Ficha Corrida

28/09/2015

Depois de Carlos Sampaio, outro herói do MBL vira pó

Filed under: Eduardo Cunha,FIFA,Kim Kataguiri,Marcha dos Zumbis,PC Farias,PSDB — Gilmar Crestani @ 10:03 am
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Eduardo Cunha rouba mas fazSei, não, mas a vida de Kim Kataguiri não anda nada fácil.

Como Cazuza, seus heróis ou morrem de overdose, como o que abateu em pleno voo a Folha hoje, ou viram bagaço ambulante como este Eduardo CUnha.

Os aprendizes de fascistas não sabem vestir a camisa da FIFA nem a CBF, botam tudo pelo avesso pelos simples prazer de entrarem na moda dos assoCIAdos do Instituto Millenium.

Enquanto dão caldo, ganham espaço e promovem a marcha dos zumbis, depois viram pilhéria, e são expostos nus para vergonha alheia.

Um dia algum seguidor de Umberco Eco, que entenda da semiologia, ainda vai estudar porque tantos jovens empunharam a bandeira da FIFA, vestindo camisas com escudo da CBF, para defender Educação e Saúde Padrão FIFA, e defendendo que sonegação não é crime.

Se descobrirem quem finanCIA a marcha dos zumbis desvendaram também o segredo de porque o PSDB quer entregar o pré-sal à Chevron.

Diante das novas descobertas e da revelação que está escapando entre os dedos dos grupos mafiomidiáticos, só resta ao Eduardo Cunha, para fugir de investigações e prisão, se filiar ao PSDB, o único partido com imunidade para roubar.

A Prece valeu dinheiro para Eduardo Cunha, mostra a Folha

Por Fernando Brito · 28/09/2015

cumbuca

É Rubens Valente – autor do detalhadíssimo Operação Banqueiro, sobre as falcatruas do “imprendível” Daniel Dantas – que nos traz hoje na Folha a revelação de que está apurado e pronto para providências punitivas  mais um escândalo de Eduardo Cunha, que nunca deixou de praticar, desde o início de sua vida como operador do mercado financeiro, a sua devoção pelo dinheiro.

Diz ele que Cunha “lucrou indevidamente” R$ 900 mil em negócios conduzidos pela pela Corretora Laeta, que operava recursos seus, particulares, e da Prece, instituto de previdência da companhia de água e  esgoto do Rio, a Cedae. Simplificadamente, funcionava assim: a corretora aplicava os recursos em bloco e, naturalmente, fazia negócios que davam lucro e e em outros, registrava prejuízo. Na hora de identificar quanto pertencia a quem, as aplicações para Cunha ficava com os bons negócios e os “micos” eram atribuídos a Prece.

Isso só era possível porque, claro, a Prece aceitava aplicar o dinheiro dos servidores com uma corretora que lhe dava prejuízos, sistematicamente. A Cedae, nesta época, era presidida por Lutero de Castro Cardoso, ex-funcionário da extinta Telerj na época em que Cunha a presidia, por indicação de PC Farias, no Governo Collor.

Depois da revelações de Júlio Camargo e de Fernando “Baiano” Soares de que pegou US$ 40 milhões em propinas na contratação de navios, convenhamos, desvio de R$ 900 mil é “trocado” na longa lista de irregularidades apontadas a Eduardo Cunha.

Mas abre a porta de um longa e tenebrosa estrada de cumplicidades entre Cunha e Lúcio Bolonha Funaro, condenado na mesma operação e envolvido  em dúzias de episódios sombrios, entre eles um negócio milionário com Furnas Centrais Elétricas, no tempo em que esta era dirigida pelo falecido Luiz Paulo Conde, amigo de Cunha no PMDB.

A Prece valeu dinheiro para Eduardo Cunha, mostra a Folha – TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

20/09/2015

Vasp, Canhedo & FHC

Filed under: Corrupção,FHC,Geraldo Brindeiro,PC Farias,VASP,Wagner Canhedo — Gilmar Crestani @ 9:33 am
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FHC corrupçãoSó uma polícia republicana, que deixa de arrancar pés de maconha no polígono das secas, pode explicar tantas operações contra a corrupção. E para ver o resultado, basta comparar Geraldo Brindeiro com Rodrigo Janot. Aquele, engavetador geral; este, denunciador geral.   A Vasp de Wagner Canhedo chamou atenção na lista de contribuintes da campanha de Fernando Henrique Cardoso. Isto porque Canhedo foi um dos acusados de integrar o esquema PC no governo Collor e que responde até hoje vários processos na justiça. A empresa de Canhedo era devedora na época de mais de R$ 3 bilhões ao governo. Canhedo doou R$ 150 mil e não consta na declaração do TSE. No caso da Vasp a lei proíbe doações, mas a direção da empresa confirmou a doação à Folha de São Paulo.

