Ficha Corrida

20/09/2015

Qual a diferença entre FHC e Tarkhan Batirashvili?

FHC e CIA LtdaNenhuma. Ambos foram treinados pelos EUA. Assim como Bin Laden. a Diferença que aqueles depois se revoltam e lutam contra os EUA. No Brasil, não. Fazem jus à lição do Barão de Itararé, de quem se vende sempre recebe mais do que vale.

FHC foi finanCIAdo pela Fundação Ford. Com dinheiro dos EUA criou o CEBRAP. Foi um investimento com retorno garantido, seja via Raytheon, seja na tentativa de entregar a Petrobrax à Chevron. Aliás, ainda não desistiu. A piada que corre é que os EUA não teriam motivos para terem mandado para cá os espiões da NSA, como revelou Edward Snowden. Não foi mero acaso que em seu governo nossos diplomatas tinham de tirar os sapatos para entrarem nos EUA.

Somos um país de quinta colunas sempre prontos para defender a tese de “o que é bom para os EUA é bom para o Brasil”. Só vira-latas e invertebrados para não se revoltarem com isso.

Alguém sabe de onde vem o dinheiro que sustenta o MBL? Coincidentemente, são grupos iguais aos que foram finanCIAdos na Líbia, Egito, Ucrânia, Venezuela, Síria.

Os Verdadeiros culpado pela crise dos refugiados, EUA treinaram comandantes do (EI) Estado Islâmico

Published setembro 18, 2015 

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Um dos líderes da organização terrorista internacional Estado Islâmico Tarkhan Batirashvili, mais conhecido como Abu Omar al-Shishani ou Omar al-checheno, recebeu treinamento militar sob supervisão de oficiais das Forças Especiais do Exército dos EUA nos anos em que serviu as Forças Armadas da Geórgia, revelou o portal McClatchy.

Do Portal SPUTNIK

A informação foi prestada por um militar georgiano que foi colega de al-Shishani e que preferiu não ter o seu nome revelado. Ele destacou que no período em que os dois serviram juntos o exército ucraniano, entre 2006 e 2010, al-Shishani era a grande “estrela” do seu destacamento, que por sua vez era treinado sob supervisão de militares norte-americanos. O atual comandante do EI teve parfticipação ativa no conflito armado na Ossétia do Sul, onde teria demonstrado “habilidades excepcionais de combate assimétrico”.

“Ele passou por um bom treinamento conosco, e os EUA nos ajudaram muito. (…) Na verdade, o único motivo pelo qual ele não foi ao Iraque para lutar ao lado dos norte-americanos era que suas habilidades eram necessárias aqui, na Geórgia” – declarou a McClatchy um ex-oficial militar georgiano, que também preferiu manter o anonimato por preocupação diante da “importante posição ocupada por Tarhan al-Shishani na hirarquia do EI”.

O artigo destaca que no final do conflito georgiano-osseta al-Shishani foi preso por 15 meses por posse ilegal de armas, perdendo a partir de então qualquer contato com as forças armadas georgianas. Em 2012, o terrorista pegou um voou da Geórgia para a Síria.

Nascido na Geórgia, Abu Omar al-Shishani é considerado um dos líderes militares mais influentes das forças da oposição síria. Antes de aderir ao EI ele foi líder da Brigada Muhajirun e mais tarde da Jaish al-Muhajireen wal-Ansar.

Segundo relatórios do Departamento de Estado dos EUA, em meados de 2013 al-Shishani foi nomeado comandante do setor norte da Síria pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Unidades sob seu comando participaram de grandes ataques contra bases militares sírias em torno de Alepo, incluindo a captura da base aérea de Menagh em agosto de 2013. Além disso, ele já teria dirigiu uma prisão do EI onde eram mantidos reféns estrangeiros e trabalhou no setor financeiro do EI.

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04/03/2014

Quem alimenta o ódio dos amestrados?

