Ficha Corrida

24/10/2016

Precisamos falar sobre diversionismo em má hora

Filed under: Caça ao Lula,Chororô,Diversionismo,Golpismo,Golpistas,Perseguição,PT,Rede Globo — Gilmar Crestani @ 8:30 am
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OBScena: Henfil, nos anos 80, profetizara que Lula seria caçado pela plutocracia à serviço da cleptocracia 

henfil lula revisitadoPor que nunca me filei nem me filiarei ao PT? Porque toda crise é usada para chorar em público uma culpa judaico-cristã tão bem explicada por Freud, ao mesmo tempo em que os sado-masoquistas, ao invés de reflexão, exigem e se comprazem com a genuflexão de suas vítimas. Convenhamos, na guerra não há tempo pra soldado algum refletir. Atira primeiro e pergunta depois, é exatamente o que fazem seus inimigos. Ou ninguém notou que Lula é caçado porque não a falta de provas é a prova de sua culpa? É o homem mais rico do Brasil sem nenhum bem! De dono da Friboi a dono do Itaquerão! E tem gente que acredita porque o PT prefere, ao invés do bom combate político, fazer reflexão.

O PSDB precisou fazer autocrítica para se elevar a consideração de santo, que só recebe doações limpas? O PSDB fez autocrítica da compra da reeleição? Por acaso FHC saiu à mídia para dizer que precisa refletir sobre a funcionária da Rede Globo, Miriam Dutra, que foi escondida na Espanha e paga pela Brasif? Onde está autocrítica do PSDB a respeito do patrimonialismo da famiglia Neves de Minas Gerais? Alguém leu, para além do artigo do Mauro Chaves no Estadão, publicado a pedido de José Serra, alguma crítica do PSDB ao fato de terem sido construídos aeroportos em terras de familiares (Cláudio e Montezuma)? Cadê as investigações para clarear a vida e enriquecimento de Luciana Cardoso, Andrea Neves, Paulo Henrique Cardoso, Mônica Serra?! Alguém viu o PSDB fazer autocrítica pelo patrimonialismo desenfreado?

E o PMDB, partícipe em todos os governos, estão fazendo autocrítica para falar de José Sarney, teúdo e manteúdo da Rede Globo, a ponto de levar Roberto Marinho para a Academia Brasileira de Letras sem sequer um único livro publicado?

No RS, tanto Tarso Genro como Olívio Dutra levantaram a bandeira da autocrítica do PT. Por que não fizeram autocrítica de seus governos ao invés de terceirizarem a crítica? Por acaso o PP gaúcho, pego todinho e por inteiro na Operação Lava Jato está fazendo autocrítica por ter se lambuzado no petrolão?! Alguém leu alguma crítica da Ana Amélia Lemos ou do José Otávio Germano ao PP? Diógenes de Oliveira foi o primeiro a falar nas contas nas Ilhas Cayman. Não eram do PT, eram da RBS. Nenhuma instituição republicana se dignou a investigar. Há livros que documentam a lavagem de dinheiro nas privatizações mas não há registro de nenhuma investigação.

Onde esta turma do PT viu a Folha de São Paulo fazer autocrítica por ter participado da Ditadura, a ponto de usar um eufemismo para se referir ao período mais tenebroso da história do Brasil: Ditabranda! A Folha de São Paulo emprestava as peruas que distribuíam os jornais para que os pedaços de corpos dilacerados nas sessões de tortura, estupro, esquartejamento nas sessões do DOI-CODI fossem escondidos em valas clandestinas do Cemitério de Perus, em São Paulo. Cadê o mea culpa da Folha? E a Rede Globo, que desde 1954 é partícipe de todos os golpes? A mais atuante e beneficiária dos golpes apenas admitiu que errou, mas não pediu desculpas nem devolveu o que ganhou com os golpes que deu contra o Brasil. Pelo contrário, é a tributária do mais recente golpe. Não teria havido golpe sem a fábrica de estatuetas da Rede Globo. O que foi aquele domingo de horrores, quando a Rede Globo firmou parceira com Eduardo CUnha, transferiu uma rodada do Brasileirão para transformar a democracia numa palhaçada de facínoras? Daqui 60 anos a Rede Globo vai dizer que foi um erro mas manterá no bolso todo dinheiro que Michel Temer está derramando nos múltiplos veículos da Rede Globo e afiliadas sob o nome de marketing. O que o PT fez para denunciar o papel golpista da Rede Globo? Não só não fez nada como homenagearam o pai dos golpes.

O maior erro do PT foi acreditar que as instituições fossem republicanas. O PT não precisa fazer autocrítica. Precisa é se perguntar porque Paulo Salim Maluf nunca foi condenado no Brasil. Por que José Maria Marin, Ricardo Teixeira, Marco Polo del Nero, João Havelange são consideradas, no Brasil, pessoas de bem, mas não podem sair do Brasil sob pena de não voltarem pra casa? Por que no Brasil lavar dinheiro no CARF, em Liechtenstein, Panamá, Portocred, HSBC ou na puta que o pariu não dá nenhum tipo criminalização? No Brasil das instituições que funcionam, o favelado com um tijolo de maconha é preso por crime inafiançável mas o dono do heliPÓptero com 450 kg de cocaína não só não é investigado como ainda vira ministro!

Autocrítica, neste momento, é jogar gasolina na fogueira dos golpistas.É tudo o que Rede Globo e sua manada de midiotas amestrados precisam para justificarem o injustificável. Um golpe contra uma presidenta honesta que está jogando o país no caos e tirando do vermelho os velhos grupos de mídia.

Precisamos falar sobre o PT

Em artigo sobre o momento atual do Partido dos Trabalhadores, Antonio Carlos Granado, Antonio Lassance, Geraldo Accioly, Jefferson Goulart, José Machado e Ronaldo Coutinho Garcia defendem a autocrítica e também que "um partido em que se faz política por vocação, e não por profissão"; segundo eles, é preciso compor "uma frente de oposição ao governo Temer, que se oponha ao entreguismo, ao reacionarismo e faça a defesa dos trabalhadores, dos excluídos e dos interesses nacionais"; leia a íntegra

23 de Outubro de 2016 às 16:31 // Receba o 247 no Telegram

Por Antonio Carlos Granado, Antonio Lassance, Geraldo Accioly, Jefferson Goulart, José Machado e Ronaldo Coutinho Garcia

O partido que enfrentou a ditadura, que contribuiu para a redemocratização do país, que batalhou incansavelmente pela consagração de inúmeros direitos sociais, que garantiu a mais drástica e acelerada redução da desigualdade já vista em nossa história, esse partido está na lona. Caiu, em parte, pela perseguição implacável a que foi submetido, em função de golpes desferidos contra muitas de suas lideranças mais destacadas, contra sua organização e contra sua militância. Mas despencou, em grande medida, pelo peso de muitos de seus erros, por ter baixado a guarda em alguns dos atributos que faziam parte de sua própria identidade e da lógica de sua diferença.

As eleições de 2016 são o desfecho de uma ofensiva da direita que tem, como um de seus alvos prioritários, trucidar um instrumento essencial de luta da classe trabalhadora, da democracia e da inclusão social. É nítido e claro que o PT não está sendo investigado. Está sendo cassado. A absurda diferença de tratamento entre o que acontece com algumas lideranças do PT, porque são do PT, e o que não acontece em relação a políticos de outros partidos demonstra que, mais uma vez, como em outras tantas circunstâncias históricas, sob o discurso do combate à corrupção, o que se pavimenta é um combate sem tréguas à esquerda como um todo para a entrega do país ao que há de mais retrógrado e mais corrupto.

A derrota acachapante da esquerda nas eleições de 2016 – salvo raras e muito honrosas exceções – mostra bem o tipo de país que está sendo costurado meticulosamente pelas forças da coalizão golpista.

O partido precisa se reinventar, urgentemente

Para o bem e para o mal, uma parte do PT já não existe mais. Foi dizimada pelo escândalo do Mensalão, pela Lava Jato, pela debandada de prefeitos e parlamentares, pelo golpe parlamentar que destituiu a presidenta eleita e, agora, pelas eleições municipais. É preciso um novo PT, urgentemente, ou não restará PT algum. Ao lado da defesa intransigente do Estado democrático de Direito, é preciso fazer uma autocrítica pública como primeiro passo para recuperar a autoridade moral e a credibilidade política de um partido que foi fundado sob os signos da igualdade e da renovação dos costumes políticos. É preciso, imediatamente, renovar a direção partidária, e renová-la sob novas bases. Além de eleger um novo presidente e diretório, o PT precisa reconstruir seu programa, redefinir sua organização e revigorar suas práticas. O PT precisa se reinventar com a mesma radicalidade com que um dia ousou disputar os rumos do país sob o impulso dos trabalhadores e excluídos.

Atualizar o programa democrático e popular

O PT precisa reatar sua vocação de partido dos trabalhadores, dos assalariados, dos que estão fora do mercado de trabalho, dos pequenos e médios agricultores e empresários; dos sem-terra; dos jovens; dos que lutam por moradia, dos que batalham pela afirmação de sua identidade, dos que querem exercer livremente sua orientação sexual, dos que lutam por dignidade e por direitos de cidadania. O programa do partido deve ser fundamentalmente orientado aos trabalhadores, excluídos e oprimidos, com uma orientação inequivocamente democrática, humanista, igualitária, libertária.

O PT não é mais, nem que quisesse, o partido capaz de firmar o pacto social entre as elites e o povo. A começar porque a elite deste país não quer pacto. Não quer pagar a conta, senão transferi-la justamente para os mais pobres e a classe média, que são os que sustentam o Estado brasileiro e as isenções fiscais e benesses de que os mais ricos desfrutam. A ponte para o futuro de uma parte expressiva da elite brasileira é um “green card” nos Estados Unidos e uma conta nas Ilhas Cayman.

O desenvolvimento de um país é diretamente proporcional à qualidade de sua democracia. Por sua vez, democracia significa o quanto a representação e a atuação do Estado atendem aos interesses da maioria e a uma pluralidade de pessoas e opiniões com voz e vez nos processos de decisão política. Um programa democrático e popular se distingue por propor mecanismos claros de alargamento da democracia e de fortalecimento da capacidade de atuação do Estado. Distingue-se também pelo combate sem tréguas aos grupos políticos e econômicos predatórios que, recorrentemente, dominam o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, e que engendram instituições perversas, que proporcionam ganhos restritos a uma ínfima parcela da sociedade, impondo custos sociais elevados à esmagadora maioria do povo brasileiro.

Redefinir o modelo de partido

Transparência, prestação de contas e democracia participativa

Convenhamos, o partido que defende a transparência, a prestação de contas e a democracia participativa não é transparente, não presta contas a seus militantes e deixou sua democracia participativa em algum lugar do passado. O PT trocou seus antigos espaços de participação, seu debate formativo e sua discussão programática por Processos de Eleição Direta (PEDs), pela prioridade eleitoral e por alianças com a política tradicional.

O PT precisa prestar contas; realizar seu próprio orçamento participativo; estabelecer regras claras de contratação de funcionários e de empresas prestadoras de serviço, mediante chamadas públicas; expor seu planejamento e planos de trabalho a audiências públicas com participação presencial e pela internet. Precisa criar sua ouvidoria, que consta do estatuto, mas jamais saiu do papel.

O PT deve se abrir e se expor mais do que nunca para que não restem dúvidas sobre seus métodos, seus critérios, suas decisões, seus recursos, sua capacidade de escutar sua militância e seus simpatizantes e de estar profundamente enraizado na sociedade civil.

Política por vocação

O PT deve se afirmar como um partido em que se faz política por vocação, e não por profissão. Os eleitos devem se comportar como servidores públicos conscientes de seu papel e de suas responsabilidades republicanas. Devem se mostrar sujeitos ao escrutínio não apenas da máquina partidária, mas de seus eleitores e das organizações populares. Devem abrir suas contas, expor suas agendas e saber demarcar nitidamente a fronteira entre o público e o privado.

O PT, definitivamente, não é lugar para políticos tradicionais. Política não é carreira e político não é profissão. Não é? Bem, não deveria ser, pelo menos no PT. Se algo está errado, precisa mudar.

O PT deve abolir os PEDs, voltar a ser um partido de encontros, congressos e, agora, de redes sociais

O PT deve ser um partido conhecido e reconhecido por discussões de base e eleição de delegados e representantes por bairros e por coletivos temáticos ou identitários (trabalhadores de diferentes categorias e estratos, juventude, cultura, esporte, mulheres, LGBT, rurais, deficientes, transportes, educação, saúde, assistência, governança e gestão públicas, meio ambiente, moradia, segurança pública, igualdade racial), com limites e controles rígidos para evitar sua burocratização e as práticas próprias da política tradicional.

As direções partidárias devem ser expressão de uma militância e de um debate sobre políticas públicas, e não da aferição de quem consegue arregimentar e transportar o maior número de filiados. As novas direções devem expressar o pluralismo de nossa sociedade e o debate que por lá fervilha. Um partido incapaz de se nutrir da energia social acaba inevitavelmente apartado da sociedade civil e de suas lutas.

Deve-se igualmente criar novos mecanismos de participação e consulta que facilitem a interação virtual e a intervenção nas redes sociais. O PT precisa ser um partido com freios, contrapesos e  controle social.

Oposição firme e consistente ao governo Temer e reconfiguração da política de alianças

A sociedade deu um recado claro em 2016: está insatisfeita com os partidos, rechaça a política tradicional e quer o PT na oposição. O arco de alianças do PT deve ser firmado, de forma clara, com a orientação de conformar uma frente de oposição ao governo Temer, que se oponha ao entreguismo, ao reacionarismo e faça a defesa dos trabalhadores, dos excluídos e dos interesses nacionais.

O PT deveria, terminantemente, rechaçar coligações eleitorais e composições em governos com os partidos que apoiaram o golpe e que integram a base oficial ou eventual do governo Temer. Embora os partidos políticos não sejam monolíticos e possuam clivagens políticas e regionais importantes – veja-se os casos dos senadores Roberto Requião, do PMDB, e Lídice da Mata, PSB, assim como de parlamentares federais da Rede, que perfilaram contra o golpe –, é fundamental que o PT contribua para o debate político delimitando claramente seu campo político-ideológico e programático de esquerda.

Diálogos e mesmo acordos em uma ampla frente social e parlamentar em defesa de direitos sociais, que hoje estão ameaçados, são essenciais, mas não se confundem com o arco de alianças eleitorais e de prioridade na interlocução sobre um programa para o país. Esta prioridade deve estar na relação do PT com o PCdoB, o PDT e com o PSOL. No caso do PDT, pelo menos enquanto ainda restar ali algum brizolismo – ou seja, nacionalismo, trabalhismo e defesa do serviço público. No caso do PSOL, mesmo que ainda haja reticências, plenamente compreensíveis, de uma aproximação com o PT, é preciso tomar a iniciativa do gesto pelo reatamento de laços.

As grandes batalhas perdidas no Congresso e no Judiciário foram, antes, perdidas nas ruas. O desgaste do partido é crítico, mas a decepção generalizada com a política enquanto instrumento de mudança social é grave. Retomar a confiança social na política e na democracia requer persuasão, interlocução com amplos setores da sociedade e um longo trabalho de base. O cerne dessa tarefa implica em consolidar a Frente Brasil Popular e estreitar o diálogo com as novas frentes de luta que surgem pelo país, com grande vitalidade, como o Povo Sem Medo e o Levante da Juventude. Lá se forjam ideias, estratégias de luta e uma nova geração de militantes sociais que deve tomar conta das ruas e desaguar com maior força na política nacional. Ao PT e aos demais partidos de esquerda cabe não apenas torcer para que isso aconteça, mas orientar-se programática e organizativamente nesse sentido. Movimentos sociais fortes e organizações e partidos políticos fortes não são incompatíveis; antes, são um imperativo da democracia.

Em suma, o PT precisa assimilar que, doravante, a luta política requer a conformação de uma frente ampla que congregue partidos políticos, organizações e movimentos da sociedade civil e inclusive cidadãos em torno de bandeiras democráticas e sociais.

