Ficha Corrida

13/11/2016

Afinal, é delação ou felação?

OBScena: operação Milhão da PF conduz, coercitivamente, o primeiro a ser comido 

Milhão da PF

Há tanto nonsense nesta República das Bananas que a melhor saída, não é o aeroporto, é rir. Até porque agora o aeroporto de Miami está interditado aos cucarachas.

Então, vida longa em terra brasilis aos vira-latas que adoram tirar os sapatos para entrarem nos EUA.

Um milhão é pouco milho pra tanto pato! Os 23 milhões do Tarja Preta serviria para manter o Movimento dos Bundões Liberados oCUpados. E ainda sobram os 220 milhões que Eduardo CUnha deixou aplicado enquanto passa uma temporada sob os cuidados da PF.

A cada dia que passa parece ficar mais claro que Macondo é aqui. Nem a melhor ficção do Gabo suplanta nosso realismo mágico.

Está no ar um enredo de fazer inveja à novela da família Buendia.

Ainda bem que as instituições estão funcionando. A OAB é um exemplo. Imagine se não estivessem?!

Não tenho provas mas tenho convicção, o que já foi uma OAB agora não passa de um OB, usado. Até a menstruação, quando é do PSDB, merece nota.

Retirem as crianças da sala que uma briga de bugio está por selar a união dos absorvente:  OB do Lamachia com o sempre livre das alterosas.

Vamos torcer, para evitar o constrangimento de mais powerpoints, para que logo apareçam os nomes de Dilma e Lula na boca de algum Buendia delator.

 

Assinatura no cheque de 1 milhão que pode derrubar Temer é de Aécio

12 de Novembro de 2016

O empresário Otávio Marques de Azevedo disse em sua delação que doou 1 milhão de reais de propina para a campanha da então candidata Dilma Rousseff à reeleição.

A campanha de Dilma demonstrou que esse recurso não foi entregue ao PT, mas num cheque ao então candidato a vice e agora presidente da República, Michel Temer.

O assunto se tornou pauta em alguns veículos e de repente a OAB nacional, presidida por Claudio Lamachia, emite a seguinte nota:

"É absolutamente necessário e urgente o esclarecimento a respeito do repasse de R$ 1 milhão para a campanha que elegeu a chapa Dilma-Temer em 2014. A sociedade precisa saber se esses recursos são legítimos ou fruto de propina. Outro ponto que precisa ser esclarecido é sobre qual conta foi usada para receber o dinheiro. A OAB acompanha com atenção os desdobramentos desse fato para cumprir com rigor sua função de defender os interesses da sociedade e o cumprimento da Constituição. Se necessário, a OAB usará de suas prerrogativas constitucionais para fazer valer os interesses da cidadania."

Parodiando Mino Carta, é do conhecimento até do mundo mineral que a Andrade Gutierrez sempre foi "a empreiteira do Aécio". Não porque ele fosse dono da mesma, mas porque seus "negócios" sempre foram majoritariamente realizados com ela.

A quem interessar possa, a Andrade Gutierrez foi a empreiteira que construiu a Cidade Administrativa de Minas. O custo, 1 bilhão de reais. Um investimento monstruoso para um governo do estado.

A despeito desse imenso negócio realizado com o então governador, quando da sua delação, Otávio Marques Azevedo, o presidente da Andrade Gutierrrez, não citou Aécio com beneficiário de propina.

Afirmou que os 20 milhões que doou ao então candidato a presidente em 2014 foi por vias legais, mesmo tendo uma série de mensagens absolutamente suspeitas trocadas com Oswaldo Borges, ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais, e apontado como tesoureiro informal do tucano.

As mensagens podem ser lidas nesta matéria do blogue do Fausto Macedo.

Aliás, também no blogue do Fausto Macedo pode-se ler as mensagens dos executivos da Andrade Gutierrez torcendo e fazendo campanha por Aécio.

Então por que um delator que doou 20 milhões para um candidato com qual teve um negócio de 1 bilhão foi lembrar de um cheque de 1 milhão que, segundo ele, havia sido dado a campanha de Dilma?

E como esse delator não se lembrava que havia repassado esses recursos num cheque exatamente para o agora presidente da República, Michel Temer, que era o então candidato a vice na chapa de Dilma?

Ingenuidade do delator? Um erro?

Sigamos um pouco mais então…

Como, de forma tão rápida, o presidente da OAB que foi convidado a cinco dias pelo PSDB de Aécio para discutir a reforma política, como se pode ver neste post da Veja emite um nota colocando Temer numa situação no mínimo constrangedora.

Evidente, caro Watson, o senador Aécio Neves é quem assina essa operação do cheque da propina para Temer.

Aécio desistiu de Temer e alguns de seus aliados mais próximos já não fazem mais de esconder isso nos corredores do Congresso.

Primeiro porque esperava mais do atual presidente. Esperava que lhe desse mais poder.

Segundo, porque Aécio, sabe que 2018 não será o seu ano se ficar esperando a caravana passar. Até porque a cada dia que passa a candidatura de Geraldo Alckmin fica mais forte dentro do PSDB.

E já deve ter feito as contas que conseguiria montar uma operação para ser um candidato viável numa eleição indireta no ano que vem.

O cheque do Temer, amigos, ainda vai render muitas histórias.

    Renato Rovai – Renato Rovai é editor da Revista Fórum

    Assinatura no cheque de 1 milhão que pode derrubar Temer é de Aécio | Brasil 24/7

    23/08/2016

    Fábula do pai que não reconhece seus filhos

    Justiça - pesos e medidas para Serra x LulaQuem mais poderia estar por trás da repentina conversão à legalidade? O maior político do STF, Gilmar Mendes, o “cria cuervos”.  Parece gritar: – que fique claro, vazamento só é admissível se for contra Lula, Dilma e o PT!

    Pela primeira vez, como constata a Folha hoje, um vazamento é usado para melar uma delação premiada. Luis Nassif profetizou o mesmo ontem, com a fábula do fruto da árvore envenenada. Para quem acompanha de perto os assuntos quentes de Brasília, Gilmar Mendes é onipresente. Em parceria com a Veja, vem ditando os rumos da política desde os tempos de FHC. À parceira Rede Globo cabe o papel de agente conversor, encarregada de arregimentar e adestrar a manada de bovinos para a causa plutocrática.

    Gilmar Mendes transita muito bem neste meio e o golpe paraguaio provavelmente não teria acontecido se ele não tivesse negado a nomeação de Lula para a Casa Civil. O que foi a dramatização do vazamento da gravação ilegal de Dilma e Lula, pela Rede Globo,  aos olhos acurados do analista político Gilmar Mendes? Com certeza algo muito diferente do que ele diz agora a respeito do Ministro Tóffoli. A pergunta que deveria ser feita, mas que por conveniência é silenciada, é o porque deste estrabismo analítico? Ao cabo, o que fica é a sensação de impotência, tal qual acontece quando chegamos em casa e constatamos que levaram tudo, inclusive nossa esperança de reaver os bens perdidos.

    A suruba política brasileira só é admitida para comer o PT, Lula e Dilma. Quando atinge a cleptocracia, a plutocracia reage com força, brandindo o tacape legal.

