Faltou acrescentar alguns outros episódios paradigmáticos, que dão a exata dimensão do tamanho moral deste tarja preta no golpismo made in Rede Globo. José Serra é a também autor e beneficiário do Caso Lunus, do escândalos dos Irmãos Vedoin, dos Sanguessugas e da máfia das ambulâncias, da Alstom & Siemens, que o Rodrigo de Grandis, outro anão moral, engavetou. É o mesmo que estrelou nas telas da Globo o premiado documentário bolinha de papel…
São tantas e tão relevantes demonstrações de pouco apreço à verdade e ao Brasil, como prova o convescote de Foz do Iguaçu, onde prometeu entregar a Petrobrás à Chevron, que tem tudo para ser embalsamado pelos Grupos Mafiomidiáticos e vendido como soro no combate a Zika das urnas que abate sobre à direita hidrófoba!
Alex Solnik
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão", "O domador de sonhos" e "Dragonfly" (lançamento setembro 2016).
Não vai ter Serra
1 de Abril de 2016
Pouco tempo depois de voltar, em 1982, do Chile, onde fez pós-gradução em Economia sem ter se graduado no Brasil, graças a uma lei chilena, José Serra logo ganhou a fama de pisar no pescoço até dos amigos para alcançar o poder. Ou seja: a presidência da República. Ganhou-a em São Paulo, onde foi secretário da Fazenda de Franco Montoro, por indicação de um de seus filhos.
Na primeira oportunidade em que vislumbrou a possibilidade de subir na escala política resolveu abandonar Montoro em pleno mandato e se ofereceu, em 1985 para ser ministro de Tancredo Neves.
A essa altura sua fama já ultrapassara as fronteiras de São Paulo. Tancredo, que era tudo menos bobo, desconfiado de que se o trouxesse ao governo ele conspiraria para tomar o seu lugar respondeu ao interlocutor, enquanto enrolava sua gravata, como de hábito: "Esse não, o Serra é arrogante e prepotente".
A segunda oportunidade veio em 1994, com a eleição de Fernando Henrique. Serra trabalhou dia e noite, principalmente à noite, como convém aos de sua estirpe para se tornar seu poderoso ministro da Fazenda, mas FHC, que não era menos bobo que Tancredo achou de bom alvitre colocá-lo num posto em que oferecesse menos perigo de golpeá-lo: ministro do Planejamento.
No segundo governo, mais uma vez Serra cobiçou a Fazenda. Mais uma vez foi rechaçado: ganhou o ministério da Saúde. E aporrinhava o chefe a toda hora, como relatou o cineasta Bruno Barreto, que recentemente produziu uma série com FHC para o Canal Brasil: "Ele está nadando de manhã, o Serra vem interromper ele! É louco, intempestivo do jeito que o Serra é. Deve ser bipolar. Não dorme". Fez o diabo para aparecer na mídia mais que seu chefe (como FHC já esperava) e se viabilizou como candidato à sua sucessão.
Na campanha presidencial sua fama de golpista somente fez aumentar. Convencido de que perderia se percebessem que era o candidato de quem era (FHC estava com a popularidade no chão) não vacilou em golpear o amigo: escondeu-o acintosamente em toda a propaganda eleitoral. Fez de conta que Fernando Henrique e seu governo não existiram.
Mas não adiantou: perdeu para Lula, o metalúrgico, episódio que deu início ao seu ressentimento com o PT.
Mais adiante, golpeou seus próprios companheiros de partido, aliando-se, em 2004, nas eleições a prefeito de São Paulo a um ex-discípulo de Paulo Maluf chamado Gilberto Kassab. Ganhou a eleição. Logo em seguida, deu golpe nos seus eleitores, abandonando a prefeitura para se candidatar, em 2006, a governador, um magnífico trampolim para chegar aonde queria: a presidência da República.
E deixou a prefeitura nas mãos do ex-malufista.
Em 2010 de novo cobiçou o Planalto e mais uma vez foi derrotado nas urnas, dessa vez por Dilma Rousseff.
O seu rancor em relação ao PT duplicou. Perdeu para o partido pela segunda vez e – mais do que isso – para uma mulher.
Por essa época, além da fama de pisar no pescoço dos amigos ele acrescentou outra: a de desrespeitar as mulheres.
No posto de governador de São Paulo, costumava comparecer à tribuna de honra do Estádio do Pacaembu, para assistir aos jogos do Palmeiras em companhia não da primeira-dama, a chilena Mônica Allende, dançarina do Ballet Nacional do Chile e parente distante de Salvador Allende, que conhecera em 1966, no "exílio", como seria de esperar, mas de uma jovem política do PT, muito simpática e atraente, palmeirense como ele, que conduzia em seu carro oficial.
Nunca ficou claro qual era a relação entre eles. Até que, em 2013, ele e Mônica se separaram.
No dia 10 de dezembro de 2015 seu viés machista manifestou-se mais uma vez. Durante um encontro social, na casa do senador Eunício de Oliveira, em Brasília, ele, agora senador, aproximou-se de uma rodinha e de chofre disparou para a ministra da Agricultura Kátia Abreu:
– Dizem que você é muito namoradeira!
Indignada, Kátia, recém-casada, devolveu com uma coleção de impropérios e uma taça de vinho no seu rosto. E declarou que Serra era conhecido no mundo político por fazer comentários "inapropriados".
Para não perder o costume, na recente disputa pela indicação do candidato do partido a prefeito de São Paulo, deu um golpe em José Aníbal, que o ajudou a se eleger e é seu suplente de senador para apoiar seu rival Andrea Matarazzo.
A mais recente incursão no quesito "pisar no pescoço das mulheres" deu-se há poucos dias.
