Ficha Corrida

26/06/2016

Depois da BROI, PSDB & Rede Globo preparam Petrobrax

20160626_095344Algum gaúcho ainda há de lembrar como foi a entrega da CRT à RBS. Enquanto Britto preparava o sucateamento administrativo, a RBS adestrava a manada de midiotas de que só a iniciativa privada sabe administrar. O delírio da massa privatista com os ensinamentos da RBS foi tamanho que sequer se deram conta que a Telefónica era… estatal. Espanhola, sim, mas administrada pelo Governo Espanhol. Há uma coincidência que derivou do negócio. Apeado do poder, Antonio Britto foi se desintoxicar na…. Espanha! Quer outra coincidência? Onde FHC e Rede Globo esconderam Miriam Dutra? Se alguém disse Espanha, acertou…

Em 2001 publiquei um artigo no Observatório da Imprensa RBS & PT – Os negócios, a política e a esquerda. Portanto, há muito tempo que venho denunciando a promiscuidade dos grupos mafiomidiáticos com seus finanCIAdores ideológicos. Os ataques obsessivos e insanos, diuturnamente, ao Governo Olívio Dutra fazem parte de uma estratégia que deu certo, razão pela qual vem sendo empregada em relação a Lula e Dilma. Caçam Lula da mesma forma que caçaram Olívio Dutra. A criminalização da esquerda trouxe ao RS três gestões extremamente desastrosas: Germano Rigotto, Yeda Crusius e José Ivo Sartori. Desastrosas para o Estado, mas extremamente benéfica aos cofres da RBS. Sem uma esquerda atuante, a RBS se uniu a GERDAU, Augusto Nardes e à manada de midiotas gaúchos e conseguiu eleger dois senadores: Ana Amélia Lemos e Lasier Martins. Eles ajudaram cumpriram com os designios dos patrões e ajudaram a dar o golpe. A  RBS aparece na Operação Zelotes mas quem liga pra sonegação? Como diziam os cartazes dos “Somos Todos CUnha”, “sonegação não é crime”….

Os mantras dos afiliados ao Instituto Millenium são manjados. O modus operandi é o mesmo desde sempre. Meritocracia, choque de gestão, demonização das esquerdas e endeusamento da iniciativa privada. Por isso a privataria. A entrega da CRT à RBS, agora BROI poderia ser emblemático da falácia do discurso privatista tanto quanto a criminalização do Olívio Dutra ou do cumprimento das obrigações fiscais. Mas, não. A imbecilidade coletiva não liga para as falácias da velha mídia. Pelo contrário, como bovinos, deixa-se conduzir pela égua madrinha.

O pedido de recuperação judicial pela BROI mostra o quanto a iniciativa privada, que pratica preços escorchantes, é má administradora. Tão predadora que só poderia ser…. privada! Depois de sugarem, dão descarga. Mas vê se tem algum dos donos pobre, de Sirotsky a Carlos Jereissati, passando pelo portador de dois velozes Habeas Corpus, Daniel Dantas.

O golpe em andamento é comandado pela plutocracia e seus testas de ferro formam uma verdadeira cleptocracia. A destruição do Estado e dos seus defensores é seu único fim.

O Xadrez dos fantasmas de Temer e as eleições indiretas

sab, 25/06/2016 – 21:23  – Atualizado em 25/06/2016 – 22:06 – Luis Nassif

Definição 1 – os novos inquilinos do poder

Há dois grupos nítidos dentre os novos inquilinos do poder.

Um, o PMDB de Michel Temer, Eliseu Padilha, Moreira Franco, Geddel Vieira de Lima e Romero Jucá, grupo notório.  O outro, um agrupamento em que se somam grupos de mídia, Judiciário, Ministério Público Federal e mercadistas do PSDB. Vamos chama-los de PSDB cover, pois inclui as alas paulistas e os mercadistas cariocas do PSDB. A banda de Aécio Neves é carta fora do baralho.

Por vezes, o PSDB cover provoca indignação. Já o grupo de Temer provoca vergonha, um sentimento amplo de humilhação de assistir o país governado por grupo tão suspeito, primário e truculento. E menciono esse sentimento não como uma expressão individual de repulsa, mas como um ingrediente político que será decisivo nos desdobramentos políticos pós-impeachment, que rabisco no final.

O grupo de Temer quer se apropriar do orçamento com vistas às próximas eleições. O PSDB cover quer se valer da oportunidade para reeditar as grandes tacadas do Real.

Temer e seu grupo são mantidos na rédea curta, com denúncias periódicas para mostrar quem tem o controle do processo. Deles se exige espaço amplo para as articulações financeiras do PSDB cover e o trabalho sujo para desmontar qualquer possibilidade da oposição nas próximas eleições.

Definição 2 – a estratégia econômica

Ao longo de 2013 e 2014 Dilma perdeu o foco da política econômica e deu início à sequência de isenções fiscais, arrebentando com as contas públicas. No final de 2014 havia um grande passivo das chamadas “pedaladas”.

Um pouco antes de vencer as eleições, Dilma anunciou publicamente a substituição do Ministro da Fazenda Guido Mantega por Joaquim Levy, provocando ressentimentos em Mantega.

Passadas as eleições, foi aconselhada a zerar os passivos ainda em 2014.

Demitido em público, mas ainda Ministro, Mantega recusou-se a tomar as medidas necessárias. Indicado Ministro, mas ainda não empossado, Joaquim Levy também preferiu postergar.

Assumindo Levy, Dilma anuncia a estratégia da chamada contração fiscal expansionista. Ou seja, um enorme choque fiscal que devolveria a confiança aos agentes econômicos que voltariam a investir.

Os empresários ficariam tão encantados com o choque fiscal que nem ligariam para a queda da demanda, aumento da capacidade ociosa, taxas de juros estratosféricas. Como diria Gil, “andar com fé eu vou”. E fomos.

O primeiro desastre foi o anúncio do plano a seco, como primeira manifestação de Dilma. Foi um suicídio político.

No meio do ano estava claro o fracasso da estratégia que, ao derrubar ainda mais a economia, ampliou a recessão, a queda de receitas e, consequentemente, os desajustes fiscais.

Passou-se todo o segundo semestre discutindo a revisão da política, sem que nada fosse feito. Levy acabou saindo antes deixando armada a bomba fiscal e a política.

Mudou-se a estratégia para a flexibilização fiscal reformista.

Consistiria no governo assumir um resultado fiscal menor no curto prazo, para absorver a perda de receita. E, para reconquistar a confiança do mercado, em vez do ajuste fiscal, uma reforma fiscal.

Flexibilizaria no curto prazo, para devolver um pouco de fôlego à economia. E acenaria com reformas de médio prazo, visando devolver a confiança no equilíbrio fiscal.

Em dezembro de 2015 a fogueira política parecia ter refluído. A proposta foi apresentada em janeiro de 2016, com os seguintes ingredientes:

1.     Pedido de autorização do Congresso para um déficit maior.

2.     Limites de gastos orçamentários.

3.     Reforma da Previdência.

Na proposta Nelson Barbosa, os limites de gastos orçamentários seriam definidos a cada quatro anos pelo Congresso. Substituir-se-iam os gastos obrigatórios por metas obrigatórias a serem alcançadas. Seja qual fosse o resultado, haveria a possibilidade de correção de rumos a cada quatro anos.

Em relação à Previdência, haveria um aumento na idade mínima, mas com uma longa regra de transição, de maneira a poupar quem já tivesse ingressado no mercado de trabalho.

Mas, àquela altura, a governabilidade já tinha ido para o espaço, graças à combinação da Lava Jato com Eduardo Cunha. A cada semana, a Lava Jato soltava uma bomba política e, após o recesso, Cunha soltava uma bomba fiscal.

