Ficha Corrida

21/12/2015

Corrupção boa? Em São Paulo, graças aos Rodrigo de Grandis, tem!

 

Alckmin e Cerra se enterraram na Lava Jato

Dr Moro, não vem ao caso ? – publicado 19/12/2015

helicoca

O Conversa Afiada reproduz do Viomundo irrepreensível reportagem da Conceição Lemes sobre esses moralistas sem moral do PSDB de São Paulo (FHC, toc toc toc – batata tá assando!):

Empreiteiras denunciadas na Lava Jato têm contratos de R$ 210 bi com governos de São Paulo; adesão paulista ao impeachment é para barrar investigações?

por Conceição Lemes
Em 5 de novembro, saiu no Diário Oficial da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo: Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Alesp aprovou as contas do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) referentes ao exercício de 2014.
Na mesma edição, o DO Legislativo publicou, da página 90 a 124, o voto em separado de dois deputados da Comissão, que desaprovaram as contas: João Paulo Rillo e Teonílio Barba (PT-SP).
Eles elencam diversas justificativas para a rejeição, entre as quais 17 ressalvas e 114 recomendações do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP).
Em 2014, o TCE-SP fez 92 recomendações em relação às contas de 2013. Alckmin atendeu plenamente somente 7. Das 85 restantes, 43, ele cumpriu parcialmente  e 40, não fez nada. Duas estavam prejudicadas.
Em consequência, agora em 2015, as recomendações subiram para 114. A primeira é justamente cumprir as de 2013. Daí, as ressalvas aprovadas, que podem levar à rejeição das contas nos próximos anos:



