Ficha Corrida

01/11/2016

Pó pará, pixuleco!

Filed under: Impunidade,Imunidade,José Serra,PSDB,Tarja Preta,Xico Sá — Gilmar Crestani @ 5:47 pm
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OBScena: Jorge Pozzobom vangloriando-se da imunidade do PSDB

pozzobom

José Serra é o autor intelectual do artigo do Mauro Chaves no Estadão que atacava a carreira do Napoleão das Alterosas: “Pó pará, governador”. Muito antes de aparecer o heliPÓPtero, tratava-se da disputa dentro do PSDB para ver quem seria o representante da sigla na corrida presidencial. O Tarja Preta tentou, pelas mãos do Mauro Chaves, detonar a candidatura do altruísta construtor de aeroportos em terras de familiares (Cláudio e Montezuma). O jornal porta-voz do irmão da Andrea Neves, O Estado de Minas, respondeu: “Minas a reboque, não”.

O blindagem tucana só quebra quando as placas tectônicas se movem. Os gaúchos chamamos isso de briga de bugio.

O que são dois pedalinhos perto dos 23 milhões de reais? Pixulecos, ora! Por isso não há powerpoint nem condução coercitiva. Aliás, até hoje não descobri qual foi o nome da operação que prendeu Eduardo CUnha. Constrangimento com um parceiro ou acabou o estoque de nomes esdrúxulos para operações da PF?!

Mas não gastemos nosso latim com pouco mau defunto. Gilmar Mendessaiu em defesa de Eduardo CUnha. Se faz isso com alguém do PMDB, o que não fará por alguém do PSDB? Já vimos que ele não permitiu que o primeiro a ser comido fosse comido. Se fez isso com Aécio Neves, o que não fará por José Serra.

A pergunta que não quer calar: se Aécio pode lavar em Liechtenstein por que $erra não pode lavar na Suíça?! Até que ponto o vazamento da lavanderia do $erra não é uma vindita pelo vazamento da lavanderia do Aécio?!

Sempre que aparece a bandidagem tucana e sua eterna impunidade não há como não lembrar do deputado do PSDB gaúcho, Jorge Pozzobom. A ideia de que todo dinheiro doado ao PSDB é lavado e limpo mas aquele doado às outras siglas é sujo explica porque o PSDB só perdeu pros votos brancos e nulos nestas eleições. Note que as falcatruas, provadas, do PSDB não ganham um segundo no Jornal Nazional da Rede Goebbels. Tirem as cinco irmãs (Veja, Folha, Estadão, Rede Globo & RBS) e o PSDB só ganharia eleição entre presidiários.

Xico Sá chama Serra de $erra e tenta entender quebra de blindagem

"Trabalhei cem anos na imprensa paulistana. Não acho estranho a mídia esconder os 23 milhões do $erra. Fico pasmo é como isso vazou. Milagre?", questionou o jornalista, ex-colunista da Folha; "Entendam, amigos, quando falo que admiro $erra estar no noticiário, é porque esse cara sempre foi 100% blindado nos jornais de São Paulo. Não tô protegendo", explica ele, pelo Twitter; ministro das Relações Exteriores, José Serra foi acusado em delação da Odebrecht de receber R$ 23 milhões em propina por meio de conta na Suíça; a denúncia foi capa da Folha, mas os demais jornais e colunistas mantiveram silêncio sobre o caso

1 de Novembro de 2016 às 12:46 // Receba o 247 no Telegram

247 – Em comentários sobre a denúncia contra José Serra nesta terça-feira 1º, pelo Twitter, o jornalista Xico Sá chama o chanceler do governo Temer de $erra e tenta entender como se quebrou a blindagem a ele na imprensa para que o caso fosse tornado público.

"Trabalhei cem anos na imprensa paulistana. Não acho estranho a mídia esconder os 23 milhões do $erra. Fico pasmo é como isso vazou. Milagre?", questionou Xico Sá, que é ex-colunista da Folha de S.Paulo. "Juro que estou tentando entender o vazamento. Impensável na mídia brasileira. Tem algo errado", acrescentou.

O ministro das Relações Exteriores foi acusado em delação premiada da Odebrecht de receber R$ 23 milhões em propina por meio de conta na Suíça. A denúncia foi capa da Folha, mas o restante dos jornais e colunistas mantiveram silêncio sobre o caso.

"Entendam, amigos, quando falo que admiro $erra estar no noticiário, é porque esse cara sempre foi 100% blindado nos jornais de São Paulo. Não tô protegendo", explica Xico Sá.

"Mesmo depois escondendo, louve-se a @folha que manchetou $erra no caixa 2 de 23 milhões. Ñ vi em outra mídia, jamais veremos", diz ele em outro post. "Tento entender o vazamento dos 23 milhões do $erra por alguma briga interna c/ a mídia. Isso ter saído na imprensa é impensável, pensa Serra", especula.

Xico Sá chama Serra de $erra e tenta entender quebra de blindagem | Brasil 24/7

28/10/2016

Saiba de onde vem o dinheiro que finanCIA o ódio a Lula

Folha 28102016O Movimento Bundas Liberadas é finanCIAdo por fontes externa e internas. Áudios provam que PMDB e PSDB deram dinheiro para o MBL adestrar os usuários de camisas da CBF para derrubarem a Presidente honesta para colar em seu lugar Michel Temer, Romero Jucá, José Sarney, advogado do PCC, Eliseu Padilha, Alexandre Frota,  Alexandre Moraes, Eduardo CUnha, José Serra. Esta plêiade de homens brancos e ricos contou com a turba de midiotas amestrados pela Rede Globo para retirar Dilma e assim se safar. As instituições estão funcionando, por isso haviam colocado Tarja Preta sobre o nome do novo Chanceler Brasileiro, aquele que acha que ser bravo com a Venezuela libera para lavar na Suíça.

