Ficha Corrida

31/10/2016

Filha da puta não tem filiação

Filed under: Ana Júlia Ribeiro,Estudantes,Fascismo,MBL,PSDB — Gilmar Crestani @ 8:57 am
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Meu pai, João, era gremista e da ARENA. Eu nunca seria da ARENA, embora tenha flertado com seu gremismo.

Lembro, lá na roça, ouvindo seu radinho de pilha, “Plante que o João garante”, lema de uma campanha do ditador de plantão para os agricultores. De João para João, parecia dois em um. Ou um em dois. Era o tempo de João Batista Figueiredo, aquele que preferia o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo.

Aliás, a direita tem essa do cheiro. A Eliane Cantanhêde tem essa de que o povo do PSDB é uma massa cheirosa. Já os CUritibanos elegeram neste domingo Rafael Greca, aquele dos tubos, que vomitou com o cheiro de povo.  

Pois é novamente do Paraná que vem mais uma pérola fascistóide. A estudante, ainda adolescente, Ana Júlia Ribeiro é uma farsa porque é filha de petista. Claro, para quem o ódio é a medida para todas as coisas, só poderia ver com veneno o fruto da árvores envenenada.

O ataque parte da Milícia dos Bundas Liberadas à menina se deve ao simples fato de que ela é filha de petista. É compreensível que assim o façam. Eles medem os outros tomando a si por parâmetro. É que entre eles, são assim, o filho é uma mera extensão do pai. Na cabeça dos anencefálicos não há absolutamente nenhum livre arbítrio. O que não é doutrinado pelo pai, é pela Rede Globo e acabou o assunto. Sempre amei meu pai, mas nunca fui sua extensão. Nem ele quis que o fosse. Será que FHC quis que Luciana Cardoso e Paulo Henrique Cardoso fossem iguais a ele? Seguissem as mesmas ideologias e as mesmas práticas? Eduardo CUnha também sonhou com filhos à sua imagem e semelhança?

Parece que a direita fascista concebe filhos não em úteros, mas em formas. As boçalidades que li pelo simples fato de a menina ser filha de petista não é um retrato da atualidade brasileira. É uma filosofia onde quer que haja fascistas! É a manifestação pura e simples de seres abduzidos para serem meros robôs. Até papagaio teria mais cérebro.

Como não há limite para a imbecilidade, como não lembrar do sambista Dicró: “Todo filho de piranha parece com o pai”.

A secundarista Ana Julia e o inquisidor rabugento

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O Brasil conheceu esta semana, na figurinha frágil, chorosa mas convicta de uma menina de 16 anos, um comovente motivo de ter esperança no futuro.

Ana Júlia Ribeiro confrontou aqueles engravatados e mal-encarados deputados da Assembleia Legislativa do Paraná para explicar a eles porque os secundaristas do Estado – e, agora, pelo Brasil afora – estão ocupando suas escolas.

A garota começou com uma pergunta óbvia mas cortante: afinal, a quem pertencem as escolas? Por que, então, chamar aquele movimento de baderna?

Por dez minutos, Ana Julia fez engolir em seco aquele rebotalho da velha, velhíssima política num pedaço do  Paraná que parece sonhar com o IV Reich.

Velha política que, arriscando-se a uma comparação arriscada, se manifestou pela voz do presidente da, digamos, casa, um Ademar Traiano.

Ilustre desconhecido no Brasil, embora seja dono de sete mandatos estaduais no Paraná, Traiano, do PSDB, quis censurar a menina com a arrogância típica dos truculentos, dos reacionários e dos machistas.

De repente, graças às redes sociais, Sua Senhoria obteve seus 15 minutos de fama. Ao frescor juvenil, honesto, franco, corajoso de Ana Julia, contrapunha-se o ridículo porta-voz do passado.

Fico imaginando o massacre midiático que Ana Júlia irá sofrer, por parte dos escribas de aluguel. Na idade dela, Joana d’Arc também apanhou muito da Inquisição , dos ingleses invasores e do status quo dos franceses traíras.

Ana Julia e sua geração não têm sonhos de heroísmo nem de santidade. Só pretendem um pouquinho de justiça e de bom senso num país que aderiu definitivamente à marcha da insensatez.

Blog do Nirlando Beirão – R7

24/10/2016

Dia 30, vote contra o ovo da serpente

Filed under: Eleições 2016,Fascismo,Marcos Rolim,MBL — Gilmar Crestani @ 8:53 am
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Fascismo - Bertold BrechtNão adianta tergiversar, o fascismo está entre nós. Como já disse antes, o incompetente tem cura. O mau caráter, não. Contra o mau administrador tem a fiscalização, já o fascismo só se combate retirando os indivíduos contaminados do convívio, isolando os corpos doentes. Não deixe eclodir  o ovo da serpente!

Em 1933 Hitler era jovem e tinha todas as soluções para a Alemanha. Em 1945 estava morto, e a Alemanha em escombros.

Não dê chances ao azar!

O ambiente dos tigres – Por jloeffler No dia 23/10/2016

by Luiz Müller

Por Marcos Rolim no seu Facebook

A morte de Plínio Zalewski diz algo importante sobre a política que se pratica no Brasil. Plínio foi um sujeito particularmente inteligente e sensível. Iniciou sua militância na Causa Operária, em um tempo de radicalismo e luta contra a ditadura. Foi militante do PT por muitos anos, tendo participado da experiência da corrente Nova Esquerda que ofereceu um importante balanço crítico do marxismo e da tradição socialista, ainda que sem qualquer audiência no partido. Naquela época, Plínio foi meu assessor na Assembleia Legislativa e nos tornamos amigos. Depois disso, desiludido com o PT, se filiou ao PPS e, posteriormente, ao PMDB. Adquiriu experiência na gestão pública, tendo coordenado iniciativas estratégicas na prefeitura, com Cézar Busatto e, no governo do Estado, com Fernando Schüller. Leitor de Hannah Arendt, Victor Serge e Robert Musil, sempre impressionou as pessoas pela qualidade de suas reflexões e por sua integridade moral. Em 2012, candidatou-se a vereador em Porto Alegre, tomando a decisão de não aceitar contribuições de empresas (quando isso era legal). Para ele, tratava-se de afirmar os princípios em favor de uma nova política. “Todo conteúdo tem sua forma”, dizia. Apaixonado pela Luciane, era sempre sorriso e orgulho cada vez que falava das filhas, Elleonora, do primeiro casamento, e Marina e Carolina. Por que uma pessoa assim tomaria a decisão de se matar? Natural que a história toda parecesse estranha, incompreensível, inaceitável. De alguma forma, sempre o será. As evidências, não obstante, apontam para suicídio.

As pessoas que estavam ao lado de Plínio na campanha de Sebastião Melo relatam que ele se abalou muito com o vídeo que o MBL fez. MBL é a sigla de um grupo de extrema direita, uma espécie de UDN jovem com prestígio entre os tigres. Um sujeito, vindo de São Paulo, montou um vídeo nojento, acusando Plínio de fazer campanha no horário do expediente da Assembleia. O material foi postado nas redes sociais e teve milhares de acessos. A campanha de Nelson Marchezan entrou com três processos judiciais contra Plínio e ele passou a relatar que sua página no Facebook havia sido invadida e que estaria sendo seguido e filmado. Para o advogado Ricardo Giuliani, Plínio disse que se sentia ameaçado e que temia por seus familiares, registrando ocorrência policial nesse sentido. As pessoas reagem de forma diferente a situações do tipo e é possível que o quadro tenha disparado o gatilho para a desistência. Caso tenha sido isso, já não era exatamente Plínio quem decidia suspender a palavra, o recurso no qual sempre acreditou. Havia ali, no sujeito em retirada, alguém trucidado previamente pelo tipo de disputa que se tornou comum no Brasil e que fez da política um espaço privilegiado para a atuação de grupos mafiosos.

Políticos tradicionais, escolados pela guerra e orientados pela destruição do outro, costumam não se abalar com acusações que envolvem sua reputação. Para muitas pessoas honestas, entretanto, acusações morais – que implicam a integridade do sujeito, não suas ideias ou posições políticas – podem ser aterrorizantes. Vivemos em um ambiente social onde se tornou comum que as pessoas agridam moralmente as demais sem qualquer embaraço. A estupidez que se repete nas redes sociais, onde ignorantes convivem em bolhas degradadas pelo ódio e pelo preconceito, transforma a intolerância em paisagem. Esse fenômeno obscuro começou a ser mimetizado na esfera pública com a mesma naturalidade. Assim, a ausência de conteúdo é preenchida pelo açoite moral; o espaço deixado vago pela falta de referências culturais é ocupado pelo achincalhamento e a fala se transforma em um regurgitar de chavões cujo tom jocoso só denuncia a ausência de pensamento. Plínio não suportava isso.

Por sua memória, pela dignidade de sua postura, em nome da delicadeza com a qual Plínio sonhava com a boa política, votarei contra a imbecilidade e o fascismo no próximo dia 30. Um voto contra uma possibilidade trágica inscrita no futuro de um país que parece ser, cada vez mais, o ambiente ideal para os tigres.

Comentário do Blogueiro: O fascismo está entre nós de forma virulenta. Começou com a permanente campanha subliminar e nas linhas e entrelinhas da grande mídia, vendendo a insegurança e mostrando o lao mais ruim a cada dia. A insegurança disseminada, virou medo. O medo fomenta a a violência de quem vive dela. O fascismo se instala\ e avança. Se antes xingavam e exalavam ódio seletivo na internet, tal qual o ódio do povo alemão aos judeus. Depois virou ataques verbais e até físicos nas ruas e hoje as mortes já acontecem. Em Porto Alegre, ao que tudo indica, esta foi a morte provocada pelo fascismo. Mas no RJ são conhecidas as notícias de que mais de uma dezena de candidatos foi assassinada m cidades do RJ, pelo tráfico e por milícias. A desorganização e o desmonte do Estado de Direito, com o golpe contra a constituição, avalizado pelo STF, abriu as porteiras para as ondas fascistas cada vez mais violentas.Ou compreendemos agora que precisamos montar frentes de resistência anti fascista, ou sucumbiremos diante da desordem e da violência patrocinadas pelos “Tigres” imperialistas. Há quem votará em Melo nas eleições de Porto Alegre especificamente. Há outros que votarão nulo. Boa parte dos que votam nulo, votam nulo ou se abstêm, o fazem para denunciar o Sistema Eleitoral atual, ou por que já não lhe confiam mais. Então este é o tempo de construir a Resistência e discutir as alternativas.

Copiado de:  https://luizmuller.com/2016/10/23/o-ambiente-dos-tigres/

Praia de Xangri-Lá – Saiba tudo o que REALMENTE acontece em Xangri-Lá

21/10/2016

Fascismo

ResistênciaEstive, ontem, na Federação Gaúcha de Futebol, em evento que tratou da “Resistência Constitucional: autoritarismo e fascismo no século XXI”.

A reação ao fascismo começa a tomar corpo.

Faltou lugar para tanta e diversificada plateia. Advogados, juízes, desembargadores, servidores públicos, militantes sociais, políticos, jornalistas, intelectuais.

Os palestrantes e debatedores Márcia Tiburi e Pedro Serrano. Na oportunidade também autografaram  seus respectivos livros: Como conversar com um fascista e Autoritarismo e Golpes na América Latina. Importante notar que o livro do Serrano é profético, porque é anterior ao golpe no Brasil.

O debate foi mediado pelo Presidente do InPro Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais, Benedito Tadeu César. Em sua fala introdutória, Benedito contextualizou citando Bobbio, afirmando que no momento atual brasileiro, das oito características descritas no verbete Fascismo, pelo menos três estão fortemente presentes em nossa sociedade.

Que os fascistas perderam a modéstia, não há dúvida, como mostra o comportamento da ralé, no conceito de Hannah Arendt. Ralé é um grande resto, uma porção das mais diferentes classes sociais que tem em comum negar a política e a contradição como instâncias da vida social, por isso sua aversão a política e as práticas de equalização ou equilíbrio social e as diferentes instâncias da vida democrática; a ralé tem o ódio como missão e a violência como seus motores.

Como a citação do Norberto Bobbio rendeu, reproduzo a seguir, do Dicionário de Política, o verbete Fascismo para que cada um faça a leitura que quiser e descubra quais formas de fascismo já estão presentes na nossa sociedade:

resistencia

I. PROBLEMAS DE DEFINIÇÃO. — Na já vastíssima literatura referente ao Fascismo é normal depararmos com definições diversas e freqüentemente contraditórias deste conceito. A multiplicidade de definições é demonstrativa não só pela real complexidade do objeto estudado, como também pela pluralidade de enfoques, cada um dos quais acentua, de preferência, um ou outro traço considerado particularmente significativo para a descrição ou explicação do fenômeno. Preliminarmente podemos distinguir três usos ou significados principais do termo. O primeiro faz referência ao núcleo histórico original, constituído pelo Fascismo italiano em sua historicidade específica; o segundo está ligado à dimensão internacional que o Fascismo alcançou, quando o nacional-socialismo se consolidou na Alemanha com tais características ideológicas, tais critérios organizativos e finalidades políticas, que levou os contemporâneos a estabelecerem uma analogia essencial entre o Fascismo italiano e o que foi chamado de Fascismo alemão; o terceiro, enfim, estende o termo a todos os movimentos ou regimes que compartilham com aquele que foi definido como "Fascismo histórico", de um certo núcleo de características ideológicas e/ou critérios de organização e/ou finalidades  políticas.

Nesta última acepção, o termo Fascismo assumiu contornos tão indefinidos, que se tornou difícil sua utilização com propósitos científicos. Por isso, vem-se acentuando cada vez mais a tendência de restringir seu uso apenas ao Fascismo  histórico, cuja história se desenrola na Europa entre os anos 1919 e 1945 e que está essencial e especificamente representado no Fascismo italiano e no nacional-socialismo alemão.

Em geral, se entende por Fascismo um sistema autoritário de dominação que é caracterizado: pela monopolização da representação política por parte de um partido único de massa, hierarquicamente organizado; por uma ideologia  fundada no culto do chefe, na exaltação da coletividade nacional, no desprezo dos valores do individualismo liberal e no ideal da colaboração de classes, em oposição frontal ao socialismo e ao comunismo, dentro de um sistema de tipo corporativo; por objetivos de expansão imperialista, a alcançar em nome da luta das nações pobres contra as potências plutocráticas; pela mobilização das massas e pelo seu enquadramento em organizações tendentes a uma  socialização política planificada, funcional ao regime; pelo aniquilamento das oposições, mediante o uso da violência e do terror; por um aparelho de propaganda baseado no controle das informações e dos meios de comunicação de massa; por um crescente dirigismo estatal no âmbito de uma economia que continua a ser, fundamentalmente, de tipo privado; pela tentativa de integrar nas estruturas de controle do partido ou do Estado, de acordo com uma lógica totalitária, a totalidade das relações econômicas, sociais, políticas e culturais.

II. "TEORIAS" SOBRE O FASCISMO. — Como todo evento histórico de relevância, o Fascismo despertou, desde a sua origem, um interesse que, excedendo as contingências da luta política, abrangia uma série de temas que eram  fundamentais para a compreensão da sociedade contemporânea. Esse interesse foi a base de uma importante reflexão teórica sobre as causas e possíveis conseqüências dos regimes fascistas, articulada numa série de hipóteses interpretativas que, com o tempo, se foram aperfeiçoando e enriquecendo, quer devido à acumulação de material empírico, quer devido à adoção de novos quadros teóricos de referência. É a esta série de hipóteses interpretativas, mais ou menos sistematicamente correlacionadas, mais ou menos empiricamente comprovadas, que se alude geralmente ao falar de "teorias" sobre o Fascismo. E é neste sentido, bastante amplo, que usamos do termo neste contexto.
Há diversos critérios de classificação das teorias relativas ao Fascismo: o cronológico, o políticoideológico, o disciplinar e o sistemático — só para citar os mais usados — que podem ser diversamente combinados entre si, dando origem a tipologias mais ou menos complexas. A subdivisão aqui utilizada possui caráter introdutório e tem por objetivo chamar a atenção para as principais abordagens analíticas do fenômeno,  desenvolvidas por estudiosos de várias tendências, a partir da década de 20.

Usando a terminologia empregada por E. Noite no seu famoso ensaio Theorien über den Faschismus, hoje já introduzida no léxico comum dos estudos sobre o assunto, as teorias sobre o Fascismo podem ser divididas em duas grandes categorias: em teorias singularizantes e teorias generalizantes.

