Ficha Corrida

26/10/2015

José Maria Marin e os assassinatos da ditadura

Por que será que os golpistas usam camiseta Padrão FIFA da CBF? Por que será que levam cartazes para pedir saúde Padrão FIFA? Por que Padrão FIFA? Aliás, só poderia ser Padrão FIFA. A corrupção é o padrão golpista. A ditadura é a essência da corrupção, razão pela qual os golpistas tanto a defendem. Por que os golpistas não combatem a corrupção na CBF, na FIFA, mas odeiam o Mais Médicos, o Bolsa Família e todo e qualquer programa social?

O tiro no pé, por Marcelo Rubens Paiva

O tiro no pé, por Marcelo Rubens Paiva

dom, 25/10/2015 – 18:36

do Estadão

O tiro no pé, por Marcelo Rubens Paiva

Em 24 de outubro de 1975, há 40 anos, o diretor de jornalismo da TV Cultura Vladimir Herzog se apresentou ao DOI-Codi, depois de convocado. Os deputados da Arena, braço civil do regime militar, Wadih Helu, malufista veterano, e José Maria Marin, este mesmo que está preso na Suíça, acusado de participar de uma rede de suborno e lavagem de dinheiro nas entidades superiores do futebol, tinham discursado incriminando o jornalista a operar uma célula do Partido Comunista na emissora financiada pelo Estado.

Agentes do DOI estavam já à caça do PCB desde 1974, quando o general Ernesto Geisel tomou posse e anunciou a abertura política lenta e gradual, que levantou a ira da linha-dura, que achava cedo, já que “a missão dada pela sociedade civil” de combater o comunismo, ideal da “Revolução” (Golpe de 1964), não se havia completado.

O comandante do II Exército, general Ednardo D’Ávila Mello, denunciava que tinham comunistas infiltrados no governo de São Paulo, chefiado pelo banqueiro interventor Paulo Egydio Martins. O Exército já tinha desbaratado as organizações de esquerda que defendiam a luta armada e atuavam desde 1967 em guerrilha rural e urbana, como ALN, MR-8 e VPR. Quem não morreu estava no exílio ou preso ou na selva do Araguaia, como os guerrilheiros do PCdoB.

Faltava o velho inimigo dos militares, o PCB, que, em 1935, promoveu o Levante Comunista, a Intentona, chegou a ficar dias no poder em Natal, em que foi instaurado um governo revolucionário provisório. A luta foi sangrenta no Recife e, especialmente, no Rio de Janeiro. Derrotado, o movimento foi destroçado. O partido voltou à legalidade em 1945. Elegeu um senador, Luiz Carlos Prestes, e 17 deputados constituintes, como Jorge Amado e Carlos Marighella. Com duzentos mil filiados, teve seu registro cassado novamente em 1947.

Na “ilegalidade”, liderou o movimento sindical, apoiou o Governo Jango, mas não aderiu à tese da luta armada. Rachou a esquerda. Comunistas históricos e uma juventude inspirada pela Revolução Cubana montaram organizações de esquerda armada. O PC ficou fazendo seu trabalho pragmático de panfletagem, pichações, rodando o jornal Voz Operária, sem causar sérios danos ao regime.

Mesmo assim, os aparelhos de repressão, ociosos depois de anos de “combate ao terror”, como diziam, com uma máquina de moer carne à espera de qualquer inimigo, elegeu o PCB a vítima e fez um rapa. A impressão que se tinha era de que os militares pensaram numa “solução final”: eliminar opositores antes de devolver o poder aos civis.

Só da minha escola, Colégio Santa Cruz, em que, aliás, estudavam os filhos do governador e do prefeito, Olavo Setúbal, dois professores foram presos diante dos estudantes, que acompanharam perplexos seus mestres de literatura e história algemados caminharem escoltados de cabeça baixa pelos gramados da escola, até viaturas de chapa fria. Eram do PC.