A Folha coloca na capa mas não pinta com as cores apocalípticas de quando ataca o PT. Nestas horas não aparece seu partido. O suborno vira caixa dois e tudo parece como se fosse um evento da natureza.

O ódio ao Lula se deve ao fato de que, após mais de vinte  anos de investigação, nada conseguem provar. (Não seria o caso destes pantera-cor-de-rosa devolverem os gastos na perseguição ao Lula?!) E aí, como tomam a si por parâmetro, vendo comportamento daqueles que, tendo o mesmo poder que Lula, se locupletam, formam convicção que Lula tem de ser igual aos seus partidários. Foi tomando a si por parâmetro que Serra e FHC foram ao Uruguai com a intenção de comprar o Presidente daquele país.

O motivo por trás da perseguição ao grande molusco faz lembrar a passagem da biografia de Alexandre Magno contada por Plutarco. O  Rei Dario III da Pérsia fizera generosa oferta aos macedônios e o General Parmênio tenta convencer Alexandre em aceitar a proposta:

" – Se eu fosse Alexandre, aceitaria."

Alexandre lhe responde:

“ – E eu também, se fosse Parmênio aceitaria, mas sou Alexandre".

O ódio ao Lula é porque ele não tem contas na Suíça. Se ele tivesse conta na Suíça talvez também colocassem sobre seu nome uma tarja preta. Ou quiçá o tratariam como Eduardo CUnha. Se lavasse em Liechtenstein, seria adorado…

Quando a perseguição é só movida pelo ódio, a falta de provas vira prova de que ele é culpado.

Odebrecht diz que caixa dois para Serra foi pago em conta na Suíça

O ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB)

BELA MEGALE
DE BRASÍLIA – 28/10/2016 02h00 – FOLHA DE SÃO PAULO

A Odebrecht apontou à Lava Jato dois nomes como sendo os operadores de R$ 23 milhões repassados pela empreiteira via caixa dois à campanha presidencial de José Serra, hoje chanceler, na eleição de 2010.

A empresa afirmou ainda que parte do dinheiro foi transferida por meio de uma conta na Suíça.

O acerto do recurso no exterior, segundo a Odebrecht, foi feito com o ex-deputado federal Ronaldo Cezar Coelho (ex-PSDB e hoje no PSD), que integrou a coordenação política da campanha de Serra.

O caixa dois operado no Brasil, de acordo com os relatos, foi negociado com o também ex-deputado federal Márcio Fortes (PSDB-RJ), próximo de Serra.

Os repasses foram mencionados por dois executivos da Odebrecht nas negociações de acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, e a força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba.

Um deles é Pedro Novis, presidente do conglomerado de 2002 a 2009 e atual membro do conselho administrativo da holding Odebrecht S.A. O outro é o diretor Carlos Armando Paschoal, conhecido como CAP, que atuava no contato junto a políticos de São Paulo e na negociação de doações para campanhas eleitorais.

Ambos integram o grupo de 80 funcionários (executivos e empregados de menor expressão) que negociam a delação. Mais de 40 deles, incluindo Novis e Paschoal, já estão com os termos definidos, incluindo penas e multas a serem pagas. Falta apenas a assinatura dos acordos, prevista para ocorrer em meados de novembro.

A Folha revelou em agosto que executivos da Odebrecht haviam relatado à Lava Jato o pagamento de R$ 23 milhões (R$ 34,5 milhões, corrigidos pela inflação) por meio de caixa dois para a campanha de Serra em 2010, quando ele perdeu para a petista Dilma Rousseff.

Foi a primeira menção ao nome do político tucano na investigação que apura esquema de desvio de recursos na Petrobras.

Para corroborar os fatos relatados, a Odebrecht promete entregar aos investigadores comprovantes de depósitos feitos na conta no exterior e também no Brasil.

Segundo informações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a empreiteira doou oficialmente em 2010 R$ 2,4 milhões para o Comitê Financeiro Nacional da campanha do PSDB à Presidência da República (R$ 3,6 milhões em valores corrigidos).

Os executivos disseram aos procuradores que o valor do caixa dois foi acertado com a direção nacional do PSDB, que depois teria distribuído parte dos R$ 23 milhões a outras candidaturas.

Segundo a Folha apurou, os executivos afirmaram também que o pagamento de caixa dois não estava vinculado a nenhuma contrapartida.

Pedro Novis e José Serra são amigos de longa data. O tucano é chamado de "vizinho" em documentos internos da empreiteira por já ter sido vizinho do executivo. O ministro também era identificado como "careca" em algumas ocasiões.

O nome de Serra é um dos que apareceram na lista de políticos encontrada na casa do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o BJ, preso durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Acarajé, em fevereiro deste ano.

Benedicto Júnior também está entre os delatores e fechou o foco de sua colaboração com os investigadores.

Os depoimentos dos funcionários da Odebrecht começarão após a assinatura dos acordos de delação.

Depois de finalizados, o material será encaminhado ao relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Teori Zavascki, para homologação.

OPERADORES

Atualmente filiado ao PSD, o empresário Ronaldo Cezar Coelho foi um dos fundadores do PSDB nos anos 80, tendo presidido o partido no Rio de Janeiro.

Durante os mais de 20 anos em que permaneceu na sigla, elegeu-se deputado federal pelo Estado, despontando como um dos políticos mais ricos da Câmara.

É amigo de José Serra e chegou a emprestar seu avião particular para o tucano usar durante a eleição de 2010.

Devido ao bom trânsito no mercado financeiro, teria atuado também como "tesoureiro informal", segundo participantes do comitê eleitoral.