A equipe de Meirelles pegou as propostas e turbinou com Red Bull.

Hiperflexibilizou no curto prazo obtendo autorização para um déficit de R$ 170 bilhões para pagar a conta do impeachment. Produzindo um buraco maior, pressionaria por reformas muito mais radicais do que as previstas pelo governo Dilma.

Em relação ao limite de gastos pretende amarrar o orçamento por 20 anos, em cima dos gastos de 2016, espremidos por dois anos de quedas de receitas. Se passar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional), um grupo que não recebeu nenhum voto nas últimas eleições, membros interinos da junta de poder, definirá o orçamento para os próximos três presidentes da República.

Não é apenas isso.

A deterioração das contas públicas abrirá espaço para as famosas “tacadas” – termo que Rui Barbosa utilizava para as jogadas do encilhamento; e que os economistas do Real praticaram na política cambial e nas privatizações.

Os negócios estão caminhando a mil por hora.

1.     De cara, haverá a rentabilíssima operação de vendas de ativos públicos depreciados. O Projeto de Lei apresentado pelo senador Tasso Jereissatti vai nessa direção, ao inviabilizar qualquer recuperação de empresa pública e colocá-la à venda sem nenhuma estratégia setorial ou de valorização dos ativos.

2.     Nessa panela entrarão as vendas de participação do BNDES, com o mercado no chão.

3.     Se acelerarão as concessões com margens altas de rentabilidade, abandonando de vez as veleidades de modicidade tarifária.

4.     No caso da participação externa em companhias aéreas, por exemplo, havia estudos para autorizar até 49% podendo chegar a 100%, mas apenas dentro de acordos de reciprocidade com outros países. Já se mudou para autorização para 100%, sem qualquer contrapartida. Altas tacadas e altas comissões.

Estão no forno duas outras medidas complicadas. Uma, visando retirar do BNDES R$ 150 bilhões de recursos não aplicados; outra vendendo R$ 100 bi em ativos do Fundo Soberano.

No caso do BNDES, o governo Dilma tinha pronto medida colocando à disposição dos bancos comerciais os recursos não aplicados pelo BNDES, nas mesmas condições. Seria uma maneira de impedir o travamento dos investimentos.

Mesmo assim, a flexibilização do orçamento e a perspectiva do fundo do poço ter sido alcançado no primeiro trimestre, promoverá algum desafogo na economia nos próximos meses.

Definição 3 – os desdobramentos políticos

E aí se chega no busílis da questão, no xeque pastor – o mais rápido do xadrez. Vamos compor esses quebra cabeças com as peças que se tem à mão.

Lembre-se: não são apostas cravadas nas hipóteses abaixo, são  possibilidades. Ou seja, tendo determinadas peças no tabuleiro, abre-se espaço para determinadas estartégias.

Peça 1 – o reino da democracia sem voto

Hoje em dia, se está no mundo que o PSDB cover pediu aos céus: uma democracia sem votos. O exército das profundezas, organizado por Eduardo Cunha, está prestes a ser desbaratado. O poder de fato é exercido hoje pela combinação da mídia com o Ministério Público, Judiciário e Tribunal de Contas, substituindo o sufrágio popular.

Essa combinação está permitindo mudanças constitucionais, derrubada de presidentes sem obedecer às determinações constitucionais, destruição de setores e empresas em torno da bandeira genérica da luta contra a corrupção.

Peça 2 – Michel Temer é um interino inviável.

A última edição da revista Época revela mais uma ponta da parceria de Temer com o  coronel da reserva da PM paulista João Baptista Lima Filho, sócio da Argeplan, incluído em obras da Eletronuclear sem possuir experiência para tal. Lima foi citado pelo presidente da Engevix como receptador de R$ 1 milhão cujo destinatário final seria Temer.

Não é a primeira menção à parceria Lima-Temer.

Anos atrás, em um processo de divórcio de um ex-gestor do porto de Santos, ao detalhar as formas como o ex-marido amealhou patrimônio, foi mencionado especificamente o que ele recebia de propinas e o que era encaminhado para Lima e Temer.

Na época, o MPF e o Judiciário pediram arquivamento do caso. Agora, Lima reaparece na delação da Engevix. À esta altura, jornalistas e procuradores estão juntando mais elementos das parcerias.

Mais que isso: se a parceria com a mídia não impediu a denúncia das relações tenebrosas de Temer, o que impedirá a colheita no manancial de escândalos protagonizados por Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima? E ainda não se chegou ao tema central, da delação de Marcelo Odebrecht.

Não haverá blindagem capaz de garantir Temer. É uma relação ampla de delações com seu nome obrigatoriamente envolvido. Mesmo em nome da governabilidade, não será possível passar ao largo das evidências.

Em dezembro de 2014, por exemplo, a Secretaria de Aviação Civil (SAC), não mais sob controle de Moreira Franco, anulou licitação para contratação de empresa consultiva de engenharia, para monitorar todas as atividades do Fundo Nacional de Aviação Civil. O consórcio vencedor era formado pela Engevix e pela Argeplan Arquitetura e Engenharia.

Peça 3 – as eleições indiretas

Chega-se, finalmente, à perspectiva mais imediata de xeque, que não inclui a volta de Dilma.

Primeiro, tem-se o desafio da votação do impeachment. Passando ou não, tem-se a segunda barreira, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Nos últimos dias, ventilou-se a tese Gilmar Mendes, de montar uma operação para supostamente legitimar Temer. Consistiria no TSE barrar Dilma e Temer. Pela Constituição, um mês depois haveria eleição indireta pelo Congresso, sem obrigatoriedade de candidaturas de parlamentares, mas com a promessa de Temer poder se candidatar e ser eleito.

Isto é o que se diz.

Se o custo Temer estiver muito alto, nada impedirá o PSDB cover de lançar Henrique Meirelles, abolindo os intermediários ou alguma articulação mais ampla passar pelo presidente do Senado Renan Calheiros.

O Xadrez dos fantasmas de Temer e as eleições indiretas | GGN

29/04/2015

Yeda Crusius, uma tucana paulista à moda gaúcha

Filed under: Operação Rodin,Sirotsky,Yeda Crusius — Gilmar Crestani @ 10:03 am
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OBScena: Yeda & famiglia Sirotsky.

Yeda SirtoskyEnquanto acusados da Lava Jato já cumprem prisão, a correligionária de Jorge Pozzobom continua desfrutando da liberdade. Por que será que Yeda Crusius, Gerdau e RBS não vão presos para que lhes possa ser oferecido delação premiada?!

Por que  Operação Rodin roda em regime de cautela, cheia de segredos, e a Operação Lava Jato em rotativas de imprensa?!

Yeda Crusius responderá ação por improbidade administrativa

Da Redação*

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) decidiu nesta terça-feira (28) manter a ex-governadora Yeda Crusius como ré na ação de improbidade administrativa referente à Operação Rodin, que apura fraudes ocorridas no Detran/RS. O processo estava suspenso desde agosto do ano passado, aguardando o julgamento do mérito do recurso pela 4ª Turma.

O recurso foi movido pela defesa de Yeda contra a decisão de primeira instância que incluiu a ex-governadora como ré no processo de improbidade administrativa referente à Operação Rodin.

A decisão foi de parcial provimento, pois a responsabilização por indicar Flávio Vaz Neto para dirigir o Detran/RS foi excluída da denúncia. Segundo o relator do acórdão, desembargador federal Cândido Alfredo Silva Leal Júnior, incluir essa acusação seria ir além do que foi pedido na inicial, o que configuraria julgamento extra-petita.

