Folha se faz de tapete para Eduardo CUnha desfilar sua candidatura. Esta é uma matéria típica de um grupo mafiomidiático, do tipo celular, pré pago. Em nenhuma outra situação, principalmente quando envolve pessoas ligadas ao Governo, jamais a Folha construiria uma matéria com tantos contornos legitimadores de uma versão sem pé nem cabeça. A orientação da d. Judith Brito está sendo levada ao pé da letra. Isso se chama jornalismo sem vergonha.
A FOLHA corrida do Eduardo Cunha já ultrapassou os limites políticos e vem de longe. A tentativa tardia de higienizar a biografia do candidato das oposições, nestes tempos de popularização da internet, beira às raias do ridículo. Não há quem não consiga, via google, boas informações sobre o passado, desde os tempos do notório PC Farias, do Eduardo Cunha.
Severino Cavalcanti foi apenas um inocente útil utilizado pelas oposições contra o PT. Deu no que deu. Eduardo Cunha não é um caipira, simplório, é um meliante notório.
Cunha diz ter sido alertado de que PF forjou áudio contra ele
Intenção, afirma, seria desgastá-lo na disputa pelo comando da Câmara
Embate aumenta a tensão entre o líder do PMDB e o governo, que teme sua vitória na eleição de fevereiro
DE BRASÍLIA
Candidato à presidência da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou nesta terça (20) ter recebido informações de que integrantes da cúpula da Polícia Federal teriam forjado, a mando do governo, uma suposta gravação para incriminá-lo e desgastar sua candidatura.
O deputado federal disse que foi alertado por um agente incomodado com a "farsa". O novo embate aumentou a tensão entre o líder do PMDB e o Palácio do Planalto.
"A gente espera que o governo tenha uma posição de cautela sobre esse assunto [presidência da Câmara]. Na hora que o governo toma lado, obviamente isso terá sequelas", disse Cunha.
O peemedebista tem acusado o Planalto de tentar interferir na sucessão na Casa, pressionando a base aliada com promessas de distribuição de cargos e de atuar em vazamentos seletivos de informações para constranger sua campanha. O objetivo seria dar fôlego à candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Cunha enfrenta resistências do governo, que o considera um aliado com viés oposicionista e teme que sua gestão coloque a presidente Dilma Rousseff em situação difícil.
A gravação que motivou o novo embate, classificada por Cunha de "nova alopragem", teria sido entregue a ele no sábado (17) por um suposto policial federal que estaria indignado com a fraude. O congressista pediu ao Ministério da Justiça a abertura de inquérito para apurar o caso.
O áudio, de cerca de três minutos, traz um diálogo entre dois homens em que o nome do deputado é citado. Na conversa, uma pessoa que supostamente seria um agente da Polícia Federal ameaça contar tudo o que sabe caso o peemedebista o abandone.
O interlocutor, que seria alguém ligado a Cunha, tenta tranquilizar o agente. O deputado disse que não reconheceu nenhuma das vozes.
Para Cunha, a ideia do diálogo seria mostrar que um deles seria o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, investigado na Operação Lava Jato pela participação no esquema de desvio de recursos da Petrobras.
"O Cunha está lá tentando ganhar a presidência, subindo, subindo, e os amigos dele sendo esquecidos. Se eu ficar abandonando vou jogar merda no ventilador. Está todo mundo enchendo a burra de dinheiro e eu estou abandonado, duro, sem grana", afirma na gravação a pessoa que seria Careca.
A outra pessoa, que fala como sendo um aliado do congressista, responde então que tudo será resolvido.
Há incongruências no diálogo. Uma delas é que primeiro os dois homens falam que vão se encontrar pessoalmente para discutir o caso no lugar de sempre, mas depois se perguntam qual será o local.
Segundo Cunha, o agente que repassou o áudio afirmou que ele foi forjado por integrantes da cúpula da PF, a pedido do governo. O deputado disse que foram citados nomes de dirigentes da PF, que ele repassou ao ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).
A nova acusação de Cunha foi recebida com irritação pelo Planalto, que orientou o Ministério da Justiça a acelerar as investigações do episódio.
Em nota, a PF informou que instaurou inquérito e que trabalha de forma "isenta e imparcial". Informou ainda que a denúncia de Cunha não faz referência a nenhum membro da corporação.
LAVA JATO
Quando foi preso na Lava Jato, Careca inicialmente disse em depoimento à PF que teria entregue dinheiro em uma casa que seria de Cunha, seguindo ordens do doleiro Alberto Youssef.
Posteriormente, o advogado do doleiro entregou à Justiça Federal uma declaração de Youssef afirmando que não teve negócios com o deputado peemedebista.
(MÁRCIO FALCÃO E RANIER BRAGON)