Já Márcio Fortes é conhecido como homem forte de arrecadação entre o tucanato por causa da boa relação que mantém com empresários.

Ele atuou nessa área em campanhas de Fernando Henrique Cardoso à Presidência, na década de 1990, na campanha de 2010 de Serra e na de 2014 de Aécio Neves, todos do PSDB.

OUTRO LADO

Procurado para se manifestar sobre as informações dadas pela Odebrecht à Lava Jato, o ministro de Relações Exteriores, José Serra (PSDB), disse, por meio de sua assessoria, que "não vai se pronunciar sobre supostos vazamentos de supostas delações relativas a doações feitas ao partido em suas campanhas".

"E reitera que não cometeu irregularidades", afirmou.

O empresário Ronaldo Cezar Coelho declarou que não comentará o assunto até ter acesso aos relatos feitos pelos executivos da empreiteira que citam o seu nome.

Por meio de seu advogado, o criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, Cezar Coelho afirmou que participou da coordenação política da campanha de José Serra à Presidência, em 2010, na qual o tucano foi derrotado pela afilhada política do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff (PT).

No entanto, Cezar Coelho negou que tenha feito arrecadação para o tucano.

"Como fundador do PSDB, Ronaldo Cezar Coelho participou de todas as campanhas presidenciais da sigla", disse Mariz de Oliveira.

Em agosto, quando a Folha publicou que a Odebrecht relatou o pagamento de R$ 23 milhões via caixa dois, José Serra disse que a campanha de 2010 foi conduzida de acordo com a legislação eleitoral em vigor.

Afirmou ainda que as finanças de sua disputa ao Palácio do Planalto foram todas de responsabilidade do seu partido, o PSDB, e que ninguém foi autorizado a falar em seu nome.

"A minha campanha foi conduzida na forma da lei e, no que diz respeito às finanças, era de responsabilidade do partido", escreveu em nota na época.

A reportagem tentou contato com o ex-deputado Márcio Fortes por meio de telefone celular e de sua empresa, mas não obteve resposta até a conclusão desta edição.

A Odebrecht afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não irá se manifestar sobre a reportagem.

Desde que a empresa passou a negociar acordos de colaboração premiada e leniência (espécie de delação da pessoa jurídica), em março deste ano, ela deixou de se pronunciar publicamente sobre fatos investigados na Lava Jato ou que serão relatados por seu funcionários.

A expectativa de envolvidos nas negociações é que a assinatura dos acordos de delação ocorram em meados de novembro e a homologação deles seja realizada até o final do ano.

Nas conversas preliminares da Lava Jato com a Odebrecht, além de Serra, vários políticos foram mencionados, entre eles o presidente Michel Temer, os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, governadores e parlamentares. Todos os citados negam a prática de irregularidades.


08/08/2016

Outro mau negócio: Odebrecht comprou pato por Serra

Filed under: Delação Premiada,José Serra,Odebrecht,Paulo Preto,PSDB,Tarja Preta — Gilmar Crestani @ 9:14 am
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Tanto mais procuram pelas digitais de Lula, mais encontram as dos parceiros ideológicos. Do primeiro a ser comido a José Serra, sem falar na Brasif de FHC, o PSDB é completo é o por inteiro o teúdo e manteúdo da corrupção. O PSDB, não fosse a blindagem que goza na plutocracia, não existiria sequer pra lotar um Fiat 147.

Isso explica o ódio da cleptocracia ao PT, a Dilma e Lula. E há uma “boa” explicação: enquanto caçam Lula, Dilma e o PT, a quadrilha pode continuar atuando, a ponto de perpetrarem um golpe paraguaio. Sim, viu-se muito político blindado, do PMDB e do PSDB, na Lista de Furnas, na Lista Falciani, na Lista Odebrecht, no Panama Papers, em Liechtenstein. Só não se viu Dilma e Lula!

Embora seja trágico, não há como não citar o hilário Barão de Itararé: “Homem que se vende sempre recebe mais do que vale”…

Odebrecht comprou Cerra por R$ 34 milhões

A propina era entregue aqui e "lá fora"…

publicado 07/08/2016

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Saiu na Fel-lha:

O Padim Pade Cerra recebeu da Odebrecht aqui e lá fora o que, em dinheiro de hoje, equivale a R$ 34,5 milhões!

É um guloso!

Recebeu para a campanha presidencial (e a derrota fulgurante) de 2010.

As doações "legais" eram a décima parte do "por fora".

Recebeu também uma mixaria pelas obras do "Roubanel Tungano", quando foi "governador" de SP.

Cerra está incurso na Lista de Furnas e nos múltiplos esquemas do metrô de São Paulo – em que os MPs e a Justiça não conseguem encanar ninguém.

O Conversa Afiada sustenta que Cerra deve ser um dos homens mais ricos do Brasil.

Entre outros motivos, porque ele é suspeito de roubar desde quando foi Secretário do Planejamento do Governo Montoro, em 1983, em São Paulo.

São 33 anos de militância suspeita, segundo a denúncia do então deputado Fábio Bierrembach.

Como se sabe, então, Bierrembach chamou Cerra de ladrão, Cerra o processou, o Juiz Walter Maierovitch concedeu a Bierrembach a "exceção da verdade" e Cerra impediu a Justiça de provar que ele não era ladrão…

Precisa desenhar, amigo navegante?

Ontem, a Veja – a Veja! – mostrou que o Temer e seu fiel escudeiro, aquele a quem o ACM se referia como o Eliseu "Quadrilha", também recebiam dinheiro (vivo!) da Odebrecht.

A denúncia da repórter Bela Megale, da Fel-lha, certamente provocará o primeiro fenômeno extra-terrestre dessa Olimpíada: o olho direito do Cerra sairá de órbita em direção ao espaço sideral!