“Além da inicial não imputar responsabilidade à ré por atos de improbidade de seus subordinados, é preciso que se ressalte que Flávio Vaz Netto nem figura nesta ação como réu, de forma que não há imputação de atos de improbidade contra ele pelos quais a agravante Yeda Crusius pudesse ao final ser responsabilizada, por culpa in eligendo ou in vigilando”, concluiu o desembargador.

A ex-governadora será julgada na esfera cível pelas condutas de agir para manter em funcionamento o esquema fraudulento em seu governo e beneficiar-se deste. O processo corre em segredo de Justiça.

Operação Rodin

A Operação Rodin, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2007, investigou irregularidades ocorridas entre os anos de 2003 e 2007 em contratos firmados com a Fundação de Apoio à Tecnologia e à Ciência (Fatec) e a Fundação Educacional e Cultural para o Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (FUNDAE), vinculadas à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), para a realização dos exames teóricos e práticos de direção veicular para fins de expedição da Carteira Nacional de Habilitação. O Ministério Público Federal estimou que teriam sido desviados R$ 44 milhões dos cofres públicos.

*Com informações do TRF4

Yeda Crusius responderá ação por improbidade administrativa – Sul 21

27/04/2015

RBS, ávida por todos os lados

Filed under: Jorge Pozzobom,Operação Pavlova,Operação Zelotes,RBS,Sirotsky — Gilmar Crestani @ 8:54 am
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OBScena: Pozzobom & famiglia Sirotsky

pozzobom y SirotskyA RBS atua segura e cirurgicamente. Não dá ponto sem nó. Às vezes esconde a informação. Faz exatamente o que a Globo manda. É a velha lei Rubens Ricúpero. Esconde os escândalos em que se envolve e cria nos adversários fantasias escandalosas. Poucas famílias tem um privilégio de ter um estuprador em Florianópolis.

Jorge Pozzobom terá de renovar sua frase antológica; também os grupos mafiomidiáticos desfrutam de facilidades altamente premiadas.

Não é por acaso que os jornalistas puxa-sacos, vira-latas e vira-bostas viram PJ da RBS. Se for honesto, tá fora.

RBS – ESCÂNDALOS NADA REPUBLICANOS MANCHAM A IMAGEM DA FAMÍLIA SITROSKY

by Leudo Costa

DOIS ESCÂNDALOS POLICIAIS – OPERAÇÕES ZHELOTES E PAVLOVA ‘RONDARAM E SUBIRAM” AS ESCADARIAS DO GRUPO RBS NOS ÚLTIMOS 30 DIAS. AMBOS ENVOLVEM A ALTA DIREÇÃO DO GRUPO E O GENRO DO PRESIDENTE NELSON SIROTSKY

Escândalos econômico-financeiros, crimes hediondos e repugnantes praticados contra o ser humano, desconstituição da imagem de políticos e administradores públicos e, principalmente a exposição diária de pequenos punguistas, ladrões e marginais de toda a ordem nortearam por décadas as seções mais populares dos jornais, emissoras de rádio e das tvs do Grupo RBS. MAS COMO DIZ A VOZ DO POVO… quem é estilingue, um dia vira vidraça..

Os gaúchos estão constrangido ao saber que o maior grupo de comunicação do Estado, a RBS, que todo o dia ministra “aulas sobre honestidade, bom comportamento e correção ética – possui um manual próprio -” fez uso métodos não republicanos para “fraudar” o fisco. Segundo informa a Polícia Federal e o Ministério Público, o Grupo RBS teria pago R$ 15 milhões para “fazer desaparecer” uma dívida para com o Brasil na ordem de R$ 650 milhões.

A ação criminosas apurada na ZHELOTES, praticada em qualquer país sério do mundo, teria os dirigentes da RBS, de forma preventiva, recolhidos numa cadeia pública – vide empreiteiros da Lava-Jato – para a necessária e justa aplicação da lei penal. A condenação seria duríssima. Os serviços concedidos pelo governo – rádio e televisão – seriam suspensos no primeiro momento e retomados após apuração sumária capitaneada pelo Ministério Público. Aqui não há que se falar em censura, perseguição ou mesmo retaliação. Seria uma decisão legal, prevista no ordenamento jurídico em vigência no Brasil, que só não é aplicada pela frouxidão e leniência de algumas autoridades, também “enroladas” nas falcatruas da OPERAÇÃO ZHELOTES.

Agora, deflagrada a Operação PAVLOVA outro nome ligado a família controladora do Grupo RBS surge no vértice de mais um escândalo. Trata-se de Patrick Lucchese, genro de Nelson Sirostky.

Deflagrada em 15 de abril, a operação Pavlova, da Polícia Federal, investigou crimes financeiros praticados desde 2011 a partir do Rio Grande do Sul e que geraram desvios milionários a empresas do ramo de seguros, capitalização e previdência. Contratos para prestações de serviços que não eram realizados ultrapassaram cifras de R$ 10 e até de R$ 20 milhões. O delegado de repressão a crimes financeiros, Tiago Busato, admite não ter o montante exato do prejuízo. “Colhemos, hoje, uma grande quantidade de provas e documentos. Vamos fazer uma análise do conteúdo probatório, mas dá para garantir que alguns contratos envolviam cifras milionárias”, adiantou. Para tentar reverter as perdas, foram bloqueados as contas bancárias e os bens dos investigados, como cinco veículos de luxo, além de imóveis localizados dentro e fora do Rio Grande do Sul. A procuradora federal Patrícia Weber explicou que o patrimônio das empresas do segmento é baseado nos recursos mensais pagos pelos segurados. “Se o fluxo financeiro das instituições está comprometido, gerando endividamento e situação de falência, quem fica prejudicado é o cliente que não garante o benefício em caso de necessidade. Desse modo, a prática gera uma preocupação social e o segurado é lesado diretamente”, afirmou ela. Os crimes praticados foram lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e gestão fraudulenta. Quatro empresários e um advogado, suspeitos de participarem do esquema, já prestaram depoimento, Desse grupo, pelo menos quatro foram indiciados. Nesse grupo está Patrick Lucchese, filho do cirurgião cardíaco Fernando Lucchese, que é casado com uma filha do empresário Nelson Sirotski.

O mais estranho é que as duas OPERAÇÕES POLICIAIS – ZHELOTES E PAVLOVA – foram “blindadas” pela justiça. Foi decretado o segredo de justiça, mecanismo só aceitável quando se trata de matéria relacionada com o direito de família, onde pai, mãe e filhos tem de ser preservados..

O Juiz Sérgio Moro já ensinou: Não existe segredo de justiça quando as ações criminosas são praticadas contra o Estado. Toda a população tem o direito de ser informada sobre de tudo. A Constituição e a Lei Penal em vigência no Brasil não contempla, nem mesmo em tese a classificação de “castas” sociais ou penas seletivas…

Copiado de: http://cristalvox.com.br/

Praia de Xangri-Lá

21/04/2015

CRT, um assalto à mão leve, com participação especial da RBS

Para quem pensa que a Operação Zelotes desmascara de modo indelével a face oculta da RBS não sabe da missa a metade. Para começar, a RBS é fruto de primeira hora da ditadura. Como a Fênix da Mitologia, a RBS nasceu das cinzas. E todo mundo sabe que onde há cinzas havia fogo… Ainda no alvorecer, a ditadura botou fogo no Última Hora. É destas cinzas que brota a parceria da RBS com a ditadura.

