Postado por Juremir em 7 de julho de 2011 – Humor
O cliente sempre tem razão.
O leitor é cliente.
Jamais se deve reclamar dele.
Mas vale brincar um pouquinho com as obsessões classificatórias de alguns.
Tem leitor que enfia cada coisa numa caixinha.
Por exemplo, a caixinha da Rede Baita Sol.
Sexo e futebol: David Coimbra.
Filosofia e esporte: Ruy Carlos Ostermann.
Humor e cotidiano: LFV.
Hemorróidas e política: Paulo Santana.
Sou muito diferente de Santana.
Nunca falo de hemorróidas.
Só de fissura anal.
E de mosca volante.
Sou original.
Imitado até por Woody Allen.
Tem o leitor que enfia tudo na caixinha da Veja.
Deve ser leitor com cárie.
Consultório de dentista sempre tem Veja.
Deve ser para anestesiar o paciente com terror antecipado.
É o leitor vertical: quem está embaixo imita quem está em cima.
São Paulo e Rio, na cabeça desses leitores, ficam na parte de cima.
Frase curta e irônica: Diogo Mainardi.
Trocadilhos: José Simão.
Texto limpo: Carlos Heitor Cony (poucos conhecem).
Todo dia o leitor classificador dispara a mesma sentença em relação a mim:
– Surge um novo X ou Y.
– Está imitando o fulano.
Sou acusado de imitar deus e todo mundo.
A cada dia, sou considerado novato em alguma área.
Por exemplo, o futebol, onde comecei como repórter no Grêmio em 1986.
Eu sou o maior imitador.
Imito todo mundo.
Imito, principalmente, três caras do cacete: Swift, Voltaire e Schopenhauer.
Mas nenhum leitor me joga isso no cara.
Eles só conhecem, parafraseando Elio Gaspari, o andar de baixo.
Com todo carinho, claro. Admiro David, Cony e Diogo.
Esse pessoal todo, claro, imita Nelson Rodrigues, Paulo Francis ou Rubem Braga.
Todo mundo imita mesmo é Lavoisier: tudo se copia, tudo se transforma.
Estilo não tem dono. E todos esses estilos são, até certo ponto, óbvios.
É o tema que impõe o estilo.
Eu tenho um conselho gratuito para o leitor classificatório: um pé de tuna.
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