Todas as ressalvas são consideradas graves, mas duas se destacam: a 11 e 16.
Em ambas há indícios sérios de que o governo paulista pode estar maquiando números e descumprindo a legislação.
A restrição 11 refere-se aos recursos do petróleo, que, por força da Lei de Diretrizes Orçamentárias, são considerados do Tesouro do Estado. Logo, podem ser incluídos no gasto com a Saúde e a Educação.
Só que isso vai contra o que estabelece a Constituição Federal, que prevê recursos de impostos – basicamente, ICMS e IPVA – para a Saúde e Educação. Consequentemente, é possível que os números divulgados não sejam reais e o governo paulista esteja aplicando menos em Educação e Saúde.
A ressalva 16 refere-se a uma “pedalada” de Alckmin na Educação, visto que as despesas restantes de um ano para pagar no exercício seguinte são grandes. De modo que, havia um total descontrole, como aponta TCE-SP desde 2007.
Mas o que mais chama atenção no voto em separado dos dois parlamentares são três fatos provavelmente conectados:
1) As empreiteiras denunciadas na Lava Jato pelo pagamento de propina a agentes públicos da Petrobras sempre atuaram em obras do governo do Estado de São Paulo.
2) O envolvimento do doleiro Alberto Youssef com grandes empreiteiras em obras públicas de Norte a Sul do Brasil, inclusive no Estado de São Paulo.
Na reportagem A planilha de Youssef, publicada na edição de 6 de dezembro 2014 de CartaCapital, o jornalista Fábio Serapião mostrou que o doleiro mantinha uma lista de 750 obras, entre as quais construções da Sabesp, do Monotrilho e do Rodoanel. Ele salienta:
“Outro caso parecido é o trecho do monotrilho entre a estação Oratório e Vila Prudente, na capital paulista, integrante da linha 15-Prata do Metrô.
No documento apreendido [a planilha do Youssef], a Construtora OAS, consorciada com a Queiroz Galvão e a canadense Bombardier, seria o cliente do doleiro em um contrato de cerca de 8 milhões de reais. Prometida pelo governador Geraldo Alckmin para janeiro deste ano, o monotrilho ainda não entrou em operação.
O presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, o vice-presidente do setor Internacional, Agenor Medeiros, e mais três dirigentes foram presos pela PF.
Na planilha aparecem ainda outros projetos de estatais paulistas, a começar por duas adutoras da Sabesp e obras no trecho Sul do Rodoanel. No caso da construção do anel rodoviário, em 2009, o TCU havia apontado ao menos 79 irregularidades graves, inclusive sobrepreço.
Na planilha do doleiro, a menção ao Rodoanel precede a inscrição do valor de 1,5 milhão de reais.
Além disso, o esquema de Youssef operou também na Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, revelaram reportagens do Estadão sobre a máfia dos fiscais paulistas.
3) Adir Assad,  preso desde março em Curitiba (PR) por decisão do juiz Sérgio Moro por suposto envolvimento nos desvios da Petrobras, é o doleiro das obras tucanas no Estado de São Paulo, segundo reportagem de Henrique Beirangê, publicada na edição de 30 julho de CartaCapital.
O nome de Adir aparece associado, por exemplo, ao Rodoanel Sul 5 e à ampliação das marginais do rio Tietê, anunciada em 4 de junho de junho de 2009, com bumbos e fanfarras, pelo então governador José Serra (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (na época DEM, hoje PSD).
Beirangê observa:
A prisão de Assad revigora outro escândalo já esquecido: o esquema da Construtora Delta e do bicheiro Carlinhos Cachoeira. O doleiro aparece principalmente nas histórias de desvios de obras no estado São Paulo, governado há mais de duas décadas pelo PSDB. Um novo documento nas mãos de procuradores e policiais federais tem o poder de revelar detalhes de um escândalo de proporções ainda desconhecidas no ninho tucano. Os promotores de São Paulo sabem da existência das operações e pretendem abrir inquéritos para apurar as operações financeiras.
O documento é um relatório de análise do Ministério Público Federal que enumera uma série de tabelas de pagamentos a cinco companhias. Segundo a PF, trata-se de empresas de fachada criadas para lavar o pagamento de propinas intermediadas por Assad.
Entre elas aparece a Legend Engenheiros, responsável por movimentar 631 milhões de reais sem nunca ter tido um único funcionário, conforme a Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho.
A contabilidade da empresa exibe polpudos pagamentos de consórcios e empresas que realizaram obras bilionárias no governo de São Paulo durante os últimos 20 anos.
O primeiro pagamento que salta aos olhos é um depósito de 37 milhões de reais ao Consórcio Nova Tietê. Liderado pela Construtora Delta, o consórcio levou as principais obras de alargamento das pistas da principal via da capital paulista em 2009, durante o governo de José Serra.
O valor inicial do contrato previa gastos de 1 bilhão de reais, mas subiu para 1,75 bilhão, ou seja, acréscimo de 75%. Um inquérito sobre a inflação de custos chegou a ser aberto pelo Ministério Público de São Paulo. Acabou, como de costume em casos que envolvem tucanos, arquivado.
A obra foi acompanhada na época pela Dersa, empresa de economia mista na qual o principal acionista é o estado de São Paulo. Na assinatura do contrato entre o governo e o consórcio, o nome do representante da empresa estatal que aparece é o de um velho conhecido: Paulo Vieira de Souza, o famoso Paulo Preto, cuja trajetória e estripulias foram bastante comentadas durante a campanha presidencial de 2010. Acusado de falcatruas, Preto fez uma acusação velada a Serra e ao PSDB à época. “Não se abandona um líder ferido na estrada”, afirmou.
A propósito. Em 30 de abril de 2012, o Viomundo denunciou: São Paulo fez contratos de quase um bi com a Delta; Paulo Preto assinou o maior deles, no governo Serra.
Estávamos em plena CPI do Cachoeira e a mídia se “esqueceu” das conexões Dersa-Delta-Ampliação da Marginal Tietê-Paulo Preto-José Serra.
O doleiro Adir Assad até agora não abriu o bico. Será que fará delação premiada, relatando o que sabe sobre o esquema de fraudes e corrupção em São Paulo ou ficará calado para não incriminar os tucanos?
SERRA FECHOU R$78 BI EM CONTRATOS COM EMPREITEIRAS DENUNCIADAS NA LAVA JATO; ALCKMIN, R$ 52,3 BI
De qualquer forma, um levantamento inédito revela que, nos últimos 27 anos, 16 grandes empreiteiras denunciadas na Lava Jato por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras receberam, em valores corrigidos, mais de R$ 210 bilhões dos cofres públicos paulistas. As contas referem-se  apenas às empresas do chamado clube das empreiteiras. Não estão incluídas aquelas que ocasionalmente faziam “negócios” com empresas do “clube”, como, por exemplo, a Serveng-Civilsan.  Os dados constam do voto em separado dos deputados João Paulo Rillo e Teonílio Barba.

Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo, por conta das concessões rodoviárias), Companhia do Metrô, Sabesp, Dersa e Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) são os órgãos do governo paulista que firmaram maiores contratos com essas empreiteiras envolvidas em irregularidades na Lava Jato.

Somente em 2014 o governo Geraldo Alckmin contratou junto a essas empreiteiras mais de R$ 8 bilhões.
Mas o ano de 2009, com o tucano José Serra à frente do governo do Estado de São Paulo,  foi o campeão. Em 2009, houve o maior número de contratos entre o governo paulista  e as empreiteiras implicadas na Operação Lava Jato.  Em valores corrigidos, somaram a bagatela de R$ 43,436 bilhões.
Mas tal honraria não foi apenas em 2009.
A gestão José Serra (2007 a 2010) foi a grande vencedora no quesito dinheiro público para as empreiteiras. De 2007 a 2010, os contratos com elas carrearam R$ 72,118 bilhões dos cofres públicos paulistas.
O governo Alckmin é o vice-campeão. De 2011 a 2014, os contratos com empresas denunciadas na Lava Jato totalizaram R$ 52,386 bilhões. Só em 2013 somaram R$ 41, 236 bilhões.


TCE-SP E MPE-SP JÁ COMEÇAM A APONTAR IRREGULARIDADES
Repetimos:  as 16 integrantes do “clube das empreiteiras” , denunciadas na Lava Jato pelo pagamento de propinas a executivos da Petrobras atuaram muito no Estado de São Paulo. Os contratos dessas 16 grandes empresas com sucessivos governos paulistas somam mais de R$ 210 bilhões, em valores atualizados.
Alguns resultados das investigações  sobre a Lava Jato paulista já são conhecidos. Ao longo do tempo, o TCE-SP considerou irregulares 58 contratos de mais de R$ 5,2 bilhões, envolvendo o governo paulista e empreiteiras denunciadas na Lava Jato.
Em dezembro de 2014, Serapião revelou que Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, da PEM Engenharia, denunciada pelo pagamento de propina no esquema da Petrobras, foi citado no cartel do Metrô paulista, o trensalão, também conhecido como propinoduto tucano.
O MPE-SP investiga, pelo menos, duas licitações ganhas pela PEM Engenharia. Uma delas, de mais de R$ 1,5 bilhão, foi para a fase I da linha 5 do Metrô. A outra, de mais de R$ 200 milhões, para a linha 2 do Metrô.
Outras empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras e na mira do MPE-SP por conta de contratos com o governo paulista:
* Toyo Setal, que até recentemente tinha como consultor Júlio Camargo, um dos delatores da corrupção na Petrobras. Em1998, ela assinou contrato de R$ 11 milhões para executar serviços de engenharia, projeto, fornecimento, montagem e instalação de sistema destinado ao trecho Artur-Guaianases da linha Leste/Oeste do Metrô paulista.
* A Queiroz-Galvão e a Serveng-Civilsan, que em 2013 assinaram com o governo Alckmin contrato para a construção de trecho da Rodovia Nova Tamoios (SP-099), que terá 33,9 km de extensão e ligará Caraguatatuba a São Sebastião, no litoral Norte paulista. A obra ficará  R$ 860 milhões mais cara que o custo previsto inicialmente de  R$2,34 bilhões. Curiosamente, em 2014,  a Queiroz Galvão ganhou também a licitação para a PPP da Rodovia Nova Tamoios, que envolve quase R$ 4 bilhões.
* A Jamp, empresa associada à Engevix, do esquema da Lava Jato.  Ela atuou na CDHU (Companhia de Desenvolvimento da Habitação Urbana), FDE (Fundação de Desenvolvimento da Educação) e na CPTM (Companhia de Transportes Metropolitanos). Chegam a dezenas os seus contratos com o governo paulista.
Várias outras empresas denunciadas na Lava Jato também estão envolvidos na obra da linha 5 – Lilás do Metrô (aqui e aqui).
Segundo a Justiça, a obra apresentava superfaturamento de mais de R$ 300 milhões
Agora, o Estadão publica que, além de atrasar mais de 4 anos, a vai custar R$ 1 bilhão a mais.
Esses são alguns exemplos de empresas denunciadas no esquema de corrupção da Petrobras e que continuam ganhando licitações ou aditivos do governo paulista.
Aliás, a Queiroz Galvão ganhou uma licitação de R$ 88 milhões para contratar as  empresas que executarão para a execução as obras complementares de trecho da rede de veículos leves sobre trilhos – VLT da Região Metropolitana da Baixada Santista, compreendido entre o Terminal Barreiros, em São Vicente, e a Estação Porto, em Santos.
A Serveng-Civilsan ganhou também contrato de R$ 555 milhões para elaborar o projeto e executar as obras da interligação entre as represas Jaguari (da bacia do rio Paraíba do Sul) e Atibainha (Sistema Cantareira).
Em 9 de dezembro, nós especulamos:
Eduardo Cunha e Michel Temer lideram um golpe parlamentar para se livrar da Operação Lava Jato, com a conivência do PSDB, agora que as investigações vão bater neles por conta da delação premiada do ex-líder do PT no Senado, Delcídio do Amaral.
De quarta, 16, para quinta-feira, 17, o golpe de Eduardo Cunha e Michel fez água.
Primeiro, os atos do dia 16 pelo Brasil todo mostraram que, finalmente, a ficha caiu para a sociedade.
O impeachment, como mostraram muito bem os professores no ato em defesa da democracia na Faculdade de Direito da USP, seria apenas o primeiro passo para o desmonte de todas as conquistas sociais da Constituição de 88 e dos últimos 13 anos.
Segundo, o pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para afastamento de Eduardo Cunha do mandato de deputado federal e, consequentemente, da presidência da Câmara.
O PGR faz um retrato devastador do homem do impeachment: atacadista de venda de emendas parlamentares.
Terceiro, a decisão do STF nesta quinta-feira sobre o rito de impeachment: a comissão que avaliará o caso será definida por chapa única, a votação será em aberto, e caberá ao Senado a decisão final.
Diante desse quadro e desses dados, ficam várias perguntas:
Será que, por temerem o avanço da Lava Jato, Serra, Alckmin & amigos abraçaram o impeachment para desviar o foco deles?
Como fica a operação-abafa da Lava Jato que estava sendo negociada pelo vice Michel Temer, o traidor, com os tucanos?
Será que a força-tarefa da Lava Jato vai finalmente abrir a linha de investigação tucano-paulista, a Lava Jato paulista?