A perseguição não fazia sentido. Mesmo em países da OTAN, no auge da guerra fria, partidos comunistas participavam da vida democrática, como França e Itália. Até nos Estados Unidos, que os combatiam, o PCUSA (Partido Comunista dos Estados Unidos) tinha sede em Nova York e registro desde 1919. Edita até hoje a (boa) revista Political Affairs e o jornal Peoples’s World, agora diário na web. Apoiou Obama nas eleições, como toda a esquerda americana (sim, ela existe e é grande). O capitalismo inteligente preferia ver seus adversários na legalidade.

Herzog ficou preso com Rodolfo Konder, que, de 1993 a 96, virou (um bom) secretário Municipal da Cultura de Paulo Maluf, levou um monte de comunista para trabalhar com ele, continuou com Celso Pitta até 2000 e morreu em 2014. Konder ficou pendurado tanto tempo no pau de arara que contava, com uma dolorida ironia, que se acostumara a ver as horas de cabeça pra baixo, já que tinha um relógio de parede na sala de tortura do DOI.

Konder viu Herzog e ouviu seus gritos. E ouviu o silêncio posterior. No dia seguinte, o SNI recebeu a mensagem: “O jornalista Vladimir Herzog suicidou-se no DOI-Codi II Exército”. Fotos foram distribuídas mostrando a cadeira em pé da qual ele teria se jogado. Pelo laudo do IML, instituto acostumado a forjar laudos para abafar casos de tortura, Herzog se enforcou com a cinta do macacão de preso, que amarrou na grade da janela a 1m63 de altura.

Quem passou pelo DOI logo notou a farsa: o macacão dos prisioneiros não tinha cinto, e tudo que se parecesse com uma corda era retirado, como cadarços. O rabino Henry Sobel, junto com especialistas na preparação do corpo para funerais judaicos, viu as marcas da tortura.

No dia 31, uma massa de pessoas marchou silenciosamente para a Praça da Sé. Na Catedral, um ato inter-religioso, liderado por Dom Paulo Evaristo Arns, rezou a missa com Sobel e o pastor James Wright. Não cabia mais ninguém na abafada catedral. O secretário de Segurança Pública, coronel Erasmo Dias, bloqueou a cidade com barreiras, travando o trânsito.

Na praça, Tropa de Choque cercava a igreja com cavalos e cachorros. Pedíamos educadamente licença e entrávamos. Dez mil pessoas se acotovelaram dentro. “Ratos”, como chamávamos os agentes do DOPS, nos fotografavam e filmavam. Parte dos manifestantes ficou pelas escadarias, encarando a polícia sem provocar. Ninguém estava com medo. O regime se esgotara. A nossa paciência, também. Foi primeira grande manifestação da sociedade civil unida contra a ditadura, que começava a ruir lenta e gradualmente.

O PCB assim com seu racha, o PCdoB, estão na legalidade já há décadas. O PCdoB até participa do governo federal. Já o PPS, oriundo do PCB, é oposição ao governo. Como o PSB, Partido Socialista Brasileiro. O PSTU, PSOL e o PCO seguem uma cartilha de esquerda independente. E o mundo continua a girar.

A morte de Herzog teve um propósito: nos uniu. Suicidaram a ditadura naquele dia. A intolerância ideológica persiste em poucos bolsões. Mas sob regras de um debate democrático que o Estado (e as Forças Armadas) garante.

O tiro no pé, por Marcelo Rubens Paiva | GGN

16/09/2015

FinanCIAdores ideológicos da perseguição à Lula

anaueOs grandes veículos de comunicação publicam para agradar quem os finanCIAm. Por isso, em nenhum destes veículos encontrará algum tipo de cobrança à Volkswagen por ter participado ativamente na ditadura. Seria mero acaso a atual aliança da Volks com a CBF, outra entidade íntegra…

A Volks, assim como outros 70 grandes empresas brasileiras, se aliaram aos ditadores para imporem violência e morte aos brasileiros. São os mesmos que finanCIAm o MBL.

Há um documentário que mostra como a CIA funcionava na América Latina: “Inimigo do meu inimigo”. Por meio deste documentário fica-se sabendo que Klaus Barbie, o açougueiro de Lyon, foi recrutado pela CIA para desestabilizar governos populares na América Latina.

