Ficha Corrida

16/01/2016

Chico Buarque e o fascismo disléxico

odio da mdianO  comportamento fascista na internet é de fácil diagnóstico. De regra, o fascista é um sujeito monossilábico, que repete ad nauseam, termos que Goebbels da velha mídia criam para uso de seus midiotas amestrados. Como eles não conseguem sustentar uma discussão em alto nível, até porque o sobra em ódio falece em entendimento, passam à agressão simples e direta. O ódio é a face mais comum, mas há algo que é ainda pior. É a generalização, a perseguição ao grupo ao qual pertence o objeto de sublimação de suas frustrações. O fascismo ou quer resolver pelo grito, ou pela violência,duas faces da mesma moeda. Mas também pode ser por meio da violência institucional que, legalmente, pode calar e até eliminar seu divergente.

De um lado o ódio e o alvo sinalizado pelos laser da mídia, de outro uma frustração de conotação sexual; o prazer em odiar se conjuga com o eco que seu ódio encontra em quem o alimenta. É um jogo de retroalimentação. Retire da velha mídia figuras como Luis Carlos Prates, Lasier Martins, Merval Pereira, a redação completa de Veja e Época, âncoras da Rede Globo, em especial os mais identificados com a ditadura, como Alexandre Garcia e Rachel Sheherazade, e se sentirão órfãos. Os fascistas são como mariposas, se alimentam de holofotes.

Quanto ao Chico, a mim, para além de sua honestidade intelectual, está sua integridade como cidadão. Um único episódio ilustra de forma paradigmática: numa das tantas vezes em que esteve na Itália, Chico participou de um programa da RAI que era uma espécie de tributo, não de suas músicas, mas de sua personalidade cosmopolita. Em determinado momento um dos participantes fez-lhe a seguinte provocação:

– Chico, o que acontece no Brasil, que há tanta criança pelas ruas, trabalhando, mendigando?

– De fato, há, mas os problemas do Brasil prefiro tratar no Brasil. Minhas posições políticas são claras e as manifesto no Brasil. Nossos problemas temos de resolve-los com políticas nossas. Não se resolvem em foros internacionais.

Vivíamos os tempos de FHC e Chico se recusou a criticar, em solo estrangeiro, o governo de então. Chico, como artista universal que é, sabia que a crítica ao Brasil, na TV Italiana, em nada ajudaria, só pioraria.

Chico vai à Justiça por um basta nas agressões

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Artista processará o jornalista João Pedrosa, que publicou em seu perfil no Instagram, ao comentar uma foto da atriz Silvia Buarque, filha de Chico, ao lado do pai e da irmã Helena: “Família de canalhas!!! Que orgulho de ser ladrão!!!”; para Chico, chegou a hora de dar um basta às falsas acusações que circulam na internet, inclusive as de que ele é beneficiário da Lei Rouanet; em dezembro, o cantor foi alvo de agressão verbal ao sair de um restaurante com amigos, no Rio; o artista foi chamado de “merda” e “petista ladrão” por um grupo de jovens por fazer defesas ao governo do PT

16 de Janeiro de 2016 às 07:31

247 – Alvo recente de agressão verbal no Rio de Janeiro por defender o governo do PT, o cantor e compositor Chico Buarque processará por danos morais, junto com a atriz Marieta Severo e as filhas do casal, o jornalista paulista João Pedrosa.

No fim de dezembro, Pedrosa postou em seu perfil no Instagram ao comentar uma foto publicada pela atriz Silvia Buarque ao lado do pai e da irmã Helena: “Família de canalhas!!! Que orgulho de ser ladrão!!!”.

De acordo com o colunista Ancelmo Gois, para Chico, chegou a hora de dar um basta às falsas acusações que circulam sobre ele na internet, inclusive as de que ele é beneficiário da Lei Rouanet.

O colunista do Globo afirma que o artista não tem nada contra as leis do governo de incentivo à cultura, mas que nunca usou qualquer uma delas. A ação será defendida pelo advogado João Tancredo.

Em dezembro, o cantor foi hostilizado por um grupo de jovens ao sair de um restaurante com amigos no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro. Chico foi chamado de “merda” e “petista ladrão” por fazer defesas ao governo do PT (relembre aqui). Entre os jovens, estavam Álvaro Garnero Filho, filho do empresário e apresentador paulista Álvaro Garnero, e o rapper Túlio Dek, mais conhecido por ter namorado a atriz Cleo Pires.

Chico vai à Justiça por um basta nas agressões | Brasil 24/7

19/05/2015

Machado de Assis

Ao mesmo tempo em que se comemora a revelação de uma foto histórica em que aparece Machado de Assis, é também constrangedor pensar no que pensaria o fundador e patrono da Academia Brasileira de Letras se soubesse que dela faz parte hoje não só sinhozinhos da Casa Grande como José Sarney e FHC, mas também notórios militantes da negação do racismo, como Merval Pereira. Roberto Marinho, que empregava o negacionista Ali Kamel, autor do famigerado “Não somos racistas”, conseguiu uma cadeira na academia graças ao do famoso editorial que saudou a chegada da ditadura. A captura de FHC via Miriam Dutra não é diferente da captura da Academia Brasileira de Letras via editoriais. Furtos, digo frutos, de uma mesma árvore.

A Academia, que um dia foi de Letras, hoje é de petas!

Missa Campal de 17 de maio de 1888

17 de maio de 201518 de maio de 2015Andrea Wanderley

Antonio Luiz Fereira. Missa campal celebrada em ação de graças pela Abolição da Escravatura no Brasil, 1888. São Cristóvão, Rio de Janeiro.

Antonio Luiz Ferreira. Missa campal celebrada em ação de graças pela Abolição da Escravatura no Brasil, 1888. São Cristóvão, Rio de Janeiro.

A Brasiliana Fotográfica identificou a presença de Machado de Assis na fotografia da Missa Campal de Ação de Graças pela Abolição da Escravatura realizada no dia 17 de maio de 1888, no Campo de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. O autor da foto foi Antonio Luiz Ferreira.

