Ficha Corrida

16/01/2016

Chico Buarque e o fascismo disléxico

odio da mdianO  comportamento fascista na internet é de fácil diagnóstico. De regra, o fascista é um sujeito monossilábico, que repete ad nauseam, termos que Goebbels da velha mídia criam para uso de seus midiotas amestrados. Como eles não conseguem sustentar uma discussão em alto nível, até porque o sobra em ódio falece em entendimento, passam à agressão simples e direta. O ódio é a face mais comum, mas há algo que é ainda pior. É a generalização, a perseguição ao grupo ao qual pertence o objeto de sublimação de suas frustrações. O fascismo ou quer resolver pelo grito, ou pela violência,duas faces da mesma moeda. Mas também pode ser por meio da violência institucional que, legalmente, pode calar e até eliminar seu divergente.

De um lado o ódio e o alvo sinalizado pelos laser da mídia, de outro uma frustração de conotação sexual; o prazer em odiar se conjuga com o eco que seu ódio encontra em quem o alimenta. É um jogo de retroalimentação. Retire da velha mídia figuras como Luis Carlos Prates, Lasier Martins, Merval Pereira, a redação completa de Veja e Época, âncoras da Rede Globo, em especial os mais identificados com a ditadura, como Alexandre Garcia e Rachel Sheherazade, e se sentirão órfãos. Os fascistas são como mariposas, se alimentam de holofotes.

Quanto ao Chico, a mim, para além de sua honestidade intelectual, está sua integridade como cidadão. Um único episódio ilustra de forma paradigmática: numa das tantas vezes em que esteve na Itália, Chico participou de um programa da RAI que era uma espécie de tributo, não de suas músicas, mas de sua personalidade cosmopolita. Em determinado momento um dos participantes fez-lhe a seguinte provocação:

– Chico, o que acontece no Brasil, que há tanta criança pelas ruas, trabalhando, mendigando?

– De fato, há, mas os problemas do Brasil prefiro tratar no Brasil. Minhas posições políticas são claras e as manifesto no Brasil. Nossos problemas temos de resolve-los com políticas nossas. Não se resolvem em foros internacionais.

Vivíamos os tempos de FHC e Chico se recusou a criticar, em solo estrangeiro, o governo de então. Chico, como artista universal que é, sabia que a crítica ao Brasil, na TV Italiana, em nada ajudaria, só pioraria.

Chico vai à Justiça por um basta nas agressões

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Artista processará o jornalista João Pedrosa, que publicou em seu perfil no Instagram, ao comentar uma foto da atriz Silvia Buarque, filha de Chico, ao lado do pai e da irmã Helena: “Família de canalhas!!! Que orgulho de ser ladrão!!!”; para Chico, chegou a hora de dar um basta às falsas acusações que circulam na internet, inclusive as de que ele é beneficiário da Lei Rouanet; em dezembro, o cantor foi alvo de agressão verbal ao sair de um restaurante com amigos, no Rio; o artista foi chamado de “merda” e “petista ladrão” por um grupo de jovens por fazer defesas ao governo do PT

16 de Janeiro de 2016 às 07:31

247 – Alvo recente de agressão verbal no Rio de Janeiro por defender o governo do PT, o cantor e compositor Chico Buarque processará por danos morais, junto com a atriz Marieta Severo e as filhas do casal, o jornalista paulista João Pedrosa.

No fim de dezembro, Pedrosa postou em seu perfil no Instagram ao comentar uma foto publicada pela atriz Silvia Buarque ao lado do pai e da irmã Helena: “Família de canalhas!!! Que orgulho de ser ladrão!!!”.

De acordo com o colunista Ancelmo Gois, para Chico, chegou a hora de dar um basta às falsas acusações que circulam sobre ele na internet, inclusive as de que ele é beneficiário da Lei Rouanet.

O colunista do Globo afirma que o artista não tem nada contra as leis do governo de incentivo à cultura, mas que nunca usou qualquer uma delas. A ação será defendida pelo advogado João Tancredo.

Em dezembro, o cantor foi hostilizado por um grupo de jovens ao sair de um restaurante com amigos no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro. Chico foi chamado de “merda” e “petista ladrão” por fazer defesas ao governo do PT (relembre aqui). Entre os jovens, estavam Álvaro Garnero Filho, filho do empresário e apresentador paulista Álvaro Garnero, e o rapper Túlio Dek, mais conhecido por ter namorado a atriz Cleo Pires.

Chico vai à Justiça por um basta nas agressões | Brasil 24/7

14/12/2015

Se fosse no Brasil, viraria funcionário da Globo

Alexandre GarciaAlexandre Garcia é a prova disso. Aliás, se for toxicômano, golpista ou mau caráter tem grandes chances de arrumar emprego nos assoCIAdos do Instituto Millenium.

Ex-militar chileno confessa crimes da ditadura em programa de rádio e é preso

Postado em 14 de dezembro de 2015 às 7:23 am

Da BBC Brasil:

Os chilenos se surpreenderam por uma ligação a um programa de rádio em que um ex-militar relatou, com detalhes, os crimes que cometera durante a ditadura militar no país (1973-1990).

Tudo começou no último dia 9 de dezembro, com uma insuspeita chamada ao programa popular El Chacotero Sentimental (“O piadista sentimental”, em tradução livre), da rádio Coração, de Santiago.

O ouvinte ligou para falar sobre um romance frustrado e logo começou a confessar mortes de presos políticos pouco após o golpe de Estado do general Augusto Pinochet.

O homem no ar dizia se chamar Alberto, e contou ao apresentador Roberto Artiagoitía como havia participado do assassinato de 18 presos políticos depois do golpe que derrubou o governo de Salvador Allende (1908-1973).

Dois dias depois, a polícia prendeu “Alberto”, na verdade Guillermo Reyes Rammsy, taxista de 62 anos e morador de Valparaíso, a 116 km de Santiago.

Os crimes que Rammsy confessou ocorreram no norte de Chile, região em que ele prestou serviço militar obrigatório.

“Atirávamos e depois os dinamitávamos, os corpos se desintegravam, não sobrou nada”, afirmou.