Pertencem à primeira categoria as teorias que, para explicar a origem e sucesso dos movimentos e dos regimes fascistas, recorrem a fatores estreitamente ligados às particularidades de uma determinada realidade nacional e rejeitam  toda a tentativa de generalização de um contexto histórico específico a outro. Segundo os defensores deste tipo de  abordagem, as analogias verificáveis entre os  movimentos e regimes comumente definidos como fascistas são de caráter formal, ao passo que as diferenças entre uma situação e outra são de tal modo relevantes que só admitem um discurso cientificamente fundado em cada um dos Fascismos. Conseqüentemente, o termo Fascismo se aplica corretamente ao movimento político que se impôs na Itália nos anos imediatamente posteriores à Primeira Guerra Mundial, e ao tipo de regime por ele instaurado após a tomada do poder; a outros movimentos ou regimes a eles  ariamente assimiláveis, de acordo com os esquemas analíticos utilizados, só impropriamente se pode aplicar o termo de Fascismo.

Pertencem à segunda categoria as teorias que consideram o Fascismo como um fenômeno supranacional que apresentou, nas diversas formas de que historicamente se revestiu, características essencialmente análogas, resumíveis num  conjunto de fatores homogêneos. Conforme os fatores considerados, assim são as definições e o campo de aplicação do conceito. As teorias generalizantes podem, por sua vez, subdividir-se em duas subcategorias, respectivamente definíveis como intrapolíticas e transpolíticas. As primeiras referem-se a fatores histórico-políticos determinados, historicamente individualizáveis; as segundas, a fatores a-históricos, inerentes à natureza humana, ao caráter repressivo  da cultura, às características imanentes à luta política e por aí além.

A propensão para as teorias singularizantes ou generalizantes não pode ser atribuída, como muitas vezes acontece, à diversa orientação dos historiadores, por um lado, e à dos cientistas sociais, por outro. Na realidade, não faltam  correntes historiográficas que, embora com a necessária articulação da pesquisa nos diversos níveis de cada uma das realidades nacionais, não só não Contradizem, como incluem até o recurso a uma teoria generalizante — pensemos, por exemplo, na historiografia marxista — e análises sociológicas que aceitam como principal fator explicativo do surgimento dos regimes fascistas a configuração específica das relações entre os sistemas social, político e cultural de um determinado país. A preferência por esta ou por aquela orientação parece determinada, antes de tudo, pela espécie de fatores que se julgam importantes para a descrição ou explicação do fenômeno e pelo nível da análise escolhida. Este último aspecto há de ser levado em conta, porque, como observou Gino Germani, a não distinção dos diferentes níveis de análise do fenômeno fascista tem dado origem a contrastes interpretativos mais aparentes que reais, já que  baseados na contraposição de resultados válidos a diversos níveis de generalização. Na realidade, o Fascismo, como evento histórico concreto, engloba-se numa fenomenologia mais ampla, a do autoritarismo na sociedade moderna, apresentando-se como resultado de uma série assaz complexa de concatenações causais, umas remotas, outras mais próximas, investigadas em suas interrelações específicas. O problema principal para a construção de uma teoria do Fascismo está, pois, em identificar um nível de observação que permita colher a sua especificidade, sem renunciar àquelas conexões de caráter geral que fazem do Fascismo um fenômeno que mergulha suas raízes em alguns traços  típicos da moderna sociedade industrial.

III. A ABORDAGEM SINGULARIZANTE. — A tendência a analisar o Fascismo como um produto particularmente característico da sociedade italiana e da sua história é contemporânea ao próprio nascimento do Fascismo. Conquanto minoritária no panorama global dos estudos sobre o tema, ela sustentou uma notável corrente da historiografia italiana e estrangeira, havendo recebido novo impulso em anos recentes, devido inclusive à influência de pesquisas como a de G. Mosse sobre As origens culturais do Terceiro Reich que, reavaliando a importância do componente nacional na compreensão de aspectos fundamentais do regime nazista, principalmente o do consenso, reativou a discussão acerca do peso relativo das diferenças e analogias existentes, em primeiro lugar, entre o fascismo e o nacional-socialismo e, depois, entre estes e os demais regimes autoritários que assinalaram a recente história contemporânea.

As primeiras hipóteses de explicação do Fascismo, com base em fatores internos típicos da situação italiana, foram aventadas, naturalmente, nos anos 20, em concomitância com a  consolidação do movimento fascista, com a tomada do poder por Mussolini e com a progressiva transformação do Estado liberal em Estado de características totalitárias. Poucos souberam então ver no Fascismo a antecipação de uma crise mais geral que revolucionaria a Europa e, com a  atástrofe da Segunda Guerra Mundial, viria a produzir profundas mudanças na organização interna de cada um dos Estados nacionais e na ordem internacional.

As causas imediatas da vitória do Fascismo foram geralmente procuradas no clima de forte instabilidade social, política e econômica, criado na Itália nos primeiros anos posteriores à Primeira Grande Guerra Mundial. Mas, ao tentarem explicar a vulnerabilidade e ruína das instituições liberais, alguns estudiosos se interrogaram sobre o passado da história nacional, chegando a descobrir no processo de formação do Estado unitário aquela debilidade intrínseca das estruturas que o Fascismo havia de pôr a nu. Foi assim que nasceu a bem conhecida tese do Fascismo como "revelação", subscrita por homens assaz diversos como G. Fortunato, C. Rosselli, P. Gobetti, G. Salvemini e outros. O atraso do país, a falta de uma autêntica revolução liberal, a incapacidade e mesquinhez das classes dirigentes, unidas à arrogância de uma pequena burguesia parasitária com a doença da retórica, a prática do transformismo, que havia impedido a evolução do sistema político num sentido moderno, foram o terreno de cultivo do Fascismo, que assim se situava numa linha de continuidade, muito mais que de ruptura, em relação ao sistema liberal.

Daí o juízo fundamentalmente redutivo do Fascismo e das suas potencialidades expansivas, só cultiváveis a partir do reconhecimento dos elementos de novidade nele presentes, quer nas técnicas de gestão do poder, quer no modo de organização do corpo social, e, de forma mais genérica, na configuração das relações entre Estado e sociedade civil. Por outras palavras, o que faltava aos defensores da tese do Fascismo como revelação era uma adequada percepção da natureza da crise que atingira o sistema liberal, e não só na Itália, no período compreendido entre as duas guerras mundiais, e do tipo de solução dada pelo Fascismo a esta crise. A afirmação do caráter tipicamente italiano do Fascismo, subscrita também, entre outros, por autorizados teóricos fascistas, que reivindicavam ser ele o coroamento do processo de unificação nacional iniciado com o Ressurgimento, foi questionada com o surgir de movimentos fascistas em vários países da Europa, mormente com a subida ao poder do nacional-socialismo na Alemanha. A partir dos anos 30, predominaram as interpretações tendentes a acentuar o caráter supranacional do Fascismo, que haviam de orientar a maior parte da pesquisa e alimentar o debate teórico mesmo depois da Segunda Guerra Mundial.

Em contradição com essa interpretação, foi-se esboçando nos últimos dez anos uma corrente historiográfica que visa reduzir o âmbito de aplicação do conceito de Fascismo apenas ao contexto italiano. Demonstrando a justa necessidade de se evitar as generalizações arbitrárias, mas expressando, ao mesmo tempo, uma orientação metodológica de desconfiança com relação ao uso de conceitos gerais na investigação histórica e de descrença nos modelos teóricos próprios das ciências sociais, essa corrente — que tem na Itália seu maior expoente em Renzo De Felice — originou uma série de pesquisas sobre o Fascismo, como movimento e como regime, com o objetivo, podíamos dizer, de compreender o fenômeno desde dentro (daí a utilização de fontes predominantemente fascistas) e de reconstruir a história, superando esquemas interpretativos preconstituídos. O resultado de tais pesquisas foi o de levar a uma reavaliação das diferenças existentes entre os diversos "Fascismos" e o de pôr em questão a utilidade de um modelo unitário.

Os argumentos aduzidos para apoiar esta nova versão da especificidade do Fascismo italiano são radicalmente diferentes dos que caracterizaram as primeiras análises dos estudiosos a ele contemporâneos. Estes baseavam o tema da especificidade num conjunto de variáveis estruturais, típicas da sociedade italiana, cuja permanência era aceita como principal fator explicativo do regime fascista, e ressaltavam a relação de continuidade com o sistema liberal que depois foi aceita como própria, de modo não fortuito, por grande parte da historiografia marxista ou próxima do marxismo. É uma perspectiva inteiramente diferente aquela em que se colocam as pesquisas atrás mencionadas. O centro da análise é o Fascismo em sua dimensão político-ideológica e a tese da especificidade é baseada, em primeira instância, justamente nas diferenças ideológicas e projetivas do Fascismo italiano com relação ao nazismo. Não se nega a existência de um denominador comum entre os dois fenômenos e, por conseguinte, a possibilidade de os englobar no mesmo conceito de Fascismo; mas esse denominador serve mais para estabelecer limites em relação ao exterior, isto é, em relação a outros regimes de tipo autoritário, do que para lhe explicar a natureza, os objetivos fundamentais e a função histórica. Estes, ao contrário, tornam-se divergentes, quando se contrapõe o radicalismo de esquerda e o  caráter revolucionário do movimento fascista italiano  ao radicalismo de direita, essencialmente reacionário, do nazismo.

O problema da relação com o sistema social e político preexistente também se fundamenta em bases diversas e se articula levada em conta a diferenciação entre Fascismo como movimento e Fascismo como regime. Como expressão das aspirações da classe média emergente, ou de uma parte consistente dela, a um papel político autônomo, tanto em confronto com a burguesia como com o proletariado, o Fascismo como movimento teria representado um momento de ruptura a respeito do passado, uma proposta de modernização das estruturas da sociedade italiana, com certa carga revolucionária. Ao invés, o Fascismo como regime, como resultado de um compromisso entre a ala moderada do movimento e as velhas classes dirigentes, teria assinalado a freagem do impulso eversivo original do movimento e o predomínio das relações tradicionais de poder entre as classes, mas nunca um momento de mera e simples reação. A delegação da gestão do poder político ao Fascismo por parte da burguesia marcou, de fato, o início de um processo de substituição da elite dirigente que, se não houvesse sido interrompido com a queda do regime em conseqüência das vicissitudes da guerra, teria podido desafiar os centros do poder real, até então controlados pelas velhas classes dominantes.

A reafirmação da "unicidade” do Fascismo italiano e da necessidade de ressaltar, para uma melhor compreensão histórica, os elementos de diferenciação dos regimes definidos como fascistas por interpretações já consolidadas, tem  suscitado não  poucas discussões. Esta polêmica tem por alvo não tanto a validade de cada uma das proposições — nenhuma delas em si totalmente nova — quanto uma questão fundamental, que é ao mesmo tempo a do método e a do conteúdo; o que se questiona é se é legítimo aceitar como principal critério discriminante  a dimensão ideológico-cultural, se com isso se corre o risco de apresentar, como diversos, fenômenos que são essencialmente da mesma natureza.

IV. A ABORDAGEM GENERALIZANTE. — Que o Fascismo italiano e o nacional-socialismo alemão, malgrado as diferenças devidas às particularidades das respectivas histórias nacionais, hajam de ser considerados como especificações de  um modelo de dominação essencialmente único, é coisa que tem sido sustentada pela maior parte dos estudiosos contemporâneos, independentemente das suas posições ideológicas e políticas. É a eles que se deve a elaboração de alguns esquemas interpretativos que muito têm contribuído para a orientação dos trabalhos dos historiadores e cientistas sociais da geração seguinte. As hipóteses explicativas que estes esquemas sugerem são diversas, quando não claramente alternativas, dependendo, em várias medidas, do tipo de fatores preferidos, do nível de análise em que se situam e da diversidade de paradigmas a que se referem. O que lhes é comum é o esforço por compreender as raízes do Fascismo e, de um modo mais geral, dos fenômenos autoritários evidenciados pela sociedade moderna, num conjunto de variáveis que transcendem os limites de cada uma das realidades nacionais.

Pelo peso diverso que exercem no panorama global dos estudos sobre o Fascismo e pela contribuição que trouxeram ao conhecimento deste fenômeno em sua dimensão histórica concreta, evocaremos aqui as interpretações que, embora em diferente medida, permitem traduzir as hipóteses genéricas nelas contidas em assunto de pesquisa susceptível de verificação empírica. Não consideraremos, porém, as contribuições que, situando-se no terreno filosófico ou da filosofia da história, constituem um capítulo importante da história das idéias do nosso século, mas
fogem a toda a possibilidade de controle exercido mediante o recurso a categorias historicamente determinadas.

a) O Fascismo como uma ditadura aberta da burguesia. — Entre os primeiros que captaram a dimensão internacional do Fascismo e as suas potencialidades expansivas, estão os expoentes do movimento operário em suas diversas articulações. O elemento unificador das várias formas de reação na Europa, no período que medeia entre as duas guerras mundiais, está na análise das contradições da sociedade capitalista e das modificações por ela introduzidas na dinâmica das relações e conflitos entre as classes, na fase histórica iniciada com a Primeira Guerra Mundial.
Dentro desta interpretação, é conveniente distinguir a formulação "clássica" — resumível nas teses elaboradas pela Terceira Internacional comunista a partir de meados dos anos 30 — dos seus ulteriores desenvolvimentos, que reassumem temas e idéias já presentes no debate iniciado pelos componentes do marxismo europeu desde a tomada do poder pelo Fascismo na Itália, reelaborando-os em função de uma análise menos esquemática das relações entre estrutura e supra-estrutura, entre esfera econômica e esfera política.

Na primeira formulação, as origens do Fascismo como fenômeno internacional são relacionadas com a crise histórica do capitalismo em seu estádio final, o do imperialismo, e com a necessidade que a burguesia tem, em face do  agravamento das crises econômicas e da exacerbação do conflito de classes, de manter o seu domínio, intensificando a exploração das classes subalternas e, em primeiro lugar, da classe operária. O imperialismo envolve a tendência a transformar em sentido reacionário as instituições da burguesia, e o Fascismo é a expressão mais coerente dessa tendência. Ele constitui uma das formas do Estado capitalista, precisamente a caracterizada pela ditadura aberta da burguesia, exercida já sem a mediação das instituições da democracia parlamentar. A Itália e a Alemanha, como elos mais fracos da cadeia imperialista, foram as primeiras a experimentar esta forma de dominação, mas essa mesma ameaça impende sobre os demais Estados capitalistas.

São dois os elementos centrais deste tipo de análise: a concepção instrumental dos partidos e dos regimes fascistas, considerados como expressão direta dos interesses do grande capital, e a sua função essencialmente contra-revolucionária no duplo sentido de ataque frontal contra as organizações do proletariado e de esforço por frear o curso do desenvolvimento histórico. Em conseqüência, é dado pouco relevo ao fato, qualitativamente novo em relação às formas precedentes de reação, de que a fascista operasse mediante um partido de massa de base predominantemente pequeno-burguesa, embora comunistas italianos e alemães, como P. Togliatti ou Clara Zetkui, já houvessem chamado a atenção para isso. Além disso, eram  ategoricamente rejeitadas, sob pretexto de ignorarem a definição do Fascismo como ditadura da burguesia, as análises que em vários setores do movimento operário vinham sendo feitas do Fascismo como forma de "bonapartismo", isto é, como regime caracterizado pela cessão temporária do poder político a uma terceira torça e por uma relativa autonomia do executivo em relação às classes dominantes, tornadas possíveis graças a uma situação de equilíbrio entre as principais forças de classe em ação.

A teoria do Fascismo como ditadura da burguesia constitui ainda hoje a chave interpretativa predominante nos estudos que têm como modelo de referência o marxismo e a sua concepção da mudança histórica. Com o tempo, porém, ela passou por uma certa revisão que tornou mais problemáticos alguns nexos, particularmente os existentes entre burguesia e Fascismo, entre movimentos e regimes fascistas, entre capitalismo, democracia e Fascismo. Esta revisão é o resultado de uma reflexão teórica que teve efeitos importantes em vários sentidos. O primeiro deles foi a atenuação do economicismo presente nas primeiras formulações e o reconhecimento de uma relativa autonomia da esfera política com relação à esfera da economia. Isso trouxe consigo uma mais aprofundada análise das crises de onde emergiram os regimes fascistas; uma articulação mais complexa da relação entre Fascismo e classes sociais; uma consideração mais atenta dos aspectos institucionais dos regimes fascista», da lógica do seu funcionamento, das bases da sua legitimação. Mas não modificou a concepção do Fascismo como forma particular de ditadura da burguesia, embora esta fosse atenuada pelo reconhecimento da autonomia relativa  dos Estados fascistas em face do grande capital, no âmbito de uma convergência comum para objetivos imperialistas.

b) O Fascismo como totalitarismo. — É totalmente outra a perspectiva em que se situa a análise do Fascismo como totalitarismo, cuja contribuição principal foi a de ter sabido captar a  novidade que representa o aparecimento dos regimes fascistas na cena política e a de ter chamado a atenção para as diferenças qualitativas existentes entre as formas tradicionais de autoritarismo e as modernas.