Agora, mais uma falcatrua d”os bons companheiros” vem à baila. Só resta ao Canhedo Filho, se quiser se safar da justiça, se filiar ao PSDB. Convém ele ter uma conversinha com o deputado do PSDB gaúcho, Jorge Pozzobom, para saber como se safar da prisão…

PF investiga grupo de filho de dono da Vasp

Em depoimento, contador afirma que criou empresas-fantasmas; suspeita é de fraude para escapar de dívidas

Procurado por telefone e por e-mail por uma semana, empresário não deu declarações sobre a investigação

AGUIRRE TALENTO, DE BRASÍLIA, para a FOLHA

Um contador do grupo do ex-dono da Vasp, Wagner Canhedo, admitiu à Polícia Federal que criou empresas-fantasmas para ajudar a companhia a esconder o patrimônio e escapar de cobranças de dívidas com a Receita.

Comandado atualmente pelo empresário Wagner Canhedo Filho, o grupo é acusado de tentar escapar de dívidas fiscais e trabalhistas estimadas em R$ 870 milhões, de empresas de transportes, como a Viplan (Viação Planalto), e turismo, como o Hotel Nacional, em Brasília.

A Folha deixou recados no escritório de Wagner Canhedo Filho desde o dia 14 e enviou perguntas por e-mail.

Até a conclusão desta edição, não houve resposta.

O depoimento do contador Wilson Geraldo foi tomado em maio, quando a PF e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional realizaram operação contra o grupo Canhedo. Há suspeita de crimes como falsidade ideológica, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude fiscal.

Decisões judiciais nas ações que cobram as dívidas têm reconhecido o vínculo entre essas empresas-fantasmas e o grupo Canhedo, determinando a extensão de bloqueios de bens a elas.

AR DE FORMALIDADE

O contador Wilson Geraldo afirmou, segundo a PF, que constituiu três empresas por ordem de Canhedo Filho, mas que elas não têm "atividade formal", apesar de realizarem movimentação contábil "para dar ar de formalidade". Em uma das ações, movida contra a Viplan, a União já havia acusado o uso de empresas-fantasmas.

"A executada vem (…) esvaziando seu patrimônio e faturamento com o fito evidente de se furtar ao pagamento do enorme passivo tributário e trabalhista", diz petição da Procuradoria da Fazenda.

A Viplan operava o transporte público no Distrito Federal, mas perdeu a licitação realizada entre 2012 e 2013.

O contador disse ainda que as três empresas que criou foram usadas para disputar a licitação do transporte no DF porque a Viplan estava irregular. Pela regra da disputa, uma mesma empresa não podia ganhar diferentes lotes.

Segundo a Procuradoria da Fazenda, empresas do grupo têm entrado em recuperação judicial para impedir a cobrança das dívidas –foi o caso da Viplan.

O mesmo havia acontecido com a Vasp, que tinha uma dívida superior a R$ 3 bilhões, parou de voar em 2005 e acabou indo à falência.

21/01/2015

Severino Cavalcanti II: Folha abraça candidatura Eduardo Cunha

EDUARDO CUNHA PC FARIAS pccunhaFolha se faz de tapete para Eduardo CUnha desfilar sua candidatura. Esta é uma matéria típica de um grupo mafiomidiático, do tipo celular, pré pago. Em nenhuma outra situação, principalmente quando envolve pessoas ligadas ao Governo, jamais a Folha construiria uma matéria com tantos contornos legitimadores de uma versão sem pé nem cabeça. A orientação da d. Judith Brito está sendo levada ao pé da letra. Isso se chama jornalismo sem vergonha.

A FOLHA corrida do Eduardo Cunha já ultrapassou os limites políticos e vem de longe. A tentativa tardia de higienizar a biografia do candidato das oposições, nestes tempos de popularização da internet, beira às raias do ridículo. Não há quem não consiga, via google, boas informações sobre o passado, desde os tempos do notório PC Farias, do Eduardo Cunha.

Severino Cavalcanti foi apenas um inocente útil utilizado pelas oposições contra o PT. Deu no que deu. Eduardo Cunha não é um caipira, simplório, é um meliante notório.

