Todo dia um colega do Senador da dentadura reluzente é pego em alguma falcatrua. Não é por acaso que o chefe do Pedro Simon tenha merecido um livro chamado Honoráveis Bandidos. Ontem foi a informação de que o correligionário de Pedro Simon e candidato ao governo de Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB/TO), foi pego um avião com R$ 500 mil e santinhos do candidato.
Pedro Simon está sempre de dedo em riste para apontar a sujeira dos outros por puro diversionismo. A cortina de fumaça, especialidade do Simon, serve apenas para desviar a atenção de todos seus próximos, para que possam agir tranquilamente. Foi assim com Eliseu Padilha Rima Rica, com Antonio Britto, com Yeda Crusius, com Ana Amélia Lemos, com José Sarney, com Renan Calheiros. Por que Simon nunca diz nada a respeito das falcatruas do seus correligionários do PMDB?
Por que, simplesmente, se sente muito bem na companhia deles. Tua vez vai chegar, Pedro Simon! Depende só do povo gaúcho de deixar de ser sua manada.
Ex-senador do PMDB é suspeito de comandar desvios em entidades
Esquema movimentou R$ 20 mi, diz polícia
Operação no DF investiga suspeita de fraude em duas entidades de apoio a trabalhadores do setor de transportes
Policiais cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do ex-senador Clésio Andrade (PMDB-MG)
MATHEUS LEITÃODE BRASÍLIA
A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou nesta sexta (19) a Operação São Cristovão, que investiga suposto esquema de desvio de ao menos R$ 20 milhões do Sest (Serviço Social do Transporte) e Senat (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), entidades sem fins lucrativos de apoio a trabalhadores do setor de transportes.
Entre os suspeitos de envolvimento nas fraudes está o ex-senador Clésio Andrade (PMDB-MG), que prestou depoimento em Minas Gerais. Não havia mandado de prisão para ele, mas os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão em sua casa.
"Existe uma clara divisão de tarefas [no esquema] e, ao que tudo indica, comandada [pelo] ex-senador da República [Clésio]", afirmou Luiz Fernando Costa de Araújo, chefe adjunto da Deco (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado).
O delegado chefe da Deco, Fábio Santos de Souza, explicou que a suspeita de sua participação no esquema veio "quando analisamos um documento fraudado encaminhado por ele à polícia para justificar gratificações pagas". A Folha não conseguiu contato com o advogado de Clésio, nem com os diretores das entidades citadas.
Em segredo de justiça, a investigação do Sest/Senat foi realizada em parceria com o Ministério Público do DF, de Minas Gerais e da CGU (Controladoria-Geral da União). Quatro pessoas foram presas e outros 24 envolvidos prestaram depoimentos de forma coercitiva no DF e em Minas.
Segundo a investigação, a qual a Folha teve acesso, os envolvidos são acusados de peculato, lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Os desvios milionários aconteciam após a contratação de prestadores de serviço de fachada, ligadas aos investigados.
Nas investigações, a CGU também apontou remunerações superiores as declaradas à Receita Federal e pagamentos milionários para trabalhadores autônomos, parentes dos investigados.
A secretária da diretoria executiva do Sest/Senat, Andressa Passos, foragida até o fechamento desta edição, exemplifica um desses casos, segundo a polícia. Sua mãe, Elmira Passos, recebeu R$ 428 mil e sua irmã, Valesca Passos, R$ 590 mil por "serviços autônomos".
Em depoimentos ontem à Polícia, Elmira e Valesca afirmaram que nunca prestaram serviço e não sabiam da existência dinheiro.
No total, foram apreendidos na casa dos acusados R$ 1,4 milhões em espécie, R$ 500 mil em moeda estrangeira, 18 carros de luxo e 1,5 milhão em joias.
O Sest e o Senat foram criados em 1993 para apoiar trabalhadores do setor de transporte com orçamento de R$ 1 bilhão. Desde então, são administradas pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), comandada por Clésio até abril deste ano.
Clésio foi vice do presidenciável Aécio Neves no primeiro mandato do governo do tucano em Minas Gerais, entre 2003 e 2006. Atualmente, ele apoia o governo Dilma.
O ex-senador foi acusado de participar do mensalão tucano. Ex-sócio da SMPB e do publicitário Marcos Valério, ele responde pelos crimes de peculato (desvio de recursos públicos) e lavagem de dinheiro em desvio para o financiamento da campanha de Eduardo Azeredo, de quem foi candidato a vice em 1998.