Ficha Corrida

24/10/2016

Dia 30, vote contra o ovo da serpente

Filed under: Eleições 2016,Fascismo,Marcos Rolim,MBL — Gilmar Crestani @ 8:53 am
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Fascismo - Bertold BrechtNão adianta tergiversar, o fascismo está entre nós. Como já disse antes, o incompetente tem cura. O mau caráter, não. Contra o mau administrador tem a fiscalização, já o fascismo só se combate retirando os indivíduos contaminados do convívio, isolando os corpos doentes. Não deixe eclodir  o ovo da serpente!

Em 1933 Hitler era jovem e tinha todas as soluções para a Alemanha. Em 1945 estava morto, e a Alemanha em escombros.

Não dê chances ao azar!

O ambiente dos tigres – Por jloeffler No dia 23/10/2016

by Luiz Müller

Por Marcos Rolim no seu Facebook

A morte de Plínio Zalewski diz algo importante sobre a política que se pratica no Brasil. Plínio foi um sujeito particularmente inteligente e sensível. Iniciou sua militância na Causa Operária, em um tempo de radicalismo e luta contra a ditadura. Foi militante do PT por muitos anos, tendo participado da experiência da corrente Nova Esquerda que ofereceu um importante balanço crítico do marxismo e da tradição socialista, ainda que sem qualquer audiência no partido. Naquela época, Plínio foi meu assessor na Assembleia Legislativa e nos tornamos amigos. Depois disso, desiludido com o PT, se filiou ao PPS e, posteriormente, ao PMDB. Adquiriu experiência na gestão pública, tendo coordenado iniciativas estratégicas na prefeitura, com Cézar Busatto e, no governo do Estado, com Fernando Schüller. Leitor de Hannah Arendt, Victor Serge e Robert Musil, sempre impressionou as pessoas pela qualidade de suas reflexões e por sua integridade moral. Em 2012, candidatou-se a vereador em Porto Alegre, tomando a decisão de não aceitar contribuições de empresas (quando isso era legal). Para ele, tratava-se de afirmar os princípios em favor de uma nova política. “Todo conteúdo tem sua forma”, dizia. Apaixonado pela Luciane, era sempre sorriso e orgulho cada vez que falava das filhas, Elleonora, do primeiro casamento, e Marina e Carolina. Por que uma pessoa assim tomaria a decisão de se matar? Natural que a história toda parecesse estranha, incompreensível, inaceitável. De alguma forma, sempre o será. As evidências, não obstante, apontam para suicídio.

As pessoas que estavam ao lado de Plínio na campanha de Sebastião Melo relatam que ele se abalou muito com o vídeo que o MBL fez. MBL é a sigla de um grupo de extrema direita, uma espécie de UDN jovem com prestígio entre os tigres. Um sujeito, vindo de São Paulo, montou um vídeo nojento, acusando Plínio de fazer campanha no horário do expediente da Assembleia. O material foi postado nas redes sociais e teve milhares de acessos. A campanha de Nelson Marchezan entrou com três processos judiciais contra Plínio e ele passou a relatar que sua página no Facebook havia sido invadida e que estaria sendo seguido e filmado. Para o advogado Ricardo Giuliani, Plínio disse que se sentia ameaçado e que temia por seus familiares, registrando ocorrência policial nesse sentido. As pessoas reagem de forma diferente a situações do tipo e é possível que o quadro tenha disparado o gatilho para a desistência. Caso tenha sido isso, já não era exatamente Plínio quem decidia suspender a palavra, o recurso no qual sempre acreditou. Havia ali, no sujeito em retirada, alguém trucidado previamente pelo tipo de disputa que se tornou comum no Brasil e que fez da política um espaço privilegiado para a atuação de grupos mafiosos.

Políticos tradicionais, escolados pela guerra e orientados pela destruição do outro, costumam não se abalar com acusações que envolvem sua reputação. Para muitas pessoas honestas, entretanto, acusações morais – que implicam a integridade do sujeito, não suas ideias ou posições políticas – podem ser aterrorizantes. Vivemos em um ambiente social onde se tornou comum que as pessoas agridam moralmente as demais sem qualquer embaraço. A estupidez que se repete nas redes sociais, onde ignorantes convivem em bolhas degradadas pelo ódio e pelo preconceito, transforma a intolerância em paisagem. Esse fenômeno obscuro começou a ser mimetizado na esfera pública com a mesma naturalidade. Assim, a ausência de conteúdo é preenchida pelo açoite moral; o espaço deixado vago pela falta de referências culturais é ocupado pelo achincalhamento e a fala se transforma em um regurgitar de chavões cujo tom jocoso só denuncia a ausência de pensamento. Plínio não suportava isso.

Por sua memória, pela dignidade de sua postura, em nome da delicadeza com a qual Plínio sonhava com a boa política, votarei contra a imbecilidade e o fascismo no próximo dia 30. Um voto contra uma possibilidade trágica inscrita no futuro de um país que parece ser, cada vez mais, o ambiente ideal para os tigres.