A identificação de Machado de Assis foi confirmada por Eduardo Assis Duarte, doutor em Teoria da Literatura e Literatura Comparada (USP) e professor da Faculdade de Letras da UFMG , que considerou a fotografia um documento histórico da maior importância. Segundo ele, Machado de Assis teve uma “atitude mais ou menos esquiva na hora da foto, em que praticamente só o rosto aparece, dando a impressão de que procurou se esconder, mas sem conseguir realizar sua intenção totalmente. Atitude esta plenamente coerente com o jeito encolhido e de caramujo que sempre adotou em público, uma vez que dependia do emprego público para viver e eram muitas as perseguições políticas aos que defendiam abertamente o fim da escravidão.”

Eduardo Assis Duarte, que organizou “Machado de Assis afrodescendente” (2007) e a coleção “Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica” (2011, 4 vol.), e é coordenador do Literafro – Portal da Literatura Afro-brasileira, justificou a proximidade de Machado da princesa Isabel. Segundo ele, “Machado foi abolicionista em toda a sua vida e, a seu modo, criticou a escravidão desde seus primeiros escritos. Nunca defendeu o regime servil nem os escravocratas. Além disso, era amigo próximo de José do Patrocínio, o grande líder da campanha abolicionista e, junto com ele, foi à missa campal do dia 17, de lá saindo para com ele almoçar… Como Patrocínio sempre esteve próximo da princesa em todos esses momentos decisivos, é plenamente factível que levasse consigo o amigo para o palanque onde estava a regente imperial. A propósito, podemos ler no volume 3 da biografia escrita por Raimundo Magalhães Júnior :

‘Na manhã de 17 de maio, foi promovida uma grande missa campal, comemorativa da Abolição, em homenagem à Princesa Isabel, que compareceu, e houve em seguida um almoço festivo no Internato do Colégio Pedro II. Terminada a missa, José do Patrocínio foi para sua casa, à rua do Riachuelo, com dois amigos que convidara para almoçar em sua companhia: um deles era Ferreira Viana, ministro da Justiça do Gabinete de João Alfredo. E o outro era Machado de Assis, a quem, aliás, o grande tribuno abolicionista oferecera a carta autógrafa que recebera, em 1884, em Paris, de Victor Hugo.’ (MAGALHÃES JÚNIOR, Vida e obra de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira / INL-MEC, 1981, vol. 3, Maturidade, p. 125).”

O biógrafo, continua Eduardo Assis Duarte, “não diz onde estava Machado durante a missa, mas pode-se concluir perfeitamente que ele compareceu e que estava junto a José do Patrocínio. Daí minha conclusão: se a imagem que aparece na foto não for de Machado, é de alguém muito parecido.”

Segundo Ubiratan Machado, jornalista, escritor, bibliófilo e autor do “Dicionário de Machado de Assis”, lançado pela Academia Brasileira de Letras, a identificação de Machado de Assis na foto foi uma dupla descoberta: “Não há dúvida que se trata do Machado, atrás de um senhor de barbas brancas e mil condecorações no peito. O fato do seu rosto estar um pouco escondido não atrapalha em nada a identificação. É o velho mestre, perto de completar 50 anos. Igualzinho aos dos retratos que conhecemos desta fase de sua vida.  A segunda revelação é a de Machado ter ido à missa de ação de graças, fato até hoje desconhecido pelos biógrafos. A foto tem ainda outra importância: mostrar que ele se preocupava com a libertação dos escravos, acabando de vez com a idiotice de alguns que afirmam ser ele indiferente ao destino da raça negra no Brasil. É a prova visual da alegria embriagadora que ele sentiu com a abolição, como narra em seu conhecido depoimento (Gazeta de Notícias, edição de 14 de maio de 1893).

Machado de Assis participou também, no dia 20 de maio de 1888, do préstito organizado pela Comissão de Imprensa para celebrar a Abolição. Na ocasião, ele desfilou no carro do fundador da Gazeta de Notícias, o Sr. Ferreira de Araújo (Gazeta de Notícias, edição de 21 e 22 de maio de 1888) . Antes dessas festividades, Machado havia sido agraciado com a Imperial Ordem da Rosa, que premiava civis e militares que houvessem se destacado por serviços prestados ao Estado ou por fidelidade ao imperador.

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Detalhe da foto

A Brasiliana Fotográfica convida os leitores a participar do desafio de identificar outras personalidades presentes na foto da solenidade. Abaixo, destacamos na foto e em sua silhueta o grupo em torno da princesa Isabel (1) e do conde D’Eu (2). Machado de Assis é o número 5. Possivelmente o número 7 é José do Patrocínio, atrás de um estandarte e segurando a mão de seu filho, então com três anos. Quem serão os outros?

MISSA 2

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Numeramos alguns dos presentes, mas a identificação de qualquer pessoa que esteja na fotografia é bem-vinda.

Um pouco da história da foto

A Missa Campal em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, em 17 de maio de 1888, foi uma celebração de Ação de Graças pela libertação dos escravos no Brasil, decretada quatro dias antes, com a assinatura da Lei Áurea. A festividade contou com a presença da princesa Isabel, regente imperial do Brasil, e de seu marido, o conde D´Eu, príncipe consorte, que, na foto, está ao lado da princesa, além de autoridades e políticos. De acordo com os jornais da época, foi um “espetáculo imponente, majestoso e deslumbrante”, ocorrido em um “dia pardacento” que contrastava com a alegria da cidade.

Cerca de 30 mil pessoas estavam no Campo de São Cristóvão. Dentre elas, o fotógrafo Antonio Luiz Ferreira que há muito vinha documentando os eventos da campanha abolicionista brasileira desde suas votações e debates até as manifestações de rua e a aprovação da Lei Áurea. Não se conhece um evento de relevância nacional que tenha sido tão bem fotografado anteriormente no Brasil. No registro da missa campal é interessante observar a participação efetiva da multidão na foto, atraída pela presença da câmara fotográfica, o que proporciona um autêntico e abrangente retrato de grupo. Outra curiosidade é a cena de uma mãe passeando com seu filho atrás do palanque, talvez alheia à multidão, fazendo um contraponto de quietude à agitação da festa.

