Ficha Corrida

28/12/2015

Silêncio cúmplice dos moralistas da honestidade alheia

Cadê Veja que não te vejo? Nestas horas lembro da informação da ADPF a respeito dos motivos que levaram Juiz de Fora ter se tornado centro de distribuição de drogas pro Nordeste. Não foi só a construção de aeroportos clandestinos, mas a conivência, o desleixo com o tráfico. Tudo somado dá a exata dimensão do que houve em Minas e explica porque o Napoleão das Alterosas perdeu exatamente nos dois estados onde é mais conhecido: Minas e Rio.

O elo entre a Lista de Furnas e o mensalão tucano. Por Joaquim de Carvalho

Postado em 27 dez 2015 – por : Joaquim de Carvalho

O diretor de Engenharia, Planejamento e Construção de Furnas, Dimas Toledo, que a lista revela como o mentor do esquema de corrupção

O diretor de Engenharia, Planejamento e Construção de Furnas, Dimas Toledo, que a lista revela como o mentor do esquema de corrupção

No ano de 2001, ao emergir do subterrâneo da política, Nilton Antônio Monteiro entregou ao Ministério Público e a um deputado do Espírito Santo documentos que revelavam o envolvimento da mineradora Samarco no pagamento de propina a autoridades do estado, à época governado pelo tucano José Ignácio Ferreira. Alguns meses depois, alguns políticos estavam presos e secretários foram demitidos.

Em 2005, Nilton Monteiro entregou a políticos do PT e à Polícia Federal recibos de depósitos, procurações e uma lista com nomes de políticos mineiros que receberam em 1998 dinheiro desviado do governo de Eduardo Azeredo através do publicitário Marcos Valério, no esquema que ficou conhecido como Mensalão de Minas Gerais.

Demorou dez anos para sair a primeira condenação no caso do Mensalão de Minas Gerais. O ex-governador Eduardo Azeredo foi condenado a 20 anos e 10 meses de prisão. Foi uma decisão de primeira instância, ainda sujeita a recursos, mas na sentença chama a atenção o número de vezes em que Nilton Monteiro é citado: 66 vezes, numa sentença que tem 125 páginas.

Nilton Monteiro é também o autor da denúncia da Lista de Furnas e a pergunta que sobressai da leitura do texto que condena Azeredo é: se Nilton Monteiro acertou quando denunciou o esquema de propina no Espírito Santo e teve suas revelações confirmadas pela sentença do Mensalão de Minas Gerais, por que a Procuradoria Geral da República ainda não investigou os políticos que integram a Lista de Furnas?

No início da semana passada, eu fiz esta pergunta à assessoria de imprensa da Procuradoria Geral da República, em Brasília, que me pediu para formalizar o questionamento via e-mail. Foi o que fiz, e até agora não recebi resposta.

Também procurei a assessoria do senador Aécio Neves, em razão do protagonismo dele na Lista de Furnas, seja por indicar pessoas que deveriam receber recursos, inclusive sua irmã, Andrea, seja por ser apontado como padrinho político do diretor de Engenharia, Planejamento e Construção de Furnas, Dimas Toledo, que a lista revela como o mentor do esquema de corrupção.

“Não posso. Tem pressão do Aécio, tem pressão do Aécio”, teria dito em 2004 o então ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, quando o deputado delator do Mensalão de Brasília Roberto Jéfferson, presidente do PTB, cobrou a indicação de um apadrinhado seu para o posto de Dimas Toledo. A assessoria prometeu enviar uma nota do senador, que é presidente do PSDB, ou me colocar em contato com ele, mas não fez nem uma coisa nem outra.

Lendo a sentença da juíza que condenou Azeredo, Marisa Pinheiro Costa Lage, o que se vê é o esforço da defesa do ex-presidente Azeredo em desqualificar o denunciante Nilton Monteiro. O próprio Azeredo, ao ser interrogado no ano de 2011, diz:

“É inacreditável que uma figura dessas seja levada em consideração. Quando eu vejo, aí, fatos novos que acontecem no dia a dia, hoje, eu me lembro muito disso. Eu estou vendo aí, hoje mesmo, nesses episódios de hoje, uma coisa parecida: falsificação de assinatura, cartório, coisa parecida com o que aconteceu comigo”, disse Azeredo.

Os “episódios de hoje” a que Eduardo Azeredo se refere são os desdobramentos da denúncia da Lista de Furnas. Naquele ano, a imprensa repercutia a investigação da Polícia Civil de Minas Gerais, estado à época governado pelo aliado de Aécio Neves, Antônio Anastasia, que apontou Nilton Monteiro como chefe de uma quadrilha de falsários.

A juíza que condenou Azeredo cita também o trecho de um depoimento prestado no Senado por Cláudio Mourão, tesoureiro da campanha de Azeredo. A então senadora Ideli Salvatti pergunta se Mourão ameaçou Nilton com a expressão “vou te pegar, acabar com a sua vida e vou te arrebentar.” Mourão responde: “Pode ter sido. Já passou a raiva. Falei com ele na hora, mas o que ele merece é isso.”

A sentença menciona ainda o episódio em que um carro de Nilton foi incendiado, fato já revelado nesta série de reportagens. Ao falar sobre Nilton Monteiro, a juíza lembra que não existem condenações contra ele e, ainda que houvesse, “qualquer pessoa pode ser testemunha, dando-se ao seu depoimento o valor devido, devendo ser consideradas suas declarações desde que sejam corroboradas pelas demais provas dos autos.”

E, no caso das denúncias de Nilton Monteiro, provas não faltaram.  “É necessário que seja dada credibilidade às declarações de Nilton Monteiro, haja vista que diversas de suas afirmações foram confirmadas pelas testemunhas, como Marcos Valério, que o recebeu em seu escritório, para tratar de assuntos relacionados à campanha tucana em Minas Gerais.”, escreveu a juíza.

A magistrada lembra também que Nilton Monteiro apresentou documentos, como a procuração que Cláudio Mourão entregou a ele, para cobrar dívida de campanha junto a Azeredo e recibos de depósitos, além de anotações de Walfrido dos Mares Guia, vice-governador de Azeredo, com o “resumo da movimentação financeira ocorrido no ano de 1998”.

Tudo confirmado por perícia ou pelo próprio autor das anotações. Denise Landim, amiga de Cláudio Mourão, deu um depoimento que revela a proximidade de Nilton Monteiro com o grupo de políticos tucanos. Ele esteve em sua casa, levado por Cláudio Mourão, para tratar do investimento em uma ilha de Cabo Frio, Rio de Janeiro.

Na semana passada, eu fui para Bauru, no interior do Estado, para levantar informações sobre uma das empresas que se destacam na Lista de Furnas como doadora de recursos de caixa 2 para os políticos. Para testar a credibilidade de Nilton Monteiro, tirei foto da casa onde o dono da Bauruense, Airton Daré, morou, uma mansão que ocupa um quarteirão inteiro, e enviei por mensagem a Nilton Monteiro.

Você conhece esta casa? Perguntei. “É a casa do Daré, em Bauru.” Você já esteve aqui? “Muitas vezes” Fazendo o quê? “Pegando malas de dinheiro, para entregar a políticos que o Dimas indicava.” Por conta própria, Nilton acrescentou: “E eu viajei muito no avião dele, com um pau mandado do Daré, o Carlos Braga, que era genro dele”.

Airton Daré, fundador da Bauruense

Airton Daré, fundador da Bauruense

O genro e o avião faziam parte das minhas anotações, citados em entrevistas que fiz com pessoas que conviveram com Daré, mas eu não havia comentado nada com Nilton Monteiro. Daré morreu no dia 19 de junho de 2011, mas a empresa que fundou continua ativa e muitos dos diretores que o auxiliaram nos negócios da empresa continuam no mercado. Alguns até dão entrevista, sob a condição de anonimato.

Comecei a levantar informações sobre a Bauruense depois que o doleiro Alberto Youssef contou, em delação premiada na Operação Lava Jato, que a empresa repassava mensalmente propina a dois deputados federais, José Janene, do PP, para quem ele trabalhava, e Aécio Neves, do PSDB, ambos da base de sustentação política do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Youssef diz que o dono da Bauruense repassava pelo menos 100 mil dólares por mês (390 mil reais pelo câmbio atual) a Janene e uma quantia não especificada para Aécio Neves. O vídeo com o trecho dessa delação foi vazado e se encontra disponível na internet.

Nesse vídeo, Janene, de camiseta cinza de mangas curtas, demonstra muita tranquilidade e, com as mãos sempre cruzadas, pressionando e afastando os dedos, conta como soube do envolvimento de Aécio no esquema.

O dono da Bauruense, ao discutir valores de propina com José Janene, na presença de Youssef, dizia que não podia aumentar a quantia porque “ainda tem a parte do PSDB”. Youssef era o operador de Janene e o procurador pergunta quem era o operador do PSDB.

“Sei por ouvir dizer que era a irmã do Aécio”, afirma. No vídeo, ouve-se o procurador dizer que tinha uma foto de Andrea Neves e fazer menção de mostrá-la a Youssef, que diz não poder reconhecer. “Estamos falando de coisa de vinte anos atrás”, diz. O procurador insiste se ele teve contato com Andrea, e Youssef diz: “Não.”

O que Youssef demonstra não ter dúvida era sobre a divisão da diretoria de Furnas: “Ele (Janene) dividia essa diretoria com o então deputado Aécio Neves”. O procurador pergunta se a propina entregue à irmã de Aécio era em espécie, assim como para ele: “Acredito que sim”.

Dinheiro em espécie existia na casa de Airton Daré. “O Daré era um homem muito discreto e muito inteligente”, conta Nilton. Ele esteve na casa de Daré em Bauru, levado de avião particular, para recolher mala. Diz que foi lá em nome do Dimas Toledo, então diretor de Construção, Engenharia e Planejamento de Furnas.

No mesmo endereço, à rua José Salmen, número 28 da quadra 4 (os números em Bauru são diferentes, contados por quadra) os vizinhos se recordam de que, em 2006, entraram policiais federais, para uma operação de busca e apreensão.