    Não é demais constatar. Não há Lula nem Dilma, por mais que tentam coagir e enxertar, na Lista de Furnas, na Lista Falciani, na Lista Odebrecht, no Panama Papers, na Operação Zelotes, na Lava Jato. Mas todos os golpistas e seus ventríloquos estão em todas as listas de corrupção. Este é o caldo que é servido no palco das decapitações. Como num Coliseu redivivo, o dedo oscila segundo a proximidade ou distância ideológica.

    Moral da história:  No Brasil do golpe paraguaio é nocivo um vazamento contra um Ministro, mas não é totalmente admissível um golpe contra 54 milhões de votos. Uma denúncia vazia causa revolta para quem acha normal um golpe contra a democracia.

    Vazamento de citação a Toffoli em delação abre crise entre STF e MPF

    23/08/2016 02h00, Mônica Bergamo, na FOLHA

    O vazamento de informações que envolvem o ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), na delação da OAS abriu uma crise entre a corte e o Ministério Público Federal. O ministro Gilmar Mendes diz que os magistrados podem estar diante de "algo mórbido que merece a mais veemente resposta".

    DO BEM
    Além de defender que seja investigada a possibilidade de os próprios procuradores terem vazado a citação a Toffoli, Mendes faz críticas contundentes a algumas das dez propostas de combate à corrupção elaboradas pelo Ministério Público Federal. "Eles estão defendendo até a validação de provas obtidas de forma ilícita, desde que de boa-fé. O que isso significa? Que pode haver tortura feita de boa-fé para obter confissão? E que ela deve ser validada?"

    PODER TOTAL
    Segue Mendes: "Já estamos nos avizinhando do terreno perigoso de delírios totalitários. Me parece que [os procuradores da Lava Jato] estão possuídos de um tipo de teoria absolutista de combate ao crime a qualquer preço".

    ALVO CERTO
    Sobre a citação a Toffoli feita pela OAS, ele afirma: "Não é de se excluir que isso esteja num contexto em que os próprios investigadores tentam induzir os delatores a darem a resposta desejada ou almejada contra pessoas que, no entendimento deles, estejam contrariando seus interesses".

    LINHAS TORTAS
    Para Mendes, decisões de Toffoli que davam liberdade a réus da Lava Jato e que fatiavam as investigações "contrariaram [os procuradores] a tal ponto que alguns deles chegaram a escrever um artigo na Folha [em 3 de julho] achincalhando o ministro".

    *

    O texto criticava decisão do magistrado de libertar o ex-ministro Paulo Bernardo, da Comunicação.

    08/08/2016

    Outro mau negócio: Odebrecht comprou pato por Serra

    Filed under: Delação Premiada,José Serra,Odebrecht,Paulo Preto,PSDB,Tarja Preta — Gilmar Crestani @ 9:14 am
    Tags:

    Tanto mais procuram pelas digitais de Lula, mais encontram as dos parceiros ideológicos. Do primeiro a ser comido a José Serra, sem falar na Brasif de FHC, o PSDB é completo é o por inteiro o teúdo e manteúdo da corrupção. O PSDB, não fosse a blindagem que goza na plutocracia, não existiria sequer pra lotar um Fiat 147.

    Isso explica o ódio da cleptocracia ao PT, a Dilma e Lula. E há uma “boa” explicação: enquanto caçam Lula, Dilma e o PT, a quadrilha pode continuar atuando, a ponto de perpetrarem um golpe paraguaio. Sim, viu-se muito político blindado, do PMDB e do PSDB, na Lista de Furnas, na Lista Falciani, na Lista Odebrecht, no Panama Papers, em Liechtenstein. Só não se viu Dilma e Lula!

    Embora seja trágico, não há como não citar o hilário Barão de Itararé: “Homem que se vende sempre recebe mais do que vale”…

    Odebrecht comprou Cerra por R$ 34 milhões

    A propina era entregue aqui e "lá fora"…

    publicado 07/08/2016

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    Saiu na Fel-lha:

    O Padim Pade Cerra recebeu da Odebrecht aqui e lá fora o que, em dinheiro de hoje, equivale a R$ 34,5 milhões!

    É um guloso!

    Recebeu para a campanha presidencial (e a derrota fulgurante) de 2010.

    As doações "legais" eram a décima parte do "por fora".

    Recebeu também uma mixaria pelas obras do "Roubanel Tungano", quando foi "governador" de SP.

    Cerra está incurso na Lista de Furnas e nos múltiplos esquemas do metrô de São Paulo – em que os MPs e a Justiça não conseguem encanar ninguém.

    O Conversa Afiada sustenta que Cerra deve ser um dos homens mais ricos do Brasil.

    Entre outros motivos, porque ele é suspeito de roubar desde quando foi Secretário do Planejamento do Governo Montoro, em 1983, em São Paulo.

    São 33 anos de militância suspeita, segundo a denúncia do então deputado Fábio Bierrembach.

    Como se sabe, então, Bierrembach chamou Cerra de ladrão, Cerra o processou, o Juiz Walter Maierovitch concedeu a Bierrembach a "exceção da verdade" e Cerra impediu a Justiça de provar que ele não era ladrão…

    Precisa desenhar, amigo navegante?

    Ontem, a Veja – a Veja! – mostrou que o Temer e seu fiel escudeiro, aquele a quem o ACM se referia como o Eliseu "Quadrilha", também recebiam dinheiro (vivo!) da Odebrecht.

    A denúncia da repórter Bela Megale, da Fel-lha, certamente provocará o primeiro fenômeno extra-terrestre dessa Olimpíada: o olho direito do Cerra sairá de órbita em direção ao espaço sideral!

    Em tempo: ah … é disso que ele vive!

    (Em parte…)

    PHA

    Odebrecht comprou Cerra por R$ 34 milhões — Conversa Afiada

    Carta aberta a José Serra & CIA

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    ‘O que o senhor tem a dizer dos 23 milhões da Odebrecht?’: carta aberta a Serra. Por Paulo Nogueira

    Postado em 07 Aug 2016 – por : Paulo Nogueira

    Corrupto e inepto

    Esta é mais uma das Cartas aos Golpistas. No futuro, elas poderão ser reunidas num livro para recapitular o golpe de 2016. O destinatário da presente carta é o chanceler José “23 milhões” Serra.

    Caro Serra: imagino que você tenha passado este domingo no telefone. Não para tratar de assuntos nacionais, mas para resolver problemas pessoais.

    Se conheço você, você telefonou para todos os donos de empresas jornalísticas para uma operação abafa. Você sempre fez isso na vida: procurar os barões da imprensa para garantir um noticiário amigo, fraternal, positivo.

    Não foi fácil, para quem sempre foi protegido, acordar com a notícia de que Marcelo Odebrecht lhe deu 23 milhões de reais em caixa 2 nas eleições de 2010.

    Quer dizer: 23 milhões em dinheiro da época. Hoje, são quase 35 milhões.

    Você batizou sites independentes como “blogs sujos”. Sujo mesmo é este dinheiro, chanceler, que é apenas parte de um todo colossal.

    É um dinheiro viajado. Ele percorreu rotas no exterior para não ser detectado e não pagar imposto, um expediente tão comum entre os plutocratas brasileiros e seus fâmulos, como você.

    Sim, você é um fâmulo da plutocracia, a exemplo de seus companheiros de partido Aécio, FHC e Alckmin.

    E é também a pior espécie de corrupto. O demagogo, o cínico, o hipócrita, aquele que à luz do sol brada contra a corrupção e na escuridão faz horrores.