Em companhia do ministro Gilmar Mendes, que vai passar à história do STF como aquele que concedeu dois habeas-corpus instantâneos ao banqueiro Daniel Dantas, preso por, entre outros delitos, oferecer suborno a um policial federal durante a Operação Satiagraha, que o investigava, de Dias Toffoli, o Robin de Mendes e de Aécio Neves, neto de Tancredo, Serra foi a Lisboa com o objetivo de falar mal da presidente Dilma, insistindo em seu intento de apear do poder o partido que o derrotou duas vezes e a mulher que o derrotou uma. Repetindo o que no ano passado dissera em entrevista à Jovem Pan, afirmou que "se os militares não fossem tão fracos como são hoje ela já teria caído".
Não satisfeito em ser lembrado por ter se submetido a uma tomografia computadorizada após ser atingido na cabeça por uma dilacerante bolinha de papel, o que só percebeu vinte minutos depois, quando o avisaram por telefone, durante a campanha presidencial de 2010, tudo indica que também ficará marcado por se aliar ao pior do pior da política brasileira em 2016, na criação de um impeachment sem crime de responsabilidade, que até o nada petista ministro Marco Aurélio Melo, do STF, já classificou de golpe.
De tanto tentar golpear os amigos, o partido, as mulheres e os que o derrotaram nas urnas, golpe já virou sinônimo de Serra.
E, tal como daqui para a frente não vai ter golpe, também não vai ter Serra.
02/04/2016
Biografia bonsai de um anão moral
18/11/2015
Golpe paraguaio cruzou a Ponte da Amizade e se fixou no Paraná
O golpe paraguaio não é contra Dilma. Nem contra Lula, é contra o Brasil. Não foi por acaso que a NSA, conforme denúncias do Edward Snowden, grampeou Dilma e a Petrobrás. Também não é mera coincidência que a entrega da Petrobrás pelos golpistas tenha sido acordada em convescote em Foz do Iguaçu. Foi lá que FHC prometeu entregar a Petrobrás à Chevron. José Serra, quando apresentou seu projeto no Senado, cumpriu com o acordado. Todos os passos para transformar a Petrobrás numa Vale do Rio Doce e ser entregue de bandeja sem sendo dados de forma muito bem arquitetada. Inclusive a mudança de nome para Petrobrax.
O golpe paraguaio consiste em passar um verniz legal na capa do golpe. Primeiro buscam denegrir a imagem da empresa, depois caçam todo aquele que sair a público para defende-la, por último se aliam à CIA e grupos mafiomidiáticos para criar no público ódio à empresa e a quem luta por ela. Se observarmos bem, todos os conflitos no Oriente Médio só existem em função do petróleo. Na América Latina os problemas internos são frutos de influência externa também devido ao petróleo. O que tem em comum os seguintes países: Líbia, Egito, Síria, Iraque, Ucrânia, Venezuela e Brasil? Petróleo.
Na história da humanidade, pelo menos desde os registros bíblicos e as lutas entre medos e persas, sempre há quinta coluna que, por trinta dinheiros, se voltam contra o próprio país. Tanto Xerxes como Dario contaram com mercenários gregos. Atenienses e espartanos venais se juntaram aos exércitos persas para lutarem contra os gregos. Alexandre Magno teve de primeiro sufocar os golpistas internos para só depois botar abaixo o império persa. E na sua luta contra os persas, por onde andou, sempre tinha um contingente de mercenários persas à serviço dos império persa. Antes como agora, lá como cá, os cães ladram mas caravana passa.
Não é sintomático que ninguém criminalize o PMBD por abrigar tanto corrupto, mas odeiam o PT e sempre relacionam qualquer problema à sigla. Tanto ou tantos mais acusam, mais claro fica que se trata de estratagema para aligar quem ousa impedir a contínua apropriação do Estado. O que os corruptos querem é eliminar a concorrência. Eduardo CUnha é a prova mais evidente deste estratagema. Todos o elevaram a condição de salvador da pátria. Claro, a corrupção só consegue eleger para herói um dos seus… corruptos! Quem está chocando o ovo da serpente peemedebista são os grupos mafiomidiáticos a$$oCIAdos à parcela golpista do MPF/PF.
Ódio de classe é o outro nome que se pode dar ao golpe paraguaio. Em qualquer caso, deve-se à abstinência eleitoral. É choro de derrotado!
Poder econômico troca impeachment de Aécio por golpe do PMDB
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A jornalista Helena Sthephanowitz, da Rede Brasil Atual, afirma que "depois de passar um ano só tentando reverter a derrota nas urnas, sem sucesso, o senador Aécio Neves e o PSDB, descobrem que foram destituídos do posto de principais representantes do poder econômico em Brasília"; ela avalia que "bastou os primeiros sinais da derrocada do movimento pelo impeachment de Dilma para o PMDB "roubar" a agenda política original dos tucanos e lançar um documento com propostas pretensamente "pensadas" para o país retomar o crescimento de sua economia"; para a jornalista, "a capa da revista Veja desta semana é sintomática da nova confrontação de forças dos bastidores da política"; "A semanal da Abril destitui Aécio do posto de líder do impeachment e aposta tudo nas propostas peemedebistas, que chama até de Plano Temer", ressalta
17 de Novembro de 2015 às 21:32
Helena Sthephanowitz, da RBA – Depois de passar um ano só tentando reverter a derrota nas urnas, sem sucesso, o senador Aécio Neves (MG) e seu partido, o PSDB, descobrem agora que foram destituídos do posto de principais representantes do poder econômico em Brasília.