O quadro de referência é constituído, direta ou indiretamente, pelas teorias da sociedade de massa; à dinâmica das relações entre as classes sucede, como principal fator explicativo do  surgimento dos fenômenos do autoritarismo moderno, a dinâmica das relações entre as massas e as elites num contexto caracterizado pela decomposição do tecido social tradicional, pelo desabe dos sistemas de valores comuns, pela atomização e massificação dos indivíduos, e por uma crescente burocratização. O aspecto central desta teoria, e ao mesmo tempo o mais criticado, é a subsunção sob uma mesma categoria, a do Estado totalitário, dos regimes fascistas e comunistas, com base em analogias existentes na estrutura e técnicas de gestão do poder político. São.
com efeito, estas analogias — verificáveis independentemente dos fins declarados que se tem em vista dos precedentes históricos e do conteúdo das respectivas ideologias — que os teóricos do totalitarismo privilegiam no plano descritivo e admitem como problema principal no plano explicativo.

Os elementos que definem o Estado totalitário são, em termos típico-ideais, conforme a formulação de Friedrich e Brzezinski: uma ideologia oficial tendente a cobrir todo o âmbito da existência humana e à qual se supõe aderirem todos, pelo menos passivamente; um partido de massa único, tipicamente conduzido por um só homem; um sistema de controle policial
baseado no terror; o monopólio quase completo dos meios de comunicação de massa; o monopólio quase completo do aparelho bélico; e, enfim, o controle 
centralizado da economia. O alvo é o de conseguir o controle total de toda a organização social, a serviço de um movimento ideologicamente caracterizado.

As condições essenciais para a sua aparição são um regime de democracia de massa e o poder dispor de um aparelho tecnológico como o que só a moderna sociedade industrial pode oferecer. O Estado totalitário se apresenta, portanto, como uma forma de domínio inteiramente nova, não só com respeito aos sistemas de democracia liberal, mas também às formas anteriores de ditadura e autocracia, uma vez que no passado não existiam os pressupostos para a sua realização. Possui, além disso, um caráter eversivo com relação ao sistema social preexistente, na medida em que lhe modifica radicalmente a estrutura, que se baseava na existência de uma pluralidade de grupos e de organizações autônomas.

As razões do sucesso dos regimes totalitários são geralmente postas no declínio do sistema liberal burguês e, especialmente, na dissolução do sistema classista, que é ao mesmo tempo causa e condição da sua sobrevivência. Mas o que mais interessa aos defensores da teoria clássica do totalitarismo são os mecanismos de funcionamento do Estado totalitário no âmbito de uma morfologia mais geral dos sistemas políticos. Numa tal perspectiva, as diferenças existentes entre os regimes fascistas e comunistas, bem como as verificáveis no interior de cada um deles, conquanto não negadas, perdem importância: uns e outros, na medida em que apresentam essa particular combinação de elementos que definem o Estado totalitário, pertencem à mesma classe de fenômenos e expressam a feição que assume o autoritarismo na sociedade moderna.

A teoria clássica do totalitarismo tem estado sujeita a numerosas críticas que têm por alvo uma dupla série de problemas. O primeiro diz respeito ao campo específico da análise dos regimes fascistas. Sob este ponto de vista, parece boje dificilmente sustentável a hipótese de que a origem e sucesso dos movimentos fascistas estariam relacionados com o conjunto de
fenômenos compreendidos no conceito de "sociedade de massa". Pesquisas recentes demonstraram que, nos países onde o Fascismo se consolidou, o sistema de estratificação era muito mais rígido, o peso das estruturas tradicionais muito mais forte e o grau de "atomização" — no sentido de falta de estruturas associativas intermediárias — muito menor que em outros onde o Fascismo jamais se ofereceu como alternativa concreta. A tentativa de explicar o processo de introdução do Fascismo com base na dinâmica das relações entre massas privadas de uma clara conotação de classe também contradiz um dado empírico já seguro, ou seja, a base constituída de massas predominantemente pequeno-burguesas dos movimentos fascistas e sua coligação com amplos setores da burguesia agrária e industrial, antes e depois da tomada do poder. Finalmente, esta teoria não consegue fornecer uma explicação aceitável sobre o problema da função histórica dos regimes fascistas, oscilando entre uma resposta de tipo não racional — os regimes totalitários seriam neste caso uma espécie de experimento monstruoso de engenharia social, tendo como fim a criação de um novo tipo de homemmáquina totalmente heterodirigido — e a renúncia explícita ao momento explicativo em favor de uma morfologia dos sistemas  totalitários.

A segunda série de problemas diz respeito à própria utilidade do conceito de totalitarismo que, como instrumento, não permite discriminar entre regimes que, apresentando analogias no  funcionamento do sistema político, diferem em outros aspectos importantes como os relativos à constelação das forças que favoreceram o seu triunfo, à relação entre as velhas e as novas elites, ao tipo de interferência na estrutura econômico-social e às suas conseqüências. Os que pensam que tal conceito ainda conserva uma certa valia no plano descritivo têm afirmado constantemente a necessidade de uma mais ampla tipologia dos sistemas totalitários, baseada na análise comparada dos diversos regimes, capaz de levar em conta as diferenças. É daí que surgiu a tendência de compreender dentro do mesmo tipo o Fascismo italiano e o nacional-socialismo alemão, com base nas analogias observáveis não só nas técnicas de gestão do poder político, como também na ideologia, na base social e na função histórica dos dois regimes.

c) O Fascismo como via para a modernização. — Nestes últimos tempos, tem-se desenvolvido um novo tipo de abordagem que tem como referência o esquema teórico da modernização e considera os regimes fascistas como uma das formas político institucionais através das quais se operou historicamente a transição de uma sociedade agrária de tipo tradicional à
moderna sociedade industrial.

As análises que antecedem — se excetuarmos a tentativa de explicar a implantação do Fascismo na Itália baseada no atraso geral da sociedade italiana — possuem um aspecto comum que é o de situarem os regimes fascistas num contexto caracterizado, em seu conjunto, por uma situação de avançada industrialização. A dinâmica existente entre massas e elites, o conflito entre a  grande burguesia e o proletariado no estádio imperialista do capitalismo, assim como a revolta das classes médias emergentes, são indicadores de um tipo de sociedade que já passou total ou parcialmente à modernidade. Até os fenômenos de natureza mais estritamente política, que são relacionados com o surgir dos movimentos e regimes fascistas, são típicos de um sistema democrático plenamente consolidado, seja que se acentuem as suas contradições internas, como pretende a análise marxista, seja que se descubra nele o terreno específico onde tais movimentos podem nascer e desenvolver-se, como quer a teoria do totalitarismo.

A análise do Fascismo à luz das teorias da modernização coloca-o, ao invés, não já em relação com os conflitos e crises próprios da sociedade industrial, mas com os conflitos e crises  característicos da fase de transição para ela. Neste quadro, os regimes fascistas se configuram como uma das vias para a modernização — as outras historicamente identificadas são a liberal-burguesa e a comunista — fundada no compromisso entre o setor moderno e o tradicional. Os traços que os caracterizam são, na esfera econômica, uma industrialização atrasada, mas intensa, promovida desde cima, com notável interferência do Estado a favor da acumulação; na esfera política, o desenvolvimento de regimes autoritários e repressivos, expressão da coligação
conservadora das elites agrárias e industriais que querem avançar pelo caminho da modernização econômica, defendendo, ao mesmo tempo, as estruturas sociais tradicionais; na esfera social, a tentativa de evitar a desagregação dessas estruturas, impedindo ou reprimindo os processos de mobilização social postos em movimento pela industrialização.

O conceito de mobilização social adquire particular relevância quando o Fascismo é considerado como um tipo especial de resposta aos conflitos nascidos da exigência de participação no gozo de determinados bens e serviços — materiais e não materiais — por parte de setores da população antes excluídos: uma resposta baseada na desmobilização forçada dos grupos recentemente mobilizados, posta em obra pela coalizão entre as velhas e as novas elites, em função da conservação da ordem sócio-política tradicional.

Os fatores que constituem a base da solução de tipo fascista hão de ser buscados nas modalidades assumidas pelo processo de modernização nos países onde tal processo se impôs.

Nesta perspectiva, a pesquisa tem contribuído para enriquecer a análise dos fenômenos fascistas em mais de um sentido. Chamando a atenção para a variedade de formas que o Fascismo pode assumir nos diferentes contextos nacionais, ela veio favorecer o desenvolvimento da abordagem histórico-comparativa, lançando as premissas para a formulação de generalizações empíricas, fundadas na pesquisa sistemática e orientadas à luz de categorias homogêneas. O conceito de modernização como processo global de transformação, que atinge todas as esferas do  sistema social, tem orientado, além disso, a pesquisa para a análise das interações entre o sistema político, o sistema econômico e o sistema sócio-cultural, fazendo ressaltar as fraturas,  sincronias e descontinuidades que melhor parecem caracterizar as situações de onde emergem os fenômenos fascistas.

A mais sólida contribuição deste tipo de abordagem está no plano das indicações metodológicas e, no plano substantivo, no aprofundamento das precondições do Fascismo, enquanto  parecem  bastante mais problemáticas as ligações entre ambas as coisas. 

Em especial, a análise do Fascismo dentro da dinâmica dos processos de modernização parece oferecer melhores resultados na explicação da vulnerabilidade dos sistemas liberais burgueses, nos países onde ele se consolidou, do que na explicação do modo como caíram e do tipo de regime que se seguiu. Acentuando o peso do componente tradicional, ela tende a subestimar a importância do embate entre burguesia e proletariado, o papel das classes médias, a crise do sistema liberal e das suas instituições representativas, todos eles fenômenos que parecem ligados às tensões originadas no contexto de uma sociedade que apresenta, em seus traços essenciais, as características de uma sociedade industrial moderna. Essa mesma ótica impede, além disso,  colher a especificidade dos regimes fascistas e os elementos de novidade neles existentes, bem como diferenciá-los de outras formas de regimes reacionários, conservadores ou autoritários.

d) O Fascismo como revolta da pequena burguesia. — Em contraste com as interpretações precedentes, cada uma delas enquadrada numa perspectiva teórica bem definida a cuja luz se elaboraram hipóteses relativamente homogêneas acerca da natureza e função dos regimes fascistas, as análises, que têm posto em evidência a ligação entre a pequena burguesia e o Fascismo, jamais alcançaram uma autonomia que as impusesse como alternativa interpretativa global. Não obstante, são mencionadas, quer pela contribuição específica que trouxeram ao conhecimento de aspectos decisivos para a compreensão do fenômeno, quer pela função de estímulo que exercem com relação a esquemas teóricos demasiado simplificados.

O fato de que a pequena burguesia pudesse contribuir de modo determinante para o sucesso dos movimentos fascistas, fornecendo-lhes os quadros e as bases de massa na fase de ascensão e um consenso ativo na fase de regime, não entrava nos esquemas clássicos, nem nos da teoria liberal, nem nos do marxismo. Para a teoria liberal, a pequena burguesia constituía um dos  pressupostos do sistema democrático e a garantia de um desenvolvimento pacífico e gradualmente progressivo da sociedade; para o marxismo, ela estava impossibilitada de exercer um papel político autônomo em virtude da sua colocação dentro da estrutura de classes e da sua posição subalterna no respeitante ao conflito fundamental entre a grande burguesia e o proletariado. Em coerência com tais esquemas, a contribuição da pequena burguesia para o triunfo dos movimentos fascistas ou é negada, como na teoria do totalitarismo, em benefício da relação entre as massas não diferenciadas e as elites, ou então concebida em termos instrumentais, sendo atribuída à pequena burguesia a função de massa de manobra de um movimento a serviço dos desígnios do grande capital, como acontece na teoria do Fascismo como ditadura da burguesia.

A capacidade de mobilizar a pequena burguesia, baseando-se numa ideologia composta onde confluíam o irracionalismo e o voluntarismo, o anticapitalismo e o anti-socialismo, vagas aspirações a uma democracia radical unidas a acentos fortemente nacionalistas, parece, contudo, ser um dos elementos característicos do movimento fascista, desde a implantação do
Fascismo na Itália.

Este fato é analisado por alguns observadores como revolta da pequena burguesia urbana e rural, ameaçada em seu status pelos processos de transformação sócioeconômica em marcha,  particularmente pelos processos de concentração industrial e pelo conseqüente aumento da influência da grande burguesia e do proletariado industrial na cena política.

Estendendo-se à pequena burguesia, o esquema da luta de classes fornecia-lhe o critério interpretativo do movimento, considerado revolucionário em suas premissas subjetivas mas reacionário no conteúdo objetivo, sendo como era expressão de estratos postos à margem pelo desenvolvimento produtivo e pela evolução da sociedade capitalista.

Na década de 30, após o sucesso do nazismo na Alemanha, o fascínio exercido pelos movimentos fascistas sobre a pequena burguesia tornou-se objeto de uma pesquisa que tendia a completar a explicação sócio-econômica com a análise psicossocial.

As interrogações a que a abordagem psicossocial queria dar uma resposta eram deste tipo: por que é que a pequena burguesia, mais que qualquer outra classe, tinha aderido ao Fascismo de onde não podia provir nenhuma solução para a sua situação de crise?

Que elementos da ideologia fascista tinham exercido  sobre ela uma atração capaz de se tornar mais eficaz que qualquer consideração em termos racionais sobre a finalidade e objetivos do movimento fascista? Tais elementos tinham alguma relação com a posição da pequena burguesia como classe dentro da estrutura da sociedade capitalista e com as modificações pelas quais esta estava passando? Não existindo uma relação de correspondência imediata entre situação e ação de classe, mas sendo esta mediada pela percepção subjetiva daquela, que aspectos do sistema social podem explicar o comportamento da pequena burguesia e, mais genericamente, a disposição de indivíduos, grupos e classes sociais a submeterem-se a relações de tipo autoritário?

As contribuições de maior relevo orientam-se em dois sentidos. Estudaram, por um lado, mais profundamente as características da ideologia fascista, particularmente as da versão alemã, e a sua capacidade de canalizar o ressentimento da pequena burguesia para objetivos fictícios, a troco, as mais das vezes, de satisfações simbólicas. Distinguiram, por outro lado, um nível de análise intermediário entre situação e ação de classe, como o da personalidade, inferindo a importância das estruturas de socialização — principalmente da família — como sede de formação e de reprodução de estruturas psíquicas consentâneas com a ideologia das classes ou elites dominantes.

Que a relação entre a pequena burguesia e o Fascismo constitua um dos pontos essenciais para a compreensão da natureza dos regimes fascistas demonstra-o o constante interesse que ela desperta, bem como as numerosas pesquisas empíricas que continuam a apresentar-se sobre o assunto. Mas é um ponto ainda sem solução, principalmente no que respeita à função, dirigente ou subalterna, da pequena burguesia dentro do sistema de poder fascista.

Enquanto parece hoje já bastante provado e debatido o papel que ela desempenhou como base de massa dos movimentos fascistas, apresenta-se ainda como problemática a tentativa de  mostrar o Fascismo, enquanto regime, como expressão da pequena burguesia no poder. Os estudos orientados neste sentido, embora tenham demonstrado o crescimento quantitativo dos estratos pequeno-burgueses — em virtude da expansão do papel do Estado, das suas funções político-administrativas, do aparelho de propaganda e de repressão —, embora tenham demonstrado também o restabelecimento das distâncias sociais em relação à classe operária e uma certa mudança nos quadros dirigentes nos vários níveis da burocracia política e administrativa, não conseguiram, contudo, demonstrar, de modo convincente, que as opções fundamentais dos regimes fascistas respondessem a uma lógica oposta  aos interesses das antigas classes dominantes nem que pudessem ser referidas a um projeto de transformação social dotado de uma autonomia própria e tendente a conferir à pequena burguesia, antiga ou nova, um papel hegemônico no seio da sociedade.