Antonio Luiz Ferreira presenteou a princesa Isabel com 13 fotos de acontecimentos em torno da Abolição.  Essas fotos fazem parte da Coleção Princesa Isabel que se encontra em Portugal, conservada por seus descendentes. Além desses registros, Ferreira tirou duas fotos das duas missas realizadas no Campo de São Cristóvão no mesmo dia. Uma delas, a principal,  intitulada “Missa campal celebrada em ação de graças pela Abolição da escravatura no Brasil”, é a que está aqui destacada e faz parte da Coleção Dom João de Orleans e Bragança. A outra missa foi celebrada pela Sociedade dos Homens de Cor da Irmandade de São Benedito. Outros três registros foram feitos por Ferreira no dia 22 de agosto de 1888 e documentaram o retorno do imperador Pedro II ao Brasil. Também foram ofertados à princesa Isabel.

Ao todo, Antonio Luiz Ferreira fotografou 18 cenas ligadas às celebrações de 1888 e com isso, apesar de ter tido uma carreira discreta, tornou-se um importante fotógrafo do século XIX. As imagens captadas por ele nessas datas tão marcantes da história do Brasil caracterizam-se pela expressividade dos rostos retratados, decorrência da relevância do fato e da fascinação causada pela câmara fotográfica.

Explore os detalhes da foto da Missa Campal

Contribuíram para esta pesquisa Elvia Bezerra (IMS) e Luciana Muniz (BN)

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  • Aquele de bigode e óculos, segunda pessoa à direita de Machado de Assis (logo abaixo da lança em primeiro plano, atrás de um homem calvo quase de costas) é muito parecido com o Valentim Magalhães!

  • À direita da Princesa Isabel , de roupa clara e chapéu escuro, está a sua amiga a Baronesa de Loreto.

Missa Campal de 17 de maio de 1888 | Brasiliana Fotográfica

01/05/2014

Os homens de preto da Suprema Corte MafioMidiática

 

O Judiciário independente que Lula desconhece

SQN

12/10/2013

Merval, Kamel e “os carrascos voluntários da Globo”

carrascos voluntarios da globo

Como funciona o Conselho Editorial das Organizações Globo

João Roberto Marinho (ao lado de Joaquim Barbosa) comanda as reuniões do Conselho Editorial da Globo

TINHA OUVIDO FALAR POUCO DE ALI KAMEL, CHEFE DE TELEJORNALISMO DA GLOBO, ATÉ CONHECÊ-LO NO CONEDIT. É o conselho editorial das Organizações Globo.

Sob o comando de João Roberto Marinho, o Conedit reúne os editores das diversas mídias da Globo para alinhar ações e debater assuntos. As reuniões são realizadas às terças, por volta das 11 horas, no prédio da Globo no Jardim Botânico, no Rio. Frequentei-as ao longo dos dois anos e meio em que fui diretor editorial das revistas da Globo. Quando cheguei, Kamel já estava lá, e ali permaneceu depois que saí.

A referência mais longa que eu tivera dele veio de um jornalista da Abril que o procurara em busca de emprego. A operação deu certo. O jornalista me contou que lera que Kamel valorizava gente que tivesse passado por revistas, por ser mais apta a mexer com palavras. O próprio Kamel passara pela Veja no Rio antes de se fixar nas Organizações Globo.

Kamel não confirma o folclore do carioca simpático, ao contrário de outros editores com quem convivi naquelas manhãs de terça. Seu chefe, Carlos Schroder, um gaúcho afável e sempre com um sorriso no rosto, parece mais carioca que ele.

João Roberto Marinho (ao lado de Joaquim Barbosa) comanda as reuniões do Conselho Editorial da GloboDe um modo geral, o ambiente no Conedit reflete o humor, a alegria, a capacidade de rir dos cariocas. (E também a falta de pontualidade.) Mesmo Merval Pereira, colunista de várias mídias da Globo e ex-diretor do jornal, ri com frequência – uma surpresa para quem lê seus textos em geral num tom de elevada preocupação, quase sempre ligada a um pseudopecado mortal de Lula.

Kamel, pela importância da TV, é uma presença destacada no Conedit. Sua expressão solene sublinha esse papel. Não sei se Kamel costuma beber no bar com os amigos para falar bobagens como futebol, mas não me pareceu.

O que inicialmente mais me chamou a atenção em Kamel, e em muitos outros ali, foi a obsessão com São Paulo. “Os jornais de São Paulo” são constantemente citados, como se representassem o mal. Não sou exatamente um admirador nem do Estadão e muito menos da Folha, mas achava engraçada a presença dos  “jornais de São Paulo” nos debates. Nós, jornalistas de São Paulo, jamais nos referimos aos “jornais do Rio”.

Não é exatamente confortável ser um paulista naquele plenário, logo entendi. Eu me sentava num canto próximo da porta, por razões de conforto. “Este é o canto dos paulistas”, ouvi, em tom de brincadeira, uma vez, de Luiz Erlanger, uma espécie de RP do alto escalão das Organizações.

Havia uma alta rotatividade naquele canto. O ambiente é carioca, para o bem e para o mal. E o ressentimento pelo tamanho que São Paulo tomou no Brasil acaba repercutindo, de uma forma ou de outra, em paulistas que participem do Conedit.

Ali Kamel não facilita a vida de ninguém, logo vi. Não é hospitaleiro. Lembro o dia em que Kamel foi apresentado ao jornalista Adriano Silva, na sede da Globo no Rio de Janeiro. Adriano estava sendo contratado com a missão de chacoalhar o Fantástico.

Adriano fizera isso na Superinteressante. Daí o interesse da Globo. Quem negociou com Adriano foi Carlos Schroder, então diretor de telejornalismo da Globo e hoje seu diretor-geral. Eu estava com ambos no prédio do Jardim Botânico quando Ali se aproximou.

Não deu um sorriso para Adriano. Seco, quase ríspido, colocou a Superinteressante na conversa — afirmou que a enteada a lia — para comentar supostos erros da revista. Ficou claro naquele momento que a vida de Adriano perto de Kamel não seria fácil. Não foi.

Kamel não é o Senhor Simpatia

Kamel não é o Senhor Simpatia

Adriano logo foi tocar sua vida longe da Globo, e o Fantástico continuaria a padecer dos problemas que levaram a Globo a procurá-lo — desinspiração editorial, perda de repercussão e um Ibope brutalmente em queda para um programa que se confundira com a noite de domingo dos brasileiros por muitos anos.