“Os homens estavam armados e com colete preto, com Polícia Federal escrito”, recorda um vizinho. “Igual a essas cenas que a gente na televisão”, acrescenta. Só que, ao contrário dos tempos da Operação lava Jato, a apreensão na casa de Daré não passou na televisão. Os policiais estiveram nesta casa, na sede da empresa e no apartamento do dono da Bauruense, no condomínio Mônaco, na Vila Universitária.

Os policiais encontraram no apartamento mais de 1 milhão de reais em espécie e cerca de 350 mil dólares, também em espécie. Em sua defesa, Daré disse que era dinheiro para pagar funcionários de suas fazendas, mas não conseguiu provar o saque das contas.

Entre 2000 e 2005, a Bauruense recebeu cerca de meio bilhão de reais por serviços prestados a Furnas. A Corregedoria Geral da União, criada em 2003, investigou os contratos da Bauruense e, segundo a procuradora da república Andréia Bayão, encontrou indícios da existência dos crimes de corrupção passiva, peculato e de fraude a licitação, “antecedentes aos de lavagem de dinheiro”.

Entre os fatos suspeitos citados, está o superfaturamento de preços, o pagamento por reajustes e vantagens que caberiam exclusivamente à empresa e até a contratação pela Bauruense de um irmão do funcionário responsável pelas licitações da estatal.

A procuradora diz ter encontrado nos relatórios da CGU e também do Tribunal de Contas da União “evidências de que Furnas estava inserida dentro de um esquema criminoso voltado para obtenção de vantagens ilegais em benefício de funcionários públicos e políticos”.

Daré é apontado pela procuradora Andrea Bayão como beneficiário do “esquema criminoso” e, para sustentar a acusação, a procuradora solicitou à Receita Federal um estudo sobre a evolução patrimonial dele, a partir da quebra do sigilo fiscal. Em 2002, Daré declarou bens e direitos no valor aproximado de 35 milhões de reais. Em 2006, seu patrimônio declarado era de R$ 58 milhões.

“Sua evolução patrimonial ou é superior aos seus rendimentos ou fica no limite dos seus rendimentos, o que lhe impediria de fazer quaisquer outros gastos com moradia, lazer, consumo”, escreveu a procuradora na denúncia à Justiça, em que pede a condenação de onze pessoas, entre elas o diretor de Furnas Dimas Toledo e o empresário Daré.

Daré e Dimas Toledo são dois lados da mesma moeda, cada um de um lado do balcão, mas unidos por negócios em estatais, que só a corrupção política pode proporcionar. Dimas começou a trabalhar em Furnas no ano de 1968, logo depois de se formar em Engenharia pela Faculdade de Itajubá, Minas Gerais, o mesmo ano em que Daré fundou a Baruense, para prestar serviços em Ilha Solteira, inaugurando um longo e duradouro relacionamento com a estatal paulista de energia CESP.

Daré também era formado em Engenharia pela Universidade de Londrina, só que no ramo florestal, o que lhe permitiu fazer negócios de reflorestamento no Estado do Mato Grosso antes de entrar no setor de energia.

Segundo o inquérito da Polícia Federal, Dimas, quando ausente, era chamado de Gordo pelos empresários que prestavam serviços em Furnas. Daré também tinha muitos quilos além do peso ideal. Ambos investiram em imóveis. Dimas é dono de uma fazenda na Serra da Bocaina, Minas Gerais, seu Estado Natal, e comprou muitos imóveis em Resende, no interior do Rio de Janeiro.

Segundo pessoas que trabalharam com ele em Bauru, Daré adquiriu mais de 150 imóveis urbanos e comprou algumas fazendas, entre elas uma às margens do rio Tietê, onde criou uma espécie de clube de campo para seus mais de mil funcionários. No local, todo fim de ano, realizava uma grande festa de confraternização.

“Ninguém saía sem presente da festa”, conta um ex-diretor do grupo. E eram presentes caros, de televisores a carros. Mas a forma como ele realizava o sorteio revela como conduzia seus negócios. “Os ganhadores dos carros eram escolhidos antes. Todos os nomes estavam no saco, menos aqueles que ganhariam os carros. Estes estavam na mão do próprio Daré. Ele colocava a mão no saco, mexia, mas não pegava nenhum papel. Ele já estava com ele na mão”, diz.

Ninguém percebia e, se percebesse, havia motivos para não ligar. Daré era um homem de hábitos simples e generoso, não só com empregados. Quando o genro, Carlos Braga, quis ser deputado estadual, em 1998, pelo PP de Paulo Maluf, Daré bancou a campanha, ao custo de quase 70 reais o voto.

Era conhecido o patrocínio que dava às campanhas do vereador Paulo Madureira, embora não tivesse negócios significativos com a administração pública do município. Não que ele não quisesse. Chegou a comprar 28 caçambas, na expectativa de assumir a coleta de lixo na cidade, mas teve que destinar a frota a outro município onde já prestava o serviço, Campinas.

Apaixonado por esporte desde seu tempo de pessoa simples em Pederneiras, onde nasceu e ajudava o futebol amador, bancava o time do Parquinho, de Bauru, e financiava uma escola de samba.

Um dos aviões da Bauruense, um jatinho Citation

Tentou fazer do filho, que também se chama Airton, uma estrela da Fórmula Indy, mas Darezinho não chegou a obter grandes resultados, embora patrocínio não lhe faltasse, inclusive um do Banestado, o banco público do Paraná, que protagonizou na época das privatizações de Fernando Henrique Cardoso um dos maiores escândalos de evasão de divisas do Brasil.

Os vizinhos de sua casa da rua José Salmen, Jardim Estoril, lembram que ele dava grandes festas, inclusive uma com a dupla sertaneja César e Paulinho. Perto desta casa, ele comprou na planta quatro apartamentos de um andar inteiro, no edifício Marselha, o metro quadrado mais caro de Bauru. Lá moram seu filho, o Darezinho, e a ex-mulher Cláudia. A Bauruense tem cinco aviões, sendo um deles o jato Citation.

Na década de 90, comprou uma rádio Auri Verde, de Bauru. Mas a emissora foi parar em suas mãos por caminhos, digamos assim, tortuosos. O prefeito de Bauru era Antonio Tidei de Lima, e a rádio Auri Verde, AM de grande audiência nas classes populares, o apoiava. Mas ainda não pertencia a Daré.

Em troca do apoio, conseguiu dinheiro da prefeitura para reformar todo o prédio. Um locutor lembra que, para driblar a restrição da lei eleitoral, a rádio noticia que haveria evento em determinado lugar. No encerramento do boletim, o locutor informava: “Tidei a dica.”

O relacionamento entre Tidei de Lima e o dono da rádio, azedou e as verbas deixaram de ir para a rádio, que ameaçou fazer oposição. Para evitar desgaste político e a perda de popularidade, o prefeito telefonou para amigos no Palácio dos Bandeirantes, onde o chefe era Luiz Antônio Fleury Filho, também do PMDB.

Tidei pediu ajuda, a solução encontrada foi propor a Daré comprar a rádio. “Uma pessoa ligada ao governador ligou para o Daré e disse que ele deveria comprar a rádio”, conta. Daré teria dito: “Mas eu não entendo nada de rádio e por que vou gastar dinheiro comprando a rádio?” O governo viabilizou a compra, autorizando Daré a interromper o pagamento de propinas a três autoridades do Estado, incluindo um dirigente da CESP.

Na rádio, era proibido dizer o nome de Daré. Quando Daré bateu um carro, a caminho do aeroporto, a rádio ignorou o fato, e funcionários da Bauruense pressionaram os jornais a não dar a notícia. A informação foi publicada no Jornal da Cidade, o maior de Bauru, mas sem nenhum destaque, como queria Daré.

Quando ele morreu, em 2011, um executivo da empresa telefonou e disse que não era para noticiar a morte. A ordem não foi acatada, em razão da relevância da notícia. “Todo mundo em Bauru sabia que ele era o dono da rádio. Como é que não íamos dar?”

No aspecto pessoal, assumia ser mulherengo. Certa vez, na companhia do genro em um avião, telefonou para um amigo e disse que queria vê-lo em seu escritório, em Bauru.

O amigo foi até lá e ele o recebeu na companhia de uma mulher muito bonita e bem mais nova do que ele. Daré pediu que o amigo aguardasse na antessala. Pouco depois, ele voltou, sozinho, com uma revista Playboy na mão, e mostrou a capa, dizendo, baixinho: “É ela”. O amigo viu que a mulher que lhe fora apresentada minutos antes era a mesma da capa da revista.

As pessoas com quem conversei fazem relatos com detalhes, como do dia em que um deles foi até o Café Photo, conhecido prostíbulo de luso em São Paulo, para entregar a um intermediário mala de dinheiro. “Parecia filme do 007”, afirma.

A orgia de malas e contratos fraudulentos que uniu a Bauruense de Daré a Furnas de Dimas Toledo, sob a proteção de um esquema político, é muito bem contada na investigação da Procuradoria da República no Rio e confirmada sem muita dificuldade com o levantamento de informações em Bauru. Mas esta é uma pequena parte da história.

Eu procurei a Bauruense e fui orientado a enviar as perguntar por e-mail ao diretor jurídico, Rinaldo. Foi o que fiz, na terça-feira, dia 22 de dezembro e até agora não recebi resposta.

Além da Bauruense, há outras empresas envolvidas no esquema de Furnas e uma penca de consultorias de fachada que celebravam contratos milionários com os prestadores de serviços da estatal apenas com o objetivo de desviar dinheiro para as malas da corrupção.

O ex-superintendente administrativo da Toshiba do Brasil, José Antonio Csapo Talavera, contou à Polícia Federal que a multinacional utilizava “notas frias, retratando serviços de consultorias inexistentes por empresas de fachada com a finalidade de esquentar recursos não declarados pela Toshiba ao Fisco.”

Talavera ouviu de um colega da Toshiba, Dieickson Barbosa, superintendente técnico comercial, que a usina termelétrica que a Toshiba construiria para Furnas em 2001, em um contrato obtido sem licitação, já trazia embutido em seu preço o valor da propina que seria paga a políticos que controlavam Furnas.

Detalhe importante: contratos como estes foram assinados sem licitação em razão de uma medida provisória editada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, que alegava o risco de apagão para acelerar a contratação de empresas, sem a necessidade de concorrência pública.