Comentário do Blogueiro: O fascismo está entre nós de forma virulenta. Começou com a permanente campanha subliminar e nas linhas e entrelinhas da grande mídia, vendendo a insegurança e mostrando o lao mais ruim a cada dia. A insegurança disseminada, virou medo. O medo fomenta a a violência de quem vive dela. O fascismo se instala\ e avança. Se antes xingavam e exalavam ódio seletivo na internet, tal qual o ódio do povo alemão aos judeus. Depois virou ataques verbais e até físicos nas ruas e hoje as mortes já acontecem. Em Porto Alegre, ao que tudo indica, esta foi a morte provocada pelo fascismo. Mas no RJ são conhecidas as notícias de que mais de uma dezena de candidatos foi assassinada m cidades do RJ, pelo tráfico e por milícias. A desorganização e o desmonte do Estado de Direito, com o golpe contra a constituição, avalizado pelo STF, abriu as porteiras para as ondas fascistas cada vez mais violentas.Ou compreendemos agora que precisamos montar frentes de resistência anti fascista, ou sucumbiremos diante da desordem e da violência patrocinadas pelos “Tigres” imperialistas. Há quem votará em Melo nas eleições de Porto Alegre especificamente. Há outros que votarão nulo. Boa parte dos que votam nulo, votam nulo ou se abstêm, o fazem para denunciar o Sistema Eleitoral atual, ou por que já não lhe confiam mais. Então este é o tempo de construir a Resistência e discutir as alternativas.

Copiado de:  https://luizmuller.com/2016/10/23/o-ambiente-dos-tigres/

Praia de Xangri-Lá – Saiba tudo o que REALMENTE acontece em Xangri-Lá

10/09/2013

O médico e o monstro

Filed under: Marcos Rolim,Percival Puggina — Gilmar Crestani @ 7:25 am
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A única coisa eu posso acrescentar é que eu já estive entre aqueles que não tinham acesso a médicos de qualquer raça, cor e nacionalidade e posso dizer que na hora em que se está doente, nem importa a gravidade, ninguém se pergunta pela procedência, ideologia ou cor do profissional. Os mesmos que condenam a vinda dos médicos cubanos, via convênio, não se manifestaram com a vinda de agentes da DEA (a agência anti-drogas), dos EUA, também via convênio, e que, dentre outras coisas, enviam informações sobre as riquezas nacionais ao Obama. Eu, se fosse médico e fosse contra o programa Mais Médicos, pelo menos escolheria melhor meu defensor da minha causa. Estar ao lado de Percival Puggina, para quem o conhece, chega a ser uma acusação indefensável. Equivale a ser fotografado com uma arma na mão ao lado de um morto. Pode não ser o assassino, mas como explicar?

   

Os outros cubanos

08 d setembro d 2013

O ministro da Saúde chamava-se José Serra e o presidente era Fernando Henrique. Os cubanos eram
outros, claro

marcosRolimMARCOS ROLIM*
marcos@rolim.com.br

A polêmica sobre o programa Mais Médicos do governo federal envolve temas complexos e exige conhecimentos específicos em gestão pública de saúde. O tom em que o debate está sendo proposto é, no todo, improdutivo e só irá alimentar posições sectárias, sem compromisso com o interesse público. A situação seria melhor se alguns veículos influentes da mídia brasileira  fizessem sua obrigação: informar.
Em sua edição nº 1.620, de 20 de outubro de 1999, a revista Veja publicou uma matéria cujo título era: “Doutores Cubanos: doentes do interior são atendidos por médicos cubanos por falta de brasileiros”. Os leitores foram então informados que o hospital de Arraias, um pequeno município no interior de Tocantins, permaneceu fechado por quatro anos. O motivo, diz a revista, era “bizarro”: em que pese os bons salários oferecidos, nenhum médico queria “se aventurar por aquele fim de mundo”. Então, o hospital foi aberto e o “milagre”, diz a matéria, veio de Cuba. O município de Arraias conseguiu importar cinco médicos cubanos. O caso não era isolado e, segundo a revista, havia “muitos municípios que nem aparecem no mapa”, onde serviços de saúde só passaram a funcionar “após o desembarque das tropas vestidas de branco de Cuba”. A matéria informa que, naquele ano,166 médicos cubanos trabalhavam em regiões muito pobres em Roraima, Pernambuco e Acre e termina com a seguinte observação: “Os cubanos são bem-vindos, mas existe um problema. A contratação destes médicos é irregular perante as leis do Brasil. Eles precisam da revalidação do diploma numa universidade brasileira para atuar no país. Com base nessa desculpa burocrática, o Conselho Federal de Medicina denunciou as contratações ao Ministério Público pedindo o cancelamento dos convênios. ‘Não somos xenófobos, mas não há motivos para trazer médicos de fora e tirar o emprego dos profissionais daqui’, diz Edson de Oliveira Andrade, presidente da entidade. O doutor Andrade e seu douto conselho deveriam explicar então porque faltavam médicos nas cidades miseráveis que agora estão sendo atendidas pelos cubanos”.
Recentemente, matéria da revista Veja sobre o programa Mais Médicos do governo federal, assinada por Nathalia Wat, trouxe o seguinte título: “Por que a importação de médicos cubanos vai inundar o Brasil com espiões comunistas”. O texto inacreditável e que parece ter saído da caderneta de um membro do Comando de Caça aos Comunistas da década de 60, afirma que de cada cinco médicos cubanos exportados, um é espião do regime. “Deixar o Partido dos Trabalhadores comandar a política externa dá nisso”, conclui a revista (?). A ausência de médicos brasileiros em pequenas cidades deixou de ser um problema para a revista e os médicos cubanos não são mais bem-vindos, mas uma ameaça.
Na época em que a vinda de médicos cubanos era saudada como um “milagre” por Veja, o ministro da Saúde chamava-se José Serra e o presidente da
República era Fernando Henrique Cardoso, ambos do PSDB. Naquela época,
os cubanos eram outros, claro.
* Jornalista