Já em 2005 o melhor jornal argentino, Pagina12, denunciava: “En los ’60 y ’70, empresas de primera línea cooperaron con las dictaduras de Brasil y Argentina para reprimir a sindicalistas.” No Brasil, quando se trata de punir criminosos há sempre a possibilidade de eles contarem com um Geraldo Brindeiro, um Gilmar Mendes ou um Rodrigo de Grandis para a impunidade.

A matriz paulista do nazi-fascismo

No Brasil não foi diferente. Além das 6 malas de dólares com que a CIA, via FIESP, comprou o General Amaury Kruel, também houve a participação direta do chefe do campo de extermínio de Treblinka durante o nazismo, Franz Paul Stangl, via Volkswagen, no Dops paulista.

Não é mera coincidência que o maior foco golpista esteja em São Paulo. Lembremos do sequestro do Abílio Diniz, quando a polícia paulista vestiu a camisa do PT no sequestrador para botar a culpa no Lula. O então presidente da FIESP, Mário Amato, falou que “Se Lula for eleito, 800 mil empresários deixarão o País.” O movimento CANSEI, do João Dória Jr, também patrocinado pela Philips, também é de São Paulo. O MBL é da terra da garoa. Sem contar a TFP do Plínio Corrêa de Oliveira e o movimento integralista, do Plinio Salgado. Os reis dos camarotes vips do Itaquerão, que xingaram Dilma na abertura da Copa do Mundo de 2014, foram patrocinados por ilustres empresas paulistas: AMBEV, Multilaser e Banco Itaú.

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/38816/cnv+sistema+da+volkswagen+para+vigiar+funcionarios+na+ditadura+foi+criado+por+criminoso+nazista.shtml

Volkswagen será denunciada ao Ministério Público Federal por colaborar com a ditadura

Metalúrgicos são rendidos e presos por fazerem greve, durante os anos de chumbo da ditadura. ICONOGRAPHIA/MEMORIAL DA DEMOCRACIA

Metalúrgicos são rendidos e presos por fazerem greve, durante os anos de chumbo da ditadura. ICONOGRAPHIA/MEMORIAL DA DEMOCRACIA

Da RBA

A Volkswagen será denunciada ao Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, na próxima terça-feira (22), por colaboração e apoio à repressão durante a ditadura civil-militar de 1964. O coletivo Memória, Verdade, Justiça e Reparação, formado por integrantes de centrais sindicais, movimentos sociais e outras entidades, farão a denúncia com base em documentos que comprovam a participação da montadora em casos de tortura e violação dos direitos dos trabalhadores.

A expectativa é que o MPF aceite a denúncia e que a empresa reconheça sua responsabilidade institucional, por meio de pedido de desculpas e indenização das vítimas. Processo semelhante foi adotado por outros países, como a Argentina e a Alemanha, por exemplo.

Em entrevista à repórter Camila Salmazio, da Rádio Brasil Atual, Álvaro Egea, advogado e secretário da CSB, relata vários episódios em que a empresa agiu em apoio à repressão. Um dos casos envolveu o ferramenteiro Lúcio Belantani, que foi detido sob acusação de conspirar contra o regime, e começou a ser torturado ainda nas dependências da montadora. Egea conta que Lúcio ficou 42 dias preso e incomunicável nas dependências do Dops, e era levado à fábrica para que delatasse os demais companheiros, tudo isso com a anuência do chefe de segurança da Volkswagen.

“É importante que uma grande corporação como a Volkswagen, que tem muitos acionistas na Alemanha que vão acompanhar isso, seja chamada à responsabilidade. Primeiro, para reconhecer os seus erros; segundo, para pedir desculpas, pedir perdão aos trabalhadores e ao povo brasileiro, e por fim, para indenizar suas vítimas”, detalha o advogado.

O coletivo também confirmou a existência de uma lista de nomes de lideranças sindicais ativas na luta contra a repressão, que era compartilhada pelas empresas do cinturão industrial de São Paulo, para impedir que conseguissem empregos. Segundo Egea, além de fazer uso dessa lista, a Volkswagen “secretariava” as reuniões em que os nomes eram discutidos. “Há evidências documentais muito concretas da participação da Volkswagen não só na repressão dos seus trabalhadores, mas como na delação e colaboração estreita com os órgãos de repressão.”

