Enquanto a SABESP está abastecendo com água morta, os vivos vão às teves, jornais, rádios e internet acusar o PT… Para quem achava que o desastre do choque de gestão implantado por FHC, repetido por Cássio Cunha Lima na Paraíba, Yeda Crusius no RS, Aécio Neves em Minas, e Geraldo Alckmin em São Paulo, não teria continuidade, a cada dia que passa vamos levando mais choques. Ao mesmo tempo, parece que nos acostumamos a eles. Pior do que estes desastres anunciados, é a manada que vai repetir como papagaio mal treinado tudo o que pedem. Ultrapassado o Rubicão da mentira, qualquer imbecilidade pode ser dita impunemente. Muita gente muito próxima a nós, que em tese seriam bem informados, reproduzem tudo, mesmo as coisas mais irracionais e embebidas de puro ódio.
Outro dia uma pessoa com diploma de curso superior defendeu Joaquim Barbosa, dizendo que o capitão-de-mato do STF havia criado um marco na impunidade. Quando mostrei que Collor, cujo julgamento começou antes e terminou depois da Ação 470, foi inocentado, ficou com cara de burro cagando na chuva. Curso superior não é significado de inteligência muito menos de que seja pessoa bem informada. Por vezes é apenas um atestado de arrogância e prepotência.
A Folha diz que caiu 1,7 ponto, já o Estadão diz que o Sistema Cantareira perdeu 10%. De qualquer sorte, é o tal de volume morto, que faz com que os paulistas se transformassem em necrófilos da água…
A SEGUIR TEXTO DA FOLHA, ABAIXO, DO ESTADÃO
Cantareira cai 1,7 ponto após 15 dias de uso de reservas
Em evento, Alckmin disse que 2,1 milhões de consumidores da Grande SP serão transferidos do sistema até setembro
Governador inaugurou bombas para captação das águas profundas dos reservatórios no dia 15 deste mês
DE SÃO PAULO
Os reservatórios do sistema Cantareira tiveram uma queda de 1,7 ponto percentual nos 15 dias após o início do bombeamento do volume morto –reserva de água abaixo dos pontos de captação.
O sistema registrava 25% de sua capacidade ontem (30/5), segundo a Sabesp. No dia 16, o volume armazenado alcançava 26,7%.
O índice de chuvas acumuladas no nordeste do Estado, onde estão os reservatórios do Cantareira, era de 37,3 mm. A média para o mês, segundo a companhia, é de 83,2 mm.
O sistema Cantareira é responsável pelo abastecimento diário de água a 8,8 milhões de pessoas na capital e na Grande São Paulo. Seus reservatórios também atendem municípios da região de Campinas, no interior do Estado.
ABASTECIMENTO
Ontem (30/5), durante a reabertura do Museu Casa de Portinari, em Brodowski (a 338 km de São Paulo), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que, até setembro, 2,1 milhões de pessoas na Grande SP não serão mais abastecidas pelas águas do sistema Cantareira.
"Até setembro, teremos 2,1 milhões de pessoas fora do Cantareira, porque a seca foi muito grande na região Bragantina e em Minas Gerais, foi muito localizada", disse.
De acordo com o tucano, essa população passará a ser atendida por outras sistemas, como os já utilizados Guarapiranga e Alto Tietê. Atualmente, de acordo com o governador, 1,6 milhão de pessoas já recebem água dos dois.
Alckmin também comentou a decisão da Justiça Federal do Rio, que nesta quinta-feira (29) deu 72 horas para que o governo paulista se posicionasse sobre a proposta de levar água da bacia do rio Paraíba do Sul ao Cantareira.
Segundo Alckmin, todas as informações serão prestadas e a viabilidade da medida será mostrada. A decisão da Justiça foi dada após pedido da Procuradoria Federal, que quer evitar a transposição de águas do Paraíba do Sul, principal manancial de abastecimento da capital fluminense.
Durante o evento, o governador afirmou que o sistema Cantareira "é pequeno" se comparado ao Jaguari, do Paraíba do Sul. A capacidade de reservação de água do Cantareira, de acordo com a Sabesp, é de 1 trilhão de litros.
"Interligando [os reservatórios], dobra a capacidade de reservação. Quando chove demais, guarda [água]. Isso é o que vamos explicar" afirmou.
Texto do Estadão
Em 15 dias, Cantareira perde quase 10% do ‘volume morto’
Desde o início do bombeamento de água da reserva profunda feito pela Sabesp, manancial que abastece a Grande São Paulo e a região de Campinas perdeu 17,5 bilhões de litros
30 de maio de 2014 | 15h 34
Fabio Leite – O Estado de S. Paulo
Atualizada às 19h49
SÃO PAULO – Quinze dias após o início do bombeamento inédito do volume morto dos reservatórios, o Sistema Cantareira já perdeu 17,5 bilhões de litros de água. A quantidade equivale a 9,6% dos 182,5 bilhões de litros que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pretende retirar da reserva profunda do manancial para manter o abastecimento da Grande São Paulo.
O déficit representa uma queda de 1,7 ponto porcentual no nível do Cantareira em duas semanas. Nesta sexta-feira, 30, o manancial estava com 25% da capacidade, de acordo com a Sabesp, já considerando o volume morto. A medição aponta que os cinco reservatórios que compõem o manancial têm, juntos, uma reserva de 245,2 bilhões de litros de água.
Segundo a Sabesp, esse volume será suficiente para manter o abastecimento de água na Grande São Paulo até o "início das próximas chuvas", em outubro. Hoje, o Cantareira ainda fornece água para cerca de 7,2 milhões de pessoas na Região Metropolitana, além de mais de 5 milhões de pessoas na região de Campinas.
Abastecimento. Em visita a Brodowski, no interior paulista, na manhã de sexta, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o Sistema Cantareira já deixou de abastecer 1,6 milhão de pessoas, com a reversão de água de outros sistemas, como Alto Tietê, Guarapiranga, Rio Claro e Rio Grande. Segundo Alckmin, esse número vai chegar a 2,1 milhões até setembro.
De acordo com o governador, a intenção é poupar o sistema. "A seca foi muito intensa na região de Bragantina e em Minas Gerais, que é de onde vêm as águas do Cantareira. Foi muito localizada a seca e muito intensa", disse Alckmin.
Ele afirmou que 87% da população da Região Metropolitana de São Paulo economizou água até agora, o que ele atribui à campanha de economia e ao desconto oferecido na conta. "Fomos o único governo que falou: ‘olha, faça economia, ajude com o uso racional da água, que você ganha um prêmio de 30% a menos na conta’."
O governo do Estado também quer criar uma multa para quem aumentar o consumo de água na Região Metropolitana de São Paulo. A medida, de acordo com a presidente da Sabesp, Dilma Pena, ainda não tem data para entrar em vigor. / COLABOROU RENE MOREIRA, ESPECIAL PARA O ESTADO