O caso do Fantástico me faria lembrar um comentário que certa vez ouvi, segundo o qual a força criativa da Globo repousava em Boni, “um fanático guardião da qualidade”. Achei isso podia fazer sentido ao ler que, numa corrida em que Galvão Bueno gritou triunfal “eu já sabia, eu já sabia!” quando Senna entregou a vitória ao segundo piloto de sua equipe, Boni teve uma reação irada no bastidor. “Se sabia, por que não contou para o espectador?”, perguntou a Galvão.

No Conedit, numa mesa em forma de U, João Roberto se senta no centro, na reunião. À sua esquerda,  numa das laterais, fica Merval. Na esquerda, na outra lateral, Kamel. Há uma tensão muda entre os dois, uma espécie de duelo pela preferência e pela simpatia do chefe. São os que mais falam lá.

Não daria o prêmio de simpatia a Kamel. E nem o de originalidade. Logo percebi que ele expressava com ênfase, com a fé cega de um jihadista, amplificando-as, as conhecidas ideias das Organizações Globo.

Não havia desafio a essas ideias, não havia uma tentativa de reolhá-las e reavaliá-las.  Bolsa Família? Assistencialismo. Ponto. Cotas em universidades? Absurdo, Ponto.

Um dia comentei isso com Luiz Eduardo Vasconcellos, sobrinho de Roberto Marinho e acionista das Organizações. Luiz teve cargos executivos durante muitos anos, mas depois se recolheu às funções de acionista minoritário.

É simpático, interessado nas coisas do mundo, simples no traje e no trato, como aliás os primos. Você não diz que ele é um dos donos da Globo se se sentar numa reunião do Conedit sem conhecê-lo.

“Sinto falta de pensamentos alternativos na reunião”, comentei com ele num almoço depois da reunião do Conedit. “A sensação que tenho é que as pessoas, principalmente o Kamel e o Merval, falam apenas as coisas que imaginam que o João vai gostar de ouvir.”

Quanto isso devia estar me incomodando estava claro em meu ataque de sinceridade no almoço. Era evidente o risco de que meu comentário fosse espalhado, ainda que Luiz Eduardo sempre tenha me parecido discreto e reservado.

Merval, à direita de Serra

Merval, à direita de Serra

Nas eleições de 2006,  meu diagnóstico do Conedit pareceu se confirmar para mim. João Roberto tinha um tom sereno ao debater a campanha. Vi João criticar várias vezes ações de militantes petistas, mas jamais o vi sair do tom no Conedit.

Curiosamente, dada sua posição de dono, o ambiente muitas vezes não refletia a tranquilidade de João Roberto. Kamel e Merval davam um tom épico, em branco e preto, a muitas discussões políticas. Pareciam odiar Lula e qualquer coisa que partisse do governo petista. E pareciam também querer que João Roberto soubesse disso.

Se o julgamento deles fosse acertado, Lula teria errado em todas as decisões que tomou em seus oito anos de administração. Quanto aquela inflamação toda era genuína ou não, é uma dúvida que carrego até hoje. Será que eles pensam mesmo aquilo, ou no bar, com os amigos, dão uma relaxada?

Não sei.

Minha intuição é que, como o poeta segundo Fernando Pessoa, o fingimento é tanto que uma hora você acredita no que fingia antes acreditar. A alternativa é um sentimento automassacrante de que você é uma pena de aluguel.

Há uma lenda urbana segundo a qual Kamel seria o homem por trás da ideologia das Organizações Globo, o “Ratzinger” da empresa. Kamel não é nenhum Hayek, ou Friedman. Não é formulador de pensamentos, não é um filósofo, não é carismático, não é nada daquilo que confere a alguém o poder de persuadir outras pessoas pelo vigor não dos gritos mas das ideias.

Uma designação provavelmente mais próxima da realidade é que Kamel comanda os “aloprados” da Globo. Relembremos. Num determinado momento da campanha de 2006, veio à cena, na mídia, a expressão “aloprados”, para designar petistas mais apaixonados. A certa altura, Lula disse a João Roberto Marinho que seguraria os “seus aloprados”, mas que queria que os “aloprados do outro lado” também fossem controlados.

Foram? Basta ouvir um comentário de Jabor ou um artigo de Merval para saber que não. A cobertura em 2010 do atentado da bolinha de papel contra Serra, ou mais recentemente a forma como foi tratado o julgamento do Mensalão, mostra que os aloprados estão de mãos livres na Globo.

Uma possibilidade que deve ser considerada é que aloprados não sejam exatamente alguns comentaristas ou colunistas, ou mesmo diretores da área jornalística – mas a própria Globo, em sua alma e em sua essência.

Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira, baseado em Londres, é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Como funciona o Conselho Editorial das Organizações Globo | Diário do Centro do Mundo

18/09/2013

Como diria aquele bonequinho da propaganda da Parmalat: tomô!

Filed under: Golpismo,Merval Pereira,STF,Vira-bosta — Gilmar Crestani @ 11:40 pm
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Merval perdeu o vinho, a pose e o poder indevido

“O Supremo Tribunal Federal não é mais a coluna de Merval Pereira”

O Conversa Afiada republica texto de Fernando Brito, do Tijolaço:

Merval perdeu o vinho, a pose e o poder indevido

O Ministro Celso de Mello prestou hoje um grande serviço, não apenas ao Direito, à ordem democrática e às garantias individuais.
O fez, também, ao jornalismo.
“Nunca antes na história deste país” viu-se uma vivandeira de tribunal como se tornou o colunista Merval Pereira.
Com toda a sua arrogância, apostava a toda hora em tudo o que pudesse representar uma inapelável conclusão do julgamento.
Prestou-se à cena insólita de, nos seus comentários na Rádio CBN, apostar até um garrafa de vinho de primeira sobre se os acusados sairiam do julgamento para a cadeia.
Passou dois meses afirmando a revogação da lei, especulando sobre uma “reflexão” do ministro Celso de Mello que o faria mudar de posição, sobre Luis Roberto Barroso silenciar, sobre a tendência de Teori Zavascki de votar contra, idem sobre Rosa Weber e Carmen Lúcia.
Deitou doutrina, analisou leis, afirmou umas e “revogou” outras, falou nas multidões no 7 de setembro exigindo “cadeia já”.
Celso de Mello, em seu voto, massacrou todas as teses sustentadas pelo acadêmico Merval e demonstrou que findaram os tempos em que a vontade manifestada pela mídia se impunha sobre qualquer razão.
Colocou-o no seu devido lugar.
O jornalista pode e deve acompanhar e opinar sobre o funcionamento e as decisões das instituições judiciais, mas não pode e não deve pretender induzi-las, muito menos alegando “clamores da multidão”.
Não somos pregoeiros da impunidade, e não devemos ser incitadores de linchamentos.
O Supremo Tribunal Federal não é mais a coluna de Merval Pereira.
E, portanto, não está vergada, como a dele, aos poderosos da mídia.
Por: Fernando Brito