Diário do Centro do Mundo » Ex-militar chileno confessa crimes da ditadura em programa de rádio e é preso

01/11/2014

Todas as ditaduras são iguais…

… já as democracias são cada uma a sua maneira! No Brasil, graças a um Poder Judiciário cúmplice, principalmente em função do legado de FHC, os crimes continuam impunes.

Na ditadura, estas eram figurinhas colecionáveis. Na democracia, são arlequins servos de dois patrões:

Alexandre Garcia Augusto Nunes com a mão na bunda do Figueiredo, ao lado dele, Roberto Civita, e atrás do Civita, o Mesquita do Estadão
Augusto Nunes
ditadura com dor Marinho&Figueiredo

Chile: condenação de pai violador de Direitos Humanos atinge apresentadora de TV

Frederico Füllgraf

sex, 31/10/2014 – 20:34

Frederico Füllgraff

Frederico Füllgraf

Exclusivo para Jornal GGN

Ivette Vergara é um dos mais belos rostos do Chile, e os fotógrafos indiscretos costumam registrar closes de suas pernas cruzadas, não menos esculturais. Faz parte do tititi, Ivette gosta.

Ex-modelo, “Miss Paula 1990” (organizado pela revista homônima) e animadora do programa de variedades "Mucho Gusto", no canal privado Mega TV, nestes dias de outubro estourou uma bomba nos meios de comunicação, salpicando com seus destroços a imagem do símbolo sexual chileno: a Corte Suprema sentenciou a três anos e um dia de reclusão o capitão reformado do exército, Aquiles Muñoz Vergara, como autor de homicídio qualificado, perpetrado em 1973 no interior de uma delegacia de polícia de Puerto Aysén, na Patagônia. Além deste, o ex-militar pinochetista foi indiciado por outros dois assassinatos de simpatizantes do então presidente Salvador Allende, fuzilados a sangue frio e enterrados clandestinamente em valas anônimas. A falta de sorte de Ivette Vergara: o militar sentenciado é seu pai. Sua primeira reação à notícia foi: “Estamos tranquilos, porque sabemos que meu pai é inocente”.

Retronarrativa: fuzilamentos na Patagônia

Outubro de 1973.

Poucas semanas após o golpe militar contra o governo Salvador Allende, chega a Puerto Aysén – que à altura mal contava 5.000 habitantes, mas hoje é o principal núcleo de aquicultura de salmão do Chile, localizado 2.300 quilômetros ao sul de Santiago – um batalhão de artilharia comandado pelo capitão do exército Aquiles Vergara Muñoz, “para contribuir à manutenção da ordem interna ante eventuais insubordinações e violações do toque de recolher”, segundo a linguagem eufemística da ditadura Pinochet.

A rigor, naquelas semanas estava aberta a “temporada de caça” aos simpatizantes allendistas. Realizar prisões arbitrárias, torturar e matar estavam na ordem do dia. Foi em suas rondas ostensivas que no dia 2 de outubro de 1973, o capitão prendeu o jovem Julio Cárcamo e seu amigo apelidado “Cachorro [filhote] Alvarado”, que supostamente teriam insultado e ameaçado o funcionário da polícia, Oscar Carrasco Leiva.

Debaixo de coronhadas de fuzil e chutes em todo o corpo, ambos foram arrastados à segunda delegacia de Carabineiros de Aysén e jogados numa cela imunda.

Madrugada alta, os dois presos foram retirados da cela e conduzidos a uma baia de cavalos, onde os esperava Vergara Muñoz. Primeiro, o capitão descarregou sua pistola nos presos, em seguida formou um pelotão irregular e ordenou fogo, que crivou de balas Cárcamo e o “Filhote” – em flagrante assassinato a sangue frio de dois presos ilegais, sem acusação formal, sem tribunal nem direito à defesa.

Completada a chacina, os corpos das vítimas foram levados para a morgue, onde um médico emitiu o laudo sem qualquer autópsia. Porém, o atestado de óbito de 20 de outubro de 1973 atesta “anemia aguda” e “ferida de projétil” como causas mortis dos dois patagoneses, que foram colocados nus em um jipe, conduzidos até o cemitério local e jogados em uma vala anônima, devidamente preparada.

A selvageria do “Caso Aysén” é emblemática porque tortura, fuzilamento e ocultação de cadáveres foi o modus operandi da repressão não apenas pinochetista, mas da posterior Operação Condor, em todo o continenente.

Negando evidências durante 40 anos

Ninón Neira de Órdenes, uma senhora em provecta idade e presidente da Comissão de DDHH da Região de Aysén, protestou em alto e bom som contra a sentença dos ministros da segunda turma do Supremo, por considerá-la tímida: o septuagenário Muñoz Vergara é notório assassino e merecia pena mais drástica do que três anos de liberdade vigiada.

Embora muito mais criativa e eficiente do que a brasileira, a Justiça chilena tem sabido contornar e esvaziar a Lei da Anistia pinochetista ainda em vigor, julgando violadores de DDHH pelo viés dos “crimes comuns”, tais como formação de quadrilha, sequestro e homicídio, contudo, em casos como o de Muñoz Vergara, atropelando a jurisprudência internacional, ao reduzir a pena em primeira instância, alegando “meia prescrição”. Tanto a Corte Internacional de Justiça como a Corte Interamericana de Direitos Humanos estabeleceram que crimes de lesa-humanidade não prescrevem.

Detido pela primeira vez em 2009, o ex-capitão Aquiles Vergara negou tudo. Afirmou que não teve “faculdade legal para determinar nenhuma detenção”, não constituiu pelotões de fuzilamento e que, ademais, sequer teve conhecimento do nome ou da fisionomia dos executados.

“¡Yo no sé de nada!”, insistiu o ex-capitão pinochetista – simples assim.

Inesperadamente, em setembro de 2014, o ministro Sepúlveda Coronado o indiciaria em novo processo, desta vez pelo homicidio qualificado de Elvin Alfonso Altamirano Monje, “detido à margem de qualquer processo legal” e também assassinado em uma delegacia dos Carabineiros de Puerto Aysén.

Como você reagiria, se seu pai fosse condenado por violação de DDHH?