Um projeto estratégico para o Brasil

Para além de um reordenamento organizativo e de uma reorientação política, para completar o desafio de se reinventar, o PT precisa investir decisivamente na reformulação de um projeto estratégico para o Brasil. A experiência de governo com medidas desenvolvimentistas e as políticas públicas de inclusão social conformaram um patrimônio valioso, mas rigorosamente insuficiente em um cenário econômico de primazia e internacionalização do capital financeiro, de dependência do boom das commodities, de declínio mundial do Estado do bem-estar e de diminuição do emprego como forma de integração social.

Um partido vocacionado para o poder não pode ignorar agenda tão complexa, que ainda abarca as mutações do sistema político, o peso e o lugar de instituições como o Ministério Público e o Judiciário, o papel da mídia e das novas ferramentas de informação e comunicação, a importância da ciência e da tecnologia, da pesquisa e desenvolvimento, do pensamento estratégico e de segurança nacional, da preservação e manejo de recursos naturais estratégicos, dentre outros. Um partido vocacionado para o poder precisa se dispor a compreender as transformações em curso para oferecer sua interpretação, suas ideias e seu programa para o país.

Desafio dessa envergadura remete à necessidade de reunir o melhor da intelligentsia nacional e internacional e dialogar com muitas outras instituições e segmentos que se debruçam sobre essa agenda na perspectiva de disputar intelectualmente os rumos do país. Uma das principais lições a aprender da crise pela qual passamos é que passou o tempo de responder a dilemas estratégicos com respostas táticas de curto prazo.

Fortalecer os laços com os movimentos, organizações, partidos e governos progressistas de outros países

A troca de experiências, as estratégias comuns de atuação e a conformação de um programa internacional de lutas em temas como a taxação internacional de transações financeiras, o combate aos paraísos fiscais, a reforma das organizações multilaterais, a internacionalização dos direitos básicos dos trabalhadores, a universalização das políticas de distribuição de renda, a solidariedade às vítimas de desrespeito aos direitos humanos devem voltar a ser uma agenda de trabalho prioritária do PT. Não existe saída nacional sem articulação global das lutas sociais com a reforma das instituições governamentais e econômicas.

A uma direita transnacional e antinacional se deve contrapor uma atuação internacional com pautas unificadas e ação combinada, sobretudo no campo programático, formativo e da comunicação.

Agora é a hora, ou “PT, saudações”

O PT vive um momento crucial. Boa parte das mudanças necessárias são certamente viáveis justamente porque a própria conjuntura se encarregou de torná-las não apenas as melhores, mas, em alguns casos, as únicas opções possíveis.

O PT beijou a lona, desceu ao chão. Antes que uma parte ainda mais expressiva de seus simpatizantes e de sua militância lhe deseje “PT, saudações”, é hora de se colocar de pé, levantar a poeira e voltar a caminhar de cabeça erguida. Mas este não é um exercício que demande apenas vontade política. Exige resgatar o caráter civilizatório de seu ideário e a ousadia e a dignidade que marcaram historicamente a trajetória das esquerdas.

Precisamos falar sobre o PT | Brasil 24/7

04/09/2016

Análise lúcida sobre os erros do PT no país da mídia golpista

Filed under: Manipulação,PT,RBS,Rede Globo — Gilmar Crestani @ 10:12 am
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Os erros do PT foram monumentais, a começar pela ingenuidade em acreditar que as instituições brasileiras sejam republicanas. O erro número dois foi subestimar a capacidade da Rede Globo em arregimentar, adestrar e conduzir corações e mentes contra Lula, Dilma e o PT. A Rede Globo coordenou, via Instituto Millenium, a construção de um discurso criminalizando todas as iniciativas de esquerda. A luta contra as cotas de inclusão social não começou com a boçalidade de Ali Kamel no livro “Não somos racistas”.  O livro foi apenas a condensação de um programa trabalhado diuturnamente pelos múltiplos veículos. Quem não lembra, por exemplo, que uma tapioca comprada com cartão corporativo era trabalhado até derrubar o “infrator”? Agora compare a informação da compra da tapioca com cartão corporativo com a apreensão de 450 kg de cocaína num helipóptero de uma amigo do Aécio Neves? Ou o uso de dinheiro público para construir aeroportos nas terras de familiares (Cláudio e Montezuma). Há termos de comparação na compra de uma tapioca com cartão corporativo e o depósito, em benefício de José Serra, de 23 milhões de reais no exterior?

Mais que a convocação da massa de bovinos para vestirem as camisetas da CBF, foram os silêncios e os superestimação de conduzidos diuturnamente pela Rede Globo. É a clássica Lei Rubens Ricúpero, revelada no escândalo da Parabólica: a Rede Globo mostra o que lhe interessa e esconde o que não atende aos seus interesses.

Mas tudo isso seria facilmente perceptível se o PT, conhecedor disso, não legitimasse. A partir do momento que a Maria do Rosário sobe à tribuna para homenagear a RBS, legitima o golpismo dos Sirotsky. Quando, após o golpe, Lindeberg Farias vai à Globo News conceder entrevista, legitima todo o processo que resultou no golpe pela Rede Globo. Quando Lula, desconhecendo a natureza golpista da Rede Globo, homenageia-a, legitima-a. Quando Dilma autoriza a entrada da Rede Globo no Palácio do Planalto, legitima-a como veículo de informação. São duas demonstrações, não de ingenuidade, mas de imbecilidade. Será que nem Lula nem Dilma conhecem a fábula da rã e do escorpião?

O golpe foi engendrado, produzido e conduzido pelas cinco irmãs (Globo, Veja, Folha, Estadão & RBS). É ingenuidade continuar focando em Michel Temer e deixar passar batido as incubadoras de Eduardo CUnha, José Sarney, Renan Calheiros, FHC, Aécio Neves, Romero Jucá, José Tarja Preta Serra, Ana Amélia Lemos.

No RS, por exemplo, não basta defenestrar José Ivo Sartori. O problema não está nele, mas em quem fez das tripas corações para que o Tiririca da Serra se elegesse. De nada adianta tirar Sartori se não atacar a RBS. De nada adianta atacar Sartori e poupar Sebastião Mello, ambos tributários de Eliseu Padilha. De nada serve ridicularizar o Tiririca da Serra mas votar em Ana Amélia Lemos e Lasier Martins.

Resumo da ópera: de nada serve atacar os frutos e esquecer a árvore que os produz.

Brasil, la razón y la historia

Por José Natanson *

Imagen: AFP.

El carácter espurio del impeachment contra Dilma Rousseff –espurio porque el hecho de que cumpliera ritualmente los pasos constitucionales no logró ocultar el dato básico, que es la ausencia de delito– no debería impedirnos analizar los errores que lo hicieron posible, no para patear en el piso al héroe caído sino para intentar sacar algo en limpio de un proceso que merece atención.

Y en este sentido lo primero que cabe señalar es el cambio de contexto. Como se sabe, a partir de 2002-2003 América latina experimentó una década de alto crecimiento económico que en algunos países alcanzó tasas chinas (aunque habría que revisar la comparación: China ya no crece a tasas chinas). Brasil, aunque se expandió a un ritmo más lento que el promedio regional, creció de manera sostenida e incluyente hasta que, en algún momento entre 2011 y 2012, se detuvo. La respuesta de Dilma a este viraje en la dirección del viento fue la peor entre todas las posibles: desdiciéndose de sus promesas electorales, impuso un ajuste ortodoxo no muy diferente al que proponía la oposición de derecha durante la campaña, le encomendó la tarea al banquero ultraliberal Joaquim Levy y después le retaceó el apoyo, a punto tal que al final se negaba a fotografiarse con él.

Con todas las variables macroeconómicas –crecimiento, inflación, desempleo, déficit– alineándose en contra, se abrió la oportunidad para una convergencia entre el poder económico, la justicia y los partidos de derecha, entre los cuales sobreviven formaciones ultramontanas que harían sonrojar hasta a Cecilia Pando. Los medios fueron decisivos pero no determinantes: de hecho, la misma configuración mediática hegemonizada por la Red Globo había ensayado sin éxito una acusación similar contra Lula a propósito del escándalo del mensalão en 2005. La ofensiva, construida alrededor de una serie de acusaciones bastante probadas que involucran a la mitad de la clase política, incluyendo a la primera línea del PT pero excluyendo significativamente a la propia Dilma, acentuó la fragilidad del gobierno.

Puesta frente a este escenario ultraexigente que no se esperaba, la presidenta no encontró una salida: se negó, por un lado, a negociar con los poderes fácticos y sus representantes parlamentarios una coalición que le permitiera, incluso de espaldas a la sociedad, gobernar hasta el final de su mandato con políticas de estabilización y ajuste, como había hecho Fernando Henrique Cardoso en su segundo gobierno. Pero tampoco se animó a convocar a un plebiscito para impulsar la reforma política y las elecciones anticipadas. Dotada de una cualidad ética (o una rigidez táctica) diferente a la de Lula, no quiso avanzar por la cornisa enjabonada de un pacto con los impresentables del Congreso ni se sintió lo suficientemente segura como para dar el salto al vacío de un referendo, que recién mencionó cuando ya no estaba en sus manos convocarlo. Sin rosca ni votos, Dilma terminó semi-paralizada, gobernando en el vacío.

Porque además, y aquí la responsabilidad le cabe a Lula más que a ella, el PT había producido un asombroso proceso de desmovilización de su base política. Provisto de algunos de los mejores cuadros políticos de Brasil, un caudal de afiliados que en su momento alcanzó los dos millones y un líder fuera de serie, el PT llegó al gobierno empujado por la épica de una historia que se remonta a las huelgas contra la dictadura en el ABC paulista y de a poco, casi sin darse cuenta, se fue entibiando. Relajado en la comodidad algodonada del Estado brasilero, perdió tensión y sentido, lo que explica la mezcla de apatía y hastío con que fue recibida la noticia del impeachment: puede que una parte de la sociedad brasilera estuviera en contra del desplazamiento de Dilma, pero pocos estaban dispuestos a hacer algo por impedirlo.

En este aspecto, el contraste con Venezuela es ilustrativo. A diferencia del PT y del Frente Amplio uruguayo, nacidos en un contexto de lucha contra las dictaduras, y a diferencia también del MAS boliviano, una construcción política de décadas originada en el sindicalismo cocalero del Chapare, la llegada al poder de Hugo Chávez fue producto de una accidente, casi diríamos una carambola de la historia, como la de Rafael Correa y en cierto modo la de Néstor Kirchner. Al fin y al cabo un paracaidista, Chávez aterrizó inesperadamente en Miraflores rodeado apenas de un puñado de seguidores inexpertos y quizás por eso se dio a la tarea de construir, inevitablemente desde arriba, una base militante capaz de respaldarlo en los momentos difíciles: probablemente sea la persistencia obstinada de este núcleo duro inconmovible el que explique que el chavismo logre mantenerse en pie a pesar del “ya se cae” que viene repitiéndose desde años (queda de la duda de si la contracara de esta base incondicional, el costo efectivo de su construcción y sostenimiento, no son precisamente algunos de los rasgos más criticables del régimen venezolano: las derivas autoritarias, la corrupción desenfrenada, la desinstitucionalización rampante; en otras palabras, ¿hasta que punto las marcas negativas del chavismo son menos desvíos corregibles que la condición necesaria para su supervivencia?).

Pero hablábamos de Brasil y del proceso de desmovilización del PT, que en parte explica su caída y que a su vez es resultado del cambio en la conformación de su electorado. En efecto, desde su fundación en los 80 hasta la llegada de Lula a la presidencia en 2003, la base social del PT estuvo integrada por los obreros calificados y las clases medias progresistas de los grandes centros urbanos. Fundado al estilo del laborismo británico, el PT nació como un típico partido de masas industrial afincado sobre todo en los estados modernos del sur y el centro, que perdía sistemáticamente en las zonas africanizadas del nordeste, donde se reelegían sin dificultad viejos caudillos de derecha que aquí llamaríamos “popular conservadores”. Esta ecuación se invirtió durante la primera presidencia de Lula, cuando el escándalo del mensalão derivó en el alejamiento de parte del electorado original que sin embargo fue compensado con el creciente apoyo del sub-proletariado nordestino, beneficiado por el fabuloso proceso de inclusión social impulsado desde el gobierno. Como entre la primera victoria presidencial de Lula en 2002 y su reelección en 2006 el porcentaje de votos fue prácticamente el mismo, este movimiento tectónico del electorado pasó relativamente desapercibido hasta que el politólogo André Singer lo detectó y definió como el paso del “petismo” al “lulismo”.

Dilma, que es lulista pero no es Lula, en el sentido de que fue elegida y reelegida con los votos de los sectores más pobres de la sociedad pero carece de la historia de vida y el carisma de su padrino, mantuvo el patrón de inclusión vía consumo iniciado por Lula, sin preocuparse por profundizar la activación política, construir poder popular o, digamos, empoderar a las masas. Se encontró con un partido desmovilizado, al que cultivó poco y que, cuando llegó el momento crucial, no tenía ni la energía ni los recursos para defenderla.

Pero la forma en que cayó Dilma se explica también por una tradición brasilera que se remonta al inicio de su historia nacional. En contraste con las guerras sangrientas que marcaron la independencia de la América española, Brasil se separó de Portugal por una decisión política de Pedro I, el príncipe heredero, aceptada sin resistencia por su padre, y más tarde, en 1889, se convirtió en república mediante una disposición no menos administrativa (esto ha hecho que la historia brasileña sea una historia desprovista de héroes y estatuas, sin un Bolívar o un San Martín a los que venerar). Del mismo modo, la versión brasileña del populismo, el varguismo, fue un movimiento redistributivo e incluyente pero en el que el componente movilizatorio estaba notablemente atenuado (digamos: un peronismo sin 17 de Octubre). Mucho más tarde, la ebullición de los 60 creó un movimiento guerrillero entusiasta pero disperso y sin fuerza, al menos en comparación con Argentina, Uruguay o Chile, y luego la dictadura, aunque desde luego torturó y mató, no creó un sistema de campos de concentración al estilo argentino y hasta consintió el funcionamiento controlado del Congreso, que nunca fue clausurado. La recuperación de la democracia se realizó también de manera negociada, “segura”, según la famosa definición de Geisel, el general que la inició, a punto tal que el primer presidente democrático, Tancredo Neves, no fue elegido por voto directo sino mediante el viejo sistema de colegio electoral creado por los militares.

Lo que quiero decir con esto es que la historia brasileña es en esencia una historia de pactos entre elites, que son las que realmente gobiernan Brasil, como no sucede en ningún otro país de la región salvo los de Centroamérica. Los efectos de esta tradición son paradójicos: si por un lado le ha permitido a Brasil evitar “pisos de sufrimiento” como los registrados en Argentina (las luchas entre unitarios y federales, la dictadura, Malvinas, el 2001), por otro lado limitó severamente la incidencia de la población en las decisiones nacionales, como confirmó la pasividad social de la semana pasada. La significativa ausencia en Brasil de una Plaza de Mayo, ese centro simbólico de la política argentina al que la gente marcha cada tantos años para festejar o voltear gobiernos, no responde tanto una cuestión urbanística como de historia política. Y también, claro, a la decisión de Kubitschek de trasladar la capital al medio de la selva, explicable por la estrategia desarrollista de llevar la civilización al desierto pero también por la intención de alejar el centro de las decisiones políticas de las masas que habitan los grandes conglomerados urbanos.

Concluyamos entonces señalando que el desplazamiento de Dilma, el modo sordo, casi sin ruido, con el que fue desalojada del poder, se explica por la ofensiva inescrupulosa de la derecha y por la forma de construcción política elegida por el PT tanto como por una tradición histórica típicamente brasilera. La caída de Dilma confirma un patrón, subraya una cultura política. Y abre un nuevo tiempo en Sudamérica, que recién estamos empezando a descifrar. Sus errores, que ahora se hacen evidentes, no deberían oscurecer el hecho de que su gobierno, igual que los de Lula antes, lograron combinar, como nunca desde el varguismo, estabilidad económica, libertad política e inclusión social, tres condiciones que parece difícil que puedan volver a conjugarse en el futuro cercano.