Merval perdeu o vinho, a pose e o poder indevido | Conversa Afiada

16/09/2013

ObsCenas

Filed under: Gilmar Mendes,Merval Pereira,Putaria Mafiomidiática — Gilmar Crestani @ 8:25 am
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Relações promíscuas

SQN

10/08/2013

Merval, como Sarney, foi amestrado na Globo

 

Bomba! Estagiário assume lugar de Merval!

9 de Aug de 2013 | 15:10

Nunca foi tão divertido ler Merval Pereira! Em seu texto de hoje, o principal colunista político da Globo Overseas Investments B.V. (BV seria bônus de volume?), se ajoelha no milho e renega tudo que disse na véspera. Tive a impressão de ler o texto de outra pessoa, talvez um estagiário do próprio Merval, que teria sido internado às pressas com problemas de depressão.

Merval ontem: “Outro fato importante é que pessoas que tiveram acesso às mais de 1.500 páginas do inquérito garantem que os documentos, depoimentos e trocas de e-mails de executivos da Siemens em poder do CADE não citam uma única vez o PSDB e o governador Geraldo Alckmin. (…) Os delatores premiados da empresa também não citam nominalmente em nenhum momento os funcionários públicos da CPTM ou do Metrô como praticantes de atos ilícitos como recebimento de propinas e comissões em licitações públicas.”

Merval hoje:(…) com relação à ação da Alstom junto à Empresa estatal de energia EPTE, contas bancárias já bloqueadas no valor de 7,5 milhões de euros, e diversos funcionários públicos identificados, além de lobistas com empresas de offshore que teriam sido os intermediários do pagamento de propinas, através de uma conta conjunta no Banco Safdié em nome de Jorge Fagali Neto e de José Geraldo Villas Boas. (…)

Fagali é ex-secretário de Transportes Metropolitanos de SP (1994, gestão de Luiz Antônio Fleury Filho) e teve diversos postos na administração federal nos governos do PSDB. Villas Boas é dono de uma das offshores acusadas de lavar dinheiro do esquema. Nesse caso da Alstom no setor de energia, a Polícia Federal indiciou várias pessoas, inclusive o atual vereador tucano Andrea Matarazzo que era Secretário de Energia estadual na época, e trata o caso como sendo um crime do partido político PSDB, como denunciou ontem o jornal Estado de S. Paulo: “esquema de pagamento de propina a integrantes do governo do Estado de São Paulo e ao PSDB pelo grupo francês Alstom.

Os mesmos personagens estão envolvidos em outras investigações em contratos da Alstom, além do conselheiro do Tribunal de Contas de São Paulo Robson Marinho, homem de confiança do ex-governador Mario Covas. Nas investigações sobre a ação da Siemens, dois ex-diretores da CPTM estão sendo investigados pelo Ministério Público paulista, além de dois “consultores” que teriam recebido depósitos em empresas “offshore”. (…)”

Merval ontem:A ação individual de um político desonesto é menos danosa para a democracia do que a de um grupo político organizado, que se utiliza dos esquemas de poder a que chegou pelo voto para se eternizar nele. Foi o que aconteceu justamente no mensalão do PT (…) Se as investigações do caso Siemens em São Paulo levarem à conclusão de que o PSDB montou um projeto de poder em São Paulo desde o governo Covas, passando por Geraldo Alckmin e José Serra financiado pelo desvio de verbas públicas, estaremos diante de uma manipulação política com o mesmo significado, embora com alcance regional, enquanto o mensalão tentou manipular nada menos que o Congresso Nacional.”

Merval hoje: “(…) É nas investigações da Polícia Federal e do Ministério Público estadual que as questões criminais deverão ser desvendadas, para que fique esclarecido se as ações de corrupção ocorreram ao longo dos últimos 20 anos de governos do PSDB, se foram ações isoladas ou se correspondem a uma ação política do PSDB para financiar o partido durante esses anos todos de poder estadual. As evidências estão se avolumando nas revelações feitas nos últimos dias, e dificilmente o partido sairá imune desses episódios (…)”

Caso tenha sido a mesma pessoa que escreveu as duas colunas, a segunda nos parece que leu os jornais, enquanto a primeira sofre de algum tipo de delírio tucânico extremamente agressivo.

Bem, ironias à parte, sabemos muito bem que o velho Merval de guerra, sempre leal, confiável e obediente aos interesses de seus patrões, escreveu ambos os textos. A prova é que ele inicia a sua coluna hoje com uma defesa de José Serra que chega a ser constrangedora. Merval não tem sequer a dignidade de trazer dados ou documentos para embasar sua defesa.

Há vários furos nas declarações de Serra. O primeiro e mais gritante é que ninguém mais sequer discute que houve acordos sim entre as empresas, houve formação de cartel sim e houve participação direta sim da cúpula partidária. E agora o nome de Serra é citado como protagonista direto  de uma maracutaia. O tucano tem direito de se defender e gozar da presunção de inocência, embora estes princípios não tenham sido muito respeitados em nossa imprensa.  Mas um jornalista que se preza, diante de tantas provas, depoimentos e testemunhas (não mais indícios, ilações, domínios de fato), deve ter “dupla cautela” antes de acreditar tão inocentemente nas palavras de um acusado.