Filed under: Amestrados,Golpismo,Grupos Mafiomidiáticos — Gilmar Crestani @ 9:32 pm
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Lula nomeou, além de outros,  Rosa Weber e Joaquim Barbosa, que viraram heróis dos que não tem votos mas aos quais sobra ódio. Gilmar Mendes é herança de FHC, assim como Celso de Mello é do Sarney e Marco Aurélio Mello é de outro herói dos que votam de acordo com o que determina a Globo, Collor de Mello, o caçador de marajás. Dilma indicou um ex-advogado da Globo, Luís Roberto Barroso, e um ex-ministro do STJ e ex-desembargador do TRF4, Teori Albino Zavascki. Nenhum dos bois empunhou bandeiras do PT, muito antes pelo contrário. Mas são mortalmente odiados porque não seguiram as regras do que não tem votos mas tem ódio e mídia. Peça aos que vivem distribuindo ódio contra Genoíno para acolherarem duas frases  e esperem sentados. Não conseguem, sozinhos, elaborarem um raciocínio simples com sujeito verbo e predicado. Nem mesmo o próprio Ministro Joaquim Barbosa admitindo que perpetrou uma barbaridade diminuiu a virulência. Pelo contrário, estão babados como vira-latas em mês de cachorro louco.

Nassif: as semelhanças entre 1964 e 2014

Jango caiu mesmo tendo apoio popular – nota do C Af.

O Conversa Afiada reproduz artigo de Luis Nassif, extraído do Jornal GGN:

As semelhanças entre 1964 e 2014

Luis Nassif
Santos Vahlis, hoje em dia, é mais conhecido pelos edifícios que deixou no Rio de Janeiro e pelas festas que proporcionou nos anos 50. Foi um dos grandes construtores do bairro de Copacabana.
Venezuelano, mudou-se para o Brasil, trabalhou com a importação de gasolina e tentou se engatar nas concessões de refinarias no governo Dutra. Foi derrotado pela maior influência dos grupos cariocas já estabelecidos.
Nos anos seguintes, foi um dos financiadores da campanha do general Estillac Leal para a presidência do Clube Militar, em torno da bandeira do monopólio estatal. Torna-se amigo de Leonel Brizola, defensor de Jango.
Provavelmente graças ao fato de ser bom cliente dos jornais, com seus anúncios imobiliários, tinha uma coluna no Correio da Manhã, cujo ghost writer era o grande Franklin de Oliveira.
Tentou adquirir o jornal “A Noite” para fortalecer a imprensa pró-Jango. Foi atropelado pelo pessoal do IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) que, em vez de comprar o jornal, comprou sua opinião por Cr$ 5 milhões. A CPI que investigou a transação teve como integrante o deputado Ruben Paiva.
Por sua atuação, Vahlis sofreu ataques de toda ordem. Contra ele, levantaram a história de que teria feito uma naturalização ilegal. Em 1961 foi preso e jogado nu em uma cela de cadeia,  em pleno inverno, a ponto do detetive que o prendeu temer por sua vida.
Como era possível a perseguição implacável dos IPMs (Inquéritos Policial Militares), de delegados e dos Ministérios Públicos estaduais, contra aliados do próprio governo?
Esse mesmo fenômeno observou-se nos últimos anos, com os abusos cometidos no julgamento da AP 470, envolvendo não um ou dois Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), mas cinco, seis deles, endossando arbitrariedades que escandalizaram juristas conservadores.


Características da democracia
Para tentar entender o fenômeno, andei trabalhando em um estudo que pretendo apresentar no evento “50 anos da ditadura”, que ocorrerá a partir da semana que vem no Recife.
Aqui, um pequeno quadro esquemático que explica porque 2014 é tão semelhante a 1964 – embora torçamos por um desfecho diferente.
1.     A democracia é um processo permanente de inclusões sucessivas. Também é o regime de maior instabilidade (e medo) das pessoas. Nos regimes autoritários, na monarquia, nos sistemas de castas, não há ascensão vertical das pessoas – nem sua queda. Na democracia de mercado há a instabilidade permanente, mesmo para os bem situados. Teme-se o dia seguinte, a perda do emprego, das posses, do status.
2.     Além disso, há repartição entre os poderes que abre espaço para a montagem de alianças e acordos econômicos, nos quais os grandes grupos econômicos se aliam aos grupos de mídia, através deles aos diversos poderes de Estado.
3.     Cada época de inclusão gera novas classes de incluídos que cumprem seu papel de entrar no mercado de trabalho, ganhar capacidade de consumo e, no momento seguinte, cidadania e capacidade de organização. Gera resistências tanto na classe média (medo da perda de status) quanto nos de cima (perda de influência).
Aí, cria-se uma divisão no mercado de opinião que será explorado a seguir.
O mercado de opinião
Simplificadamente, dividi o mercado de opinião em dois grupos.