No início de 2014, um caso semelhante ao de Ivette Vergara derrubou a recém-nomeada Subsecretária do ministério da Defesa do governo Michelle Bachelet, Carolina Echeverría Moya. Em 2009, durante a primeira administração Bachelet (2006-2010), a funcionária já articulara o arquivamento de um processo por violação de DDHH, iniciado por ex-marinheiros allendistas, e em janeiro de 2014 omitiu em seu currículo o parentesco com o coronel da reserva do exército, Víctor Echeverría Henríquez, seu pai. Vivendo em liberdade impune, Echeverría Henríquez foi reconhecido por ex-presos políticos como comandante do famigerado Regimento de Infantería N°1 “Buin”, que durante a ditadura Pinochet funcionou como centro clandestino de detenção e tortura.

A sublimação dos crimes paternos por Ivette Vergara e Carolina Moya pode ser considerada uma síndrome.

Indagado sobre a reação de familiares de militares processados por violações de DDHH, o psicólogo chileno Marco Antonio Grez aponta um curiosa racionalização: ”Quando familiares diretos são confrontados com fatos acobertados por mentiras, delitos ou ilícitos envolvendo seus pais, em sua mente costuma ocorrer uma contradição. Quando crescemos, habituando-nos a justificar uma situação que nos faz sofrer, tratamos de dar um sentido às justificativas, inventando o pretexto de que o pai teve que cumprir ordens, deste modo conseguindo restabelecer um estado de equilíbrio".

Somente arrependimento redime imagem dos filhos

Em entrevista ao semanário Cambio21, o sociólogo Manuel Antonio Garretón adverte contra generalizações: “A única solução para estas coisas são sociedades  mais educadas, menos familísticas, menos fechadas em grupos estanques, até mesmo religiosamente, já que a tendência é atribuir aos filhos as características que têm os pais ou parentes”.

Contudo, até quando mulheres como a musa da TV ou a secretária de Estado continuarão a tampar o sol com a peneira, escondendo-se onde não há mas refúgio?

Garretón é taxativo:”A única maneira de superar esta situção é que os que cometeram os crimes os admitam, peçam perdão e deem mostra de seu arrependimento. Só assim ninguém mais poderá insinuar que ´tal pai, tal filho´”.

Talvez ão seja exatamente este o ponto: se o capitão assassino admitisse a verdade, talvez aliviasse a dor de sua filha Ivette Vergara e ela não precisasse mais encobri-lo.

Talvez.

Chile: condenação de pai violador de Direitos Humanos atinge apresentadora de TV | GGN

28/09/2014

A ditadura só perdura onde não há punição

Na imagem, Augusto Nunes passando a mão na bunda do ditador João Batista Figueiredo, que disfarça acendendo o cigarro. Ao lado do Augusto, Roberto Civita.

Augusto NunesA lei de anistia feita por ditadores para proteger ditadores só continua sendo aceita porque tem muita gente importante que participou da ditadura e hoje não quer ver seu nome envolvido. Para impedir que o Poder Judiciário revise uma posição retrógrada de manter intacta a tortura, o Instituto Millenium, um “puteiro” mantido pelos velhos Grupos MafioMidiáticos, criou um site para patrulhar o Poder Judiciário.

Se fossem abertos processos para esclarecer tudo o que houve na ditadura, certamente seriam ouvidos os membros da cinco famílias que mais lucraram com a ditadura.

Sem a ditadura, Folha, Estadão, Abril, Globo & RBS seriam empresas de fundo de quintal. Rever e revelar os crimes da ditadura importaria em trazer para o banco dos réus todos os cúmplices.

Como fazer isso se Augusto Nunes, Elio Gaspari, Alexandre Garcia e tantos outros  foram porta-vozes e lambe-botas dos ditadores e hoje prestam serviço a velhos grupos de mídia?!

Elias Stein, torturado durante o regime militar

“O Governo me monitorou até 1989, depois do fim da ditadura”

Elias Stein, um dos nomes da ‘lista negra do ABC’, foi sindicalista ao lado do ex-presidente Lula

Beatriz Borges São Paulo 24 SEP 2014 – 18:20 BRT

Elias Stein, ex-sindicalista. / BOSCO MARTÍN

Em 2005, Elias Stein, hoje com 75 anos, pediu todos os documentos onde constasse seu nome ao Arquivo Público do Estado de São Paulo. Sindicalista durante boa parte de sua vida, foi preso e torturado pela ditadura militar em 1974 e, por isso, queria saber o que a polícia sabia sobre ele. Ficou surpreso com o resultado da pesquisa. "Veio um calhamaço assim", indica, distanciando o polegar do dedo indicador. Entre os papéis, que comprovavam que havia sido monitorado até 1989, depois do final da ditadura, havia uma lista que chamou sua atenção. Nela constava seu nome, endereço e o nome da empresa Toshiba, fábrica de aparelhos eletrônicos onde trabalhou entre setembro de 1979 e maio de 1980. Se tratava da lista negra do ABC, em referência às cidades da região metropolitana de São Paulo, Santo André, São Bernardo e São Caetano. Nela havia cerca de 450 nomes de trabalhadores de empresas destes municípios. Todos os nomes tinham algo em comum: haviam participado da greve dos metalúrgicos do ABC, que durou 41 dias, em 1980. E, uma segunda coincidência: nunca mais voltaram a encontrar trabalho na área depois de terem sido demitidos ao voltar da cessação coletiva, que terminou no dia 12 de maio. “Quem tinha o 12 de maio na carteira como data de demissão estava condenado a não trabalhar mais”, explica Stein. E o desemprego, para o trabalhador qualificado, segundo ele, “é uma tortura”.

