Ficha Corrida

17/06/2015

HiPÓcrisia!

Lembro do dia que encontrei no Vale dos Vinhedos, na Serra gaúcha, uma excursão de coxinhas paranaenses. Era numa dessas eleições em que Olívio Dutra era candidato e eu estava com um adesivo de apoio no para-brisa traseiro do meu Corolla. A malta curitibana achou por bem me molestar. Perguntaram porque, sendo comunista (o bico grande e cérebro pequeno dos tucanos cria estas confusões) não andava de Lada. Com um namorada bem mais jovem do eu e vendo que eram casais bem mais velhos, respondi: “De que serve seu capitalismo de mercado se, com tanta mulher bonita por aí, escolhem barangas”. Não fui linchado porque um Corolla anda mais rápido do que um Lada. Não é algo de que deva me orgulhar, mas é exatamente isso que penso desses que vivem achacando órgãos públicos. O Gerdau, por exemplo, pego na Operação Zelotes, não fabrica um parafuso sem algum tipo de isenção ou incentivo fiscal, do tipo FUNDOPEM.

Na época o Nivaldo T. Manzano havia publicado um artigo se perguntando porque o besouro, contra todas as leis da aerodinâmica, voa?! Ele falava da falência técnica da RBS, mas que sobrevivia sob ajuda de aparelhos, do Banco do Brasil. Eram os tempos de FHC. Depois, quando o amante da Miriam Dutra foi apeado do poder, Pedro Parente desembarcou na RBS. Outros menos notáveis, também aportaram por esta bandas. São os mesmos que fazem questão de apontar, quando há algum problema no serviço público, que, se fosse privado, seria melhor. Pois bem, o serviço privado é uma grande Operação Leite Compensado. E depois do Leite Compensado, há agora o Queijo Compensado… E por que não há campanha para recrudescimento nas penas para este tipo de criminoso. Por que os mesmos que pedem aumento das penas para jovens não pedem o mesmo para quem põe veneno em alimentos?!

Hoje, nos estados do sul, há mais empresários envolvidos em botar toda sorte de porcaria no leite que nossas crianças tomam, do que jovens de 16 a 18 anos envolvido em crimes de mesma natureza. Não é sem razão que são os mesmos empresários e mesmos grupos de comunicação que se perfilam com políticos toxicômanos para aprovarem a maioridade penal.

Infelizmente, nos governos Lula e Dilma nada foi feito para combater os bandidos a$$oCIAdos ao  Instituto Millenium.

Os 12% que os grupos mafiomidiáticos conquistaram com campanhas de ódio são os mesmos que adquirem casa própria com financiamento da CAIXA. Jamais o fazem com o Santander ou com o HSBC.

Nassif lembra o dia em que a Globo foi salva pelo BNDES

:

No jornal GGN, Luis Nassif destaca o projeto de capitalização da Globocabo; ‘O BNDES detinha 4% do seu capital. A proposta era elevar a participação para poder salvar a empresa. A megacapitalização elevou para 22,1% a participação do banco. Tempos depois, ela foi vendida para o bilionário mexicano Carlos Slim, tirando a Globo do sufoco’

17 de Junho de 2015 às 07:14

247 – O colunista Luis Nassif lembra o episódio da capitalização da Globocabo, como o dia em que o BNDES salvou a Globo.

“O fato é que houve uma megacapitalização que elevou para 22,1% a participação do BNDES na Globocabo, salvando a empresa. Tempos depois, ela foi vendida para o bilionário mexicano Carlos Slim, tirando a Globo do sufoco”, destaca.

Leia abaixo o post de Nassif sobre o assunto:

Em 2002 fui procurado por Fernando Gentil, diretor do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

Gentil me tomou quase uma hora de conversa para expor o projeto de capitalização da Globocabo pelo BNDES. A empresa estava literalmente quebrada, sem conseguir honrar seus compromissos com financiamentos externos. A geração de caixa não cobria sequer o serviço da dívida. Sua dívida era de R$ 1,6 bilhão e precisaria rolar anualmente de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões.

O BNDES detinha 4% do seu capital. A proposta era elevar a participação para poder salvar a empresa. A proposta parecia razoável. Sem a capitalização, a Globocabo fecharia e o banco perderia o dinheiro investido.

Na época, ainda havia relativa competição na mídia e alguns colunistas tinham independência inclusive para fiscalizar abusos de outros veículos de mídia. Por isso tinha sido procurado por ele para explicar antecipadamente a operação.

Sem condições de analisar mais profundamente, julguei razoável a ideia de capitalizar a empresa para posterior venda, para evitar a perda total dos ativos. Disse-lhe que, da minha parte, achava razoável a capitalização (http://migre.me/qjUqo)

Deve ter procurado outros colunistas independentes. O fato é que houve uma megacapitalização que elevou para 22,1% a participação do BNDES na empresa, salvando a empresa.

Tempos depois, ela foi vendida para o bilionário mexicano Carlos Slim, tirando a Globo do sufoco.

Não foi a primeira vez que a Globo se aventurou em outros territórios, valendo-se de sua influência política.

No governo Sarney, ganhou a NEC de graça, em uma barganha com Antônio Carlos Magalhães, Ministro das Comunicações, em troca de passar para ela a concessão da emissora na Bahia. E com o valioso auxílio da Veja, ajudando a crucificar Garnero.

No governo Collor, quando as teles caminhavam para a digitalização, foram tentadas duas jogadas para viabilizar a NEC.

No Rio, a Telerj, presidida por Eduardo Cunha, tentou impor os equipamentos da NEC na implantação do serviço celular. O inacreditável Ministro da Infraestrutura João Santana tentou fazer o mesmo junto à Telesp.

Colunista da Folha, Jânio de Freitas ajudou a bloquear a jogada da Telerj. Também colunista do jornal, tive papel no bloqueio da jogada da Telesp.

A jogada de ambos consistia em uma pré-seleção de cinco empresas que tivessem equipamentos compatíveis. Depois, caberia a eles selecionar a vencedora.

Jânio escreveu uma coluna pesada contra a manobra de Cunha, e eu outra coluna denunciando a jogada de João Santana.

Uma semana depois Santana me chamou a Brasília. Entrei na sua sala e ele pediu para o chefe de gabinete entrar e me estendeu uma nova minuta:

– Mudamos o edital. Veja o que acha deste novo.

Disse-lhe que não era consultor de governo. Ele que divulgasse a nova minuta, eu consultaria minhas fontes e apresentaria minha opinião através do jornal.

Essa capacidade de auto-regulação da imprensa acabou com a gradativa aproximação dos grupos de mídia, associando-se e, depois de 2005, montando o grande pacto.

A partir daí, houve ampla liberdade e quase nenhuma transparência para os negócios públicos e privados.

Nassif lembra o dia em que a Globo foi salva pelo BNDES | Brasil 24/7

Deixe um comentário »

Nenhum comentário ainda.

RSS feed for comments on this post. TrackBack URI

Deixe um comentário

Blog no WordPress.com.