Na imagem um provável ancestral de Ali Kamel, autor do tijolaço “Não Somos Racistas”…
Sou do tempo em que José Hildebrando Dacanal, mestre da velha guarda jornalística e emérito professor da UFRGS, era o ghost-writer de sua colega e correligionária Yeda Crusius. Em seu discurso ferino e demolidor, Dacanal condenava o que ele entendia por “nova classe”, à qual pertenciam os petistas. Para Dacanal, a emancipação, via políticas sociais/cotas raciais, criaria uma casta oposta ao que ele e o PSDB, que ele dizia possuir os “melhores quadros”, propunhar sem o oposto da meritocracia. A “nova classe” do professor eram os professores e sindicalistas que, com as sucessivas eleições do PT em Porto Alegre, no RS e depois do âmbito Federal, ascendiam a postos políticos e de comando em empresas, autarquias e fundações comandadas pelos executivos. Seu elitismo rastaquera, logo ele que carregava seus livros com uma bolsa do Mercado Público com os dizeres “Lembrança do RS”, era mais de despeito do que de fundamento. Via seus colegas à esquerda ocupar postos que ele, montado em sua imensa sabedoria, nunca fora capaz de ocupar.
Esse discurso caro às elites do lumpenjornalismo era diuturnamente comprovado como falacioso, mas a força da mídia, que sempre foi a força do PSDB, teimava em recrutar novos midiotas. A religião que combatia o “aparelhamento do stado” e a política de cotas com propostas de “choque de gestão” e “meritocracia” sempre foi um discurso hipócrita. Ninguém aparelhou mais as instituições, seja no RS seja em outros Estados da Federação ou mesmo em Brasília, do que o PSDB. A quem FHC entregou a ANP? Dentro lógica meritocrática, ao seu genro, David Zylbersztejn. Em pouco tempo rei David quebrou dois monstros, seu vínculo com o sogro e o monopólio da exploração do petróleo. O choque de gestão se deu no momento em que se separou da filha de FHC: perdeu o emprego na ANP… O aparelhamento da Petrobrás estava, desde o artigo do tucano Ricardo Semler (Nunca se roubou tão pouco) comprovado. Mas há também a confissão de FHC em seu livro “Diários da Presidência – volume 1".
Outro exemplo edificante perpetrado pelo príncipe dos sociólogos foi dado pela sua filha Luciana Cardoso. Por anos adormecia em casa recebendo salários do Senado, sob os olhares concupiscentes do Varão da República, o Senador Heráclito Fortes…
O PSDB tem outro predileção. Entregar postos chaves a outro tipo de familiares. Como sabemos, as máfias são famílias… que podem ser reconhecidas em figuras como Robson Marinho, Geraldo Brindeiro & Gilmar Mendes, produtos tipicamente tucanos.
Portanto, os constantes ataques às políticas sociais e às cotas raciais dão a exata dimensão do papel do PSDB, um partido a serviço de status quo via apropriação do Estado. Veja que há figuras no Judiciário, MPF e PF que se fizeram à custa do Estado e assim querem manter para que sua famiglia continue sendo beneficiárias exclusivas do Estado. É a tal de meritocracia. O combate ao ENEM e PROUNI, que democratizam o acesso ao ensino superior, é uma confissão de uma classe média rastaquera que se acha no direito divino em relação às políticas públicas.
Infelizmente a nova classe que tanto assustou o prof. Dacanal não sobe por cavalinho de pau. É um processo longo e demorado. Lula, um torneiro mecânico sem formação superior, fez mais pela ascensão social do que o príncipe dos sociólogos. Em termos de educação, por deve transitar a meritocracia, Lula criou mais Universidades que todos seus antecessores juntos. É disso que nasce o ódio dos hiPÓcritas a Lula e suas políticas de emancipação.
Portanto, a informação do Correio do Povo de hoje, abaixo, a respeito do nepotismo tucano só surpreende marcianos. Os gaúchos, quando souberem quantos aspones a primeira dama Sartori espalhou pelos órgãos do Estado também ficarão chocados. Mas este não é um assunto que a velha mídia costuma se ocupar quando um dos seus está à seu serviço…
Ministério Público pede a parlamentares que demitam parentes até quarto grau
Três senadores foram notificados diretamente nesta quarta-feira
Notificação foi enviada ao Senado e à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira | Foto: Ana Vope / Senado Federal / CP
O Ministério Público Federal no Distrito Federal enviou nesta quarta-feira notificação ao Senado e à Câmara dos Deputados pedindo que sejam demitidas todas as pessoas contratadas em funções de confiança nos gabinetes das duas Casas e que tenham parentesco em até quarto grau com os parlamentares.