O Grupo RBS manteve uma simbiose prolífica para ambos, ela e a ditadura. Jamais foi censurada, ela jamais censurou seus mecenas. Ao contrário do Grupo Globo, que admitiu que errou, a RBS mantém-se em silêncio. O jornal Zero Hora mantém a marca de nunca ter sofrido qualquer reprimenda dos ditadores. Há dois fatos que ajudam a explicar o silêncio de um grupo em relação ao período de arbítrio mas que espalha aos ventos sua defesa do Fórum da Liberdade: na democracia o Jornal Zero Hora foi suspenso por decisão judicial. Não bastasse isso, também está marcada na paleta da RBS a suspensão do colunista Luís Fernando Veríssimo por ter chamado Fernando Collor de Mello de “ponto de interrogação bem penteado”.

A RBS não se cansa de atacar os movimentos sociais ao mesmo tempo em que faz às vezes de porta-voz do suprassumo do atraso, como o mega sonegador Gerdau. Fez das tripas coração para derrubar Olívio Dutra, um homem inatacável sob qualquer ângulo. Isso porque Olívio ousou derrotar o cavalo do comissário, Antonio Britto, exatamente aquele que entregou a CRT à RBS. Depois a RBS foi preparando funcionários e, eleição após eleição, vem desovando-os na política. Toma a cautela de ir distribuindo isonomicamente entre os vários partidos que atuam sob sua batuta. Britto, no PMDB; Sérgio Zambiasi, no PTB; Yeda Crusius, no PSDB; Ana Amélia Lemos, no PP gaúcho; e Lasier Martins, no PDT

Para quem tiver interesse em aprofundar no que foi a RBS no Governo Olívio Dutra há um livro na praça que traz detalhes: Diógenes, o Guerrilheiro, do Diógenes de Oliveira. Diógenes foi o primeiro a apontar a existência de lavagem de dinheiro em paraíso fiscal. A RBS teria uma subsidiária nas Ilhas Cayman para fazer triangulações. A Operação Zelotes, assim como os crimes do HSBC, são assuntos familiares à famiglia Sirotsky. Quanto cunhei a expressão “coronelismo eletrônico”, tinha em mente a face nefastas de Maurício Sirostky Sobrinho e seus múltiplos recursos de silenciar ou retumbar naquilo veio a se revelar como método Rubens Ricúpero.

Como filial fiel e submissa às premissas da Rede Globo, a RBS jamais contestou a tese de que “Não somos racistas”. Sim, porque somos hiPÓcritas. Somos a terra do homofóbico Luis Carlos Heinze, do racista Lasier Martins (vide frase antológica sobre os índios: “— Quantos índios no Brasil, e em especial no Rio Grande do Sul, deixaram de ser índios e são hoje profissionais respeitados, qualificados?” Mas para a RBS é apenas uma “frase polêmica”, não é racismo.

Assim foi feita privatização no Brasil, com o apoio dos grupos mafiomidiáticos, e em detrimento aos interesses dos verdadeiros donos. Seja os acionistas, seja o povo brasileiro. Assim fica fácil entender porque a RBS defende as privatizações, e a manada que ela cabresteia mantém a mesma ladainha.

80 mil gaúchos vão à Justiça contra calote das ações da antiga CRT

telefone_preto

Por Paula Bianca Bianchi

Alô? Seu número de telefone é ainda do tempo da antiga CRT? Então você pode, sem saber, ter R$ 30 mil para receber de indenização de sua companhia telefônica. Isto acontece porque até 1996 o consumidor era obrigado a comprar ações da CRT para ter acesso a uma linha telefônica, o que o transformava num acionista minoritário. Mas, quando a empresa foi vendida pelo governo, os novos compradores “esqueceram” de recomprar as ações dos minoritários, hoje avaliadas em R$ 2.4 bi.

Estima-se que mais de 80 mil pessoas estão na Justiça lutando para resgatar os valores pagos à época – eles podem ser cobrados da empresa sucessora, a Brasil Telecom. Como cada lote de ações da CRT/Brasil Telecom (BT) vale 14 reais – e eram necessários 2 mil lotes para a compra de uma linha – o consumidor pode ter hoje ações avaliadas em até 30 mil reais por telefone antigo.

É óbvio que a BT não faz propaganda da recompra. E para complicar mais o caso, a própria BT já revendeu a companhia para a OI. Como há milhares de ações na Justiça, a BT conseguiu do Judiciário o privilégio de ter uma sala no 3ºandar do Forum Central de Porto Alegre, onde tenta fazer acordo com os interessados.

Por que não há uma ampla divulgação pelos jornais e TVs desta situação? Porque as grandes empresas de telefonia são fortes anunciantes – e nenhuma delas tem interesse em anunciar que está devendo dinheiro atrasado aos consumidores (a recompra das ações é um direito quando a companhia é negociada).

“A maior parte das pessoas nem sabe que tem ações”, diz o advogado Gabriel Garcia, especializado no assunto. “Todas as pessoas que compraram um telefone até o fim dos anos 90 por mais de R$ 50,00 tem direito a esses papéis”.

Como é que as coisas aconteceram?

A história começa em 1962, quando o então governador Leonel Brizola encampou a norte-americana ITTC e criou a Companhia Riograndense de Telecomunicações, a CRT. Como não havia capital para expandir a empresa, o governo criou uma sociedade mista em que toda pessoa que quisesse adquirir uma linha telefônica era obrigada a adquirir também um conjunto de ações. Assim, todo proprietário de linha telefônica era também acionista da empresa.

Tudo funcionou bem até meados dos anos 1980, apesar dos preços exorbitantes e da espera de até cinco anos por uma linha.

Um telefone custava quase o equivalente a um automóvel. Financiamentos para conseguir uma linha eram comuns. Muitas pessoas viviam desse comércio. Havia até empresas especializadas na compra e venda de telefones, como carros.

Desde que começou o sistema de subscrição, a CRT fechava o contrato com o usuário do telefone em uma data, mas só entregava as ações meses depois. Nesse meio tempo, os papéis valorizavam e a inflação dava saltos. Resultado. O dinheiro de quem comprava, por exemplo, 100 ações em março, podia ser suficiente para apenas 25 em dezembro, data real da subscrição.

No entanto, foi a partir de 88 que essa prática se agravou. “Hoje, devido à prescrição, só podem pleitear essa diferença aqueles que adquiriam o telefone após 03/01/1986”, explica o advogado Garcia.

Ainda assim, mais de 80 mil clientes estão na Justiça contra a CRT/Brasil Telecom com processos de ordem societária. O número só não é maior porque as pessoas desconhecem o assunto.

Na Justiça, começaram a sair sentenças reconhecendo que os usuários da antiga CRT tinham direito a um número maior de ações do que receberam até que 2003 houve uma trégua. As pessoas entravam contra a CRT para receber essa diferença e eram indenizadas.

O parâmetro era o preço das ações que constava no Balanço Patrimonial do ano anterior à última assembléia geral de acionistas na época da compra, conforme define a Lei das Sociedades Anônimas.

Entretanto, após cinco anos de decisões favoráveis aos clientes, em outubro de 2007 um caso menor, que não tratava especificamente da retratação do número de ações da CRT, mas de uma multa, chegou ao STF. Ele deu origem a um parecer do falecido ministro Hélio Quaglia Barbosa e mudou a forma como o valor dos papéis era calculado.

Ao invés de usar o Balanço Anual (conforme a lei), passou-se a usar o balancete mensal da empresa como referência. O argumento principal de ministro Barbosa foi o “fardo negativo do tempo”, o que tornaria mais razoável a definição do valor das ações através dos balancetes.
E lá se foram os clientes da CRT/Brasil Telecom à Justiça mais uma vez, agora para definir a forma correta de calcular o valor das ações.

Esse entendimento foi se consolidando e ganhou força com a súmula 371, editada no dia 12 de março pelo STF. Ela determina que “nos contratos de participação financeira para aquisição de linha telefônica, o valor patrimonial da ação (VPA) é apurado com base no balancete do mês da integralização” – acatando e tornando definitiva a sentença do ministro Barbosa.