* Director de Le Monde Diplomatique, Edición Cono Sur www.eldiplo.org

Página/12 :: El mundo :: Brasil, la razón y la historia

26/05/2015

Folha denuncia: em busca de imunidade, PT migra para o PSDB

Filed under: Folha de São Paulo,Imunidade,Manipulação,PSDB,PT — Gilmar Crestani @ 9:37 am
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PSDB e MidiaDeu o óbvio, para fugir das perseguições constantes dos assoCIAdos do Instituto Millenium, PT decide migrar em massa para o PSDB.

No PSDB há liberdade para fazer o que bem entende sem sofrer a mesma perseguição implacável. Pelo contrário, roubo individual no PSDB, vide Robson Marinho, é considerado meritocracia. Se for coletivo, é choque de gestão. E ainda poderá fazer o que o PSDB sabe fazer de melhor, vender, com apoio do coronelismo eletrônico, o patrimônio nacional e lavar as comi$$ões no HSBC. Que o diga Márcio Fortes

José Dirceu poderá adquirir de Eduardo Azeredo a lógica do Mensalão Mineiro para não ser molestado. Ou com José Serra, no Tremsalão Tucano da Alstom e Siemens. Marta Suplicy descobriu que epidemia de dengue, crise d’água são coisas que não acontecem em governos do PSDB. Afinal, Geraldo Alckmin tem um governo de segurança pública exemplar. O PCC que o diga, faz tudo na maior segurança.

O Olívio Dutra poderá aprender com Yeda Crusius como ela consegue, mesmo após a conclusão do Operação Rodin, continuar livre, leve e solta.

Lula poderá, enfim, comprar sua reeleição por 200 mil réis ou assumir um filho com alguma jornalista da Globo sem ser molestado. Sempre haverá a chance de aparecer outra Miriam Dutra no conglomerado dos Marinho. Também o Lulinha, como a Luciana Cardoso, poderá viver em paz em algum gabinete do Senado. Não teremos mais os mosqueteiros da ética nas páginas amarelas da Veja simplesmente porque Demóstenes Torres, com todos os petistas no PSDB, não terá mais a quem acusar.

A OAS doou para a campanha da Dilma, a Andrade Gutierrez para Aécio. Com todos do PT no PSDB, a OAS não será criminalizada, gozando da mesma imunidade da Andrade Gutierrez. Uma chapa com Aécio e Dilma, ambos no PSDB, haverá paz para as empreiteiras construírem aeroportos nas terras do Tio Quedo.

Assim, ao mesmo tempo que esvazia o saco de pancadas dos que não tem votos, ganha imunidade para roubar. É o que dizia a própria Folha em editorial, corroborado pela afirmação do deputado do PSDB gaúcho, Jorge Pozzobom: “me processa. Eu entro no Poder judiciário e por não ser petista não corro o riso de ser preso”.

Com a migração do PT ao PSDB ganham as instituições. Gilmar Mendes tira o traseiro de cima do processo do financiamento público das campanhas e Rodrigo de Grandis volta a trabalhar.

Além da migração em massa ao PSDB, o PT tem outra saída. Fundar um grupo de comunicação, com o modus operandi da RBS e da Rede Globo, ou uma siderúrgica aos moldes da GERDAU.

Também perderá sentido a existência de cabos eleitorais do PSDB no Ministério Público e na Polícia Federal. Os heliPÓpteros poderão, enfim, traficar em paz!

Este parece ser o sonho de uma noite de verão do editorialista da Folha. Claro, as reuniões partidárias do PSDB no Restaurante Fasano, numa mesa com quatro cadeiras, não parecem esvaziadas para a Folha.

EDITORIAIS

editoriais@uol.com.br

O PT se esvazia

Fruto de seus próprios desvios, partido enfrenta ameaça de defecções entre políticos paulistas e abandono da militância

Hortolândia saiu da eleição estadual de 2014 como último bastião do PT em São Paulo e pode chegar ao pleito municipal de 2016 como símbolo da deterioração do partido.

Distante cerca de 110 km da capital, o município de 212 mil habitantes notabilizou-se no ano passado por dar ao petista Alexandre Padilha sua única vitória sobre o governador Geraldo Alckmin (PSDB), 38,6% a 34,9%. As demais 644 cidades paulistas consagraram o tucano, que se reelegeu no primeiro turno com 57,3% dos votos.

Administrada pelo PT desde 2005, Hortolândia agora aparece numa lista de municípios nos quais políticos da legenda negociam migrar para o PSB, comandado em São Paulo pelo vice-governador Márcio França. Prefeitos e vereadores petistas consideram que assim terão mais chances na disputa do ano que vem, dada a crescente rejeição à sigla.

A fim de dissuadir potenciais desertores, dirigentes do PT têm feito viagens a cidades do interior do Estado. Calculam que, confirmadas as defecções, a agremiação terá até 30% menos prefeituras sob seu controle após a disputa municipal de 2016 –são, atualmente, 68 municípios paulistas.

O desânimo, porém, não acomete apenas quadros do partido; também afeta seus militantes. Basta dizer que, na sexta-feira (22), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou seu discurso na abertura do Congresso Estadual do PT em São Paulo para não ser visto diante de plateia reduzida.

No segundo dia do evento, Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência, desabafou: "Nunca vi uma reunião do PT tão esvaziada quanto ontem, quando se anunciava que o Lula viria, e tão esvaziada quanto hoje, quando no passado as pessoas disputavam o crachá para estar aqui".

No passado, seria preciso acrescentar, o partido não disputara uma eleição presidencial defendendo suas tradicionais bandeiras somente para arriá-las logo após a vitória. Tampouco estivera no centro dos principais escândalos de corrupção da política nacional.

Não admira, portanto, que cada vez menos gente esteja disposta a manter no peito um crachá do PT, ao mesmo tempo em que cresce o número de pessoas que se comprazem com o próprio antipetismo –embora, neste caso, se registrem exageros, como nos episódios em que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi hostilizado.

Se houve práticas corruptas, estas devem ser julgadas e condenadas pelos órgãos competentes; quanto às mentiras, elas já começam a cobrar seu preço em termos de prestígio e popularidade –uma fatura que o PT dificilmente deixará de pagar diante das urnas.

19/04/2015

A escalada da covardia

OBScenas: Globo terceiriza defesa da sonegação!

sonegaçaoNuma escalada, o alpinista que vai à frente prega os pontos de apoio que darão suporte aos que vem atrás. Se não encontrar para si uma via para a subida, com pontos de apoio próprios, corre o risco de ser levado de roldão pelos que estão acima. A direita vem mantendo a dianteira sob o olhar complacente e acovardado do PT.

A escalada do ódio ao PT tem origem no nascedouro do partido. Lula, nas greves do ABC, emparedou a ditadura. Ao criar o PT, trouxe o chão da fábrica para os palcos. Nossa direita, que adora uma política de castas, adora trabalhador… trabalhando, rico enriquecendo e ladrão roubando. Mantém vivo e atual, em pleno século XXI, o velho ditado romano: “dar a cada um o que é seu”. Aos ricos, a riqueza; aos pobres, a pobreza!

A união da direita é forjada por meio dos associados do Instituto Millenium, com a Rede Globo à frente. Como na fábula da rã e do escorpião, o PT deveria saber qual é a natureza da Globo. Uma vez golpista, sempre golpista. Ajudou a implantar e deu sustentação à ditadura. Na volta da democracia, escondeu a marcha das direta-já em São Paulo. Depois manipulou o debate entre Collor e Lula. Manteve seus métodos no Escândalo da Proconsult. A marcha da insensatez chegou na aliança com Rubens Ricúpero naquele que se convencionou chamar de Escândalo da Parabólica. Não bastasse isso, selou a captura de FHC mediante o uso de uma funcionária chamada Miriam Dutra. Fez acreditar que o filho dela era de FHC. Um exame de DNA provou que era só filho da mãe. Mas nada disso importa. Imagine isso acontecendo com Lula ou Dilma…

Todos e tudo o que pode ser usado para criminalizar o PT, a Globo usa sem o menor pudor. Se não há, fabrica. Mantém viva a lei Rubens Ricúpero: esconder o que é bom ao PT e aumentar o que é ruim. E para isso tem uma rede de filiais com a nata do coronelismo eletrônico regional: Sarney, no Maranhão; ACM, na Bahia; Collor, em Alagoas; Sirotsky, no Sul.

Igual ao polvo siciliano, a rede malha o PT e alivia para seus finanCIAdores ideológicos. A RBS ataca o PT mas alivia para o Gerdau. Aumenta o volume para a Lava Jato mas esconde a Operação Zelotes e silencia em relação à Lista Falciani do HSBC.

Como diz a crônica, até aí morreu Neves.

Claro, é da lógica que os iguais se auxiliem mutuamente. A direita tem todo o espectro midiático a seu auxílio. O PT, não. O PT tem o povo e suas políticas sociais. Montado nisso, pensou ser suficiente. Quando introduziu a política de cotas raciais, o responsável pelo jornalismo da Globo, Ali Kamel, escreveu um enorme livro para provar que “Não somos racistas”. Com o livro a Globo atacava não só a política de cotas, mas a ideia de que há segmentos sociais que necessitam mais de políticas públicas do que outros, que sempre se beneficiam das políticas públicas. A mesma camada social que pode abater os gastos com instrução e as despesas médicas no imposto de renda luta contra o mais médicos e o Bolsa Família. Tenho colegas que recebem auxílio alimentação, auxílio creche, abatem R$ 189 por dependente, e ainda deduzem despesas médicas e de instrução dos filhos no imposto de renda, mas são contra as políticas sociais que beneficiam quem não tem nada. Como explicar isso senão pelo espírito de manada de quem adota sem o menor constrangimento a ojeriza social vendida pelos grupos mafiomidiáticos sem que nenhum contraponto do PT?!

Os fatos ocorridos no governo FHC não foram bem assimilados pelo PT. Fernando Henrique mostrou, na prática, como se deve fazer. Comprou a reeleição. Terceirizou à Globo a defesa de seu governo. Entregou o patrimônio público às empresas que os EUA indicaram, como a Raytheon. Mesmo sem deixar uma única obra que se use tijolo e cimento, é até hoje um oráculo para os assoCIAdos do Instituto Millenium.

A direita, organizada sob a batuta da Globo & Veja, foi subindo na escalada criminalizadora do PT.  O PT não reagiu. Fez ouvidos moucos. Nem mesmo durante a Ação 470, quando foi sozinho ao cadafalso montado pelo Assas JB Corp, porque a literatura jurídica lhe permitia ou porque foi feito pra isso, sim, reagiu à altura. Os personagem de crime semelhante ficaram e permanecem de fora. Até a Folha de São Paulo foi capaz de apontar os benefícios que o PSDB vem obtendo no Poder Judiciário, mas o PT continua achando que, por estar certo, não precisa se defender, não precisa reagir às mentiras. Não precisa apontar o estrabismo que leva uns à prisão e eleva outros a heróis sob os holofotes da mídia. Por que Agripino Maia, Álvaro Dias e Aécio Neves, também apontados na Lava Jato, continuam soltos?!

A diferença de tratamento dado ao PT e ao PSDB pelo Poder Judiciário é tão gritante que um deputado do PSDB gaúcho, Jorge Pozzobom, tripudiou dizendo que, por não ser petista, não corria risco de perder uma ação e, por isso, ser preso.

No meio da escalada, a direita que se mantém à frente, vai jogando dejetos, cortando os fios, deixando o PT na lona por inanição.

As marchas dos zumbis chamadas pela Rede Globo teve apoio de todos os segmentos derrotados na eleição. O PT viu apenas como direito democrático de manifestação.

Porra! Que democracia é essa que aceita a defesa de sua destruição? Uma democracia que não se defende de saudosos da ditadura é um simulacro. Há quem no PT pense que se tratava de direito legítimo de protestar contra a corrupção. Ué, e os cartazes defendendo a corrupção por sonegação?

Porra! Alguém viu cartazes denunciando a corrupção na Globo? Quem gritou contra a corrupção pega na Operação Zelotes que envolve a Gerdau e a RBS? Alguém viu cartaz cobrando a corrupção dos envolvidos na Lista Falciani no HSBC?!

As manifestações redundaram em ataques violentos contra petistas. Sedes do PT foram incendiadas. E o PT? O PT reage em notas oficiais tímidas, quase que pedindo desculpas por apontar a sujeira no umbigo alheio. O que o PT fez para que o narcotráfico revelado na apreensão do helipóptero fosse investigado? Por que deixou que o assunto fosse jogado para debaixo do tapete? O que o PT fez para que a Globo parassee de incriminar o PT ao mesmo tempo em que divinizava golpistas?

Nesta escalada, o cocô que está caindo na cabeça do PT deve-se à maneira covarde com que o PT vem reagindo. Aceita ser criminalizado sem reação à altura.

A tal ponto que hoje é mais perigoso ser petista  que ser traficante! É perigoso vestir uma camisa vermelha mas não é perigoso vender papelote no PROJAC. Ou alguém acha que o Fábio Assunção e o Casagrande iam comprar cocaína no morro?!

Dá para entender, agora, porque sumiu dos noticiários da Rede Globo a apreensão de 450 kg de cocaína no helicóptero dos amigos do Aécio Neves?! E se o helicóptero fosse de amigos do Lula, sumiria do noticiário?!

A direita está tripudiando sobre o PT por culpa exclusiva do PT. Quem não reage dá a entender que o que dele dizem é verdade. Por que será que minha mãe, que só assiste à Globo, acredita que o Lulinha é dono da Friboi?!

Quem vive de joelhos não anda para frente!

06/03/2015

Vaca do PT come grama pela Folha

Filed under: Folha de São Paulo,Marta Suplicy,PT,Quinta Coluna — Gilmar Crestani @ 8:22 am
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MARTA SUPLICY

A vaca vai pro brejo?

É um privilégio neste momento crítico da política brasileira voltar a este espaço que ocupei em 2011 e 2012. Já colaborei na Folha, em cadernos e anos diversos, exercendo atividade diferente da que tenho hoje. Tenho consciência da importância que foi chegar a milhares de pessoas quebrando tabus, defendendo os direitos do povo, das mulheres e minorias, avançando em temas de difícil aceitação.

Senadora, e com uma visão muito crítica da situação política brasileira, sinto-me no dever de exercer neste espaço a audácia e transparência que caracterizaram minha vida.

Em política existem duas coisas que levam a vaca para o atoleiro: a negação da realidade e trabalhar com a estratégia errada.

O governo recém-empossado conseguiu unir as duas condições. A primeira, a negação das responsabilidades quando a realidade se evidencia. A segunda, consequência da mentira, desemboca na estratégia equivocada. Estas condições traduzem o que está acontecendo com o governo e o PT.

O começo foi bem antes da campanha eleitoral deslanchar. Percebiam-se os desacertos da política econômica. Lula bradava por correções. Do Palácio, ouvidos moucos. Era visto como um movimento de fortalecimento para a candidatura do ex-presidente já em 2014. E Lula se afasta. Ou é afastado. A história um dia explicará as razões. O ex-presidente só retorna quando a eleição passa a correr risco.

Afunda-se o país e a reeleição navega num mar de inverdades, propaganda enganosa cobrindo uma realidade econômica tenebrosa, desconhecida pela maioria da população.

Posse. Espera-se uma transparência que, enquanto constrangedora e vergonhosa, poderia pavimentar o caminho da necessária credibilidade.

Ao contrário, em vez de um discurso de autocrítica, a nação é brindada com mais um discurso de campanha. Parece brincadeira. Mas não é. E tem início a estratégia que corrobora a tese de que quando se pensa errado não importa o esforço, porque o resultado dá com os "burros n’água".

Os brasileiros passam a ter conhecimento dos desmandos na condução da Petrobras. O noticiário televisivo é seguido pelo povo como uma novela, sem ser possível a digestão de tanta roubalheira. Sistêmica! Por anos. A estratégia de culpar FHC (não tenho ideia se começou no seu governo) não faz sentido, pois o tamanho do rombo atual faz com que tudo pareça manobra diversionista. Recupera-se o discurso de que as elites se organizam propagando mentiras porque querem privatizar a Petrobras. Valha-me! O povo, e aí refiro-me a todas as classes sociais, está ficando muito irritado com o desrespeito à sua inteligência. Daqui a pouco o lamentável episódio ocorrido com Guido Mantega poderá se alastrar. Que triste.