Alckmin e Cerra se enterraram na Lava Jato — Conversa Afiada

06/12/2014

Serra é atraso

Filed under: InVeja,José Serra,Juvenal Juvêncio,PSDB,Trem-bala — Gilmar Crestani @ 9:05 am
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Serra_EUAHá uma entrevista com o ex-presidente do São Paulo, Juvenal Juvênio, no programa “A Bola da Vez”, da ESPN, reveladora do caráter do mais midiáticos dos peessedebistas, José Serra. O são paulino identificou no palmeirense da Mooca o maior entreve para a realização da Copa em São Paulo. Como todo mundo sabe, a conquista da Sede da Copa do Mundo de 2014 no Brasil deve-se ao Lula. Os locais-sede da Copa ficou ao encargo dos governos locais, prefeitos e governadores. Portanto, a decisão por sediar em São Paulo, na capital, passou por José Serra. Como o Palmeiras não tinha sede condizente, Serra fez de tudo para melar o negócio.

O São Paulo preenchia as melhores condições, seja em termos de estrutura de estádio, o Morumbi, como a localização do estádio, no bairro homônimo. Tudo preenchia as melhores condições. Acontece que no meio do caminho tinha um palmeirense invejoso, inescrupuloso e cheio de ódio. Acenou pela construção da Arena Itaquera, do Corinthians, mas antes combinou com seus velhos parceiros da Folha, Veja e Estadão, todos de São Paulo, que tratariam a Arena Corinthians como Itaquerão ou, se desse errado, de Lulão. Deve-se a ele todos os atrasos ocorridos na construção da Arena Corinthians, bem como o atraso nas obras de mobilidade urbana. Pior, nas manifestações de junho de 2013, o PSDB incentivou seus sicários a destruírem a ARENA CORINTHIANS. Com o mote “#naovaitercopa” o PSDB de Serra, Aécio, et caeterva, tentaram destruir a imagem do Brasil com único intuito de prejudicar a reeleição da Dilma.