Com o depoimento recente de Alberto Youssef, envolvendo Aécio Neves no esquema de corrupção de Furnas, a Polícia Federal consultou o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, para saber se não seria o caso de abrir inquérito.

O procurador, única autoridade com poderes para investigar um senador da República, entendeu que não era o caso, em razão da dificuldade de levar adiante a apuração, já que o deputado José Janene e o dono da Bauruense estão mortos.

Minha apuração em Bauru, com a localização de testemunhas que conheceram os negócios de Daré por dentro, e a simples leitura da denúncia da procuradora Andrea Bayão, com os nomes e os fatos que levam à conclusão de que houve um grande esquema de corrupção em Furnas, mostram que compor este quebra-cabeças não é uma tarefa difícil. A primeira prova já está pronta. É a Lista de Furnas, com a assinatura autêntica de Dimas Toledo, o Gordo.

O lobista Nilton Monteiro, autor da denúncia da Lista de Furnas

O lobista Nilton Monteiro, autor da denúncia da Lista de Furnas

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Sobre o Autor

Jornalista, com passagem pela Veja, Jornal Nacional, entre outros. joaquim.gil@ig.com.br

Diário do Centro do Mundo » O elo entre a Lista de Furnas e o mensalão tucano. Por Joaquim de Carvalho

22/12/2015

Ao invés de combater como Dilma, PSDB prefere chamar sua corrupção de "desorganizada"

E o PSDB, por seu capo di tutti i capi, pode dizer estas boçalidades impunemente porque tem de seu lado o escandalosamente lento e engavetador MPF. O MPF e parcela atrasada do Judiciário viraram cumplices seja pela engavetamento, seja legitimando práticas, como faz Gilmar Mendes e antes dele Geraldo Brindeiro.

Para azar deles, hoje não basta contar com o apoio da velha mídia, há que se contar também com a seletividade burra de midiotas. A estultice de anencefálicos atacando Dilma, sobre a qual não paira nenhuma acusação de corrupção, para assim livrar o lombo de um notório corrupto, desde os tempos de Collor, conhecido pelo apelido de Eduardo CUnha.

Há muito tenho notado que a campanha do MPF contra a corrupção é uma espécie diversionismo para eliminar a concorrência de seus próximos ideológicos. O estrabismo de suas atuações são por demais evidentes e a internet não para de revelar cada vez mais essa parceria que mantém o Brasil preso ao atraso. As Danusa Leão e os Luis Carlos Prates do MPF fazem das tripas coração para protegerem aquilo que o PSDB chama de choque de gestão e de meritocracia, que é simplesmente o privilégio que desde sempre gozam os que já nascem com privilégios. Outro exemplo neste mesmo sentido é aquele asilo de políticos velhos e velhacos que é o tCU. Afinal, o que diferencia Robson Marinho no TCE/SP de Augusto Nardes no tCU? A explicação pode ser dada com um exemplo: graças a seletividade de instituições como MPF/PF/PJ João Havelange, Ricardo Teixeira, J. Hawilla, José Maria Marin, Marco Polo del Nero e Eduardo CUnha circulam com desenvoltura e cheios de boça pelas altas esferas do Brasil, mas ou já estão presos no exterior ou se por lá circularem o serão. Por que um notório comprador de reeleição continua todos os dias ganhando espaço para deitar falação sobre honestidade?

“Desorganizada”, corrupção na Petrobras começou no primeiro mandato de FHC e rendeu frutos ao PSDB até 2010

publicado em 22 de dezembro de 2015 às 03:27

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Da Redação

O acúmulo de informações sobre a Operação Lava Jato deixa claro: o Petrolão começou no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Diz ele que era, então, um esquema “desorganizado”. Ou seja, a corrupção do PSDB é mais “vadia” que a do PT/PMDB/PP/PSB e outros, parece sugerir o sociólogo.

É exatamente a mesma lógica utilizada para justificar como legais doações feitas pelas empreiteiras envolvidas na Lava Jato a Aécio Neves em 2014, quando aquelas que abasteceram os cofres de Dilma teriam sido “criminosas”.

“Mas, não tínhamos o que dar em troca, já que não controlávamos o Planalto”, argumentam os tucanos.

Porém, e os contratos fechados pelas mesmas empreiteiras com os governos paulistas de José Serra e Geraldo Alckmin, totalizando R$ 210 bilhões? E os fechados com os governos de Aécio Neves e Antonio Anastasia em Minas? Não poderia ter se dado aí o quid-pro-quo?

A lógica do PSDB, endossada pela mídia, deu certo no mensalão: embora os tucanos tenham amamentado Marcos Valério no berço, com dinheiro público de empresas estatais como Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), Comig — hoje Codemig, Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais — e o extinto Bemge, o banco estadual mineiro, ninguém foi preso; o ex-presidente nacional do PSDB e senador Eduardo Azeredo foi condenado em primeira instância a 20 anos de prisão (leia íntegra da sentença aqui), depois de 17 anos! Dificilmente passará um dia na cadeia, já que em 2018 completa 70 anos.

Enquanto isso, o mensalão petista deu no que deu, apesar da controvérsia sobre se o dinheiro da Visanet, afinal, era ou não público.

Vejamos quais são os fatos que localizam o berço do Petrolão no quintal de FHC:

1. Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma no Senado, hoje preso, assinou ficha de filiação no PSDB em 1998 e foi diretor de Gás e Energia da Petrobrás em 2000 e 2001, no segundo mandato de FHC, quando conheceu Nelson Cerveró e Paulo Roberto Costa, que agora se tornaram delatores. Os negócios entre eles começaram então.

2. As usinas termelétricas construídas às pressas na época do apagão elétrico — o verdadeiro, não aquele que a Globo prevê desde o governo Lula –, durante o governo FHC, deram prejuízo à Petrobrás superior àquele atribuído à compra e venda da refinaria de Pasadena, no governo Dilma, segundo calculou a Folha de S. Paulo. Mas, vejam que interessante: a Folha apresenta o senador como sendo do PT quando, à época dos negócios denunciados, ele tinha ficha de filiação assinada no PSDB e servia ao governo FHC.

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3. Delcídio é acusado de ter recebido R$ 10 milhões em propina da Alstom neste período. A Alstom foi operadora do trensalão tucano em São Paulo, que atravessou os governos Covas, Alckmin, Serra e Alckmin com uma velocidade superior àquela com que se constrói o metrô paulistano.

4. A Operação Sangue Negro, deflagrada pela Polícia Federal, refere-se a um esquema envolvendo a empresa holandesa SBM, que operou de 1998 a 2012, envolvendo pagamentos de U$ 46 milhões. Em 1998, registre-se, FHC foi reeleito para um segundo mandato.

5. Em delação premiada, o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, disse que coletou um total de R$ 100 milhões em propinas desde 1996. Portanto, desde a metade do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. Barusco, se contou a verdade, atuou no propinoduto durante seis longos anos sob governo tucano. Por que Lula e Dilma deveriam saber de tudo e FHC não?

6. Outro delator, Fernando Baiano, disse que seus negócios com a Petrobrás começaram em 2000, na metade do segundo mandato de FHC.

O curioso é que, em março de 2014, o PSDB acusou o PT, em nota no seu site, de ter tentado bloquear investigações sobre a Petrobrás.

Desde 2009, o PSDB no Senado solicita investigações sobre denúncias de irregularidades e na direção oposta, o esforço para aprovar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a estatal petroleira foi derrubada pelo governo federal no mesmo ano. […] Em 15 de maio de 2009, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) protocolou um pedido de abertura da comissão, assinado por 32 colegas de diversos partidos, incluindo até mesmo alguns de legendas que apoiam o governo. O requerimento pedia a investigação a fraudes que já haviam sido motivo de trabalhos na Polícia Federal, Tribunal de Contas da União e Ministério Público federal.

Na justificativa, o tucano argumentou que havia indícios de fraudes em construção e reforma de plataformas de petróleo – em especial relacionadas a grandes superfaturamentos – e desvios de verbas de royalties da exploração do petróleo, sonegação de impostos, mal uso de verbas de patrocínio e fraudes em diversos acordos e pagamentos na Agência Nacional de Petróleo. No entanto, o governo operou internamente com sua base para engavetar o pedido de CPI. Mas o PSDB apresentou requerimentos relacionados à Petrobras, no esforço de buscar respostas às denúncias.

Porém, mais tarde soubemos que foi o ex-presidente do PSDB e ex-senador Sergio Guerra, já falecido, quem teria recebido R$ 10 milhões para enterrar a CPI, segundo o delator Paulo Roberto Costa.

No Estadão:

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa afirmou em sua delação premiada que o então presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra – morto em março deste ano –, o procurou e cobrou R$ 10 milhões para que a Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobrás, aberta em julho de 2009 no Senado, fosse encerrada. Segundo Costa, o tucano disse a ele que o dinheiro seria usado para a campanha de 2010. Aos investigadores da Operação Lava Jato, Costa afirmou que os R$ 10 milhões foram pagos em 2010 a Guerra. O pagamento teria ocorrido depois que a CPI da Petrobrás foi encerrada sem punições, em 18 de dezembro de 2009. O senador era um dos 11 membros da comissão – três integrantes eram da oposição e acusaram o governo de impedir as apurações.

A extorsão, segundo Costa, foi para abafar as descobertas de irregularidades nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco – alvo do esquema que levou ao banco dos réus o ex-diretor da estatal e o doleiro Alberto Youssef. A obra era um dos sete alvos suspeitos na Petrobrás que justificaram a abertura da comissão, em julho. […] O ex-diretor declarou que o então presidente do PSDB estava acompanhado do deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), a quem chamou em seu relato de “operador” […] O delator afirmou que Guerra relatou a ele que o dinheiro abasteceria as campanhas do PSDB em 2010. Naquele ano, o presidente do partido foi o coordenador oficial da campanha presidencial do candidato José Serra. Integrantes da campanha informaram que o ex-senador não fez parte do comitê financeiro.

Vejam vocês que os tucanos denunciados são graúdos: dois senadores e ex-presidentes do partido, Eduardo Azeredo e Sergio Guerra. Não é, portanto, coisa da arraia miúda do PSDB.

No caso de Guerra, supostamente atuou com um operador de outro partido, demonstrando que o Petrolão obedecia a linhas partidárias tanto quanto aquela famosa foto de Delcídio (PT) com Romário (PSB), Eduardo Paes, Pedro Paulo e Ricardo Ferraço (PMDB) celebrando uma “aliança partidária”.