O primeiro é o mercado liderado pelos Grupos de Mídia. Por definição, é um mercado que influencia preponderantemente os setores já estabelecidos que já passaram pela fase da inclusão, do emprego, da carreira, integrando-se aos estabelecidos da fase anterior.
Por suas características, os grupos mais resistentes ao novo são os estamentos militar,  jurídico e a alta e média classes médias – especialmente os estamentos que trabalham em grandes companhias hierarquizadas.
A razão é simples. Vivem em estruturas burocráticas, hierarquizadas, nas quais cumprem uma carreira, sujeitando-se a promoções ao longo de sua vida útil. Por isso mesmo, a renovação se dá de forma muito lenta, proporcional à lentidão com que mudam os lugares nessas corporações.
Por todas essas características – da insegurança, da carreira construída passo a passo – esses grupos são extremamente influenciados por movimentos de manada. Por segurança, querem pensar do mesmo modo que a maioria, ou que o status quo do seu grupo (ou de suas chefias).
Esse grupo pode ser denominado conceitualmente de opinião pública midiática. Ele detém o poder, a capacidade de influenciar leis, julgamentos, posições.
É o grupo que detém poder. Mas não detém voto. Mesmo porque, quem têm votos é a maioria; quem recebe votos são os políticos.
O segundo grupo é o dos novos incluídos econômicos e dos incluídos políticos mas que não tem posição de hegemonia. Entram aí sindicatos, organizações sociais, o povão pré-organização etc, enfim, a maioria da população – especialmente em países com tão grandes diferenças de renda.
Os canais de informação desse público são os sindicatos, organizações sociais e os partidos políticos.
É um público que detém os votos, mas não detém poder.


O conflito entre poder e voto
Em cada período de inclusão, o partido que entende as necessidades dos incluídos ganha as eleições. Foi assim nos EUA com o Partido Republicano no século 19, com o Partido Democrata no século 20.
Processos de inclusão diminuem as diferenças de renda, ampliam a classe média e, quando o país se civiliza, garantem a estabilidade política – porque a maioria se torna classe média.
Em países socialmente atrasados – como o Brasil – qualquer gesto em direção à inclusão sofre enormes resistências dos setores tradicionais.
Não se trata de viés político, ideológico (no sentido mais amplo), mas de atraso mesmo, um atraso entranhado, anti-civilizatório,  que atinge não apenas os hommers simpsons, mas acadêmicos conservadores, magistrados, empresários sem visão. E, especialmente, os grupos de mídia. Os de baixo temem perder status; os de cima, temem perder poder.
O partido que entende os novos movimentos colhe leitor de baciada.
O único fator capaz de derrubá-lo são as crises econômicas (o fenômeno do populismo é o de procurar satisfazer de qualquer maneira as massas descuidando-se da economia) ou o golpe.


A reação através do golpe
Sem perspectivas eleitorais, os segmentos incluídos na chamada opinião pública midiática recorrem ao golpismo puro e simples.
Consiste em fomentar diuturnamente o discurso do ódio e levar a vendetta para o campo jurídico-policial. É o que levou à prisão de Santos Vahlis e aos abusos da AP 470.
O movimento foi bem sucedido em 1964 e consistia no seguinte:
1.     Para mobilizar a classe média, a mídia levanta fantasmas capazes de despertar medos ancestrais: o fantasma do comunismo, que destroi famílias e propriedades, do golpe que estaria sendo preparado pelo governo, da corrupção que se alastra etc.
2.     A campanha midiática cria o clima de ódio que se torna cada vez mais vociferante quanto menores são as chances eleitorais de mudar o governo.
3.     Com a influência sobre o Judiciário e o Ministério Público, além de denúncias concretas, qualquer fato vira denúncia grave e, na ponta, haverá um inquérito para criminaliza-lo.
4.     Aí se entra no ponto central: as agressões, os atentados ao direito, as manipulações provocam reações entre aliados do governo. Qualquer reação, por mais insignificante, serve para alimentar a versão de que o governo planeja um golpe. O ponto central do golpe consiste em fomentar reações que materializem as suspeitas de que é o governo que planeja o golpe.