Na recomendação, o MPF também sugere que pessoas com essas características sejam destituídas de cargos em comissão e funções gratificadas, mesmo no caso de servidores concursados que estejam em posições de chefia, direção o assessoramento – caso tenham parentesco até quarto grau com deputados e senadores.
No Senado, foram notificados diretamente três senadores: Telmário Mota (PDT-RR), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA). No gabinete dos três parlamentares, uma investigação prévia do Ministério Público identificou que há contratação de parentes. No entanto, o documento enviado deixa claro que não se trata de imposição, mas de recomendação, para evitar que uma ação direta de inconstitucionalidade seja movida contra eles. Na notificação, o prazo para que os funcionários nessas condições sejam exonerados é de 30 dias.
O senador Telmário Mota, no entanto, alega que o MPF está "extrapolando" suas competências e tentando se sobrepor a uma súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal, que estabelece como nepotismo a contratação de parentes até terceiro grau. Telmário Mota tem contratado como motorista um parente em quarto grau, mas alega que, para isso, consultou previamente o Departamento Jurídico do Senado, que o autorizou a fazer a contratação por estar em acordo com a determinação do Supremo."Se dissesse que se trata de algo legal, mas imoral, tudo bem. Mas nem imoral é. Esse rapaz já trabalhou pra mim antes e atualmente exerce diversas atividades, honestamente, em meu gabinete. Agora eu vou demitir o rapaz porque a lei diz uma coisa, mas a Procuradoria quer outra?", questionou.
Mota informou que repassou a recomendação do Ministério Público para o Departamento Jurídico e que vai provocar o STF para se manifestar sobre o caso e esclarecer se a contratação de parentes mais distantes do que os de terceiro grau é nepotismo. "Se for este o caso, eu estou pedindo que o STF mude a súmula, porque ela está induzindo as pessoas a erro. Eu tomei o cuidado de questionar previamente se a contratação era legal e agora quero saber se estou ou não fazendo errado", afirmou.
O senador Cássio Cunha Lima informou que o primo que trabalha como seu chefe de gabinete é funcionário do Senado há 33 anos e abdicou da gratificação a que teria direito quando foi convidado para trabalhar com ele. Cunha Lima disse que acatará a recomendação do Ministério Público e fará a exoneração do funcionário, mas, segundo ele, isso acarretará em mais despesa para o erário.
"Eu o convidei para trabalhar comigo, primeiro, porque isso não geraria despesa, ao contrário, geraria economia, uma vez que ele já era funcionário do Senado e permaneceria com o mesmo salário. E, segundo, porque a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal estabelecia a proibição de contratação de parentes até terceiro grau, e não de quarto grau, como é o caso. Portanto, eu não estava fazendo nada ilegal. Mas vou acatar a recomendação, exonerar o meu chefe de gabinete – que voltará às suas funções normais no Senado – e contratar outra pessoa, gerando mais despesa", afirmou o parlamentar paraibano.
Em nota, a assessoria de Flexa Ribeiro disse que os consultores jurídicos do senador estão analisando o caso antes de decidir se será acatada a recomendação sobre a demissão da servidora que é parente em quarto grau do senador. "A Súmula Vinculante nº 13 define que é vedada a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau da autoridade nomeante para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, não sendo este o caso da servidora supracitada, que tem vínculo colateral de quarto grau com o senador Flexa Ribeiro", diz a nota.
O MPF reconhece que a súmula do STF estabelece como nepotismo a contratação de parentes apenas até tereceiro grau. No entanto, a procuradora Marcia Brandao Zollinger, que assina o documento, afirma que a súmula pretende impedir de forma "absoluta" o nepotismo e que ela não estabelece "impedimentos à determinação do quarto grau de parentesco para se confirmar, objetivamente, a ocorrência" desse tipo de irregularidade.
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