Em tempo: ah … é disso que ele vive!

(Em parte…)

PHA

Odebrecht comprou Cerra por R$ 34 milhões — Conversa Afiada

31/07/2016

Em causa própria

OBScena: uma imagem, Gilmar Mendes com José “Tarja Preta” Serra, Armínio Fraga e Eliseu Padilha, em reunião preparatória para o golpe paraguaio contra a democracia brasileira. Esta foto explica toda preocupação de Gilmar Mendes e seus êmulos com a democracia dos outros. Para bom entendedor, meia foto basta, a metade da direita…

Há um ditado português que diz “elogio em boca própria é vitupério”.  No caso, preocupação com o próprio pescoço é confissão. Ou, descendo ao popular, pimenta no dos outros é refresco…

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GILMAR MENDES, DIAS TOFFOLI E OTAVIO LUIZ RODRIGUES JUNIOR

Ameaça à independência judicial na Turquia

31/07/2016 02h00 – FOLHA DE SÃO PAULO

As notícias sobre a tentativa de golpe militar na Turquia causaram indignação em todo o mundo, dadas as naturais repercussões de uma ruptura da ordem democrática, em pleno século 21, em um país tão relevante no concerto internacional.

No entanto, a reação do governo turco merece veemente repúdio. Há quase 15 mil pessoas encarceradas, sem devido processo legal, formação de culpa ou ato judicial que lhes permita conhecer os fundamentos das prisões.

Em resposta ao malogrado golpe, autoridades judiciárias, militares e professores universitários foram presos e vêm sendo mantidos em condições subumanas, recolhidos em estádios e prisões improvisadas. São cenas que lembram práticas de ditaduras, não de governos democráticos em legítima reação a atos de insurgência. As democracias contemporâneas dispõem de meios de proteção sem o apelo a práticas dessa natureza.

Para que se tenha ideia da gravidade da situação, há juízes do Tribunal Constitucional, da Corte de Cassação e de vários tribunais de apelação presos ou com paradeiro desconhecido, sem falar em membros do Ministério Público, advogados e professores de direito, alguns deles conhecidos dos autores deste artigo.

Coincidentemente, muitas dessas pessoas promoveram ações, julgaram processos ou escreveram artigos denunciando casos de corrupção e restrições a direitos fundamentais na Turquia. Autoridades militares que foram presas, entre elas o comandante da Força Aérea, têm aparecido em fotografias com visíveis marcas de espancamento, o que põe em dúvida a legitimidade dos métodos utilizados pelo governo turco após o fracasso do golpe.

Qualquer ameaça à ordem democrática há de ser combatida com veemência. É legítimo o uso da força necessária para reagir a grupos que se levantam contra o Estado de Direito. Não se enfrentam ataques armados à democracia com flores. Nada justifica a insurgência de forças militares contra governos legitimamente constituídos.

Por outro lado, prisões em massa, inclusive de juízes, sem individualização de condutas, destituídas de provas, atentam brutalmente contra regras elementares de direitos humanos. É muito preocupante, ainda, a ameaça de restabelecimento da pena de morte para alcançar os supostos envolvidos na tentativa de golpe.

Não se deve admitir que um incidente como o ocorrido na Turquia possa servir de pretexto para agressões indiscriminadas a opositores políticos e a membros do Judiciário.
Nesse contexto, mostra-se urgente e necessária uma manifestação firme por parte da comunidade internacional. A Comissão de Veneza, órgão consultivo do Conselho da Europa sobre questões constitucionais, e outros organismos já foram acionados para denunciar os abusos cometidos pelo governo turco.

O Tribunal Superior Eleitoral, o Ministério das Relações Exteriores e a Associação dos Magistrados Brasileiros expediram comunicados em favor dos direitos fundamentais das pessoas presas ou desaparecidas.

O repúdio a tentativas de golpe não se transmuda, portanto, em tolerância a atos arbitrários de governos legítimos. É essencial o respeito às leis como forma de preservação do Estado de Direito.

GILMAR FERREIRA MENDES, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), é presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)

JOSÉ ANTONIO DIAS TOFFOLI é ministro do STF (Supremo Tribunal Federal)

OTAVIO LUIZ RODRIGUES JUNIOR é professor doutor do Departamento de Direito Civil da Faculdade de Direito da USP

02/04/2016

Biografia bonsai de um anão moral

Serra_EUA

Faltou acrescentar alguns outros episódios paradigmáticos, que dão a exata dimensão do tamanho moral deste tarja preta no golpismo made in Rede Globo. José Serra é a também autor e beneficiário do Caso Lunus, do escândalos dos Irmãos Vedoin, dos Sanguessugas e da máfia das ambulâncias, da Alstom & Siemens, que o Rodrigo de Grandis, outro anão moral, engavetou. É o mesmo que estrelou nas telas da Globo o premiado documentário bolinha de papel 
São tantas e tão relevantes demonstrações de pouco apreço à verdade e ao Brasil, como prova o convescote de Foz do Iguaçu, onde prometeu entregar a Petrobrás à Chevron, que tem tudo para ser embalsamado pelos Grupos Mafiomidiáticos e vendido como soro no combate a Zika das urnas que abate sobre à direita hidrófoba!
Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão", "O domador de sonhos" e "Dragonfly" (lançamento setembro 2016).

Não vai ter Serra

1 de Abril de 2016

Pouco tempo depois de voltar, em 1982, do Chile, onde fez pós-gradução em Economia sem ter se graduado no Brasil, graças a uma lei chilena, José Serra logo ganhou a fama de pisar no pescoço até dos amigos para alcançar o poder. Ou seja: a presidência da República. Ganhou-a em São Paulo, onde foi secretário da Fazenda de Franco Montoro, por indicação de um de seus filhos.