O trabalho do coletivo é realizado desde janeiro, dando continuidade às apurações realizadas no âmbito da Comissão Nacional da Verdade, que investigou crimes e violações cometidas durante a ditadura civil-militar também no movimento sindical.

Para Egea, ações como as denúncias propostas agora contra a Volkswagen, que visa a identificar e responsabilizar responsáveis por torturas, é uma forma de completar o processo de transição da ditadura para a democracia. Ele pede também que o Supremo Tribunal Federal reveja a interpretação da Lei da Anistia, para que os torturadores sejam punidos. O advogado diz ainda que outras empresas, como a Petrobras, a Embraer, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, de Santos) e o Metrô de São Paulo também devem ser denunciados por colaboração.

“A democracia formal foi conquista. Agora, a punição aos torturadores, o processo de busca da verdade, o processo de preservação dessa memória, de autoeducação da sociedade brasileira, esse processo ainda está em curso.”

Volkswagen será denunciada ao Ministério Público Federal por colaborar com a ditadura « Sul21

09/07/2015

Os EUA sabiam porque foram eles que apoiaram

OBScena: printscreen da Folha convocando atos contra Dilma

folha-impeachmentSó um celerado pode pensar que na ditadura não havia corrupção. A ditadura era A corrupção! Corrupção do sistema democrático. Corrupção na associação de grupos como Folha & Globo com a ditadura, não só em termos ideológicos, mas também operacional. E aí não falo somente no uso das peruas da Folha para desovar os pedaços humanos que sobravam das orgias no DOI-CODI com a participação ativa e passiva de seus finanCIAdores ideológicos, como Frias, Brilhante UStra e o dono da Ultragás, Boilensen. Como o dono da Folha, segundo a Comissão da Verdade, assistia, in persona, as sessões de tortura, estupro e assassinato dos presos políticos, seus descendentes acharam por bem chamar tudo isso de ditabranda. É o DNA que passa de pai para filho. Claro, os EUA também sabiam disso. O eufemismo, quando se trata de crimes, é “desaparecidos”. Não é tortura, assassinato, estupro, esquartejamento é só “desaparecimento”…

Os EUA não só sabiam dos desaparecimentos como ajudavam a desaparecer. As malas de dólares entregues a institutos como IPES e o IBAD, comandos por ventríloquos de Washington como FHC.  Estes institutos faziam o que o hoje faz o Instituto Millenium; promovem internamente os interesses dos EUA mediante financiamento de movimentos do tipo MBL, a marcha dos zumbis, além de espionagem industrial para se apropriarem do pré-sal. O entreguismo da época é o mesmo de José Serra querendo entregar de graça o pré-sal à Chevron. Embora desta vez não seja clandestino, mas de forma escandarada, via projeto de lei, no Congresso, o método é o mesmo do da ditadura e revisitado no neoliberalismo do Consenso de Washington, tão bem encampado pelos 8 anos de governo FHC.

Tanto é verdade a participação de institutos como o Instituto Millenium, que os veículos a$$oCIAdos aos Millenium convocaram as marchas que incluíam bandeiras de golpe militar e ditadura. Se em 1964 o Globo festejava e saudava a ditadura em editorial, agora a convocação dos golpistas é ao vivo com cobertura idem. O clima de ódio, que está desaguando num fascismo crescente, tem sido fomentado pelos mesmos grupos de mídia que fomentam o golpe a a ditadura. E com patrocínio dos EUA, como mostrou Edward Snowden.

EUA sabiam sobre desaparecidos na ditadura militar

Documentos secretos americanos foram entregues à Casa Civil e podem ser consultados na internet a partir desta quinta-feira (9)

Enquanto família do ex-deputado Rubens Paiva ainda buscava seu paradeiro, telegrama já relatava sua morte

NATUZA NERY RUBENS VALENTEDE BRASÍLIA

Um conjunto de documentos secretos dos anos 70 agora liberados à consulta confirma que o governo dos Estados Unidos recebeu, antes de se tornarem claras para os familiares, informações privilegiadas sobre o destino de pelo menos três desaparecidos políticos durante a ditadura militar.

