Ficha Corrida

31/12/2015

Ressurgem fascismo no Brasil & Ku Klux Klan nos EUA

Estava escrito na marcha dos zumbis, o fascismo está renascendo, e ainda mais violento. Vimos como tudo isso aconteceu. Primeiro deram o nome de Primavera Árabe. Foi assim que as manifestações correram Egito, Líbia, Síria, Ucrânia, Venezuela e Brasil. Coincidentemente, todos países produtores de petróleo e, via de consequência, todos com participação dos EUA.

O racismo de matriz norte-americana brotou com força neste 2015. Foram vários episódios, uma mais estarrecedor com o outro. Como pano de fundo, a ideia vendida pela Rede Globo, para combater as cotas raciais, via Ali Kamel, de que “Não Somos Racistas”.

No Brasil FHC e José Serra, num convescote em Foz do Iguaçu, prometeram à Chevron que lhe entregariam a Petrobrax. Como sabemos, fica no Paraná a Meca dos adoradores da Petrobrax.

Como o impeachment subiu no telhado, e Aécio Neves é um banana que já deu cacho, vazou mais um malfeito do Napoleão das Alterosas, que virou um verdadeiro dossiê Aécio Neves. E este vazamento tem a ver com o limpa trilho da Folha com vistas a viabilizar o desfile de seu eterno candidato.

A onipresente bandeiro dos EUA alimentando o ódio fascista no Brasil!

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O ressurgimento da Ku Klux Klan no ano de seu 150º aniversário

Arturo Wallace BBC Mundo -30 dezembro 2015

Image copyright AP Image caption Capuzes brancos e cruzes em chamas são símbolos conhecidos da Ku Klux Klan, a maior e mais antiga organização supremacista branca dos EUA

"Tentam destruir a Klan desde seu nascimento, em 1865. Mas 150 anos depois continuamos aqui."

Quem fala assim é James Moore, ou "Kludd Imperial" – título equivalente ao de capelão – dos Cavaleiros Brancos Leais da KKK, enquanto se dirige aos presentes a um encontro da Ku Klux Klan na zona rural do Alabama, nos EUA.

Pouco depois, Moore diria que a mais conhecida organização supremacista branca do mundo conseguira 20 novos membros durante aquele evento.

A cena, registrada no documentário da BBC "KKK: a luta pela supremacia branca", se deu quando ainda faltavam alguns meses para o 150º aniversário da organização, fundada em 24 de dezembro de 1865.

Um século e meio depois de seu nascimento, a Ku Klux Klan parece estar recuperando certo protagonismo.

Image caption Grupo de simpatizantes da KKK se reúne no Alabama, no sul dos EUA

A organização está longe dos números que alcançou na década de 1920, mas diz estar recrutando cada vez mais integrantes para a "guerra de raças" que, 150 anos depois da Guerra de Secessão, parece estar em curso nos EUA.

A "ameaça islâmica" – para a KKK exposta em ataques como o de San Bernardino, na Califórnia, onde morreram 14 pessoas – e a chegada de imigrantes não brancos proporcionaram novos inimigos à organização, e, com eles, cada vez mais simpatizantes.

E muitos integrantes se sentem legitimados pelo discurso de políticos como o pré-candidato republicano à Presidência Donald Trump, que já defendeu a expulsão de todos os imigrantes latinos ilegais do país e a proibição da entrada de qualquer muçulmano.

Image copyright EPA Image caption Muitos acreditam que a retórica incendiária de políticos como Donald Trump acabe legitimando grupos racistas como a KKK

Mas o que é a KKK, e até que ponto se deve levar a sério essa organização e seus membros, que costumam queimar cruzes vestidos com capuzes brancos?

Supremacia branca

Historiadores apontam que a Ku Klux Klan foi fundada no Tennessee pouco depois da guerra civil americana, ou Guerra de Secessão (1861-1865), por um grupo de ex-soldados confederados (da região sul do país, derrotada no conflito). O nome foi inspirado na palavra grega para círculo: kuklos.

Originalmente concebida como um clube recreativo, a KKK rapidamente começou a atuar de forma violenta para intimidar populações negras do sul dos EUA e garantir a supremacia dos moradores de raça branca.

Image copyright Getty Image caption O filme clássico "O Nascimento de uma Nação", de D.W Griffith, marcou o primeiro "renascimento" da KKK

E, segundo a organização de direitos civis SPLC (South Poverty Law Center), houve elementos que deram mística ao grupo e contribuíram para sua popularidade: "títulos ridículos" (a autoridade máxima da KKK recebe, por exemplo, o nome de "mago imperial"), roupas com capuzes, ações noturnas violentas e a ideia de que o grupo era parte de um "império invisível".

Depis de um curto e violento período, a organização considerada pela Liga Antidifamação como "o primeiro grupo terrorista dos EUA" se desfez como resultado da pressão do governo federal, mas teve seus objetivos garantidos pela manutenção de leis segregacionistas no sul do país.

Na década de 1920, contudo, a crescente imigração católica e judia e a popularidade do filme "O Nascimento de uma Nação", de 1915, em que a KKK aparece como "mocinho" da história, contribuíram para o renascimento do grupo.

Ainda segundo a SPLC, quando a KKK organizou uma enorme marcha em Washington em 1925, o grupo tinha quatro milhões de membros e forte influência na política de Estados do sul dos EUA.