Desde a proclamação do resultado das eleições presidenciais no ano passado, Aécio passou o tempo todo ora estimulando e recebendo o apoio de tresloucados como os grupos "Revoltados Online" e "Vem Pra Rua", em sua tentativa de emplacar um golpe paraguaio contra um governo legitimamente eleito, ora comandando os parlamentares do PSDB para votar medidas que sabotam a economia do Brasil, na base do "quanto pior, melhor".
A barca dos "impichadores" furou, como já se sabe.
E bastou os primeiros sinais da derrocada do movimento pelo impeachment de Dilma para que o PMDB "roubar" a agenda política original dos tucanos e lançar um documento com propostas pretensamente "pensadas" para o país retomar o crescimento de sua economia.
O estudo peemedebista, é pomposamente chamado "Uma ponte para o futuro", mas há controvérsias quanto a chamar de futuro o que aconteria no país, em caso de aplicação incondicional das políticas neoliberais dos anos 1990 que quebraram o Brasil três vezes durante os anos FHC.
O que se vê agora é as raposas políticas do PMDB cada vez mais tomando os postos dos tucanos nos salões da Febraban (Federação de Bancos Brasileiros) e da Fesp (Federação da Indústrias do Estado de São Paulo) .
A capa da revista Veja desta semana é sintomática da nova confrontação de forças dos bastidores da política. A semanal da Abril destitui Aécio do posto de líder do impeachment e aposta tudo nas propostas peemedebistas, que chama até de "Plano Temer".
Com a experiência que tem, Michel Temer sabe que o sonho de destituir e interromper o mandato de Dilma Rousseff, para que ele assuma a Presidência da República, está cada vez mais longe da realidade. O próprio documento tem propostas impopulares demais, como congelar o salário mínimo, para serem implementadas por um vice que chegasse à Presidência sem o respaldo das urnas.
Mas Temer e o PMDB têm muito mais sangue frio para esperar por 2018 do que o ansioso Aécio. O jogo do PMDB agora é ganhar terreno nos redutos conservadores de domínio tucano e buscar resultados já nas eleições de 2016.
O PSDB sentiu o golpe. O senador José Serra (SP) criticou publicamente Aécio por ter imposto aos tucanos a agenda do "quanto pior, melhor". O próprio Aécio fala, tardiamente, em apresentar também uma versão tucana de propostas para vencer a crise econômica – nem quem votou nele aguenta vê-lo falando só de impeachment e pesquisas de opinião pública já apontam o desgaste e a rejeição das principais liderança tucanas.
Maquiavel recomendava fazer o mal de uma vez e o bem aos poucos. A oposição, com ajuda da ala do PMDB comandada por Eduardo Cunha, sabotou o ajuste fiscal – por si só impopular – para impor a Dilma o "sangramento" de fazer "o mal" aos poucos, na certeza de que a levariam ao impeachment.
Mas o impeachment também é um mal que só beneficiaria os banqueiros e empresários golpistas se fosse feito de uma vez. Ao fracassar neste tento e ver Aécio passar um ano tentando fazê-lo, os golpistas do poder econômico também passaram a ver seus negócios "sangrarem" com a crise e, para que seus negócios sobrevivam, abandonaram essa agenda política tucana para sobreviver.
Voltando ao PMDB, há uma boa dose de cara de pau do partido ao apresentar propostas completamente diferentes daquelas defendidas na campanha eleitoral há apenas um ano atrás. Mais cara de pau ainda negar as políticas populares bem sucedidas nos governos Lula e Dilma, das quais os peemedebistas se aproveitaram nos palanques para eleger prefeitos, governadores e parlamentares peemedebistas.
E o PMDB não propõe medidas apenas emergenciais e transitórias, como é o caso do ajuste fiscal em curso no governo Dilma. O PMDB propõe reformas neoliberais permanentes, retirando direitos trabalhistas, dos aposentados, arrochando o salário mínimo, retirando verbas da educação e saúde, e adotando políticas que levam à ainda maior concentração de renda nas mãos dos mais ricos e à submissão do Brasil à acordos comerciais do interesse de países imperialistas, inclusive no pré-sal.
O documento poderia (e talvez devesse) se chamar "Marcha a ré ao passado, na contramão da história".
Mais do que cara de pau, é um documento que os governadores e prefeitos eleitos pelo partido simplesmente não aplicam em suas gestões. No papel, para agradar banqueiros, empresários e "barões da mídia", o PMDB fala em reduzir impostos, mas o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, está aumentando impostos estaduais para fazer frente à queda de arrecadação. Ele também defende a volta da CPMF. O prefeito Eduardo Paes aumentou o IPTU acima da inflação durante seu governo. O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, também aumenta impostos estaduais para equilibrar as contas gaúchas.
Mas quem disse que cara-de-pau é problema para o PMDB? Basta o "plano Temer" fazer trocar a agenda do "quanto pior, melhor" no Congresso Nacional pela agenda neoliberal pregada pela Febraban, Fiesp e pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV), que o golpe paraguaio deixa de ser interessante para o poder econômico.
Afinal, vem muito a calhar que Dilma pague o pato da impopularidade de medidas tomadas no Congresso, mesmo com ela sendo contra, enquanto a imprensa tradicional, antes demotucana, agora escreve uma narrativa favorável ao PMDB para 2018.
Poder econômico troca impeachment de Aécio por golpe do PMDB | Brasil 24/7
12/11/2014
Martacha, “relaxa e goza”!
Não bastasse o Domínio do Fato, que, segundo Joaquim Barbosa, foi feito pra isso, sim, terem prendido toda cúpula petista, majoritariamente paulista, num encontro de contas que apenas beneficia o PSDB paulista, os PaulisTas saídos da primeira gestão Dilma estão contaminados pela água da SABESP.