MARTA SUPLICY escreve às sextas-feiras nesta coluna.

    30/12/2014

    Ódio à concorrência

    Filed under: Ódio de Classe,Concorrência desleal,Fascismo,Hélio Schwartman,PSDB,PT — Gilmar Crestani @ 8:57 am
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    Folha -Sep.-10-12.40O diagnóstico do passado é mais fácil do que prospectar o futuro. Nesta ciência  o colunista se sai bem. De fato, o PT detinha o monopólio moral. E era simples que assim fosse. Era pequeno, não ocupava o poder, não precisava negociar com outros partidos. O que acontece quando um partido quer ascender ao poder e tem de negociar com outras forças pode ser visto inclusive no Vaticano. O Banco Ambrosiano era uma ambrosia para deuses, semideuses e representantes divinos na Terra. O filme O Poderoso Chefão III mostra isso muito bem.

    Voltando ao PT. Não sou nem nunca fui filiado. Com raríssimas exceções, tenho votado na legenda. E não tenho arrependimento.

    Os problemas que vem ocorrendo no interior da legenda continuam sendo infinitamente inferiores ao que vinha e vem acontecendo no interior de outras legendas. Basta que se olhe para os resultados da aplicação da Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135/2010). Apesar de ter menos de 5 anos, já que o STF autorizou sua aplicação somente a partir de 2012, produziu resultados estrondosos. E o próprio TSE mostra quem são os campeões das fichas sujas, como bem registrou a Revista Exame: “PSDB tem o maior número de barrados pelo Ficha Limpa”. O assunto, por ser indigesto, foi praticamente abandonado pela velha mídia. Não é pauta, não há grandes reportagens para explicar o fenômeno. Os colunistas não se debruçam para escarafunchar o diagnóstico severo do TSE. D. Judith Brito e a ANJ têm boas razões para isso…

    Se o PSDB continua campeão depois que foi apeado do poder, imagina nos tempos da compra da reeleição e das privatidoações…. Contudo, isso não é notícia, porque notícia não é a regra, é a exceção. No ranking do TSE o PT perde feio a concorrência para os partidos tradicionais (PSDB, PMDB, DEM, PP, PSB) e ninguém faz a fatídica pergunta: por quê?

    Há um fator que explica a tentativa da velha mídia de fazer grudar no PT a pecha de corrupto: a colaboração das instâncias superiores do Poder Judiciário. Os casos mais emblemáticos da corrupção da direita ou não são julgados ou os responsáveis são inocentados. Collor foi inocentado; Maluf foi inocentado; Robson Marinho está em vias de ser inocentado; o mensalão mineiro sequer foi julgado. E isso que alguns destes casos já foram julgados no exterior e os elementos, condenados. Mas no Brasil a alta cúpula do Poder Judiciário tem se mostrado célere com o PT e lerdo com a direita, criando este caldo fascista do ódio de classe defendido abertamente por Jorge Bornhausen, em artigo para a Folha, de querer exterminar com a “raça dos petistas”… A pureza étnica que a direita quer no PT não encontra mais sequer no seu o parceiro, o PSOL. O caso do cabo Benevuto Daciolo é elucidativo…

    Então, porque toda esta preocupação com a pureza do PT? Simples. Os campões da Ficha Suja não querem concorrência. Imagine-se a honestidade, a pureza de propósitos, a ética de um Bornhausen, com sua longa trajetória nos vários partidos descendentes da ditadura (Arena, PFL, DEM)…

    Quando alguém do PT é barrado, ganha capas de jornais e revistas e preciosos minutos nos telejornais. Aproveitam e criminalizam toda a agremiação. Afinal, como diz o colunista, “o descenso moral do PT não é um espetáculo bonito”, como se o descendo moral do demais partidos fosse um espetáculo bonito. Não, claro que não, mas os assoCIAdos do Instituto Millenium têm uma lógica muito própria: os nossos corruptos são melhores que os corruptos dos outros…

    O que aconteceu, se pergunta Hélio Schwartsman? Simples, aumentou a concorrência, e isso não é visto com bons olhos para aqueles que detinham o monopólio, ou o cartel, palavra da moda em São Paulo…  A preocupação do colunista me faz lembrar um filme italiano, Concorrenza Sleale. Sua afinidade com Bornhausen no tratamento das questões petistas faz lembrar a leis raciais fascistas do tempo de Benito Mussolini.

    Não é a pureza ou impureza do PT que incomoda, é  a Concorrenza Sleale

     

    HÉLIO SCHWARTSMAN

    O que aconteceu?

    SÃO PAULO – Flashback para os anos 80. O então recém-surgido Partido dos Trabalhadores prometia um jeito diferente de fazer política. Era tão intransigente em relação a seus princípios que nem sequer negociava com outros partidos, mesmo aqueles que poderíamos classificar como de centro-esquerda.

    No que diz respeito à moralidade pública, a legenda a cultuava com fervor religioso. Naqueles primeiros anos, o PT era o partido de onde surgiam quase todas as denúncias de corrupção e aquele cujos membros jamais apareciam nos escândalos.

    Mesmo quem não gostava das ideias que o PT defendia, concordava que a legenda desempenhava papel relevante ao apresentar e exigir uma nova atitude dos políticos.

    De volta ao presente. Dilma Rousseff, recém-eleita presidente pelo PT, propõe ao procurador-geral da República passar-lhe os nomes das pessoas que pretende nomear ministros para que ele diga se estão ou não envolvidas em alguma das delações premiadas relacionadas ao caso Petrobras. Ou seja, ela não apenas está negociando com legendas tão à direita quanto PP (o sucedâneo da Arena) como nem sequer está segura de que seus futuros auxiliares não sejam corruptos. Isso tudo, vale frisar, depois da experiência do mensalão, que atingiu em cheio a cúpula do PT.

    O que aconteceu nos últimos 30 anos? Tenho algumas hipóteses, mas não uma resposta acabada. Assim, prefiro destacar o que, pelo menos para mim, foi um aprendizado. Ninguém exerce o monopólio da virtude. Embora um homem possa individualmente ser mais honesto do que outro, basta que reunamos um número razoavelmente grande de pessoas e lhes ofereçamos oportunidades um pouco mais tentadoras de tirar vantagens indevidas, para que as diferenças entre grupos maiores tendam a anular-se, retratando aquilo que chamamos de natureza humana.

    O descenso moral do PT não é um espetáculo bonito, mas é didático.

    helio@uol.com.br

    28/10/2014

    O PT chegou a uma encruzilha?

    Filed under: PSDB,PT — Gilmar Crestani @ 9:09 am
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    Marco Antonio Villa, o guru do PSDB!

    Marco Antonio VillaÉ bom que as análises cobrem mais caro do PT do que do PSDB. Só assim ficamos sabendo que, depois de quatro eleições presidenciais consecutivas, o PT chegou numa encruzilhada. E quem perdeu, chegou aonde? No mato sem cachorro? Ou foram com a vaca pro brejo? Que outro partido, isoladamente, pode se equiparar ao PT? O DEM? O PSDB? O PMDB?

    As análises do historiador tucano, Marco Antonio Villa, são  um primor do descolamento da realidade: O silêncio de Lula e Adeus, PT. Eles chamam isso de historiador. Eu chamo de torcedor, do Íbis!!!

    O PT, com todos os seus defeitos, ainda é a menos pior agremiação para conduzir o Brasil rumo ao futuro. As mudanças só poderiam ser maiores e mais rápidas se o PT também, além de ganhar as eleições, também ganhasse o poder. Acontece que ainda há muito esqueleto deixados pelo PSDB atrapalhando a modernidade. Enquanto existir um Gilmar Mendes, um Paulo Roberto da Costa, um Alberto Youssef, o Brasil vai patinar para sair do atoleiro legado por FHC.

    MAURICIO PULS

    A constelação vermelha

    Multiplicação de siglas com dissidentes petistas sinaliza o vigor e as limitações de seu projeto para a sociedade

    O PETISMO disputou as eleições presidenciais com sete candidatos. Cada um deles resume um momento da evolução do partido.

    Rui Costa Pimenta (PCO), José Maria (PSTU) e Mauro Iasi (PCB) são fundadores do PT. Personificam a "primeira geração" vermelha. Defendem uma Revolução Socialista –propõem a estatização dos bancos, a desapropriação dos latifúndios, a moratória da dívida externa. Todas essas bandeiras constavam dos primeiros programas do PT, nos anos 80. Foram abandonadas a partir de 1989, quando a sigla vislumbrou, pela primeira vez, uma possibilidade real de chegar ao poder. Os grupos radicais foram expurgados.

    Luciana Genro (PSOL) representa a "segunda geração", a da Revolução Democrática. Em vez de estatizar a economia, a legenda passou a priorizar nos anos 90 a redução da jornada de trabalho, o imposto sobre grandes fortunas, a renegociação da dívida pública. Mas essas metas só poderiam ser acolhidas pelo governo se o PT tivesse sólida maioria no Congresso. Luciana e seus companheiros bateram de frente com Lula e foram expulsos em 2003.

    Dilma Rousseff aderiu ao PT só em 2001, vinda do brizolismo. Integra a "terceira geração", aquela que implementou um extenso conjunto de medidas para reduzir a pobreza –o que garantiu ao partido a admiração do eleitorado mais carente.

    O petismo suavizou assim a sua doutrina até chegar a uma diretriz aceitável à maioria: o fim das desigualdades sociais deu lugar à diminuição das desigualdades, e esta foi substituída pelo combate à miséria. Essa longa marcha rumo ao centro rendeu ao PT quatro vitórias consecutivas à Presidência –um feito inédito–, mas lhe custou a multiplicação de dissidências à esquerda.

    E também não impediu cisões à direita. Eduardo Jorge (PV) e Marina Silva (PSB) expressavam reivindicações não econômicas da legenda (universalização da saúde, preservação ambiental) e saíram em 2003 e 2009, respectivamente. Representam eleitores de classe média que, tendo vivenciado certa ascensão social, já não se identificam com o discurso em prol dos pobres.

    Hoje o PT chegou a uma encruzilhada: o êxito de seus programas sociais tem reduzido, a cada eleição, a massa de excluídos que o apoia. A votação da sigla no primeiro turno caiu de 48,6%, em 2006, para 46,9%, em 2010, e agora para 41,6%.

    Restam ao partido duas opções. A primeira é retomar a sua agenda antes da chegada ao poder –a que pregava a redução das desigualdades sociais. Essa guinada para a esquerda teria forte apoio na legenda, mas seria rejeitada no Congresso. Teria mais chances de êxito se o PT tivesse ido para a oposição.

    A segunda opção é manter a linha centrista, mas reforçar o papel do Estado como indutor do crescimento. O nacional-desenvolvimentismo nascido da Revolução de 1930 ainda é capaz de soldar uma grande coalizão. O ideário de Dilma é o mesmo que impulsionou Getúlio, Juscelino e Geisel. O intervencionismo estatal não é uma escolha fortuita: responde a uma necessidade estrutural. Resultados eleitorais talvez sejam fruto do acaso. Mas a história do país está inscrita nas estrelas.

      10/10/2014

      Blitzkrieg contra o PT

      Pre-sal (2)Desde 2000 venho mostrando nos meus blogs a diferença de tratamento que a imprensa dá quando denúncias são contra o PT ou se são contra outros partidos. A Justiça Eleitoral barrou muitíssimos mais candidatos do PSDB às eleições, mas este dado passa batido. Quando alguém do partido dos grupos mafiomidiáticos é detido, não aparece o nome e muito menos o partido. Quando um presidiário solta falação, toma ares de verdade e todos os a$$oCIAdos do Instituto Millenium põem PT na capa.

      Durante os períodos eleitorais os exércitos comandados pelos cinco marechais da mídia (Civita, Frias, Mesquita, Marinho & Sirotsky) passam seus panzers sobre qualquer prurido. Que a velha mídia consiga levar de roldão às cúpulas do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e do grande empresariado, há explicação para isso: a manutenção do status quo. Agora, quando as vítimas dessas superestruturas se deixam conduzir é porque não estão bem informadas sobre o leitmotiv que as une, ou mal intencionadas, pelo ódio com que foram adestradas para com o PT.

      Ninguém está dizendo que no PT não haja pessoas que cometam erros. O que estou dizendo que é o tratamento dado em relação ao PT é muito diferente daquele dado ao PSDB, por exemplo.

      Os vazamentos do Poder Judiciário, da Polícia Federal e do Ministério Público tem via de mão única. Quando um juiz é preso, ninguém condena em manchete o “Poder Judiciário”. Quando Pimenta Neves, Diretor de Redação do Estadão assassinou a colega Sandra Gomide, nenhum jornal condenou todos os jornalistas, todas imprensa ou mesmo o Estadão, que sabia dos assédios morais e sexuais de seu Diretor de Redação. A pergunta é, por que esta diferença de tratamento dispensada ao PT?

      O que as pessoas que não pertencem às superestruturas deveria pensar é a razão que leva a esta diferença de tratamento. Por que será que o “Kehlsteinhaus” sempre reúne todos os que estiveram ao lado da ditadura, que são contra políticas sociais, que convivem muito bem com a entrega do patrimônio público?

      Por que será que são os mesmos que lutam contra o Bolsa Família, as cotas raciais, o PROUNI, o PRONATEC mas são a favor de privilégios, isenções fiscais, subsídios, empréstimos a fundo perdido, empréstimo dos bancos públicos com juros subsidiados? Por que estas mesmas empresas que fazem de tudo contra as forças políticas de esquerda tomas empréstimos nos bancos públicos ao invés de tomarem nos bancos particulares? Será que as pessoas não se dão conta que empréstimos pessoais ou para aquisição de casa própria são menores nos bancos públicos do que nos bancos privados? E não seria exatamente por isso que a primeira coisa que fazem é se desfazerem dos bancos públicos? Por que será que todas as denúncias envolvem a Petrobrás? Não seria exatamente pelo interesse que os EUA tem no nosso pré-sal?

      Que os generais se reúnam no “Ninho da Águia” para derrotarem as forças de esquerda é da natureza deles. Agora, que não se repita como na Alemanha, não sejamos como Os Carrascos Voluntários de Hitler

      Hitler também conseguiu enganar muita gente por muito tempo, mas não conseguiu enganar todos o tempo todo.

      Judith Brito tinha razão, a matéria da Folha, abaixo, não apresenta uma única prova sequer do que diz na manchete.

      Propina ao PT era paga a tesoureiro, diz ex-diretor

      cp10102014Suborno na Petrobras, segundo Costa, correspondia a 3% do valor dos contratos

      Citado pelos depoentes, Vaccari refutou as acusações e disse que todas as doações ao PT são feitas dentro da lei

      MARIO CESAR CARVALHOFLÁVIO FERREIRAALEXANDRE ARADE SÃO PAULOSAMANTHA LIMADO RIO

      O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef apontaram em interrogatório na Justiça que o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, recebia para o partido recursos desviados de obras da estatal.

      "A ligação era diretamente com ele", disse Costa em interrogatório em Curitiba (PR), na quarta-feira (8).

      Vaccari refutou as declarações e disse que todas doações ao PT são feitas dentro da lei.

      Três partidos se beneficiaram desse esquema: PT, PMDB e PP, segundo os depoentes. O doleiro disse que o intermediário do PMDB era o lobista Fernando Soares e ele próprio cuidava do suborno destinado ao PP.

      Para Costa, as empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobras pagavam propina por receio de sofrer retaliação em concorrências do governo. "No meu tempo lá, eu não lembro de nenhuma empresa ter deixado de pagar."

      Foi o primeiro interrogatório de Costa e Youssef após ambos terem feito um acordo de delação premiada para escapar de penas que podiam chegar a 50 e 100 anos, respectivamente. Eles foram presos em março, sob acusação de comandarem um dos maiores esquemas de lavagem de dinheiro no país.

      O suborno na Petrobras, segundo Costa, correspondia a 3% do valor líquido dos contratos da Petrobras.