Trata-se do ex-deputado federal Rubens Paiva (1929-1971) e dos militantes de esquerda Stuart Edgard Angel Jones (1945-1971) e Virgílio Gomes da Silva (1933-1969).

Os papéis integram um acervo de 538 documentos que tiveram seu sigilo desclassificado parcial ou totalmente pelo governo Barack Obama em decorrência da viagem da presidente Dilma Rousseff aos EUA, no final do mês passado.

Os documentos foram entregues à Casa Civil e deverão ser liberados à consulta a partir desta quinta (9) no site do Arquivo Nacional.

Sobre o ex-deputado Rubens Paiva, um telegrama diplomático confidencial de fevereiro de 1971, cujo sigilo foi afastado somente em maio passado, afirma: "Paiva morreu durante interrogatório ou de um de ataque cardíaco ou de outras causas".

Para os americanos, se a notícia se tornasse conhecida, era certo que seus amigos iriam iniciar uma "campanha emocional e dura contra o governo brasileiro por todos os meios possíveis".

O autor do telegrama, o diplomata morto em 2003 e veterano da II Guerra John W. Mowinckel, ao final do texto pede que o embaixador norte-americano no Brasil desenvolva ações para "convencer" o governo brasileiro "de que algo deve ser feito para punir ao menos alguns desses responsáveis –punir por julgamento público".

Quando o telegrama foi escrito, a família seguia buscando informações sobre o paradeiro de Paiva. A versão oficial distribuída à imprensa pelo Exército era que Paiva fora resgatado por um grupo de terroristas e permanecia desaparecido. Várias investigações posteriores à ditadura concluíram que o deputado foi morto sob tortura logo após ter se apresentado para um depoimento. Seu corpo nunca foi encontrado.

Outro telegrama datado de 30 de setembro de 1969 e liberado em 6 de maio passado confirma a prisão, por equipes da Oban (Operação Bandeirante), do militante da esquerda armada Virgílio Gomes da Silva, mas ressalta que o nome dele não foi divulgado para a imprensa, e que "possivelmente a polícia vai não dar conhecimento público de que ele foi preso".

Virgílio morreu de tortura horas depois da prisão, segundo testemunhas, mas a versão oficial na época foi que ele permanecia foragido.

DESESPERO

Um telegrama de agosto de 1971 confirma que o cônsul dos EUA James Reardon recebeu da polícia brasileira a informação de que "Stuart Edgar Angel Gomes" havia sido preso pela polícia, mas acabara "escapando". "Advogado e família estão muito interessados, na verdade desesperados, para descobrir a fonte da informação de Reardon", diz o documento.

"Interessante ver como os órgãos de segurança do Estado americano tinham conhecimento do aparato repressivo. Impressiona o conhecimento detalhado que tinham desses crimes", disse à Folha o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

Sob seu comando está uma assessoria da Comissão da Verdade encarregada de organizar documentos inéditos.

25/06/2015

MPF the flash leva 20 anos para dar um passo

Filed under: Assassinato,Ditadura,DOI-CODI,Mistério Púbico,MPF — Gilmar Crestani @ 9:11 am
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Significa que devemos esperar mais 20 anos para que o MPF dê seguimento à ação para apurar os falcatruas da Lista de Furnas. Ainda bem que as tartarugas vivem até 200 anos, assim, de passo em passo o Mensalão e o Tremsalão do PSDB lá pelos 2040 haverá alguma denúncia.

Durante o governo Itamar Franco o Casseta e Planeta criaram o bordão “tartaruga the flash” para criticar a demora do então presidente em tomar decisões. Até o Casseta virou direita, mas o MPF continua agindo rápido para atacar a esquerda e lento para denunciar bandidos.