Image copyright Getty Hulton Archive Image caption A influência da KKK na vida política dos EUA era notável na década de 1920

"Uma série de escândalos sexuais, disputas internas por poder e investigações jornalísticas rapidamente reduziram sua influência", afirma a SPLC, fundada em 1971 para combater de forma legal as organizações supremacistas.

Direitos civis

A luta por direitos civis na década de 1960 resultaria em um interesse renovado pela filosofia do grupo, como o nome da KKK, roupas, rituais e práticas sendo adotados por diferentes grupos. Logo houve um novo recuo, resultado de mais disputas internas, julgamentos e infiltrações por parte de agências de governo.

"Desde sua criação, a Ku Klux Klan passou por vários ciclos de crescimento e colapso, e em alguns desses ciclos a KKK foi mais radical que em outros", afirma a Liga Antidifamação, conhecida pela sigla em inglês ADL.

Image copyright Getty Image caption A KKK mantém presença forte nos Estados do Sul dos EUA

"Mas em todas as suas incarnações, ela manteve sua herança dupla de ódio e violência", diz a organização, que estima haver hoje cerca de 40 filiais da KKK nos EUA, com 5.000 membros

A SPLC calcula esse número entre 5.000 e 8.000, "divididos entre dezenas de organizações diferentes – e muitas vezes antagônicas – que usam o nome da Klan."

Segundo a entidade de direitos civis, enquanto algumas dessas expressões da KKK são abertamente racistas, outras "procuram esconder seu racismo sob o manto de ‘direitos civis para brancos’".

A lista de inimigos da KKK também se ampliou pouco a pouco, para incluir não apenas negros, judeus e católicos (ainda que estes últimos tenham sido reconsiderados na década de 1970), mas também homossexuais e diferentes grupos de imigrantes, diz a ADL.

Guerra racial

"Os Estados Unidos nasceram como uma nação cristã e nossos valores cristãos estão sendo atacados", resume um membro da KKK, coberto pelo tradicional capuz branco, no documentário "KKK: A luta pela supremacia branca".

"Somos pessoas normais, viemos de todos os setores: um é professor de escola, outro trabalha em um hospital, há vários políticos", afirma James Moore, o "Kludd Imperial" dos Cavaleiros Brancos Leais.

Image copyright AP Image caption Um século e meio depois, integrantes da Ku Klux Klan continuam pregando sua "guerra de raças" nos EUA

"Nós, brancos, estamos infelizmente perdendo esta guerra, mas os brancos irão acordar. Uma pequena unidade militar pode derrotar os negros em questão de semanas, e a maior parte de nossa gente vem das Forças Armadas. Vamos retomar os EUA", afirma no documentário da BBC, transmitido pela primeira vez em outubro.

Em uma primeira análise, a ameaça pode parecer uma simples bravata amparada pela primeira emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão e acaba protegendo a KKK e seus membros – desde que não promovam violência.

Mas é fato que essa filosofia não deixa de ter consequências reais.

Para integrantes da KKK como Charles Murphy – "Grande Dragão" da KKK para a Carolina do Sul –, provocar essa "guerra de raças" foi o objetivo declarado do jovem Dylann Roof, que em junho matou nove pessoas em uma igreja frequentada por negros em Charleston.

Roof não tinha relação com a KKK, mas, segundo Murphy, "foi isso (provocar guerra racial) que ele disse que queria".

"Se (os negros) querem uma guerra de raças, que demos uma a eles antes que eu morra. Quero poder ver isso", acrescenta o integrante da KKK no documentário.

Legitimidade

Por esses e outros motivos, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou após o ataque em Charleston que o país "ainda não se curou do racismo".

E mesmo que nenhum político americano endosse abertamente atos racistas ou a própria KKK, há quem veja com preocupação os rumos da atual pré-campanha presidencial no país.

Image caption A KKK diz que a adesão à organização vem crescendo nos EUA

O ex-líder da KKK David Duke, por exemplo, celebrou publicamente as propostas de Trump, e o descreveu como o melhor entre todos os pré-candidatos republicanos à Casa Branca.

Em entrevista publicada em 23 de dezembro em seu canal no YouTube, Duke – que se afastou da KKK em 1980, depois de uma tentativa frustrada de modernizar a organização – disse que Trump é até mais radical do que ele.

"Muitos grupos da KKK procuram se aproveitar do medo e da incerteza usando sentimentos xenofóbicos para fins de recrutamento e propaganda", alertou recentemente a Liga Antidifamação.

Image copyright AP Image caption A Constituição dos EUA garante a liberdade de expressão e acaba assegurando a manifestação de grupos como a KKK

Para o fundador o site supremacista branco Stormfront, Don Black, o discurso incendiário de Trump está alcançando o mesmo objetivo.

Ele disse que seu site registra um aumento de audiência de até 40% toda vez que declarações racistas de Trump são destaque na mídia.

E esse fenômeno também se expressa entre membros da KKK e de outros grupos que promovem a supremacia branca.

"A desmoralização é o pior inimigo (dessas organizações), e Trump está mudando isso", disse Black, segundo o site Politico.

"Ele fez com que seja aceitável falar sobre as preocupações dos americanos de origem europeia", acrescentou.

"E certamente está criando um movimento que continuará independentemente de Trump, inclusive se ele recuar em algum momento", concluiu o supremacista, em declaração que soa como uma advertência.