      O ex-diretor disse que, desses 3%, 2% ficavam com o PT e 1% ia para o PP, partido que indicou Costa para o cargo na Petrobras em 2004. Ele ficou na estatal até 2012, quando foi demitido pela presidente Dilma Rousseff (PT).

      Costa contou que o desvio dos 3% valia para contratos em todas as diretorias da Petrobras. Nas encabeçadas por indicados pelo PT –a de exploração e produção, a de gás e energia e a de serviços, segundo ele–, os 3% iam integralmente para o partido.

      A atual presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, foi diretora de gás entre 2007 e 2012, cargo ocupado antes por Ildo Sauer.

      Guilherme Estrella foi diretor de produção e exploração entre 2003 e 2012. Renato Duque foi diretor de serviços entre 2004 e 2012. Costa, no entanto, não citou nominalmente Graça, Estrella e Sauer.

      Segundo ele, a diretoria internacional, em que trabalharam Nestor Cerveró (2003 a 2008) e Jorge Zelada (2008 a 2012), abastecia o PMDB com 1% do valor dos contratos.

      Em seu depoimento, Youssef contou que num contrato da Camargo Corrêa para a refinaria Abreu e Lima, de R$ 3,48 bilhões, o suborno que ele tinha conhecimento chegou a 2%. De acordo com ele, PT e PP receberam R$ 34 milhões cada um. A refinaria, de R$ 40 bilhões, é a obra mais cara em curso no Brasil. O ex-diretor da Petrobras disse que o contrato foi superfaturado para que houvesse suborno.

      O doleiro disse que os acertos sobre propina eram feitos em reuniões com políticos, Costa, executivos de empreiteiras e ele próprio. O encontro ocorria em hotéis ou na casa de políticos, segundo ele. Os acordos eram registrado em atas, de acordo com ele.

      A ação penal em que Costa e Youssef são réus, sobre desvios na Petrobras, corre sem segredo de Justiça. Por isso, os depoimentos foram disponibilizados nesta quinta-feira (9) pela Justiça Federal.

      Os dois, no entanto, foram alertados pelo juiz Sergio Moro que não poderiam citar o nome de políticos nos depoimentos, já que eles têm foro privilegiado e só podem ser processados pelo Supremo.

      Auxiliares de Dilma querem que Vaccari deixe a tesouraria do partido. Também pressionam para que ele saia do conselho de administração de Itaipu. O PT, porém, resiste ao afastamento.

      Colaboraram NATUZA NERY, ANDRÉIA SADI e VALDO CRUZ, de Brasília

      04/10/2014

      Alguém poderia explicar porque o PSDB esconde FHC?

      Filed under: Dilma,Lula Seja Louvado,PT — Gilmar Crestani @ 1:41 pm
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      O paradoxo que, na verdade, é um esclarecimento, é como alguém pode ser tão incensado pela velha mídia e, ao mesmo tempo, escondido dos que defendem as mesmas bandeiras que ele defendia. Se FHC foi tudo o que seus defensores dizem a respeito dele, porque não o expõem na programa eleitoral. Por que não trazem entrevistas, no horário eleitoral, com FHC explicando por que se deve apoiar Aécio ou Alckmin. FHC é o tipo de governante latino que une dois polos: o norte, dos EUA, com o latido, dos nossos vira-latas.

      Brasil, verás que um filho não teu não foge à luta. Quem foge é fdp!

      Leblon e o Lula que vai buscar as origens do PT

      4 de outubro de 2014 | 00:00 Autor: Fernando Brito

      lulachapeu

      Saul Leblon escreve, no Carta Maior, um descrição de Lula em sua campanha incansável.

      Uma narrativa, como costumam ser as que faz Leblon, com sentenças densas, incrustadas no longo e tramado bordado de seus textos.

      Como dizer que Lula está “ a suar a camisa para provar que suas ideias pertencem ao mundo através da ação.”

      A dar “o exemplo da volta às origens que cobra do PT”, levando “a disputa às ruas.”

      Subjaz em tudo a ideia de que é preciso construir o caminho do futuro com as pedras brutas do passado que o levou até ali e o fez somar um sentimento que excede em muito o PT que ele formou e que, tenta, com seus atos, palavras e escolhas, (re)formar.

      Pergunta o que era o “Brasil antes do Lula”, pois “ a memória é um pedaço precioso do futuro a ser conquistado nestas eleições”.

      E em outras, outras e sempre.

      Porque a memória é a história dentro do ser humano e é ela que traça a identidade de um povo e é um povo o conteúdo essencial de uma Nação.

      A rigor, sente-se que Lula quer transmitir o que ele próprio aprendeu em sua caminhada de quatro décadas, desde quando surgiu de um sindicalismo que, de alguma forma, rejeitava o passado por seus equívocos, como quem joga fora a criança com a água do banho.

      Ao mesmo tempo em que quer sacudir a muitos da acomodação e do aburguesamento que, para a maioria dos homens, traz o contínuo exercício da política, dos mandatos e do poder.

      Percebeu – mais, absorveu em si – a ideia de que a a história é um fio caprichoso, que se move para além da vontade dos homens, mas que jamais avança sem mãos que o agarrem com vigor e lucidez, um que empurra a agulha e outra que descobre os vãos da trama do tempo e dos fatos.

      Lula aos indecisos: Como era o Brasil antes do PT?

      Saul Leblon

      Ex-presidentes costumam dar expediente em institutos e fundações de carpete macio,gabinetes de mogno e mesas de vidro com aço escovado.

      Telefonemas bajuladores e audiências reverenciais compõem uma rotina colorida, fatiada de almoços elegantes e recepções requintadas. Amenidades bocejam 24 horas por dia no seu entorno.

      Bons negócios, comendas, lavanda inglesa e gravatas de seda italiana.

      Mas tem um deles que destoa do figurino de voz macia e boutades autocentradas.

      Debaixo da garoa fina desta quinta-feira, protegendo a cabeça branca com chapéu de boiadeiro que destoa do blusão esportivo, a voz rangendo idade, cansaço, estrada, o rosto vincado, lá está ele em Diadema, no cinturão vermelho de São Paulo, em cima de uma carroceria, puxando a carreata que fecha o primeiro turno da campanha de 2014.

      Alguém poderia imaginar que estamos falando de FHC?

      Não. Quem está ali com uma mão agarrada ao microfone e a outra a gesticular, alternando uma e outra, a voz rouca modulando altos e baixos de ironia e indignação, mestre na oralidade, é o único ex-presidente capaz de fazer isso como se fosse um novato, a suar a camisa para provar que suas ideias pertencem ao mundo através da ação.

      O novato no caso é o político que alia a garra de um jovem militante à experiência de maior líder popular do Brasil.

      Duas vezes ex-presidente da República, ele dá o exemplo da volta às origens que cobra do PT.

      Levar a disputa às ruas.

      Definir o campo de classe dos interesses em jogo.

      Voltar às bases, ouvir, falar, engajar e aí nunca mais se omitir.

      É isso que ele tem feito com intensidade assustadora para a idade e o susto de um câncer diagnosticado há três anos , em 29 de outubro de 2011.

      Lula fará 69 anos no dia seguinte ao pleito de 5 de outubro próximo. A contrariar o fardo dos outubros, nos últimos nove dias ele visitou nove cidades, fez mais de 15 comícios.

      Na terça feira, de dia, estava na Capela do Socorro; à noite em Cidade Tiradentes, agora em Diadema. Fala duas, três vezes por dia. Como fazia no governo.
      Fosse FHC, as câmeras de televisão estariam formando uma parede entre o orador e a plateia reunida em frente a um supermercado em Diadema.
      Mas é Lula; e sendo Lula quem é, tem que ser escondido pelo que representa, pelo que já fez, pelo que ainda fará e hoje, sobretudo, pelo que ainda fala e faz.
      Ele faz coisas do seguinte tipo: na carreata em Diadema levou anotações com dados do site Manchetômetro, um monitoramento de mídia feito por pesquisadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) sobre a cobertura das eleições de 2014.

      Durante quase dez minutos Lula dissecou o sentido político dos números frios colhidos pelo Manchetômetro.

      Fez manchetes com notícias que não saem nos jornais.

      Ao mencionar o tempo ocupado por escaladas negativas contra a presidente Dilma Rousseff no Jornal Nacional ( 1h46m), por exemplo, recorreu à metáfora futebolística e disparou para ninguém mais esquecer: ‘A Globo na campanha presidencial de 2014 dedicou mais tempo dando manchetes contra a Dilma do que a duração de uma partida de futebol’.

      Pronto. Não precisava mais nada.

      Mas para reforçar ele não hesitou em sacudir a anotação no ar: sabem quantos minutos de noticiário negativo a candidata do PSB teve no mesmo período ?Nenhum.

      Um mestre na pontuação oral.

      Sobrou também para os jornalões da ‘gloriosa imprensa brasileira’, como ele gosta de alfinetar com ironia ácida.

      Um número resume todos os demais.

      Desde o início da disputa, em 6 de junho, lembrou a voz rouca, mais afiada que nunca, os jornais Folha de SP, Globo e Estadão deram nada menos que 490 manchetes negativas contra Dilma.

      Uma intensidade mais de quatro vezes superior a soma das manchetes negativas atribuídas a Aécio e Marina juntos (114).

      A conclusão disso tudo altera a voz rouca, que agora adquire um sentimento de indignação diante do qual é impossível ficar indiferente.

      Imagine essa cena no Jornal Nacional.

      Não acontecerá.

      Porque Lula não é FHC e porque FHC jamais diria o que ele vai disparar em seguida. ‘Isso acontece porque neste país não existe liberdade de imprensa, mas sim a doutrina de nove famílias que dominam a comunicação e nutrem ódio pelo PT. Não pelos erros que o PT possa ter cometido’, fuzila a rouquidão indignada. ‘O PT tem defeito? Tem’, prossegue depois de uma pausa. ‘Mas eles nos odeiam não pelos nossos defeitos. E, sim, porque o PT promoveu a ascensão social dos pobres neste país. É por isso que desde o início da campanha eles atacam a Dilma com o equivalente a três manchetes negativas por dia cada um’.

      A indignação contra esse cerco, cujo núcleo duro está arranchado no estado de São Paulo, fez o ex-presidente intensificar a campanha de rua no interior e na região metropolitana da capital.

      Sua determinação extrai força de uma certeza: é preciso enfrentar e romper o torniquete de aço contra Dilma, contra Padilha e, sobretudo, contra o PT e contra ele próprio. Ou a restauração conservadora pode fechar de vez as portas e frestas sociais e geopolíticas arduamente abertas a unha nos últimos doze anos.
      Ao final da carreta, esse orador empenhado faz um apelo acalorado. Lula pede que o último dia da campanha não seja o derradeiro da militância. Que ela
      continue a falar o que a sua voz já não poderá mais dizer na boleia de um caminhão. E que a partir desta 6ª feira, comece um mutirão boca a boca, porta a porta, voto a voto para buscar o eleitor indeciso e decisivo na arrancada final para a urna.

      A senha que ele sugere à militância diante dos recalcitrantes é a sua convicção de que a memória é um pedaço precioso do futuro a ser conquistado nestas eleições.

      É com essa certeza que ele faz sua despedida como quem sacode o país pelos ombros para espantar o torpor criado pela doutrinação midiática conservadora e diz: ‘Perguntem às pessoas se elas se lembram como era o Brasil antes de o Lula governar este país’.

      Leblon e o Lula que vai buscar as origens do PT | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

      03/10/2014

      Cardápio do PT

      Filed under: Cardápio,Eleições 2014,Nominata,PT — Gilmar Crestani @ 9:45 pm
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      Presidente

      Aécio Neves é candidato ao cargo de Presidente da República pelo PSDB. Natural da capital mineira de Belo Horizonte, Aécio Neves da Cunha nasceu em 1960 e é formado em Economia pela Pontifícia Universidade …

      Dilma 13Dilma 13

      PT/BR

      Dilma é candidata à reeleição ao cargo de Presidente da República pelo PT. Nascida na capital mineira de Belo Horizonte em 1947, Dilma Vana Rousseff é formada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do …

      Candidato a Governador do Rio Grande do Sul

      Tarso Genro 13Tarso Genro 13

      PT / RS

      Tarso Genro é candidato à reeleição ao cargo de Governador do Rio Grande do Sul pelo PT. Natural do município gaúcho de São Borja, Tarso Fernando Herz Genro nasceu em 1947, é formado em Direito pela …

      Candidato a Senador pelo Rio Grande do Sul

      Vagas para Senador pelo RS em disputa: 1. Estão listados os candidatos ao Senado Federal:

      Olívio Dutra 131Olívio Dutra 131

      PT / RS

      Olívio Dutra é candidato ao cargo de Senador do Rio Grande do Sul pelo PT. Olívio de Oliveira Dutra nasceu em 1941 no município gaúcho de Bossoroca, é formado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do …

      Candidatos a Deputado pelo PT no Rio Grande do Sul

      Vagas para Deputados Estaduais do RS em disputa: 55. Estão listados os candidatos à Assembléia Legislativa pelo Partido dos Trabalhadores:

      Aldacir Oliboni 13580Aldacir Oliboni 13580

      PT / RS

      Aldacir Oliboni é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Sananduva, Aldacir Oliboni tem 57 anos.

      Alfredo Tatto 13654Alfredo Tatto 13654

      PT / RS

      Alfredo Tatto é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Nova Pádua, Alfredo Tatto tem 52 anos.

      Ana Affonso 13813Ana Affonso 13813

      PT / RS

      Ana Affonso é candidata ao cargo de Deputada Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de ZZ-MALDONADO – URUGUAI, Ana Affonso tem 41 anos.

      Ari Thessing 13510Ari Thessing 13510

      PT / RS

      Ari Thessing é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Santa Cruz do Sul, Ari Thessing tem 51 anos.

      Aurio Scherer 13690Aurio Scherer 13690

      PT / RS

      Aurio Scherer é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Arroio do Meio, Aurio Scherer tem 47 anos.

      Bara-Exu Olumide Betinho 13877Bara-Exu Olumide Betinho 13877

      PT / RS

      Bara-Exu Olumide Betinho é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Gravataí, Bara-Exu Olumide Betinho tem 40 anos.

      Bira 13285Bira 13285

      PT / RS

      Bira é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Três Passos, Bira tem 41 anos.

      Carlito Nicolait 13313Carlito Nicolait 13313

      PT / RS

      Carlito Nicolait é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Cachoeirinha, Carlito Nicolait tem 46 anos.

      Carol 13888Carol 13888

      PT / RS

      Carol é candidata ao cargo de Deputada Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Porto Alegre, Carol tem 39 anos.

      Casagrande 13666Casagrande 13666

      PT / RS

      Casagrande é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Bento Goncalves, Casagrande tem 61 anos.

      Claudia Antonini 13200Claudia Antonini 13200

      PT / RS

      Claudia Antonini é candidata ao cargo de Deputada Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Porto Alegre, Claudia Antonini tem 47 anos.

      Clemente 13190Clemente 13190

      PT / RS

      Clemente é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Uruguaiana, Clemente tem 49 anos.

      Cristiano Aquino 13607Cristiano Aquino 13607

      PT / RS

      Cristiano Aquino é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Tupanciretã, Cristiano Aquino tem 38 anos.

      Daniel Bordignon 13456Daniel Bordignon 13456

      PT / RS

      Daniel Bordignon é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Nova Prata, Daniel Bordignon tem 55 anos.

      Denis Remi 13600Denis Remi 13600

      PT / RS

      Denis Remi é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Porto Alegre, Denis Remi tem 51 anos.

      Dr. Link 13130Dr. Link 13130

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      Dr. Link é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Santa Maria, Dr. Link tem 54 anos.

      Duda Calvin 13051Duda Calvin 13051

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      Duda Calvin é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Porto Alegre, Duda Calvin tem 43 anos.

      Eberson Fernandes 13777Eberson Fernandes 13777

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      Eberson Fernandes é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Santo Angelo, Eberson Fernandes tem 39 anos.

      Edegar Pretto 13655Edegar Pretto 13655

      PT / RS

      Edegar Pretto é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Tenente Portela, Edegar Pretto tem 43 anos.