Por: Miguel do Rosário

Bomba! Estagiário assume lugar de Merval! | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

09/08/2013

Liberdade de expre$$ão é muuuuiita pre$$ão

Até hoje os grupos mafiomidiáticos não deram a menor pelota para o fato de FHC ter participado de uma história montada pela Rede Globo. A truta consistiu em dizer que a amante de FHC, Miriam Dutra, estava grávida dele. Aí o prof. Cardoso combinou com os patrões da amante para esconderem ela na Espanha. Quem pagou a estadia dela lá? O que a Globo levou e lavou com o silêncio? Por que nenhum veículo se deu ao trabalho de perguntar sobre o silêncio dos demais? Não me venham com proteção da privacidade. Renan Calheiros saiu na capa de todos os jornais. Lula, mesmo sem qualquer prova de que tenha sido amante de Rose e sem ter filhos com ela, saiu em todos os veículos como fato consumado. Quando denunciam a corrupção no PT não estão querendo moralidade. Estas pessoas que fazem isso estão apenas dizendo que não querem concorrência.

Propinoduto tucano: Estudante de Berkeley fura jornais brasileiros

9 de Aug de 2013 | 18:42

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O jornalista Bryan Gibel,  o jovem desta foto aí de cima, talvez já tenha terminado o curso de jornalismo em Berkeley.

Espero que tenha sido aprovado com louvor, porque ele merece. Em 2012, o jovem Gibel produziu um trabalho interessante, intitulado “Corrupção além das fronteiras: uma fábula moral” (tradução livre minha). A dica me chegou via @stanleyburburinho.

Em seu trabalho, nos oferece um delicioso relato sobre conversas que manteve com advogados, jornalistas, políticos durante a viagem que fez ao Brasil para se aprofundar no assunto.

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Para quem souber inglês, e se interessa em entender a lambança que os tucanos fizeram nos metrôs e trens de São Paulo, aí tem um ótimo material.

É interessante também por trazer alguns emails aos quais a imprensa anda dizendo que “teve acesso”, como se se tratassem de grandes segredos. Não são. É um escândalo que vem rolando mundo a fora há anos, com todo mundo sabendo que políticos paulistas do PSDB estavam envolvidos. Só no Brasil o escândalo foi abafado até agora, quando a coisa explodiu por pressão internacional.

No trabalho de Gibel, vem detalhado o percentual das propinas pagas às autoridades num dos “projetos”: 7,5% de todo o valor do contrato!

Quem vai gostar muito de ler esse trabalho é o Merval Pereira, sobretudo agora que ele descobriu que os tucanos não são os éticos ilibados que ele achava que fossem.

Aproveito e indico outras matérias aos quais Merval deve prestar atenção:

Alstom pagou US$ 20 milhões a partidos do Brasil (onde está partidos, leia-se PSDB e DEM)

PF vê pagamentos a partidos e indicia 10

Por: Miguel do Rosário

Propinoduto tucano: Estudante de Berkeley fura jornais brasileiros | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

28/06/2013

FHC entrou na turma de Sarney e Merval Pereira

Filed under: ABL,FHC,José Sarney,Merval Pereira — Gilmar Crestani @ 8:30 am
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A Academia Brasileira de Letras escolheu o brilhante autor da Teoria da Dependência. Resumidamente, FHC defendeu a teoria de que só seríamos independentes se fôssemos dependentes dos EUA! Os EUA adoraram. Os vira-latas e vira-bostas nacionais, idem. Então, nada mais natural que a fina flor da mordenidade, Sarney, FHC e Merval Pereira estejam juntos na ABL, o túmulo da modernidade.

FHC confirma favoritismo e é eleito para Academia Brasileira de Letras

Ex-presidente é escolhido por 34 dos 39 integrantes da ABL para vaga de João de Scantimburgo

Desempenho eleitoral foi o melhor de sua carreira, brincou o tucano, que presidiu o país entre 1995 e 2002

DO RIO

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, 82, foi eleito ontem para a Academia Brasileira de Letras com 34 dos 39 votos possíveis. Bem-humorado, disse que a vitória foi seu melhor desempenho eleitoral na carreira.

"Não há eleição fácil, mas o resultado foi o melhor", disse o novo imortal, em entrevista à Folha por telefone.

"Não interpreto os votos recebidos em termos políticos, é um reconhecimento do meu trabalho intelectual. Certamente há muitas opiniões políticas discordantes da minha lá e, não obstante, tiveram a generosidade de me aceitar."

A presidente da Academia, Ana Maria Machado, disse que Fernando Henrique "é um intelectual de respeito" e que sua participação se dará nessa esfera. "Não somos uma casa política, somos uma casa de cultura."

Doutor em sociologia e professor emérito da Universidade de São Paulo, Cardoso também lecionou em universidades como Stanford (EUA) e Cambridge (Inglaterra).

Entre suas obras destaca-se "Dependência e Desenvolvimento na América Latina" (1969), com Enzo Faletto.

"Essa eleição é um ato de respeito da Academia Brasileira de Letras à inteligência brasileira. A grande obra de Fernando Henrique Cardoso de sociólogo e cientista dá ainda mais corpo à Academia", disse o imortal Marcos Vilaça, ex-presidente da ABL, em comunicado oficial.

Outros dez candidatos, desconhecidos, disputaram com o ex-presidente a sucessão do jornalista João de Scantimburgo (1915-2013), morto em março deste ano.

Além dos 34 votos em FHC, houve uma abstenção (Ariano Suassuna) e quatro votos em branco –segundo acadêmicos ouvidos pela Folha, entre eles estariam Arnaldo Niskier e Alfredo Bosi.

PARES

Terceiro presidente a integrar a ABL, após Getúlio Vargas e José Sarney, o novo imortal se juntará a dois membros graduados de seu governo (1995-2002): o vice-presidente Marco Maciel e o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer.

Rosiska Darcy de Oliveira, 69, imortal empossada no último dia 15, também participou do governo do ex-presidente, como presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher.

"Não houve nenhuma forma de pressão exercida por mim ou por meus colaboradores. Não fiz campanha, porque acho que é daquelas grandes questões: ou as pessoas acham que você tem mérito ou não acham", disse Fernando Henrique.

O ex-presidente ocupará a cadeira número 36, cujo patrono é o poeta Teófilo Dias (1854-1889) e que teve entre seus ocupantes o diplomata José Guilherme Merquior (1941-1991).

Sua posse deve ser marcada em um prazo de 60 dias a contar da data da eleição.