Na primeira oportunidade em que vislumbrou a possibilidade de subir na escala política resolveu abandonar Montoro em pleno mandato e se ofereceu, em 1985 para ser ministro de Tancredo Neves.

A essa altura sua fama já ultrapassara as fronteiras de São Paulo. Tancredo, que era tudo menos bobo, desconfiado de que se o trouxesse ao governo ele conspiraria para tomar o seu lugar respondeu ao interlocutor, enquanto enrolava sua gravata, como de hábito: "Esse não, o Serra é arrogante e prepotente".

A segunda oportunidade veio em 1994, com a eleição de Fernando Henrique. Serra trabalhou dia e noite, principalmente à noite, como convém aos de sua estirpe para se tornar seu poderoso ministro da Fazenda, mas FHC, que não era menos bobo que Tancredo achou de bom alvitre colocá-lo num posto em que oferecesse menos perigo de golpeá-lo: ministro do Planejamento.

No segundo governo, mais uma vez Serra cobiçou a Fazenda. Mais uma vez foi rechaçado: ganhou o ministério da Saúde. E aporrinhava o chefe a toda hora, como relatou o cineasta Bruno Barreto, que recentemente produziu uma série com FHC para o Canal Brasil: "Ele está nadando de manhã, o Serra vem interromper ele! É louco, intempestivo do jeito que o Serra é. Deve ser bipolar. Não dorme". Fez o diabo para aparecer na mídia mais que seu chefe (como FHC já esperava) e se viabilizou como candidato à sua sucessão.

Na campanha presidencial sua fama de golpista somente fez aumentar. Convencido de que perderia se percebessem que era o candidato de quem era (FHC estava com a popularidade no chão) não vacilou em golpear o amigo: escondeu-o acintosamente em toda a propaganda eleitoral. Fez de conta que Fernando Henrique e seu governo não existiram.

Mas não adiantou: perdeu para Lula, o metalúrgico, episódio que deu início ao seu ressentimento com o PT.

Mais adiante, golpeou seus próprios companheiros de partido, aliando-se, em 2004, nas eleições a prefeito de São Paulo a um ex-discípulo de Paulo Maluf chamado Gilberto Kassab. Ganhou a eleição. Logo em seguida, deu golpe nos seus eleitores, abandonando a prefeitura para se candidatar, em 2006, a governador, um magnífico trampolim para chegar aonde queria: a presidência da República.

E deixou a prefeitura nas mãos do ex-malufista.

Em 2010 de novo cobiçou o Planalto e mais uma vez foi derrotado nas urnas, dessa vez por Dilma Rousseff.

O seu rancor em relação ao PT duplicou. Perdeu para o partido pela segunda vez e – mais do que isso – para uma mulher.

Por essa época, além da fama de pisar no pescoço dos amigos ele acrescentou outra: a de desrespeitar as mulheres.

No posto de governador de São Paulo, costumava comparecer à tribuna de honra do Estádio do Pacaembu, para assistir aos jogos do Palmeiras em companhia não da primeira-dama, a chilena Mônica Allende, dançarina do Ballet Nacional do Chile e parente distante de Salvador Allende, que conhecera em 1966, no "exílio", como seria de esperar, mas de uma jovem política do PT, muito simpática e atraente, palmeirense como ele, que conduzia em seu carro oficial.

Nunca ficou claro qual era a relação entre eles. Até que, em 2013, ele e Mônica se separaram.

No dia 10 de dezembro de 2015 seu viés machista manifestou-se mais uma vez. Durante um encontro social, na casa do senador Eunício de Oliveira, em Brasília, ele, agora senador, aproximou-se de uma rodinha e de chofre disparou para a ministra da Agricultura Kátia Abreu:

– Dizem que você é muito namoradeira!

Indignada, Kátia, recém-casada, devolveu com uma coleção de impropérios e uma taça de vinho no seu rosto. E declarou que Serra era conhecido no mundo político por fazer comentários "inapropriados".

Para não perder o costume, na recente disputa pela indicação do candidato do partido a prefeito de São Paulo, deu um golpe em José Aníbal, que o ajudou a se eleger e é seu suplente de senador para apoiar seu rival Andrea Matarazzo.

A mais recente incursão no quesito "pisar no pescoço das mulheres" deu-se há poucos dias.

Em companhia do ministro Gilmar Mendes, que vai passar à história do STF como aquele que concedeu dois habeas-corpus instantâneos ao banqueiro Daniel Dantas, preso por, entre outros delitos, oferecer suborno a um policial federal durante a Operação Satiagraha, que o investigava, de Dias Toffoli, o Robin de Mendes e de Aécio Neves, neto de Tancredo, Serra foi a Lisboa com o objetivo de falar mal da presidente Dilma, insistindo em seu intento de apear do poder o partido que o derrotou duas vezes e a mulher que o derrotou uma. Repetindo o que no ano passado dissera em entrevista à Jovem Pan, afirmou que "se os militares não fossem tão fracos como são hoje ela já teria caído".

Não satisfeito em ser lembrado por ter se submetido a uma tomografia computadorizada após ser atingido na cabeça por uma dilacerante bolinha de papel, o que só percebeu vinte minutos depois, quando o avisaram por telefone, durante a campanha presidencial de 2010, tudo indica que também ficará marcado por se aliar ao pior do pior da política brasileira em 2016, na criação de um impeachment sem crime de responsabilidade, que até o nada petista ministro Marco Aurélio Melo, do STF, já classificou de golpe.

De tanto tentar golpear os amigos, o partido, as mulheres e os que o derrotaram nas urnas, golpe já virou sinônimo de Serra.

E, tal como daqui para a frente não vai ter golpe, também não vai ter Serra.