O problema do uso do balancete mensal é que ele “não existe no mundo jurídico”, como define o professor de Direito da USP Modesto Carvalhosa. O balancete é um documento interno da empresa, basicamente a soma do ativo e do passivo. Além de não ser auditado, ele não segue nenhuma regra, é unilateral e de uso exclusivo da companhia. “Uma aberração”, nas palavras do professor.

“Ninguém nunca viu esses balancetes”, argumenta o advogado Mário Madureira, presidente da Associação Justiça e Legalidade (Juslegal), criada em agosto do ano passado por um grupo de cidadãos descontentes com os rumos da Justiça no país – e em especial com o caso CRT: “Até papel de pão vai valer daqui a pouco”, alfineta.

Madureira diz que “esse caso é uma afronta contra normalidade democrática”. A Juslegal considera a sentença de Barbosa e a súmula 371 um favorecimento claro à Brasil Telecom.

Para Madureira muitos magistrados julgam de forma preconceituosa causas referentes a CRT. “Eles argumentam que as pessoas queriam um telefone, não ações”, afirma.

O fato é que não é uma questão de calcular nada, apenas de verificar o valor da ação na época conforme o balanço patrimonial, não conforme o balancete. “Fazer diferente seria como querer mudar a data de nascimento de alguém”, exemplifica o presidente da Juslegal. Ele vai além e afirma que qualquer estudante de Direito que respondesse dessa forma a uma prova de concurso seria reprovado na hora.

Que fim levaram as ações

Você teve a sua linha de telefone instalada antes de 1986 e quer saber de suas ações? Ligar pra Brasil Telecom não funciona. É provável que você acabe sendo passado de atendente para atendente, fique um bom tempo na espera, receba ao menos umas quatro informações diferentes e neca. Também não tente ir a uma sede da empresa. Lá eles sabem tanto ou menos que os atendentes.

Para quem tem linhas de 1986 até 1997: ligar pra a Brasil Telecom também não funciona. Vai percorrer a mesma via crucis dos clientes de antes de 86.

Como na época da privatização as ações foram desassociadas das contas de telefone, a empresa alega não ter mais acesso a elas. “Por muitos anos foi preciso entrar com medidas cautelares para conseguir as informações”, diz o advogado Júlio Sá. Segundo ele, depois de tantas ações na Justiça, a Brasil Telecom resolveu terceirizar o serviço e permitir o acesso às informações.

Tudo se faz através do escritório Eduardo Fernandes Advogados. O cliente deve preencher um protocolo de “pedido de informações cadastrais de acionistas da CRT – incorporada a Brasil Telecom S/A” – 30 dias é o prazo prometido para uma resposta.

Claro que até chegar nesse ponto você já vai ter levado uma canseira.

Segundo Paulo Salami, um dos advogados da Brasil Telecom, em 2006 a empresa tinha em torno de 113 mil demandas no Estado, sendo 80 mil apenas sobre a questão societária. E a tendência é que esse número cresça cada vez mais.

As ações contra empresas telefônicas ocupam um espaço tão grande do Judiciário que no Fórum central de Porto Alegre foi criada uma área especial para Brasil Telecom. Antes de registrar queixa contra a empresa no Procon ou no Juizado Especial Cível, as pessoas são encaminhadas para a sala 321, carinhosamente chamada de “Solução Imediata”.

Sem identificação na porta além do apelido, a SI é um posto da empresa. Lá atendentes simpáticos tentam evitar que mais um processo contra a Brasil Telecom vá para os tribunais.

Ações hoje estão com a OI

1 – Com a privatização da CRT, quem tinha ações da companhia passou a ter ações da empresa compradora, um consórcio da Telefônica e a RBS.

2 – Pouco depois, a Telefônica vendeu tudo para a Brasil Telecom comprada em janeiro pela multinacional OI.

80 mil gaúchos vão à Justiça contra calote das ações da antiga CRT – Jornal Já | Porto Alegre | Rio Grande do Sul

07/08/2014

De$apego na RB$

rbs brito yeda ana ameliaA RB$ não conseguiu se adaptar à democracia. Mais, definha a olhos vistos quando estão no poder quem fecha os dutos dos recursos públicos que os abastecia. O ódio ao Olívio Dutra, quando governador, deveu-se exclusivamente porque, ao invés de abarrotar a RBS com verbas de marketing, o bigodudo espraiou nos veículos pequenos do interior do Estado, onde as obras estavam sendo executadas.

Esta se deteriorando mais rapidamente do que a ditadura com quem viveu e conviveu com muita simbiose e apego. O que chama a atenção mas não me surpreende é que uma empresa que lida comunicação não consegue sequer se comunicar. Prefere o terrorismo contra os próprios funcionários. Ao invés de chamá-los para a comunicação, se “desapegam” por meio de nota, com dois dias de antecedência. Tudo o que uma empresa decente, preparada, competente jamais faria. “Notas”, “expre$$ão da qual não de$apegam! Nem em eufemismo adequado para guilhotina eles conseguem inovar. Copiam da OLX.

Nunca é demais lembrar que o Brasil vive uma situação de pleno emprego, o que alivia, sem Duda, de alguma forma, para os desapegados. De tanto bater nos movimentos sociais e nos governos que investem nos mais necessitados, a RB$ esqueceu de cuidar de si. Quer ensinar como o Governo Federal a administrar a Petrobrás mas não consegue administrar a própria empresa. Exatamente os que estavam apostando na quebra do Brasil estão quebrando a própria cara. De nada adianta desovar funcionários para tomarem de a$$alto o poder para, com isso, abarrotarem a RBS com erário público, como fizeram Antônio Britto (que chegou a entregar a CRT de mão beijada), e Yeda Crusius. Graças ao financiamento do BB no tempo de FHC, o besouro, que pelas leis da aerodinâmica não voa, paira no ar, como publiquei em artigo para o Observatório da Imprensa: O besouro voa.

Há muito o Veríssimo, que confessou que iniciou fazendo o horóscopo na ZH, cunhou a expressão definitiva sobre a RBS: “Tem dias em que a única informação correta da Zero Hora é a data!”

Os últimos botes salva-vidas lançados para escapar do naufrágio atendem por Lasier Martins e Ana Amélia Lemos. Se quiseres o bem dos cofres públicos, desapegue-se deles!

Só posso dizer, com Mário Quintana:

“Todos estes que aí estão,

lendo ZH, pa$$arão!

Eu, passarinho…”

Presidente da RBS anuncia 130 demissões como expressão de coragem e desapego

Presidente do maior grupo midiático do sul do país anunciou demissões de 130 funcionários como expressão de inovação, coragem, energia e desapego.