      Ediana Krohn 13088Ediana Krohn 13088

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      Ediana Krohn é candidata ao cargo de Deputada Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Novo Hamburgo, Ediana Krohn tem 27 anos.

      Fernando Menezes 13070Fernando Menezes 13070

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      Fernando Menezes é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Restinga Seca, Fernando Menezes tem 47 anos.

      Giovane Wickert 13213Giovane Wickert 13213

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      Giovane Wickert é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT. O vice-prefeito de Venâncio Aires renunciou o cargo de secretário de Cultura, Esporte e Turismo em abril de 2014, em virtude das …

      Helen Cabral 13307Helen Cabral 13307

      PT / RS

      Helen Cabral é candidata ao cargo de Deputada Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Uruguaiana, Helen Cabral tem 44 anos.

      Jeferson Fernandes 13120Jeferson Fernandes 13120

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      Jeferson Fernandes é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Santo Angelo, Jeferson Fernandes tem 43 anos.

      João da Moto 13700João da Moto 13700

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      João da Moto é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Porto Alegre, João da Moto tem 46 anos.

      Júlio Garcia 13323Júlio Garcia 13323

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      Júlio Garcia é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Santiago, Júlio Garcia tem 57 anos.

      Laura Sito 13300Laura Sito 13300

      PT / RS

      Laura Sito é candidata ao cargo de Deputada Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Porto Alegre, Laura Sito tem 22 anos.

      Lelinho Lopes 13800Lelinho Lopes 13800

      PT / RS

      Lelinho Lopes é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Bage, Lelinho Lopes tem 28 anos.

      Loreni Maciel 13614Loreni Maciel 13614

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      Loreni Maciel é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – São Pedro do Sul, Loreni Maciel tem 51 anos.

      Luciana Alvez 13142Luciana Alvez 13142

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      Luciana Alvez é candidata ao cargo de Deputada Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Santana do Livramento, Luciana Alvez tem 37 anos.

      Luisa Stern 13163Luisa Stern 13163

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      Luisa Stern é candidata ao cargo de Deputada Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Porto Alegre, Luisa Stern tem 48 anos.

      Lunelli 13913Lunelli 13913

      PT / RS

      Lunelli é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Bento Gonçalves, Lunelli tem 47 anos.

      Mainardi 13555Mainardi 13555

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      Mainardi é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Sobradinho, Mainardi tem 53 anos.

      Maninho Fauri 13789Maninho Fauri 13789

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      Maninho Fauri é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Viamao, Maninho Fauri tem 32 anos.

      Marcio Espindola 13077Marcio Espindola 13077

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      Marcio Espindola é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Osorio, Marcio Espindola tem 44 anos.

      Marcos Daneluz 13010Marcos Daneluz 13010

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      Marcos Daneluz é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Caxias do Sul, Marcos Daneluz tem 52 anos.

      Marilei de Araujo 13031Marilei de Araujo 13031

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      Marilei de Araujo é candidata ao cargo de Deputada Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Esteio, Marilei de Araujo tem 43 anos.

      Marisa Formolo 13123Marisa Formolo 13123

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      Marisa Formolo é candidata ao cargo de Deputada Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Caxias do Sul, Marisa Formolo tem 67 anos.

      Miriam Marroni 13631Miriam Marroni 13631

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      Miriam Marroni é candidata ao cargo de Deputada Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Pelotas, Miriam Marroni tem 58 anos.

      Monica Dias 13751Monica Dias 13751

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      Monica Dias é candidata ao cargo de Deputada Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Pelotas, Monica Dias tem 47 anos.

      Nelsinho Metalúrgico 13630Nelsinho Metalúrgico 13630

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      Nelsinho Metalúrgico é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Esteio, Nelsinho Metalúrgico tem 54 anos.

      Nelson Spolaor 13000Nelson Spolaor 13000

      PT / RS

      Nelson Spolaor é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Mata, Nelson Spolaor tem 46 anos.

      Nestor Schwertner 13413Nestor Schwertner 13413

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      Nestor Schwertner é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de SC – Itapiranga, Nestor Schwertner tem 56 anos.

      Otto Gerhardt 13011Otto Gerhardt 13011

      PT / RS

      Otto Gerhardt é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Carazinho, Otto Gerhardt tem 44 anos.

      Reginete Bispo 13477Reginete Bispo 13477

      PT / RS

      Reginete Bispo é candidata ao cargo de Deputada Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Marau, Reginete Bispo tem 51 anos.

      Rene Cecconello 13001Rene Cecconello 13001

      PT / RS

      Rene Cecconello é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT. Natural do município gaúcho de Sertão, Rene Luiz Cecconello nasceu em 1966 e é formado em Filosofia pelo Instituto Superior de …

      Ricardo Carpes 13131Ricardo Carpes 13131

      PT / RS

      Ricardo Carpes é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Itaqui, Ricardo Carpes tem 34 anos.

      Rodrigo Beltrao 13333Rodrigo Beltrao 13333

      PT / RS

      Rodrigo Beltrao é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Caxias do Sul, Rodrigo Beltrao tem 35 anos.

      Serginho 13100Serginho 13100

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      Serginho é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Chapada, Serginho tem 53 anos.

      Sergio Kniphoff 13714Sergio Kniphoff 13714

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      Sofia Cavedon 13400Sofia Cavedon 13400

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      Sofia Cavedon é candidata ao cargo de Deputada Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Veranopolis, Sofia Cavedon tem 51 anos.

      Spotorno 13132Spotorno 13132

      PT / RS

      Spotorno é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Rio Grande, Spotorno tem 57 anos.

      Stela 13113Stela 13113

      PT / RS

      Stela é candidata ao cargo de Deputada Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Ibirubá, Stela tem 49 anos.

      Tâmara Biolo Soares 13773Tâmara Biolo Soares 13773

      PT / RS

      Tâmara Biolo Soares é candidata ao cargo de Deputada Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Porto Alegre, Tâmara Biolo Soares tem 33 anos.

      Tarcisio Zimmermann 13003Tarcisio Zimmermann 13003

      PT / RS

      Tarcisio Zimmermann é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Santo Cristo, Tarcisio Zimmermann tem 60 anos.

      Tortelli 13030Tortelli 13030

      PT / RS

      Tortelli é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Jacutinga, Tortelli tem 49 anos.

      Valdeci Oliveira 13713Valdeci Oliveira 13713

      PT / RS

      Valdeci Oliveira é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Santa Maria, Valdeci Oliveira tem 57 anos.

      Villa 13013Villa 13013

      PT / RS

      Villa é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Alegrete, Villa tem 56 anos.

      Vilson Roberto 13513Vilson Roberto 13513

      PT / RS

      Vilson Roberto é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Cruz Alta, Vilson Roberto tem 50 anos.

      Zé Nunes 13500Zé Nunes 13500

      PT / RS

      Zé Nunes é candidato ao cargo de Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – São Lourenço do Sul, Zé Nunes tem 49 anos.

      Vagas para Deputados Federais pelo RS em disputa: 31. Estão listados os candidatos à Câmara dos Deputados pelo Partido dos Trabalhadores:

      Bohn Gass 1320Bohn Gass 1320

      PT / RS

      Bohn Gass é candidato à reeleição ao cargo de Deputado Federal do Rio Grande do Sul pelo PT. Nascido no município de Santo Cristo no Rio Grande do Sul em 1962, Elvino José Bohn Gass é formado em História pela …

      Clarice Araguaia 1340Clarice Araguaia 1340

      PT / RS

      Clarice Araguaia é candidata ao cargo de Deputada Federal pelo Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Porto Alegre, Clarice Araguaia tem 46 anos.

      Claudia Kohler 1323Claudia Kohler 1323

      PT / RS

      Claudia Kohler é candidata ao cargo de Deputada Federal pelo Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Bom Retiro do Sul, Claudia Kohler tem 46 anos.

      Fabiano Pereira 1373Fabiano Pereira 1373

      PT / RS

      Fabiano Pereira é candidato ao cargo de Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Santa Maria, Fabiano Pereira tem 41 anos.

      Fernando Marroni 1345Fernando Marroni 1345

      PT / RS

      Fernando Marroni é candidato ao cargo de Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Pelotas, Fernando Marroni tem 58 anos.

      Henrique Fontana 1313Henrique Fontana 1313

      PT / RS

      Henrique Fontana é candidato ao cargo de Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Porto Alegre, Henrique Fontana tem 54 anos.

      Ivar Pavan 1330Ivar Pavan 1330

      PT / RS

      Ivar Pavan é candidato ao cargo de Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Aratiba, Ivar Pavan tem 62 anos.

      João Sem Medo 1388João Sem Medo 1388

      PT / RS

      João Sem Medo é candidato ao cargo de Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de AL – Maceio, João Sem Medo tem 26 anos.

      Lauro Alemão 1390Lauro Alemão 1390

      PT / RS

      Lauro Alemão é candidato ao cargo de Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Amaral Ferrador, Lauro Alemão tem 53 anos.

      Luci Mari Jorge 1303Luci Mari Jorge 1303

      PT / RS

      Luci Mari Jorge é candidata ao cargo de Deputada Federal pelo Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Santana do Livramento, Luci Mari Jorge tem 47 anos.

      Marco Maia 1314Marco Maia 1314

      PT / RS

      Marco Maia é candidato ao cargo de Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Canoas, Marco Maia tem 48 anos.

      Marcon 1355Marcon 1355

      PT / RS

      Marcon é candidato ao cargo de Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Ronda Alta, Marcon tem 50 anos.

      Maria do Rosário 1370Maria do Rosário 1370

      PT / RS

      Maria do Rosário é candidata ao cargo de Deputada Federal do Rio Grande do Sul pelo PT. Natural do município de Veranópolis no Rio Grande do Sul, Maria do Rosário Nunes nasceu em 1966, é formada em Pedagogia pela …

      Paulo Ferreira 1351Paulo Ferreira 1351

      PT / RS

      Paulo Ferreira é candidato ao cargo de Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Santiago, Paulo Ferreira tem 55 anos.

      Paulo Pimenta 1307Paulo Pimenta 1307

      PT / RS

      Paulo Pimenta é candidato ao cargo de Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Santa Maria, Paulo Pimenta tem 49 anos.

      Pepe Vargas 1301Pepe Vargas 1301

      PT / RS

      Pepe Vargas é candidato à reeleição ao cargo de Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul pelo PT. Natural do município de Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, Gilberto José Spier Vargas, o Pepe Vargas, é …

      Ronaldo Zulke 1300Ronaldo Zulke 1300

      PT / RS

      Ronaldo Zulke é candidato ao cargo de Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Natural de RS – Santa Rosa, Ronaldo Zulke tem 59 anos.

      09/06/2014

      Zeitgeist

      Filed under: Manipulação,PT,Zeitgeist — Gilmar Crestani @ 9:51 am
      Tags:

      intolerancia

      Há quem pense que vivemos momentos de radicalidade. Não. Não vimemos momento de radicalidade. Vivemos radicalidade.

      Se meu partido está no governo, tudo vai bem. Se não está, tudo vai mal. Poderia ser assim. Acontece que, na minha visão, há, simplesmente, diferença de tratamento. Não digo da parte das pessoas, porque elas, com seu coração, não tem a obrigação da imparcialidade. São parciais. E nisso nada há de anormal.

      Para mim, a radicalidade está na velha mídia que ainda não aprendeu a viver e conviver na democracia. Esteve muito bem, viveu bons momentos na ditadura. Refestelou-se, cresceu, engordou. Não tinha divergência, tinha parceiros.

      Minha discordância reside na forma de tratamento na democracia. Quando prendem um Hildebrando Paschoal, não há condenação de todos o seus correligionários. Quando Cássio Cunha Lima é cassado, ninguém condena o seu partido. Quando um presidente compra a reeleição, ninguém condena nem o Presidente, nem seu partido. E não sou eu quem está dizendo isso, é gente da direita, como Ives Gandra e Cláudio Lembo.

      Os costumes políticos importados do PSDB pelo PT mereceu a condenação deste e a absolvição daquele no STF. São fatos.

      No RS vivemos isso no governo Olívio Dutra. Houve condenação maciça do PT e do governador. A montanha engravidada pela RBS pariu um rato. Chegou haver, por um curto espaço de tempo, uma espécie de “mea culpa” em relação ao Olívio. Tudo porque Olívio havia condenado seus correligionários da Ação 470. Bastou Olívio ser sufragado candidato a Senador pelo PT que tudo voltou ao que era antes. E o motivo também mora na RBS. Lasier Martins é, mais uma vez, o cavalo do comissário.

      A Justiça eleitoral vem  condenando políticos de todos os matizes. Quem condena partido é velha mídia. Por que? Por que há uma classe média, que acredita e se alimenta da mídia tradicional, que por ser média não passaria para outra classe, que, tendo conseguido alguma coisa, foi convencida que a ascensão dos de baixo lhe tira espaço e poder. Não retira, divide, compartilha.Se é natural que quem tem queira conservar, também é verdadeiro que quem não tenha lute por conseguir. O fiel da balança é o poder dos que tem voz. Assombrada pela parcas espalhadas pela velha mídia, a Classe Média foi a grande avalista do golpe militar de 1964. Viu nas armas seu melhor argumento. Hoje, vê na mídia.

      Dizem que são contra todo tipo de corrupção, mas jamais falam dos líderes dos outros partidos.

      José Genoíno foi condenado simplesmente porque era Presidente do PT. Não há nada, nenhuma linha, que o ligue ao crime. Se ser Presidente da agremiação que tem alguns de seus membros condenados é motivo suficiente para condena-lo, porque não fazemos o mesmo com as famílias Mesquita e Sirotsky. Todo mundo sabe que Pimenta Neves era Diretor de Redação do Estadão quando assassinou pelas constas a colega de trabalho Sandra Gomide. O assassinato foi o ápice de assédios moral e sexual ocorridos dentro do Estadão. Havia outros ingredientes que aconteciam sob as barbas dos Mesquitas. Por que ninguém condena a família Mesquita por não ter tomado nenhuma providência a respeito do que acontecia sob seus olhos, na linha direta de comando na empresa?

      Um rebento da família Sirotsky esteve envolvido num caso de estupro em Santa Catarina. Por que nunca mais ouvimos falar sobre o assunto? Seria porque a pessoa que havia denunciado, divulgando o caso, acabou morto? Por que ninguém condena a família onde o rebento foi plantado, regado e florescido e, por fim, acobertado? José Genoíno tem culpa, as famílias Mesquita e Sirotsky, não…

      Há um dado concreto a respeito do papel da velha mídia na criação do ódio contra o PT. Basta observar que todo aquele que diz condenar o PT pelo envolvimento de corrupção de alguns de seus membros nunca disseram ou publicaram um linha a respeito da participação da Rede Globo em parceria com notórios corruptos. Nem mesmo quando a Globo foi protagonista do Escândalo Proconsult. Ou do envolvimento da Rede Globo com o ditador João Batista Figueiredo. Ou do envolvimento da Rede Globo com João Havelange, Ricardo Teixeira e José Maria Marin. Nem mesmo uma linha a respeito da sonegação milionária na Copa de 2002. Nenhum dos impolutos que levantam a voz para condenar Lula escrevem uma linha, nem mesmo uma simples exclamação, para falar da manipulação do debate entre Lula e Collor, nas eleições de 1989.

      Ranking CorrupçãoO que estes que repetem ad nauseam a criminalização do PT disseram ou dizem a respeito de Joaquim Barbosa. Lembremos. José Genoíno foi condenado porque presidia um partido que tinha membros denunciados por corrupção. Quando Joaquim Barbosa foi a Costa Rica levando a tira-colo uma jornalista Globo com despesas pagas pelos cofres públicos não disseram um ai. Sim, porque se for jornalista da Globo, temos jurisprudência, não é?! Por que não vimos, ouvimos ou lemos a respeito do caso do presidente FHC com a jornalista da Globo Miriam Dutra? Será que a Globo não sabia por isso não falava?

      Peraí, mas não foi a Globo que escondeu a funcionária na Espanha enquanto FHC brincava de leiloar o patrimônio nacional? São os mesmos que se fizeram de franciscanos para condenarem Orlando Silva pelas tapiocas pagas com cartão corporativo… mas fazem um silêncio religioso, consternado, quando um helicóptero é pego com 450 kg de cocaína.