V. PROBLEMAS ABERTOS. — A variedade de interpretações elaboradas com o correr dos anos sugere uma idéia do Fascismo como fenômeno de muitas faces, de que cada uma delas capta apenas um aspecto parcial e de que jamais se consegue construir o todo. Esta imagem parece dar razão aos que pensam  que se deve abandonar o caminho já demasiado trilhado da busca de modelos explicativos de caráter geral e defender a reconstrução histórica dos diversos Fascismos, entretanto considerada pretensiosa e sem valor, já que prescinde de toda a tentativa de formular um juízo global sobre a natureza e função dos regimes fascistas.

Não é este o lugar apropriado para afrontar os problemas de método que uma escolha deste tipo suscita. Nem tampouco para assentar se a reconstrução histórica, privada de hipóteses interpretativas e guiada pelo único critério de "deixar falar os fatos", é possível e até mesmo desejável. Na realidade, na origem da rejeição de modelos interpretativos sólidos, como a que se faz com base num apelo aos fatos, está quase sempre a opção, explícita ou não, a favor de um modelo diferente, a cuja luz se hão de selecionar e interpretar os fatos.

Ora, a dificuldade em resolver alguns pontos fundamentais para a compreensão dos regimes fascistas deriva, em parte, da diversidade dos modelos de referência, mas também da confusão  os níveis de análise e da insuficiência de empenho numa estratégia de pesquisa que tenda a traduzir as hipóteses genéricas em interrogações suscetíveis de verificação empírica.

Um exame das diversas interpretações e da sua evolução no tempo permite, no entanto, descobrir uma série de temas em torno dos quais se têm ido encurtando as distâncias, quer em conseqüência da acumulação de dados históricos sobre os sistemas investigados, quer por uma maior disponibilidade dos estudiosos de diversas tendências de proceder à verificação dos próprios resultados em confronto com os resultados alheios.

Verificou-se particularmente uma notável convergência na análise tanto das condições da aparição dos regimes fascistas como da forma político-institucional sob a qual se manifestou a sua dominação. Isso levou a um uso mais crítico do termo, cujo âmbito de aplicação se tem ido restringindo cada vez mais aos casos italiano e alemão.

Em vez disso, se mantêm assaz distantes as apreciações sobre a natureza e função dos regimes fascistas. Um dos discriminadores fundamentais continua sendo a relação entre capitalismo e Fascismo. É um problema ainda não resolvido se o Fascismo representou um tipo particular de solução para as crises de transformação do sistema capitalista ao longo de uma linha de identidade estrutural ou o início de um processo de modificação das estruturas do capitalismo tendente a criar um ordenamento econômico e social diverso tanto do capitalismo quanto do socialismo. A solução deste problema tornou-se ainda mais difícil pelo fato de que a duração relativamente breve dos regimes fascistas e a sua queda em virtude dos  acontecimentos bélicos só permite falar de linhas ou tendências.

A questão gira em torno da relação entre política e economia e do maior ou menor grau de autonomia alcançado pelos Estados fascistas em face das forças economicamente dominantes, em especial do grande capital industrial e financeiro. Existem a tal respeito duas correntes principais de pesquisa que se movem em direções divergentes: a primeira propensa a demonstrar a convergência de interesses entre o Fascismo e o grande capital, para confirmar a tese de uma continuidade estrutural entre capitalismo e Fascismo, segundo a qual a autonomia relativa do poder político se explica dentro de uma coincidência substancial de objetivos e fins com o poder econômico; o segundo, ao contrário, tendente a apresentar tal convergência como resultado de situações contingentes, nunca capazes de contestar a divergência fundamental entre a ideologia e prática dos movimentos e regimes fascistas e as condições de sobrevivência do sistema capitalista. Sob este aspecto, as pesquisas efetuadas por ambas as vertentes não parecem haver modificado os termos do problema no que respeita ao debate suscitado no início da década de 40, até mesmo no seio do marxismo, entre os defensores, como Hilferding, de uma incompatibilidade essencial entre a lógica dos sistemas totalitários e a lógica do capitalismo, e aqueles que, como Franz Neumann, pensavam ser a forma totalitária a mais adequada em relação aos objetivos imperialistas do capitalismo monopólico. Foi-se, portanto, delineando a necessidade
de passar de um tipo de argumentação intencionalmente conduzida em termos de objetivos a outra fundada na análise concreta das mudanças ocorridas nas estruturas das sociedades fascistas, como resultado das estratégias umas vezes convergentes, outras vezes conflitantes, das múltiplas forças em ação.

Deste trabalho de aprofundamento realizado em vários sentidos surgirá uma imagem dos sistemas fascistas bem mais complexa e contraditória do que parecia no passado. Esta complexidade,  este caráter  contraditório parecem ligados ao fato de que eles constituem um exemplo de solução para os conflitos nascidos na sociedade industrial, baseado na utilização de técnicas políticas profundamente inovadoras, cujas implicações não foram ainda totalmente esclarecidas.


BIBLIOGRAFIA. – H. ARENDT, Le origini del totalitarismo (1951), Ediziom di Comunità. Milano 1967; O. BAUER. H. Marcuse e outros, Faschismus und Kapitalismus. Theorien über die soziale Ursprünge und die Funktionen des Faschismus. Europäische Verlagsanstalt, Frankfurt am Mein 1967; F. BORKENAU, Zur Soziologie des Faschismus, in "Archiv für Wissenschaft und Sozialpolitik", 68, 1923; R. DE FELICE, Il fascismo. Le interpretazioni degli storici e del contemporanei. Laterza, Bari 1970; C. J. FRIEDRICH e Z. BRZEZINNSKI, Totalitarian  ictatorship and Autocracy. Harvard University Press. Cambridge (Mass.) 1956; G. GERMANI, Autoritarismo, fascismo e classi sociali. Il Mulino. Bologna 1973; D. GUERIN, Fascismo e gran capitale (1939). Schwarz, Milano 1956; R. HILFERDING, State Capitalism or Totalitarian State Economy (1940), in "Modern Review", I, 1947; Studi sull’autorità e la famiglia (1936), ao cuidado de M. HORKHEIMER, UTET, Torino 1974; R. KÜHNL, Due fome di domínio borghese. Liberalismo e Fascismo (1971), Feltrinelli, Milano 1973; B. MOORE JR.. Le origini sociali della dittatura e della democrazia (1966). Einaudi, Torino 1969; F. NEUMANN, Behemoth. Stuttura e pratica del nazionalsocialismo (1942), Feltrinelli. Milano 1977; E. NOLTE. Theorien über den Faschismus.
Kiepenheuer e Witsch, Köln e Berlin 1970; A. F. ORGANSKY, Le forme dello sviluppo político (1965), Laterza, Bari 1970; N. POULANTZAS, Fascismo e dittatura (1970), Jaca Book, Milano  1971; Fascismo e società italiana, ao cuidado de G. QUAZZA, Einaudi, Torino 1973; W. REICH, Psicologia di massa del fascismo (1933), Sugar, Milano 1971; P. TOGI.IATTI, Lezioni sul
fascismo (1935), Editori Riuniti, Roma 1970; The Natura of Fascism. ao cuidado de J. S. WOOLF, Weidenfeld e Nicholson, London 1968.”

11/10/2016

Tudo o que é sólido desmancha no ar

OBScena: trens conduzem os judeus aos campos de concentração, qualquer semelhança não é mera coincidência

Trens da mídia conduzem as massasNão há mal que sempre dure, nem bem que não se termine. A prosperidade econômica trazidas pelas transformações sociais levaram o Brasil a quitar suas dívidas impagáveis com o FMI. E foi além, ajudando a criar o Banco dos BRICs. Tudo parecia sólido como os aeroportos lotados, as ruas engarrafas de pobres dirigindo seu próprio carro. O Brasil virara um ator internacional, respeitado mundo afora. Lula fora o primeiro e único presidente brasileiro convidado para participar do G8. Tudo parecia tão sólido. Mas aí esqueceu-se que nem todos tinham solidez intelectual, porque ainda há uma massa de brasileiros que terceirizam o uso do cérebro. E, como sabemos, o diabo é segundo inquilino das descerebrados. O primeiro sempre foi a Rede Globo. O PT, de Lula e Dilma, trouxe crescimento econômico e feijão na mesa de milhões de brasileiros, mas esqueceu-se de que, antes, precisaria ter enchido os vazios da massa encefálica. Tanto mais avanços, maior se tornou a resistência dos privilegiados de sempre.

Essa lição está sendo tatuada na pele de todos os brasileiros de todas as ideologias. Só os indiferentes à sorte alheia saem-se incólumes da destruição do tecido sócio-econômico de uma sociedade e, principalmente, da desolação diante do inevitável retrocesso. Destes se pode dizer o que Fernando Pessoa dizia sobre felicidade: “Só as crianças e os loucos são felizes. Mas eles não sabem”. Só a ignorância explica que passividade com que os cordeiros se dirigem ao abate. Faz lembrar aqueles trens cheios de judeus com destino aos campos de concentração. O estouro da boiada contra a corrupção transformou o ódio em passividade bovina diante da mão leve em plena luz do dia.

Do mote, rir para não chorar, rio por dentro toda vez que alguém próximo me diz: “Nunca pensei que as manifestações fossem dar nisso”. Sim, não foi por falta de sinais e aviso. Toda vez que a Rede Globo se posiciona a favor de algo, boa coisa não pode ser. Diagnóstico tão simples quanto certeiro. E só não notou que havia uma manada pronta para o adestramento quando até seres que se dizem bem pensantes entraram conduzidos como gado ao matadouro sem dar um berro. Quem poderia imaginar que Eduardo CUnha seria o homem mais poderoso depois do golpe, se desculpa um amigo. Parece antes encontrar uma desculpa para si do que uma justificativa para mim. E nisso mora mais um engano. O fato de CUnha não só não ter sido preso, em que pesem as toneladas de provas produzidas lá fora, contra ele e famiglia, já que no Brasil paira um cortina de fumaça sobre seu destino, explica também porque chegamos onde estamos. Atribuir a Eduardo CUnha é tomar a sombra pelo objeto. Basta entender que, não fosse CUnha, seria outro, porque se criaram as condições, que independeriam do ator, qualquer ventríloquo da Rede Globo o faria. Antes de CUnha a Globo já usara Joaquim Barbosa. E continuará usando, até porque os males deste país não são mais as saúvas, mas a produção fordiana de capachos. Neste momento a mídia já dá João Dória Jr em breve na Presidência. Todos os que saíram às ruas dizendo combater a corrupção nada mais foram que peões, como o foi Eduardo CUnha, da Rede Globo.

A aliança de alguns grupos de esquerda com Eduardo CUnha a serviço da Globo lembram os pactos de Hitler e Stálin, mas também de Hitler com Mussolini. Os resultados já estão aí, embora os aliados ainda tenham dificuldades para admitirem. Não se trata apenas do PSOL, mas, por exemplo, do Sindicato dos Servidores do Poderes Judiciários do RS, que vangloriavam da parceria com Ana Amélia Lemos, Eduardo CUnha para conseguirem um aumento de 70% nos salários. Foram parceiros das pautas bombas e de toda sorte de movimentos do golpe. E a bomba, a PEC 241, veio a cair exatamente sobre a cabeça da categoria que dizem defender. Os concurseiros do serviço público, ou pelo menos boa parcela, bem que está merecendo o congelamento de salários e o sucateamento da saúde e ensinos públicos.

Como diz o ditado, quando a cabeça não ajuda, o corpo padece. A categoria  padece as consequências do analfabetismo político de seus cabeças.

Como escreveu a historiadora Barbara Tuchman, A Marcha da Insensatez se fez ao andar. E estava aí na frente dos olhos, bastava não ser analfabeto político. Claro, houve também a combinação dos astros. O astro maior, aquele que é responsável pela existência dos buracos negros da economia internacional, já tinha dado sinais de sua fome: chamaram de primavera, o que não passava de peste negra, árabe. Como num jogo de dominó, foram caindo Iraque, Egito, Síria, Ucrânia, Síria. Na América Latina a Venezuela, bombardeada, literalmente, por todos os lados e meios, manteve-se, paupérrima e em frangalhos, de pé. Eram todos sinais de que o petróleo faz mal à saúde dos países que o tem. A sina de um país que tem uma elite predadora é ter uma malta sob controle. O único país que entrega sua riqueza, antes a Vale do Rio Doce e agora a Petrobrás, está fadado a ser um novo Porto Rico.

O ódio secular aos desfavorecidos pode ser encontrados com muita facilidade em vários segmentos sociais, todos de classe média. Aliás, quer um diagnóstico mais perfeito da doença de uma sociedade do que o combate enraivecido das agremiações médicas ao programa mais médicos. Comunidades que não tinham acesso ou muita dificuldade para ter acesso, foram olimpicamente desprezadas pelo segmento social mais privilegiado da sociedade. Os médicos formaram um dos principais pilares do golpe. Nada pode ser mais emblemático deste ódio ancestral do que o exemplo paradigmático de Ali Kamel, responsável pelo modelo de jornalismo da Rede Globo, escrevendo um calhamaço de quase mil páginas (Não Somos Racistas) para combater as políticas de inclusão social e racial?! A classe média, aquela das novelas da Globo, branca com serviçais pretas, viu na emancipação social um ataque frontal ao costume colonial da senzala ao pé da cozinha.

A emancipação social de uma extensa massa de excluídos desencadeou manifestações que fazem estátuas corarem: Danusa Leão, socialite das aspirantes a dondocas, se insurgiu com a socialização dos aeroportos. Afinal, qual a vantagem de se poder ir a Nova Iorque se até o filho do porteiro pode ir? Ou como aquele funcionário exemplar da RBS, Luis Carlos Prates, babando ódio com o fato de “agora todo mundo pode ter carro”. O ódio nazi-fascista veio sendo paulatina e metodicamente construídos pela velha mídia. Citei apenas três exemplo, mas o ódio contra o PT passou a ser condição para ganhar emprego nos decrépitos veículos da velha mídia. Comprar ternos, ou quinquilharias chinesas, em Miami é um sintoma de apartheid social que se expôs sem pudor nem constrangimento.

O golpe paraguaio, ao contrário do que disse o Ministro,  não foi um tropeço da democracia. Bastaria ter atentado para as cascas de banana que foram deliberadamente jogadas no caminho da Dilma. Disso até o maior beneficiário do golpe, Michel Temer, admite, como o fez na ONU.

O verniz institucional é a nova modalidade de golpe na América Latina. É ele que explica os tropeços nas democracias. Ele foi ensaiado em Honduras e no Paraguai. Tentou-se na Argentina, com a morte do agente da CIA, Alberto Nisman. Mas a demão de verniz, porque made in Paraguai, não sobrevive à menor brisa. Ao contrário, abaixo da primeira camada aparecem as digitais de notórios golpistas, não por acaso, são os mesmos que estão diuturnamente nas velhas mídias.

Não se irá muito adiante se as pessoas não compreenderam o que foram as quebradeiras de 2008, capitaneadas pelo Goldman Sachs e Leman Brothers. Não por acaso, nos EUA. Mas aí seria pedir de mais, que as pessoas tenham alguma prevenção em relação à sede sagrada do mundo golpista.

Os escritores Gersualdo Bufalino e Leonardo Sciascia diziam que os sicilianos, para não trabalharem, escreviam. A mídia brasileira para não administrarem, golpeia. Sem o papel doutrinador da mídia não teria havido golpe. Tanto que bastou o golpe se consumar para que a fatura fosse imediatamente paga: 900% de aumento da publicidade oficial não é nem nunca será mera coincidência. Não é por acaso também que os governos mais corruptos sejam também os mais amados pela mídia: Globo & FHC; Antonio Britto e Yeda Crusius & RBS. A aliança de FHC com a Rede Globo começou com uma estratégia brilhante: Miriam Dutra. Ali FHC foi capturado. O método se aperfeiçoou encobrindo a compra da reeleição, cuja técnica vazou pelas bocas de Rubens Ricúpero e Carlos Monforte no Escândalo da Parabólica. No RS, basta dizer que Antonio Britto deu de bandeja a CRT para a RBS. O grupo Correio do Povo, sem sucesso, esperneou, denunciou, protestou. A CRT seria, e foi, da RBS. Ninguém detém o controle de quase 80% do mercado midiático impunemente. Quem detém esta capilaridade pode fazer de qualquer funcionário, por mais medíocre que seja, senador.

No Caminho com Maiakóvski

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada
.”