Nosso ponto é que o mensalão, assim como o trensalão e o petrolão, são suprapartidários e expressam a destruição do sistema político brasileiro pelo financiamento privado, aquele que transformou o presidente da Câmara Eduardo Cunha num traficante de emendas parlamentares escritas pela OAS e apresentadas por gente como Sandro Mabel (PMDB) e Francisco Dornelles (PP).

Se é certo que o PT hoje age igualzinho a todos os outros partidos, também o é que o PSDB não paira ao lado do DEM no panteão da moralidade, né Agripino?

As informações acima não diminuem ou pretendem diminuir a responsabilidade de integrantes do PT e de todos os outros partidos envolvidos no Petrolão: PMDB, PP, PSB e outros.

Porém, servem para demonstrar que o Petrolão floresceu num período em que, tendo a oportunidade de fazê-lo, o PSDB não fortaleceu as instituições que poderiam desmontá-lo no nascedouro. Pelo contrário, os dois mandatos de FHC ficaram famosos pela atuação do engavetador-geral da República. O presidente se ocupava de coisas mais importantes, como vender por U$ 3 bilhões uma empresa que valia U$ 100 bi, noutro escândalo, aquele sim, jamais investigado.

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17/07/2014

Entenda porque Joaquim Barbosa adiou sua aposentadoria…

Joaquim Barbosa pediu adiamento à sua aposentadoria para resolver as últimas providências de livrar o PSDB dos últimos entraves judiciais. Além de ter postergado o julgamento de fatos que antecederam os da Ação 470, Joaquim Barbosa viveu um compadrio com o PSDB, Aécio, Rede Globo, com quem mantém relações umbilicais.

PSDB e MidiaEDITORIAIS

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Nova manobra tucana

É difícil deixar de ver na renúncia do senador Clésio Andrade (PMDB-MG), réu do chamado mensalão tucano, um artifício para postergar a conclusão do julgamento do caso, em tramitação no Supremo Tribunal Federal.

Embora tenha alegado problemas de saúde, Clésio repetiu a estratégia adotada pelo ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que abdicou de seu mandato em fevereiro. Abandonando a função, deixam de figurar na lista de autoridades que, segundo a Constituição, devem ser julgadas pelo STF.

O objetivo é transferir o processo para a primeira instância da Justiça, onde o amplo repertório de recursos permite que a análise do caso se estenda. Faz parte desse cálculo a expectativa de eventual prescrição dos crimes.

Empresário do ramo de transporte, Clésio Andrade, à época filiado ao PFL (atual DEM), foi vice-governador mineiro de 2003 a 2006, durante mandato de Aécio Neves, atual candidato tucano à Presidência da República.

Ainda na década de 1990, tornou-se sócio, em agências de publicidade, de Marcos Valério –que viria a ser condenado por participar do esquema de corrupção petista.

Essa associação tornou-se peça central da engrenagem do mensalão tucano, que, segundo a Procuradoria-Geral da República, envolveu empréstimos fraudulentos, lavagem de dinheiro e desvio de verbas estatais com vistas a financiar a campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas, em 1998.

Por tais razões, o escândalo mineiro é considerado precursor, em menores proporções e valores, do petista –e mesmo assim não teve um desfecho. Tudo leva a crer que o desenlace ainda demorará.

Quando Azeredo renunciou, o STF, embora estivesse prestes a julgá-lo, remeteu os autos do tucano à primeira instância. Num episódio também recente, mas anterior, a corte decidiu de forma diversa, com o que Natan Donadon (ex-PMDB-RO) logo foi condenado.

Quanto a Clésio Andrade, o mais provável é que seu caso vá parar na Justiça mineira. Logo ele, que começou a ser julgado em Minas e viu seu processo ser transferido para o Supremo depois de assumir a vaga de senador como suplente de Eliseu Resende (DEM-MG), morto em 2011.

Sem um critério objetivo para se balizar nessas circunstâncias, o STF estimula manobras como a de Azeredo e Clésio; ao permitir o vaivém procrastinador, encoraja enunciados segundo os quais o Judiciário não atua, no mensalão tucano, com a mesma diligência demonstrada no esquema petista.

28/03/2014

Cumpriu-se a escrita!

Só Tem Safado para condenar PPPP, preto, puta, pobre e petista! Só PSDB tem quem banca: a banca que banca o dinheiro que banca a banca do direito! E aí, cadê o movimento contra a corrupção!?

Marco Aurelio Mello

STF envia caso do mensalão tucano para Justiça de Minas

Com adiamento do julgamento de Azeredo, há chance de prescrição de crimes

Ex-governador renunciou a mandato de deputado e com isso perdeu direito de ser julgado pelo Supremo

DE BRASÍLIA

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu ontem, por 8 votos a 1, enviar o processo do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), principal réu do mensalão tucano, para a Justiça de primeira instância em Minas Gerais.

A decisão, motivada pela renúncia do tucano ao mandato de deputado federal, vai atrasar o desfecho sobre o caso, que estava prestes a ser julgado pelo Supremo.

Com isso, há chance de prescrição dos crimes pelos quais Azeredo é acusado –desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro.

Os ministros adotaram essa deliberação –o que diferencia a análise do mensalão do PT e o tucano– com base nas regras do chamado foro privilegiado. Segundo elas, congressistas só podem ser processados criminalmente no STF. Ao renunciar, Azeredo perdeu o direito ao foro.

Em 2012, o STF rejeitou pedido de réus do mensalão petista, como o ex-ministro José Dirceu, para que o caso fosse desmembrado e eles fossem julgados na primeira instância, mantendo no STF apenas os réus deputados.

Na ocasião, os ministros entenderam que eventual desmembramento do caso seria prejudicial porque os fatos investigados estavam fortemente correlacionados. Com isso, todos os denunciados foram julgados no STF.

No mensalão tucano, os ministros consideraram que o caso se referia a um período (1998) e local (Minas Gerais) mais específicos e que não haveria dano ao processo na divisão da investigação.

Com isso, Azeredo continuava até agora com seu caso no STF, por ser deputado, enquanto outros réus, que não possuíam foro, respondiam na primeira instância. Agora que ele não é mais deputado, seu processo também foi para a primeira instância.

Em outros casos semelhantes ao de Azeredo, os ministros mantiveram o julgamento no STF por considerar a renúncia uma manobra para escapar da punição. Mas ontem a maioria entendeu que a regra do foro deveria prevalecer. Azeredo renunciou ao mandato em fevereiro.

Os ministros Dias Toffoli e o relator do caso, Luís Roberto Barroso, chegaram a dizer que a renúncia de Azeredo teve a clara intenção de impedir que seu processo fosse julgado no STF, mas, como não há um marco temporal que fixe o momento em que se pode ou não renunciar para escapar da análise pelo Supremo, não seria possível dizer que houve "abuso".

Único a votar contra a posição majoritária, o presidente da corte, Joaquim Barbosa, defendeu a manutenção do caso no STF. "No caso em análise, a renúncia do réu tem a finalidade clara de evitar o julgamento. Não só por essa corte, mas pelo juízo a que for indicado pois, ao que tudo indica, a prescrição poderá se consumar", disse.

Se não houver sentença até setembro de 2018, quando Azeredo completa 70 anos, o tucano estará livre de todas acusações que pesam contra ele, de acordo com a lei.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, o tucano teve "participação direta, efetiva, intensa e decisiva" num esquema que desvio dinheiro para sua fracassada campanha à reeleição como governador de Minas, em 1998.

DESVIOS

Em nota, Azeredo disse ontem que espera que o julgamento, "em quaisquer instâncias", "siga seu curso sem a contaminação política" que, segundo diz, o transformou em um "bode expiatório".

Segundo a acusação, foram desviados sob forma de patrocínio de eventos cerca de R$ 3,5 milhões de estatais mineiras. Agências do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza teriam sido usadas para fazer empréstimos fraudulentos e permitir que os recursos fossem usados na campanha.

Ontem, o promotor João Medeiros, que atua no processo contra outros nove réus que tramita na primeira instância judicial em Belo Horizonte, disse que, com a decisão do STF, o caso Azeredo pode tramitar separadamente em Minas, o que permitiria o julgamento imediato.

Se condenado na primeira instância, o tucano terá o direito de recorrer.

22/02/2014

Homens de bens reunidos

Filed under: Aécio Neves,Eduardo Azeredo,Isto é PSDB!,Zezé Perrela — Gilmar Crestani @ 10:02 am
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Vários homens de bem reunidos

SQN

20/02/2014

Mensalão Mineiro é o cacete!

mensal tucanoPara livrar a cara do maior beneficiário do mensalão montado pelo Eduardo Azeredo, FHC, o Estadão bota a culpa nos mineiros. E assim age a mídia alcoviteira que protege seus parceiros. Se for parceiro, o roubo está liberado, com proteção e tudo o mais.

Mensalão mineiro

Azeredo renuncia para adiar sentença do mensalão mineiro e preservar Aécio

Tucano é acusado de integrar esquema de desvio de verba pública; decisão poderá postergar julgamento e evitar o desgaste de uma eventual condenação em meio à campanha eleitoral

19 de fevereiro de 2014 | 22h 36

Eduardo Bresciani, Felipe Recondo e João Domingos – O Estado de Estado

Brasília – Dizendo-se "mero alvo político", o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB) renunciou nesta quarta-feira, 19, ao mandato. Ex-governador de Minas Gerais e ex-presidente nacional do PSDB, o tucano é acusado dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro em uma das ações do mensalão mineiro. Segundo o Ministério Público, ele integrou um esquema de desvio de verbas públicas em 1998, quando era governador, para bancar sua candidatura à reeleição.

Veja também:
link Em carta de renúncia, réu do mensalão mineiro diz ser ‘alvo político’
link Veja a íntegra da carta de renúncia de Azeredo
link ‘Regra geral’ é remeter o processo ir para 1ª instância, diz relator
link Especial: entenda o mensalão mineiro

Carta de renúncia foi entregue pelo filho de Azeredo, Renato - Dida Sampaio/Estadão

Dida Sampaio/Estadão

Carta de renúncia foi entregue pelo filho de Azeredo, Renato

A renúncia de Azeredo ocorre em meio a pressões de seu próprio partido, que não gostaria de enfrentar o desgaste de uma eventual condenação em meio à campanha eleitoral deste ano – o pré-candidato tucano ao Palácio do Planalto é o senador mineiro Aécio Neves.