O PT tirou do programa de governo a revisão da lei de Anistia. Não se trata de vingança, mas de não repetir os mesmos erros. Quem torturou tem que pagar, nós torturados já pagamos por isso"

Durante esta greve, Stein foi um dos 16 escolhidos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anteriormente líder sindical, para acompanhar a paralisação enquanto ele estivesse preso. Tanto ele como Lula foram parar na tal lista negra. Mas os nomes que estavam nela não sofreram torturas físicas, pois a situação na década de 1980 já era diferente da dos anos de chumbo da ditadura, o período mais repressivo (de 1968 a 1974). O castigo, porém, era psicológico. “Todos tiveram que mudar de profissão ou até de cidade. Eu mesmo deixei de ser metalúrgico para trabalhar na prefeitura de Santo André entregando IPTU (imposto)”, conta, com pesar. Stein explica que muitos só souberam do boicote há pouco tempo, quando a lista negra foi divulgada pela Comissão Nacional da Verdade, que está investigando as empresas que colaboraram com o regime. Ele, no entanto, descobriu sobre a represália enquanto procurava trabalho. “Fui até uma agência de emprego e, enquanto o responsável pelo departamento pessoal foi atender o telefone, peguei a ficha para ver o salário. E lá estava o aviso: ‘Não mandar nenhum candidato cuja data de demissão seja 12 de maio’. Aí eu falei: tá explicado".

Vão contar a história só daqui a 20, 30 anos, quando todos tiverem morrido. Tem gente que na época era sargento, hoje é general, coronel, e eles não querem que isso apareça”

Os papéis do Arquivo Público também registraram o monitoramento que o Governo fez sobre seus passos, mesmo após o final do regime militar, que acabou em 1985. "Na ficha da Abin [Agência Brasileira de Inteligência, antigamente Serviço Nacional de Inteligência (SNI)] constava que eu tinha ido trabalhar no Centro Pastoral Vergueiro [organização que difundia informações para os sindicalistas], em 86; que tinha participado de congresso da CUT [Central Única do Trabalhador, sindicato] no mesmo ano em São Bernardo; que em 89 eu tinha sido assessor da administração regional do Waldemar Rossi [sindicalista] na Mooca durante o governo da Luiza Erundina [prefeita de São Paulo entre 1989-1993]", lista, enquanto se indigna ao não conseguir explicar como eles conseguiam essas informações – todas verdadeiras – nem qual era o propósito de continuar investigando sua vida.

Ditadura militar

Em 1972, durante a ditadura (1964-1985), Stein foi preso. O levaram ao Departamento de Ordem Política e Social, o DOPS, que tinha Sérgio Fleury na função de delegado, um representante da dura repressão policial da época. "Cada vez que eu olhava para ele [Fleury], me sentia frio na alma. Ele era um demônio". Stein passou por choques, incontáveis tapas na cara e "muito telefone", um tipo de agressão que consistia em bater as duas mãos em forma de concha nas orelhas do torturado. "É uma luta interna do seu corpo, que não quer sofrer, com sua consciência dizendo que você não pode falar nada".

mais informações

Stein está contente com o resultado das oitivas realizadas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que entrevistou torturados e torturadores. No entanto, é muito cético quanto aos esclarecimentos que a CNV conseguiu. “Vão contar a história só daqui a 20, 30 anos, quando todos tiverem morrido. Tem gente que na época era sargento, hoje é general, coronel, e eles não querem que isso apareça”. Critica Lula, dizendo que ele sim tinha força política para obrigar os militares a abrir essas caixas pretas. “Em 25 de fevereiro deste ano o comandante Enzo Peri [comandante do Exército brasileiro] emitiu um comunicado proibindo os quartéis de repassar informações sobre o período. Quer dizer, isso em 2014 e passando por cima da lei de acesso à informação da Dilma”. Esta semana, no entanto, as Forças Armadas, que aglutinam o Exército, a Marinha e a Aeronáutica, emitiram um comunicado dizendo que não tinham como negar as torturas, um passo em direção ao sonho de Stein.

Hoje, se tivesse que voltar no tempo, não tem dúvida alguma de que tomaria as mesmas decisões. “Faria tudo de novo”, disse. No fundo, acredita que a ditadura segue viva, evidenciada "pelas ações violentas da polícia" em manifestações e no tratamento à população. "Eu acho que a direita ganhou essa guerra ideológica faz tempo. Com a Carta aos brasileiros do Lula em 2002 [que o ex-presidente escreveu para acalmar o mercado financeiro, que tinha receio sobre sua candidatura], provamos que abrimos as pernas para a direita, que seguimos a cartilha deles". E isso permanece no Governo Dilma, afirma. "O PT tirou do programa de Governo a revisão da lei de Anistia [de 1979, que perdoou os crimes da ditadura]. Não se trata de vingança, mas de não repetir os mesmos erros. Quem torturou tem que pagar, nós torturados já pagamos por isso".

“O Governo me monitorou até 1989, depois do fim da ditadura” | Politica | Edição Brasil no EL PAÍS

22/06/2014

Eunucos do ódio

No exército persa, Ciro, Xerxes, Dario sempre tinham eunucos dentre aqueles serviçais mais fiéis. Os devotados eunucos retribuíam com a vida. Assim são essas figurinhas que pulam de galho em galho.

Augusto Nunes passou por vários poleiros e todos deixou sujos (Veja, Zero Hora). Gaspari é figurinha carimbada dos veículos que tiveram afinidades eletivas com a ditadura. É especialista em militar, nas várias acepções do termo. Se tivessem feito raio x do saco escrotal dos ditadores brasileiros, lá encontrariam sua digitais. Alexandre Garcia é voz cativa dos que nasceram, cresceram em parceria com a ditadura, de quem foi empunhador de microfone. Ah, como no romance de Alexandra Dumas, os três eram quatro: o outsider da turma é o Mário Sérgio Conti, o arleguim servidor de dois (ou três) patrões... É as enguia mais ensaboada, um banana, que pisou nas próprias cascas.

Reinado Azevedo não importa, na minha conta não entra carrapato, pois transmite Babesiose à manada.

Em comum, Gaspari, Nunes, Garcia: todos, sem exceção, tem longa ficha corrida de serviços prestados à ditadura!

Antonio Machado: Doutor não enxerga veneno no jornal que lhe paga salário

publicado em 21 de junho de 2014 às 23:14

Não, doutor, não é a mesma coisa

O discreto ódio de Elio Gaspari

por Antonio Machado*

O discurso da direita é obtuso, sinuoso, embiocado. Ora mais, ora menos, mas inevitável e necessariamente. Afinal, de que outra forma defender uma injustiça, justificar o indefensável?