O ressurgimento da Ku Klux Klan no ano de seu 150º aniversário – BBC Brasil

21/09/2015

Como diria aquele Procurador da Lava Jato, tudo foi planejado na Casa do Civil

Os justiceiros do Brasil pariram uma versão da Ku Klux Klan. O que falta agora? Por Kiko Nogueira

Postado em 21 set 2015 – por : Kiko Nogueira

Enquanto isso, em Niterói

Enquanto isso, em Niterói

Para combater os arrastões nas praias da Zona Sul carioca, moradores resolveram arregaçar as mangas e fazer o que Rachel Sheherazade chamou de “compreensível”: estão caçando “marginais”.

Marginais é uma forma carinhosa de definir todo os que vêm dos ônibus do subúrbio em direção a Copacabana, Ipanema, Leme ou Leblon. No domingo, 20, um coletivo foi parado por um grupo de jovens que tentou partir para o linchamento. “Meliantes” fugiram pela janela.

Tudo foi combinado numa comunidade do Facebook, “Copacabana Alerta”. Após a pancadaria, os elogios pipocavam: “Só assim temos alguma chance de mudar a situação”, dizia um sujeito.

Não é algo isolado. Um pessoal no WhatsApp promete o seguinte: “Próximo fim de semana, já sabem. Porrada vai comer e a chinela vai cantar. Esses pivetes vão ver que aqui se faz, aqui se paga”.

Um policial civil sugeriu algumas medidas: “Em caso de violência contra esses marginais, se alguém atirar e matar um merda desses, não forneçam imagens à polícia! Apaguem imediatamente! Digam que o sistema está com defeito!”

O sistema que está com defeito é outro. Num país em que um ministro do STF se sente absolutamente à vontade para criminalizar quem quiser, atirando gasolina na fogueira das instituições, por que o cidadão comum deveria ser mais civilizado?

O surgimento de gangues em redes sociais é absurdo. Na Alemanha, o discurso do ódio contra refugiados chegou ao limite. Na semana passada, o Facebook anunciou que vai trabalhar em conjunto com as autoridades para coibir manifestações de racismo e xenofobia.

O ministro da Justiça Heiko Maas acusou a rede de agir com rapidez apenas para remover posts com seios nus. Foi montada uma força tarefa. A argumentação é cristalina: segundo a lei alemã, comentários públicos incitando a violência baseados em preconceito religioso e étnico dão até três anos de cadeia. O Facebook não pode ficar acima da lei.

Por aqui, a página Morte ao Lula, por exemplo, criada por um advogado, segue firme e forte. Você conhece milhares de outros casos. Se alguém achava que chegamos ao fundo do poço, sempre é possível dar uma cavada. Um bando resolveu fazer uma versão brasileira da Ku Klux Klan.

Em Niteroi, uma praça amanheceu com cartazes de um tal “Imperial Klans of America Brasil” nos postes.

“Comunista, gay, judeu, muçulmano, negro, antifa, traficante, pedófilo, anarquista. Estamos de olho em você”, lê-se num deles. “Antifa”, caso você esteja curioso, é uma abreviação de antifascista.

Tias andam com cartazes perguntando “por que não mataram todos em 1964?” e os passantes oferecem um copo d’água. Tá tudo liberado.

Mais uma vez, ouça o bom conselho da jornalista alemã Anja Reschke, que denunciou a resposta tímida da sociedade diante dessa loucura crescente: “Você deve se fazer ouvir, se opor, tomar uma atitude, abrir a boca”.

Deve. Ainda que não dê em nada.

(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).

Sobre o Autor

Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

12/08/2015

Entenda porque a máfia de branco odeia o Mais Médicos

Filed under: Ku Klux Kan,Mais Médicos,Máfia de Branco — Gilmar Crestani @ 9:46 am
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A máfia odeia concorrência. Tudo o que não exclusividade a vadiagem odeia. A única novidade da ku klux kan à brasileira foi a invenção do dedo de silicone para marcar presença no trabalho. De resto, o efeito manada conduzido pelos grupos mafiomidiáticos faz o trabalho sujo de criminalizar o atendimento aos mais necessitados.

O motivo pelo qual uma médica cubana faz muito sucesso no semiárido de Alagoas

Postado em 12 de agosto de 2015 às 8:35 am

Madelyn em ação

Madelyn em ação

O UOL fez uma reportagem sobre o Mais Médicos, programa que completou dois anos.

A reportagem citou uma pesquisa recente feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Foram entrevistadas 14 mil pessoas em 700 municípios entre novembro e dezembro de 2014.

Os médicos do programa (os cubanos são 11.429 do total de 14.462 ) receberam, em média, nota 9 pelo atendimento.

55% dos entrevistados deram nota máxima ao programa. Outros 77% garantiram que tiveram boa comunicação com os médicos e 87% elogiaram a atenção e qualidade do atendimento ao paciente.

O UOL foi a Girau do Ponciano, no semiárido de Alagoas. O município foi um dos primeiros a receber cubanos do programa Mais Médicos, em setembro de 2013.

No posto de saúde onde a médica Madelyn Guerra Sanchez trabalha em Girau do Ponciano, diz a reportagem, a procura é maior que de outras unidades da cidade.

O UOL ouviu Celiane Ferreira Gomes, técnica de enfermagem da unidade para entender o sucesso do posto de Madelyn.