No início de fevereiro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu pena de 22 anos de prisão para o agora ex-deputado Azeredo. Com a renúncia, os ministros da Corte discutirão se enviam ou não o caso de volta à primeira instância, o que evitaria um julgamento neste ano e daria a possibilidade de Azeredo recorrer a outras instâncias judiciais em caso de condenação. A sentença final, portanto, poderá demorar anos.

Com base em precedentes do tribunal e o histórico de votação de atuais ministros em casos análogos são grandes as chances de o processo ser remetido para a primeira instância. O relator, Luís Roberto Barroso, tem a prerrogativa de tomar a decisão sozinho, mas deve consultar o plenário da Corte para se respaldar. Ele deverá apoiar o encaminhamento do caso para a justiça mineira.

Constrangimento. Desde 7 de fevereiro, quando o procurador-geral da República recomendou a prisão de Azeredo por mais de duas décadas, as declarações públicas do agora ex-deputado tinham sido sempre na linha de que é um "homem de bem". Mas passaram a constranger o partido quando ele passou a comparar sua situação com a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no mensalão federal. A partir daí, o PSDB liderou uma operação para que ele submergisse.

Azeredo chegou a anunciar um discurso de defesa no plenário da Câmara. Depois, desistiu. A justificativa foi a de que teve uma crise de pressão arterial.

Carta. A renúncia foi feita por carta entregue por Renato, filho de Azeredo, à direção da Câmara. Nela, o tucano menciona as "pressões políticas". "Não vou me sujeitar à execração pública por ser um membro da Câmara dos Deputados e estar sujeito a pressões políticas", escreveu. "Uma tragédia desabou sobre mim e minha família, arrasando o meu nome e a minha reputação."

O tucano sustentou que as acusações se baseiam em documentos falsos e reclamou por se considerar um "mero alvo político". "As alegações injustas, agressivas, radicais e desumanas da PGR formaram a tormenta que me condena a priori e configuram mais uma antiga e hedionda denúncia da Inquisição do que uma peça acusatória do Ministério Público", afirmou. Ele voltou a se comparar a Lula: "Insisto em que as responsabilidades de um governador são semelhantes e proporcionais às de um presidente da República!"

No fim da tarde, o presidente do PSDB de Minas, Marcus Pestana, fez um discurso em defesa de Azeredo na tribunal. Disse que o "mensalão do PSDB" não tem nada a ver com o outro mensalão, o que envolveu o PT e os partidos da base aliada do ex-presidente Lula em 2005. Ele disse também que, ao contrário do que fez o PT, os tucanos não pressionariam o Supremo.

"Não esperem atitudes agressivas, punhos cerrados ao ar, gestos de confronto com o Poder Judiciário. A ação judicial está em boas mãos, e a defesa está confiante absolvição", disse.

Petistas criticaram o PSDB. O líder do partido no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que a atitude de Azeredo visou a preservar a candidatura tucana. "A renúncia é uma tentativa do PSDB de tirar o foco da candidatura de Aécio Neves", disse ele.

O vice-presidente nacional do PT, deputado José Guimarães (CE), disse que é fundamental garantir a Azeredo "a Justiça que foi negada ao PT".

Foro íntimo? Só ser for o “foro judiciário” de Minas Gerais

mensal mineirin

Para o PSDB, o foro de Minas Gerais tem sido, sim, foro privilegiado… Lá, o PSDB sempre joga em casa. Que o diga Zezé Perrella e o helicóptero do pó…

Tucanos dizem que decisão de deputado foi de ‘foro íntimo’

Petistas afirmam que renúncia é manobra para tirar processo do STF e evitar desgaste eleitoral ao PSDB

Provável candidato à Presidência, Aécio diz desconhecer pressão do partido sobre réu do mensalão tucano

DE BRASÍLIA

"É uma decisão [renúncia] de foro íntimo que tem que ser respeitada. Ele [Azeredo] agora vai se dedicar à sua de-fesa. Ele é conhecido e reconhecido em Minas Gerais como um homem de bemaécio neves (PSDB-MG)senador

Apesar de terem pressionado nos bastidores para que Eduardo Azeredo abandonasse o mandato de deputado, tucanos adotaram ontem discurso de que a renúncia foi uma decisão de "foro íntimo" decorrente do baque emocional sofrido pelo mineiro.

Já os rivais petistas falaram em manobra para evitar danos eleitorais ao PSDB.

Provável candidato tucano à Presidência da República, o senador Aécio Neves (MG) disse não ter notícia de pressão –"Que eu saiba, não"– e buscou desvincular o caso de sua campanha.

"É uma decisão de foro íntimo que tem que ser respeitada. Ele agora vai se dedicar à sua defesa. É conhecido e reconhecido em Minas Gerais como um homem de bem."

No final da tarde, tucanos se reuniram no plenário da Câmara para um breve ato de desagravo a Azeredo, que é ex-presidente do partido.

Em discurso, o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), deixou clara a intenção dos tucanos de tentar desvincular o episódio da campanha.

"O assunto não é e nem deve ser trazido para a arena política, partidária ou eleitoral. São fatos datados, circunscritos a outro contexto específico, de 1998. (…) Portanto não há nenhuma comunicação com o processo eleitoral que se avizinha em 2014", disse.

Já líderes do PT afirmaram que a renúncia teve o objetivo de preservar a candidatura de Aécio.

"A renúncia do deputado é uma manobra para evitar que o STF [Supremo Tribunal Federal] se posicione e para tirar o foco do PSDB", disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), para quem o Supremo não pode adotar "dois pesos e duas medidas".

Irmão de um dos condenados do mensalão do PT, o deputado José Guimarães (PT-CE) afirmou que os tucanos estão "crucificando" Azeredo para preservar Aécio.

Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado, disse que o mensalão tucano corre o risco de prescrever caso migre do Supremo para a primeira instância.

Já o líder da bancada do PT na Câmara, Vicentinho (SP), disse esperar que Azeredo não receba do STF o mesmo tratamento reservado aos petistas condenados no mensalão. "Defendemos [julgamento] com lisura e sem ódio. Que não haja prova com base na invenção, que seja julgado na justiça plena e firme."

O deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), que é coordenador jurídico nacional do PSDB, nega que tenha havido manobra para que o caso saia do STF.

"A atitude do Azeredo é exclusivamente de quem não quer constranger o partido, a bancada, já que todos nós que conhecemos o processo temos a clareza de sua inocência", afirmou Sampaio. (GABRIELA GUERREIRO, MÁRCIO FALCÃO E RANIER BRAGON)

11/02/2014

A origem da expre$$ão: “homem de bem”, digo, de bens…

MENSALAO TUCANOQualquer pessoa medianamente informado e que não esteja contaminado pelo verniz partidário/ideológico, sabe que Marcos Valério continuou fazendo durante o primeiro ano do governo Lula o que havia aprendido com Eduardo Azeredo, coordenador das eleições de FHC. E, como é lógico, de uma clareza meridiana, aconteceu antes dos fatos atribuídos ao José Dirceu. Então, porque Joaquim Barbosa e Roberto Gurgel começaram com os fatos posteriores? Por que era assim que os Grupos MafioMidiáticos exigiram.

Em ambos os casos trata-se, como declarou FHC à Zero Hora, do famoso Caixa 2. Como todos sabemos, e só o PT não sabia, Caixa 2 no Brasil só é admitido para ajudar os parceiros das cinco famiglias: Civita, Mesquita, Frias, Marinho & Sirotisky, os sócio-fundadores do Instituto Millenium, criado também com Caixa 2. Agora que chegaram ao gênesis, os grupos mafiomidiáticos dizem tratar-se de mensalão mineiro, e tentam jogar a julga no povo mineiro que não tem nada a ver com Eduardo Azeredo ou FHC.

Quando se trata de proteger os seus, a nossa velha mídia sabe fazer milagres, ao ponto de, num passe de mágica, fazer desaparecer um helicóptero com 450 kg de cocaína…

Aécio Neves defende Azeredo, mas evita compará-lo a Lula

Presidenciável do PSDB reafirma que colega acusado pelo mensalão tucano é ‘reconhecido como um homem de bem’

Senador, porém, não avalizou estratégia de Azeredo, que comparou a própria situação à de Lula no mensalão do PT

BERNARDO MELLO FRANCODO RIO

O provável candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), saiu ontem em defesa do deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), acusado de participar do chamado mensalão tucano.

Ele evitou, porém, endossar a estratégia de Azeredo, que tenta comparar a própria situação à do ex-presidente Lula no mensalão do PT.

"Azeredo é conhecido e reconhecido em Minas Gerais como um homem de bem. Ele vai ser julgado, e nós do PSDB vamos respeitar a decisão do STF [Supremo Tribunal Federal]. Obviamente, vamos esperar que ele possa se defender", disse Aécio, em visita à ONG Afroreggae, no Rio.

Questionado sobre entrevista à Folha em que Azeredo comparou sua situação à de Lula, desconversou: "Não sei. Eu não li essa matéria".

Na semana passada, a Procuradoria-Geral da República pediu ao STF que Azeredo seja condenado a 22 anos de prisão por ter supostamente autorizado o desvio de R$ 3,5 milhões de um banco e de duas empresas estatais para um esquema que financiou sua campanha à reeleição do governo de Minas em 1998. Azeredo diz ser inocente.

Diferentemente dele, Lula não foi denunciado ao STF no mensalão petista. Na denúncia, o procurador-geral Rodrigo Janot diz que a participação de Azeredo foi "equivalente" à do ex-ministro José Dirceu no esquema do PT. Dirceu foi condenado pelo STF, por formação de quadrilha e corrupção, como um dos responsáveis pelo mensalão.

À noite, no programa "Roda Viva", da TV Cultura, o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), na prática repetiu as declarações de Aécio: "Eduardo Azeredo tem a reputação de ser um homem de bem. O PSDB tem de respeitar o julgamento do STF. A decisão judiciária deve ser respeitada e cumprida, e não desafiada e desrespeitada".