    Penso em seu caso e lembro o de Feliciano, o pastor. O moralista inflamado que pregou castração química para estupradores está no centro de um escândalo de tentativa de estupro. O mesmo homem tão intolerante em relação à vida sexual alheia escreveu, segundo um print gravado pela acusadora, que a “carne é fraca”.

    Sim, a carne é fraca, chanceler. Nos faz desejar não apenas corpos, como aparentemente foi o caso do pastor, mas também cargos acima de nosso talento e de nossas possibilidades.

    É seu caso.

    Há muitos anos você trava um duelo de vontades com os brasileiros em torno da presidência da República. Você acha que nasceu para ser presidente não se sabe com base em que: votos não. Você não tem votos para tanta ambição, e nem competência. Você não foi capaz de conter sequer os pernilongos quando prefeito de São Paulo.

    Em sua louca cavalgada presidencial, você chegou até a simular ter sido vítima de um atentado. Foi o infame Atentado da Bolinha de Papel. Nem a Globo, que contratou um especialista para confirmar a mentira, conseguiu evitar que o episódio passasse para a história como uma das maiores trapaças de uma campanha presidencial.

    E agora, para culminar uma carreira sórdida, você é um dos baluartes do golpe.

    Volto à expressão que você usou para designar os sites independentes. Não apenas um golpista — mas um golpista sujo.

    Sinceramente.

    Paulo

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    Paulo Nogueira

    Sobre o Autor

    O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

    Diário do Centro do Mundo ‘O que o senhor tem a dizer dos 23 milhões da Odebrecht?’: carta aberta a Serra. Por Paulo Nogueira

    23/07/2016

    Delação Premiada

    Filed under: Amarildo,Delação Premiada,Nelma Kodama — Gilmar Crestani @ 3:22 pm
    Tags:

    OBScena: prisão do delator Sérgio Machado & Nelma Kodama, a Têmis da atualidade

    Delação Premiada Nelma Kodama

    MC Carol

    Sete da manhã

    Muito tiro de meiota

    Mataram uma criança indo pra escola

    Na televisão

    A verdade não importa

    É negro, favelado, então tava de pistola

    Cadê o Amarildo?

    Ninguém vai esquecer

    Vocês não solucionaram a morte do DG

    Afastamento da polícia é o único resultado

    Não existe justiça

    Se assassino tá fardado

    Três dias de tortura

    Numa sala cheia de rato

    É assim que eles tratam o bandido, favelado

    Bandido rico e poderoso

    Tem sala separada

    Tratamento VIP e delação premiada

     

    Diário do Centro do Mundo "Delação Premiada": MC Carol, e não Chico ou Caetano, faz a trilha sonora do momento político do Brasil. Por Kiko Nogueira

    03/07/2016

    Aécio vira pó para consumo próprio

    AécioAécio Neves é mais blindado que carro de traficante. Tem mais proteção que presidente dos EUA. De repente, parece que Aécio colocou o Anel de Sauron, para que o deixa invisível aos olhos das autoridades, mas também nas múltiplas plataformas com que a plutocracia protege seus cleptocratas. Bem, se até Perrella chega a Ministro, é porque, para ladrões contumazes há sempre uma dificuldade de quem lucra com isso.

    Tudo fica muito claro na comparação das acusações que pesam contra Dilma e contra Aécio. Aliás, nestas horas Aécio parece continuar em segundo, só atrás do seu parceiro de golpe, Michel Temer.

    Digo mais, diante da velha mídia, a começar pela Rede Globo, gente como Aécio, Temer e CUnha são café pequeno. Estes o voto pode tirar, mas o golpismo incrustrado na velha mídia, não.

    E se hoje somos governados por uma quadrilha com ramificações internacionais, o início se deu com a dificuldade do Napoleão das Alterosas em aceitar que o resultado do TSE. Instado pela plutocracia, Aécio partiu para acusações de todas ordem contra Dilma. E todas eram ecoadas pelos seus parceiros do Instituto Millenium. Ninguém cobrava prova do que Aécio Neves dizia. Hoje sabemos porquê. Só não sabemos porque, diante de tantas provas, Andrea Neves ainda não foi coercitada

    Mágica da mídia faz Aécio desaparecer em meio à enxurrada de denúncias

    02 de julho de 201602 de julho de 2016 Bajonas Teixeira

    (Foto: Foto George Gianni)

    Por Bajonas Teixeira de Brito Junior, colunista de política do Cafezinho.

    Aécio Neves é o presidente do maior partido de oposição ao governo Dilma, o PSDB, foi o segundo candidato mais votado nas últimas eleições presidenciais e, além disso, esteve à frente das manifestações pelo impeachment e do processo que levou ao governo interino de Michel Temer. No entanto, como se fosse um cidadão comum, Aécio some da mídia, não se posiciona a respeito da política econômica e se cala sobre as questões decisivas num momento crítico da história do país.

    Em outros lugares, a opinião pública não aceitaria esse desaparecimento porque um líder político não pode simplesmente abandonar suas responsabilidades e esconder-se. Ele seria acusado de deserção. Um batalhão de repórteres estaria no encalço de Aécio, dia e noite, como um pelotão de busca atrás de um general desertor. Sobretudo, ele não poderia se furtar de prestar contas à sociedade e aos seus eleitores sobre tantas denúncias, que se agravam por virem de denunciantes diferentes (Sérgio Machado, Pedro Corrêa, Léo Pinheiro, Delcídio do Amaral).

    No Brasil, ao contrário, o chá de sumiço é a estratégia mais corriqueira e manjada dos políticos acusados de corrupção. Foi o que fez Sérgio Cabral Filho, governador do Rio, quando muitas nuvens negras se acumularem sobre a sua praia. No entanto, no caso do Sérgio Cabral, a Globo profanou o seu recolhimento, e uma indiscreta matéria da revista Época colou o dedo na sua ferida. O título da matéria já disse quase tudo: Cabral exigiu 5% de propina nas obras do Maracanã, dizem delatores. Irônico, o texto começou assim:

    “Desde que deixou o cargo de governador do Rio, há pouco mais de dois anos, Sérgio Cabral tornou-se um político recluso.  Suas aparições públicas são raras e nada se sabe sobre como passa seus dias.”

    A matéria passou o pente fino nas denúncias de transgressões associadas ao nome do ex-governador. Mas e Aécio? Aécio vai muito bem, obrigado, porque a mídia o deixa no conforto do limbo oculto num véu de invisibilidade. Tudo indica que dificilmente será desalojado daí.

    Com as inúmeras denúncias dirigidas a Aécio desde 2014, a começar pelo aeroporto em terras do tio-avô, tudo se passou em brancas nuvens flutuando num céu de brigadeiro. Só recentemente, e muito aos poucos, as denuncias foram ganhando maior visibilidade, e isso mais por conta da PGR de Rodrigo Janot do que por força da responsabilidade da mídia de informar.  De todo modo, o acúmulo de denúncias nas últimas semanas obrigaram  Aécio Neves a mergulhar mais fundo no submundo da invisibilidade.