Em sua coluna de quarta-feira na Folha de S.Paulo, o jornalista Elio Gaspari resguarda os xingadores da presidente da República – a doutora Dilma, como ele a chama –, já tão repreendidos pela mídia independente. “Argumente-se que o grito foi típico da descortesia dos estádios”, pondera.

A intenção já se define pelo título: “O ódio ao PT e o ódio do PT” (http://naofo.de/g0r). Gaspari, experimentado, não endossa o coro dos desaforados.

Se os protege, é com cautela – e sem apologia, é claro. Põe-se de fora, pretensamente alheio ao ódio manifestado de parte a parte.

Cita comentários de internet e conclui: “Se a rede for usada como posto de observação, os dois ódios equivalem-se e pouco há a fazer”.

Alto lá! Não é o anonimato da rede que deve ser tomado como posto de observação, mas a própria imprensa, a própria Folha.

A imprensa e as declarações de gente pública como Paulinho da Força, Aécio Neves, na linha do “colheu o que plantou”, “mandou para onde tinha que mandar”.

À bem da verdade, o mal não seria propriamente o ódio, mas como ele se manifesta, de quem vem, a quem se dirige e por quê.

Ou o doutor, do alto de sua imparcialidade, acha que odiar o pobre que anda de avião – para usar um exemplo batido, que é também o dele – equivale a odiar o rico que se queixa do aeroporto que virou rodoviária?

Não digo que pertença à elite todo aquele que não gosta do PT. Há até ricos que gostam e outros que, não sendo, dele não gostam justamente por julgarem-no elitista. Mas o leitor da Folha sabe porque ela não gosta do PT.

Na quinta-feira, outra vez no estádio do Corinthians, o jornalista José Trajano, da ESPN, homem de 68 anos, se preparava para entrar ao vivo quando foi chamado de “petista filho da p*” e ameaçado de morte.

A exclamação veio de um torcedor de 30 anos, um e noventa de altura, que avançava sobre as grades que o apartavam da imprensa.

Parêntese. Coisa de um mês atrás, o amigo que presenciou e relatou a referida cena é quem foi a vítima. Repreendeu um desconhecido que atirava um folheto no chão e ouviu de volta: “Vai se f*, seu comunista! Comunista! Você é um petista, seu petista!” (http://bit.ly/TfCGil)

Voltando ao caso do Trajano, seria só uma ocorrência avulsa, embora corriqueira; um desvario como o daquele que hostilizou Joaquim Barbosa. Novo parêntese.

O mesmo sujeito que ultrajou Barbosa foi atacado pelo senador Aloysio Nunes no Congresso Nacional, num episódio que chamou bem menos atenção (http://bit.ly/1lTtyqc).

A’O Globo, o senador ainda avisou: “Só não dei um pescoção porque ele correu mais do que eu!” (http://naofo.de/g0v)

Pois seria só mais uma, não fosse a campanha de ódio contra Trajano promovida por Reinaldo Azevedo, blogueiro e colunista da mesma Folha – aliás, escalado pelo jornal para comentar as “palavras não muito gentis à presidente” – e levada às últimas por sua claque.

Desnecessário reproduzir os impropérios de Azevedo a Trajano, mencionado em nada menos que seis postagens do autor. Quem o conhece pode imaginar.

Não se sabe ao certo o que despertou a ira do blogueiro: se o fato de Trajano reprovar a grosseria contra Dilma, de “pagar pau aos esquerdistas” ou de dizer que Azevedo é semeador de ódio (http://bit.ly/1uMfu7q).

Pelo tamanho da reação, bastava ter se referido a Dilma como presidenta para merecer uma alusão injuriosa.

A verdade é que Gaspari está mais perto do que gostaria de Azevedo; ambos do mesmo lado, em papeis complementares.

Se o doutor ainda não sabe, já é tempo de saber, na origem, conteúdo e forma, o que difere o ódio antipetista da revolta contra a elite e contra quem a representa.

* É jornalista

PS do Viomundo: A Folha é aquela que, em plena campanha eleitoral de 2010, publicou na capa uma ficha falsa da candidata Dilma e, em seguida, entrou em crise existencial por não descobrir se era verdadeira a falsidade; antes, foi o jornal que publicou na primeira página artigo de um psicanalista aeronauta acusando o governo Lula do homicídio de 200 pessoas num acidente aéreo cuja causa foi erro dos pilotos; deu espaço à tese de Lula estuprador na cadeia; espalhou o pânico com uma falsa epidemia de febre amarela e, mais tarde, dizimou milhares que ainda vivem com a gripe suína; depois de tudo isso, adotou a tese de que os blogueiros “espalham ódio”. É pra rir, né?

Antonio Machado: Doutor não enxerga veneno no jornal que lhe paga salário – Viomundo – O que você não vê na mídia

08/05/2014

Os Rebeldes do Futebol

Coisas que acontecem nas ditaduras mas que só se fica sabendo nas democracias

Nesta sexta, em São Paulo, haverá um debate sobre futebol e ditaduras. Muito embora o Brasil seja sede da Copa de 2014, você não encontrará informação a respeito deste assunto, espinhoso, na gloriosa imprensa das cinco irmãs (Civita, Frias, Mesquita, Marinho & Sirotsky). O ex-jogador do Colo Colo do Chile, Carlos Caszely, e Raí, irmão do Sócrates, da Democracia Corintiana, participarão de um debate que tem a ver com a exibição do filme Rebeldes do Futebol, escrito por Eric Cantona.

Rachel Clemens recusa cumprimento do ditadorfigueiredo 
Augusto Nunes acariciando a bunda do FigueiredoAugusto Nunes
Alexandre Garcia
Alexandre Garcia

O exemplo que vem do Chile, de Carlos Caszely, El Rey del Metro Cuadrado, recolhido do jornal esportivo argentino Canchallena, se repete nas ditaduras que se assoCIAram, sob coordenação dos EUA, na Operação Condor.

Caszely se recusou a apertar a mão cheia de sangue do ditador chileno, Augusto Pinochet.