Cunha diz ter sido alertado de que PF forjou áudio contra ele

Intenção, afirma, seria desgastá-lo na disputa pelo comando da Câmara

Embate aumenta a tensão entre o líder do PMDB e o governo, que teme sua vitória na eleição de fevereiro

DE BRASÍLIA

Candidato à presidência da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou nesta terça (20) ter recebido informações de que integrantes da cúpula da Polícia Federal teriam forjado, a mando do governo, uma suposta gravação para incriminá-lo e desgastar sua candidatura.

O deputado federal disse que foi alertado por um agente incomodado com a "farsa". O novo embate aumentou a tensão entre o líder do PMDB e o Palácio do Planalto.

"A gente espera que o governo tenha uma posição de cautela sobre esse assunto [presidência da Câmara]. Na hora que o governo toma lado, obviamente isso terá sequelas", disse Cunha.

O peemedebista tem acusado o Planalto de tentar interferir na sucessão na Casa, pressionando a base aliada com promessas de distribuição de cargos e de atuar em vazamentos seletivos de informações para constranger sua campanha. O objetivo seria dar fôlego à candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Cunha enfrenta resistências do governo, que o considera um aliado com viés oposicionista e teme que sua gestão coloque a presidente Dilma Rousseff em situação difícil.

A gravação que motivou o novo embate, classificada por Cunha de "nova alopragem", teria sido entregue a ele no sábado (17) por um suposto policial federal que estaria indignado com a fraude. O congressista pediu ao Ministério da Justiça a abertura de inquérito para apurar o caso.

O áudio, de cerca de três minutos, traz um diálogo entre dois homens em que o nome do deputado é citado. Na conversa, uma pessoa que supostamente seria um agente da Polícia Federal ameaça contar tudo o que sabe caso o peemedebista o abandone.

O interlocutor, que seria alguém ligado a Cunha, tenta tranquilizar o agente. O deputado disse que não reconheceu nenhuma das vozes.

Para Cunha, a ideia do diálogo seria mostrar que um deles seria o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, investigado na Operação Lava Jato pela participação no esquema de desvio de recursos da Petrobras.

"O Cunha está lá tentando ganhar a presidência, subindo, subindo, e os amigos dele sendo esquecidos. Se eu ficar abandonando vou jogar merda no ventilador. Está todo mundo enchendo a burra de dinheiro e eu estou abandonado, duro, sem grana", afirma na gravação a pessoa que seria Careca.

A outra pessoa, que fala como sendo um aliado do congressista, responde então que tudo será resolvido.

Há incongruências no diálogo. Uma delas é que primeiro os dois homens falam que vão se encontrar pessoalmente para discutir o caso no lugar de sempre, mas depois se perguntam qual será o local.

Segundo Cunha, o agente que repassou o áudio afirmou que ele foi forjado por integrantes da cúpula da PF, a pedido do governo. O deputado disse que foram citados nomes de dirigentes da PF, que ele repassou ao ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).

A nova acusação de Cunha foi recebida com irritação pelo Planalto, que orientou o Ministério da Justiça a acelerar as investigações do episódio.

Em nota, a PF informou que instaurou inquérito e que trabalha de forma "isenta e imparcial". Informou ainda que a denúncia de Cunha não faz referência a nenhum membro da corporação.

LAVA JATO

Quando foi preso na Lava Jato, Careca inicialmente disse em depoimento à PF que teria entregue dinheiro em uma casa que seria de Cunha, seguindo ordens do doleiro Alberto Youssef.

Posteriormente, o advogado do doleiro entregou à Justiça Federal uma declaração de Youssef afirmando que não teve negócios com o deputado peemedebista.

(MÁRCIO FALCÃO E RANIER BRAGON)

08/11/2014

Minibiografia da vestal dos golpistas – Parte II

Filed under: Eduardo Cunha,PC Farias,Rei da Maracutaia — Gilmar Crestani @ 11:29 pm
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A Velha Mídia escolhe Eduardo Cunha para defende-la no Congresso contra a regulação econômica. Cada vez que a mídia escolhe um herói, a biografia que vaza é mais suja do que pau de galinheiro. Este é o típico caso em que a escolha do advogado que diz muito mais sobre os crimes do cliente do que as qualidades do defensor. O caso da Veja é exemplar. Já tomou por herói José Roberto Arruda, como antes havia tomado Collor por Caçador de Marajás. Sempre que a Veja aponta alguém para nos guiar, pode saber, a Polícia Federal já deve estar com a ficha completa do sujeito. Pode-se dizer que a Veja sofre da atração fatal pelo baixo meretrício da corrupção. Carlinhos Cachoeira, via Demóstenes Torres é só um dos tantos exemplos recentes.