Inimigos médicos

08 d setembro d 2013

Dilma e os seus gostariam de dispor dos brasileiros como coisas suas, assim como os Castro dispõem dos cubanos

PugginaPERCIVAL PUGGINA*
puggina@puggina.org

Quando viu o povo na rua, cobrando atenção à Saúde Pública, Dilma adotou prática tão antiga quanto namorar no portão. Escolheu um inimigo e o apontou à sociedade: os médicos brasileiros. A partir daí, jogou contra eles os raios e trovões que conseguiu recolher em seu repertório.
A saúde pública tem problemas. Falta atendimento, dinheiro, leitos. São longas as filas. Espera-se meses por um exame e anos por uma cirurgia. De quem é a culpa? Segundo a presidente, a culpa é dos médicos. Sua Excelência cuidou de passar à sociedade a impressão de que eles preferem viver nos grandes centros não porque ali estejam os melhores hospitais, laboratórios e equipamentos, mas porque ali estão os melhores restaurantes, clubes e cinemas. Foi para a tevê tecer ironias com o fato de que os primeiros a fazerem opções no “Programa Mais Médicos” preferiram localidades litorâneas. A compreensão dessa mensagem pelos sem discernimento (estamos falando de dezenas de milhões) fica assim: os doutores gostam, mesmo, é de praia.
Através dessas paquidérmicas sutilezas, o governo tenta convencer a sociedade de que os médicos não vão para as pequenas comunidades porque se lixam para as carências com que ele, governo, se preocupa. Opa! Preocupa-se agora, preocupa-se depois das vaias, preocupa-se depois das passeatas. E esquece que, pelos mesmos motivos, milhões de outros profissionais também preferem trabalhar em centros urbanos mais dinâmicos. Identificado o inimigo, a presidente partiu para o ataque. Criou um 2º ciclo de formação médica, obrigatório, a serviço do SUS, com duração de dois anos, a ser prestado onde houver necessidade. Fez com que os médicos perdessem a exclusividade de diversas atribuições relativas a diagnósticos e prescrição de tratamentos. Jogou na lixeira a insistente e lúcida recomendação no sentido de que seja criada na área médica uma carreira de Estado, semelhante à que existe para as carreiras jurídicas. Explico isso melhor: espontaneamente, nenhum juiz ou promotor vai solicitar lotação em Paranguatiba do Morro Alto. No entanto, como etapa de uma carreira atraente e segundo regras bem definidas, sim. É desse modo que se resolvem as coisas numa sociedade de homens livres.
Nada revela melhor a vocação totalitária do partido que nos governa do que este episódio. É uma vocação que dispensa palavras, que atropela leis e se expressa nas grandes afeições. Cubanas, por exemplo. A vinda dos médicos arrematados em Castro & Castro Cia. Ltda. permite compor um catálogo de transgressões aos princípios da liberdade individual, da dignidade da pessoa humana, da justiça, da equidade, da proporcionalidade, do valor do trabalho. Repugna toda consciência bem formada a ideia de que um país possa alugar seus cidadãos a outro, enviá-los aos magotes como cachos de banana, beneficiar-se financeiramente dessa operação em proporções escandalosas e ainda fazer reféns as respectivas famílias por garantia da plena execução do mandado. E há quem afirme que toda oposição a uma monstruosidade dessas é “preconceito ideológico”! Pois eu digo diferente: acolher como louvável semelhante anomalia política é coisa que só se explica por desvio do juízo moral.
Dilma e os seus gostariam de dispor dos brasileiros como coisas suas, assim como os Castro dispõem dos cubanos. Sendo impossível, buscam-nos lá, do mesmo modo como, antigamente, eram trazidos escravos das feitorias portuguesas no litoral africano.
* Escritor

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