Os defensores das ditaduras, por razões óbvias, não entendem porque uma simples menina recusa cumprimento do facínora. Acontece que crianças, como ninguém, conhecem a má índole pelo cheiro. Cães e crianças tem este dom da autenticidade, da intuição e feeling para detectar de onde vem o perigo, dos maus fluidos e da maldade…

A menina Rachel Clemens se negou a cumprimentar o ditador que o Folha e Globo continuam a chamar de “Presidente”.

O cavalariço que preferia o cheiro de cocô de cavalo ao cheiro do povo teve de engolir o que seu porta-voz e lambe botas, Alexandre Garcia, se esmerava em tornar palatável às hienas. Augusto Nunes é outro que vive do seu passado de confidente das noites mal dormidas do boçal fardado.

Se tirassem raio x dos sacos escrotais dos generais ditadores, lá estariam as mãos dos serviçais da casa grande (Alexandre Garcia e Augusto Nunes) que todo dia ainda gozam (que palavra!!) da nossa cara protegidos pelos capangas dos grupos mafiomidiáticos. São estes dois senhores empregados dos capos mafiosos que hoje dispõem de espaço nobre para nos ensinarem bons modos, ética, democracia…

A participação explícita da mídia na sustentação da ditadura ainda permanece mal esclarecida porque, se a mídia não conta, quem poderia contar?!

Não é só o silêncio a respeito da parceria formada pelos atuais sócios do Instituto Millenium, mas todo linguajar rebuscado que usam quando tratam da ditadura, que permanece ocultando o conluio da velha imprensa com os torturadores, estupradores, assassinos e ocultadores de cadáveres.

Afinal, por que continuam chamando ditadores de presidentes ao mesmo tempo que tentam nos vender a ideia de que foi apenas uma ditabranda?!

 

 

Pinochet y el Colo Colo de 1973

Por Ezequiel Fernández Moores | Para canchallena.com

Foto: S.Domenech

"Esto -dice Carlos Caszely- pudo haber sido diferente." El ex crack del fútbol chileno, actor improvisado, habla en el mismo escenario en el que hace más de cuarenta años negó la mano al general Pinochet. Hace de sí mismo en ¿Quién es Chile?, la pieza teatral en el Centro Cultural Gabriela Mistral (GAM), ex edificio Diego Portales, que fue sede gubernamental de la dictadura. Caszely tenía apenas 23 años cuando decidió dejar su mano baja. El dictador de capa, anteojos negros, gorro y bigote, despedía a la selección chilena que partía al Mundial de Alemania 74. En abril de 2014, el Caszely actor y sus compañeros de elenco muestran a personajes anónimos en los días previos al golpe. Y recuerdan también al DT Luis "Lucho" Alamos: "En este país -decía "el Zorro"- estamos acostumbrados a restar y dividir; a mí me gusta sumar y multiplicar". La obra habla en realidad del Colo Colo de 1973, el equipo que entusiasmó a todo un país y que fue derrotado por Independiente en final polémica de Copa Libertadores. Aparece la foto del presidente Salvador Allende recibiendo al equipo. "Si gana Colo Colo, Chicho (Allende) está seguro en La Moneda", dice el mítico jugador Francisco "Chamaco" Valdés. Hasta el 11 de septiembre, cuando comienzan a caer las bombas. ¿Quién es Chile? se basa en el libro de 2012 del periodista Luis Urrutia O’Neil (Chomsky): Colo Colo 1973. El equipo que retrasó el golpe.

"A pesar de mi juventud -me dice Caszely en Santiago-, te puedo decir que algo de razón tiene el libro, porque cuando jugaba Colo Colo el país se volcaba hacia el estadio, la radio y la TV." En los meses previos al golpe, Caszely veía desde las ventanas del hotel Carrera, concentración de Colo Colo, que de un lado de la calle protestaban miembros de Patria y Libertad gritando "no hay carne, no hay pollo?". Y del otro llegaban los de Unidad Popular cantando "el pueblo unido jamás será vencido". La confrontación cesaba cuando jugaba Colo Colo. Campeón chileno de 1972 con 90 goles y una media de 39.000 personas por partido, el Colo Colo de Caszely inició la Libertadores de 1973 aplastando 5-0 a Unión Española. Luego fue 5-1 a Nacional de Quito, 5-1 a Emelec, 4-0 a Cerro Porteño. Triunfo histórico 2-1 en el Maracaná ante el Botafogo de Jairzinho. Hay huelga salvaje del transporte, pero casi 80.000 hinchas colman el Estadio Nacional. Llegan a dedo, caminando, en camiones, como sea. Quieren ver los golazos de Caszely (goleador final de la Copa, con 9 tantos). Los tiros libres del Chamaco Valdés. Ese fútbol de ataque y fuerza colectiva. "Son las noches de Colo Colo, el equipo del pueblo", dice el libro La historia secreta del fútbol chileno.

Un agónico 3-3 en la vuelta contra Botafogo da el boleto a la final contra Independiente, que busca su cuarta Copa. Fue un robo, dicen en Chile. "Están las imágenes." En la Argentina -me dice Caszely-, el Loco Mario Mendoza empujó al arquero Adolfo Nef "con pelota y todo dentro del arco". Fue el empate 1-1 del Rojo, ante la pasividad del árbitro uruguayo Milton Lorenzo. Furioso, el defensor Alejandro Silva pegó una patada de expulsión en una acción siguiente a Eduardo Maglioni. Guillermo Páez contó que él mismo le sacó las tarjetas a Lorenzo, que Sergio Messen lo tomó del cuello y que Leonel Herrera le metió un cortito en las costillas. No pasó nada. Salvador Allende, que estaba en Buenos Aires por la asunción del presidente Héctor Cámpora, recibió al plantel en la embajada de Chile. En la revancha de Santiago (0-0), el árbitro brasileño Romualdo Arpi Filho, me dice también Caszely, "reconoció su equivocación" al marcarle offside "en un gol legítimo", porque lo habilitaban cuatro jugadores del Rojo. Y en el desempate de Montevideo fue el turno del árbitro paraguayo José Romei, aunque Independiente, con Bochini-Bertoni titulares en la parte final, ganó 2-1 en el alargue imponiendo autoridad. Chamaco Valdés asegura que "nos anticiparon que los árbitros aparecerían en nuestro hotel para ser sobornados. Íbamos a hacer una vaca en el plantel, pero el presidente Héctor Gálvez se opuso. La terna de jueces llegó, esperó y al ver que no pasaba nada se fue". Messen, aún más duro, afirmó que "la terna de árbitros estaba sobornada en las tres finales". Habló de cifras (33.000 dólares) y se declaró convencido de que "ese Independiente se inyectaba". Son leyendas comunes en la Copa de los 70, cuando había equipos, del país que fuere, que dopaban a los jugadores de todo el lateral izquierdo para un partido y, si la revancha era tres días después, a los de todo el lateral derecho para el siguiente.

