursinho para mim. Sobre Efraim, nossas discussões, trabalhos e seus ensinamentos foram fundamentais para meu bom desempenho na redação", destacou o aluno, que também fez questão de falar dos professores Ana Mônica Britto Costa, Tiago Medeiros, Aurélia Alexandre, Fabio Duarte, Alexandre Barros, Aline Peixoto e Rodrigo Cavalcanti. "Eles me construíram como cidadão", completou.

Para Belchior Rocha, reitor do IFRN, Fábio seguirá a trajetória de Everton Frutuoso, que fez o técnico integrado em Informática também no Campus Ipanguaçu e foi aprovado na primeira colocação das cotas para o curso de Medicina da UFRN, através da nota do ENEM, em 2014. "Tenho certeza que serão médicos humanos, que darão muito orgulho aos seus familiares, colegas de profissão e pacientes", disse o reitor.

O tema da redação do ENEM 2015 foi "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira". Em seu perfil em uma rede social, Fábio compartilhou uma imagem da personagem Val, interpretada por Regina Casé, do filme "Que horas ela volta", da diretora Anna Muylaert. O filme tem personagens femininas bastante fortes e conta a história de Jéssica, que sai do Nordeste para tentar ingressar na faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo (USP), considerada uma das melhores do país. Jéssica é filha de Val, que trabalha como empregada doméstica em São Paulo. Perguntado se se identificava de alguma forma com o filme, Fábio foi rápido em responder. "Eu me enxergo muito na personagem Jéssica, como pobre, nordestino, que sonha em entrar em uma faculdade, filho de empregada doméstica. Val também lembra muito minha mãe em sua simplicidade, dedicação e amor para com a filha. Aquele filme é uma metáfora da minha vida!", afirmou.

Fábio Constantino fez o ENEM no ano de conclusão do IFRN e, com a nota, começou a cursar Engenharia Química na UFRN. Mas decidiu abrir mão do curso para realizar o sonho de fazer medicina. Como resultado dos estudos, de acordo com o site do SiSU, ele está entre os primeiros colocados para as vagas de cotistas destinadas ao curso na UFRN. O resultado final sai no dia 18 de janeiro.

"Minha meta como profissional é tratar os meus pacientes como meus familiares. Fico muito preocupado com a qualidade dos médicos que se formam apenas movidos por interesses pessoais e ganância. Medicina é por a vida do outro em nossas mãos. Quero retribuir o esforço dos meus pais, dando-os orgulho de mim e mostrando que tanta dedicação por minha educação valeu a pena. Quero ajudar a minha mãe, oferecendo uma vida melhor, pois ela merece muito! Anseio ajudar pessoas que necessitam tanto quanto a gente", revelou o técnico em Agroecologia pelo IFRN.

O Instituto também teve outros alunos com destaque no ENEM 2015, como Bruno Maximiliano e Gabriel Dantas, do Campus Mossoró, que obtiveram notas acima de 900 na redação do Exame.

De Assu, no Rio Grande do Norte, o aluno nota mil na redação do ENEM | GGN

 

Aos 15 anos, "bovino" passa de novo em Medicina

Será que o Mainardi já recebeu aquele e-mail?

publicado 21/01/2016

jose victor

Quanto mais o José Victor (na direita, com rosto pintado) estuda, mais ele tem sorte… (Foto: Jadilson Simões/UOL)

Saiu no UOL:
Sergipano passa de novo em medicina: "Fiz para mostrar que não foi sorte"

E a história se repete. O sergipano José Victor Menezes Teles, agora com 15 anos, está entre os aprovados do curso de medicina da UFS (Universidade Federal de Sergipe). No ano passado, ele conquistou a vaga no mesmo curso, aos 14 anos. O garoto, natural de Itabaiana, diz que resolveu fazer mais uma vez um Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), para mostrar que no primeiro sucesso não foi uma questão de sorte.
"O pessoal não disse que foi sorte? Então pensei: vamos ver se essa sorte acontece duas vezes. Ouvia piadas de que passei na sorte. Resolvi fazer e está aí o resultado e com mais intensidade", comemorou o garoto. No Enem 2015, José Victor obteve 767,74 pontos na média final contra 751,16 do ano passado. Na redação foram 940 pontos no Enem 2015 contra 960 pontos do ano anterior.
Com esta média final, José Victor obteria vaga nos cursos de medicina nas universidades federais do Ceará, de Goiás, de Viçosa (MG), e da própria UFS, porém descartou a possibilidade de se transferir para uma dessas universidades. "Como disse, só fiz para mostrar que minha aprovação no Enem do ano passado não foi uma questão de sorte. Fiz 16 pontos a mais", afirmou.
Junto com o resultado da aprovação do Enem 2015, José Victor iniciou na última segunda (18) as aulas do curso de Medicina na UFS. As aulas deveriam ser iniciadas em agosto do ano passado, mas a greve de quase cinco meses dos professores e de servidores técnicos administrativos da Universidade atrasaram o início do ano letivo. Mas isso não tirou a alegria do garoto. "Um desafio na minha vida. A turma é muito jovem e mostra que os jovens vêm conquistando espaço e isso mostra que não devemos julgar pela idade, mas pela maturidade", analisou.
Apesar da correria de se deslocar os cerca de 55 quilômetros entre Itabaiana e o Campus da UFS, na cidade de São Cristóvão, José Victor avisa que não deixará de realizar palestras que fez ao longo deste intervalo entre a aprovação no Enem e o início da aulas, como também pretende divulgar o livro lançado no final do ano passado "Como vencer aos 14".