    O mês de junho de 2016 mostrou-se excepcionalmente rico em denúncias de corrupção envolvendo Aécio Neves e de denuncias, o que é pior, sacralizadas pelo selo de “delações premiadas”. Assim, na delação premiada do ex-deputado condenado no mensalão e na Lava Jato, Pedro Corrêa (PP-PE), Aécio surge como indicando diretores da Petrobras, já Sérgio Machado apontou seu envolvimento em pagamentos, com recursos provenientes da corrupção naturalmente, para financiar deputados e eleger-se presidente na Câmara Federal em 2001. Por fim, o empreiteiro Léo Pinheiro, sócio e ex-presidente da OAS, afirma que pagou propina a auxiliares de Aécio.

    Apesar dos pesares, embora a situação de Aécio tenha se complicado extraordinariamente, não se levantou na mídia um clima de caça às bruxas, de linchamento moral e político, semelhante ao que ocorreu com Lula, no momento da sua indicação para o ministério, quando a Globo mobilizou até o STF para vociferar raivosamente contra um ex-presidente da república.

    O tratamento ameno e amigável, em que as manchetes aparecem para sumirem instantes depois dos portais, não deixa espaço para o teatro da indignação escandalizada.

    Além disso, em diversos momentos, a mídia sai em defesa de Aécio, sempre de forma indireta, seja através da apresentação de sua figura como a de um líder prestigiado no meio político, seja dando ressonância a defesas, como a recente de FHC garantindo que Aécio nunca pediu a ele cargos de diretores na Petrobras.

    O silêncio de alta densidade, sobretudo, que permite a Aécio sumir das manchetes por tempo indeterminado constitui a principal forma de proteção que a mídia tem concedido a ele. O presidente do PSDB pode estar afundando aos poucos num pântano de descrédito, mas não é vítima nem do ódio generalizado embora relativamente ameno, que o país devota hoje a Eduardo Cunha, nem do ódio virulento cristalizado em certos segmentos da classe média contra Lula. A mídia o tem resguardado contra isso.

    Bajonas Teixeira de Brito Júnior – doutor em filosofia, UFRJ, autor dos livros Lógica do disparate, Método e delírio e Lógica dos fantasmas, e professor do departamento de comunicação social da UFES.

    Mágica da mídia faz Aécio desaparecer em meio à enxurrada de denúncias – O Cafezinho

    16/06/2016

    Entenda porque Lula deve ser caçado como um cão sarnento

    Existe força tarefa para investigar Lula, seus filhos, netos e amigos. Não sobrou ninguém nem para reunir as informações já entregues de mão beijada pela Suíça e pelos delatores sobre a cleptocracia que tomou de assalto o Planalto Central. Aliás, pari passu com o “Somos Todos CUnha” deveria haver um “Somos Todos Rodrigo De Grandis”. Não está na hora dessa gente devolver todo dinheiro gasto nestes anos todos de caça ao grande molusco? São mais de dez anos de monitoramento, investigação, grampeamento, condução coercitiva, recolhimento de computadores e documentos sem que haja uma única denúncia juridicamente válida?

    Qualquer pessoa neste mundo que passasse dez anos sendo investigada teria algum indício de algum mau procedimento. Mas ninguém, em qualquer parte do mundo e em qualquer tempo, mantém tamanha obsessão. Então, a única coisa que me vem a mente para explicar esta caça obsessiva, é o ódio de classe. A construção do ódio social pela velha mídia, capitaneada pela Rede Globo e levado ao paroxismo pela Veja, tem uma explicação: criar uma cortina de fumaça para que nada aconteça a quem usa heliPÓptero para traficar. Não haja investigação sobre coronéis como Michel Temer, FHC, José Sarney, Renan Calheiros, Eduardo CUnha. Enquanto perseguiam Lula e sua família, esses larápios dilapidavam o patrimônio público. Ao invés de dar força à Dilma para continuar investigando, detonaram-na diuturnamente nos múltiplos veículos a serviço dos patos da FIESP.

    Compare-se o que já existe a respeito do Aécio Neves e o que dizem do Lula! Não há termo de comparação. Mas o Napoleão das Alterosas é tratado como se fosse um príncipe herdeiro da Casa Windsor. Já passam de 15 delações apontando Aécio Neves, a ponto do Sérgio Machado, que militou no PSDB, dizer que todo mundo conhece os esquemas do toxicômano, e que seria o primeiro a ser comido… Agora se descobre que foi Aécio quem inventou o esquema também posto em prática por Eduardo CUnha. Aliás, falar em compra de deputado, no PSDB, desde a reeleição de FHC, é redundância. E nada. Apesar da longa ficha corrida, continua livre, leve e solto, cantando desabridamente, tá tranquilo, tá favorável… A pergunta que quer calar é até quando Gilmar Mendes conseguirá blindar Aécio?!

    Mas há um ponto favorável na blindagem do Aécio pela plutocracia. Graças aos esforço hercúleo com que o protegem pode-se saber quem faz parte dessa cleptocracia. Ao blindarem e darem voz ao playboy mimado, chegou-se ao golpe que derrubou uma pessoa honesta. E por ser honesta. Agora, com as delações, fica-se sabendo que todas as listas que apareceram eram, como se dizia antigamente, fichinha… Temos de agradecer a obsessão em derrubarem Dilma e caçarem Lula a revelação desta imensa matilha, ou seria quadrilha, que sempre contou com a proteção da Rede Globo e sua filias, e a leniências das instituições que estão obcecadas pela prisão do Lula. Não importa que todos estes esquema de corrupção tenham surgido e se profissionalizados nas duas gestões de FHC, importa jogar a culpa pra cima do Lula. Sobejam informações de como foi montada a captura de FHC pela Rede Globo, via Miriam Dutra. A tal ponto que um gran tucano, Semler, ter escrito há já mais de ano, que nunca se roubou tão pouco. Mas, não, os pedalinhos dos filhos e netos do Lula são prova que a compra da reeleição é culpa do Lula, que os esquemas de corrupção na Petrobrax ainda nos governos FHC eram do conhecimento do Lula.

    Cai o circo da hipocrisia. Todo mundo lá. Menos Dilma e e Lula, não é?

    Por Fernando Brito · 15/06/2016

    delata

    Não há muito o que dizer depois da divulgação do depoimento de Sérgio Machado, ex-diretor da Transpetro.

    A fábrica de salsichas de política real foi aberta e viu-se a massa que mistura o são e o nojento na formação da pasta que a compõe.

    Há de tudo ali: dinheiro que serviu para o enriquecimento pessoal, recursos que serviram para comprar apoio do outros políticos, verbas para campanhas eleitorais milionárias e trocados para campanhas modestas, num cenário de mercantilização das eleições fez centenas de milhares de reais serem quantias modestas.

    Há a corrupção histórica, própria dos canalhas e é a corrupção inevitável feita por um sistema eleitoral em que é – ou era – “legal” que um candidato pudesse receber milhares ou milhões de reais de uma empresa.

    Ainda não é o pior, porque o pior está por vir.

    Abriu-se a caixa de Pandora e a vintena da lista de Machado não é nada perto do que, se o fizerem, do rol que sairá das delação das empreiteiras.

    Mas já coloca Michel Temer na situação de explicar, aos gaguejos, que não pediu e, adiante, ser desmentido com a prova do encontro com Machado. Tanto que que saiu pela tangente, dizendo que não pediu doações ilegais. Ilegais.