Dois Ministros Paulistas do staff da Dilma (Gilberto Carvalho & Marta Suplicy) saíram cuspindo pra cima. Graças ao “le PT c’est moi”, Marta conseguiu da mídia algo que não teve à frente do Ministério da Cultura. Exatamente os grupos que a derrubaram quando foi prefeita de São Paulo no início dos anos 2000, com o “Martacha” diuturnamente martelado contra as medidas adotadas por ela, agora festejam seu palavreado despeitoso. Bastou dar o mote para os que sempre a atacaram passassem a elogiá-la. O colonista da Folha, Igor Gielow, que nunca a elogiou antes, saiu-se hoje com esta pérola: “Marta em si é um caso curioso. "Grande dame" do petismo, estranha no ninho na esfera simbólica do partido, ela fez uma gestão elogiada na Prefeitura de São Paulo, mas fracassou nas tentativas de reter o cargo e voltar a ele depois.” Desafio a encontrarem da lavra deste tal de Gielow qualquer elogio anterior à gestão de Marta na prefeitura. Marta não percebeu que basta sair atacando o Governo Federal, ou percebeu e fez de propósito, que toda os a$$oCIAdos do Instituto Millenium passam a endeusa-la?!
A Marta deveria ter entendido que apesar dela, Marta, Dilma venceu. E que se Dilma venceu que mais méritos ou menos deméritos que os demais. Por que então atacar a vencedora?!
Se a Marta tivesse atacado o estelionato eleitoral do Geraldo Alckmin, denunciando a incompetência administrativa do governo estadual em fornecer água aos seus cidadãos, Marta teria sido escrachada. Por que Marta não pede ao Geraldo Alckmin mudança na administração da SABESP, no combate ao PCC? Por que Marta não falou da Alstom, da Siemens e do envolvido de José Serra com a máfia do propinoduto?! Será a Marta uma nova Marina, que pretende concorrer pela REDE à prefeitura ou ao governo de São Paulo? Com tantos problemas tão mais urgentes a serem resolvidos em São Paulo ela decide sair defecar plantando bananeira!?
Desde quando Marta Suplicy tem credenciais para falar de economia? Que é isso, Marta? Não gostou de ser despedida, relaxa e goze!
Diante das declarações despeitadas, de quem foi saído, não é de admirar que em São Paulo o PSDB, faça o que fizer, continue ganhando de olhos vendados e com as mãos nos bolsos… dos contribuintes.
Nestas horas o pessoal do Álvaro Dias, do Aécio Neves e do Fernando Francischini podem espalhar pela internet: Do PT paulista o que não está preso, está com a língua solta.
Marta sai e provoca Dilma ao cobrar mudança na economia
Petista, que voltará ao Senado, comandava o Ministério da Cultura desde 2012
Despedida abrupta fez Casa Civil acionar demais ministros para pedir que colocassem seus cargos à disposição
VALDO CRUZNATUZA NERYDE BRASÍLIA
A ministra Marta Suplicy (Cultura) deixou o governo nesta terça (11) entregando uma carta de demissão em que faz críticas à presidente Dilma Rousseff ao desejar que ela "seja iluminada" na escolha de uma nova equipe econômica "independente", que resgate a confiança e a credibilidade do governo.
Na avaliação de assessores presidenciais, Marta foi "desleal" ao entregar o cargo num momento em que a presidente está em viagem ao exterior e apontar um ponto frágil do governo com o intuito de se cacifar para seu projeto de disputar a Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2016.
Segundo a Folha apurou, a ministra já havia apresentado seu pedido de demissão na semana passada, mas o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, pediu para segurar a exoneração.
Ele queria que todos os ministros entregassem seus cargos juntos, num gesto para deixar Dilma à vontade para remontar sua equipe. Com a saída abrupta de Marta, a Casa Civil acionou os demais integrantes do primeiro escalão nesta terça, pedindo que antecipassem o movimento. Dois haviam colocado o cargo à disposição até a noite.
O teor da carta de despedida de Marta reflete críticas que o ex-presidente Lula costuma fazer a Dilma no comando da política econômica.
Ele defende a escolha de um ministro da Fazenda com total respaldo do mercado e não esconde sua preferência por Henrique Meirelles, que comandou o Banco Central durante o seu governo.
No texto, Marta faz um balanço de sua gestão e diz: "Todos nós, brasileiros, desejamos, neste momento, que a senhora seja iluminada ao escolher sua nova equipe de trabalho, a começar por uma equipe econômica independente, experiente e comprovada, que resgate a confiança e credibilidade ao seu governo".
A ministra já tinha avisado Lula sobre seus planos de saída do governo e o ex-presidente apoiou a ideia para fortalecer o PT no Senado –ela tem mandato até 2019.
No entanto, sobre os projetos dela para as eleições municipais de 2016, Lula tem dito a aliados que não cogita lançar outro candidato que não Fernando Haddad para a Prefeitura de São Paulo.
Pessoas próximas a Marta dizem que ela pode então deixar o PT a médio prazo para concorrer à sucessão na capital paulista por outra legenda.
Marta tomou posse na Cultura em setembro de 2012, no lugar de Ana de Hollanda. Já foi prefeita de São Paulo (2001 a 2004), deputada federal (1995 a 1998) e ministra do Turismo (2007 a 2008).
Sua substituta imediata na pasta é a secretária executiva Ana Cristina Wanzeler. Ainda não há nome para ser efetivado ao cargo de ministro.
Marta acumulou atritos com a presidente durante as eleições deste ano. Ela foi porta-voz do "Volta, Lula", movimento frustrado que tentou fazer o ex-presidente candidato ao Planalto no lugar de Dilma.