Da Redação

Porto Alegre – O presidente executivo do grupo RBS,  Eduardo Sirotsky Melzer, anunciou nesta segunda-feira que demitirá 130 profissionais da empresa na próxima quarta-feira (6), especialmente na área de jornais. Segundo o portal Coletiva.Net, de Porto Alegre, o anúncio foi feito durante uma videoconferência de uma hora aos "colaboradores" da RBS, o maior grupo midiático do sul do país. Melzer negou que a empresa passe por dificuldades financeiras, apesar da queda de circulação de dois de seus principais jornais, Zero Hora e Diário Gaúcho. Ao anunciar a decisão, o executivo classificou-a como uma expressão de inovação, "coragem, energia e desapego para deixar de fazer coisas que não agregam e investir no que pode nos fazer crescer".
Em uma carta dirigida aos "colaboradores" da empresa, Melzer diz que as "empresas que têm a coragem de se posicionar mo mundo novo sairão fortalecidas". "Quero convidar todos vocês a romper paradigmas, quebrar barreiras", afirma ainda o executivo ao anunciar as demissões. E acrescenta: "Não estou de forma alguma insensível ao impacto que demissões geram na vida das pessoas e da própria empresa, porém acredito que tanto os profissionais quanto as empresas precisam repensar o modo como atuam". Melzer não detalhou de que forma os demitidos devem repensar o modo como atuam.
Segue a íntegra da carta enviada aos funcionários da RBS:
Caros colegas,
Escrevo para reforçar a mensagem que compartilhei com vocês nesta segunda-feira, em videoconferência, e para detalhar minha visão em relação ao futuro da nossa empresa, pois quero manter entre nós um ambiente de clareza e transparência.
As transformações radicais e a velocidade impressionante pelas quais a indústria da comunicação tem passado exigem energia e dedicação para entender o momento e também coragem para promover os ajustes que precisam ser feitos para continuarmos crescendo.
Mudar não é opcional. É vital para o nosso projeto empresarial.
O cenário atual apresenta realidades paradoxais. Por um lado, os modelos tradicionais estão altamente desafiados. Por outro, o avanço tecnológico e a forma de consumir mídia nunca geraram tantas oportunidades e tanta abertura para a inovação como nos dias de hoje. Aquelas empresas que têm a coragem de se posicionar no mundo novo sairão fortalecidas.
Nesse sentido, acredito muito na relevância dos nossos produtos, no jornalismo de qualidade, na comunicação e no desejo cada vez maior por conteúdo de entretenimento diferenciado. As necessidades continuarão existindo. O que muda é a forma como serão atendidas. Se queremos continuar crescendo temos de nos reinventar imediatamente, investindo em atividades e negócios que geram resultados positivos e deixando de fazer o que não agrega para nossa empresa e para o mercado.
Quero convidar todos vocês a romper paradigmas, quebrar barreiras e colocar a RBS cada vez mais no grupo das empresas vencedoras, daquelas empresas que constroem oportunidades de mercado para se posicionar e conquistar a liderança.
Teremos uma semana intensa pela frente, pois na quarta-feira faremos cerca de 130 demissões, de um universo de 6 mil pessoas, com o objetivo de buscar produtividade e maior eficiência. São cortes que precisam acontecer, principalmente na operação dos jornais. Não estou de forma alguma insensível ao impacto que demissões geram na vida das pessoas e da própria empresa, porém acredito que tanto os profissionais quanto as empresas precisam repensar o modo como atuam.
O Grupo RBS emprega milhares de pessoas. Não promover mudanças seria uma irresponsabilidade com estes profissionais, um erro com todos vocês, além de um descaso com nossos clientes e com o nosso projeto de futuro, que já está em andamento.
É importante destacar que a RBS não passa por uma crise financeira. Ao contrário. Estamos investindo e redesenhando a nossa operação, buscando velocidade e desprendimento que são vitais para a preservação do nosso projeto empresarial.
Fizemos, nos últimos 12 meses, uma análise muito detalhada de todos os nossos negócios e atividades. Eu me envolvi pessoalmente nesse processo. A partir do que vimos, fizemos investimentos importantes que ajudam a deixar clara a nossa crença no negócio.
Dobramos as equipes dedicadas ao digital, tanto nas redações quanto no Tecnopuc, e triplicamos os investimentos nesta área. Até o fim do ano, só no Tecnopuc, em Porto Alegre, teremos quase 100 profissionais trabalhando exclusivamente na criação de soluções digitais para nossos produtos, em especial para os jornais.
Os 50 anos de Zero Hora marcaram o início de uma grande renovação do jornal, que agora começa a ser replicada em outros veículos. Inovamos na organização do conteúdo e criamos novos espaços para fortalecer o vínculo com o leitor. A partir de amanhã, Diário Catarinense, A Notícia e Jornal de Santa Catarina entram também nessa nova fase.
Na TV, teremos nesse ano as 18 emissoras com equipamentos totalmente renovados e tecnologia de última geração, cobrindo com sinal digital o Rio Grande do Sul e Santa Catarina antes do prazo determinado pelo governo federal.
Em rádio, nosso alcance cresceu com o lançamento da Gaúcha Serra, da Gaúcha Santa Maria e da Gaúcha Zona Sul. O rádio também tem feito um excelente trabalho na internet.
Na e.Bricks, nossa empresa digital criada há três anos em São Paulo, lançamos o Early Stage, um fundo para impulsionar ideias em tecnologia – um negócio contemporâneo que atrai empreendedores em busca de parceria para crescer. O fundo deve chegar ao final do ano com 16 empresas no portfólio.
Também na e.Bricks, ampliamos a operação da Wine, que já é a maior empresa de vinhos online do mundo, tanto que estamos agora preparando sua entrada no mercado internacional. E muitos de vocês que já são sócios da Wine agora poderão também ser da Have a Nice Beer, o maior clube online de cervejas da América Latina, que está vindo para o Grupo.
Gostaria ainda de citar dois exemplos de inovação e empreendedorismo que marcam a nossa gestão. O primeiro é o HypermindR, um centro de pesquisa no Rio de Janeiro, que vai desenvolver softwares para medir hábitos do consumidor. E o segundo diz respeito ao nosso modelo de gestão de pessoas, baseado na meritocracia. As ferramentas que desenvolvemos para dar mais transparência aos planos de carreira tornaram-se benchmark para muitas empresas e agora serão disponibilizadas ao mercado através da Appus, um negócio que nasceu aqui, dentro do RH.
Temos apoio dos acionistas nas nossas decisões e temos também pessoas qualificadas e comprometidas, recursos financeiros, solidez de caixa, coragem, energia e desapego para deixar de fazer coisas que não agregam e investir no que pode nos fazer crescer.
Na próxima sexta-feira, vou apresentar aos líderes da empresa a Carta Diretriz, um documento que reforça na RBS princípios como simplicidade, produtividade e eficiência, qualidade, inovação, crescimento sustentável e meritocracia. Tenho dito que somos uma empresa em beta. Isso significa que nosso processo de transformação será contínuo e permanente.
Como presidente, tenho compromisso com os acionistas, com a história da nossa empresa, com o nosso público e os nossos clientes.
Estou motivado, principalmente, pela grande confiança que tenho no trabalho e no comprometimento de cada um de vocês.
Vamos em frente!
Duda

18/04/2014

Só a inveja e o complexo de vira-lata explicam a campanha contra o Brasil

Copa das Confederações 15062013_MelAs razões levantadas dos que se definem contra a copa estão por demais escancaradas é atendem a um único e persistente objetivo: demonizar toda e qualquer iniciativa política que tenha recebido a chancela de Lula. O ódio  e a inveja são os motores, mas abastecidos pela ignorância. A manada que segue a égua madrinha das oposições, José Serra, cabresteado e cabresteando a mídia, é mais do mesmo que vem desde o momento que Lula ganhou a eleições. Hoje, os investimentos feitos pelo BNDES é inferior às isenções dadas, no Senado, pelos mesmos políticos que combatem a Copa, ao Planos de Saúde Particulares.  Se somarmos a sonegação da Globo, em torno de 650 milhões, mais o dinheiro relativo aos 450 kg de cocaína, só nisso teríamos dinheiro de sobra para garantir pelo menos uma sede da Copa. Os prejuízos com o perdão aos Planos de Saúde daria para outra sede. E o dinheiro desviado dos trens (Siemens e Alstom)? O Estado de São Paulo, que fez de tudo para boicotar a copa, conforme denunciou o ex-presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, tinha tudo então para garantir pelo menos o fornecimento de água aos paulistanos e adjacências. A única coisa certa nisso tudo é aliança entre a direita invejosa, que só governa mediante golpes, com os a$$oCIAdos do Instituto Millenium. A decadência das cinco família (Marinho, Civita, Frias, Mesquita e Sirotsky) que já não contam com um ditador de plantão para garantirem suas falcatruas, faz com que invistam não nas empresas, mas contra a antiga fonte dos seus lucros, o Governo Federal. Não foi mero acaso nem mera coincidência que sejam os mesmos que estiveram antes, durante e depois ao lado da ditadura e dos ditadores.