    Renan, Sarney, Jucá, os sócios “beneméritos” da lista, ganhavam mesada. Os “esquerdistas” ganhavam uma “merreca”, na forma de doação. “Os políticos sabiam que o dinheiro vinha de empresas que prestavam serviços à Transpetro”, diz Machado para justificar colocar todos no mesmo saco.

    Aécio sai com  trechos da delação colados em sua testa, pela farta distribuição de dinheiro a seus aliados e a “bolada” destinada a ele, pessoalmente, vinda daqui e do exterior.

    Mas há dois nomes importantes.

    Não por estarem na lista, mas por não estarem citados em momento algum.

    Nomes que eram, diretamente, os responsáveis por manter Sérgio Machado no cargo, ainda que indicado pelo PMDB.

    São exatamente Lula e Dilma.

    Apontados como vilões, são dos poucos a quem, mesmo os delatores mais dispostos a tudo para salvar a pele, não apontam o recebimento de vantagem em dinheiros.

    Cai o circo da hipocrisia. Todo mundo lá. Menos Dilma e e Lula, não é? – TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

    27/08/2015

    Delação premiada, compartilhada, é felação e mais nada

    “- Diga-me o que desejo ouvir e te darei a única coisa que agora não tens.”

    Janot fala que não é “vazador”. Mas o MP é um queijo suíço, diz Mauro Santayanna

    Por Fernando Brito · 26/08/2015

    youssefsabe

    Hoje, Rodrigo Janot ganhou as manchetes por dizer, na sabatina do Senado, que não era um “vazador” de informações.

    Mas o Ministério Público, que o Dr. Janot chefiará por mais dois anos, é.

    O mestre Mauro Santayanna, em artigo publicado no JB, foca num porto que este modesto blog, ainda ontem, destacava como absurdo.

    Alberto Youssef, o “bandido profissional”, na definição de Sérgio Moro, arrogou-se onde a fazer “suspensa” dizendo que um suposto pedido de recursos feito por Antonio Pallocci seria brevemente esclarecido por outro delator.

    É bom lembrar que, até sua homologação por autoridade judicial, delação premiada é, por lei, sigilosa.

    Muito mais ainda para outro delator, bandido condenado.

    Pior ainda quando o vazamento envolve advogado que, segundo Santayanna, “sopra” o que será delatado por outro de seus clientes.

    É algo que deveria escandalizar o mundo jurídico,  as autoridades responsáveis pelas delações “premiadas”e a imprensa.

    Mas não escandaliza.

    O “vale-tudo” político fala sozinho.

    Youssef no país dos adivinhos

    Mauro Santayana

    O principal fato da sessão desta terça-feira, da prevista “acareação” entre os “delatores premiados” Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, na CPI da Petrobras, da Câmara dos Deputados, talvez não mereça muito espaço nas manchetes desta quarta.

    Não bastando o constante vazamento, quase sempre seletivo, sobre suposições, ilações, delações “premiadas”, subjetivas, inaugurou-se ontem, no âmbito da Operação Lava-Jato – em mais um exemplo de que o uso do cachimbo faz a boca torta –  o instituto do “vazamento futuro” de delações, ilações, suposições, em um espetáculo onde quase tudo é suposto e subjetivo, menos o alvo final do processo.

    Por isso, mesmo que com mais buracos que um queijo suíço, nessa operação já não espanta o enredo conhecido, caracterizado por  “revelações” feitas a conta-gotas, acompanhadas, na maioria dos casos, pela gritante ausência de provas inequívocas, que está voltado, como na fábula  do Lobo e do Cordeiro, para derrubar o governo a qualquer preço, seja qual for a justificativa.

    O que mais surpreende, agora, é o descaramento com que surgem as  “revelações” dos “delatores”, a ponto do Sr. Alberto Youssef, por intervenção ao pé do ouvido de seu advogado, voltar à pergunta anteriormente feita pelo relator da CPI, sobre o repasse de recursos para a campanha presidencial da Presidente da República – o ponto nevrálgico que se pretendia esclarecer com a “acareação” de ontem – retomando a sua negativa de que esse repasse tenha ocorrido por meio de seu intermédio, para fazer o premonitório anúncio – como se quisesse se justificar por não estar acusando diretamente o governo – de que “tem outro réu colaborador que está falando sobre esse assunto e assim que essa colaboração for noticiada vocês vão saber realmente quem foi que pediu o recurso e quem repassou o recurso… Logo vai ser revelado e esclarecido esse assunto”.

    Ora, ao fazer, com tom de porta-voz oficial, esse anúncio, o Sr. Alberto Youssef já antecipa o que irá ocorrer a seguir, no próximo capítulo desse ramal da Operação Lava-Jato, desfazendo o teatrinho da suposta contradição entre seus dois mais conhecidos  “bandidos-delatores”.

    Ele sinaliza, convenientemente, aos presentes, à oposição, à imprensa, que alguém já estaria “falando”,  ou melhor, que alguém logo irá  dizer que foi feito o repasse e a pedido de quem ele teria sido feito.

    E dá a entender que essa pessoa também irá confirmar, eventualmente, seu valor, retirando o ônus, a missão, o papel, de fazer ou comprovar essa acusação, dos ombros dos dois delatores presentes ontem na CPI, e, principalmente,  do próprio  Youssef, que não poderia fazê-lo sem o risco de desmentir suas declarações anteriores.

    Ora, revelado, de forma pública e cristalina, no palco da CPI, qual será o próximo passo – Gilmar Mendes trabalha junto ao TSE e os adversários do governo também o fazem em outra frente, no contexto do TCU – o que importa não é saber o que foi dito, mas o que não foi dito pelo delator-doleiro – o que está por trás da orientação recebida de seu advogado, cochichada, naquele particular momento, diante das câmeras.

    A pergunta para a qual se deveria esperar pronta resposta, é como um réu, já condenado, prestando depoimento, sabe – por meio de “vazamento interno”, que será feita – em suas próprias  palavras alguém “já estaria falando” – uma nova delação premiada, quem estaria   fazendo essa delação premiada e qual será o teor dessa declaração, a ponto de antecipá-la  descaradamente em plena Comissão Parlamentar de Inquérito.

    Ao afirmar, olimpicamente, que “assim que a declaração for revelada vocês vão saber”,  Youssef provou que teoricamente tem acesso, atrás das grades, a um grau de informação muito maior do que têm, jamais tiveram, os membros da Comissão na qual estava sendo interrogado, e não apenas sobre o seu próprio processo, mas sobre a operação como um todo.

    Mas, mesmo assim,  ele sequer foi inquirido, imediatamente, a propósito de como e por meio de quem teve conhecimento dessa suposta futura delação, que estaria prestes a ser revelada nas próximas semanas.

    Quem disse ao advogado do Sr. Alberto Youssef que um outro “réu colaborador” já estaria “falando” sobre esse tema?

    O advogado do Sr. Alberto Youssef é o mesmo desse suposto novo delator “premiado” que irá, segundo o próprio doleiro, confirmar que houve o “repasse”?

    Nesse caso, o advogado estaria, eventualmente,  combinando com seus dois clientes (se  não estiver assistindo a mais réus, ainda, no âmbito do mesmo caso) quem deveria falar o quê e o que deveria ser dito?

    Ou, não sendo o advogado do Sr. Alberto Youssef o mesmo advogado do réu que já estaria “falando” sobre esse assunto – principal “motivo” da acareação de ontem – de quem teria o advogado do Sr. Alberto Youssef obtido essa informação ?