Não vai ter Serra | Brasil 24/7

30/07/2015

Paulo Preto, podemos tirar ser achar melhor

Por que o jornalismo tarja preta tem urticária quando ouve o nome de Paulo Preto? Por que significaria tocar na hagiografia de José Serra e demais membros do panteão tucano.

Como sabemos, na velha lição do deputado gaúcho do PSDB, Jorge Pozzobom, o PSDB ganhou imunidade judicial para roubar. Tanto que a trupe da CBF e até o Eduardo CUnha já estão providenciando filiação ao PSDB como forma de não mais serem importunados por inoportunas perseguições judiciais….

Diante das obscenas parcialidades da velha mídia e da parcela do Poder Judiciário caudatário dos interesses midiáticos, o negócio é rir. Rir para não chorar. Como diria a Marta Suplicy, a nova musa do PCC, o negócio é relaxar e gozar. Gozar, apesar do excrementos em forma de jornalismo, jogados na nossa cara, como se fôssemos estátuas sem compreensão e sentimento. A seletividade dos assoCIAdos do Instituto Millenium é maior prova de que não combatem a corrupção, combatem, sim, a concorrência na corrupção.

Não admira que os velhos grupos mafiomidiáticos estejam se decompondo em praça pública. Como afogados, se grudam em qualquer merda para não afundarem.

As relações de Paulo Preto com as empresas investigadas na Lava Jato

qua, 29/07/2015 – 20:22

Por esquiber

Nassif,  acho que temos obrigação de contribuir com as investigações da Lava Jato apontando para Moro um arrecadador tucano que ficou esquecido, apagado pela poeira do tempo. Trata-se do engenheiro Paulo Vieira de Sousa, vulgo Paulo Preto, que segundo reportagem da Istoé,  "possuía relações estreitas com as empreiteiras Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS, Mendes Júnior, Carioca e Engevix." As mesma investigadas na Lava Jato, com exceção da carioca.

Paulo Preto teria sumido com quase 5 milhões em dinheiro vivo da campanha tucana a presidente de José Serra, dinheiro arrecadado de empreiteiras. Moro talvez ignore este fato, embora não esqueça de João Vaccari Neto, o qual mantém trancafiado por razões de campanha de 2010, a mesma que Paulo Preto apareceu numa citação pra lá de criminosa.

Nos tempos áureos de Paulo Preto, "em São Paulo, foi responsável pela medição de obras e pagamentos a empreiteiras contratadas para construir o trecho sul do Rodoanel, que custou 5 bilhões de reais, a expansão da avenida Jacu-Pêssego e a reforma na Marginal do Tietê, estimada em 1,5 bilhão, diz reportagem de Carta Capital, assinada por Cynara Menezes.

Quando é que Moro vai mandar prender Paulo Preto para que este faça uma delação premiada contando tudo que sabe sobre as relações das empreiteiras com os governos tucanos? Corrupção de empreiteira só é crime se for no governo federal?

Da Carta Capital

Quem é Paulo Preto

por Cynara Menezes

Levada à campanha por Dilma Rousseff, a história do ex-diretor da Dersa causa constrangimento no tucanato e gera versões desencontradas de Serra

Na noite do domingo 10, ao fim do primeiro bloco do debate da TV Bandeirantes, o mais acalorado da campanha presidencial até agora, cobrada pelo adversário tucano José Serra sobre as denúncias contra a ex-ministra Erenice Guerra, a petista Dilma Rousseff revidou: “Fico indignada com a questão da Erenice. Agora, acho que você também deveria responder sobre Paulo Vieira de Souza, seu assessor, que fugiu com 4 milhões de reais de sua campanha”. Serra nada disse – ou “tergiversou”, como acusou a adversária durante todo o encontro televisivo –, e o País inteiro ficou à espera de uma resposta: quem é Paulo Vieira de Souza?

Numa eleição em que o jornalismo dito investigativo só atuou contra a candidata do governo, Dilma Rousseff serviu como “pauteira” para a imprensa. O pauteiro é quem indica quais reportagens devem ser feitas – e, se não fosse por causa de Dilma, Vieira de Souza nunca chegaria ao noticiário. Nos dias seguintes ao debate, finalmente jornais e tevês se preocuparam em escarafunchar, mesmo sem o ímpeto habitual quando se trata de denúncias a atingir a candidatura governista, um escândalo que envolvia o tucanato. A acusação contra Vieira de Souza, vulgo “Paulo Preto” ou “Negão”, apareceu pela primeira vez em agosto, na revista IstoÉ.

No texto, que obviamente teve pouquíssima repercussão na época, o engenheiro Paulo Preto era apontado como arrecadador do PSDB e acusado pelos próprios tucanos de sumir com dinheiro da campanha. “Como se trata de dinheiro sem origem declarada, o partido não tem sequer como mover um processo judicial”, dizia a reportagem, segundo a qual o engenheiro possuía relações estreitas com as empreiteiras Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS, Mendes Júnior, Carioca e Engevix.

Após a citação feita por Dilma, os jornalistas cuidaram de cercar Serra para tentar extrair a resposta que ele não deu no debate. De saída, o candidato disse não conhecê-lo. “Eu não sei quem é o Paulo Preto. Nunca ouvi falar. Ele foi um factoide criado para que vocês fiquem perguntando”, declarou, na segunda-feira 11.

No dia seguinte, ameaças veladas feitas pelo ex-arrecadador em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo foram capazes de refrescar a memória de Serra. “Não somos amigos, mas ele me conhece muito bem. Até por uma questão de satisfação ao País, ele tem de responder. Não tem atitude minha que não tenha sido informada a ele”, disse Paulo Preto. “Não se larga um líder ferido na estrada em troca de nada. Não cometam esse erro.”