MPF denuncia agentes da ditadura pela morte de Fiel Filho

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Segundo a Promotoria, Manoel Fiel Filho foi detido no dia 16 de janeiro de 1976, sem que houvesse qualquer antecedente criminal ou alguma investigação envolvendo o metalúrgico; os agentes da ditadura teriam chegado até ele por causa do depoimento de um preso político que informou que Fiel Filho teria lhe entregado exemplares de uma publicação do Partido Comunista Brasileiro (PCB)

25 de Junho de 2015 às 08:14

Por Elaine Patricia Cruz, da Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo denunciou à Justiça Federal sete ex-agentes da ditadura militar pela morte do metalúrgico Manoel Fiel Filho, ocorrida em 1976. A denúncia foi protocolada ontem (24) na Justiça Federal. Agora, caberá ao juiz da vara para onde ela for encaminhada decidir se receberá ou não a denúncia, ou seja, se abrirá ou não um processo contra os denunciados.

Segundo o MPF, Manoel Fiel Filho foi detido no dia 16 de janeiro de 1976, sem que houvesse qualquer antecedente criminal ou alguma investigação envolvendo o metalúrgico. Os agentes da ditadura teriam chegado até ele por causa do depoimento de um preso político que informou que Fiel Filho teria lhe entregado exemplares de uma publicação do Partido Comunista Brasileiro (PCB).

O metalúrgico foi levado para o Destacamento de Operações de Informações (DOI) do 2º Exército e submetido a intensas sessões de tortura até que, no dia seguinte, foi morto por estrangulamento. De acordo com o MPF, os agentes então levaram o corpo de Fiel Filho para uma cela especial, onde amarraram meias em seu pescoço e simularam um suicídio por enforcamento, forjando inclusive frases de arrependimento da vítima escritas na parede.

O Ministério Público Federal também aponta a responsabilidade dos peritos, que emitiram laudos atestando a ausência de sinais de agressão no corpo do metalúrgico, “apesar dos evidentes hematomas principalmente no rosto e nos pulsos da vítima”. Fiel Filho foi velado em um caixão lacrado, sem que os parentes pudessem ver as marcas da violência.

No dia 19 de janeiro do mesmo ano, o próprio comando do 2º Exército determinou a prisão da equipe envolvida nos interrogatórios, “considerando o método de enforcamento, que não caracteriza de maneira geral o suicídio”.

Para evitar que os denunciados sejam beneficiados pela Lei de Anistia, o Ministério Público Federal classificou o crime cometido pelos agentes como contra a humanidade, que é imprescritível. “Destaque-se que os delitos foram cometidos em contexto de ataque sistemático e generalizado à população, em razão da ditadura militar brasileira, com pleno conhecimento desse ataque, o que os qualifica como crimes contra a humanidade – e, portanto, imprescritíveis e impassíveis de anistia”, escreveu o procurador da República Andrey Borges de Mendonça, autor da denúncia.

Os sete denunciados deverão responder pelo crime de homicídio triplamente qualificado e falsidade ideológica. O MPF pediu ainda perda do cargo público dos denunciados, cancelamento de eventual aposentadoria e cassadas medalhas e condecorações recebidas.

MPF denuncia agentes da ditadura pela morte de Fiel Filho | Brasil 24/7

08/02/2014

Assassinos e covardes

DitaduraÉ verdade. Assassino não corrompe, mata! E depois esconde a cara. Assassinos e covardes! SIMPLES ASSIM!

Comissão Estadual da Verdade apresenta provas do assassinato de Rubens Paiva

sab, 08/02/2014 – 14:53

da Agência Brasil

Akemi Nitahara

A Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro (CEV-RJ) apresentou hoje (7) documentos que comprovam que os órgãos de repressão do governo militar deram informações falsas sobre o caso do ex-deputado Rubens Paiva, dado como desaparecido em 20 de janeiro de 1971.

De acordo com o presidente da comissão, Wadih Damous, o coronel reformado Raymundo Ronaldo Campos, em depoimento à comissão em novembro, informou que a versão oficial de que Paiva foi resgatado por guerrilheiros no Alto da Boa Vista e desapareu na mata, não é verdade.