    Do advogado do outro?

    Justificando, assim, a suspeita de que os depoimentos, “vazamentos”, “revelações”, e “delações premiadas” poderiam estar sendo combinadas, manipuladas, “coordenadas”, entre os diferentes acusados por meio de seus advogados?

    Ou teria o advogado do Sr. Alberto Youssef obtido essa informação, prévia ou “premonitória”, do juiz Sérgio Moro?

    O que, em caso afirmativo, poderia comprovar, eventualmente, a existência de inaceitável  grau de intimidade entre um e outro lado do processo, o juiz e alguns dos réus e seus advogados, de uma forma que poderia levar ao comprometimento da lisura da Operação Lava-Jato?

    Salvo Alberto Youssef e seu advogado tenham desenvolvido poderes adivinhatórios, são essas perguntas que poderiam estar sendo feitas por membros do Conselho Nacional de Justiça e do próprio STF neste momento, a  propósito da sessão da CPI da Petrobras de ontem.

    Mas além disso, há espaço também para uma outra indagação, que também merece resposta:

    Por qual razão essa suposta futura “delação premiada”, que será, segundo Alberto Youssef, em breve, revelada, só está sendo feita agora, justamente neste momento, em que, nesse caso de suposto repasse de recursos para a campanha presidencial de Dilma Roussef, chegou-se, pela própria “contradição” dos dois principais delatores  “premiados” a um impasse ?

    Outro que anda premonizando coisas – além do próprio juiz Sérgio Moro, que, mesmo sem contar com precorgs, andou adotando as táticas do filme Minority Report, ambientado em Washington, DC, do ano 2054, para prever e impedir antecipadamente crimes, prendendo  executivos para impedir que suas empresas participassem de licitações sequer ainda oficializadas – é o Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

    Reunido ontem, com aliados, ele afirmou que o Presidente do Senado, Renan Calheiros, “aparecerá em delações premiadas” nas “próximas semanas”, no que tem provavelmente razão, já que vivemos em uma República em que qualquer um pode acusar qualquer um, a qualquer momento, impunemente,  de qualquer coisa, independentemente de ser por moto próprio ou por estar ou não a serviço de terceiros, usando para isso pretextos paralelos (como transformar automaticamente uma coisa em outra, do tipo doação de campanha em propina) sem necessidade de provas que sustentem, inequivocamente, suas alegações.

    Nessa sequência – que às vezes parece muito bem estruturada – de ilações, delações, “colaborações”, distorções, e, presentes e futuras, “adivinhações”, a única coisa verdadeiramente inequívoca, são os deletérios efeitos, diretos e indiretos – para gaudio dos que torcem pelo “quanto pior melhor” e contra o país, a atividade política e a democracia  – de uma “operação” que, ao que parece, pretende prolongar-se indefinidamente nos próximos anos, transformando-se, de fato,  em um “quinto poder”, dentro do Estado, cada vez mais independente e acima dos outros.

    Uma “operação” que poderia estar sendo dirigida apenas contra os corruptos,  que no final, como no caso de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, estão sendo quase todos “premiados” – mas que, ao decidir castigar, punitivamente, com o látego dos deuses, algumas de nossas maiores empresas,  está desmantelando amplos e estratégicos setores da vida nacional.

    Nas áreas de infra-estrutura e construção pesada, da industria de petróleo e gás, da indústria naval, e, principalmente, da indústria bélica, com a eliminação de milhares de empregos, a provável falência de empresas como a Avibras  e a paralisação de programas em que o país já investiu bilhões de dólares, e o precioso trabalho de toda uma geração de valorosos planejadores, engenheiros e técnicos de nossas forças armadas, a percepção, quase certeza, é uma só, sem a necessidade de dons premonitórios:

    A Operação Lava-Jato – sem resolver definitivamente o problema da corrupção, que não poderá ser sanado sem uma reforma política de verdade – já está provocando um prejuízo dezenas de vezes maior do que o dinheiro que recuperou até agora,  e irá deixar como herança, direta e indireta,  um atraso que será nefasto, irrecuperável, nas próximas décadas, do ponto de vista do ingente esforço, realizado, a duras penas, por vastos setores da sociedade brasileira, para a inserção estratégica, tecnológica, soberana e competitiva do Brasil entre as maiores nações do mundo.

    Janot fala que não é “vazador”. Mas o MP é um queijo suíço, diz Mauro SantayannaTIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

    03/07/2015

    Sexta-feira: Tem vazamento? Tem, sim senhor!

    A Lava Jato cumpre fielmente a rotina de vazar às sextas-feiras. O conta-gotas do Alberto Youssef é dosado para lançar suspeitas somente sobre o PT.

    Nesta combinação entre investigadores, máfia golpista, delatores e hidráulicos, faltou combinar com a inteligência. Como se, na véspera do fim de semana, quando fecham as edições dominicais das revistas semanais, Alberto Youssef acordasse falando: “lembrei de outra coisa que, agora sim, vamos derrubar a Dilma”. Ou, “puxa, como não tinha me lembrado antes, um dia, num restaurante de frutos do mar,  ouvi o Marcelo Odebrech pedir ao garçom: Lula”.

    Não conheço ninguém, além do Alberto Youssef e seus amestradores, que tenha memória sincopada. Pula alguns dias da semana e bate na sexta. Conhecia samba sincopado, agora temos um delator de memória sincopada. 

    Não sei porque, mas toda sexta-feira acordo ouvindo aquela musiquinha anunciando as palhaçadas do circo : “Hoje tem marmelada? Tem, sim sinhô! Hoje tem palhaçada? Tem, sim sinhô!

    Como a prostituta Elya, sempre às sextas, “nunca aos domingos”…

    fsp 03072015

    05/05/2015

    Jayme Careca entrega o modus operandi: “- Youssef é o operador da Polícia Federal!”

    Imagina se todos os policiais federais fossem iguais ao Jayme Careca… Claro que… não! Os que eu conheço são muito bons. Mas bom mesmo é quem escolheu Alberto Youssef para herói.  Como já disse antes, preso, eu entregaria minha mãe. Solto, só falo a verdade. E viva o sistema que premia delação, não honestidade. Não tem como o Brasil andar para frente quando se premia quem pratica desonestidade. Assim não dá, assim não pode!

    A se confiar no depoimento do Careca, Youssef é um operador da Polícia Federal e deste tal de Mistério Púbico. Aquele que encontra papelote mas perde um helipóptero.

    O método é indutivo; o resultado, repulsivo!

    Não é um ponto fora da curva. São dois pontos: Claus Roxin desnudou o extermínio do fato e agora Raúl Zaffaroni (Eugenio Raúl Zaffaroni) da nome ao método: “golpe de estado

    Youssef coordena o que cada pode ou deve dizer. E quem coordena o Youssef desde os tempos do Banestado?!

    Até quando, ó Catilina das aruacárias, abusarás da nossa paciência?

    Jayme Careca: PF me fez dizer o que Youssef mandava dizer

    5 de maio de 2015 | 20:34 Autor: Fernando Brito

    careca2

    Assisti o depoimento do policial federal Jayme Oliveira Filho, o Jayme Careca, preparou hoje, grotescamente,a sua própria destruição como testemunha da Operação Lava Jato.