"Não podemos proteger alguém só porque é do partido", disse. "Se cometeu algum equívoco, será chamado à sua responsabilidade pessoal."

10/02/2014

O ódio ao Lula não esconde a baba

Filed under: Ódio de Classe,Eduardo Azeredo,Mensalão Tucano — Gilmar Crestani @ 9:54 am
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Paulo Moreira Leite decifra um dos enigmas do mensalão

9 de fevereiro de 2014 | 10:20 Autor: Miguel do Rosário

eduaze

Acho que Paulo Moreira Leite matou a charada. A procuradoria tentou “vestir” o mensalão petista com as mesmas roupas do mensalão tucano. E aí se lascou, porque eram diferentes. O mensalão petista foi montado com empréstimos dos bancos Rural e BMG ao PT, tendo Marcos Valério como avalista. O mensalão tucano foi desvio de dinheiro público, de estatais mineiras, para a campanha de Eduardo Azeredo. Paulo traz ainda uma informação que eu não tinha:

“A existência do mensalão PSDB-MG chegou ao STF Supremo em 2003 mas ficou em segredo até a denúncia de Roberto Jefferson contra o PT.”

Por que ficou em segredo por tanto tempo e porque será julgado depois do mensalão petista, se aconteceu muito antes?

*

MENSALÕES DIFERENTES

Ao contrário do que ocorre na AP 470, é fácil apontar desvio de dinheiro público no mensalão PSDB-MG

por Paulo Moreira Leite, em seu blog

Se você é daqueles que acredita que o mensalão PSDB-MG é igual ao esquema financeiro da AP 470 pode despedir-se de mais uma ilusão.

A leitura das alegações finais de Rodrigo Janot, procurador geral da República sobre o mensalão PSDB-MG mostra uma verdade difícil de negar. Tudo aquilo que se disse – e não se provou – sobre o esquema de Valério-Delúbio pode ser dito e provado no mensalão PSDB-MG.

A polêmica principal sobre o mensalão dos petistas diz respeito ao desvio de recursos públicos. O procurador geral Antônio Carlos Fernando, seu sucessor Roberto Gurgel e o relator Joaquim Barbosa sustentam, desde o início, que o esquema Valubio baseou-se no desvio de R$ 73,8 milhões de recursos públicos. Dizia-se, no começo, que esse dinheiro fora desviado do Banco do Brasil. Uma apuração mais acurada mostrou que o dinheiro pertencia ao Fundo de Incentivo Visanet, destinado a divulgar o cartão Visa, que é uma empresa privada. Hoje não há a mais leve dúvida a respeito.

Embora uma única testemunha tivesse dito que – qualquer que fosse sua natureza — os recursos destinados a DNA eram desviados para campanhas petistas, a contabilidade mostra que o desvio – se houve – está longe de ter sido demonstrado.

As contas batem, conforme várias auditorias.

E tanto é assim que nesta semana, teremos uma novidade neste item. Enquanto os réus da AP 470 já estão cumprindo penas longas, em regime fechado, seus advogados começam a distribuir uma notificação judicial aos veículos que receberam as verbas da DNA. Estamos falando da TV Globo, Editora Abril, Estadão, Folha, Editora Três.

Convencidos de que irão colher um dado que ajudará a demonstrar a inocência dos réus, os advogados querem que as empresas confirmem – ou desmintam – a informação de que os recursos da DNA chegaram a seus cofres. Estes dados, a rigor, encontram-se nos documentos da AP 470. Mas ficaram ali, congelados nos arquivos, sem que fosse possível examinar seu significado e extrair todas implicações.

A consulta às empresas, que será feita agora, deveria ter ocorrido em 2005 ou 2006, na época da denúncia. Era o tempo certo para uma checagem tão importante, decisiva, até.

Mas não interessava questionar uma teoria que agradava tantas pessoas e tantos interesses, vamos combinar.

A leitura das alegações finais de Janot sobre o mensalão do PSDB descreve fatos muito mais graves. Ele fala de desvio de milhões de reais de empresas estatais do governo de Minas Gerais. Fala da Copasa, Codemig, Comig. Ao contrário do que acontecia com a Visanet, que se definia como “empresa de capital privado”, em seus estatutos e também num questionário enviado a CPMI dos Correios, aqui estamos falando de empresas públicas, controladas pelo governo do Estado, com funcionários concursados e tudo mais.

A Copasa é a Companhia de Saneamento do Estado. A Codemig dedica-se ao desenvolvimento econômico e obras de infraestrutura. A Comig é a estatal de mineração.

Não há comparação possível com a Visanet, criada pela multinacional dos cartões Visa, uma das maiores empresas do mundo.

Com notas e depoimentos, Janot descreve cenas tão didáticas que poderiam estar num filme. O dinheiro sai das estatais, chega às agências e, em vez de ser gasto em publicidade, é despachado para os cofres da campanha estadual do PSDB em 1998. Porções mínimas das verbas destinadas a publicidade chegaram a seu destino. A maior parte ficou no meio do caminho, diz ele.

Muitas pessoas diziam, quando Roberto Jefferson fez a denúncia, que o PT apenas repetia o que o PSDB fizera antes. O próprio Lula disse em Paris que seu partido nada fazia de diferente daquilo que ocorria “sistematicamente” na política brasileira.

Parecia uma forma do PT tentar proteger-se atrás dos erros do adversário, o que levou a acusação de que o partido queria justificar seus erros através dos erros dos outros. Talvez seja mais correto afirmar o contrário. A construção de uma visão distorcida na AP 470 ajudou a encobrir erros e desvios — mais graves — da AP 536-MG.

Embora o próprio Janot se permita, nas alegações finais, lembrar as semelhanças – e algumas distinções – entre os dois mensalões, as diferenças são muito maiores do que se quer acreditar. O Banco Rural é o mesmo, um personagem central – Valério – também. Até as secretarias eram as mesmas.

Mudava a natureza da mercadoria.

A existência do mensalão PSDB-MG chegou ao STF Supremo em 2003 mas ficou em segredo até a denúncia de Roberto Jefferson contra o PT. Foi então que se descobriu que Marcos Valério, o parceiro que se aproximou de Delúbio – o Carequinha, nas palavras de Jefferson — nos meses finais da campanha de 2002, havia sido formado e treinado nas campanhas tucanas desde 1998.

Veio daí a teoria de que o segundo mensalão era uma cópia do primeiro. As diferenças no ponto essencial – dinheiro público – permitem pensar em outra hipótese. A teoria do segundo mensalão serviu para justificar o primeiro.

É como se, já tendo conhecimento anterior do mensalão PSDB-MG, a acusação tenha feito o possível para vestir o esquema de Delúbio-Valério com as mesmas roupagens e a mesma gravidade, fazendo uma denúncia igual para casos substancialmente diferentes. Isso explica porque se forçou a barra para dizer que as verbas saiam do Banco do Brasil e, quando se verificou que sua origem era a Visanet, para dizer, num exercício espantoso, que os recursos seguiam públicos embora fossem propriedade de uma empresa privada.

Paulo Moreira Leite decifra um dos enigmas do mensalão | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

Mutação genética: tucano agora quer ser lula

Lula x PIGDe repente, não mais que de repente, todos querem ser Lula, aquele de um dedo a menos, bronco, ladrão, fdp, “ingnorante” e informante da ditadura. Aliás, como informante da ditadura Lula deve estar rindo de estourar as pregas.

Imagino Lula informando ao ditadores militares como usar uma arma para derrubar um governo eleito democraticamente, prender, torturar, estuprar e depois desovar o presunto em alguma cova clandestina com os carros emprestados pela Folha de São Paulo, que chamou ditadura de ditabranda, com a cobertura desinfetante da Rede Globo.

Lula também deve ter informado aos gorilas como se manter no poder selecionando postes.

Lula deve ter informado que no dia do aniversário de São Paulo convocaria uma manifestação gigantesca, em que compareceram mais de 200 mil pessoas, cobrando diretas-já. Mas a Globo, de posse desta informação, cumprindo o papel de cobrir com tapume todos os crimes de seus comparsas ditadores, resolveu dizer tratar-se de pequeno grupo comemorando o aniversário da cidade. NÃO É FANTÁSTICO!

A Globo, depois de um editorial saudando a chegada da ditadura, reconheceu recentemente que seu apoio à ditadura foi um erro: “RIO – Desde as manifestações de junho, um coro voltou às ruas: “A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”. De fato, trata-se de uma verdade, e, também de fato, de uma verdade dura. Já há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da História, esse apoio foi um erro.”

Os milicos, agora que não podem sair por aí com uma arma na mão, estão borrados de medo, reconhecendo terem participado de assassinatos, como o do deputado Rubens Paiva.

E de repente, depois de tanto tempo tentando assassinar a reputação do grande molusco, os ratos saem do esgoto tentando nos convencer que Lulas…

Será que FHC é culpado?! Por que não se dizem inocente como FHC?

Até que enfim nasce a explicação do ódio que nutrem a Lula. É mutação genética, de origem freudiana…

Ex-governador tucano quer tratamento igual ao de Lula

Acusado no mensalão mineiro, Azeredo diz que é inocente como o petista

Prestes a ser julgado pelo STF, deputado diz que não autorizou repasses que ajudaram a financiar campanha

MÁRCIO FALCÃO, DE BRASÍLIA, para FOLHA

O ex-governador e deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) afirma que é tão inocente no caso do mensalão tucano quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é, em sua opinião, no rumoroso caso do mensalão petista.

"Minha situação é semelhante à do Lula. Ele foi presidente e houve problema no Banco do Brasil. Corretamente, não foi responsabilizado", afirmou. "Eu também não posso ser responsabilizado."

Azeredo é acusado de ter autorizado o desvio de R$ 3,5 milhões (cerca de R$ 9,3 milhões em valores atualizados) do banco estatal Bemge e de duas empresas públicas para um esquema organizado para financiar sua campanha à reeleição como governador de Minas Gerais, em 1998.

Na última sexta-feira, a Procuradoria-Geral da República pediu 22 anos de prisão para Azeredo, que será julgado pelo Supremo Tribunal Federal pelos crimes de peculato (desvio de recursos públicos) e lavagem de dinheiro.