O depoimento de Celiane: “As pessoas vêm à procura do atendimento dela, não querem mais os brasileiros. Os brasileiros sempre saem mais cedo, faltam ao trabalho. Ela, não. Examina sempre, atende com mais proximidade. É diferente.”

Diário do Centro do Mundo » O motivo pelo qual uma médica cubana faz muito sucesso no semiárido de Alagoas

A máfia de branco vestiu-se de Ku klux kan

Filed under: Ana Luiza Lima,Ku Klux Kan,Máfia de Branco — Gilmar Crestani @ 9:33 am
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A máfia de branco, que se misturou com a branca pura nas últimas eleições, metamorfoseou-se em Ku klux kan. Quando se pensava que não havia mais nenhum degrau para descerem, aparece mais este.

Estudante de Medicina é atacada após discurso em cerimônia do Mais Médicos

Estudante de Medicina da UFRN é atacada por médicos e alunos após discursar na cerimônia de dois anos do Programa Mais Médicos. Ana Luiza Lima falou sobre as transformações que a educação provocou na sua vida a partir de incentivos de políticas públicas e foi chamada de “Vadia”, “ignorante”, “médica vagabunda pobre”, entre outros impropérios

 

Médicos Populares se solidarizam com Ana Luiza Lima, estudante de Medicina atacada por discurso sobre políticas de saúde

Saúde Popular

A estudante de medicina Ana Luiza Lima, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), denunciou, em seu perfil no Facebook, as ofensas sofridas após discurso (vídeo abaixo) na cerimônia de dois anos do Programa Mais Médicos, em Brasília. Luiza falou sobre as transformações que a educação provocou na sua vida, a partir da oportunidade de estudar medicina por políticas públicas do governo Dilma Rousseff.

“Vadia”, “ignorante”e “médica vagabunda pobre” foram alguns dos adjetivos usados por médicos e estudantes para ofendê-la. “Fui atacada em minha página pessoal brutalmente por médicos e futuros médicos, além de outras pessoas. O machismo e a elite mostraram sua cara”, escreveu Luiza. A Rede Nacional de Médicas e Médicas Populares divulgou nota nesta terça-feira (11) em solidariedade à jovem.

Confira, integralmente, a nota da Rede:

Nota de Desagravo da Rede de Médicas e Médicos Populares à Ana Luiza Lima

A onda de ódio não passará!

A Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares vem, através desta nota, prestar solidariedade à estudante de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Ana Luiza Lima, que recentemente comoveu todo o país com seu discurso na comemoração dos dois anos do Programa Mais Médicos. Seu discurso emocionado, por meio do qual agradece as recentes políticas educacionais que permitiram “a neta de um agricultor sonhar em ser doutora” (nas próprias palavras dela) inspirou milhões, mas provocou a ira de um setor reacionário e conservador, que encontra em parte da nossa categoria uma das suas mais perversas formas de expressão.

A onda conservadora dentro da categoria mostrou sua face logo após o anúncio da vinda de médicas e médicos cubanos para atender áreas de difícil provimento destes profissionais por parte do governo federal. Erigiu funerais da Presidenta Dilma e do Ministro Alexandre Padilha e perpassou por cenas nefastas como o “corredor polonês” contra os médicos cubanos no Ceará, com direito a ovos arremessados e xingamentos que não merecem mais ser repetidos. Vários colegas foram perseguidos pelos conselhos regionais de Medicina (CRMs) Brasil afora por se posicionarem favoráveis ao Programa Mais Médicos e não se alinharem com o discurso corporativista, permanecendo as ameaças dos CRMs sobre os médicos que contribuem com o programa (supervisores e tutores) até hoje.

Agora a vítima é uma estudante de Medicina que cometeu o pecado de falar a verdade. Uma estudante oriunda de família humilde que ousou entender que seu sucesso hoje foi fruto de uma política pública e ousou agradecer à Presidenta Dilma pelo esforço de manter políticas voltadas aos mais pobres deste país. O ódio contra Ana Luiza manifestou-se não apenas sob a forma de machismo – numa das regiões do país onde as mulheres mais sofrem com violência e onde o patriarcado se mantém firme e forte – mas, fundamentalmente, como ódio de classe, ódio ao que representou o seu discurso, ódio ao agradecimento à Presidenta, ódio de quem não suporta ver seus privilégios ameaçados.

VEJA TAMBÉM: Médica negra é alvo de racismo: “estamos acostumados com outro padrão”

Por tudo isto e muito mais, a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares denuncia a ofensiva conservadora que se materializa no ódio à Ana Luiza e presta irrestrita solidariedade à nossa futura colega. Saiba, Ana Luiza, que assim como você, existem médicas e médicos que se preocupam com o povo brasileiro, que respeitam sua diversidade étnica, sexual, religiosa e ideológica, que se preocupam com a conformação do SUS como sistema de direitos sociais, público, gratuito, integral e de qualidade. Assim como você, existem médicas e médicos que sonham e que fundamentalmente lutam por um futuro onde este tipo de agressão à você fique num passado distante.

Todo apoio à Ana Luiza Lima

Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares

Leia o relato de Ana Luiza na página pessoal dela no Facebook:

QUEM QUER A CABEÇA DA ESTUDANTE DE MEDICINA?