31/12/2015

Dallagnol só USA um lado, o de trás

Que instituição é essa que pede prisão de uma mulher pelo simples motivo de ser cunhada de um petista mas que mantém livre, leve e solta outra só por ser funcionária da Globo e casa com o homem que poderia derrubar Dilma?!

Falta um 11º mandamento na lista bíblica de Dallagnol

qui, 31/12/2015 – 06:24 – Atualizado em 31/12/2015 – 08:24 – Luis Nassif

Há duas maneiras de ler a Lava Jato: pelas manchetes e pelas entrelinhas.

Já que as manchetes são óbvias, vamos a uma releitura através das entrelinhas do que saiu publicado nos últimos dias.

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O repórter policial da Folha, Frederico Vasconcellos, divulgou trechos de um trabalho de Ségio Moro de 2004, sobre a Operação Mãos Limpas, da Itália. Já havia sido divulgado e analisado no Blog há tempos. Como é repórter policial, restringiu-se aos abusos para-legais analisados por Moro na Mãos Limpas, e vistas por ele como imprescindíveis para a Lava Jato. Tipo, em linguagem policial: tem que manter o suspeito na prisão o máximo de tempo possível afim de que ele abra o bico.

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Mais sofisticado, o colunista Mário Sérgio Conti aborda outros ângulos do trabalho, exaustivamente discutidos no Blog. Um deles, o uso desabusado da imprensa, através do vazamento de notícias visando comandar a pauta.

Aborda também os aspectos geopolíticos da cooperação internacional – a rede internacional de autoridades de vários países, montada inicialmente para o combate à narcotráfico e ao terrorismo e, depois, estendida para outras atividades ilícitas, sob controle estrito das autoridades norte-americanas.

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Aqui, mostramos claramente que a cooperação internacional tornou-se uma peça da geopolítica norte-americana, visando impedir concorrência desleal de empresas de outros países contra as americanas.

Conti faz uma baita ginástica para a conclusão óbvia: na cooperação internacional, os Estados Unidos entram com motivação econômica. O óbulo: "Para os toscos,  é um garrote vil do imperialismo norte-americano". Para ele, que é sofisticado, "a corrupção beneficia as burguesias locais, mormente (sic) de países periféricos, em detrimento da classe dominante do Império". E justifica como um gesto de auto-defesa dos EUA – aquele país cujas ferramentas de espionagem não pouparam sequer presidentes de nações amigas.

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Pelo conteúdo, o artigo foi montado em cima de entrevistas com membros da Lava Jato, que admitem o jogo. Segundo eles, "admite-se que a motivação americana (e não apenas ela) tem boa dose de mercantilismo". Mas, no frigir dos ovos, acreditam que seja benigna, pois "ajuda o Brasil a resolver seus problemas".

A maneira como as corporações norte-americanas instrumentalizam suas instituições torna o Brasil um peixe fácil. É para ajudar o Brasil a resolver seus problemas que a Lava Jato tratou de criminalizar financiamentos à exportação de serviços, que o MPF tenta a todo custo envolver o BNDES e espalhar suspeitas sobre ações diplomáticas na África.

Nem se culpe juiz, procuradores e delegados. Eles apenas se valem de forma oportunista da fragilidade institucional brasileira, da visão rala de interesse nacional, de uma presidente politicamente inerte e de um Ministro da Justiça abúlico para ocupar espaços.

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A manipulação da mídia ficou clara em um episódio ocorrido ontem. Nos depoimentos, qualquer menção a Lula é vazado no mesmo dia.