“O coronel Raymundo revela que lhe foi atribuída a missão de montar esse cenário. O então comandante do [Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna] DOI-Codi, o major [Francisco] Demiurgo [Santos Cardoso], determinou a ele que levasse o Volkswagen até determinado ponto no Alto da Boa Vista e lá fizesse o que ele fez, com os dois sargentos que o acompanhavam: tentaram incendiar o carro com tiros de pistola, não conseguindo, riscaram um fósforo e tacaram no tanque de combustível, o carro pegou fogo e explodiu. A partir daí montou-se a farsa que perdurou 43 anos”.

Segundo o depoimento de Campos, o ex-deputado teria sido morto sob tortura. “Essa farsa foi justificada pelo comandante, que interpelado pelo próprio coronel Raymundo, disse que era preciso montar aquela história porque um prisioneiro havia sido morto em interrogatório no DOI-Codi”, informou Damous.

No depoimento, consta que o coronel não viu Rubens Paiva em nenhum momento e só soube o nome do preso político que havia morrido quando retornou da missão, sem ter recebido nenhum detalhe das condições da morte nem do destino do corpo.

Segundo o presidente da CEV-RJ, as conversas com o coronel Campos duraram dez meses, até ele concordar em prestar um depoimento formal. As informações só foram reveladas agora porque poderiam atrapalhar as investigações, além do coronel não ter autorizado, a princípio, a divulgação das informações, mudando de ideia depois.

Damous diz que foram citadas pessoas ainda vivas, que poderiam esclarecer aonde está o corpo de Rubens Paiva. “O coronel faz menção, no seu depoimento, ao general reformado José Antônio Nogueira Belham e ao então tenente Armando Avólio. O general Belham era comandante no DOI-Codi e, pelas informações que temos, estava em serviço no dia do assassinato de Rubens Paiva, e o tenente Avólio também é mencionado como o autor da perícia no carro incendiado no Alto da Boa Vista, sob alegação de que foi atacado por terroristas. Então, nesse sentido, são duas pessoas chaves que podem esclarecer o que aconteceu com Rubens Paiva e aonde ele está enterrado”.

A CEV-RJ pretende trocar informações com a Comissão Nacional da Verdade para verificar se Avólio e Belham já prestaram depoimento e se o caso Rubens Paiva foi tratado. A comissão também apresentou documentos do acervo do Sistema Nacional de Informação (SNI) do Arquivo Nacional que mostram que os filhos e a viúva de Rubens Paiva foram monitorados até pelo menos 1984, data do último documento encontrado.

Comissão Estadual da Verdade apresenta provas do assassinato de Rubens Paiva | GGN

26/05/2013

Torturador

Filed under: Brilhante Ustra,DOI-CODI,Folha de São Paulo — Gilmar Crestani @ 9:22 am
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A Folha não tem pruridos em chamar Hugo Chávez de ditador, mesmo com todas as 16 eleições a que se submeteu. Mas até hoje continua chamando o torturador Brilhante Ustra de Coronel, de acusado (não de réu), mas jamais de torturador. Nem poderia ser diferente, Ustra e  Frias foram parceiros, já que a Folha emprestava seus carros para os agentes da tortura transportarem clandestinamente os que matavam por prazer. Nestas horas lamento que não exista inferno!

Ex-chefe do DOI-Codi, Ustra é alvo de várias ações

DE SÃO PAULO

O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, 80, é acusado de comandar torturas em ex-presos políticos no período em que chefiou o DOI-Codi de São Paulo, de 1970 a 1974.

Em 2008, ele se tornou o primeiro militar a ser declarado pela Justiça como torturador do regime. A ação civil foi movida pela família Teles, que teve cinco integrantes presos no DOI-Codi em 1973.

Entre eles, Maria Amélia Teles, que se lembra de ter sido agredida pelo próprio Ustra. "Ele me deu um safanão no rosto com as costas da mão e disse: Tirem essa terrorista daqui’."

O militar também foi o primeiro agente da ditadura condenado, em 2012, a pagar reparação financeira a familiares de uma vítima da repressão, no caso do jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, morto em 1971 em decorrência de torturas. Ustra recorre das duas condenações.