Medicina estudante UFRN Ana Luiza Lima“Me pergunta, que tipo de sentimento é o medo? Te respondo — dos outros! O meu é o mesmo há várias luas…Deixa os verme falar pelos cotovelos eu ainda falo pelas ruas!!!!” – Emicida.
Vim aqui pra deixar coisas claras. Vim falar porquê a minha garganta não aguenta o nó que se formou. E eu NUNCA fui de calar. Fui convidada a falar sobre a transformação que a educação causou na minha vida e sobre a alegria de cursar medicina. E assim escrevi um texto, de coração e de peito aberto. E hoje penso em tudo que eu disse e tudo que eu queria ter dito mas não foi ouvido. Minhas palavras ecoaram. Porém nunca foram direcionadas à NENHUM partido político. Foi o reconhecimento de um acerto e uma reafirmação do que eu acredito e luto. Fui atacada em minha página pessoal brutalmente por MÉDICOS E FUTUROS MÉDICOS, além de outras pessoas. O machismo e a elite mostraram sua cara. Fui chamada de vadia, de MÉDICA VAGABUNDA DE POBRE, ignorante, não merecedora de cursar medicina. Me foi dito que iam fazer de TUDO pra que eu não conseguisse emprego depois de formada. De que eu não sabia com QUEM estava lidando. Que eu merecia LEVAR UMA SURRA pra aprender a deixar de ser corrupta. Me mandaram CALAR MINHA BOCA NOJENTA DE POBRE E DE VADIA. De novo. Está tudo guardado, não para dar respostas. Mas porque aprendi desde cedo a não responder ódio com violência. Não. Eu NÃO tenho a SUA sede de sangue.
Mas eu tenho uma novidadinha pra essa classe COVARDE de profissionais. A mesma classe que eu já vi combinando entre si no MESMO grupo, de “tratar mal os negros, as feministas e os gays que chegassem nos consultórios médicos, pra que esse povinho aprendesse seu devido lugar”. A novidade é que minhas palavras não foram em nenhum momento pra vocês. Vocês que ignoram a realidade cruel vivida todos os dias nos hospitais públicos. Minhas palavras foram pros profissionais de saúde que dão o sangue todo dia, mesmo com condições péssimas de trabalho, com salários atrasados, numa saúde abandonada e caótica. Eles sim, são verdadeiros heróis. Minhas palavras foram direcionadas àqueles que acreditam e lutam por um mundo transformado a partir da educação e do amor. Minhas palavras foram um agradecimento aos professores, a classe Trabalhadora com T maiúsculo!! Que têm seu serviço desvalorizado ao máximo, mas toma a linha de frente na luta pela transformação diária do futuro de milhões de jovens sem oportunidade no país.
Eu não fui nenhuma heroína, e eu conheço mil médicos que são verdadeiros heróis. Que não precisaram de mais NADA além de força de vontade pra vencer na vida. Mas me desculpa, é que eu penso além. Eu sonho com o dia em que vamos cobrar das nossas crianças, apenas COMPETÊNCIA pra vencer, e não mais heroísmo.
Eu tô falando com aqueles meninos que você tem medo quando para no sinal, tô falando daqueles com fuzil na mão vigiando um fio de vida nos morros das grandes cidades. Tô falando daquela menina que mora na rua e cata latinha, daquele nos campos com enxada na mão cortando cana. Daquela que perde a infância nas esquinas da prostituição. Tô falando daqueles que você insiste em dizer que não existem. Por quê quando você percebe que ELES EXISTEM, coça em você uma ferida podre de 515 anos. Te dá um medo na espinha quando aparece alguém pra defender uma educação por eles e para eles. Te gela a alma a chegada do dia em que o povo não vai mais esquecer seus Amarildos e suas Cláudias Silvas….
Eu já consigo imaginar muitos de vocês rindo, pensando na reeleição garantida, enquanto veem no jornal o povo gritando por mais prisões e menos escolas. E apesar de me doer, eu entendo esse grito.
Eu engoli meu medo porque sei que toda luta pode ser desmerecida. Eu dei minha cabeça à prêmio, e voltei pra casa com a esperança real de um hospital universitário pra minha região onde muita gente tem sorte de ter a esperança de ter um prato de comida.
Eu recebi um agradecimento da prefeita de uma das maiores cidades do país, dizendo que graças às minhas palavras, um novo plano pra educação pública vai ser pensado, e que ela se encheu de esperança e disposição para lutar com unhas e dentes pelos professores da rede pública e pelos jovens em situação de risco. Isso já me curou de todos os medos e de todo o ódio que me foi jogado.
Esperança. Vontade de mudar. EMPODERAMENTO de um povo PELO seu povo.
Eu sei que eu não sou nada nesse sistema corrompido e intricado. Eu sei que não sou ninguém diante dos poderosos desse país. Mas eu tenho outra novidade, eu não estou sozinha, e gente como eu, é quem te causa os piores pesadelos à noite.
E eu vou seguir, mesmo frágil, mesmo com medo, mas sempre acreditando.

“Então serra os punhos, sorria. E jamais volte pra sua quebrada de mão e mente vazia.”