Diez mil personas, que llegaron de cualquier modo porque seguía la huelga de transporte, recibieron a Colo Colo en el aeropuerto. Veintitrés días después de la final, el 29 de junio de 1973, se produjo el "Tanquetazo", un fallido golpe, que incluyó cerca de 500 balazos a La Moneda y, entre otras, la muerte del camarógrafo argentino Leonardo Henrichsen, y que fue abortado por el general constitucionalista Carlos Prats, asesinado por la DINA en 1974 en Buenos Aires. Leonardo Veliz, que junto con Caszely no ocultaba su pensamiento de izquierda, dijo alguna vez que, más que Colo Colo, fue tal vez la selección chilena la que retrasó el golpe. En la Roja, además del DT Alamos, jugaban once jugadores de Colo Colo, algunos de los cuales llegaron a disputar cerca de 80 partidos en 1973. El 5 de agosto, el Chile con base de Colo Colo venció en desempate de Montevideo 2-1 al Perú del Cholo Sotil y ganó el derecho a un repechaje con la entonces URSS para ir al Mundial 74. La ida, en Moscú, un partido sin registros de TV y que terminó 0-0 en el Estadio Lenin, se jugó quince días después del golpe. El avión partió el 18 de septiembre para jugar primero ante México. "¿Qué opina de que haya muertos flotando en el Mapocho?", preguntó un periodista a Caszely, autor de dos goles en el primer triunfo de Chile en el Azteca. "¿De qué estás hablando? Pregúntame por los goles, no tengo idea", respondió el jugador.

La URSS no se presentó a la revancha porque el Estadio Nacional, escenario del partido, era centro de detención, tortura y muerte. La farsa, se sabe, se celebró igual ante 15.000 hinchas, con árbitro FIFA y jugadores chilenos arrancando desde mitad de cancha y pasándose la pelota hasta que el Chamaco Valdés, capitán, hace el gol simbólico, que decreta el triunfo reglamentario. Es el mismo Chamaco que días antes había pedido la liberación de jugadores y vecinos que eran víctimas de la dictadura. Caszely, que en ese mismo 1973 fue transferido al Levante español por 130.000 dólares, conmovió cuando en 1988 participó de la célebre campaña por el no que condujo al fin de la dictadura. "Fui torturada y vejada brutalmente tantas veces que no las conté, por respeto a mi familia y a mí misma", dice en el spot Olga Garrido. "Sus sentimientos son los míos, esta señora es mi madre", añade Caszely, que aparece en la imagen, ante la sorpresa de millones de chilenos.

Caszely, que este viernes participará de un debate en San Pablo sobre fútbol, dictaduras y política junto con Raí y algunos presidentes sudamericanos, forma parte del filme francés Rebeldes del fútbol, escrito por Eric Cantona y que incluye, entre otros, al brasileño Sócrates y al marfileño Didier Drogba. También señalado por hinchas porque fue expulsado en Alemania 74 y falló un penal en España 82, Caszely ocupó fugazmente hasta hace unos días la representación de los socios ante Blanco y Negro, la empresa privada hoy dueña de Colo Colo, que tuvo como accionista inicial al hoy ex presidente Sebastián Piñera. "Ooooh, lo que quiere el pueblo, que se vaya, Blanco y Negro", cantaban los hinchas. Los coros cesaron cuando Colo Colo subió a la punta y, tres semanas atrás, salió campeón. Pero el fútbol es algo más que títulos e ídolos. La minigira de nueve días por Chile me deja otra imagen. La de otra camiseta de Colo Colo con el nombre de Alexis Sánchez, que brillaba en esas mismas horas en la cancha El Mugriental, de la población José Miguel Carrera, en Antofagasta, Chile profundo. El ex árbitro Héctor Baldassi contaba los pasos, el Tata José Luis Brown se alistaba en el arco y Pedro Monzón y el DT uruguayo Víctor Púa, invitados por la fundación Ganamos Todos, controlaban la acción. Braian, a los 11 años ya con problemas de drogas y cuyo padre se había colgado tiempo atrás en uno de los postes de luz, gritaba feliz tras anotarle el penal a un campeón mundial..

Pinochet y el Colo Colo de 1973 – Fútbol Internacional – canchallena.com

06/12/2011

Collor X Lula. Kotscho revela outra “coincidência” na Globo

Filed under: Alexandre Garcia,Collor,Lula,Rede Globo de Corrupção — Gilmar Crestani @ 8:49 am

Cruz e Alexandre Maluf Garcia: tudo de bom !