Durante carreata na zona sul de São Paulo, a então ministra se irritou ao saber que seu suplente no Senado, o vereador Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP), era quem ocuparia seu lugar no caminhão reservado à presidente Dilma. Para Marta, estava reservada uma vaga em outro veículo.
A então ministra subiu no carro de Dilma mesmo assim. Antes, bateu boca com o presidente do PT, Rui Falcão.
Marta é a segunda a fazer críticas a Dilma nesta semana. Em entrevista à BBC, Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) afirmou que o diálogo da presidente com a sociedade foi falho no primeiro mandato.
Colaboraram CÁTIA SEABRA e MARINA DIAS, de São Paulo
28/09/2014
Marina, agente que veio do norte
É sintomático que na hora do aperto, quando perde pontos nas pesquisas, Marina abandone a campanha e vai aos EUA em busca sabe-se lá o quê?!
Há pouco saiu um artigo falando das relações da Marina com a CIA e os EUA: Eleições no Brasil: Marina Silva e a CIA-EUA é “caso” antigo
Quando o WikiLeaks vazou documentos a respeito das relações de brasileiros com a CIA, foi descoberto documento que mostrava que o orçamento da CIA para o Brasil buscar implantar no Brasil conflitos religiosos. E é exatamente isso que temos visto. As igrejas de origem norte-americana (pentecostalismo) vem aumentando os decibéis contra as demais.
Os conflitos entre israelenses e palestinos também serviu de mote para CIA suscitar mais questiúnculas. Não por acaso, ambos espectros são de controle dos EUA.
Qualquer pessoa medianamente informada sabe que Israel não passa de uma base militar dos EUA no Oriente Médio para fins de proteger interesses ligados ao Petróleo. Tire da retaguarda o poderio militar dos EUA e Israel volta a ser um vila de ódio e morte, como tem sido há séculos.
A espionagem captada pelos vazamentos do WikiLeaks do Julian Assange foram confirmado posteriormente por Edward Snowden.
O maior orçamento secreto do mundo está voltado para todos os países onde há fontes de energia. Exemplo disso estão os movimentos patrocinados na Líbia, Egito, Síria, Ucrânia, Venezuela e, no ano passado, no Brasil.
Não é também mero acaso que FHC tenha abandonado Aécio Neves para apoiar Marina. O prof. Cardoso foi do alinhamento automático com os EUA, a ponto de permitir seus diplomatas tirarem os sapatos para entrarem nos EUA. A subserviência de FHC a Bill Clinton é folclórica, documentada em imagens e vídeos.
Candidatura de Marina aposta na aproximação com os Estados Unidos
Coordenador do PSB defende “esforços” por um tratado comercial entre Washington e Brasília
Joan Faus Washington 27 SEP 2014 – 11:07 BRT
Candidata à presidência Marina Silva. / SERGIO MORAES (REUTERS
A candidatura de Marina trouxe nesta sexta-feira a Washington seu discurso de mudança em meio à acirrada campanha presidencial brasileira. Maurício Rands, um dos coordenadores do programa da candidata do Partido Socialista Brasileiro (PSB), defendeu uma atitude “mais construtiva” do Governo brasileiro para com os Estados Unidos e a promoção de medidas que atraiam mais investidores estrangeiros ao gigante sul-americano. Nem o lugar nem o contexto eram casuais. Rands participou de um colóquio em um fórum empresarial em um momento em que as relações entre Washington e Brasília ainda não recuperaram de todo a confiança abalada há um ano pela revelação de que os EUA espionaram a presidenta brasileira Dilma Rousseff.
O coordenador conhece bem a realidade norte-americana. Durante seu período como deputado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), entre 2003 e 2012, fez parte do grupo Brasil-EUA e levou à Câmara um projeto para eliminar a dupla tributação entre os dois países. Nesse período visitou os EUA. Também visitou o país durante o ano e meio – até que se demitiu de todos seus cargos e deixou o PT, em 2012 – em que foi secretário de governo do estado de Pernambuco, no executivo de Eduardo Campos. O ex-governador era o candidato do PSB nas eleições de 5 de outubro, mas sua morte em agosto levou Marina, até então candidata a vice, a substituí-lo.
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Com essa bagagem, Rands levou a mensagem de “mudança de atitude” de Marina a um público de peso reunido no Conselho Empresarial EUA-Brasil, integrado por representantes de grandes empresas de ambos os países e de órgãos do Governo Obama, com quem não tinha prevista nenhuma reunião durante sua visita.
Rands fez um discurso conciliador na esfera diplomática e próximo das demandas da comunidade empresarial norte-americana com interesses no Brasil. A maior delas é a promoção de um tratado de livre comércio entre a primeira e a sétima economia mundial, cujo intercâmbio comercial não parou de crescer nos últimos anos. O ex-deputado apostou em “esforços” para chegar a esse tratado, admitiu que não seria simples, mas se mostrou confiante de que uma nova liderança em Brasília o facilitaria.
Rands falou de uma “margem” ampla de avanço nas relações entre os dois gigantes. Traçou paralelismos entre Obama e Marina. “As duas campanhas eram sobre mudança e esperança”, destacou depois à imprensa, antes de lembrar que a candidata do PSB seria a primeira presidenta negra do Brasil, como Obama foi nos EUA. E, embora tenha dito que entende o mal-estar de Dilma com o escândalo de espionagem, pediu “maturidade” para recompor as relações com Washington.