Vídeo: https://www.facebook.com/SiteDilmaRousseff/videos/966414540078804/

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Estudante de Medicina é atacada após discurso em cerimônia do Mais Médicos

15/06/2014

Matriz dos reis dos camarotes VIP está em alta

ali kamelÉ óbvio que depois de Egito, Líbia, Síria, Venezuela e Ucrânia, os bons serviços da CIA seriam testados no Brasil. Afinal, não há terreno mais fértil do que onde a matilha de vira-latas só faz crescer. Fazendo coro aos que costumam dizer “só podia ser no Brasil”, eis aí o que acontece e porque, na matriz. E para coordenar os serviços há a Rede Globo, onde o jornalismo é comandado por alguém que ousou escrever um livro para dizer que no Brasil não há racismo… Não somos racistas

O comportamento da elite branca levada pelo Itaú e Sony aos camarotes VIP do Itaquerão, faz jus às orientações que vem da matriz. Se soma à elite branca burra, de que já tratou o insuspeito Cláudio Lembo da direita paulistana, também os amestrados pelos pastores do apocalipse. O ódio aos pobres pela elite branca amestrada pela Rede Globo encontra paralelo no conservadorismo religioso dos fundamentalistas que atacam minorias. Ataques aos homossexuais, às religiões africanas ou aos indígenas, como fez recentemente o âncora que a RBS desovou para estas eleições, Lasier Martins, é resultado da cultura do ódio de classe que existe no Brasil.

Filhos da Ku-Klux-Klan

Número de grupos de ódio, que defendem a supremacia branca nos Estados Unidos, cresceu 56% desde 2000 e chegou a 940 em todo o país; além de negros, alvos agora incluem também outras minorias

ISABEL FLECKDE NOVA YORK

A imagem de uma cruz incendiada por homens sob túnicas e capuzes brancos, para muitos, representa um ódio racial que ficou para trás nos EUA, após meio século da aprovação da Lei dos Direitos Civis no país.

A cena, no entanto, segue sendo repetida a cada ano, por homens também encapuzados e identificados com a ideologia da Ku Klux Klan, durante congressos nacionais de grupos como o The Knights Party (Partido dos Cavaleiros), fundado em 1975.

A organização faz parte dos 940 grupos de ódio em atividade nos EUA hoje, segundo o Southern Poverty Law Center (SPLC), centro que mapeia esse tipo de atividade no país. De 2000 a 2013, o número dessas organizações subiu 56%.

O "boom" ocorreu, na verdade, após a eleição de Barack Obama, o primeiro presidente negro do país, em 2008. Mark Potok, pesquisador do SPLC, no entanto, pondera: "não foi simplesmente pela eleição de Obama, mas principalmente pelos fatores que o levaram até lá, como a mudança na demografia nos EUA". E tudo isso agravado pela crise econômica.

Uma estimativa do Pew Research Center mostra que, até 2060, a parcela branca da população cairá para 43%. Em 1960, os brancos representavam 85% dos americanos.

A resposta veio na mobilização e na radicalização do discurso. Hoje, o mapa do ódio é composto, principalmente, por grupos que pregam a supremacia branca e cristã americana, se opondo não só a negros, mas a tudo que "foge" ao seu padrão de nação: imigrantes, judeus, muçulmanos e gays.

Entre os supremacistas, estão os nacionalistas brancos, os chamados "skinheads racistas", neonazistas e os próprios "herdeiros" da Ku Klux Klan –estes com mais de 150 grupos e entre 5.000 e 8.000 membros. A maior presença dos supremacistas ainda é, como há 50 anos, em Estados do sul, como Mississippi, Tennessee e Geórgia.

Mas há ainda organizações específicas anti-imigrantes, anti-LGBT, os neoconfederados (nacionalistas anti-imigrantes) e separatistas.

Considerando todas as vertentes, é a liberal Califórnia que concentra a maior parte dos grupos de ódio (77), seguida da Flórida e do Texas –três Estados com forte presença de imigrantes latinos.

NAÇÃO BRANCA

William Johnson, presidente do American Freedom Party, listado como grupo de ódio pelo SPLC, defende a proibição de casamentos entre brancos e negros e o separatismo, a fim de criar uma "nação branca".

"Diversidade e multiculturalismo são sinônimos de genocídio branco. Eu quero que nossas escolas primárias tenham só crianças loiras, de olhos claros, crescendo e aprendendo a ser boas para a comunidade. Eu não quero que nos tornemos o Brasil", disse Johnson, por telefone, à Folha.

Seu partido tem pouco mais de 2.000 membros e um candidato ao Senado da Virgínia Ocidental. Johnson, contudo, recusa o título de grupo de ódio e nega que o partido incentive a violência contra negros ou latinos. "Colocar pessoas de todas as cores juntas gera violência. Hoje a violência racial é principalmente de negros contra brancos", afirma.

O discurso da vitimização, adotado por grande parte dos supremacistas hoje, não é comprovado, contudo, nos números. Segundo o FBI (polícia federal americana), dos cerca de 3.300 crimes motivados por ódio racial em 2012, por exemplo, 66% deles foram contra negros e 22% contra brancos.

SUÁSTICA

"Raça" foi a principal motivação (48%) dos cerca de 5.800 crimes de ódio no mesmo ano, seguida por orientação sexual e religião.

"Grupos que defendem o ódio, certamente, têm um impacto sobre a prática de crimes nos EUA. Mas enquanto alguns dos mais notórios criminosos têm laços com esses grupos, outros agem por conta própria", observa Matthew Drake, diretor da Unidade de Direitos Civis do FBI.