O Domingo Espetacular fez reportagem sobre informação contida no livro do Boni – clique aqui para ler sobre o Boni publicitário: Boni ajudou a preparar o Collor para o debate decisivo na vitória do Collor sobre o Lula.
Deu-lhe suor, umas pastas de “denúncias vazias”, entortou-lhe a gravata – só faltou a caspa do Jânio.
O Collor desmentiu, mas o ansioso blogueiro leva o Boni mais a sério.
Nesse episódio, para defender o patrão, Ali Kamel deu-se ao ridículo papel de dizer que o Boni agiu por conta própria.
A culpa é do Boni e, não, da Globo.
E o Kamel acha que o espectador e o Boni são parvos.
Na reportagem do Afonso Monaco na Record, Ricardo Kotscho, que era assessor de imprensa do Lula na época e, hoje, trabalha com Heródoto Barbeiro na Record News, faz revelação importantíssima.
Na reunião em São Paulo entre as equipes dos candidatos e a TV Bandeirantes, que realizou o debate dois dias antes  da eleição no segundo turno, lá estava o Kotscho.
Quando entram pela sala adentro,  lado a lado, Claudio Humberto, assessor de imprensa do Collor, e Alberico Souza Cruz, diretor de jornalismo da Globo (um pouco menos poderoso do que hoje é o Kamel).
Kotscho demonstra sua perplexidade – com vocês dois juntos, não há quem aguente – e eles explicam: foi uma coincidência tomar o mesmo avião.
Logo depois se soube da natureza da coincidência.
Cruz chegou à Globo no dia seguinte ao debate, no início da tarde.
Roberto Marinho já tinha dado instrução ao editor de política do jornal nacional,  Ronald Carvalho: tudo de bom do Collor e tudo de mau do Lula.
O editor Otavio Tostes estava na “ilha” 7 para iniciar a re-edição do resumo do debate do jornal Hoje, um trabalho isento e profissional de Wianey Pinheiro.
Ronald disse a Tostes: tape o nariz e meta a mao na m…
Pouco depois, chega Cruz de Sao Paulo, onde se realizou o debate fatal.
(Ouvi dizer na Globo, então, que Cruz foi para o Rio no jatinho que servia ao Collor.)
Cruz entra  na ilha 7 e pergunta ao Tostes como está a edição do debate.
Tostes descreve as instruções que recebeu do Ronald (do Dr Roberto, na verdade).
Cruz ordena: além disso e disso, tem que ter mais isso e aquilo.
Tostes se vê diante do dilema de fazer todas aquelas instruções caberem numa reportagem do jornal nacional, que respeitava, normalmente, limites de tempo.
A edição na ilha 7 acaba e Cruz manda levar a fita para a ilha 10, que dispunha de mais recursos de edição.
A essa altura, o prazo para entregar matérias a serem exibidas já se tinha esgotado: a matéria estava ” fora do dead line”, como se dizia na Globo.
Ou seja, corria o risco de não entrar.
Cruz reviu a edição na ilha 10 e mandou subir para exibição – fora do dead line.
(Voluntariamente, Tostes, num raro ato de coragem, se dispôs a contar esse episódio sublime  da Historia da TV brasileira ao Sindicato dos Jornalistas do Rio e, de lá, Oswaldo Maneschy deu acesso ao ansioso blogueiro.)
Este ansioso blogueiro assistiu ao jn de casa.
Finda a patranha, ligou para o Ronald:
O que é que você fez ?
Exagerei para ficar mais chocante, foi a resposta dele (não literal).
Não foi só isso.
Aquela edição do jornal nacional do Cruz, Ronald e Dr Roberto conteve mais.
Uma “pesquisa” por telefone em que o Collor aparecia como o grande vencedor do debate.
Naquela altura, pobre não tinha telefone.
Usava o da quitanda.
E, depois da incompleta “pesquisa”, Alexandre Maluf Garcia entrava para dizer, com aquela voz de Ordem do Dia, que democracia era aquilo mesmo: acreditar na “pesquisa” e exercer o direito de votar (no Collor).
(O entusiasmo de Garcia foi um pouco menos intenso do que demonstrava na TV Manchete para defender a eleição do Maluf contra o Tancredo.)
Portanto, a entrada do Cruz  com o assessor de imprensa do Collor não foi apenas uma coincidência, como disseram ao Kotscho.
Como dizia o Dr Tancredo, em política não há coincidência.
Paulo Henrique Amorim

Collor X Lula. Kotscho revela outra “coincidência” na Globo | Conversa Afiada

29/11/2011

Alexandre Garcia, pequena antalogia…

Filed under: Alexandre Garcia — Gilmar Crestani @ 8:47 am

Por que o PiG denuncia tanto? Para levar a política para os bancos

Figueiredo: que pena, foi acabar logo na minha vez !

O Mino Carta já demostrou que o denuncismo é hipócrita e não trata do Dantas, do Gilmar e do Zé Cardozo (clique aqui para ver por que os amigos do Dantas o chamam de Zé)
O Ciro Gomes, com quem o ansioso blogueiro esteve recentemente, também tem uma explicação.
A política é a linguagem da Democracia, diz o Ciro.
O “denuncismo hipócrita” tem o objetivo de desqualificar a política.
Tirar a Democracia dos políticos.
Político não presta.
Político é ladrão.
Sem os políticos, no vácuo, para onde vai a Democracia, se pergunta o Ciro ?
A arena da Democracia não é mais o plenário do Congresso, mas a mesa de almoço na sede dos bancos na Avenida Paulista e na rua Jardim Botânico.
(“Rua Jardim Botânico”, no Rio, significa “Globo”. O Ciro não falou em Globo. É coisa deste ansioso blogueiro.)
Os políticos se tornam marginais.
Quem manda são os banqueiros, seus economistas, os donos da mídia e seus arautos.

Navalha

Um mestre na arte de desqualificar os políticos é o Alexandre Maluf Garcia.

Quando era da TV Manchete, ele tinha um quadro que consistia em expor os políticos ao ridículo.

Quando foi para a Globo, pelas mãos de Antonio Carlos Magalhães, levou o quadro para o Fantástico, mas foi tragado pelo Globope.

Hoje, ele desqualifica os políticos no Bom (?) Dia Brasil – também tragado pelo Globope.

No caso deste colonista (*) matinal, talvez a preferência não seja por banqueiros e seus economistas.

(Esses são apanágio da Urubóloga.)

Garcia talvez, até hoje, não se conforme com o fim melancólico do regime militar.

Bom era nos tempos em que ele decifrava as Ordens do Dia do Brigadeiro Delio Jardim de Mattos, a que só ele tinha acesso.

Nem o Delio sabia ao certo o que queria dizer.

Mas, ele, o Garcia, sabia.

Aquela, sim, era uma Democracia !

Democracia ateniense era aquela em que meia dúzia de economistas neolibelês (**) decidia sobre o novo regime econômico – e o Cerra se omitia ou boicotava

O que não pode existir é o que o Otavinho chama de “democracia de massa”.

Com muita gente.

Isso é um horror !

Paulo Henrique Amorim

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