No terreno econômico, lembrando pontos do programa de Marina, defendeu a simplificação de impostos, a eliminação da burocracia e, de modo geral, maior abertura da economia brasileira, que tem perdido impulso nos últimos anos. No campo diplomático, disse que, se for eleita presidenta, a ex-líder ambientalista impulsionaria uma política externa “muito aberta” porque o Brasil pode desempenhar um “papel maior” nas grandes questões mundiais, mais distanciado do multilateralismo de Dilma e propenso a acordos regionais e bilaterais.
Nesse sentido, lamentou que Dilma, em seu discurso de quarta-feira na Assembleia Geral da ONU, parecesse “mais preocupada” com assuntos domésticos que globais. Criticou que o Brasil não tenha aderido aos “esforços” contra o terrorismo internacional, mas evitou especificar se se referia à coalizão contra o Estado Islâmico. Apesar da nova retórica, contudo, insistiu na necessidade de uma reforma nas organizações de governança mundial para dar acesso às nações emergentes e admitiu que o papel global do Brasil é limitado.
06/07/2014
Quinta coluna, Aloysio trocou a guerrilha pelo Paulo Preto
Um tucano na querrilha
Escolhido como vice na chapa de Aécio Neves, Aloysio Nunes lembra de sua atuação na luta armada para tentar derrubar a ditadura
DANIELA LIMADE SÃO PAULO
Na noite de 9 de agosto de 1968, Aloysio Nunes Ferreira dividia insone uma cama de casal com outras três pessoas, num pequeno apartamento próximo à praça Roosevelt, na capital paulista. Preparava-se para o assalto que se tornou uma das mais célebres ações de guerrilha durante a ditadura no Brasil.
"Às vezes eu lembro da sensação, da incerteza", contou. "E se não der certo? E se eu for preso? E, se preso, for torturado? E se, torturado, eu falar? Sabe… Era um pavor. Muito medo. Me lembro disso, mas de ter dormido, não."
O relato –feito pelo hoje senador tucano à Folha, dias depois de ter sido escolhido candidato a vice-presidente da República na chapa de Aécio Neves (PSDB-MG)– é sobre a noite que antecedeu o assalto ao trem pagador Santos-Jundiaí, em 10 de agosto.
Aloysio, na época com 23 anos, integrava a ALN (Ação Libertadora Nacional), organização liderada por Carlos Marighella. A função do tucano foi dirigir o veículo –um Fusca roubado– usado na fuga dos parceiros.
Na guerrilha, Aloysio teve muitos nomes. Notabilizou-se por "Mateus", mas usou outros, como "Lucas". "Eram sempre evangelistas", lembra. Abriu exceção aos codinomes bíblicos quando escreveu para a "Voz Operária", publicação do PCB (Partido Comunista Brasileiro), e assinou "Nicanor Fagundes".
"Nicanor pela música do Chico Buarque [Onde andará Nicanor?’, diz o primeiro verso da canção] e Fagundes porque daí ficava NF [iniciais de Nunes Ferreira]."
Aloysio nunca escondeu sua relação com a guerrilha. Iniciou a militância no PCB quando estudante de direito da USP. Dentro do "partidão", seguiu a ala de Marighella, que via como "herói", e partiu para a luta armada.
AO LADO DE DILMA
Na disputa presidencial de 2010, foi contra a exploração eleitoral da atuação da então candidata Dilma Rousseff (PT) na organização VAR-Palmares, também de guerrilha.
"Fui mais longe do que ela. Mas isso não me impede de hoje ter uma visão absolutamente crítica, não só da tática, mas da concepção desses movimentos", avalia. "Atacávamos a ditadura por uma via que não era democrática."
No regime militar, Dilma guardou armas e dinheiro para a VAR-Palmares, mas não há registro de que participou de assaltos e ações armadas.
A revisão de Aloysio sobre sua atuação na guerrilha não é recente. Ironicamente, o próprio Marighella desencadeou esse processo ao providenciar a ida do tucano para Paris, em 1968. Com documentos falsos, embarcou com a missão de divulgar a guerrilha do Brasil na Europa.
Passou a acompanhar o Partido Comunista Francês e diz ter visto ali que a saída estava na "revolução com as massas" e não com as armas.
Na França, emplacou textos de Marighella na revista do filósofo francês Jean-Paul Sartre. "Aloysio tinha essa visão de guardar cartas do Marighella. A gente se preocupava, porque aquilo era fogo puro, dinamite [se fossem descobertas]", lembra a socióloga Ana Corbisier.
Era ela quem traduzia para o francês os textos de Marighella. Amiga de infância do senador, foi quem o abrigou no pequeno apartamento na véspera do assalto ao trem.
Hoje, os dois militam em campos opostos. Ana ficou pouco em Paris e partiu para Cuba. Tornou-se amiga do ex-ministro José Dirceu, exilado na ilha na época. Filiada ao PT, diz ter sido "uma pena" que Aloysio, de volta ao Brasil, tenha se filiado ao MDB, embrião do PMDB. Depois migrou para o PSDB.
OPÇÃO
No partido, aproximou-se daquele que viria a ser um dos amigos mais próximos, José Serra. A primeira vez que viu Serra, ele era presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) e fazia um discurso pela mobilização anti-golpe no Comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964.
Depois, os dois se encontraram em Paris, na década de 1970, quando jantaram com um amigo em comum. Serra só lembra de Aloysio já no Brasil. "Tenho com ele grande afinidade eletiva. Quando nos conhecemos, depois do exílio, foi como se fôssemos amigos desde criancinha. Isso facilitou a aproximação política, que se desdobraria por décadas, naturalmente com flutuações", afirmou.
Em sua gestão no governo de São Paulo (2007-2010), Serra fez de Aloysio chefe da Casa Civil e o homem mais poderoso de seu círculo.