    É inacreditável que um policial federal possa ser um idota como ele se apresenta, dizendo que não tinha ideia do que continham os envelopes que, por ordem de Youssef, saía para entregar.

    Mas, para provar seu papel de idiota, enfiou um caminhão de areia na atuação da Polícia Federal no processo de delação premiada da operação.

    Diz que o delegado federal o ameaçou de ficar preso se não prestasse colaboração.

    Pior: recebeu orientação direta para dizer o que Alberto Youssef o mandasse dizer, com o requinte de receber caneta e papel para anotar o que o doleiro para declarar em seu depoimento.

    Careca não disse que não fazia o que Youssef mandou-o dizer que fazia.

    Mas disse claramente que dizia o que Youssef mandava dizer.

    Chegam a ser patéticos os momentos em que ele diz que “se está escrito aí é porque é”.

    E que recebeu orientação de um delegado federal para fazer o que o “comandante” Youssef o mandasse fazer.

    “No dia do meu depoimento com com o Dr. Márcio, se eu não me engano (Márcio Anselmo Lemos)…eu já conhecia o procedimento. O DPF Márcio foi cortês, eu já conhecia o procedimento policial e ele me falou que, se eu não prestasse colaboração, eu ia ficar preso até a audiência (esta, realizada hoje, seis meses depois), que era o que estava acontecendo, era o (sic) praxe. (…) Aí (teria dito o delegado), você vai, que o Alberto vai lhe ajudar a fornecer os nomes e tal…Me forneceu uma caneta, um pedaço de papel e eu voltei para a carceragem e no dia seguinte ser ouvido. (…) Minha cela era ao lado da dele (Alberto Youssef) e ele falou: olha o endereço tal era sicrano, beltrano e eu fui  fui anotando aquilo mecanicamente”

    A “cola” se repetiu por algumas vezes até que, segundo Careca, “apresentei os nomes que me forneceram, os valores “. Ainda voltou duas ou três vezes: “vai lá, pega mais alguma coisa”, foi a ordem da PF, alem de dividir o depoimento, separando os políticos que teriam foro privilegiado.

    O trecho está a partir dos 9 minutos do primeiro vídeo do interrogatório.

    Quem assiste o vídeo fica espantado que o duríssimo Juiz Sérgio Moro candidamente aceitar uma confissão de falso testemunho assim tão claramente admitida.

    Careca não pede para retificar seu testemunho à polícia, mas diz que ele foi dirigido por Alberto Youssef e isso ocorreu por “sugestão” da autoridade policial, com a clara ameaça de que permaneceria preso  se não o fizesse.

    A gravidade é muito maior  do que se tratar de uma eventual delação forçada.

    É  a de se saber que a Polícia Federal induzia presos a dizerem o que Youssef mandaria ser dito.

    Youssef, o “bandido profissional” – palavras do Juiz Moro – dirigindo os depoimentos!

    E agora, “Careca” se apresenta e diz, como um anjo, que só disse o que Youssef mandou dizer e o que, curiosamente, incrimina Eduardo Cunha e Antonio Anastasia.

    Só que, tecnicamente, as entregas a ambos são objeto de outro processo.

    No STF, cuja investigação corre a cargo de Janot.

    O cheiro das armações do Paraná contamina todo o processo, não só lá, mas no STF.

    Jayme Careca: PF me fez dizer o que Youssef mandava dizer | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

    10/04/2015

    Homem de palavras

    Filed under: Delação Premiada,Operação Lava Jato,Paulo Roberto Costa — Gilmar Crestani @ 9:57 am
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    Como diz o ditado, quem fala muito dá bom dia a cavalo. Costa primeiro fez a narrativa política, para desgaste eleitoral dos seus adversário. Nunca é demais lembrar que ele começou ocupando postos na Petrobrás ainda no governo de FHC. Uma era em que tudo era permitido, menos ser honesto. Os desonestos tinham um Engavetador Geral. Para o que viesse depois, teriam um Gilmar Mendes no STF. O PSDB foi precavido. Sabia que um dia a casa cairia, por isso precisaria de alguém de confiança no STF. Jorge Pozzobom sabe o que diz quando diz que o PSDB tem imunidade do Poder Judiciário para roubar. Ele conhecia Yeda Crusius e as facilidades com que ela contou nos casos em que esteve envolvida, como a Operação Rodin.

    Agora como ficam aqueles que Costa jogou na lama? Por onde anda o picareta Fernando Francischini  que tentou fazer um carnaval que, agora, revela-se uma micareta. Rima rica, com picareta!

    Costa migou do PSDB para o PP, que botou o PP gaúcho na roda da Lava Jato. É incrível, por que será que os que sempre mamam nas tetas do Estado tem o pendor, além de vociferarem contra o peso do Estado, também ousam botar a culpa nos outros.

    E se a moda pega, delatores presos descantando o verso quando em liberdade?! O que era Petrolão, virou delação e agora, mentirão!

    Lava Jato: Costa desdiz tudo o que disse

    :

    Ex-diretor Paulo Roberto Costa mudou a versão que apresentou em seu acordo de delação e agora diz que as obras da Petrobras investigadas na Operação Lava Jato não eram superfaturadas; a nova versão está em petição enviada nesta quinta (9) à Justiça; em depoimento como delator em 2 de setembro do ano passado, Costa dizia que "empresas fixavam em suas propostas uma margem de sobrepreço de cerca de 3% em média, a fim de gerarem um excedente de recursos a serem repassados aos políticos"; agora ele diz que os preços seguiam os parâmetros da estatal e o percentual das obras que era desviado para partidos, entre 1% e 3% do valor do contrato, "eram retirados da margem de lucro das empresas"; se não houve superfaturamento das obras, prisões de empreiteiros perdem sentido

    9 de Abril de 2015 às 21:42

    247 – O ex-diretor Paulo Roberto Costa mudou a versão que apresentou em seu acordo de delação e agora diz que as obras da Petrobras investigadas na Operação Lava Jato não eram superfaturadas. A nova versão está em petição enviada nesta quinta (9) à Justiça. Em depoimento como delator em 2 de setembro do ano passado, Costa dizia que "empresas fixavam em suas propostas uma margem de sobrepreço de cerca de 3% em média, a fim de gerarem um excedente de recursos a serem repassados aos políticos". Agora ele diz que os preços seguiam os parâmetros da estatal e o percentual das obras que era desviado para partidos, entre 1% e 3% do valor do contrato, "eram retirados da margem de lucro das empresas".

    A delação foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal em 29 de setembro do ano passado. Ele poderá perder benefícios caso a Justiça constate que houve rompimento do acordo. A acusação de que as obras tinham sobrepreço faz parte de uma denúncia apresentada em março pelos procuradores da Lava Jato, mas ainda não há estimativa do valor. A denúncia já foi aceita pelo juiz federal Sergio Moro, e Costa figura como um dos réus. O TCU (Tribunal de Contas da União) também apontou superfaturamento em uma série de obras investigadas pela Lava Jato.

    A defesa de Costa cita um exemplo hipotético de que não teria havido superfaturamento nas obras: "Se uma empresa oferecia uma proposta 15% acima do orçamento básico e repassava os 3%, ela ficava com lucro de 12%; no caso de não repasse ficaria com um lucro de 15%". Costa refuta também que cuidasse da lavagem do dinheiro desviado das obras. Costa nega também que ele e o doleiro Alberto Youssef recebessem uma lista que citava as obras e as empresas que seriam vencedoras de cada uma delas.