A partir da insinuação de que o já apelidado “homem-bomba do tucanato” possui fartos segredos a revelar, Serra não só se lembrou do desconhecido como o defendeu e o elogiou. “A acusação contra ele é injusta. Não houve desvio de dinheiro de campanha por parte de ninguém, nem do Paulo Souza”, afirmou o tucano, fazendo questão de dizer que o apelido “Preto” é preconceituoso. “Ele é considerado uma pessoa muito competente e ganhou até o prêmio de Engenheiro do Ano (em 2009). Nunca recebi nenhuma acusação a respeito dele durante sua atuação no governo.”

O último cargo público do engenheiro em governos do PSDB foi como diretor de engenharia da empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), cargo do qual foi demitido em abril, poucos dias após Serra se lançar à Presidência. Mas sua folha de serviços prestados ao PSDB é extensa. Há 11 anos ocupava cargos de confiança em governos tucanos e era diretor da Dersa desde 2005, primeiro nas Relações Institucionais e depois na engenharia, nomeado por Serra. Trabalhou no Palácio do Planalto durante os quatro anos do segundo governo Fernando Henrique Cardoso como assessor especial da Presidência, no programa Brasil Empreendedor Rural. Em São Paulo, foi responsável pela medição de obras e pagamentos a empreiteiras contratadas para construir o trecho sul do Rodoanel, que custou 5 bilhões de reais, a expansão da avenida Jacu-Pêssego e a reforma na Marginal do Tietê, estimada em 1,5 bilhão.

Quem levou Vieira de Souza para o Planalto foi Aloysio Nunes Ferreira, recém-eleito senador pelo PSDB, de quem Paulo Preto se diz amigo há mais de 20 anos. Ferreira dispensa apresentações. Em 3 de outubro foi o candidato ao Senado mais votado do Brasil, depois de ter sido chefe da Casa Civil no governo paulista.

De acordo com a IstoÉ, familiares de Vieira de Souza chegaram a emprestar 300 mil reais para Ferreira, quantia -assumidamente utilizada pelo novo senador para quitar o pagamento do apartamento onde vive, em Higienópolis. O engenheiro mantém, aliás, um padrão de vida elevado, muito acima de quem passou boa parte da carreira em cargos públicos. É dono de um apartamento na Vila Nova Conceição em um edifício duplex com dez vagas na garagem, sauna privê e habitado por banqueiros e socialites. Pela média de preços da região, um apartamento no prédio não custa menos de 9 milhões de reais.

Vieira de Souza foi demitido da Dersa oito dias após aparecer ao lado de tucanos graduados na festa de inauguração do Rodoanel e atribuiu sua saída a diferenças de estilo com o novo governador, Alberto Gold-man, que assumiu na qualidade de vice.

Goldman parecia, de fato, incomodado com a desenvoltura, para dizer o mínimo, de Paulo Preto no governo, e deixou esse descontentamento claro em um e-mail enviado a Serra, em novembro do ano passado, no qual acusava o então diretor da Dersa de ser “vaidoso” e “arrogante”, como revelou a Folha de S.Paulo. “Parece que ninguém consegue controlá-lo. Julga-se o Super-Homem”, escreveu o atual governador na mensagem ao antecessor, também encaminhada ao secretário estadual de Transportes, Mauro Arce. Mas Paulo Preto só deixou o governo quando Serra saiu.

Dois meses após sua exoneração, em junho, Vieira de Souza seria preso em São Paulo, acusado de receptação de joia roubada. O ex-diretor da Dersa alega ter comprado de um desconhecido um bracelete de brilhantes da marca Gucci por 18 mil reais. Ao levar a joia a uma loja do Shopping Iguatemi para avaliar se era verdadeira, foi preso em flagrante, após ser constatado pelo gerente que o objeto havia sido furtado ali mesmo no mês anterior. Solto no dia seguinte, passou a responder à acusação em liberdade. Hoje, ele atribui o imbróglio a “uma armação”.

Seu nome aparece ainda na investigação feita pela Polícia Federal que resultou na Operação Castelo de Areia. Na ação, -executivos da construtora Camargo Corrêa são acusados de comandar um esquema de propinas em obras públicas. A empresa nega. No relatório da PF há várias referências ao trecho sul do Rodoanel, responsabilidade de Paulo Preto, que teria recebido quatro pagamentos mensais de 416 mil reais da empreiteira. Vieira de Souza também nega. “A mim nunca ninguém entregou absolutamente nada. O lote da Camargo Corrêa na obra era de 700 milhões de reais e a obra foi entregue no prazo, só com 6,52% de acréscimo. É o menor aditivo que já houve em obra pública no Brasil.”

À revista Época, que publicou uma pequena reportagem sobre o caso em maio, Ferreira reconheceu a amizade antiga com Paulo Preto, mas negou ter recebido doações ilegais da construtora. Afirmou ainda que o Rodoanel foi aprovado pelos órgãos fiscalizadores. “O Rodoanel teve apenas um aditivo de 5% de seu valor total, um recorde para os padrões do Brasil”, disse o senador eleito. Atualmente, a operação Castelo de Areia encontra-se paralisada em virtude de uma liminar deferida pelo ministro Cesar Asfor Rocha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), até que seja julgado o pedido da defesa da Camargo Corrêa, que reclama de irregularidades na investigação.

O vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, que teria servido de fonte para a reportagem da IstoÉ, deu entrevista nos últimos dias na qual nega ter afirmado que Paulo Preto arrecadara, por conta própria, “no mínimo” 4 milhões de reais – o próprio engenheiro diz que esse número foi subestimado. Segundo Eduardo Jorge, não existe nenhum esquema de “arrecadação paralela”, o famoso caixa 2, entre os tucanos. Paulo Preto processa EJ, o tesoureiro-adjunto Evandro Losacco e o deputado federal reeleito José Aníbal, chamados por ele de “aloprados” por tê-lo denunciado à revista. Curiosamente, na entrevista à imprensa, Eduardo Jorge faz mistério sobre os nomes dos reais arrecadadores da campanha tucana, a quem chama de “fulano” e “sicrano”.

Na quinta-feira 14, a bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo entrou com uma representação no Ministério Público Estadual. Solicita uma investigação contra o ex-diretor da Dersa por improbidade administrativa. Além da acusação sobre os 4 milhões de reais arrecadados irregularmente para a campanha tucana, os parlamentares petistas acusam a filha de Paulo Preto, a advogada Priscila Arana de Souza, de tráfico de influência, por representar as empreiteiras que tinham negócios com a empresa pública desde 2006, quando o pai era responsável pelo acompanhamento e fiscalização das principais obras viárias do governo paulista, como o Rodoanel e a Nova Marginal, vitrines da campanha tucana na corrida presidencial.

Documentos do Tribunal de Contas da União revelam que Priscila Souza era uma das advogadas das empreiteiras no processo que analisou as contas da construção do trecho sul do Rodoanel. Ao contrário do que disse o ex-chefe da Casa Civil de Serra, uma auditoria da empresa Fiscobras apontou diversas irregularidades na obra, entre elas um superfaturamento de 32 milhões de reais em relação ao contrato inicial, despesa que teria sido repassada ao Ministério dos Transportes, parceiro no projeto. A filha do engenheiro aparece ainda em uma procuração, datada de maio de 2009, na qual os responsáveis da construtora Andrade Gutierrez autorizam os advogados do escritório Edgard Leite Advogados Associados a representarem a empresa em demandas judiciais.

“Já havíamos encaminhado ao MP uma representação, em maio, pedindo investigação sobre a suposta arrecadação ilegal de dinheiro para a campanha tucana, com base nas denúncias da IstoÉ. Conversei com o procurador-geral, Fernando Grella, e ele me garantiu que a investigação foi aberta, mas corre em sigilo de Justiça, por ter sido anexada aos autos da Operação Castelo de Areia, que está suspensa”, disse o deputado estadual do PT Antonio Mentor.
Para o presidente estadual do PT, Edinho Silva, há indícios suficientes de uma relação “pouco lícita” entre o ex-diretor da Dersa e as construtoras. “Como pode a filha representar as mesmas empresas que são fiscalizadas pelo pai? O poder público não pode se relacionar dessa forma com a iniciativa privada”, afirmou Silva, recém-eleito deputado estadual. “Além disso, é preciso apurar essa história do dinheiro arrecadado ilegalmente pelo engenheiro. Quem denunciou isso não foi a gente, foi o PSDB, que não viu a cor do dinheiro e reclamou à imprensa.”

Por meio de nota, o escritório de -advocacia classificou de “inconsistentes e maldosas” as acusações do PT. “A advogada Priscila Arana de Souza ingressou no escritório em 1º de junho de 2006. O escritório presta, há mais de dez anos, serviços jurídicos a praticamente todas as empresas privadas que compõem os consórcios contratados para a execução do trecho sul do Rodoanel de São Paulo”, registra o texto.

Procurado por CartaCapital, Paulo Preto não foi encontrado. Seus assessores informaram, na quinta-feira 14, que o engenheiro estava viajando. Na entrevista que deu à Folha, o engenheiro insinuou que sua função era a de facilitar as doações de empresas privadas com contratos com o governo de São Paulo ao PSDB. “Ninguém nesse governo deu condições de as empresas apoiarem (sic) mais recursos politicamente do que eu”, disse. Isso porque, sustentou, cumpriu todos os prazos e pagamentos acertados com as empreiteiras nas obras sob seu comando.

Nos últimos dias, Serra tem se mostrado irritado com as perguntas de jornalistas sobre o tucano honorário Paulo Preto. Em Porto Alegre, na quarta-feira 13, chegou a acusar o jornal Valor Econômico de atuar em favor da campanha de Dilma Rousseff. Perguntado por um repórter do diário, o presidenciável disse que o veículo, pertencente aos grupos Folha e Globo, “faz manchete para o PT colocar no horário eleitoral gratuito”, evidenciando como se incomoda de provar do próprio remédio. O destempero deu-se minutos depois de o candidato declarar seu apreço pela liberdade de imprensa. Além do mais, a reclamação é estranha: as manchetes de jornais e capas de revistas com críticas e denúncias contra Dilma Rousseff são matéria-prima do programa eleitoral do PSDB.

No domingo 17, Dilma e Serra voltam a se enfrentar no debate promovido pela Rede TV! Ninguém espera que se cumpra o vaticínio frustrado de “paz e amor” dado pelos jornais antes do primeiro confronto. A petista vai, ao que tudo indica, continuar a questionar Serra sobre as privatizações do governo Fernando Henrique e insistirá na comparação dos feitos do governo Lula com aqueles de seu antecessor. Segundo a pesquisa CNT-Sensus divulgada na quinta 14, os entrevistados consideraram Dilma Rousseff a vencedora do debate na Band.

Durante o debate, Serra nem sequer defendeu a própria mulher, Mônica, apontada por Dilma como uma das líderes de uma campanha difamatória de cunho religioso contra o PT, ao declarar a um evangélico no Rio de Janeiro que a candidata governista “gosta de matar criancinhas”. O fez depois, em seu programa eleitoral, ao tentar assumir o papel de vítima (segundo ele, a adversária tinha partido para a baixaria e atacado até a sua família).

As relações de Paulo Preto com as empresas investigadas na Lava Jato | GGN

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