Azeredo diz que não autorizou os repasses que alimentaram o caixa de sua campanha eleitoral e não pode ser responsabilizado por isso. Para ele, a Procuradoria não levou em consideração as provas do processo. "Sou absolutamente inocente", disse.

No caso do mensalão petista, que distribuiu milhões de reais a políticos que apoiaram o governo Lula, o STF concluiu que o esquema foi alimentado por empréstimos bancários irregulares e recursos controlados pelo Banco do Brasil no fundo Visanet.

Lula não foi denunciado pela Procuradoria e por isso não foi julgado pelo STF. "Ele não foi questionado pelo Visanet do Banco do Brasil", disse Azeredo. "Eu defendo o presidente Lula. Ele não tinha mesmo que ser penalizado."

Ao pedir 22 anos de prisão para Azeredo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que seu papel no mensalão tucano foi "equivalente" ao do ex-ministro José Dirceu, considerado pelo Supremo o principal responsável pelo mensalão petista e atualmente preso em Brasília.

Os dois esquemas foram operados pela mesma pessoa, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, dono de agências de propaganda que fizeram negócios com o governo de Minas Gerais e com o governo federal. Condenado por seu envolvimento com o mensalão petista, ele está preso em Brasília.

Num depoimento prestado sigilosamente à Procuradoria-Geral da República perto do fim do julgamento, Valério disse que Lula sabia do esquema e deu a ele seu aval, mas a declaração recebeu pouco crédito das autoridades e não foi investigada.

Para Azeredo, Janot se precipitou ao pedir a pena de 22 anos de prisão no seu caso. "Só se fixa pena depois da condenação. Se não existe condenação, não tem porque já querer fixar pena. Isso realmente me deu muita estranheza", afirmou o deputado.

O ministro do STF Marco Aurélio Mello disse que essa é uma atribuição da Procuradoria. "Não é usual, mas a precisão é sempre elogiável. Não vejo extravagância."

A defesa de Azeredo terá 15 dias para entregar suas alegações finais no processo. Depois, o relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, redigirá seu voto, que será revisado pelo ministro Celso de Mello. A expectativa no STF é que o caso seja julgado ainda no primeiro semestre.

26/11/2013

Cadê o código de defesa destes consumidores?

Filed under: Aécio Neves,Domínio do Fato,Eduardo Azeredo,Zezé Perrela — Gilmar Crestani @ 10:08 pm
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Esta única foto é prova mais robusta de tudo o que apuraram contra José Genuíno. Nestas horas a teoria do domínio do fato vira pó…

Polícia apreende helicóptero usado para tráfico de drogas e 443 Kg de cocaína

Polícia apreende helicóptero usado para o tráfico de drogas

A operação foi realizada pelas polícias militar e federal e 400 kg de cocaína também foram apreendidos

Os 443 kg de cocaína pura apreendidos neste domingo (24) pelas polícias Militar e Federal, em Afonso Cláudio, seriam enviadas para a Europa. Segundo o major Flávio Pereira Santiago, comandante da 2ª Companhia Independente da Polícia Militar, em entrevista à Rádio CBN Vitória, na manhã desta segunda-feira (25), a informação teria partido de um dos detidos na operação.

Segundo informação da TV Gazeta, o helicóptero pertence à empresa Limeira Agropecuária, que pertence aos filhos do senador Zezé Perrella (PDT-MG), que já foi presidente do time de futebol Cruzeiro, de Minas Gerais.

Perrela e alguns correligionários

Ao todo, quatro pessoas foram presas e levadas para a Superintendência da Polícia Federal, em Vila Velha. Uma aeronave também foi apreendida. As investigações prosseguem agora com a Polícia Federal.

Em Afonso Cláudio, a Polícia Militar ainda faz buscas na região na tentativa de localizar outras pessoas envolvidas no caso.

SQN

29/09/2013

O mensalão PSDB-MG é lindo

Filed under: Eduardo Azeredo,Isto é PSDB!,Mensalão Tucano — Gilmar Crestani @ 10:11 am
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Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O mensalão do PSDB-MG é mesmo um caso especial.
Criado em 1998 para ajudar a campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas, até hoje o julgamento não ocorreu.
A primeira e única condenação acaba de sair. Atingiu um banqueiro do Rural, condenado a nove anos. Mas a lei lhe confere o direito de pedir recurso, o que quer dizer que tem 50% de chances matemáticas de provar sua inocência em segunda instância. Ninguém ficou indignado com isso, nem achou que seria uma ameaça às instituições ou um estímulo a criminalidade.

Tudo em paz, ao contrário do que ocorreu com os petistas, que não têm direito a apresentar um recurso pleno, equivalente a um segundo julgamento. Mesmo assim, fez-se um escândalo contra os embargos infringentes.
Leio hoje um artigo que classifica a decisão sobre os embargos como um “segundo roubo.” Um historiador diz nos jornais, hoje, que os embargos infringentes ameaçam transformar o STF numa instituição igual ao Legislativo e ao Executivo.
A pergunta é saber se, num país onde os três poderes devem conviver em harmonia, gostaríamos que o STF fosse dotado de forças especiais, um anacrônico Poder Moderador, no estilo de Pedro I durante no império, ou das Forças Armadas em tantas ditaduras, que se consideravam auto destinadas a resolver impasses políticos às costas do eleitorado.
Respeito o direito de todos a opinião mas acho que estamos a caminho de formar uma escola de cinismo à brasileira.
Isso acontece quando se impõem tratamentos diferentes para situações iguais. Os dois lados sabem que estão diante de uma mentira, na qual fingem acreditar. Um lado, porque lhe convém. O outro, porque não tem força para assegurar que a falsidade seja desmascarada.
Os réus do mensalão PSDB-MG tiveram direito ao desmembramento, que não foi oferecido aos petistas. Só isso seria suficiente para definir um abismo – mas não é só. Sua apuração é tão vagarosa que acaba de ser anunciado, oficialmente, que o caso deve ser julgado em 2015. Então fica combinado: um crime quatro anos mais velho será julgado três anos mais tarde.
Enquanto os réus do STF já poderão estar atrás das grades, como querem nossos indignados de plantão, os mineiros estarão ouvindo depoimento, fazendo sua defesa – e ganhando tempo para prescrições.
Ninguém conhece muitos detalhes do mensalão PSDB-MG por um bom punhado de razões. Uma boa apuração levaria a nomes e pessoas que ninguém tem interesse de colocar sob os holofotes. Quem? Homens de confiança do PSDB instalados no Banco do Brasil. Quem mais? Figurões do PSDB em atividade política, tanto os responsáveis por nomeações no Banco do Brasil como os beneficiários do dinheiro recebido.
Lucas Figueiredo diz, no livro O Operador, que a conta do mensalão PSDB-MG foi de R$ 40 milhões.
Pergunto: além de Eduardo Azeredo, derrotado em 1998, quem mais foi ouvido a respeito, como aconteceu com Lula?
A fábula do mensalão petista diz que o dinheiro para “comprar deputados” saiu da empresa Visanet e, de lá, foi desviado para Delúbio Soares e Marcos Valério. É assim que se procura provar a tese – falsa, na minha opinião – de que houve desvio de dinheiro público.
Como é inevitável numa fábula, havia um vilão necessário no centro desta operação, Henrique Pizzolato, petista histórico, diretor do Banco do Brasil. Ele foi condenado como responsável pelos pagamentos. Mas essa visão só pode ser sustentada quando se deixa o mensalão PSDB-MG de lado.
Pizzolato nunca foi o principal responsável pelos pagamentos as agências de Valério. Sequer tomou, solitariamente, qualquer decisão que poderia beneficiar a DNA. Nem estava autorizado a isso. Uma auditoria interna demonstrou que outro diretor, chamado Leo Batista, sem qualquer ligação com o PT, é que tinha a responsabilidade legal de fazer os pagamentos. Se era o caso de acusar alguém sozinho, teria de ser ele. Se era para acusar meia dúzia, deveria estar no meio. Nem era preciso invocar a teoria do domínio do fato. Seu nome está lá, nos papéis oficiais, com atribuições e assinaturas correspondentes. Mas não se fez uma coisa nem outra.
O problema é que Leo Batista e os colegas de diretoria eram, todos, remanescentes do governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso, quando o PSDB nomeava cargos de confiança no Banco do Brasil. Esse fato foi descoberto por um auditoria feita pelo banco, logo depois que o escândalo estourou.
Os diretores foram ouvidos e investigados. Mas, curiosamente, o inquérito que apura suas responsabilidades foi mantido em segredo. Sequer foi levado em tempo hábil ao conhecimento dos advogados de Pizzolato, embora pudesse ter sido útil para sua defesa. O próprio Pizzolato só tomou conhecimento da existência do inquérito secreto quando o julgamento estava em curso, em condições extremamente desfavoráveis.
Claro que você tem todo direito de perguntar o que esses diretores faziam por ali, naqueles anos todos. Abasteciam as agências de Marcos Valério com recursos do Visanet para ajudar a pagar as contas da campanha de 1998 do PSDB. Está lá, na CPMI dos Correios, para quem o esquema tucano levantou R$ 200 milhões.
Imagine, então, o que teria acontecido se todos os réus, acusados do mesmo crime, tivessem sido julgados no mesmo tribunal, com base numa mesma denúncia. O STF seria obrigado a condenar petistas e tucanos pela mesma melodia, decisão que teria coerência com os fatos e provas reconhecidas pelos ministros – mas teria o inconveniente de esvaziar qualquer esforço para criminalizar o PT e o governo Lula.
Em vez de fazer piadinhas e comentários altamente politizados sobre o “maior escândalo de corrupção da história”, nossos ministros teriam de dizer a mesma coisa sobre os tucanos.
Imagine se Marcos Valério resolvesse colaborar e tentar uma delação premiada para alcançar o PSDB? Quais histórias poderia contar após tantos anos de convívio? Quais casos poderia relatar?
Do ponto de vista da investigação policial, o mensalão mineiro seria pura delícia. É que coube ao candidato vitorioso na campanha mineira de 1998, Itamar Franco, receber boa parte dos pagamentos devidos a DNA. Itamar morreu sem falar publicamente sobre o assunto. Mas seu governo nada tinha a ver com o esquema. Eu já ouvi de um secretario de Itamar um relato consistente sobre tentativas de convencer Itamar, rompido com o PSDB, a honrar compromissos deixados pelos tucanos. Imagine se ele fosse ouvido. Seria um depoimento melhor que o de Roberto Jefferson, podem acreditar.
Mas vamos seguindo a história para chegar ao final. Com início diferente e tratamento diferente, o mensalão PSDB-MG irá terminar, certamente, com outro final. As penas duríssimas da ação penal 470 dificilmente irão se repetir. Varias razões contribuem para isso. Se hoje um número crescente de advogados de primeira linha já questiona as condenações, imagine o que irá ocorrer com o passar do tempo. O saldo político dos embargos infringentes não é favorável a novos linchamentos exemplares.
Quem conhece as relações entre os meios de comunicação de Minas Gerais e o governo de Estado, butim da campanha de 1998, sabe que não se pode esperar nada igual ao que se viu durante o julgamento da ação penal 470.
No julgamento dos petistas, os meios de comunicação assumiram a dianteira da denúncia e colocaram o STF atrás. Preste atenção: em certa medida, não foi o Supremo que assumiu o protagonismo neste episódio. Isso é o que dizem os jornais e a TV. Na verdade, foram eles, os meios de comunicação, que assumiram um papel central em todo o processo, levando o STF atrás de si.
Os jornalistas nunca tiveram dúvida sobre a culpa dos réus e, do ponto de vista legal, nem seriam obrigados a tê-las, já que não são juízes. Com base no veredito de seus “repórteres investigativos” jornais e revistas cobraram punições exemplares. Quando ficou claro que não havia provas objetivas, deram sustentação a teoria do domínio do fato. Empurrou o tribunal no caminho de condenações pesadas sob ameaça de acusar todo mundo de fazer pizza. O STF veio atrás, como o presidente Ayres Britto deixou claro ao prefaciar o livro de um jornalista que simbolizou essa postura duríssima dos meios de comunicação.
É curioso notar que apenas no julgamento dos embargos infringentes a Corte demonstrou uma postura diversa daquela assumida pelos meios de comunicação.Em mais de 60 sessões, foi a primeira decisão divergente. Tanto a pancadaria a que foi submetido Celso de Mello, como o esforço de outros ministros para dizer que não se fez nada demais são duas faces de uma mesma moeda. É um aperitivo para o que deve ocorrer caso os embargos possam beneficiar os réus.
Imagine se teremos a mesma indignação no mensalão PSDB-MG.
Meus leitores sabem que estou convencido de que as principais denúncias do mensalão não foram provadas nem demonstradas. Advogados de cultura jurídica muito maior, como Celso Antônio Bandeira de Mello, Yves Gandra Martins, para citar polos ideologicamente opostos do Direito brasileiro, pensam da mesma forma.
Tenho a mesma visão sobre o mensalão PSDB-MG. Temos verbas de campanhas, que se constituem crime de caixa 2, mas condenações menores.
Eu acredito que o interesse político em criminalizar Lula e o PT permitiram uma condenação sem provas. Mas será possível fazer a mesma coisa quando esse interesse político não existir?
É claro que não. E é por isso que o mensalão PSDB-MG deve ficar para longe, bem longe.