    Lava Jato: Costa desdiz tudo o que disse | Brasil 24/7

    Costa muda delação e diz que não havia sobrepreço em obras

    Ex-diretor da Petrobras afirma agora que repasses a partidos saíam da margem de lucro das empreiteiras

    Advogado do delator nega que seu cliente tenha alterado a versão dada em depoimento em setembro de 2014

    MARIO CESAR CARVALHO e GRACILIANO ROCHA, DE SÃO PAULO, para a FOLHA

    O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa mudou a versão que apresentou em seu acordo de delação e agora diz que as obras da estatal investigadas na Operação Lava Jato não eram superfaturadas. A nova versão está em petição apresentada nesta quinta-feira (9) à Justiça.

    Em depoimento em 2 de setembro de 2014, ele dizia que "empresas fixavam em suas propostas uma margem de sobrepreço de cerca de 3% em média, a fim de gerarem um excedente de recursos a serem repassados aos políticos".

    Agora ele diz que os valores entregues aos partidos "eram retirados da margem [de lucro] das empresas". Na sequência, afirma: "Não se pode dizer que houve sobrepreço".

    De acordo com essa nova versão, que coincide com a das empreiteiras, a Petrobras não teria pago a mais pelas obras. As empresas dizem que foram achacadas.

    A delação de Costa foi homologada pelo Supremo em setembro de 2014. Ele poderá perder benefícios caso a Justiça constate que houve rompimento do acordo.

    A acusação de que obras tinham sobrepreço está na denúncia apresentada em março pelos procuradores.

    Costa já foi preso duas vezes sob acusação de comandar o esquema de propinas na diretoria de Abastecimento, que ocupou entre 2004 e 2012, o qual beneficiava o PP, PMDB e PT. Ele cumpre prisão domiciliar desde setembro.

    Sua defesa dá um exemplo hipotético de que não teria havido superfaturamento: "Se uma empresa oferecia uma proposta 15% acima do orçamento básico e repassava os 3%, ela ficava com lucro de 12%; no caso de não repasse ficaria com um lucro de 15%".

    Costa diz que a ex-presidente da Petrobras Graça Foster atuou em duas obras em que houve participação do cartel quando era diretora de gás (2007 a 2012). São os gasodutos de Pilar-Ipojuca (PE) e Urucu-Coari (AM). A petição aponta que Renato Duque, ex-diretor de Serviços preso, também foi responsável pelos gasodutos.

    Para os procuradores, a propina nessas duas obras e na refinaria Presidente Vargas (PR) foi de R$ 136,1 milhões.

    Costa nega que ele e o doleiro Alberto Youssef recebessem uma lista com as obras e as empresas que seriam vencedoras de cada licitação. "Isso nunca aconteceu", diz o advogado João Mestieri.

    Pelo acordo, Costa ficará um ano em prisão domiciliar com tornozeleira e sua pena poderá variar de um a dois anos em regime semiaberto.

    OUTRO LADO

    Mestieri, que na nova petição pede perdão judicial a Costa, nega que seu cliente tenha mudado a versão sobre o preço das obras. "Não é uma mudança da delação", diz ele. "Isso não foi bem explicado antes", completou.

    O advogado de Duque, Alexandre Lopes, diz que seu cliente não participou de nenhuma ilicitude. Graça Foster não quis se pronunciar.

    02/11/2014

    É, JA NO Temos mais Gurgel…

    demostenes e veja

    A dobradinha nascida nas entranhas de um mundo subterrâneo, que incluía de Carlinhos Cachoeira a Demóstenes Torres, sob as batutas de Roberto Gurgel e Gilmar Mendes. O mensageiro do subterrâneo foi o sempre lembrado Policarpo Jr.. Para as patacoadas de Gilmar Mendes o valentão Joaquim Barbosa simplesmente botou o rabo entre as pernas. Ou, como diria a brilhante Ministra Rosa Weber, a “literatura jurídica me permite”.

    Janot resiste a informar Congresso sobre delação

    Procurador disse a parlamentares que primeiro decidirá rumo da Lava Jato

    Presidente da CPI da Petrobras afirma que a Constituição garante o acesso a depoimentos de ex-diretor e Youssef

    RUBENS VALENTE, DE BRASÍLIA, para a FOLHA

    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse a três parlamentares que só entregará ao Congresso Nacional cópias das delações premiadas do escândalo da Petrobras depois que formalizar uma denúncia sobre o assunto, o que não tem prazo determinado para ocorrer e pode nem mesmo ser feito.

    A informação foi dada por Janot ao presidente da CPI da Petrobras, o senador Vital do Rêgo (PMDB-RN), e dois membros da comissão, o deputado Rubens Bueno (PPS-PR) e o senador José Agripino (DEM-RN), em reuniões diferentes no final de setembro.

    "Janot colocou que o sigilo só poderia ser quebrado após a denúncia. Mas o acesso é um direito que nós temos", disse Vital do Rêgo.

    O presidente da CPI deu entrada a um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para tentar acesso aos papéis.

    "Janot disse que só depois da denúncia. Não estimou quando isso vai ocorrer", confirmou Bueno. "O ponto fundamental para a CPI desse caso todo são as delações", disse Agripino.

    Do atual estágio da investigação até a denúncia, há um longo caminho, que inclui a tomada de depoimentos, checagem de dados e diligências. Na melhor das hipóteses, esses procedimentos devem demorar muitos meses. Na pior, alguns anos.

    Com a remessa das delações da Justiça Federal do Paraná para o STF, Rodrigo Janot –nomeado para o cargo em setembro do ano passado pela presidente Dilma Rousseff– se tornou o principal responsável pelo destino da investigação sobre as autoridades com foro privilegiado.

    Citando jurisprudência, os ministros do tribunal têm escrito seguidamente em decisões que não cabe a eles recusar um pedido de arquivamento feito pelo procurador-geral. Significa dizer que, na prática, Janot tem o poder de "absolver" os citados em investigações com foro privilegiado, incluindo Dilma.

    Quando o arquivamento é indicado por Janot no curso do inquérito, a recomendação tem sido seguida sempre por um único ministro, relator do inquérito, sem precisar passar pelas turmas ou pelo plenário do Supremo.

    Levantamento feito pela Folha revela o arquivamento de pelo menos 82 inquéritos e ações penais relativas a parlamentares, ministros e ex-ministros do governo por decisão de Janot desde sua posse, há 13 meses.

    Em 62 casos, o procurador-geral não viu provas suficientes para continuar as investigações. Em 16 casos, ele afirmou que houve a prescrição da possível e futura pena relativa ao caso. Nos casos restantes, o inquérito tramitou em segredo de Justiça do começo ao fim, de modo que nunca, com exceção das partes, será possível ao cidadão comum saber por que o inquérito foi instaurado e por que foi arquivado.

    As 82 "absolvições" excluem arquivamentos motivados por perda do foro (quando a autoridade deixa o cargo) e três casos em que Janot não arquivou os autos, mas pediu que eles saíssem do STF para retornar à primeira instância, pois considerou fracos os indícios sobre os parlamentares.

    A Procuradoria não comentou os números, sob o argumento de que, a pedido da reportagem, ainda trabalhava em levantamento que ficará pronto só na terça-feira (4).

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