Cabia a ele negociar com prefeitos e deputados, além do acompanhar as principais metas do governo. Durante a eleição de 2010, quando Serra saiu candidato à Presidência, surgiram acusações de que um homem próximo a Aloysio, conhecido como Paulo Preto, havia desviado dinheiro da campanha.
Nada ficou comprovado. Aloysio sai em defesa do engenheiro, a quem chama pelo nome: Paulo Vieira de Souza, ex-dirigente da Dersa.
"O Paulo já era rico antes de entrar no governo e a acusação era absurda", afirma.
O cacife acumulado durante a gestão Serra e a capilaridade de seus contatos com políticos no Estado o colocaram entre os cotados para a vaga de vice na chapa de Aécio. A aproximação do mineiro, com quem Serra disputou protagonismo no PSDB por anos, levou às "flutuações" mencionadas pelo ex-governador.
"A trajetória do Aloysio foi marcada pela defesa da democracia. Como ele mesmo diz, é um jovem idealista. Não poderia estar em melhor companhia", disse Aécio.
27/04/2013
Quinta coluna
Nunca vou esquecer de Maria do Rosário subindo na tribuna do Senado para homenagear a RBS enquanto o grupos dos Sirotsky se unia à FARSUL para atacarem os movimentos sociais. Que os grupos mafiomidiáticos tenham preparado, dado as boas-vindas, em editorial, à Ditadura e que hoje a preferem chamar de ditabranda, tudo bem. O problema é gente como Mercandante e Mário do Rosário se prestarem de capachos para eles continuarem perpetrando suas barbaridades.
“Quinta coluna é um termo usado para se referir a grupos clandestinos que trabalham dentro de um país ou região, ajudando a invasão armada promovida por um outro país em caso de guerra internacional, ou facção rival no caso de uma guerra civil. Por extensão, o termo é usado para designar todo aquele que auxilia a ação de forasteiros, mesmo quando não há previsão de invasão.”
A Carta de Mercadante para a "Folha"
Frias, ditadura: o ministro que mercadeja
publicada sexta-feira, 26/04/2013 às 20:02 e atualizada sábado, 27/04/2013 às 01:48
Quando os blogueiros foram processados, pela Globo e pela Folha, Aloisio Mercadante não apareceu para prestar solidariedade. Nem em público, nem em privado. Requião (PMDB-PR) foi à tribuna. Paulo Pimenta (PT-RS) também foi. Outros tiveram a atitude (discreta, mas compreensível pelo cargo que ocupam) de mandar mensagens por telefone ou internet, manifestando solidariedade.
Mercadante não. Mercadeja. Fraqueja. Quando o governo Lula passou pela pior crise de sua história, durante a CPI do Mensalão, lá estava ele – o corajoso senador petista, histérico, tentando salvar a pele (e a imagem) junto aos eleitores de classe média em São Paulo. Quase chorou na tribuna. Não defendeu Lula. E tampouco saiu do PT (como fizeram aqueles que consideraram o “Mensalão” inaceitável). Mercadante ficou no meio do caminho, oportunisticamente.
Agora, Mercadante aparece para se dizer “perplexo” com as afirmações de que o dono da “Folha” era um colaborador estreito da ditadura. Mercadante. Penso nesse nome. Mercadante, mercador, comerciante. Aquele que mercadeja, troca…
Em busca de que está Mercadante? Ninguém escreve uma carta patética como essa (leia aqui o texto de Edu Guimarães, que reproduz a carta na íntegra) à toa. É um recado do governo Dilma (afinal, ele assina como “ministro da Educação”) para a velha mídia? Algo assim: “Fiquem tranquilos, Dilma e a Comissão da Verdade não irão atrás dos pecados que Frias, Marinhos e outros cometeram, em sua associação com a ditadura” – é isso? Há gente que não aceitaria mandar um recado desses…
Ou seria um recado pessoal: “turma da Folha, eu sou confiável, estou com vocês, lembrem-se disso quando eu for candidato a governador (ou a presidente, pois este é o novo delírio a embalar as pretensões do ministro, pelo que dizem em Brasília).
Seja como for, Mercadante ficou pequeno. Minúsculo.
Muitos na direção do PT vão-se afastando de sua história. O partido cedeu muito para governar. Compreensível, trata-se de governo de coalizão. Foi-se entregando a práticas comuns na política brasileira. Era a busca pela tal “governabilidade”. Quem acompanha (e eu o faço) as entranhas de uma investigação como a “Operação Fratelli” (realizada pela PF e o MPF em São Paulo) encontra deputados petistas confortavelmente próximos de lobistas e empreiteiras. Tucanos e petistas, juntos.
É o percurso da social-democracia no mundo inteiro. Ceder para governar? Ou manter-se fiel aos princípios, mas sem intervir na gestão do aparato de Estado? PSOE na Espanha, PS francês, Labour Party inglês e outros preferiram a primeira hipótese. Avalio que o PT até cedeu menos do que os congêneres europeus. Não se entregou totalmente ao programa liberal. Fortaleceu o Estado, distribuiu renda, favoreceu a unidade latino-americana. E tem uma base (operária, sindical, nos movimentos sociais) que empurra o partido um pouco pra esquerda – apesar de tudo.
Mas na direção, os sinais são de que os mercadores avançam. Há muitas exceções, há muita gente boa entre parlamentares e lideranças petistas. Tenho certeza que a maioria absoluta, inclusive, não aprova a carta patética de Mercadante. Mas essa carta é mais um sintoma evidente da doença que vai minando o PT: a doença dos que mercadejam tudo para ficar de bem com os velhos donos do poder.