Confiram esse vídeo aqui do Arnaldo Jabor, sobre uma proposta de um deputado obscuro do PT. O próprio Jabor considera-o obscuro. Mas repare nas conclusões que tira. Ele foi buscá-las em uma nave do tempo diretamente de 1964
O grande problema de Jango foram os aliados iludidos pela revolução cubana e pela própria campanha da mídia – que superestimava, intencionalmente, os poderes da liga camponesas e quetais.
O histórico trabalho de Wanderley Guilherme dos Santos, em 1962, expos de forma magistral e trágica  como se dava essa manipulação das reações.
Esse mesmo clima em relação às ligas camponesas, a mídia tentou recriar com as fantasias sobre a influências das Farcs no Brasil, sobre os dólares cubanos transportados em garrafas de rum e um sem-número de artigos de colunistas denunciando o suposto autoritarismo de Lula.
Lula e Dilma fugiram à armadilha, recorrendo ao que chamei, na época, de republicanismo ingênuo, às vezes até com um cuidado excessivo.
Não tomaram nenhuma atitude contra a mídia; não pressionaram o STF; têm sido cautelosos de maneira até exagerada; não permitiram que o PT saísse às ruas em protesto contra os abusos da AP 470.
Apesar de entender esse caminho, Jango não conseguiu segurar os seus. Houve radicalização intensa, conduzida por Leonel Brizola e Darcy Ribeiro, pelo PCB de Luiz Carlos Prestes e por lideranças sindicais, que acabaram proporcionando o álibi de que os golpistas precisavam.
No entanto, há um ponto em comum nos dois períodos: o ódio que a campanha midiática provocou em diversos setores de classe média crescerá em razão inversamente proporcional ao crescimento eleitoral da oposição. E o mote central será essa a Copa do Mundo e o mote de que o governo gastou em estádios o dinheiro da saúde.
Há uma guerra de comunicação central.

Nassif: as semelhanças entre 1964 e 2014 | Conversa Afiada

08/01/2014

Democracia sem opositores made in USA!

Filed under: CIA,Democracia made in USA,FBI,NSA,Terrorismo de Estado — Gilmar Crestani @ 9:42 am
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Para bem entender como funciona a democracia made in USA, basta uma frase: “Nunca los capturaron, y los documentos robados que enviaron por correo de forma anónima a varios periódicos fueron la primera gota de lo que iba a convertirse en una lluvia de revelaciones sobre las extensas actividades de espionaje y guerra sucia del FBI contra grupos disidentes.”

Isso mesmo, extensas atividades de espionagem e guerra suja contra quem ouse discordar do Tio Sam. Se fazem isso com os próprios cidadãos, o que não fazem mundo afora?

Quantas siglas de espionagem têm os EUA? Dentre outras, posso citar de memória: CIA, NSA, FBI, DEA, Departamento de Estado, Consulados, Embaixadas…

Foi a mesma democracia perfeita que tentaram implantar no Brasil em 1964, como mostrou ontem El País.

E continuam fazendo. No Brasil, por exemplo, por trás das máscaras dos anonymous há sempre um rosto muito familiar à CIA/NSA. São os amestrados dos grupos mafiomidiáticos. Odeiam que o Brasil melhores, ou que procure distribuir renda seja em forma de Bolsa Família, seja através de políticos compensatórias, como as cotas.

Los ‘Snowden’ que robaron al FBI en 1971

Emergen varios activistas que hace 43 años filtraron documentos secretos de EEUU

Mark Mazzetti (NYT) Filadelfia 7 ENE 2014 – 21:19 CET19

John y Bonnie Raines, dos de los activistas que robaron los documentos, con sus nietos. / Mark Makela (NYT)

Cometer un crimen perfecto es mucho más fácil cuando no hay nadie que vigile.

Por eso, una noche de hace casi 43 años, mientras Muhammad Ali y Joe Frazier se aporreaban durante 15 asaltos en una pelea por el título mundial, retransmitida a millones de espectadores de todo el mundo, unos ladrones agarraron una ganzúa y una barra de hierro, entraron en una oficina del Federal Bureau of Investigation (FBI) a las afueras de Filadelfia y se llevaron prácticamente todos los documentos que había allí.