A melhor lição que se pode tirar em relação aos homens de Benz que a velha mídia tenta nos enfiar goela abaixo  é que, sempre e inexoravelmente, devemos tomar o rumo oposto. Se os a$$oCIAdos do Instituto Millenium fizer algum elogia, atravesse a rua e fuja, desvie do caminho e saia à francesa.

Porque Eduardo Cunha precisa da “anistia” da mídia

8 de novembro de 2014 | 11:24 Autor: Fernando Brito

pccunha

A imagem aí de cima, do twitter do recém-expurgado Xico Sá, que antes de cronista foi repórter de política da Folha, é só um dos inúmeros testemunhos sobre a  carreira de Eduardo Cunha, o homem que promete “colocar na gaveta” qualquer projeto de regulação econômica da mídia.

Sá sabe de quem está falando.

E é por isso que, se quer seguir em frente em seu ambicioso plano de presidir um dos poderes da República, Cunha precisa que a grande imprensa sofra um processo de amnésia, que durará tanto quanto durar sua disposição de inviabilizar o governo eleito pela população.

Depois, se quiserem, devolvem-no ao lugar com um piparote.

Quem quiser conhecer o rosário de processos em que ele está envolvido, pode ler aqui a matéria do Luís Nassif, muito bem lembrada pelo Conversa Afiada.

Como hoje é sábado, opto pela mais proseada narrativa de uma reportagem do IG sobre os “60 mais poderosos” do Brasil,à qual acrescento um título ao estilo do texto.

O X-Man da maracutaia

Para os telespectadores, aquela foi apenas mais uma edição do RJ TV. Mas os colegas de Cláudia Cruz presentes na redação em 10 de abril de 2000 testemunharam o constrangimento e a contrariedade da jornalista. Naquela noite de segunda-feira, por dever de ofício, a então apresentadora da Rede Globo enfrentou o momento mais embaraçoso de sua carreira: teve de noticiar a demissão de seu próprio marido da presidência da Companhia Estadual de Habitação (Cehab) do Rio de Janeiro por denúncias de fraudes em contratos assinados em sua gestão. Mas, não haveria de ser nada, tanto para um quanto para outro. Mais de uma década depois, Cláudia permanece submersa em conveniente, ainda que não necessariamente voluntário, anonimato em que mergulhou em 2002, quando abandonou a TV. Seu marido, por sua vez, percorreu o caminho contrário e se tornou protagonista de uma das mais impressionantes biografias da história recente da política brasileira. Em meio a sucessivos escândalos, virou, para muitos, o mais poderoso e influente parlamentar do Brasil. A trajetória de Eduardo Cunha merece muito mais do que um RJ TV.

Em um estranho metabolismo, Eduardo Cunha é capaz de transformar cada nova denúncia em nutriente político, cada ataque em massa muscular. Cunha parece ter couraça de vibranium e esqueleto de adamantium, como se saído de um quadrinho da Marvel. Sua história, no entanto, não está nos gibis, mas, sim, nas centenas de páginas de jornais, revistas e sites recheadas de escândalos envolvendo seu nome. Fosse Brasília a Veneza dos Doges e haveria por toda a cidade Bochi delle Denuntie apinhadas de delações contra ele – os homens públicos denunciados e posteriormente condenados por corrupção eram afogados em lagos do Vêneto, prática que ficou nas enciclopédias, para alívio dos amantes do Paranoá.

Pouco antes de dirigir a Cehab, Eduardo Cunha ocupou, em 1999, a subsecretaria de Habitação do Rio de Janeiro. No início da década, mais precisamente entre os anos de 1991 e 1993, presidiu a Telerj – os cariocas mais atentos e saudosos certamente hão de lembrar que, nessa época, a maviosa voz feminina gravada no serviço 102 pertencia a Claudia Cruz, mas isso é apenas um detalhe. Eduardo Cunha entrou oficialmente na política em 1994, quando se filiou ao então PPB. No período entre sua saída da Telerj e a indicação para a subsecretaria de Estado, o economista, com passagens pela Xerox e pela Arthur Andersen, atravessou boa parte da década batendo ponto em um escritório no número 68 da Rua Buenos Aires, no centro do Rio, em um edifício sugestivamente chamado Big.