29/09/2016

Concurso de psicopatas

PsicopatasQuem tem Daltan Dallagnol comandando powerpoint  pode muito bem ter Claudio Roberto Baldaque Guimarães na segurança. Aliás, ambos são como a faca e o queijo nas mãos da psiquiatria. As serpentes pululam nos aeroportos, hospitais e restaurantes devido ao ódio vendido pela Rede Globo. Fosse hoje, Freud não precisaria recorrer aos arquétipos gregos. Sobejam exemplos que ultrapassam a vã mitologia…

A obsessiva caçada ao grande molusco que Henfil registrou já nos anos 80, mostra e comprova que os psicopatas saíram das ruas mediante concurso público (Douglas Kirchner, Janaina Paschoal). E, para sobrevivermos, temos de aprender com eles. Não basta, como nos ensinou a Márcia Tiburi, aprender a falar com fascistas, temos também de aprender a como não nos deixar levar pela lábia patológica.

Algumas revelações recentes assustam por acontecerem no alvorecer do século XXI, e precisam ser logo dominadas para que possamos manter ilesa nossa saúde mental.

É desolador saber que a mais alta corte do país faz chicana, como admitiu aquele ministro capturado mediante o uso de estatueta pela Rede Globo, para condenar José Genoíno.  Pior, sabidamente inocente, foi condenado para justificar a condenação de outros porque contra eles não havia provas, só convicção… Tardiamente revelada por Eugênio Aragão, a trama faz Hannibal Lecter, no filme O Silêncio dos Inocentes, parecer um personagem de história de carochinha. Há menos filosofia que psicopatia no fascismo persecutório. Se acharmos pouco a fundamentação legal registradas nos anais da pantomima “não tenho provas mas a literatura jurídica me permite”, a recente revelação no sentido de que a convicção prescinde de provas  quando se trata de caçar Lula, só pode ser explicada mediante o uso de um personagem da mitologia grega, Procusto.

Como sabemos, este bandoleiro da mitologia grega também tinha um critério sui generis de fazer justiça. Suas vítimas eram estendidas numa cama: os mais curtos, espichava até caber na cama; os maiores, cortava para que também coubessem nos limites dela. Pode não ser mera coincidência que este também seja o método jornalístico empregado pela Rede Globo, como revelou Rubens Ricúpero no escândalo da Parabólica, teúda e manteúda dos caçadores do grande molusco.

A frieza psicopática está em não se avexar com a prisão, por exemplo, de Marice Lima, cujo único indício de crime consistia em ser cunhada de um petista, Vaccari. Agora, a mesma corporação que colocava tarja preta encima do nome de seus parceiros, revela que a sigla JD, usada para condenar José Dirceu à prisão, não se referia a José Dirceu. Não tenho provas, mas tenho a convicção que vislumbraram naquela sigla um porrete com muitos pregos. Um pau pra toda obra, pra condenar Dirceu, quando isso era útil, como para condenar Palocci, quando fosse conveniente.

Este aparente primarismo assusta porque equivaleria a me condenar por encontrar na Lista de Furnas o nome Gilmar. Assusta porque um caso escabroso, ao invés de provocar mudança ou precaução, leva a outro. Não bastasse um agente usar a imagem da Presidenta para praticar tiro ao alvo, agora essa da empresa de um psicopata para fazer segurança institucional.

Cadê a sabedoria que vem dos romanos de que à mulher de César não basta ser honesta, também tem que aparentar honestidade?! Será que isso só diz respeito ao Lula?!

Mas se isso já é muito, não é tudo. São exemplos que parecem ser feitos de caso pensado, como aquela de colocar na linha de frente um agente com tornozeleira, condenado por contrabando. O que as instituições estão sinalizando para a sociedade ao colocar na linha de frente um contrabandista? Ora, que não só abraçam, corporativisticamente falando, a causa de um membro transgressor, como também sinalizam aos contrabandistas uma condescendência impensável em instituições sadias, exatamente incumbidas de inibir o contrabando. E se fôssemos aplicar aí a tal da teoria do domínio do fato?!

Para se ter uma ideia da psicopatia em curso basta que pensemos o que aconteceria se a selvageria do Baldaque tivesse sido praticada por alguém contratado do Instituto Lula?! Quantas reportagens renderia no Jornal Nacional. Quantas ações seriam abertas pelos concursados que confundiam Hegel com Engels!

A patologia persecutória se releva na crença de que os meios justificam os fins. Por estes exemplos, vê-se que a moral de ocasião equivale ao hímen complacente das virgens de puteiro.

Vão responsabilizar o agressor de Lindbergh, que presta serviços ao MPF? Veja o “valentão” que dá tiros para o ar

Por Fernando Brito · 28/09/2016

baldaque

A jornalista Laura Capriglione, cara amiga dos Jornalistas Livres, identificou o agressor do senador Lindberh Farias e de sua mulher, na saída de um restaurante na Zona Sul do Rio,  na noite de sexta-feira: é Claudio Roberto Baldaque Guimarães, já envolvido em atos violentos e confusões com arma de fogo.

O Tijolaço foi atrás e descobriu que Baldaque não é apenas um arruaceiro a mais, como poderia parecer.

É um empresário de segurança e de “despachos aduaneiros”, além de vender serviços terceirizados.

Entre seus clientes como “segurança” está… o Ministério Público Federal, aqui do Rio, como mostrou ontem à noite o Viomundo. Pelo menos é o que consta da página da empresa, corroborado por um contrato anual de R$ 1,5 milhão, referente ao ano passado.

Baldaque – aliás, toda a família – está metido com segurança privada e, portanto, sujeito à fiscalização da Polícia Federal. Não é figura desconhecida no meio, até porque é integrante da diretoria do Sindicato das Empresas de Segurança do Rio de Janeiro.

Tem, portanto, a condição de “comandante” de centenas de homens armados.

Não é coisa que possa ser desconsiderada diante do histórico de um homem que exibe-se embriagado e faz disparos de arma de fogo na frente de restaurantes.

Veja o vídeo do episódio, em 2015.

A Polícia está desafiada a ir atrás dele.

E o Senado a exigir da Polícia Federal explicações sobre as condições de alguém assim dirigir uma empresa de homens armados.

Se o dono faz este tipo de coisa, o que fariam seus subordinados?

Vão responsabilizar o agressor de Lindbergh, que presta serviços ao MPF? Veja o "valentão" que dá tiros para o ar – TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

16/09/2016

Tolstói explica caça a Lula

Filed under: Caça ao Lula,Fascismo,Fábulas,Nazismo,Tolstói — Gilmar Crestani @ 9:35 am
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FASCISTAS

Um camponês entrou com uma ação contra o carneiro. A raposa ocupava naquele momento as funções de juíza. Ela fez comparecer na sua presença o mujique e o carneiro. Explicou o caso.
— Fale, do que reclamas, oh camponês?
— Veja isso, disse o ele, na outra manhã eu percebi que me faltavam duas galinhas; eu não encontrei delas nada além dos ovos e das penas, e durante a noite, o carneiro era o único no quintal.
A raposa, então, interroga o carneiro. O acusado, tremendo rogou graça e proteção à juíza.
— Esta noite, disse ele, eu me encontrava, é verdade, sozinho no quintal, mas eu não saberia responder a respeito das galinhas; elas me são, aliás, inúteis, pois eu não como carne. Chame todos os vizinhos, ajuntou ele, e eles dirão que jamais me tiveram por um ladrão.
A raposa questionou ainda o camponês e o carneiro longamente sobre o assunto, e depois ela sentenciou:
— Toda noite, o carneiro ficou com as galinhas, e como as galinhas são muito apetitosas, a ocasião era favorável, eu julgo, segundo a minha consciência, que o carneiro não pôde resistir à tentação. Por consequência, eu ordeno que se execute o carneiro e que se dê a carne ao tribunal e, a pele, ao reclamante”.

Quando a Justiça vira política, a defesa é na política – TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

23/03/2016

Caso de PÓ-li-CIA

Filed under: CIA,Fascismo,Gestapo,Polícia Federal,STASI,Violência — Gilmar Crestani @ 6:45 am
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pfSeria hilário, não fosse trágico. Quando se adentra a escuridão do fascismo, a perna treme até para inocentes. E assim se explica o uso da prisão preventiva como método para obter confissão. Se a moça tivesse sido presa, pelo terror que confessa, entregaria pai, mãe e vizinhos.

No logotipo da viatura está escrito POLiCIA, em maiúsculo, mas com “i” minúsculo? Por quê? Este “i” é una conjunção? Se fossem em espanhol escreveriam POLyCIA?! Isso tem a ver com a denúncia, que é antiga, de que a CIA paga e comanda?

A Polícia Federal, que seria um contrapeso, virou a STASI do MPF?! Há um livro que explica o momento atual da Polícia Federal, bom para se entender o momento em que estamos vivendo: “Os Carrascos Voluntários de Hitler”.

Vão dizer, em relação à prisão da moça, como também disseram em relação à cunhada do Vaccari, perdas colaterais. A mesma explicação que a CIA dava para as bombas jogadas sobre hospitais e escolas no Afeganistão. O problema que nem todas as vítimas são jornalistas e dispõem de espaço em jornal do tamanho do Estadão.

Por que eles batem na porta da Paula Marinho? Ou por que não tocam o interfone da Cláudia Cruz, ou da Andrea Neves? Também são mulheres e todas citadas na Lava Jato! Covardia?

Não fosse jornalista a vítima, não ficaríamos sabendo. É deste Estado Policial que estamos com medo. E da seletividade nas escolha das vítimas. Quer ver como isso funciona? Tem um jornalista chamado Diego Escosteguy nas redes sociais pregando violência contra o Ministro Teori Albino Zavascki. A PF vai bater na porta do apartamento dele?

Lembremos que, pelo andar da carruagem, presunção de inocência só existe para golpista. Ninguém deve esquecer que a Folha de São Paulo, ao ser pega publicando uma Ficha Falsa da Dilma, saiu-se com esta explicação: “O segundo erro foi tratar como autêntica uma ficha cuja autenticidade, pelas informações hoje disponíveis, não pode ser assegurada – bem como não pode ser descartada.” Como quem diz, é verdadeira, pelo menos até que a vítima consiga provar que é falsa. A inocência da moça, pelas informações disponíveis, não pode ser assegurada,mas também não pode ser descartada. Presume-se a culpa!

A Gestapo de Moro. Ou para que jornalistas saibam como começa a sanha fascista sobre a imprensa

Por Fernando Brito · 22/03/2016

nazi

A matéria foi publicada sem uma explicação, sem uma indignação, sem um protesto.

Para “cumprir tabela” da liberdade que está sendo atropela.

Não pelos “bolivarianos”, mas pelos beleguins de Sério Moro.

O relato, publicado por uma repórter do Estadão, sob nome fictício, sem uma linha de protesto do jornal.

Só muitas horas mais tarde o jornal assumiu o nome de sua profissional, provavelmente por insistência dela prórpai e da redação, envergonhada pela covadia.

O Estadão nem sequer merece os versos de Camões e os doces das receitas que estampava na época da (outra) ditadura.

Nojo profundo.

E aviso: na minha porta são serão tratados como agentes do Estado.

Serão tratados como o que estão consentindo ser: agentes da Gestapo.

O dia em que a PF bateu na minha porta

Luciana Amaral ,antes identificada com nome fictício no Estadão

Hoje de manhã fui acordada com batidas na porta do meu apartamento e um sonoro: “Polícia Federal, abre a porta”. Como jornalista, já cobri várias operações da PF, mas nunca pensei que acabaria incluída em uma delas.

Ainda sonolenta, não sabia bem ao certo que horas eram. Meu cachorro acordou assustado e foi ver quem era. E eu continuava tentando entender o que acontecia. Pensava se não estava sonhando com o noticiário do dia a dia.

Só que as batidas continuavam. Assim como o insistente: “PF, abre a porta agora. Temos um mandado de busca e apreensão nesse endereço.” Não conseguia acreditar. Logo eu, que, como diz o ditado, nunca matei uma formiga e não gosto de escancarar minhas preferências políticas, apesar de, por ofício, precisar apurar casos de corrupção envolvendo políticos.

Sem saber como agir ou se aquilo era realidade, interfonei para o porteiro. Em resposta, ouvi: “É verdade. É a PF. Você vai ter que abrir.” Ok, fazer o quê? Quem não deve, não teme. Abri a porta ainda com a roupa de dormir e lá estavam três agentes da PF, dois do Paraná e um de São Paulo ­ nenhum japonês ­ além de duas pessoas do condomínio, como testemunhas. Os policiais se apresentaram e falaram que estavam ali a mando do juiz Sérgio Moro, como parte das investigações da Lava Jato. Li o mandado. Percebi que estavam atrás, principalmente, de dinheiro vivo.

Eu nem tinha tido tempo de abrir o jornal e saber da nova etapa da operação, nem dos atentados na Bélgica. Eu só conseguia pensar “Logo eu? Logo eu?”.

Atendi a porta. “Ok, podem entrar, mas pelo menos me deixem trocar de roupa.” Fui para o quarto, me arrumei e fui ver no que a visita ia dar.

Depois de fazerem festinhas com o meu cachorro, começaram o questionário. Agora, com tom de voz mais baixo. ­ Há quanto tempo você mora aqui?, perguntaram. ­

Um mês e meio, é alugado, respondi. ­

Com o que trabalha? ­

Sou jornalista

­ De onde?, quiseram saber. ­

Do Estadão. ­

Você cobre a Lava Jato? ­

Não, estou na editoria de Política agora, mas já cobri operações da PF em Brasília. ­

Você é de Brasília?

Tem informações privilegiadas da Lava Jato? ­

Não. ­

Você tem parentes políticos, ministros ou ligados a empreiteiras? ­

Não. ­ Você tem algum cofre aqui em casa?

Neste momento, apenas ri.

Depois de mais algumas perguntas e respostas, sempre me explicando o passo a passo da ação deles ali, os agentes pediram para abrir os armários do quarto. Deixei. Como não havia nada de excepcional para ver, logo voltamos para a sala. Papelada assinada, notificando que nada constava naquele endereço. Disseram que iriam atrás do antigo locatário: “Esse vai ser investigado.” Conversamos ainda um pouco sobre a situação política do País, a vizinhança do prédio e a viagem dos policiais paranaenses até São Paulo. Falaram para eu tirar o cachorrinho da varanda. “Não deixa ele preso lá não, tadinho. Ele deve estar estranhando todo esse povo na casa dele.” Se despediram de mim. ­

Gente, vamos embora que ela tem que trabalhar.

Muito bem. Eu tinha mesmo que trabalhar. Desejo que a investigação siga o seu rumo. Mas uma coisa é certa: este dia vai ficar marcado como o dia em que caí na Lava Jato. De paraquedas

PS. Veja aqui como o texto foi originalmente publicado com nome ficticio

ficticio

A Gestapo de Moro. Ou para que jornalistas saibam como começa a sanha fascista sobre a imprensa – TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

13/03/2016

Riocentro

A cadela do fascismo, como profetizou Bertold Brecht, está sempre no cio.

E se o ovo da serpente fascista chocou é porque as instituições que deveriam zelar pelo respeito às leis falharam. Onde estavam a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Poder Judiciário que deixaram passar batido o atentado do Riocentro? Neste caso não há sequer a desculpa da lei de anistia, porque foi cometido depois da referida lei. O que prova que nossas instituições também estão impregnadas de autoritarismo excludente.

Se nossas instituições tivessem funcionado para punir os ditadores e seus crimes, inclusive as empresas que apoiaram o golpe e com ele se locupletaram, os fascistas que hoje engrossam a marcha dos zumbis pensariam duas vezes antes saírem do armário.

É por isso que, em pleno século XX, seres vivos com diplomas universitários ousam defender golpe militar e ditadura. A cadela do fascismo perdeu o pudor e trepa no meio da rua com uma matilha de cães raivosos. O suprassumo do despudor é que vestem camisas padrão FIFA com escudo da CBF. Entidades que dispensam maiores comentários em relação ao que há de pior em termos corrupção.

Tinha decidido abandonar este blog, depois de mais de vinte anos de luta na internet, para não me deixar contaminar pelo mesmo ódio com que atacam. Não há o mínimo de racionalidade. É só ódio. Ódio de perdedor intoxicado. Todas as pessoas com quem converso repetem o mesmo discurso surrado da Rede Globo. Ficam apopléticas quando ouvem razões que não saem dos meios golpistas. Qualquer pensamento fora do autorizado pelas cinco irmãs (Veja, Folha, Estadão, RBS & Rede Globo), desnorteia e só não mordem porque a boca já está cheia de baba.

Até a bispos da Igreja Católica resolveram se despirem da batina para insuflarem o ódio.

Eu que fui seminarista por seis anos vejo com muita tristeza que o demônio também comunga e veste batina. Diante de tanto sacrilégio, é uma lástima que não exista inferno. Caronte teria muito trabalho atravessando o caronte com sua barca repleta de pessoas que usaram o nome de Deus para blasfemarem. Conspurcam a fé com práticas fascistas.