Na última segunda (9), um casal matou dois policiais em Las Vegas e deixou uma suástica sob os corpos. As investigações não mostraram ligação deles com algum grupo.

A morte de James Craig Anderson, negro, funcionário de uma fábrica em Jackson, Mississippi, por um grupo de jovens brancos em junho de 2011, desencadeou uma série de protestos.

A irmã de Anderson, Barbara, pediu, durante o julgamento, um esforço conjunto pela "reconciliação racial não só no Mississippi, mas em todo o país".

À Folha, ela disse esperar que a Justiça puna os culpados. "Ainda têm muito mais gente para ir para a cadeia." Até agora, apenas um dos jovens recebeu sua sentença: prisão perpétua.

27/04/2014

Só podia ser coisa de brasileiro: vou embora deste país!

Filed under: Complexo de Vira-Lata,Frazier Glenn Miller,Ku Klux Kan,Nazismo,Sexo,Sexualidade — Gilmar Crestani @ 9:05 am
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Ex-líder da Ku Klux Klan é flagrado fazendo sexo com negro

Por Charles Nisz | Vi na Internetsex, 25 de abr de 2014

Foto: Divulgação/Kansas Police

Durante as investigações sobre sobre Frazier Glenn Miller, um dos líderes da Ku Klux Klan, a polícia descobriu alguns detalhes sobre a história pessoal do homem preso por matar três pessoas numa comunidade judaica no estado americano do Kansas em abril de 2014. Nos anos 1980, Miller ficou famoso por declarar guerra contra minorias ao fundar o Partido Patriota Branco. Preso, Miller acabou testemunhando contra alguns de seus comparsas.

A promotoria pediu pena de morte para Miller. Algumas descobertas das investigações colocam em xeque as ideias de Miller. Segundo os registros da polícia americana, ele foi flagrado fazendo sexo com um negro. O acompanhante de Miller estava vestido de mulher, de acordo com o documento obtido pela rede de televisão ABC. As informações são da revista Slate.

Quando indagado sobre o porquê de estar na companhia de um travesti negro, Miller alegou que ia "bater na bunda" do acompanhante. Miller é acusado da morte de três pessoas: um médico de 69 anos e seu neto adolescente e de uma mulher de 53 anos que visitava sua mãe em uma residência para idosos. Ele teria gritado "Heil Hitler!" ao ser detido pelos policiais. Será que a psicologia explica?

23/02/2014

A esquerda infantil segue pela coleira na mão da direita madura

Filed under: Ódio de Classe,Fascio littorio,Ku Klux Kan — Gilmar Crestani @ 11:52 am
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peleUma esquerda para a qual destruir paradas de ônibus, depredar bancos públicos e atear fogo na imagem de ídolo negro é ser “contra tudo isso que está aí” é tudo o que a direita, desde sempre, precisa. Além da pureza messiânica, há também o componente de pureza racial, da ku klux kan, e ideológica, dos integralistas.

A esquerda infantil e a crença no caráter inato

dom, 23/02/2014 – 10:22 – Atualizado em 23/02/2014 – 11:01

Francy Lisboa

Um novo jargão surge na boca dos que consideram as críticas ao modo como as chamadas manifestações vem sendo conduzidas como um sinal de governismo, um sinal de petismo, um sinal de peleguismo. “Bloc Governistas”, sim, isso mesmo. Uma tentativa canhestra de elevar ao mesmo patamar as críticas verbais, e na maioria das vezes fundamentadas, às ações de violência contra o patrimônio público e ao sentimento violento que nós remete aos tempos anteriores na caminhada em direção à civilidade.

Também, é interessante notar que não se tem noção de momento político igual no histórico do nosso país. As instituições, incluindo mídia e Judiciário, estão experimentando o mesmo grau de desconfiança fomentado por anos e nos de um direcionamento deliberado para o ódio à prática política.  Esse contexto gera quadros de sinuca de bico, pois, na mentalidade dos da “fé certa” – que jamais assumirão suas derrotas – não há como ficar à vontade tendo a ideia de que estão e/ou foram manipulados para atender a interesses que eles julgam combater. Notem, é realmente uma bela engenharia demagógica conseguir manipular pessoas instruídas (maioria classe média) de modo que eles pensem estar fazendo algo de bom, isso não é para qualquer um e não se faz do dia para a noite.

A cólera é normalmente corrente naqueles que são contra argumentados, e no turbilhão de impropérios difíceis de serem escritos em espaço nobre como desse blog, um dos verbetes mais utilizados para ofender, vejam só, é a denominação “petista”.  Na cabeça dos monocromáticos, da Direita e de todas as esquerdas, não há possibilidade para os sincretismos ideológicos, é preto no branco, são os azuis contra os vermelhos, é o bem contra o mal comunista. Não percebem, principalmente à esquerda calçada no messianismo de Freixo et al, que é perfeitamente possível a utilização de ideias provindas de toda a extensão do espectro político para o bem nacional.

Mas está se tornando perigoso, eu diria perigoso assumir-se petista depois que o PT na figura de Dilma, principalmente, passou a entender mais essa ideia de sincretismo e se desprender de dogmas. Isso foi a traição, a configuração do adultério petista aos seus antigos ideais segundo a esquerda infante. Bem, entendo que talvez os que afirmam que o PT se vendeu achassem que o partido fosse uma pedra resistente às intempéries do tempo e por isso não deveria mudar um pouco. Eles têm essa mesma fé em Freixo, a da pedra inalterável, recalcitrante. Pobres cabeças.