18/05/2013

Os três patetas

Filed under: Ayres Britto,Gilmar Mendes,Merval Pereira,Os 3 patetas — Gilmar Crestani @ 9:13 pm
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Merval, com Gilmar Mendes e Ayres de Britto

27/03/2013

Os 4 cavaleiros do apocalipse

Filed under: Ayres Britto,Energúmenos,FHC,José Sarney,Merval Pereira — Gilmar Crestani @ 9:04 pm
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Mário Quintana deve estar se revirando no túmulo. Pois é, eu tinha guardado um cartaz, até  seis meses atrás, um quadro em homenagem ao Mário Quintana com uma frase simples : “Quintana, a Academia não te merece mas nós te amamos!” Havia comprado no BRIC nos idos de 84…

Aí você olha para os quatro cavaleiros do apocalipse, abaixo, e não tem como festejar o fato de Quintana não ter chegado lá. A Academia Brasileira de Letras, hoje, tem menos importância que o esterco produzido nos aviários do interior de Progresso. A mistura de serragem e cocô de pinto ao primo canto tem uma contribuição mais transcendental à cultura brasileira se comparados à produção intelectual destas tristes figuras.

Os quatro cavaleiros do apocalipse são Peste, Guerra, Fome e Morte!

Perguntar não ofende: Por que nesta hora os grupos mafiomidiáticos não falam na parceria de Sarney com FHC?!

Com FHC para Academia, Sarney faz Ayres esperar

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Jornalista Merval Pereira perde a chance, neste momento, de contar com ex-presidente do STF, que prefaciou seu livro ‘Mensalão’, no chá da Academia Brasileira de Letras; Ayres Britto, que finaliza lançamento de livro de poesias, almejava concorrer à primeira cadeira disponível; mas ex-presidente Sarney teve uma ideia diferente; ao lançar FHC, criou um fato marcante na Casa de Machado; dupla terá de esperar mais para sentar lado a lado na instituição 23

Brasil 24/7

16/03/2013

Por que jornalistas e juízes não podem ter — e muito menos ser — amigos

Filed under: Ayres Britto,Gilmar Mendes,Golpismo,Grupos Mafiomidiáticos,Merval Pereira,STF — Gilmar Crestani @ 11:31 am
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O que é a Página 10 da Zero Hora senão uma central de recados (Central de recados da RBS). Lembro dos tempos em que era operada por José Barrionuevo, um dos heróis da Pensant e da Operação Rodin. Diga-me com quem andas e direi quem és. No caso, uma mão lava a outra; as duas, a bunda!

Por que jornalistas e juízes não podem ter — e muito menos ser — amigos

Paulo Nogueira15 de março de 201365

O grande editor Joseph Pulitzer dizia que jornalista não podia ter amigo; no Brasil tem — e o pior é que entre as amizades estão juízes.

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Merval, com Gilmar Mendes e Ayres de Britto no lançamento do livro

Já falei de Mensalão, o livro de Merval.

Volto ao assunto, depois de ver fotos do lançamento em Brasília. Figuras eméritas da Justiça Nacional correram, sorridentes, a prestigiar a cerimônia..

O pudor, se não a lei,  deveria impedir este tipo de cena. Veja as expressões de contentamento e cumplicidade. Que isenção se pode esperar da Justiça brasileira em casos relevantes que porventura envolvam Merval e, mais ainda, a Globo?

Mas o pudor se perdeu há muito tempo. Em outra passagem imoral desse  interesseiro caso de amor entre mídia e justiça, o ministro Gilmar Mendes compareceu sorridente, em pleno julgamento do Mensalão, ao lançamento de um livro de Reinaldo Azevedo em que os réus eram massacrados.

Ali estava já a sentença de Gilmar.

O grande editor Joseph Pulitzer escreveu, numa frase célebre, que “jornalista não tem amigo”. Ele próprio viveu em reclusão para evitar que amizades influenciassem os rumos do jornal que comandou.

Para que você tenha uma ideia da estatura de Pulitzer, foi ele quem rompeu com a tradição de publicar as notícias na ordem cronológica. Ele estabeleceu a hierarquia no noticiário. Estava inventada a manchete,  bem como a primeira página.

Era um idealista. “Acima do conhecimento, acima das notícias, acima da inteligência, o coração e a alma do jornal reside em sua coragem, em sua integridade, sua humanidade, sua simpatia pelos oprimidos, sua independência, sua devoção ao bem estar público, sua ansiedade em servir à sociedade”, escreveu.

Tinha uma frase que me tem sido particularmente cara na carreira: “Jornalista não tem amigo.”

Como a “Deusa Cega da Justiça”, afirmava Pulitzer, ele ficava ao largo das inevitáveis influências que amizades com poderosos trazem. “O World [seu jornal], por isso, é absolutamente imparcial e independente.”

Merval tem muitos amigos, como se vê na foto deste artigo. Não é bom para o jornalismo que ele faz. E pior ainda é que ele é correspondido no topo da Justiça brasileira.

Juízes, como os jornalistas, não deveriam ter amigos, como pregou Pulitzer. Pelas mesmas razões.

Os nossos têm, e parecem se orgulhar disso, como se vê na foto acima.

Leia mais: Joaquim Barbosa é a personalidade mais desagradável de 2012.

Leia mais: O que o julgamento do mensalão ensinou aos brasileiros.

Diário do Centro do Mundo – Por que jornalistas e juízes não podem ter — e muito menos ser — amigos

03/02/2013

Merval & PSOL: quando os extremos não se tocam

Filed under: Instituto Millenium,Merval Pereira,PSOL — Gilmar Crestani @ 12:54 pm

Traído pelo PSDB, Merval agora exalta o Psol

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Colunista do Globo ficou desapontado com o comportamento dos senadores tucanos que não cumpriram o acordo com os meios de comunicação e votaram em peso em Renan Calheiros (PMDB-AL) na disputa pelo Senado; seu modelo de correção, agora, é o do Psol

3 de Fevereiro de 2013 às 07:23

247 – Merval Pereira, colunista do Globo, está desiludido com o comportamento de senadores do PSDB, que, contrariando a determinação de alguns veículos de comunicação, votaram em Renan Calheiros (PMDB-AL) e não no seu candidato Pedro Taques (PDT/AM). No entanto, ele agora exalta o Psol, que tem Chico Alencar como candidato à presidência da Câmara dos Deputados, e diz que a Política com P maiúsculo ressurgirá. Leia abaixo:

Política estéril – MERVAL PEREIRA

01/02/2013

Putaria à moda da casa

O incesto entre Merval e Ayres Britto

Eu concordo com o patrão mais do que você!