No livro Batismo de Sangue do Frei Beto, que li quando ainda era seminarista, fica-se sabendo que o Bispo de Porto Alegre à época, D. Vicente Scherer, era um dos dedos dura da repressão. O mesmo que depois foi esfaqueado no Bairro Medianeira por meninos que assediava sexualmente.

Se os golpistas de 1964 continuam ativos é porque ninguém fez nada para puni-los. Em quase dezesseis anos de governo a esquerda continuou se conspurcando com a Rede Globo. Ninguém se importou em fazer com que a golpista perdesse a concessão pública. Pior, continuam jorrando publicidade para um grupo que sempre se locupletou, por todas as formas possíveis com o dinheiro público. A parceria no caso Miriam Dutra x FHC é apenas a cereja do bolo.

Pior do que os fascistas que saem dos armários como hienas são as pessoas que deveriam zelar pelo respeito às leis e às instituições públicas mas se aliam aos violadores. Como na Síndrome de Estocolmo, as vítimas da ditadura não se cansam de, iguais às mariposas, entrarem no cio toda vez que veem um holofote.

Os milhares de crimes impunes da ditadura é o estrume do qual brotam os fascistas que hoje querem derrubar exatamente uma pessoa sobre a qual não pesa uma vírgula de acusação, e que foi a grande vítima da ditadura, Dilma. Tudo para proteger verdadeiros toxicômanos, e toda sorte de corruptos que, não fosse seu governo republicano, ainda posariam de varões de Plutarco.

Os midiotas que compram por verdade o discurso golpista dos assoCIAdos do Instituto Millenium é uma manada de bovinos que se deixam amadrinhar por uma égua também no cio, a Rede Globo.

Como na fábula da rã e do escorpião, o golpismo é da natureza da Rede Globo. Além da sonegação, claro…

16/01/2016

Chico Buarque e o fascismo disléxico

odio da mdianO  comportamento fascista na internet é de fácil diagnóstico. De regra, o fascista é um sujeito monossilábico, que repete ad nauseam, termos que Goebbels da velha mídia criam para uso de seus midiotas amestrados. Como eles não conseguem sustentar uma discussão em alto nível, até porque o sobra em ódio falece em entendimento, passam à agressão simples e direta. O ódio é a face mais comum, mas há algo que é ainda pior. É a generalização, a perseguição ao grupo ao qual pertence o objeto de sublimação de suas frustrações. O fascismo ou quer resolver pelo grito, ou pela violência,duas faces da mesma moeda. Mas também pode ser por meio da violência institucional que, legalmente, pode calar e até eliminar seu divergente.

De um lado o ódio e o alvo sinalizado pelos laser da mídia, de outro uma frustração de conotação sexual; o prazer em odiar se conjuga com o eco que seu ódio encontra em quem o alimenta. É um jogo de retroalimentação. Retire da velha mídia figuras como Luis Carlos Prates, Lasier Martins, Merval Pereira, a redação completa de Veja e Época, âncoras da Rede Globo, em especial os mais identificados com a ditadura, como Alexandre Garcia e Rachel Sheherazade, e se sentirão órfãos. Os fascistas são como mariposas, se alimentam de holofotes.

Quanto ao Chico, a mim, para além de sua honestidade intelectual, está sua integridade como cidadão. Um único episódio ilustra de forma paradigmática: numa das tantas vezes em que esteve na Itália, Chico participou de um programa da RAI que era uma espécie de tributo, não de suas músicas, mas de sua personalidade cosmopolita. Em determinado momento um dos participantes fez-lhe a seguinte provocação:

– Chico, o que acontece no Brasil, que há tanta criança pelas ruas, trabalhando, mendigando?

– De fato, há, mas os problemas do Brasil prefiro tratar no Brasil. Minhas posições políticas são claras e as manifesto no Brasil. Nossos problemas temos de resolve-los com políticas nossas. Não se resolvem em foros internacionais.

Vivíamos os tempos de FHC e Chico se recusou a criticar, em solo estrangeiro, o governo de então. Chico, como artista universal que é, sabia que a crítica ao Brasil, na TV Italiana, em nada ajudaria, só pioraria.

Chico vai à Justiça por um basta nas agressões

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Artista processará o jornalista João Pedrosa, que publicou em seu perfil no Instagram, ao comentar uma foto da atriz Silvia Buarque, filha de Chico, ao lado do pai e da irmã Helena: “Família de canalhas!!! Que orgulho de ser ladrão!!!”; para Chico, chegou a hora de dar um basta às falsas acusações que circulam na internet, inclusive as de que ele é beneficiário da Lei Rouanet; em dezembro, o cantor foi alvo de agressão verbal ao sair de um restaurante com amigos, no Rio; o artista foi chamado de “merda” e “petista ladrão” por um grupo de jovens por fazer defesas ao governo do PT

16 de Janeiro de 2016 às 07:31

247 – Alvo recente de agressão verbal no Rio de Janeiro por defender o governo do PT, o cantor e compositor Chico Buarque processará por danos morais, junto com a atriz Marieta Severo e as filhas do casal, o jornalista paulista João Pedrosa.

No fim de dezembro, Pedrosa postou em seu perfil no Instagram ao comentar uma foto publicada pela atriz Silvia Buarque ao lado do pai e da irmã Helena: “Família de canalhas!!! Que orgulho de ser ladrão!!!”.

De acordo com o colunista Ancelmo Gois, para Chico, chegou a hora de dar um basta às falsas acusações que circulam sobre ele na internet, inclusive as de que ele é beneficiário da Lei Rouanet.

O colunista do Globo afirma que o artista não tem nada contra as leis do governo de incentivo à cultura, mas que nunca usou qualquer uma delas. A ação será defendida pelo advogado João Tancredo.

Em dezembro, o cantor foi hostilizado por um grupo de jovens ao sair de um restaurante com amigos no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro. Chico foi chamado de “merda” e “petista ladrão” por fazer defesas ao governo do PT (relembre aqui). Entre os jovens, estavam Álvaro Garnero Filho, filho do empresário e apresentador paulista Álvaro Garnero, e o rapper Túlio Dek, mais conhecido por ter namorado a atriz Cleo Pires.

Chico vai à Justiça por um basta nas agressões | Brasil 24/7

31/12/2015

Ressurgem fascismo no Brasil & Ku Klux Klan nos EUA

Estava escrito na marcha dos zumbis, o fascismo está renascendo, e ainda mais violento. Vimos como tudo isso aconteceu. Primeiro deram o nome de Primavera Árabe. Foi assim que as manifestações correram Egito, Líbia, Síria, Ucrânia, Venezuela e Brasil. Coincidentemente, todos países produtores de petróleo e, via de consequência, todos com participação dos EUA.

O racismo de matriz norte-americana brotou com força neste 2015. Foram vários episódios, uma mais estarrecedor com o outro. Como pano de fundo, a ideia vendida pela Rede Globo, para combater as cotas raciais, via Ali Kamel, de que “Não Somos Racistas”.

No Brasil FHC e José Serra, num convescote em Foz do Iguaçu, prometeram à Chevron que lhe entregariam a Petrobrax. Como sabemos, fica no Paraná a Meca dos adoradores da Petrobrax.

Como o impeachment subiu no telhado, e Aécio Neves é um banana que já deu cacho, vazou mais um malfeito do Napoleão das Alterosas, que virou um verdadeiro dossiê Aécio Neves. E este vazamento tem a ver com o limpa trilho da Folha com vistas a viabilizar o desfile de seu eterno candidato.

A onipresente bandeiro dos EUA alimentando o ódio fascista no Brasil!

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O ressurgimento da Ku Klux Klan no ano de seu 150º aniversário

Arturo Wallace BBC Mundo -30 dezembro 2015

Image copyright AP Image caption Capuzes brancos e cruzes em chamas são símbolos conhecidos da Ku Klux Klan, a maior e mais antiga organização supremacista branca dos EUA

"Tentam destruir a Klan desde seu nascimento, em 1865. Mas 150 anos depois continuamos aqui."

Quem fala assim é James Moore, ou "Kludd Imperial" – título equivalente ao de capelão – dos Cavaleiros Brancos Leais da KKK, enquanto se dirige aos presentes a um encontro da Ku Klux Klan na zona rural do Alabama, nos EUA.

Pouco depois, Moore diria que a mais conhecida organização supremacista branca do mundo conseguira 20 novos membros durante aquele evento.

A cena, registrada no documentário da BBC "KKK: a luta pela supremacia branca", se deu quando ainda faltavam alguns meses para o 150º aniversário da organização, fundada em 24 de dezembro de 1865.

Um século e meio depois de seu nascimento, a Ku Klux Klan parece estar recuperando certo protagonismo.

Image caption Grupo de simpatizantes da KKK se reúne no Alabama, no sul dos EUA

A organização está longe dos números que alcançou na década de 1920, mas diz estar recrutando cada vez mais integrantes para a "guerra de raças" que, 150 anos depois da Guerra de Secessão, parece estar em curso nos EUA.

A "ameaça islâmica" – para a KKK exposta em ataques como o de San Bernardino, na Califórnia, onde morreram 14 pessoas – e a chegada de imigrantes não brancos proporcionaram novos inimigos à organização, e, com eles, cada vez mais simpatizantes.

E muitos integrantes se sentem legitimados pelo discurso de políticos como o pré-candidato republicano à Presidência Donald Trump, que já defendeu a expulsão de todos os imigrantes latinos ilegais do país e a proibição da entrada de qualquer muçulmano.

Image copyright EPA Image caption Muitos acreditam que a retórica incendiária de políticos como Donald Trump acabe legitimando grupos racistas como a KKK

Mas o que é a KKK, e até que ponto se deve levar a sério essa organização e seus membros, que costumam queimar cruzes vestidos com capuzes brancos?

Supremacia branca

Historiadores apontam que a Ku Klux Klan foi fundada no Tennessee pouco depois da guerra civil americana, ou Guerra de Secessão (1861-1865), por um grupo de ex-soldados confederados (da região sul do país, derrotada no conflito). O nome foi inspirado na palavra grega para círculo: kuklos.

Originalmente concebida como um clube recreativo, a KKK rapidamente começou a atuar de forma violenta para intimidar populações negras do sul dos EUA e garantir a supremacia dos moradores de raça branca.

Image copyright Getty Image caption O filme clássico "O Nascimento de uma Nação", de D.W Griffith, marcou o primeiro "renascimento" da KKK

E, segundo a organização de direitos civis SPLC (South Poverty Law Center), houve elementos que deram mística ao grupo e contribuíram para sua popularidade: "títulos ridículos" (a autoridade máxima da KKK recebe, por exemplo, o nome de "mago imperial"), roupas com capuzes, ações noturnas violentas e a ideia de que o grupo era parte de um "império invisível".

Depis de um curto e violento período, a organização considerada pela Liga Antidifamação como "o primeiro grupo terrorista dos EUA" se desfez como resultado da pressão do governo federal, mas teve seus objetivos garantidos pela manutenção de leis segregacionistas no sul do país.

Na década de 1920, contudo, a crescente imigração católica e judia e a popularidade do filme "O Nascimento de uma Nação", de 1915, em que a KKK aparece como "mocinho" da história, contribuíram para o renascimento do grupo.

Ainda segundo a SPLC, quando a KKK organizou uma enorme marcha em Washington em 1925, o grupo tinha quatro milhões de membros e forte influência na política de Estados do sul dos EUA.

Image copyright Getty Hulton Archive Image caption A influência da KKK na vida política dos EUA era notável na década de 1920

"Uma série de escândalos sexuais, disputas internas por poder e investigações jornalísticas rapidamente reduziram sua influência", afirma a SPLC, fundada em 1971 para combater de forma legal as organizações supremacistas.

Direitos civis

A luta por direitos civis na década de 1960 resultaria em um interesse renovado pela filosofia do grupo, como o nome da KKK, roupas, rituais e práticas sendo adotados por diferentes grupos. Logo houve um novo recuo, resultado de mais disputas internas, julgamentos e infiltrações por parte de agências de governo.

"Desde sua criação, a Ku Klux Klan passou por vários ciclos de crescimento e colapso, e em alguns desses ciclos a KKK foi mais radical que em outros", afirma a Liga Antidifamação, conhecida pela sigla em inglês ADL.

Image copyright Getty Image caption A KKK mantém presença forte nos Estados do Sul dos EUA

"Mas em todas as suas incarnações, ela manteve sua herança dupla de ódio e violência", diz a organização, que estima haver hoje cerca de 40 filiais da KKK nos EUA, com 5.000 membros

A SPLC calcula esse número entre 5.000 e 8.000, "divididos entre dezenas de organizações diferentes – e muitas vezes antagônicas – que usam o nome da Klan."

Segundo a entidade de direitos civis, enquanto algumas dessas expressões da KKK são abertamente racistas, outras "procuram esconder seu racismo sob o manto de ‘direitos civis para brancos’".

A lista de inimigos da KKK também se ampliou pouco a pouco, para incluir não apenas negros, judeus e católicos (ainda que estes últimos tenham sido reconsiderados na década de 1970), mas também homossexuais e diferentes grupos de imigrantes, diz a ADL.

Guerra racial

"Os Estados Unidos nasceram como uma nação cristã e nossos valores cristãos estão sendo atacados", resume um membro da KKK, coberto pelo tradicional capuz branco, no documentário "KKK: A luta pela supremacia branca".

"Somos pessoas normais, viemos de todos os setores: um é professor de escola, outro trabalha em um hospital, há vários políticos", afirma James Moore, o "Kludd Imperial" dos Cavaleiros Brancos Leais.

Image copyright AP Image caption Um século e meio depois, integrantes da Ku Klux Klan continuam pregando sua "guerra de raças" nos EUA

"Nós, brancos, estamos infelizmente perdendo esta guerra, mas os brancos irão acordar. Uma pequena unidade militar pode derrotar os negros em questão de semanas, e a maior parte de nossa gente vem das Forças Armadas. Vamos retomar os EUA", afirma no documentário da BBC, transmitido pela primeira vez em outubro.

Em uma primeira análise, a ameaça pode parecer uma simples bravata amparada pela primeira emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão e acaba protegendo a KKK e seus membros – desde que não promovam violência.

Mas é fato que essa filosofia não deixa de ter consequências reais.

Para integrantes da KKK como Charles Murphy – "Grande Dragão" da KKK para a Carolina do Sul –, provocar essa "guerra de raças" foi o objetivo declarado do jovem Dylann Roof, que em junho matou nove pessoas em uma igreja frequentada por negros em Charleston.

Roof não tinha relação com a KKK, mas, segundo Murphy, "foi isso (provocar guerra racial) que ele disse que queria".

"Se (os negros) querem uma guerra de raças, que demos uma a eles antes que eu morra. Quero poder ver isso", acrescenta o integrante da KKK no documentário.

Legitimidade

Por esses e outros motivos, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou após o ataque em Charleston que o país "ainda não se curou do racismo".

E mesmo que nenhum político americano endosse abertamente atos racistas ou a própria KKK, há quem veja com preocupação os rumos da atual pré-campanha presidencial no país.

Image caption A KKK diz que a adesão à organização vem crescendo nos EUA

O ex-líder da KKK David Duke, por exemplo, celebrou publicamente as propostas de Trump, e o descreveu como o melhor entre todos os pré-candidatos republicanos à Casa Branca.

Em entrevista publicada em 23 de dezembro em seu canal no YouTube, Duke – que se afastou da KKK em 1980, depois de uma tentativa frustrada de modernizar a organização – disse que Trump é até mais radical do que ele.

"Muitos grupos da KKK procuram se aproveitar do medo e da incerteza usando sentimentos xenofóbicos para fins de recrutamento e propaganda", alertou recentemente a Liga Antidifamação.

Image copyright AP Image caption A Constituição dos EUA garante a liberdade de expressão e acaba assegurando a manifestação de grupos como a KKK

Para o fundador o site supremacista branco Stormfront, Don Black, o discurso incendiário de Trump está alcançando o mesmo objetivo.

Ele disse que seu site registra um aumento de audiência de até 40% toda vez que declarações racistas de Trump são destaque na mídia.

E esse fenômeno também se expressa entre membros da KKK e de outros grupos que promovem a supremacia branca.

"A desmoralização é o pior inimigo (dessas organizações), e Trump está mudando isso", disse Black, segundo o site Politico.

"Ele fez com que seja aceitável falar sobre as preocupações dos americanos de origem europeia", acrescentou.