      Sim, pagar uma tapioca com cartão corporativo é um pecado capital para um político. Abastecer um helicóptero com dinheiro público, ter um piloto de helicóptero pago com dinheiro público não diz nada. O helicóptero, a fazenda, o piloto ganharam autonomia, vida própria, a partir do momento em que o caso poderia derivar para envolver notório político “carreirista” mineiro…. O mesmo que não vê nenhum problema em dirigir bêbado e sem carteira…

      Por que o partido do dono do Helicoca não é criminalizado?! Aliás, a bem da verdade, não é só o partido que não é criminalizado como também o meliante é endeusado… E os impolutos defensores da moral e dos bons costumes da classe média nada têm a dizer! Afinal, a Veja já disse, ou vai dizer, tudo o que eles teriam pra dizer, não é mesmo?! Engraçado, né.

      O Genoíno é condenado porque, sendo Presidente do Partido, deveria saber do que  acontecia com alguns membros do Partido. Já os Perrella, pai e filho, não sabiam de nada do que acontecia com o piloto, o helicóptero e a fazenda… Mesmo que o piloto seja um funcionário com cargo de confiança dos ditos cujos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Aliás, diante da falta de informação de tudo o que acontece em Minas Gerais, não é de admirar que o ET tenha escolhido Varginha para passar uma temporada. Em Minas tudo é possível, se a mídia estiver faturando a sua parte.

      Temos de lembrar também a frase emblemática que resume e fecha com chave de ouro a atuação midiática de Joaquim Barbosa diante da interpelação de seu colega, Ministro Barroso: Foi feito pra isso, sim! Nenhum dos homens honestos, moralistas severos, censores dos bons costumes dos outros, viram a necessidade de publicar uma linha a respeito do mau caratismo e da cara de pau de um homem mau que não se envergonha de ter manipulado o julgamento com o fito de incriminar. Às favas com os escrúpulos, não é mesmo. Por que?

      E aí chegamos em outro caso que causa comoção na Suíça. As empresas Alstom e Siemens já foram julgadas e condenadas respectivamente pelas justiças alemã e suíça. Mas no Brasil, os milhões desviados não ganham repercussão. E os que condenam o PT por fatos de menor monta não conseguem publicar uma única frase com sujeito, verbo e predicado. Volto ao tema. Genoíno foi condenado por ser presidente de um partido cujos membros estavam sendo julgados. Onde foi parar a condenação ao partido que nomeou Robson Marinho ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo?

      03/02/2014

      Genoíno incomoda muita gente, a militância incomoda, incomoda, incomoda muito mais

      Filed under: José Genoino,PT — Gilmar Crestani @ 8:46 am
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      Uma música em homenagem à manada dos estridentes que não têm voto, mas tem os grupos mafiomidáticos a lhes apontar o caminho:

      Um Elefante Incomoda Muita Gente

      1 elefante incomoda muita gente
      2 elefantes incomodam, incomodam muito mais

      3 elefantes incomodam muita gente
      4 elefantes incomodam, incomodam, incomodam, incomodam muito mais

      5 elefantes incomodam muita gente
      6 elefantes incomodam, incomodam, incomodam, incomodam, incomodam, incomodam muito mais

      7 elefantes incomodam muita gente
      8 elefantes incomodam, incomodam, incomodam, incomodam, incomodam, incomodam, incomodam, incomodam muito mais

      9 elefantes incomodam muita gente
      10 elefantes incomodam, incomodam, incomodam, incomodam, incomodam, incomodam, incomodam, incomodam, incomodam, incomodam muito mais

      RICARDO MELO

      A quem o povo assusta?

      Genoino agiu como deveria ser habitual num partido de raízes populares ao pedir ajuda aos militantes do PT

      Imagine o cenário. Vencido o prazo para os condenados da AP 470 pagarem as multas, nenhum apareceu. José Genoino, olhe só, alegou que o valor supera o preço de sua casa. Os outros tampouco respeitaram a sentença. O que aconteceria?

      Pelo que se tem lido e ouvido, batata. "Mensaleiros do PT desprezam Justiça." Ou então: "Além de truculentos e corruptos, petistas dão calote no Tesouro". Ou parafraseando aquele ministro falastrão: "Eles merecem mais que o ostracismo: ademais de incomunicáveis, precisam apodrecer na cadeia e receber apenas uma refeição por dia. E mais: entrar para sempre na lista negra da Serasa!".

      Outra hipótese. Com dois ou três telefonemas, ou num regabofe no coração de Higienópolis, condenados se acertam com a banca e o dinheiro surge em segundos –o tempo de uma TED. Formalmente, tudo dentro da lei: não é crime receber auxílio para pôr contas em dia. Para os banqueiros, seria apenas uma gorjeta diante de lucros nunca antes imaginados. O juízo midiático, contudo, também seria inapelável. "Cai a máscara: bancos ajudam companheiros’ a pagar multas."

      Surpresa (ou decepção) para muitos: nada disso ocorreu. Sem afrontar instituições, sem desrespeitar qualquer direito (diferentemente do que ocorre com os dos condenados), Genoino e cia. agiram como deveria ser habitual num partido de raízes populares: recorreram à militância. Quem se assustou? Todo mundo para quem não passa pela cabeça alguém doar dinheiro por acreditar em alguma coisa, alguma ideia, algum futuro.

      A reação mostra o grau de envenenamento do clima político atual. Partiu-se para a troça. Alguns leitores pediram desde uma vaquinha para honrar carnês até auditoria implacável nas doações. Houve mais. Embaladas como coisa séria, reportagens acusaram os petistas de arrecadar mais dinheiro que a Pastoral da Criança! O que tem a ver uma coisa com a outra? Por acaso a Pastoral está em campanha? Pareceria mais razoável comparar o orçamento dessa ONG com fundos auferidos pelo Criança Esperança –mas aí a coisa complica diante do calibre dos interesses envolvidos.

      O deputado tucano Jutahy Magalhães Júnior, por sua vez, exagerou no ridículo. "Isso é um acinte, um deboche." Por quê? Talvez porque os condenados, em vez de seguir o recém-divulgado manual de propinas de empresas como a Alstom, optaram pela arrecadação popular e voluntária.

      Não há anjos em política, mas a democracia em vigor prevê o respeito a decisões judiciais, até num caso polêmico como a AP 470. A democracia não obriga, contudo, ao conformismo bovino –exceto no caso da vigência de ditaduras disfarçadas ou quando se está sob o tacão de juntas togadas travestidas de supremas.

      Muito ainda vai se falar da campanha de doações petista. Pode ser que impropriedades tenham sido cometidas. Mas certamente nada tão grave, por exemplo, como a montanha de denúncias fartamente documentadas no livro primoroso do jornalista destaFolha Rubens Valente, "Operação Banqueiro". Como se sabe, a obra desvenda relações promíscuas entre Poderes da República e o personagem Daniel Dantas. Investigá-las ou não fica ao gosto do freguês.

      Feitas as contas, o mais sincero entre os apavorados foi o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha. Como se discute o financiamento público nas eleições, o deputado sentiu a água subir: "Só o PT vai ter dinheiro. Se da cadeia ele arrumou isso, imagina da Esplanada".

      Qual o "crime" do partido? Para o deputado, o PT é o único com militância suficiente para arrecadar grandes quantias em defesa de ideais. Em vez de fazer o mesmo e disputar apoiadores entre o povo, a turma suprapartidária de Cunha prefere levantar dinheiro na surdina para melhor abafar suas próprias causas.

      30/03/2013

      10 anos de PT, por Renato Janine Ribeiro

      Filed under: PT — Gilmar Crestani @ 8:14 pm
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      Os 10 anos do PT no poder, segundo o filósofo Renato Janine Ribeiro

      Diario do Centro do Mundo28 de março de 201331

      O avanço social é inegável, mas a promessa de renovar a ética na política não foi cumprida.

      Ano zero da década petista no poder

      Ano zero da década petista no poder

      O artigo abaixo foi publicado originalmente no site IHU On-Line.

      “Ele [o PT] teve pleno sucesso na inclusão social, fazendo cinquenta milhões de pessoas subirem das classes D e E para a C. Tornou esta última classe a mais numerosa do país. Inscreveu definitivamente o combate à miséria e o projeto de construção de uma sociedade de classe média nas prioridades do país; mesmo a oposição, nas últimas eleições, propôs ampliar o Bolsa Família, embora antes disso sempre o criticasse. O PT mostrou também que a esquerda pode ter competência para governar, o que na prática torna viável a alternância política no país. Finalmente, ele tomou parte na grande mudança política que guinou a América do Sul para a esquerda, construindo uma autonomia maior em face dos Estados Unidos”.

      A avaliação dos 10 anos do PT no poder no Brasil é do professor Renato Janine Ribeiro, na entrevista que concedeu por ao site IHU On-Line.

      No entanto, depois de elencar os fatores positivos do governo, ele pondera: “O PT faz falta na oposição”. Para Janine Ribeiro, o partido hoje é valorizado pela sua política de inclusão social, mas não mais pelos seus princípios éticos. “Isso é preocupante, porque seu lugar ficou vazio. Não existe mais o partido diferente de todos os outros. Não há mais um projeto ético que procure mudar toda a sociedade brasileira. A sociedade está mudando, mas o aumento do poder de compra é mais importante, no governo do PT, do que eram as utopias petistas, por exemplo, no que se referia à cultura e à educação. O lugar da ética na política ficou vazio, e o único grupo que pode aspirar a ocupá-lo é o dos verdes. Perto disso, a hipoteca do sistema financeiro sobre a política é apenas um aspecto, não traduzindo o essencial: que se perdeu boa parte da fé na política”.

      Professor titular de Ética e Filosofia Política na Universidade de São Paulo – USP, na qual se doutorou após defender mestrado na Sorbonne, Renato Janine Ribeiro tem se dedicado à análise de temas como o caráter teatral da representação política, a ideia de revolução, a democracia, a república e a cultura política brasileira. Entre suas obras destacam-se A sociedade contra o social: o alto custo da vida pública no Brasil (São Paulo: Companhia das Letras, 2000) e A universidade e a vida atual – Fellini não via filmes (Rio de Janeiro: Campus, 2003). Renato Janine Ribeiro é, desde 2004, diretor de avaliação da Fundação Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior, órgão do Ministério da Educação).


      IHU On-Line – Quais os principais pontos que marcam a trajetória de 10 anos do PT na presidência da República?

      Renato Janine Ribeiro – Ele teve pleno sucesso na inclusão social, fazendo cinquenta milhões de pessoas subirem das classes D e E para a C. Tornou esta última classe a mais numerosa do país. Inscreveu definitivamente o combate à miséria e o projeto de construção de uma sociedade de classe média nas prioridades do país; mesmo a oposição, nas últimas eleições, propôs ampliar o Bolsa Família, embora antes disso sempre o criticasse. O PT mostrou também que a esquerda pode ter competência para governar, o que na prática torna viável a alternância política no país; antes, sempre havia o receio de que a esquerda não tivesse quadros para dirigir o Brasil. Finalmente, ele tomou parte na grande mudança política que guinou a América do Sul para a esquerda, construindo uma autonomia maior em face dos Estados Unidos. Isso para os pontos positivos.

      IHU On-Line – Quais os limites que se colocam à democracia diante de um partido que permanece por 10 anos no poder em um país como o Brasil?

      Renato Janine Ribeiro – O grande ponto negativo é este: o PT faz falta na oposição. O PSDB e o movimento verde não conseguem ter a garra que os petistas tiveram nos 21 anos em que eram o partido “contra tudo o que está aí”. Além disso, o PT se adaptou bem demais, talvez, ao governo. No período entre a eleição e a posse de Lula, por exemplo, já em 2002, ele poderia ter discutido abertamente o que manteria de suas bandeiras históricas e onde faria concessões necessárias, dado que em nosso sistema político ele não teve nem poderia ter a maioria no Congresso. Mas não houve essa transparência. Daí, os problemas éticos, que não podemos esquecer.

      IHU On-Line – Qual tem sido a contribuição do PT no governo federal para a consolidação da democracia no Brasil? Ou podemos dizer que a contribuição se deu no sentido contrário, permitindo que a democracia se tornasse ainda mais sequestrada, condicionada e amputada pelo sistema financeiro?

      Renato Janine Ribeiro – O PT, na oposição, tinha duas bandeiras centrais: o combate à ética e a luta contra a miséria e a pobreza. Ficava claro que lutar contra a pobreza extrema era ético, e reciprocamente. Ou seja, não se separavam a agenda moral e a social do partido. No governo, o PT foi longe na agenda social, mas permitiu que ela se dissociasse da agenda moral. Em 2006, ao fim do primeiro mandato Lula, o PSDB gravou para o candidato de oposição um jingle que clamava “por um Brasil decente”. Ora, apenas três anos antes seria impensável alguém usar a ética para atacar o PT! O mensalão mudou profundamente a imagem do PT. O partido, hoje, é valorizado pela sua política de inclusão social, mas não mais pelos seus princípios éticos. Isso é preocupante, porque seu lugar ficou vazio.
      Houve, creio eu, dois fenômenos que se juntaram. O PT tinha a irresponsabilidade do discurso de oposição, criticando tudo e todos, sem ter que prestar contas do que fazia porque não tinha poder. Uma vez no governo, ele foi mais eficiente do que se imaginava. Mas isso implica – e este é o segundo fenômeno – reduzir certas exigências éticas. Implica ter alianças para poder governar. Com o regime que temos, precisa-se do Congresso. A questão é: até quanto se cede? Será que o PT cedeu mais do que devia? Ou será, o que levou muitos a abandonarem o PT, que cedeu com mais gosto e satisfação do que devia? Para usar o tradicional comentário sobre alguém que faz algo “docemente constrangido”, parece que foi mais docemente do que constrangido. Os custos disso para a confiança da sociedade nos partidos foram elevados. Não existe mais o partido diferente de todos os outros. Não há mais um projeto ético que procure mudar toda a sociedade brasileira. A sociedade está mudando, mas o aumento do poder de compra é mais importante, no governo do PT, do que eram as utopias petistas, por exemplo, no que se referia à cultura e à educação. O lugar da ética na política ficou vazio, e o único grupo que pode aspirar a ocupá-lo é o dos verdes. Perto disso, a hipoteca do sistema financeiro sobre a política é apenas um aspecto, não traduzindo o essencial: que se perdeu boa parte da fé na política.

      "O PT faz falta como oposição"

      “O PT faz falta como oposição”

      IHU On-Line – O que um governo que se apresenta como de esquerda ofereceu para o Brasil ao longo desses 10 anos?

      Renato Janine Ribeiro – A inclusão social, sob as mais variadas formas. Há o aumento do poder de compra, há a expansão do ensino universitário público, há as iniciativas de Gilberto Gil para a cultura. Mas não creio que o governo seja, ou se apresente como sendo, de esquerda. É uma coalizão de centro-esquerda, no melhor dos casos. Por isso, o quinhão de utopia, de mudanças maiores, acaba sendo relativamente menor do que deveria ser.

      IHU On-Line – Como tem aparecido no Brasil o desprestígio dos partidos e do modelo representativo de política?

      Renato Janine Ribeiro – É possível que desde o Império se tenha, no país, uma forte convicção de que políticos são desonestos. Alguns líderes, por sinal, cresceram justamente denunciando seus adversários – Jânio, Collor e, caso excepcional porque não se trata de um indivíduo, mas de um partido, o próprio PT. Hoje, porém, a crença de que algum partido vá melhorar o país eticamente se esvaiu.

      Quando à política representativa… Esta questão supõe que exista outra, que seria a democracia direta. Em um quarto de século desde que a Constituição de 1988 previu consultas diretas à população, o mecanismo foi usado em apenas duas ocasiões. Da primeira vez, para decidirmos a manutenção da república ou a volta da monarquia, uma questão ridícula, e resolvermos entre parlamentarismo e presidencialismo. Da segunda, para se proibir ou não a venda legal de armas – o que afetava talvez mil revólveres vendidos por ano, porque quase todo o comércio na área é já o ilegal. A democracia direta, que parecia promissora nos anos 1980, foi mal utilizada. Praticamente sumiu do horizonte da política. Com isso, resta a representativa, que as pessoas identificam com “a política” em geral, mas que traz um distanciamento significativo entre representantes e representados.