O Conversa Afiada reproduz artigo de Paulo Nogueira, no Blog do Nassif:

O livro de Merval com prefácio de Ayres Britto

Enviado por luisnassif, sex, 01/02/2013 – 07:28
Por Marco Antonio L.
Do Diário do Centro do Mundo
A relação incestuosa entre a mídia e o judiciário
Paulo Nogueira
O livro Mensalão, de Merval Pereira, traz um prefácio de Ayres Britto, por incrível que pareça.
O pior livro de 2013 está prestes a ser lançado: Mensalão, de Merval Pereira.
Cuidado, pois.
Tratando-se de Merval, não poderia ser outra coisa que não a reunião de seus artigos maçantes e previsíveis ao longo do julgamento. Conteúdo novo? Talvez na próxima.
O livro é importante, não obstante.
Ele mostra a relação incestuosa entre a Globo (e a grande mídia) e o STF. O prefácio é de Ayres Britto, que presidia o Supremo durante o Mensalão.
Pode? Pode. É legal? É. É eticamente aceitável? Não.
O pudor deveria impedir o conúbio literário entre Merval e Britto.
Mas o pudor se perdeu há muito tempo. Em outra passagem amoral, o ministro Gilmar Mendes compareceu sorridente, em pleno julgamento do Mensalão, ao lançamento de um livro de Reinaldo Azevedo em que os réus eram massacrados.
Ali estava já a sentença de Gilmar.
A decência e o interesse público mandam distância entre os dois poderes, a mídia e a justiça. Na Inglaterra, se o juiz Brian Leveson, que comandou as discussões sobre a mídia e seus limites, confraternizar com um jornalista, a carreira de ambos estará encerrada.
No Brasil, é pena, isso não é bem assim.
Conheço Merval há anos. Quando eu começava carreira na Veja, ele foi, durante algum tempo, editor da seção de Brasil. Não virou manchete, porque não tinha elegância ao escrever, o que naquela época era um requisito na Veja.
De lá voltou a seu habitat, o Rio. Seu tento mais espetacular, nestes anos todos de regresso ao Rio, foi ter matado Hugo Chávez numa coluna que, não gozasse ele da imunidade de porta-voz do patrão, podia ter lhe custado a mensalidade que recebe. Seu mensalão, enfim.
Reencontrei-o quando fui integrante do Conedit, Conselho Editorial das Organizações Globo.
Rapidamente, nas reuniões semanais de terça-feira no Jardim Botânico, me impressionei com Merval e Ali Kamel.
Não pelo talento, não pelo brilho. Mas pela capacidade de reproduzir, alguns tons acima, tudo que a família Marinho pensava. Pareciam competir entre si, como se dissessem: “Eu concordo com o João mais do que você!” (Acho graça quando atribuem poder ideológico a Kamel: se seu patrão fosse progressista, ele seria progressista e meio.)
Aquilo evidentemente me incomodou. Uma vez, depois de uma reunião, fui almoçar com Luiz Eduardo Vasconcellos, sobrinho de Roberto Marinho, acionista minoritário do Globo e integrante do Conselho Editorial.
O cardápio, olhando para trás, foi suicida, para mim. Disse a Luiz Eduardo, um bom sujeito, aliás, que me chamava a atenção na reunião o fato de todos os participantes repetirem, basicamente, as ideias da família Marinho.
Onde alguma diversidade, onde algum esboço de pluralismo?
Alguns macaqueavam mais discretamente, outros com exuberância e estridência retórica. Era este o caso de Merval e de Kamel. Minha solidão naquele grupo era imensa, era universal, e não apenas por eu ser de São Paulo.
Merval, em seus artigos, se coloca como um Catão. Talvez um dia nosso Catão possa vir à luz do sol para explicar por que, trabalhando há tantos anos para todas as mídia da Globo, é um PJ – um artifício pelo qual ele e seu empregador pagam menos impostos do que deveriam, e ainda se concedem o direito de fazer sermões sobre moral.

O incesto entre Merval e Ayres Britto | Conversa Afiada

19/12/2012

Os jornalistas e os pobres

Filed under: Arnaldo Jabor,Instituto Millenium,Merval Pereira — Gilmar Crestani @ 8:19 am

Paulo Nogueira17 de dezembro de 2012

O dinheiro fácil de palestras faz com que colunistas como Jabor e Merval defendam privilégios

Ele usa black tie

Li uma coisa que me fez pensar.

Li não, Vi. Um vídeo em que o advogado e blogueiro americano Glenn Greenwald é entrevistado. (Vou colocar o vídeo no pé deste texto.) Greenwald é um liberal à americana, o que significa que é ligeiramente de esquerda.

É um dos blogueiros mais influentes dos Estados Unidos.

O que ele disse: que os jornalistas americanos mudaram. Antes eram trabalhadores parecidos com todos os demais. Depois ficaram ricos. Ganham milhões hoje. E por isso não conseguem simpatizar – ou simplesmente entender – com  movimentos como o Ocupe Wall St, o OWS.

“Eles têm a visão do grupo ao qual pertencem”, disse Greenwald. Para usar a expressão já consagrada pelos manifestantes, os jornalistas americanos estão na reduzida faixa da sociedade milionária , a elite plutocrata, e por isso não têm nada a ver com os outros, os “99%”.

Isso ficou claro na cobertura do OWS.

E o Brasil?

Jornalistas e colunistas como Merval Pereira e Arnaldo Jabor, com o dinheiro fácil das palestras que fazem, estão a uma distância intransponível dos brasileiros que arrastam sua pobreza dentro dos “99%”. Sua causa é a do “1%”. E não estou falando aqui de seus patrões, mas deles mesmos.

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Paulo Nogueira é jornalista e está vivendo em Londres. Foi editor assistente da Veja, editor da Veja São Paulo, diretor de redação da Exame, diretor superintendente de uma unidade de negócios da Editora Abril e diretor editorial da Editora Globo.

Diário do Centro do Mundo – Os jornalistas e os pobres

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