"E certamente está criando um movimento que continuará independentemente de Trump, inclusive se ele recuar em algum momento", concluiu o supremacista, em declaração que soa como uma advertência.

O ressurgimento da Ku Klux Klan no ano de seu 150º aniversário – BBC Brasil

Voo do ovo

cunhas2015 foi o ano em que descasou a desova do Instituto Millenium. O ovo da serpente chocado pelos grupos mafiomidiáticos teve seu avant première na abertura da Copa do Mundo de 2015, no Itaquerão. Na oportunidade, os reis dos camarotes vips da Multilaser, Banco Itaú, as paneleiras de Higienópolis e jornalistas a R$ 70 mil reais mensais xingaram a Presidente Dilma. Todos vestiam, assim como na Marcha dos Zumbis, a camisa Padrão FIFA da CBF. Uma justa homenagem aos seus ídolos João Havelange, J. Hawilla, José Maria Marin, Ricardo Teixeira, Marco Polo del Nero. Por fim, açularam Eduardo CUnha que pensavam ser um pitbull com guia e focinheira à serviço do golpe paraguaio.

Em Porto Alegre, os midiotas da RBS empunharam uma faixa e a grudaram na grade do 3º exército com o sugestivo slogan: “Somos milhões de CUnhas”. Por todo Brasil, os órfãos do Napoleão das Alterosas, o amigo de FHC, tornaram-se violentos combatentes da corrupção alheia. Tudo para que a própria continuasse como sempre foi. O exemplo da Operação Zelotes, a Lista Falciani do HSBC estão aí para mostrar o quanto existia de verdade no lema do MFP de combate a corrupção.

O Poder Judiciário teve sua parcela de culpa. Começou com os vazamentos seletivos de caça ao Lula e terminou com canto de torcida do STJ no twitter. 

Resumindo: 2015 foi o ano em que os cães ladraram com mais raiva, mas a caravana passou.

Jornalista, Alceu Castilho publica artigos no site Outras Palavras

O ano em que fascistas definiram alvos e cores

30 de Dezembro de 2015

Luciano Marra:

Por Alceu Luís Castilho (@alceucastilho), do blog Outras Palavras

Em agosto, uma mulher vestiu-se de vermelho e caminhou pela Avenida Paulista, em São Paulo. Foi chamada de “putinha”, “vagabunda”, “corrupta”, “velha doida”. Manteve a dignidade:

17/08 (São Paulo): “Dama Vermelha”: a história da mulher que enfrentou o ódio na Paulista

Outros que ousaram vestir vermelho – ou defender o governo, ou combater o golpismo – durante manifestações de direita foram xingados, agredidos, expulsos do local. Em muitos casos, com escolta policial absolutamente tolerante às agressões:

15/03 (BH): Em Belo Horizonte, faixas pediam intervenção militar e camisa do PT foi pisoteada por participantes
15/03 (Manaus): Manifestantes atearam fogo na bandeira do PT em Manaus
16/08 (Rio, São Paulo, Curitiba): Protestos anti-PT registram agressões a quem veste camiseta vermelha
15/03 (Rio): Comunista apanha e sai de camburão

O ódio mais recente ao Partido dos Trabalhadores (que recicla o velho ódio ao comunismo) foi um dos motores dessas expressões fascistas em 2015. Ao lado da covardia, do espírito de manada que acossa manifestantes pouco instruídos e pouco tolerantes. Mas não o único. Basta discordar:

15/03 (Rio): Nas areias de Copacabana, homem é hostilizado e expulso de protesto contra Dilma por portar bandeira de luta pela moradia
31/03 (Rio): Jovem diz ter sido agredido por PMs após contestar ato pró-militares no Rio
16/08 (Londrina, PR): Estudantes da UEL são agredidos em protesto contra governo em Londrina
02/11 (Natal): Jovens são agredidos covardemente por líderes pró-impeachment na cara de policiais; manifesto pede punição

SEM LIMITES

Houve até quem se dispusesse a invadir residências, tamanho o descontrole:

15/03 (São Paulo): Em São Paulo, manifestantes ameaçam invadir um sobrado ocupado por sem-teto
28/02 (Chapecó, SC): Em Chapecó, invasão para retirar bandeira do MST

Bebê no colo? Fascista que é fascista não está nem aí:

19/05 (São Paulo): SP: com bebê no colo, ex-CQC é hostilizado por “paneleiros”

Note-se, aliás, que a intolerância política caminha de mãos dadas com outros obscurantismos:

15/04 (Belo Horizonte): Grávida que posou de lingerie é agredida verbalmente em BH

SAUDADES DA DITADURA

Em muitos momentos foi como se estivéssemos em 1964. Defensores da ditadura, da tortura, colocaram suas garras para fora, numa escala ainda maior que a dos protestos de 2013 – quando já se desenhava a intolerância obscurantista nas ruas:

15/03 (Recife): Ato em Recife tem hino das Forças Armadas e defensores da ditadura
15/03 (São Paulo): Ex-agente do Deops vira celebridade no 15 de Março paulistano

E, se é para ter saudades do último regime ditatorial, alguns se propuseram a fazer o pacote completo:

31/07 (São Paulo): Instituto Lula é alvo de ataque a bomba

Esta notícia de janeiro mostra que um coronel defensor do nazismo ajudou a incitar a pancadaria da polícia, no Rio:

03/01 (Rio): Oficiais da PM do Rio incitaram pancadaria contra black blocs

Vale assinalar que a pujança intelectual não se revela o forte de alguns desses manifestantes:

12/04 (São Paulo): Integralista xinga Montesquieu e pede fim da divisão dos Poderes

‘HOSTILIZADOS’

A intolerância não ocorre apenas nas manifestações contra o governo. Sair às ruas pode ser motivo para linchamentos morais. E a imprensa nem sempre mostra atenção especial a essas violências.

Observem a palavra utilizada nos títulos abaixo para os insultos sofridos por Chico Buarque, no Rio, e João Pedro Stédile, em Fortaleza:

23/09 (Fortaleza): Líder do MST é hostilizado no aeroporto de Fortaleza
22/12 (Rio): Chico Buarque é hostilizado por grupo antipetista no Rio

No caso de Chico Buarque, boa parte da imprensa falou que o músico se envolveu em um “bate-boca” – quando o vídeo mostra que, mesmo sendo chamado de “um merda”, ele se comportou de modo civilizado.

Outras personalidades foram ofendidas e intimidadas em lugares públicos. Entre eles, políticos. Como o ministro Patrus Ananias, o ex-senador (e secretário dos Direitos Humanos em São Paulo) Eduardo Suplicy e o ex-ministro Guido Mantega. Este último, mais de uma vez. Em um restaurante e em um hospital.

‘ISTO É UMA DEMOCRACIA’

A senhora que vestia vermelho na Paulista lembra, singelamente, que vivemos em uma democracia. As imagens dela sendo agredida pelos manifestantes e a fleuma com que reage às ofensas estão entre as mais significativas de 2015:

O ano em que fascistas definiram alvos e cores | Brasil 24/7

24/12/2015

Quer saber como o nazismo se tornou viável?

Filed under: Eduardo Cunha,Fascismo,MPF,Nazismo — Gilmar Crestani @ 11:19 am
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Há um livro que ajudam a entender a marcha nazi-fascista no Brasil, Os Carrascos Voluntários de Hitler. Hoje, o MPF abriga uma corja que engrossa a marcha insensatez. O proselitismo político em que deveria zelar pela legalidade, sem qualquer eufemismo, torna possível o que se pensava impossível alguns anos atrás, o renascimento nazi-fascismo. A atitude isolada de magarefe do direito somada aos zumbis que cercam nas ruas e restaurantes pessoas como Guido Mantega e Chico Buarque são exemplo de que não estamos livres de retrocessos institucionais. A cobertura a atitudes como a deste militante dos toxicômanos pelos grupos mafiomidiáticos ajuda a explicar a marcha dos zumbis que querem derrubar uma Presidente recém eleita contra a qual não pesa, admitido até por alguns dos seus mais ferozes adversários políticos, nenhum irregularidade.

Ao se somar a personagens como Aécio Neves e Eduardo CUnha resta o velho ditado: diga-me com quem andas e direi quem és!

O procurador militante do TCU

qui, 24/12/2015 – 09:56 Atualizado em 24/12/2015 – 10:16 – Luis Nassif

O Procurador Júlio Marcelo de Oliveira, do Ministério Público do Tribunal de Contas, é militante político. Comparece a passeatas a favor do impeachment e, em sua página do Facebook, ele é a esposa conclamam as pessoas a aderirem à movimentos como ˆVai pra rua".

É direito do cidadão, é imprudência do procurador. Do servidor público exige-se isenção política. O servidor que se vale de preferências políticas no exercício das funções de Estado desrespeita a cidadania, o serviço público e compromete sua própria corporação.

***

Quando levantou as "pedaladas", Júlio comportou-se tecnicamente, inclusive quando apontou as diferenças de dimensão entre 2014 e anos passados. Quando passou a superdimensionado seus efeitos, a botar fogo no TCU por uma punição radical, exagerou. Mas, ainda assim, se poderia atribuir ao excesso de zelo com a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Não ficou nisso. Passou a torpedear, uma a uma, as tentativas de amenizar os efeitos da Lava Jato na economia. Não se limitava apenas a torpedear as parcas iniciativas do governo, mas a proferir juízo de valor sobre temas como a lei de leniência.

Quando crítica o fato de haver muitas instâncias de leniência e o acusado poder fazer um leilão com a mais leniente, é uma opinião técnica. Quando investe contra qualquer acordo, e defende que a única punição correta é aquela que líquida com as empresas, age politicamente – e irresponsavelmente.

***

Como também age politicamente quando recorre a esse execrável expediente de barganhar reportagens e de alimentar blogs e publicações empenhadas na campanha do impeachment. E tira de vez a máscara quando avança decididamente para além das chinelas e, em entrevista à BBC Brasil defende claramente o impeachment como punição para as pedaladas.

Ontem, mais uma vez exerceu a militância, ao entrar em juízo de valores sobre a motivação do vice-presidente Michel Temer em assinar medidas que podem ser caracterizadas como pedaladas, como se o jurista e parlamentar ladino fosse um insuficiente necessitando de apoio da autoridade pública.

O fato de aparecer em passeatas pró-impeachment e de todos – literalmente todos – seus pareceres serem contra o governo compromete não apenas a ele. Ele é o responsável por sua biografia. Mas afeta a imagem de todos os procuradores que trabalham seriamente e respeitam princípios como o da impessoalidade no serviço público

***

A crise política e a Lava Jato – somada à inação do governo – já derrubaram o PIB em 2 pontos percentuais adicionais. Não dá mais para usar a crise como holofote para exibicionismos irresponsáveis, valendo-se do poder que foi conferido pelo Estado.

Seja a favor ou contra o governo de plantão, é um ativismo irresponsável para com o país.

O procurador militante do TCU | GGN

Gilberto Dimenstein, o jumento da Folha

Filed under: Chico Buarque,Fascismo,Gilberto Dimenstein,Violência — Gilmar Crestani @ 9:21 am
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E ainda há gente que não descobriu quem chocou a horda fascista. Além dos donos, há penas de aluguel, como esta do Gilberto Dimenstein. Não existisse internet, e todos ficaríamos com as versões das cinco irmãs mafiosas (Folha, Estadão, Veja, Estadão, Globo & RBS). Eles são os verdadeiros chocadores do ovo da serpente.

Como o Dimenstein não é um idiota, só posso concluir que seus fascismo, seu estrabismo ideológico é de caso pensado. Não se trata de alguém manipulado, mas de alguém que, por interesses escusos, manipula. Se fosse um idiota eu perdoaria, como ele tem conhecimento suficiente para discernir, só posso achar que se trata de um fdp, de um mau caráter.

Desde quando é bate boca alguém ser interpelado na rua por quem não conhece e ser cobrado por suas posições políticas? Se isso não fascismo então não sei o que seja fascismo.

Maria Frô perde a paciência com Dimenstein: e se fosse o inverso?

publicado em 23 de dezembro de 2015 às 19:05

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por Conceição Oliveira, a Maria Frô, no Instagram

Não vejo petistas atacando na rua gente como Dimenstein, Noblat e o restante daqueles que perderam a vergonha em defender o golpe.

Petistas não  atacam nas ruas os tucanos envergonhados, desses que se dizem defensores da educação, mas apoiam Serra, Richa, Perillo, Aécio e o fechador de escolas e batedor de alunos: Alckmin.

Se os petistas agissem como esses asnos que tentaram acossar Chico, Dimenstein iria ver a ‘boa medida’ de aprovação dos governos tucanos que ele não cansa de defender.

Que sorte que entre os petistas não tem fascistas, asnos, gente ignara, estúpida e inútil.

PS do Viomundo: Em sua página no Facebook, a blogueira traz informações sobre o Rolezinho do Chico, marcado para o próximo dia 29 no Leblon, além da impagável reprodução abaixo:

Captura de Tela 2015-12-23 às 19.00.35

Maria Frô perde a paciência com Dimenstein: e se fosse o inverso? – Viomundo – O que você não vê na mídia

23/12/2015

Rapaz de vida fácil odeia quem não se prostitui

Dizer que se trata de um playboy nazi-fascista é deixar passar em branco quem pôs e chocou o ovo da serpente. Os nazi-fascista estão cada vez mais desenvoltos a partir do momento em que o Napoleão das Alterosas frustrou a expectativa dos a$$oCIAdos do Instituto Millenium de voltarem a encher as burras de dinheiro, como nos bons de tempos de FHC. O que seria num governo Aécio pode ser visto em São Paulo: os sucessivos governos do PSDB nestes mais de 20 anos que transformaram São Paulo numa Capitania Hereditária milhares de assinaturas da Veja, Estadão, Folha são distribuídos pelas escolas públicas de São Paulo. São eles, os grupos mafiomidiáticos os que plantam e espalham ódio. Estes fascistas não se sentiriam tão à vontade não fosse a cobertura e o incentivo que lhe dão os verdadeiros mentores.

A história do avô do rapaz que ofendeu Chico

A história do avô do rapaz que ofendeu Chico

ter, 22/12/2015 – 22:52 – Luis Nassif

O primeiro instante de celebridade do neto foi fotografar-se aos beijos com o ex-jogador Ronaldo.

O rapaz que ofendeu Chico Buarque é pouco informado sobre as aventuras de seu avô, Mário Garnero com o PT.

Garnero foi uma liderança estudantil importante. Depois, casou-se com uma herdeira do grupo Monteiro Aranha e passou a representar o sogro no capital da Volkswagen. Lá, como diretor de Recursos Humanos, conheceu e aproximou-se de Lula e dos sindicalistas do ABC.

Mas toda sua carreira foi pavimentada no regime militar.

Foi responsável por um seminário internacional em Salzburg, visando vender o país aos investidores externos no momento em que os ecos do Brasil Grande projetava a imagem do país no mundo.

Do seminário nasceu o Brasilinvest, um dos primeiros bancos de investimento do país tendo como acionistas diversos grupos internacionais. Garnero arrebentou com o banco desviando recursos para holdings fantasmas, como forma de se capitalizar para conquistar o controle absoluto da instituição. Quando terminou a operação, viu-se dono de um banco quebrado.

Antes disso, era o menino de ouro dos militares. Tornou-se num anfitrião de primeiríssima acolhendo em sua casa, ou em um almoço anual nas reuniões do FMI, a fina nata do capitalismo mundial. Tornou-se, de fato, um dos brasileiros mais bem relacionados do planeta. Mas jamais conseguiu transformar o relacionamento em negócios legítimos. Não tinha a visão do verdadeiro empreendedor. Terminou cercado por parceiros de negócio algo nebulosos.

Acabou se convertendo na bomba relógio que João Batista Figueiredo deixou para Tancredo Neves. A desmoralização final dos militares foram os escândalos da Capemi, brilhantemente cobertos para a Folha pelo nosso José Carlos de Assis.

Figueiredo impediu Delfim Netto de ajudar Garnero, vaticinando: o Brasilinvest será a Capemi do Tancredo. A razão maior era a presença, no Conselho de Administração, de Aécio Cunha, pai de Aécio e genro de Tancredo. E também de personagens de peso na vida nacional da época, como o presidente da Volskwagen Wolfgang Sauer, Helio Smidt, da Varig  e o publicitário Mauro Salles.

Colhi depoimento de Sauer sobre o episódio e testemunhei o alemão de ferro chorar na minha frente pela traição do amigo Garnero.