Além das duas ações na área cível, ele também é alvo de três denúncias criminais. Uma foi aceita e tramita na Justiça paulista, outra foi rejeitada e a Procuradoria recorreu. A mais recente foi apresentada em abril, e a Justiça ainda não decidiu se abrirá processo.

Levantamento do projeto "Brasil Nunca Mais" aponta que 502 pessoas foram torturadas no DOI-Codi sob o comando de Ustra. Já o relatório sobre mortos e desaparecidos "Direito à Memória e à Verdade" lista 47 casos de sequestros e homicídios no período.

Há ainda ex-presos políticos que afirmam ter sido torturados pessoalmente pelo militar, como o vereador Gilberto Natalini (PV-SP) e o deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP).

O advogado de Ustra, Paulo Alves Esteves, afirma que seu cliente nega ter praticado tortura contra Maria Amélia Teles, Gilberto Natalini e Adriano Diogo ou ter comandado torturas contra outros presos.

"Ele diz que essas pessoas se conluiam contra ele e que é tudo mentira", afirmou o advogado.

(PATRÍCIA BRITTO)

03/04/2013

Boilensen

Filed under: Cidadão Boilesen,Ditadura,DOI-CODI,Instituto Millenium,Operação OBAN — Gilmar Crestani @ 9:43 am
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Boilensen: o canalha que veio fazer no Brasil o que não podia fazer na Dinamarca

Paulo Nogueira2 de abril de 201318

O empresário que financiou a repressão na ditadura  teve que deixar a Escandinávia para soltar seus demônios.

Um canalha, em suma

Um canalha, em suma

Por sugestão de um amigo do Diário, NX, assisti ontem ao bom documentário Cidadão Boilesen, de Chaim Litowski.

Num momento em que o Brasil reflete tanto — e com tamanho atraso se comparado a vizinhos como a Argentina — sobre a ditadura, ver Cidadão Boilensen é altamente recomendável. (Vou deixá-lo no pé deste artigo.)

Henning Boilesen, em suma, foi um canalha.

Ele não apenas financiou a brutal repressão da Oban em São Paulo como, segundo relatos confiáveis, era espectador sádico de sessões de tortura.

Boilensen era presidente de uma empresa de gás, o grupo Ultra. Militantes perceberam que em muitas ações da Oban havia caminhões da Ultragaz nos arredores das casas vasculhadas.

Era Boilensen quem fornecia os caminhões, usados pelos agentes policiais. (Octavio Frias, da Folha, soube-se depois, também cedia à Oban peruas do jornal para a perseguição a suspeitos.)

Bem, para encurtar, militantes se vingaram e o executaram em São Paulo. O documentário mostra que ele recebeu avisos da polícia política de que estava na mira, e ofertas de segurança, mas as rechaçou num gesto de machismo obtuso e letal.

Queria sublinhar uma coisa que me chamou a atenção.

O documentário foi à Dinamarca natal de Boilensen para reconstruir seu perfil.

Um entrevistado disse o seguinte: Boilensen tinha um demônio dentro de si que o sistema brasileiro permitiu que florescesse.

Nosso sistema.

Na Escandinávia, ele não poderia fazer o que fez. Seria socialmente um pária. Seria rejeitado. Teria, em suma, que se ajustar e melhorar, ou seria excluído do convívio da sociedade dinamarquesa por ser uma aberração nociva aos demais.

O Diário luta pela escandinavização do Brasil, como nossos leitores sabem.

Um sistema social saudável como o escandinavo não permite que surjam Boilensens.

Também não permite que a mídia corporativa atrase tanto o avanço do país – pagando impostos ridiculamente baixos e lutando contra coisas vitais como o fim de monopólios e oligopólios — apenas para manter seus privilégios.

É por coisas assim que o Diário renova aqui, mais uma vez, seu compromisso de ajudar o Brasil a se tornar mais escandinavo.

Diário do Centro do Mundo Boilensen: o canalha que veio fazer no Brasil o que não podia fazer na Dinamarca – Diário do Centro do Mundo

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