Em sua sala, costumava acompanhar compulsivamente uma tela com gráficos e cotações da Bolsa, muitas vezes ignorando o interlocutor sentado à sua frente. Sua ascensão política se deu pelas mãos de Anthony Garotinho, de quem foi aliado fiel e hoje é inimigo figadal. Em 2001, elegeu-se deputado estadual. Ano seguinte, era escolhido para o seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados. Uniu-se ao ex-empresário e líder evangélico Francisco Silva, filho ilustre da cidade de Cunha, em São Paulo – coincidência que virou piada surrada na boca de assessores e bajuladores de plantão. Sagrada parceria. A aproximação com comunidades pentecostais tornou Eduardo Cunha conhecido em bairros da periferia do Rio e em cidades do interior do Estado nos quais, provavelmente, ele jamais havia pisado. Desde então, a fé tem lhe garantido de 100 mil a 150 mil votos por eleição.

Os próprios adversários – alguns preferem ser chamados de inimigos mesmo – de Eduardo Cunha dão a mão à palmatória. Existem poucos parlamentares com tamanho conhecimento das avenidas e vielas do Congresso e das retas e gincanas do regimento da Casa. Cunha sabe como adiantar ou atrasar os ponteiros de uma votação de acordo com seus interesses, que, às vezes, até coincidem com os do PMDB. Líder de um partido da base aliada, parece estar no posto apenas para lembrar que, na política, o maior rival está sempre dentro de casa; só depois é que vêm os adversários. A cada estocada, Cunha mostra que conhece exatamente onde está cada terminação nervosa do governo, e, consequentemente, como impor ao Planalto torturantes mialgias políticas. Assim foi na MP dos Portos, quando ergueu mil e um obstáculos para a votação do projeto – o que lhe rendeu acusações de trabalhar a favor dos interesses de operadores portuários.

Eduardo Cunha está sempre muito bem posicionado, embora se tenha muito pouca clareza onde ele realmente está posicionado. Seu poder se ramifica por diversas instâncias e setores da República. Tem notória influência sobre determinados fundos de pensão e estatais, como Furnas e sua respectiva entidade de previdência privada, o Real Grandeza. Em 2007, impôs à então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, o nome do ex-prefeito do Rio Luiz Paulo Conde à presidência da subsidiária da Eletrobras. Como relator do projeto para a prorrogação da CPMF, Cunha só deu seu parecer depois de o governo confirmar a nomeação de Conde. Quatro anos depois, foi investigado pela Controladoria-Geral da União (CGU). O órgão apontou que Furnas teria coberto prejuízos decorrentes de sua participação na construção da Usina Hidrelétrica de Serra do Facão, em parceria com a Companhia Energética Serra da Carioca II, cujos diretores seriam ligados ao deputado federal.

No ambiente parlamentar, esbanja ascendência sobre a bancada do PMDB. Mesmo os deputados que não se alinham necessariamente às suas posições temem enfrentá-lo ostensivamente, como se calculassem o risco político que tal conflito pode gerar. Nas votações mais importantes, Cunha costuma cantar com antecedência como votarão os congressistas do partido. E dificilmente erra uma nota. O líder do PMDB costuma ser rascante ao avaliar seus pares: “Se o Congresso está ruim é porque a sociedade está ruim”.

O poder de Eduardo Cunha é proporcional à poeira que ele levanta por onde passa. Parece haver um escândalo para cada pegada do deputado. Seus adversários apontam para as mais diversas feridas, soldadas a ferro e fogo em seu currículo. Ao assumir a presidência da Telerj, no governo de Fernando Collor, foi vinculado a PC Faria, tesoureiro de campanha do único presidente da República a sofrer no impeachment no Brasil. Em 2000, a Receita Federal constatou incompatibilidades entre suas movimentações financeiras e sua declaração de Imposto de Renda. Em 2003, foi alvo de acusações de achaques a empresários do setor de combustíveis. Cunha estaria instrumentalizando a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para pressionar dirigentes de companhias de petróleo.

Na ocasião, o deputado baiano Nelson Pellegrino, então líder do PT, disse que havia uma “quadrilha” na comissão. Suas palavras, assim como as denúncias, foram levadas pelo vento. Em 2007, a deputada estadual Cidinha Campos o acusou de ter feito uma operação cruzada de venda e recompra de um imóvel em Angra dos Reis com o traficante colombiano Juan Carlos Abadia, preso pela Polícia Federal no mesmo ano.