      IHU On-Line – O que representa essa apatia política por parte da população?

      Renato Janine Ribeiro – É fruto do desencanto com os políticos, da péssima discussão pública sobre a política em nosso país – que se resume em atacar grosseiramente o adversário – e da falta de experiência histórica no sentido de acreditarmos que a mobilização popular possa resultar em algo. Tudo isso pode mudar para melhor. Ou pode ficar como está, e levar a um desencanto cada vez maior com a política – veja os sites dos grandes órgãos de imprensa, que destacam celebridades, em contraste com suas edições impressas, que estão mais próximas da pauta tradicional da política. O público quer mais os escândalos e mesmo o voyeurismo sexual do que as discussões, por vezes enfadonhas, da política. O risco disso é reconduzir sempre os mesmos. Por isso é importante melhorar o debate político, recusando o maniqueísmo, e as pessoas se mobilizarem em torno de causas importantes.

      O Bolsa Família foi um fator vital na política de inclusão social do PT

      O Bolsa Família foi um fator vital na política de inclusão social do PT

      IHU On-Line – Atividades como mobilizações pela web podem indicar uma nova forma de fazer política?

      Renato Janine Ribeiro – Sem dúvida indicam. Mas, para fazer uma flash mob convocada pelo Twitter, você já precisa ter uma determinada convicção difundida por muita gente. O que a internet não foi capaz de fazer, ou melhor, as pessoas que usam a internet, é uma plataforma de debate em que se possa mudar de ideia. O que é precioso na democracia é isto: você, pela discussão, mudar de ideia. Ouvir antes de decidir.

      IHU On-Line – O que significa ser esquerda em nossos dias? Que exemplos podem ser citados no Brasil e na América Latina de uma “esquerda sem medo de dizer seu nome” (para citar Vladimir Safatle)?

      Renato Janine Ribeiro – Não vejo esquerda com medo de dizer seu nome. O que vejo mais é um esvaziamento dos projetos tradicionais da esquerda. Há um núcleo puro e duro que ainda segue Marx. Ora, tanta coisa no cerne do pensamento dele deu errado que isso exigiria uma revisão em regra! Para Marx, o comunismo sucederia ao capitalismo não só eticamente, mas por ser um modo superior de produção. Não é o caso. Mas quem critica o pensamento de Marx, na esquerda mais radical? Isso não se faz. Então, o que temos é um certo oportunismo que faz o PT aliar-se ao grande capital, o PCdoB controlar o esporte, cooperando até com o ex-prefeito liberal de São Paulo, e assim por adiante. Ou seja, o que temos é uma ex-esquerda que age e pensa mais à direita. Por volta de 1980, quando ruíam o comunismo e o socialismo, uma alternativa estava pronta, o projeto neoliberal. Mas, quando a crise de 2008 provou que este era ruim, tinha a esquerda alguma alternativa pronta ou sequer em andamento? Não. O problema da esquerda não é de nome, é de conteúdo: ela perdeu o seu.

      IHU On-Line – Em que medida podemos falar de uma integração política latino-americana, considerando a trajetória dos presidentes dos países em questão?

      Renato Janine Ribeiro – Se o projeto bolivariano prosseguir, não parece que o Brasil tenha lugar nele. O PT não lhe é simpático. Uma coisa é defender Chávez e, agora, seu legado positivo, outra é importar uma tradição de conflito que não é bem nossa.

      IHU On-Line – Qual a pertinência, atualidade e inspiração que a revolução bolivariana pode oferecer no sentido de pensar uma nova política, mais à esquerda?

      Renato Janine Ribeiro – Sou um tanto cético a respeito. Aprovo e aplaudo a distribuição de renda promovida por Chávez e muitos outros. Mas a Venezuela continua dependente do petróleo. É melhor que a riqueza dele se espraie pelo povo, sem dúvida. Porém, como nosso vizinho poderá, um dia, ter um sistema produtivo mais rico? Como poderá sair dessa situação, que não faz bem a nenhum país produtor, de ter tanta riqueza em troca de tão pouco trabalho, basicamente extrativo? Há uma desmoralização do trabalho, quando tanto dinheiro vem da coleta e da extração.

      IHU On-Line – Quais as dificuldades do PT em mediar o conflito entre os ideais de igualdade e liberdade? Por que a esquerda não consegue resolvê-lo?

      Renato Janine Ribeiro – O PT optou, a meu ver, claramente por uma inclusão social que não hostilizasse a direita e o capital. Teve êxito graças a isso. Uma estratégia de enfrentamento teria provavelmente levado a derrotas eleitorais e, até mesmo, a um golpe branco, no estilo de um impeachment. Nesse sentido, essa questão não me parece sequer ter-se colocado. A liberdade empresarial convive com iniciativas fortes rumo à igualdade. Agora, liberdade e igualdade têm conteúdos muito mais amplos do que os que temos visto no Brasil. Isso pouco se discute. E não é fortuito que Lula tenha escolhido, como sucessora, a líder dentro do PT mais próxima do mundo empresarial.

      As circunstâncias trouxeram alianças complicadas

      As circunstâncias trouxeram alianças complicadas

      IHU On-Line – Como conciliar o sonho da classe média com consumo livre para todos? Isso se viabiliza de forma prática? Quais os conflitos que aparecem aqui?

      Renato Janine Ribeiro – A presidenta Dilma disse mais de uma vez que deseja fazer do Brasil um país de classe média, creio eu que como a França. É um belo sonho – e moderado. Não há nada menos marxista. Muitos pensadores marxistas têm mais horror da classe média do que da alta burguesia. O termo “pequeno burguês” era um dos palavrões mais fortes dos velhos comunistas. Os revolucionários dos anos 1960 veriam esse ideal da presidenta com péssimos olhos, porque seria uma forma – talvez eficaz – de esvaziar a possibilidade de uma revolução radical. Mas parece que está aí o nosso futuro e, na medida em que elimine a miséria e reduza a pobreza, acho-o positivo.

      Porém, é claro que o consumo é inimigo do meio ambiente e corre o risco de trazer a morte para o nosso planeta. Aqui os verdes teriam uma contribuição importante a fazer. Contudo, ela ainda é incipiente. Acredito que nosso futuro político dependa muito da capacidade, extinta a miséria, vencida a pobreza, de termos uma economia sustentável.

      Mas precisamos ir mais além. Precisamos pensar no mundo pós-semana de 48 ou 40 horas de trabalho. Por que não se reduz mais a jornada de trabalho? Porque se teme, penso eu, o lazer. Vivemos num mundo de ócio absolutamente não criativo. Chama-se Domenico de Masi para falar do ócio criativo, mas os mesmos que o aplaudem nada fazem para dar esse passo. Penso que estaríamos aptos para começar a construir uma sociedade em que o lazer criativo – essencialmente, cultura e atividade física – deem o tom. Mas veja a televisão no dia canônico do lazer, o domingo: ela cai ao nível mais baixo possível. Ou, repito, olhe a homepage dos sites de informação: as notícias mais lidas são as piores. O lazer, hoje, é ocupado pelo que há de menos elaborado no ser humano. É isso o que temos de mudar, é este o cerne do futuro.

      Diário do Centro do Mundo Os 10 anos do PT no poder, segundo o filósofo Renato Janine Ribeiro – Diário do Centro do Mundo

      24/03/2013

      A Folha não se conforma II

      Filed under: PT — Gilmar Crestani @ 11:52 am
      Tags:

      Quando alguém escreve “o PT não é visto pela população brasileira como um estorvo para o desempenho da presidente Dilma Rousseff”, é porque alguém teve a ideia de achar que o PT estorva a Dilma. É como procura pelo em ovo ou chifre em cabeça de cavalo… Mas a Folha não desiste. O importante para a Folha e demais a$$oCIAdos do Instituto Millenium é incriminar a demonizar o PT e beatificar o PSDB.

      Se o PT não uma congregação franciscana, também não é uma Opus Dei. Já os demais partidos, para não dizerem que são todos arcanjos, vez por outro aparecem alguns anjos…

      Desempenho do PT no governo é bem visto

      DE SÃO PAULO

      Alvo constante de denúncias e, mais recentemente, de alguns atritos com o governo, o PT não é visto pela população brasileira como um estorvo para o desempenho da presidente Dilma Rousseff, filiada ao partido.

      Para 55% dos entrevistados pelo Datafolha, o Partido dos Trabalhadores está ajudando o governo Dilma. Entre os que dizem que o partido ajuda, 47% afirmam que "ajuda muito". Os demais consideram que a sigla "ajuda um pouco".

      O total de pessoas que acham o contrário disso, que o PT está atrapalhando a presidente Dilma, soma 22%.

      Ainda que positivo por larga margem, esse índice já foi melhor para a legenda.

      Há dez anos, quando o presidente Lula tinha somente três meses de mandato, o Datafolha fez a mesma pergunta. Naquela ocasião, 69% dos entrevistados responderam que o PT estava ajudando o ex-metalúrgico recém-eleito.

      Por ocasião dos dez anos do PT no comando do governo federal, o Datafolha também perguntou se, na opinião dos entrevistados, a administração do partido ao longo de uma década estava sendo boa ou ruim para o país.

      Para 72%, o governo petista está sendo bom; 13% dizem que está sendo ruim; e 9% dizem que tem sido indiferente. Outros 5% não souberam ou não quiseram responder.

      O PT, segundo a pesquisa finalizada anteontem, é o partido da preferência de 29% dos brasileiros.

      O PMDB aparece em segundo, mas com índice bem menor, 7,5%. O PSDB foi citado como o partido preferido por 4,5%.

      23/01/2013

      Poste do Lula brilha mais e com menor preço

      Filed under: Dilma,Energia Elétrica,Lula Seja Louvado,PT — Gilmar Crestani @ 9:36 pm

       

      "Aqueles que são do contra estão ficando para trás"

      :

      Presidente Dilma Rousseff ocupa rede de televisão e rádio para anunciar redução nas tarifas de energia elétrica a partir desta quinta e alfineta a oposição: "Só construiremos um Brasil com a grandeza dos nossos sonhos quando colocarmos a nossa fé no Brasil acima dos interesses políticos ou pessoais". Segundo ela, "o Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente e para o futuro, sem qualquer risco de racionamento"; assista

      23 de Janeiro de 2013 às 20:49

      247 – Não é todo dia que um governante pode colocar um sorriso na face para anunciar uma medida eminentemente popular, daquelas capazes de marcar positivamente uma biografia política. Para a presidente Dilma Rousseff, esse momento chegou. Pontualmente às 20h25, Dilma surgiu em rede nacional de televisão e rádio para dizer que "além de estarmos antecipando a entrada em vigor, estamos dando índice de redução maior que o previsto e já anunciado", cumprindo uma das principais promessas de sua gestão: a redução do custo da energia elétrica no País, tanto para consumidores residenciais como para os clientes empresariais.

      "O Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente e para o futuro, sem qualquer risco e racionamento no curto e no médio prazo", garantiu a presidente, dizendo que "as perspectivas são as melhores possíveis no setor elétrico". "Somos um dos poucos países que estão ao mesmo tempo baixando o valor da energia e aumentando a capacidade elétrica", disse, destacando ainda que o governo está baixando os juros, reduzindo os impostos e facilitando o crédito.

      "Esse movimento simultâneo nos deixa em situação privilegiada no mundo. Isso significa que o Brasil vai ter energia cada vez melhor e mais barata, significa que o Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento ou de qualquer tipo de estrangulamento no curto, no médio ou no longo prazo", continuou Dilma. Assista ao pronunciamento da presidente:

      Capacidade

      Dilma ressaltou ainda que os investimentos no setor energético permitirão dobrar, em 15 anos, a capacidade instalada de energia elétrica. A presidente disse ainda que a redução vai permitir a ampliação do investimento, aumentando o emprego e garantindo mais crescimento para o país e bem-estar para os brasileiros.

      "Temos baixado juros, reduzido impostos, facilitado o crédito e aberto, como nunca, as portas da casa própria para os pobres e para a classe média. Ao mesmo tempo, estamos ampliando o investimento na infraestrutura, na educação e na saúde e nos aproximando do dia em que a miséria estará superada no nosso Brasil".

      A presidente esclareceu que todos os brasileiros serão beneficiados pela medida, mesmo os atendidos pelas concessionárias que não aderiram ao esforço feito pelo governo federal para a redução da tarifa. "Neste novo Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para trás, pois nosso país avança sem retrocessos, em meio a um mundo cheio de dificuldades. (…) Porque somente construiremos um Brasil com a grandeza dos nossos sonhos quando colocarmos a nossa fé no Brasil acima dos nossos interesses políticos ou pessoais", finalizou.

      Processo

      Após um longo processo de cruzamento de medidas referentes ao setor elétrico, que incluíram a antecipação da renovação de contratos de concessões a geradoras e, também, a recusa das estatais estaduais Cesp (SP), Cemig (MG) e Celpa (PR) em aceitar a proposta federal, o governo conseguiu seu objetivo de reduzir os custos de produção e transmissão. Com isso, as contas de luz de residências e empresas ficarão mais baratas já na próxima fatura.

      A projeção inicial de redução de até 20% nas tarifas residenciais foi, no final do ano passado, arquivada pelo governo, em razão das recusas das estatais controladas pelos governos de São Paulo, Minas Gerais e Paraná – cada um deles em poder de políticos do PSDB – em participar das renovações propostas. Nos últimos dias, porém, novos cálculos resgataram as expectativas anteriores, chegando até mesmo a ultrapassar aquela marca. Acredita-se agora que as tarifas para empresas poderão cair em até 32%, enquanto as contas das moradias irão girar em torno de 18% menos que as atuais, bem perto da meta de redução de 20%.

      Insumo presente em toda a base da atividade produtiva, a energia, ao ficar mais barata, poderá alavancar a recuperação da economia sonhada por ela, resumida na frase "um pibão grandão" como desejo para 2013. Um efeito positivo colateral poderá ser o de renovar as condições para mais quedas nas taxas de juros. A aposta é que a redução no chamado Custo Brasil, a ser provocada pela queda nas tarifas de energia, estimule os empresários a elevar investimentos, contratar mão de obra e produzir mais, ganhando até mesmo novas condições para exportar de maneira mais competitiva.

      Para o pequeno consumidor de energia, categoria na qual se inclui a grande maioria da população, o corte de cerca de 20% nas tarifas residenciais tende a estimular, pela economia no gasto tradicional, mais consumo. Como se sabe, levar as pessoas às compras tem sido a principal razão de ter sido baixadas uma série de medidas macroeconômicas do governo federal nos últimos dois anos.

      Esse possível ciclo virtuoso tem sido desdenhado pela oposição ao governo. Entre partidos políticos e na maior parte da mídia tradicional se aponta para um desastre. Ali, o entendimento é o de que as tarifas estão sendo forçadas para baixo de maneira artificial, em desacordo com as regras do livre mercado. Fala-se até mesmo na pratica de um sistema que poderia ser chamado de capitalismo de Estado, no qual a administração pública estaria impondo sua vontade pela força de medidas provisórias, decretos e portarias fabricadas em gabinetes de tecnocratas.

      Dilma, que já se preocupou bastante com as críticas dos adversários, parece ter superado essa fase. Ela está podendo até mesmo comemorar projeções otimistas, frente a queda nas tarifas de energia, estampadas em títulos da mídia internacional. Reconhece-se, em veículos especializados em Economia e Negócios como o Financial Times, que a presidente está realizando um verdadeiro prodígio, cujos resultados poderão ser extremamente positivos para a economia brasileira.

      No campo político, tanto os otimistas do governo como os céticos da oposição convergem: a redução do custo energético deve somar novos pontos à popularidade recorde de Dilma. Enquanto os governistas já aplaudem a presidente e os adversários se cutucam de raiva, a certeza geral é a de que o pronunciamento desta noite será, goste-se dela ou não um momento de gala da gestão de Dilma Rousseff na Presidência da República.

      "Aqueles que são do contra estão ficando para trás" | Brasil 24/7

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