Percebendo a armadilha, Tancredo incumbiu seu Ministro da Fazenda, Francisco Dornelles, de não facilitar em nada a vida da Brasilinvest. Da derrocada de Garnero, valeu-se Roberto Marinho para tomar-lhe o controle da NEC Telecomunicações.

Depois disso, continuou a vida tornando-se uma espécie de João Dória Junior internacional. Aos encontros anuais da Brasilinvest comparecia a fina flor do capitalismo – e modelos belíssimas. Aliás, a capacidade de selecionar mulheres era uma das especialidades de Garnero, que conseguiu um encontro de Gina Lolobrigida para seu sogro.

No início do governo Lula, Garnero valeu-se da familiaridade dos tempos de ABC para se aproximar de José Dirceu, ainda poderoso Ministro da Casa Civil. A aproximação lhe rendeu prestígio e bons negócios.

Graças a ela, conseguiu levar o Instituto do Coração para Brasília, em um episódio controvertido que estourou tempos depois, com boa dose de escândalo. Aliás, até hoje respondo a um processo maluco do Mário Gorla, o sócio de Garnero no empreendimento. Esteve também por trás dos problemas do Instituto do Coração em São  Paulo.

Quando os chineses começaram a desembarcar no Brasil, fui procurado por analistas da embaixada da China interessados em informações sobre o país. E me contaram que estavam conversando com um BNDES privado. Indaguei que história era essa. Era o Brasilinvest – na ocasião um mero banco desativado, localizado em uma das torres do conjunto Brasilinvest na Avenida Faria Lima. Não sabiam que Garnero já se desfizera totalmente do patrimônio representado pelas torres. E tinha um banco de fachada.

Garnero ajudou na aproximação de Dirceu com parte dos empresários norte-americanos. Na véspera do estouro do "mensalão" Dirceu já tinha uma viagem agendada para Nova York organizada por ele.

Sem conseguir se enganchar no governo Lula, Garnero acabou se dedicando ao setor imobiliário. Os filhos não seguiram sua carreira, internacionalmente brilhante, apesar dos tropeços. Ficaram mais conhecidos pelas conquistas e pela vida vazia.

Já o neto consegue seu segundo instante de celebridade. O primeiro foi em um vídeo polêmico, simulando um agarra com o ex-jogador Ronaldo.

A história do avô do rapaz que ofendeu Chico | GGN

 

O jovem incoerente que provocou Chico Buarque

22 de dezembro de 201523 de dezembro de 2015Marcelo Auler

Matéria reeditada no dia 23/12, às 07h43, para acerto de informações. Errei ao postar que Alvaro Garnero Filho filiou-se ao PRB. Na verdade, foi seu pai, Alvaro Garnero, quem se filiou e chegou a se inscrever para disputar a Câmara Federal em 2014, mas acabou renunciando. Peço desculpas pelo erro. Mas ele não compromete as demais informações.

Marcelo Auler

A esta altura, na internet, já “viralizou” o vídeo que a Glamurama , de Joyce Pascowitch, postou com o bate-boce entre Chico Buarque e os jovens Alvaro Garnero Filho e Tulio Dek, em mais uma clara demonstração de intolerância política com quem pensa diferente. É óbvio, que nos dias atuais de radicalismo à flor da pele, haverá sempre quem defenda um ou outro. Dependerá da ideologia política de cada um. A questão, porém, passa por outra discussão comum nos dias atuais: a incoerência.

chico buarqueEla veio de um dos jovens que cobraram do compositor, cantor e, escritor o fato dele “morar em Paris” com base, certamente, como disse o próprio Chico, na leitura de Veja.

Erraram, pois, é público que ele mora no Rio, onde anda diariamente pelas ruas e passa por centenas de pessoas sem ser importunado como ocorreu na noite de segunda-feira, na saída de um restaurante.

O importunaram e ainda filmaram a provocação, na expectativa de posarem de heróis – da direita xiita – por alguns momentos nas redes sociais.

Mas, enquanto Chico não faz de seu imóvel na cidade luz e de suas temporadas de recolhimento por lá um trampolim para as páginas de jornais e menos ainda colunas sociais, o mesmo não se pode falar de um dos rapazes que o provocaram com base em informação errada: “Para quem mora em Paris é fácil, não? Você mora em Paris”.

Álvaro Garnero Filho, assim como o pai, é figurinha fácil nas colunas de fofoca e futilidades. Basta googlar seu nome que logo aparecem fotos das quais deve ser orgulhar. Afinal, há gosto para tudo.

Não se sabe se os familiares de Alvarinho, forma como Lu Lacerda o trata em sua coluna social, possui imóveis no exterior. Certamente sim, pois seu bisavô era Joaquim Monteiro de Carvalho, que entre outros feitos trouxe para o Brasil empresas como a Volkswagen, a Peugeot e a Moët & Chandon. Já o avô, Mario Garnero, é o dono do Brasilinvest, um banco de negócios que em 1985 foi liquidado extrajudicialmente pelo Banco Central.

Alvarinho pode até não dispor de imóveis da família em outros países, nem por isso, porém, deixa de desfrutar “.La Doce Vita”. E isto está mais registrado nas colunas de fofoca do que as visitas de Chico Buarque a Paris.

Alvarinho e Álvaro Garnero com o DJ Jach E em Saint-Tropez férias com o filho 29.07.2013

Alvarinho e Álvaro Garnero com o DJ Jach E em Saint-Tropez férias com o filho 29.07.2013

   Em julho de 2013, por exemplo, a coluna de Lu Lacerda registrava o curioso ingresso do Alvaro Garnero pai no mundo político. Ele assinou a ficha de filiação ao Partido Republicano Brasileiro (PRB) do senador “Marcelo Crivella (RJ) que, na época, ocupava o Ministério da Pesca, por conta de seus  conhecimentos em piscicultura.

Pois, enquanto o pai se filiou ao partido cujo político maior ocupou um ministério do governo Dilma Rousseff, do  Partido dos Trabalhadores, o fiçlho e seus amigos classificam os petistas e seus apoiadores, como Chico Buarque de “merdas”.

A nota do anúncio da filiação tinha como ilustração uma foto de pai e filho. Não estavam em nenhum evento político. Muito menos em uma atividade produtiva. Mas ao lado do  do DJ Jack-E  em uma boite em Saint Tropez, uma pequena comuna francesa, localizada na região de Provence-Alpes-Côte d’Azur, no departamento de Var, na definição da enciclopédia livre Wikipédia.

Um ano depois, Alvaro Garnero Filho voltou não apenas a uma, mas a algumas colunas sociais. Foi em  agosto de 2014. Todas registravam, com louvor o grande feito do jovem, então com 18 anos, estava “pegando”, ops!, namorando a socialite, atriz, cantora, empresária, escritora, estilista de moda, modelo, compositora e produtora norte americana, Paris Hilton, quinze anos mais velha.

Na coluna de Brfuno Astuto, de Época, o registro da pegação de Alvarinho com Paris Hilton. Namoro aprovado pelo pai.

Na coluna de Brfuno Astuto, de Época, o registro da pegação de Alvarinho com Paris Hilton. Namoro aprovado pelo pai.

As fotos do casalzinho enamorado foram feitas em Ibiza, na Espanha, lugar frequentado pelos mais endinheirados e badalados. Aliás, vale aqui repetir o que o colunista da revista Época – ele não lê apenas Veja, viu Chico Buarque! – registrou na nota:

“O verão europeu, mais precisamente em Ibiza, na Espanha, é o palco de um novo casal jet setter que tem dado o que falar: a socialite Paris Hilton e o estudante brasileiro Álvaro Garnero, conhecido entre os endinheirados paulistas como Alvarinho, filho do empresário e apresentador homônimo, que mora em St Moritz, na Suíça. “Estive com a Paris em Mônaco e ela é supersimpática, engraçada e bonita”, diz Álvaro pai, que aprovou o novo affair do rebento, de apenas 18 anos. “Ele tem 1,98 m de altura, é bonito de doer, gente boa, esportista e onde passa a mulherada fica louca. Eles estão empolgados, mas ele mora na Europa e ela nos Estados Unidos. Só com o tempo para saber se vai dar certo”

Descobre-se então que Alvarinho mora (ou morou) na Europa. Quem diria, logo ele que foi questionar Chico Buarque por ter um apartamento em Paris, pelo menos em agosto do ano passado, morava em St Moritz, na Suíça.

Estava na Suíça, namorando a atriz famosa e posando para colunas sociais enquanto no Brasil se desenrolava a eleição mais disputadas para a presidência da República. Nela, seu pai que chegou a se inscrever como candidato a deputado federal por São Paulo, fazendo uma previsão de gasto de R$ 6 milhões, acabou renunciando à candidatura.

Já Chico Buarque, como todos sabem, participou da campanha eleitoral, coerentemente, apoiando partidos e políticos em que sempre confiou, por motivos que nunca escondeu.

Abaixo, reproduzimos o vídeo postado pela Glamurama, da discussão de Alvaro Garnero e Túlio Deck com Chico Buarque na noite de segunda-feira (21/12) no Leblon. Mesmo aqueles que já o assistiram, vale a pena ver de novo, sabendo destes pequenos detalhes sobre o jovem Alvarinho. Mas, por favor, não cobrem coerência dele.

Inserir legenda de vídeo aqui

O jovem incoerente que provocou Chico Buarque | Marcelo Auler

 

No Rio, jovem diz que Chico Buarque é “um merda”; Folha e Estadão reproduzem vídeo sem xingamento e “culpam” a vítima

publicado em 22 de dezembro de 2015 às 18:16

Da Redação

Restaurante Sushi Leblon, Rio de Janeiro. Chico Buarque estava acompanhado por Eric Nepomuceno, Miguel Faria Jr. e Cacá Diegues. Na saída do jantar, foi abordado por um grupo de jovens.

Dentre eles estavam o rapper Tulio Dek e, segundo a colunista Heloisa Tolipan, Alvarinho, filho do empresário paulista Álvaro Garnero. Um terceiro jovem se identificou no vídeo como Guilherme Mota.

Tulio e Alvarinho tem em comum a amizade com o jogador Ronaldo, que chegou a participar da gravação de um videoclipe do rapper.

Alvarinho causou polêmica ao aparecer em um vídeo beijando e mordendo o pescoço de um Ronaldo bêbado.

Durante o bate boca, Chico Buarque foi chamado de “merda” por um dos playboys.

A TV Folha reproduziu vídeo do Glamurama — que primeiro noticiou o acontecido — que não inclui o xingamento a Chico Buarque.

O mesmo fez o Estadão.

Os jornais paulistas não mencionaram a ofensa, mas apenas o questionamento às convicções políticas de Chico Buarque. O Estadão enfatizou que Chico “bateu boca” e a Folha, que foi “questionado”. Uma forma descarada de culpar a vítima.

No Facebook, fãs de Chico repreenderam o comportamento do rapper.

Abaixo, trecho de uma das letras de Tulio Dek, em O Que Se Leva da Vida:

E nessa levada
Eu vou levando a minha vida
E não to nem aí se alguém duvida
Se a vida é guerra
Então vou guerrear
Se é zoação
Então deixa eu zoar
E se no Arpex eu relaxo
Vou relaxar
E se na Lapa eu batalho
Quero batalhar
E se o mar tá bombando
Então eu vou surfar
E se as mulheres tão dando mole
Por que não aproveitar?
Se vai rolar a festa
Vamos festejar
Se a barra tá pesada
Vamos segurar
Se o mundo acabar
Vou improvisar
Se só amor faz bem
Então deixa eu amar
Se teu amor é falso
Então sai pra lá
Se não tiver humildade
É melhor parar
Se tudo der errado
Então deixa eu te ajudar
Mas se eu pegar no mic
Não peça pra eu parar

Agora fiquem com Trocando em miúdos, de Chico Buarque e Francis Hime:

Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim!
O resto é seu

Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças

Aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer
Aquela aliança, você pode empenhar
Ou derreter

Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado

Aliás
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu

Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde.

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No Rio, jovem diz que Chico Buarque é "um merda"; Folha e Estadão reproduzem vídeo sem xingamento e "culpam" a vítima – Viomundo – O que você não vê na mídia

27/09/2015

MBL toma Rogerio Jelmayer por Fernando Gouveia

Filed under: Fascismo,Fernando Gouveia,Fernando Haddad,hiPÓcrita,Macarthismo,MBL — Gilmar Crestani @ 2:37 pm
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O MBL tem tanta autoridade para falar da honestidade do funcionário do The Wall Street Journal quanto Aécio Neves tem de falar do uso de verbas públicas para uso particular. Seria interessante saber qual é a opinião do MBL a respeito da distribuição, pelos sucessivos governos paulistas, de milhares de assinaturas da Veja, Folha, Estão pelas escolas públicas de São Paulo. Qual será o opinião do MBL a respeito do Fernando Gouveia, que recebia R$ 70 mil mensais do Governo Alckmin para atacar o PT, Dilma e Lula?

A matéria da Folha de São Paulo de hoje é caudatária do pensamento MBLiano

A posição do MBL a respeito do jornalista ianque me autoriza pensar que o MBL tomou a si a medida para julga-lo.

A pergunta que não quer calar, quem finanCIA o MBL? O fascismo brasileiros já esteve em “melhores” mãos…

Gentili e o MBL lincham nas redes o jornalista que escreveu sobre Haddad no WS Journal. Por Kiko Nogueira

Postado em 26 set 2015 por : Kiko Nogueira

O macartismo fora de lugar do MBL

O macartismo fora de lugar do MBL

. ”Siga o dinheiro”. Tá com cheiro de matéria encomendada

. Pra quem eu mando e-mail pra mandar ele TOMÁ NO CU?

. Mas que filho da puta!!! Levou quanto da prefeitura ?

. Esse ‘’jornalista” (olha a foto que ele tem ao seu lado) deve ser um imprestável mesmo, não teve dados suficientes para saber o custo, qualidade e o projeto em si e o seu ínfimo uso.

Esses insultos são dirigidos aos jornalista Rogerio Jelmayer, um dos autores da matéria do Wall Street Journal que chamou o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, de “visionário”.

Jelmayer está sendo enxovalhado pelo Movimento Brasil Livre, o grupo de extrema direita que teve seus 15 minutos de fama no auge dos protestos anti Dilma e agora atrai anônimos paranoicos.

Na melhor tradição macartista, os cafajestes do MBL se deram ao trabalho de pescar uma foto de Jelmayer em seu Facebook para acusá-lo de desonesto.

Na imagem, Jelmayer está posando ao lado de uma foto de Che Guevara, emulando o olhar distante do registro de Alberto Korda. A foto não significa, rigorosamente, nada.

Mas para esse tipo de boçal é a prova de que se trata, provavelmente, de um comunista e só isso explica o texto que perpetrou.

A legenda fala o seguinte:

O jornalista do Wall Street Journal (e fã do Che Guevara) Rogerio Jelmayer, produz peça de propaganda para tentar alavancar a já defunta gestão de Haddad na prefeitura de São Paulo. Tendo como base seus passeios dominicais de bicicleta, o brilhante jornalista chegou à conclusão que nosso alcaide seria considerado visionário em cidades como Berlim ou São Francisco.

Ficamos um pouco confusos. Veja por quê.

COISAS QUE UM PREFEITO DE BERLIM JAMAIS FARIA:

-Ter um secretário de transportes aliado à mafia de transportes;

-Negociar com traficantes da cracolândia;

-Negligenciar obras na periferia;

-Gastar mais do que devia e tentar equilibrar suas contas criando uma indústria da multa;

-Estar envolvido no escândalo do Petrolão.

A fotografia foi postada no Twitter e imediatamente replicada por Danilo Gentili. O ex-humorista que vive se queixando da ditadura bolivariana e do cerceamento de sua liberdade de expressão achou justo “denunciar” para seus seguidores o esquerdopata.

Claude Chabrol apontou que a estupidez é infinitamente mais fascinante do que a inteligência. A inteligência tem seus limites, a estupidez não, afirmou. Quando ela se junta com a má fé, a combinação é explosiva.

A necessidade de ser dedo duro fez com que um meliante invadisse uma conta privada para roubar uma foto. Se existisse um comitê para entregar o sujeito, ali estariam os justiceiros. Qualquer um que discorde do pensamento único tem uma agenda oculta e obedece a uma cartilha inimiga. Mais eficiente do que discutir é tentar assassinar uma reputação.

É essa a canalha democrática que quer tomar o poder pendurada em Eduardo Cunha.

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Sobre o Autor

Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

Diário do Centro do Mundo » Gentili e o MBL lincham nas redes o jornalista que escreveu sobre Haddad no WS Journal. Por Kiko Nogueira

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