Entrevista – Aldo Rebelo

"Campanha anti-Copa é movimento artificial"

Segundo o ministro do Esporte, não há nenhum setor representativo da sociedade contra a Copa do Mundo

por Rodrigo Martins — publicado 16/04/2014 05:02

Aldo durante audiência na Câmara. Para o ministro, imprensa faz campanha contra o mundial

A Copa das Confederações movimentou 20,7 bilhões de reais na economia em 2013, com a geração de 303 mil postos de trabalho e a incorporação de 9,7 bilhões de reais ao PIB. O estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), encomendado pelo Ministério do Turismo e divulgado na segunda-feira 7, prevê um cenário ainda melhor para 2014: o retorno da Copa do Mundo promete ser três vezes maior.

O êxito do evento acabou, porém, ofuscado por outra pesquisa recente. Na prática, o governo federal mal teve tempo para celebrar. Acabou surpreendido, um dia depois, com um levantamento do Datafolha. Segundo o instituto, 55% da população acredita que o Mundial trará mais prejuízos que benefícios.

Apesar da percepção negativa da população em relação à Copa, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, diz que o País está preparado para sediar o evento e realizar uma grande festa. Em entrevista a CartaCapital, Rabelo credita a desconfiança do povo à má vontade de setores da mídia em noticiar os benefícios do Mundial. “É um movimento artificial, pois não há nenhum partido político relevante contra a Copa. Aliás, nenhuma central sindical, nenhum segmento representativo”.

Confira, a seguir, os principais trechos da conversa.

CartaCapital: O governo apresentou diversas pesquisas que revelam o êxito econômico da Copa. Ao mesmo tempo, mais da metade da população vê mais prejuízos que benefícios no Mundial. Como o senhor interpreta o fenômeno?

Aldo Rebelo: A Copa do Mundo representa um êxito econômico inegável. A Fundação Getúlio Vargas projeta a criação de 3,6 milhões de empregos e um acréscimo de 0,4% ao ano no PIB até  2019. A percepção negativa da população em relação à Copa reflete uma campanha contra o governo encampada por setores da mídia. É a mesma agenda anti-Lula de anos atrás. Essa campanha da mídia contra um governo não é novidade na história do Brasil. João Goulart acabou deposto quando gozava de amplo apoio popular. Foi vítima de um movimento artificial criado por setores da mídia. Por isso, os dados não surpreendem. É um movimento artificial, porque não há nenhum partido político relevante contra a Copa. Aliás, nenhuma central sindical, nenhuma confissão religiosa, nenhum segmento representativo é contra. O que há é um importante e influente setor da mídia, que faz campanha aberta ou dissimulada contra as ações do governo. O expediente é sempre o mesmo: deturpa-se informações, falseia-se a realidade, como se a Copa fosse um caos e tudo estivesse atrasado.

CC: A Copa não está atrasada?

AR: É evidente que não está. Onze estádios já realizaram eventos-testes. Só falta a arena do Corinthians, mas essa semana mesmo o André Sanchez ligou para dizer que o estádio já está disponível para a entrega. As obras dos aeroportos estão todas em curso, das mais sofisticadas, como a de Brasília, com prazo de entrega de parte do projeto para o fim de abril e a outra para final de maio. As obras de mobilidade urbana que constam na Matriz de Responsabilidades também serão entregues. Os nossos problemas de mobilidade urbana, de segurança, de infraestrutura não se devem à Copa.  E tampouco um evento esportivo tem a atribuição de resolver todos eles. São problemas históricos.

CC: O estádio do Corinthians está pronto? Foi resolvido o impasse das arquibancadas removíveis?

AR: Isso foi resolvido há muito tempo, será pago pela iniciativa privada. No caso do Beira Rio, em Porto Alegre, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul deve aprovar uma espécie de lei de incentivo para resolver o impasse. Não há problema algum.

CC: Há data para a inauguração do estádio do Corinthians?

AR: Esta é uma arena privada, os gestores dela é que decidirão. Mas tenho segurança de que estará pronta para a abertura da Copa.

CC: O senhor fala em uma campanha da mídia contra a Copa, mas os parceiros do governo brasileiro parecem alimentá-la. Recentemente o secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse à revista Time que a Copa de 2014 poderia ser a pior dos últimos tempos. Como o senhor encara essas críticas?

AR: Geralmente são declarações seguidas de um desmentido, de um esclarecimento, que deixam o dito pelo não dito. É isso o que tem acontecido. Quando necessário, nós respondemos. Em outras ocasiões, consideramos o desmentido como posição definitiva.

CC: Em 2007, um levantamento técnico da Fifa estimava um valor de 2,7 bilhões de reais para a reforma e construção de novos estádios. No último balanço do governo, a conta estava em 8 bilhões, e pode ficar até mais cara. Por que encareceu tanto?

AR: Não basta olhar o valor total da obra, é preciso calcular o preço médio de cada assento do estádio.

CC: Segundo a consultoria BDO, o custo médio do assento nos estádios da Copa é de 12 mil reais. Não é um valor muito alto?

AR: Está abaixo da média mundial. Os estádios mais modernos do Japão, da Rússia, da Alemanha, da Inglaterra, todos eles tiveram um custo um superior. O custo não surpreende porque o Brasil, hoje, é um país muito caro. O preço do estádio tem de ser compatível com o custo de vida em São Paulo, no Rio de Janeiro, nas cidades-sede como um todo. Esse debate também não é novo. Reproduz outro que houve em 1949 e 1950, quando foi construído o Maracanã. E o Carlos Lacerda fez forte campanha contra. Para a Copa de 2014, o governo federal ofereceu empréstimos do BNDES no valor de até 400 milhões de reais, dentro das regras do mercado. O valor total financiado é irrisório perto do que representa a carteira de crédito do BNDES. Além disso, foram concedidas isenções tributárias de pequena monta para a aquisição de matéria prima e equipamentos dos estádios. Nada que se compare, por exemplo, aos 27 bilhões de reais de isenção tributária concedida à indústria automobilística.

CC: O total de isenções da Copa gira em torno de 650 milhões de reais, não é isso?

AR: Por aí. E fizeram todo aquele escarcéu contra. Sobre os 27 bilhões de reais em renúncias fiscais para o setor automobilístico não houve nenhuma passeata, nenhum protesto, nenhum editorial indignado. Não estou contestando a pertinência dessa isenção. Pode ser que haja uma nobreza na medida, a defesa do emprego, da competitividade da indústria. Mas, para os estádios, 4,8 bilhões de reais em empréstimos, mediante todas as garantias, tornam-se questão de vida ou morte. Esses estádios vão gerar renda. Não fosse assim, o Palmeiras não estaria construindo seu estádio.

CC: Ninguém duvida da viabilidade financeira de uma arena que tenha um grande clube atrelado. O problema são as arenas em estados com times pequenos, que disputam campeonatos sazonais e atraem pouca torcida, caso de Manaus, Natal, entre outros.