No episódio do mensalão, Eduardo Cunha foi ligado a denúncias de desvio de recursos da Prece, o fundo de pensão dos funcionários da Cedae. Pouco antes, em reportagens na imprensa, foi acusado de envolvimento com o doleiro Lucio Funaro, também investigado na CPI dos Correios, durante a qual emergiu o escândalo do mensalão. Em 2010, o nome de Eduardo Cunha caiu em novo caldeirão fervente. Após uma longa investigação da Polícia Federal foi acusado de envolvimento em um grande esquema de sonegação fiscal liderado pela Refinaria de Manguinhos, pertencente ao empresário Rogério Andrade Magro, personagem tido como controverso e supostamente ligado ao ex-ministro José Dirceu. A quem interessar possa: em seu site oficial, Eduardo Cunha mantém uma área dedicada exclusivamente a rebater as principais denúncias que lhe são imputadas e a atacar seus detratores. Afinal, é preciso manter a fama de mau.

Porque Eduardo Cunha precisa da “anistia” da mídia | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

15/03/2014

Ficha Corrida de um (mau) elemento

Filed under: Eduardo Cunha,PC Farias — Gilmar Crestani @ 5:28 pm
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É com esta Ficha que a Direita pretende derrotar a Esquerda! Ao contrário do Lula, Eduardo Cunha deve estar cheio dos diplomas… O PC Farias, Eduardo Cunha faz!

Ficha corrida do deputado Eduardo Cunha

Trajetória exemplar

André Singer

Alguns dados biográficos do líder do PMDB, Eduardo Cunha, ajudam a entender a lavada, de 267 a 28, que o governo levou na votação da última terça-feira, quando a Câmara decidiu criar comissão para investigar a Petrobras.

Mais de um ano atrás, Janio de Freitas, referência do jornalismo político brasileiro, já advertia que, com a presença de Cunha junto a Renan Calheiros e Henrique Alves no comando do Congresso, Dilma iria ter dificuldades. Na época, o jornalista lembrava que Cunha "é cria de Paulo César Farias, que o pinçou do vácuo para a presidência da então Telerj, telefônica do Rio". Corria o ano de 1990. Não demoraria muito para que o mandato de Fernando Collor de Mello fosse tragado por denúncias. No epicentro da debacle collorida estava PC Farias.

Consta que Cunha aproximou-se do meio evangélico do Rio de Janeiro. Filiado ao PPB (hoje PP), de Paulo Maluf, e com apoio religioso, candidatou-se a deputado estadual em 1994, iniciando uma carreira política própria, o que o levou a ser eleito para a Assembleia Legislativa daquele Estado em 2000, galgando daí a passagem para a Câmara dos Deputados em 2002, sempre pela agremiação malufista.

No meio desse caminho, alinhado à direita, nem por isso deixou de participar do governo Garotinho (1999-2002), então no PDT, no Estado do Rio. No entanto, as relações entre ambos depois se deterioraram. Por ocasião da MP dos Portos, alguns meses atrás, os dois ex-colegas de administração travaram carinhoso diálogo no plenário da Câmara, segundo relato de Merval Pereira, de "O Globo". O ex-governador do Rio disse que a emenda patrocinada por Cunha cheirava mal e tinha motivações escusas. Em resposta, o ex-auxiliar teria se referido a Garotinho como batedor de carteira.

Em 2006, Cunha reelegeu-se deputado federal, agora pelo PMDB, sempre com apoio evangélico –em 2010, conseguiu 150 mil votos. A disputa entre Cunha e Dilma vem desde o início do mandato desta, quando, após denúncias em Furnas envolvendo, segundo o "Valor" (25/7/2011), um "grupo ligado" ao deputado, ela nomeou para dirigir a estatal nome fora do círculo de influência do parlamentar carioca.

Em 2007, Cunha havia segurado a Medida Provisória que prorrogava a CPMF até Lula nomear indicação sua para a presidência de Furnas. Maior empresa da Eletrobras, com orçamento bilionário e fundo de pensão importante, Furnas é joia muito cobiçada. A perda do controle sobre a estatal explicaria a posição belicosa do comandante do PMDB na Câmara em relação a Dilma.

Em resumo, é quase um quarto de século de experiência acumulada em controvertidas matérias republicanas. Convém não subestimar.

SQN

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