A esquerda infantil e a crença no caráter inato | GGN

22/02/2014

E depois a Globo diz que não há racismo

Filed under: Fascismo,Ku Klux Kan,Racismo — Gilmar Crestani @ 9:29 am
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peleO racismo da sociedade é uma extensão da mídia. Se os capos da Globo defendem que não há racismo no Brasil  e suas novelas ostentam apenas loiras, inclusive quando se passam na Bahia, porque não haveria políticos afinados com o racismo institucional da Globo para entrarem judicialmente contra a política de cotas?

A verdade é que a sociedade se alimenta e segue como manada a Globo racismo implícito e explícito da Globo. Mulher negra na Globo só se for pelada, durante o carnaval, como se a Globo fosse um grande açougue nas mãos destes magarefes.

A ditadura da mídia monopolista continuará produzindo aberrações  como esta por muitos anos.

O que aconteceu com Tinga no Peru acontece todos os dias no Brasil, nos mais diferentes ambientes. Vimos isso na máfia do jaleco branco contra os médicos cubanos, majoritariamente negros, chamando-os de domésticas ou escravos... Como os médicos brasileiros são majoritariamente brancos, a sociedade, de tão anestesiada, fica calada quando não aplaude.

O contínuo massacre contra os movimentos sociais, criminalizando preferencialmente manifestantes negros, é apenas uma das faces dos grupos fascistas encastelados nos grupos mafiomidiáticos.

Daí para atearem foto numa foto do Pelé como símbolo dos problemas do Brasil é apenas um passo. Qualquer semelhança com a Ku Klux Kan não é mera coincidência.

Mulher de 72 anos terá que indenizar negros ofendidos

Além de prisão em semiaberto, ela pagará R$ 29 mil por xingá-los de macacos

Aposentada negou ofensa relatada em shopping na Paulista; vítima diz que polícia só agiu após ‘carteirada’

MARIO CESAR CARVALHODE SÃO PAULO

"Macaca, eu não gosto de negro; negro é imundo; a entrada de negros no shopping deveria ser proibida; odeio negros, negros são favelados."

A aposentada Davina Castelli, 72, foi condenada na quarta-feira a quatro anos de prisão em regime semiaberto por despejar essa série de injúrias raciais sobre três negros que estavam no Top Center, um shopping da av. Paulista, em novembro de 2012.

Cada um dos três vai receber R$ 28.960 por danos morais. Os injuriados foram a corretora Karina Chiaretti, 36, a vendedora Suelen Meirelles e o supervisor predial Alex Marques da Silva, 23.

A juíza Giovana de Oliveira determinou que ela seja presa imediatamente, o que não é comum, por "descaso e desrespeito à Justiça". Ela não foi presa ainda. A Folha não conseguiu localizá-la.

A aposentada não recebeu o oficial que foi intimá-la nem contratou advogado de defesa, apesar de ser de classe média –trabalhou na área jurídica da Aeronáutica.

Ao oficial, disse que não ia responder processo algum nem falar com juiz. Ela só depôs na delegacia, onde negou ter ofendido os negros.

A Defensoria Pública, que a defendeu, entrou anteontem com habeas corpus para suspender a prisão imediata.

Castelli é conhecida na avenida Paulista. Caminha com um andador e, segundo frequentadores, são comuns os xingamentos dela contra negros e nordestinos.

Na farmácia onde ocorreu o crime no shopping, ela pediu para "ser atendida por alguém da minha cor". Na portaria do seu prédio, colado ao cine Gazeta, um porteiro negro diz ter ouvido dela : "Macaco! Volta para a selva?".

Há até mesmo um vídeo no YouTube com o título "Racista da Paulista", no qual ela ofende um policial.

Um dos porteiros do seu prédio diz que ela é lúcida. É a mesma impressão da advogada Carmen Ferreira, presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

"Ela deveria ter sido levada para a delegacia por um PM, mas disse que precisava tomar um remédio e se trancou no apartamento. Isso não é comportamento de louca", diz a representante da OAB.

POLÍCIA

Karina Chiaretti, que estava com a filha de 8 anos quando foi ofendida, diz que tão grave quanto as injúrias foi o comportamento da polícia.

"A polícia não está preparada para crimes raciais. A escrivã não queria registrar o caso. Ela disse: Vai embora que isso não vai dar em nada. Já tem seis BOs [boletins de ocorrência] por racismo contra essa mulher’", diz.

Chiaretti conta que a polícia só passou a tratá-la melhor, quando voltou à delegacia três dias depois, porque seu tio, o militante negro Hélio Santos, ligou para o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e reclamou.

"Sem carteirada’, esse caso não teria andado", afirma.

Marques da Silva, outro ofendido, afirma que os policiais diziam: "Por que vocês não deixam isso pra lá?’ Eu precisava voltar para o meu trabalho, mas pensei melhor: não vou aceitar esse tipo de humilhação. É demais".

Chiaretti e Marques da Silva criticam o comportamento do shopping, que, para eles, foi omisso. "Essa mulher xingou todo mundo no shopping por mais de cinco anos e ninguém fez nada", diz Marques da Silva. O shopping não quis se pronunciar.

Colaborou ARETHA YARAK, de São Paulo

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