AR: Esse julgamento muitas vezes é feito por pessoas que não sabem nem localizar Manaus no mapa do Brasil. Sabem localizar Paris no mapa da Europa e Miami no dos Estados Unidos, mas ignoram Manaus, Natal, Cuiabá. O estádio de Natal é uma Parceria Público Privada (PPP). O espaço dentro da arena está sendo comercializado por um preço muito valorizado no Rio Grande do Norte. Todo mundo quer ter seu espaço. Uma boutique, uma academia, uma agência bancária… O estádio vai obter renda dessa concessão. Pernambuco já vendeu o direito de uso do nome do estádio a uma cervejaria por 10 milhões de reais ao ano. A mesma coisa o de Salvador. Não estamos falando de simples campos de futebol, como os construídos nos anos 1970 para a Copa do México. São arenas multiuso, são equipamentos para metrópoles em franco crescimento.

CC: Mas haverá receita suficiente para bancar a manutenção?

AR: Brasília multiplicou de 2 milhões para 16 milhões de passageiros a ocupação de seu aeroporto entre 2003 e 2013. Manaus é um destino turístico cobiçado internacionalmente. O estado do Amazonas tem 1,6 milhão de quilômetros quadrados, e 98% de cobertura florestal. Cuiabá é a capital do estado que corresponde por 60% do superávit da balança comercial do Brasil, com a exportação de soja e gado. Não pode abrigar quatro jogos da Seleção brasileira? Sinceramente, acho que há uma boa dose de ignorância ou preconceito nessas análises.

CC: Diversas obras de mobilidade urbana não devem ficar prontas a tempo da Copa. Isso compromete o evento?

AR: Vamos deixar claro um ponto: essas obras são do PAC. Estavam previstas para serem executadas independentemente de o Brasil sediar a Copa ou não. São obras para as metrópoles brasileiras. O metrô de Salvador, o BRT e o VLT de Fortaleza, o metrô de Recife, o VLT de Cuiabá. Todas estão em execução. Cuiabá é um canteiro de obras. Toda a infraestrutura do VLT está pronta. As vias estão abertas, sendo asfaltadas. Os viadutos já foram construídos. O pátio está pronto e recebeu parte dos vagões. Integrará uma região metropolitana que vai de Várzea Grande, onde fica o aeroporto Cândido Rondon, até o centro de Cuiabá. Vai ficar tudo pronto até a Copa? Não. Uma parte ficará pronta e a outra para um pouco depois do evento. Em Fortaleza também. As obras que não ficariam prontas até a Copa foram retiradas da Matriz de Responsabilidades, só permaneceram aquelas que ficarão prontas até a competição. As que não forem entregues, ficarão prontas um pouco depois. Nada foi descartado.

CC: E quanto aos aeroportos? Estão preparados?

AR: Tenho uma visão muito otimista. A demanda será muito menor do que a capacidade instalada. Aliás, nosso maior problema não é este, e sim a operação aeroportuária, que ficou defasada, não acompanhou a evolução tecnológica. Nos aeroportos mais modernos do mundo, o passageiro se desembaraça muito mais rapidamente. Retira o bilhete, despacha as bagagens, apresenta seu passaporte, num processo muito rápido e automatizado. Estamos começando a superar isso agora. Não estamos resolvendo esse problema só por causa da Copa. É uma necessidade da indústria do turismo, dos passageiros, do setor de logística. Há um processo de ampliação, de modernização e de melhora da gestão de quase todos aeroportos brasileiros.

CC: Há preocupação em relação a Belo Horizonte, por conta do atraso nas obras do aeroporto de Confins. O governo remanejou alguns voos da Copa para o aeroporto de Pampulha, apresentado como alternativa, mas este ficou inundado no início do mês após um temporal. Essa cena pode se repetir na Copa?

AR: O nosso controle sobre os humores da natureza ainda é muito pequeno.

CC: Sim, mas não podemos ficar reféns dos humores da natureza…

AR: Mas todo mundo fica. Aeroportos fecham por razões climáticas em toda parte do mundo.

CC: Uma coisa é a chuva impedir pousos e decolagens. Outra, bastante diferente, é o saguão do aeroporto ficar alagado…

AR: Mas também é uma exceção, não é a regra. Um problema que pode ser facilmente resolvido. Confins é um grande aeroporto. Há uma ou duas décadas, o chamavam de aeroporto fantasma, porque era baixa a sua utilização. Hoje, já é um aeroporto em processo de ampliação e modernização.

CC: Poucos acreditam que os protestos contra a Copa tenham a mesma dimensão daqueles realizados no ano passado. Mas há o temor de que, mesmo menores, possam ser bastante violentos.

AR: Desde a Noite das Garrafadas (distúrbio ocorrido no Rio de Janeiro em 1831, entre apoiadores e opositores do imperador Dom Pedro I) o Brasil convive com protestos violentos. Quem consultar as crônicas do período, saberá o que ocorreu naquela fatídica noite. Hoje, vivemos num país democrático. As manifestações pacíficas são protegidas por lei. E as violentas devem ser coibidas. Não precisamos de nada além da lei para tratar dessa questão.

CC: O senhor vê a necessidade de mobilizar o Exército?

AR: Não, a Polícia Militar é uma instituição preparadíssima.

CC: Há um projeto de lei em tramitação no Senado que tipifica o crime de terrorismo, e muita gente acredita que os manifestantes poderiam ser enquadrados no escopo dessa lei.

AR: Contra manifestantes pacíficos, não. Agora, contra alguém que assassina um jornalista ou ateia fogo num policial, como ocorreu no Rio de Janeiro… Isso não pode mais acontecer.

CC: Mas os responsáveis por esses crimes são homicidas ou terroristas?

AR: Não vou entrar nessa discussão porque nem a ONU chegou a um consenso sobre a conceituação de terrorismo. É um debate muito complicado, cheio de nuances políticas e ideológicas. Mas esse tipo de manifestação que aconteceu no Rio de Janeiro tem que ser banida da sociedade, aquilo é um atentado à ordem democrática do País, uma ameaça para toda a sociedade. Eu não chamo este projeto de “antiterrorismo”. Para mim, essa terminologia é estranha. Mas acho que o projeto tem que coibir os atos de vandalismo e os atentados a ordem democrática.

CC: O senhor acredita ser possível reverter a percepção negativa da população em relação à Copa?

AR: A Copa do Mundo mobiliza o planeta. As partidas finais do Mundial da Alemanha e da África do Sul foram vistas por mais de 3 bilhões de telespectadores, e isso vai se repetir aqui. O futebol, no Brasil, é muito mais do que um esporte. É a primeira plataforma de promoção social dos jovens pobres e negros. Um espaço democrático, que desperta a paixão do povo brasileiro. Por essa razão, eu acho que a Copa do Mundo será um grande momento de festa, para o País e para o mundo.

CC: Mesmo para quem sofre com as intervenções urbanas da Copa?

AR: Não há nenhuma intervenção urbana proporcionada pela Copa. Isso é uma farsa. É oportunismo do mais vergonhoso. Todas as intervenções urbanas estão no escopo das obras do PAC, para melhorar a mobilidade urbana. Não tem nada a ver com a Copa. Para o Mundial, só foram construídos os estádios, e não foi preciso desapropriar ninguém. As arenas foram erguidas em terrenos abertos ou reconstruídas no espaço que já ocupavam. As obras de mobilidade urbana do Rio de Janeiro são obras planejadas antes de se falar em Copa do Mundo. O mesmo ocorreu nas demais cidades-sede. São obras para a população, não tem nada a ver com a organização de um evento esportivo. Até porque os jogadores, as delegações, não vão se locomover em BRT ou metrô. E ninguém faria uma obra de mobilidade só para recepcionar turistas durante um evento de 40 dias.

"Campanha anti-Copa é movimento artificial" — CartaCapital

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