Uma coisa, diga-se, é fazer acordos para governar. Outra é se lambuzar nas maõs de empreiteiras e lobistas. E outra, ainda pior, é mercadejar a História, aceitando reescrever a História para ficar de bem com dono de jornal. Patético.
Por último, uma observação. Mercadante cometeu, parece-me, um ato falho na carta à “Folha”. Ele diz, ao mercadejar solidariedade ao jornal, que a coluna de “Perseu Abramo” era uma referência dos que lutavam contra a ditadura. Perseu, de fato, era uma referência. Jornalista, combativo, crítico dos meios de comunicação em que havia trabalhado: ele tem uma obra clássica sobre a manipulação midiática (os petistas costumavam lê-la, nos velhos tempos). A Fundação partidária mantida pelo PT foi batizada com o nome de Perseu.
Mas a coluna na “Folha” que era “referência” (e de fato era) no período de transição democrática no Brasil (anos 70 e 80) trazia a assinatura de outro Abramo: Cláudio. Depois de afastá-lo da direção do jornal (para satisfazer a sanha da linha-dura do regime militar, que não aceitava um “esquerdista”), Frias entregou a Claudio Abramo a coluna na página 2. Prêmio de consolação? Se foi, Cláudio honrou o prêmio com textos inteligentes e combativos. Mercadante lembra-se disso? Eu lembro.
Mercadante talvez tenha preferido esquecer que era petista – no momento de escrever a carta. Mas na forma de um ato falho clássico, a condição de petista brotou. Ele quis falar de Claúdio, mas o nome de Perseu é que veio à tona. Mercadante mercadejou quase tudo. Mas o inconsciente pregou-lhe uma peça.
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A carta de Mercadante no painel do Leitor da “Folha” [registre-se que o jornal teve, ao menos, a dignidade de publicar a informação – confirmada por várias fontes – de que Frias e a "Folha" tinham grande proximidade com a ditadura e os torturadores; Mercadante escreve para comentar o texto que leu sobre isso na própria "Folha"]
A Folha publicou notícia de que o empresário Octavio Frias de Oliveira visitou frequentemente o Dops e era amigo pessoal do delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos mais ativos agentes da repressão.
A denúncia partiu do ex-agente da repressão, Cláudio Guerra. Recebi a informação perplexo e incrédulo. Especialmente porque militei contra a ditadura militar na dura década de 70 e tive a oportunidade de testemunhar o papel desempenhado pelo jornal, sob o comando de “seu Frias”, na luta pelas liberdades democráticas.
A coluna de Perseu Abramo sempre foi referência da luta estudantil nos dias difíceis de repressão. A página de “Opinião” abriu espaço para o debate democrático e pluralista. A Folha contribuiu decisivamente para a campanha das Diretas Já.
Ao longo desses 40 anos de militância política, mesmo com opiniões muitas vezes opostas às da Folha, testemunho que o jornal sempre garantiu o debate e a pluralidade de ideias, que ajudaram a construir o Brasil democrático de hoje.
E “seu Frias” merece, por isso, meu reconhecimento. Acredito que falo por muitos da minha geração.
Aloizio Mercadante, ministro de Estado da Educação (Brasília, DF)
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09/04/2011
Os ratos rotos
BRESSER PEREIRA ROMPE COM O PSDB
"…fui rever as ideias do Fernando Henrique. Eu sabia que ele tinha deixado de ser esquerda, mas eu também tinha deixado um pouco de ser esquerda. Eu continuava um pouco e ele tinha deixado de ser mais do que eu… Aí fui ler outra vez o livro clássico dele e do Enzo Faletto ("Dependência e Desenvolvimento na América Latina). E vi que Fernando Henrique estava perfeitamente coerente. O que é a teoria da dependência? É uma teoria que vai se opor à teoria cepalina, ou isebiana, do imperialismo e do desenvolvimentismo, que defende como saída para o desenvolvimento uma revolução nacional, associando empresários, trabalhadores e governo, para fazer a revolução capitalista. O socialismo ficava para depois. A teoria da dependência foi criada pelo André Gunther Frank, um notável marxista alemão que estudou muitos e muitos anos na Bélgica e que em 1965 publicou um pequeno artigo chamado "O desenvolvimento do subdesenvolvimento", brilhante e radical. É a crítica à teoria da revolução capitalista, à teoria da aliança da esquerda com a burguesia. É a afirmação categórica de que não existia, nunca existiu e nunca existiria burguesia nacional no Brasil ou na América Latina… Quando a burguesia nacional é compradora, entreguista, associada ao imperialismo, a única solução é fazer a revolução socialista. É bem louco, mas é lógico. Aí vieram o Fernando Henrique e o Enzo Faletto e disseram que havia alternativa, a dependência associada. Ou seja, as multinacionais é que seriam a fonte do desenvolvimento brasileiro, cresceríamos com poupança externa. Era a subordinação ao império. Claro que o império ficou maravilhado…. o fato concreto é que no governo Fernando Henrique o partido já caminhava para a direita muito claramente. Daí o PT ganhou a eleição e assumiu uma posição de centro-esquerda, tornou-se o partido social-democrata brasileiro — e o PSDB, naturalmente, continuou sua marcha acelerada para a direita. Nas últimas eleições, ele foi o partido dos ricos. Isso, desde 2006. É a primeira vez na história do Brasil que nós temos eleições em que é absolutamente nítida a distinção entre a direita e a esquerda, ou seja, entre os pobres e a classe média e os ricos. E um partido desse não me serve …"(Luiz C. Bresser Pereira, fundador do PSDB, ex-ministro de FHC; Valor, 08-04)(Carta Maior; 6º feira, 08/04/2011)