Ontem, o repórter Rubens Valente, da Folha – que não pertence ao circuito mídia-Lava Jato – levantou o depoimento de um delator apontando propinas a Aécio Neves. É de junho passado. Passou seis meses inédito.

No período da tarde, a Lava Jato tratava de vazar correndo outro depoimento, indicando pagamento de propinas ao presidente do Senado Renan Calheiros, a um senador da Rede, Randolfo Rodrigues.

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Todo dia o procurador Deltan Dallagnol aparece em sua campanha pelos 10 pontos a serem alterados na lei para combate à corrupção.

Se fosse uma campanha efetivamente isenta, o 11º ponto seria a obrigação do Procurador Geral da República e do Supremo Tribunal Federal (STF) de abrir os dados em relação a todo pedido de vista ou todo inquérito engavetado. E de se criar formas que impeçam o uso político do vazamento seletivo de inquéritos.

No STF, o ex-Ministro Ayres Britto engavetou por dez anos, sem nenhuma explicação, o inquérito sobre o mensalão mineiro. Tinha que apresentar em uma sessão, foi tomar um café no intervalo, e na volta simplesmente deixou de falar sobre o inquérito.

Do mesmo modo, desde 2010 dorme na gaveta do PGR um inquérito contra Aécio Neves, acusado de ter conta no paraíso fiscal de Liechtenstein em nome de uma offshore. Como o próprio Procurador Geral observou, na denúncia contra Eduardo Cunha, o uso de offshores visa esconder a verdadeira identidade dos titulares da conta. E se visa esconder, é porque o dinheiro é de procedência duvidosa.

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De fato, o país precisa ser passado a limpo. E a Lava Jato tem feito um trabalho completo de desvendar as maracutaias de um lado. Mas esconde e blinda os malfeitos do outro lado.

Se ataca só um lado – a ponto de deixar por um fio o mandato de uma presidente inerte – e poupa o outro, é evidente que instrumentaliza o combate à corrupção em favor de interesses corporativos e políticos.

Essa hipocrisia não pode perdurar muito, ainda mais em um ambiente de redes sociais.

Falta um 11º mandamento na lista bíblica de Dallagnol | GGN

14/12/2015

O ódio a Lula tem cura

Folha de São Paulo: “Em 13 anos de PT no poder, o Brasil distribuiu sua renda como em nenhum período da história registrada pelo IBGE. Todos ganharam. Quanto mais pobre, melhor a evolução. Foram 129% de aumento real (acima da inflação) na renda dos 10% mais pobres. Nos 10% mais ricos, 32%.” Agora procure uma manchete da Folha que demonstre esta informação. Não há. Todo mundo, literalmente, já sabe, que os governos Lula e Dilma tiraram da miséria milhões de brasileiros. Não precisa ser muito inteligente para constatar. Bastar não ser anencefálico, um midiota amestrado para ver. Quando Danusa Leão e Luis Carlos Prates vociferam contra a possiblidade de pessoas mais simples viajarem ou de comprarem carro, antes privilégio de poucos, vê-se que o ódio a Lula é do tipo mais baixo, e por isso mais difícil de ser extirpado. Sim, é a classe média que ganhou, mas que viu outros ganharem e, por isso, disputam espaços com ela. Onde estão os que odiavam o ENEM? De repente o ENEM se consolidou, não sem antes fomentarem uma onda irracional de ódio a Lula e ao PT. O ódio ao Mais Médicos se deve também a esta dificuldade da classe média em dividir espaços. Não estão preocupados em resolver o problema de quem não tinha acesso a médicos, mas em combater quem possa diminuir sua margem de lucro.

O ódio ao Lula é em grande parte decorrente do incômodo de dividir espaço com alguém, como nas políticas de castas, que julgam inferior. Parte dos que ascendem em instituições públicas, como Poder Judiciário, MPF e Polícia Federal, saíam da classe média, por isso há uma parte podre, que vê com ódio que estão tendo de compartir espaços que antes lhes eram cativos. Demorará ainda algum tempo para que a massa que ascendeu e chegou, via políticas sociais, aos bancos das universidades a chegarem nestas instituições. Até lá, o preconceito, e por isso o ódio, a Lula é uma realidade palpável.

Lula nunca ganhará uma estatueta da Globo. E isso é a melhor coisa que lhe poderia acontecer.