O castigo veio multiplicado: o Brasil sediou a Copa das Copas, Dilma venceu o PSDB, o Palmeiras está prestes a ser rebaixado, e todas as falcatruas perpetradas pelo PSDB para prejudicar o Brasil estão vindo à tona, como esta de que José Serra foi o responsável por atrasar o trem-bala. José Serra conseguiu seu epíteto definitivo: ATRASO!

Em SP, Serra diz que atuou para atrasar trem-bala

DE SÃO PAULO

Eleito senador por São Paulo, o ex-governador José Serra (PSDB) disse nesta quinta-feira (4), em ato para simpatizantes do PSDB, que atuou para atrasar o projeto do trem-bala por considerá-lo "falido", segundo informou nesta sexta (5) o portal do jornal "O Estado de S. Paulo".

Aos ouvintes, Serra disse ter incluído Campinas no traçado do trem apenas para dificultar a execução do projeto. Ele disse ainda ter proposto um estudo sobre a obra ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e, informalmente, ter pedido para que o banco estatal demorasse para fechar a pesquisa.

"E ele fez mesmo, demorou para burro, sabe?", declarou Serra aos simpatizantes do partido.

Procurado pela Folha, o ex-governador não comentou o teor das declarações, mas disse que se tratava de uma apresentação em um ambiente informal e que já expressou publicamente sua contrariedade com o projeto do trem-bala inúmeras vezes.

Durante o evento, Serra também fez diversas críticas ao PT, a quem atribuiu uma postura "bolchevique" e "totalitária". Para ele, a sigla transformou a corrupção em um "método de governo".

04/11/2012

Moral da história

Filed under: Trem-bala — Gilmar Crestani @ 9:08 am

Se é difícil e custoso, não se recomenda investir… Ah, esses grupos mafiomidiáticos. Eis aí porque se pautam pela explicação mais fácil, menos onerosa e mais lucrativa para eles.

EDITORIAIS

editoriais@uol.com.br

Custosa obsessão

Brás Cubas, o defunto escritor criado por Machado de Assis, já advertia o leitor dos perigos de uma ideia fixa. Pois fixou-se na presidente Dilma Rousseff -desde 2007, quando chefiava a Casa Civil no governo Lula- a ideia de implantar o trem-bala entre São Paulo e Rio.

A locomotiva que, rasgando o Vale do Paraíba a 350 km/h, conectaria as duas maiores cidades do país em 93 minutos custa, entretanto, a sair do papel. Depois de o leilão ter fracassado em junho de 2011, por falta de interessados, o Planalto adiou novamente o processo -um edital estava previsto para ser publicado nesta semana- a pretexto de remodelar a proposta e evitar a repetição do fiasco.

A fim de atrair grupos privados, o governo assumirá mais uma fatia do risco do projeto, cujo custo, grosseiramente estimado, ronda R$ 50 bilhões. Enquanto o volume de passageiros transportados for insuficiente para ressarcir a despesa com a iniciativa, o Planalto arcará com a diferença. Vai tirar o dinheiro de toda população, via impostos, e transferir para o consórcio responsável pela obra.

O estratagema, argumenta o governo, deve exigir subsídios no início, quando a procura pela ferrovia for incipiente. Mas essa despesa pública seria compensada nos 30 ou 40 anos de vigência do contrato, com o fluxo de passageiros próximo da capacidade total.

A verdade é que as principais incógnitas do projeto continuam sem elucidação, a começar do custo real. Um projeto detalhado, básico para estimar com precisão o valor, só virá após a primeira fase da licitação, a ocorrer na melhor hipótese em meados de 2013, para definir operador e tecnologia.

Se tudo correr bem -algo raro, se não inédito no setor público brasileiro-, as obras só começariam ao final de 2014, início de 2015. As primeiras viagens, restritas a alguns trechos, ocorreriam em 2018.

As dificuldades para uma obra desse porte, como os intermináveis trâmites das licenças ambientais e desapropriações, não recomendam otimismo quanto a prazos e valores. Só de túneis o projeto original prevê mais de 100 km. Em 40 anos de obras, o metrô de São Paulo não atingiu essa marca.

De certo e imediato resta só a disposição, impingida ao velho BNDES, de desembolsar até R$ 25 bilhões para bancar a ideia fixa da presidente. Na depauperada infraestrutura nacional, há carências bem mais prementes. O metrô em grandes cidades é uma delas.

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