Postado por Miro às 08:10

Altamiro Borges: O mensalão PSDB-MG é lindo

07/01/2013

PSDB tem pressa em se livrar do caso Azeredo

Filed under: Eduardo Azeredo,Isto é PSDB!,Valerioduto — Gilmar Crestani @ 8:02 am

Quando é do PSDB, não é mensalão nem envolve o nome do partido, mas apenas um dos partidários. Tudo muito conveniente…

PSDB tem pressa em se livrar do caso Azeredo

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Agora com FHC como guru, Aécio Neves, candidato do partido à presidência, também defende o julgamento imediato do mensalão mineiro para se desvincular do ex-governador que se envolveu com Marcos Valério na tentativa frustrada de reeleição em 1998; a intenção é evitar que o julgamento ocorra justamente no calor da disputa presidencial de 2014

7 de Janeiro de 2013 às 05:52

247 – No dia 19 de dezembro de 2012, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu publicamente o início imediato do julgamento do chamado mensalão mineiro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O mensalão tucano foi um suposto esquema de lavagem de dinheiro que ocorreu na campanha frustrada para a reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) – um dos fundadores e ex-presidente do PSDB nacional – ao governo de Minas Gerais em 1998.

Com Aécio Neves candidato à eleição presidencial, o ex-presidente sabe que surfar no sucesso das condenações do mensalão petista sem enfrentar o fardo do episódio mineiro afeta a credibilidade do partido em plena modernização de discurso. Além disso, em 1998, Aécio foi eleito deputado federal apoiando a campanha de Azeredo, alvo da denúncia.

Juntos, FHC e Aécio querem evitar constrangimentos como o causado por Eduardo Graeff, ex-secretário-geral da Presidência, que tratou mensalão como uma criação petista, como se não houvesse outro processo aguardando para ser julgado pelo STF. "Falcão é modesto quando diz que o PT imitou outros partidos. O mensalão foi caso legítimo de ‘pela primeira vez na história deste país’", disse Graeff.

Azeredo insiste em dizer que não houve mensalão em Minas Gerais. "Mensalão é uma expressão para pagamento a parlamentares por votos e isso não aconteceu”, disse ao Estado. Mas a tese de “caixa dois” ficou enfraquecida depois que o STF ressaltou que o destino do dinheiro não é capaz de anular crimes cometidos anteriormente.

Por isso, o PSDB tem pressa em se desvincular do caso. O próprio Aécio tem defendido o julgamento e já tenta diferenciar o escândalo de Minas do que ocorreu no governo Lula. O processo está sem relator desde que Joaquim Barbosa assumiu a presidência da Corte e aguarda a nomeação de um novo ministro para substituir Carlos Ayres Britto, aposentado em novembro de 2012.

Enquanto isso, tucanos tentam usar a tese de que Azeredo foi ingênuo e que não cabia a ele cuidar das contas da própria campanha.

PSDB tem pressa em se livrar do caso Azeredo | Brasil 24/7

01/01/2013

A sinceridade comovente da Folha

E se a Folha diz isso, mesmo que um ano depois que todo mundo vinha dizendo, que sou eu para desmentir. Pena que um bando de amestrados leitores da Veja não tenham interesse em saber. Quando dissemos que Joaquim Barbosa é um golpista, referimos a coincidência do julgamento da Ação 470 com as eleições, deixando para traz processos mais antigos e sobre a mesma questão: financiamento das campanhas! Por isso que a Ação 470 foi um golpe paraguaio à JB, com apoio dos grupos mafiomidiáticos.

Mensalão mineiro, 5 anos mais antigo, não será julgado em 2013

DE SÃO PAULO

O caso do chamado mensalão mineiro, que envolve políticos do PSDB, não deverá ser julgado pelo STF em 2013. A acusação aponta desvio de recursos públicos e financiamento ilegal na fracassada campanha pela reeleição do então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998.

As operações contaram com a participação das empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como o operador do mensalão petista, que ocorreu entre 2003 e 2004, segundo o Ministério Público Federal.

A denúncia do caso mineiro foi apresentada ao STF pela Procuradoria-Geral da República em 2007. O tribunal abriu ação penal em 2009.

A causa não está pronta para ir a julgamento porque ainda há etapas processuais a serem concluídas. Atualmente o caso está na fase de depoimento de testemunhas.

Além disso, o relator do processo, o ministro Joaquim Barbosa, não poderá continuar na condução da causa, já que assumiu a presidência do tribunal em novembro.

A tarefa de relator será entregue ao novo ministro do Supremo a ser escolhido pela presidente Dilma Rousseff. Não há prazo para a indicação, que preencherá a vaga aberta após a aposentadoria de Carlos Ayres Britto.

14/10/2012

Azeredo pagou parte da campanha de FHC em 1998

Filed under: Eduardo Azeredo,FHC,STF,Valerioduto — Gilmar Crestani @ 6:43 am

Está em jogo a Inação 171 do STF em comparaçaõ com a Ação 470!

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Réu no STF como protagonista do mensalão mineiro, ex-governador Eduardo Azeredo já declarou, em entrevista à Folha, que ajudou a arcar com despesas da campanha presidencial de Fernando Henrique Cardoso no mesmo ano; relembre

13 de Outubro de 2012 às 18:29

Minas 247 – Réu no Supremo Tribunal Federal (STF) como personagem principal do chamado "mensalão mineiro", o ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, já declarou que o dinheiro arrecadado para sua campanha (foram gastos R$ 8,5 milhões no total) para o governo do Estado, em 1998, foi usado para campanhas de Fernando Henrique Cardoso à presidência, além de deputados e senadores de sua coligação. A revelação foi publicada pelo jornal em setembro de 2007. "Ele não foi a Minas, mas tinha comitês bancados pela minha campanha", disse Azeredo, sobre FHC.

Leia abaixo trechos da entrevista, concedida à repórter Andreza Matais:

Folha – 26/09/2007

FOLHA – A Polícia Federal diz que houve caixa dois na sua campanha…
EDUARDO AZEREDO – Tivemos problemas na prestação de contas da campanha, que não era minha só, mas de partidos coligados, que envolvia outros cargos, até mesmo de presidente da República.

FOLHA – Que "problemas"?
AZEREDO – Essas prestações de contas no passado eram mais uma formalidade, é hipocrisia negar isso, não existia rigor. O que se conclui é que no caso de Minas, a minha [prestação] foi a mais alta naquele ano, foi ela que se aproximou mais da realidade. E se concluiu que houve recursos a mais que não chegaram a ser formalizados.

FOLHA – O dinheiro da sua campanha financiou a de FHC em Minas?
AZEREDO – Sim, parte dos custos foram bancados pela minha campanha. Fernando Henrique não foi a Minas na campanha por causa do Itamar Franco, que era meu adversário, mas tinha comitês bancados pela minha campanha.

FOLHA – Por que o senhor acha que esse assunto voltou à tona agora?
AZEREDO – O PT colocou esse assunto no seu congresso porque não está satisfeito com a presença de um ministro [Walfrido] que não seja do seu partido e como compensação para o desgaste que o partido sofreu pela aceitação do STF de abertura do processo do mensalão.

Azeredo pagou parte da campanha de FHC em 1998 | Brasil 24/7

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