Paulo Pimenta – Deputado federal pelo PT-RS

Em busca de um crime do Lula -13 de Dezembro de 2015
    LULA MARQUES: <p>Brasília- DF 14-08-2015 Foto Lula Marques/Agência PT Ex-presidente Lula durante ato educação para todos.</p>

Há um vício de origem no noticiário e nesse arremedo de investigação sobre medidas provisórias de incentivos fiscais nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O que se quer, mais uma vez, é encontrar um crime para pendurar no pescoço de Lula. Às favas os fatos: as Medidas Provisórias (MPs) em questão criaram dezenas de milhares de empregos numa parte do Brasil em que a indústria automotiva jamais teria chegado sem um empurrão do Estado. Isso se chama política de desenvolvimento regional. No país dos justiceiros, virou crime. “Crime do Lula”.

A primeira MP, a 471/2009, simplesmente prorrogou, até 2015, o incentivo que vigorava desde 1999 e seria extinto em 2010. Foi aprovada por unanimidade no Congresso. A segunda, 512/2010, estendeu o incentivo a novos projetos. Em 2013, o Congresso acrescentou emenda à MP 627, sobre tributação de empresas no exterior, estendendo o incentivo até 2020. Como é comum nos trâmites de legislação tributária (e também de interesses corporativos), escritórios de lobby foram contratados pelas partes interessadas.

Na cabeça de alguns jornalistas, delegados e procuradores, Lula só poderia ter assinado tais MPs para favorecer a indústria automotiva, movido a propina. É gente que julga os outros pela régua da própria malícia ou da própria mediocridade. Não têm noção do que seja governar um país ou coordenar políticas públicas dentro do jogo democrático.

A primeira “reportagem” do Estado de S. Paulo sobre o tema, de outubro passado, já trazia entre aspas a expressão “MP comprada”, sem explicar quem, acaso, a teria vendido. Fazia uma ligação inverossímil e desonesta entre a MP de 2009 e um contrato firmado, cinco anos mais tarde, entre um escritório investigado na Zelotes e a empresa do filho de Lula. Caso inédito de propina a longuíssimo prazo…

A reportagem desonesta deu azo à invasão do escritório do filho de Lula pela PF, autorizada por uma juíza substituta e mais tarde corretamente desautorizada por uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Torturando os fatos, o que se tenta agora – na imprensa e nas delegacias – é associar o tal contrato ao conjunto de MPs, inclusive a de 2013, que Lula nem assinou, pelo simples fato de não ser mais presidente. Ou seja: não se investigam fatos, investiga-se Lula.

Se tivessem um pingo de honestidade intelectual (abro mão do equilíbrio) nossos justiceiros iriam ao anuário da Anfavea para saber que, além da indiciada CAOA, outras cinco indústrias (das maiores) estão nas regiões abrangidas pelos incentivos: Ford (BA e CE), Fiat Chrysler FCA (PE), John Deere Tratores e Mitsubish (GO) e Mahindra (AM). Foram responsáveis por 8% das unidades produzidas no Brasil em 2013. Estão em fase de implantação unidades da JAC Motors e Foton Motors, ambas na Bahia.

Cada uma dessas fábricas traz consigo uma rede de fornecedores de autopeças e serviços, que gera milhares de empregos de qualidade. O pólo de Camaçari, por exemplo, é o centro de uma rede de 27 fornecedores, gerando 5 mil empregos diretos e 50 mil indiretos. A fábrica da FCA em Goiana (PE) atraiu 16 indústrias do porte da Pirelli, Magneti Marelli, Saint Gobin, entre outras, gerando 9 mil empregos diretos.

Onde está o prejuízo ao interesse público? Onde está o tráfico de influência, se as medidas foram apresentadas publicamente, com exposições de motivos, e aprovadas pelo Congresso? Onde estão as supostas evidências de que as MPs teriam sido “compradas”? E quem as teria “vendido? A unanimidade do Congresso? Só um mentecapto ou alguém de má fé absoluta para imaginar essa trama. Ou alguém inabalavelmente determinado a pendurar um crime – qualquer um – no pescoço do maior líder popular deste País.

Em seu governo, Lula assinou duas Medidas Provisórias que aumentaram os salários da Polícia Federal: a 305/2006, que incorporou as gratificações aos vencimentos e passou o piso de agente iniciante de R$ 4 mil para R$ 6,2 mil; e a 431/2008, que levou esse piso para R$ 7,5 mil. Raciocinando como cidadão, acredito que Lula agiu assim para fortalecer o combate ao crime e à corrupção. Raciocinando como certos jornalistas, promotores e delegados, estaria investigando quem “comprou” as MPs para beneficiar a PF. Seria mais um “crime do Lula”.

Em busca de um crime do Lula | Brasil 24/7

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