Nunca los capturaron, y los documentos robados que enviaron por correo de forma anónima a varios periódicos fueron la primera gota de lo que iba a convertirse en una lluvia de revelaciones sobre las extensas actividades de espionaje y guerra sucia del FBI contra grupos disidentes.

El robo cometido en Media, Pennsylvania, el 8 de marzo de 1971, tiene resonancias históricas que llegan hasta hoy, después de que las informaciones dadas a conocer por el excontratista de la Agencia Nacional de Seguridad (NSA) Edward J. Snowden hayan vuelto a dar una imagen nada favorable de las actividades de inteligencia del Gobierno y hayan abierto un debate nacional sobre los límites de las operaciones de vigilancia del Ejecutivo. Hasta ahora, los ladrones se habían mantenido en silencio sobre sus respectivos papeles en la operación. Se conformaban con saber que sus acciones dieron el primer golpe importante a una institución que había acumulado un poder y un prestigio inmensos durante el largo mandato de J. Edgar Hoover como director.

“Cuando se hablaba con alguien de fuera del movimiento sobre lo que estaba haciendo el FBI, nadie podía creérselo”, dice uno de los ladrones, Keith Forsyth, que por fin ha decidido reconocer su participación. “No había más que una forma de convencer a la gente de que era verdad, y era obtener los documentos escritos de su puño y letra”.

A estas alturas, ya no es posible juzgar por lo sucedido aquella noche a Forsyth, de 63 años, ni a otros miembros del grupo, y ellos han aceptado ser entrevistados antes de que se publique esta semana el libro escrito por una de las primeras periodistas que recibió los documentos robados. Betty Medsger, antigua redactora de The Washington Post, ha pasado años examinando el voluminoso expediente del FBI. sobre el caso y ha convencido a cinco de los ocho hombres y mujeres que participaron en el robo para que rompan su silencio.

A diferencia de Snowden, que descargó cientos de miles de archivos digitales de la NSA. en discos duros, los ladrones de Media trabajaron con métodos del siglo XX: estudiaron la oficina del FBI durante meses, se pusieron guantes para meter los papeles en maletas y colocaron las maletas en los coches preparados para la huida. Al terminar, se dispersaron. Algunos siguieron comprometidos en la lucha contra la guerra, mientras que otros, como John y Bonnie Raines, decidieron que el peligroso robo iba a ser su último acto de protesta contra la Guerra de Vietnam y otras acciones del gobierno y que querían cambiar de vida.

“No necesitábamos llamar la atención, porque habíamos hecho lo que había que hacer”, dice Raines, hoy de 80 años, que había dispuesto con su esposa que otros familiares criaran a los tres hijos en caso de que les enviaran a la cárcel. “Los sesenta ya habían quedado atrás. No teníamos por qué aferrarnos a lo que habíamos hecho entonces”.

Un plan meticuloso

El robo fue idea de William C. Davidon, catedrático de física en Haverford College y un personaje fijo en todas las protestas contra la guerra en Filadelfia, que, a principios de los setenta, era un foco candente del movimiento pacifista. Davidon se sentía frustrado por el hecho de que años y años de manifestaciones organizadas no parecían haber surtido un gran efecto.

En el verano de 1970, meses después de que el presidente Richard M. Nixon anunciara que Estados Unidos había invadido Camboya, Davidon empezó a formar un equipo con varios activistas cuyo compromiso y cuya discreción le inspiraban confianza.

El grupo –en un principio nueve, antes de que se retirase un miembro– llegó a la conclusión de que sería demasiado arriesgado tratar de entrar en las oficinas del FBI. en el centro de Filadelfia, donde las medidas de seguridad eran estrictas. De modo que se decidieron por una oficina más pequeña en Media, en un edificio de apartamentos situado enfrente de los juzgados del condado.

La decisión también tenía sus riesgos: nadie sabía con seguridad si una oficina tan pequeña iba a tener documentos sobre las operaciones de vigilancia de los manifestantes contra la guerra, ni si saltaría alguna alarma en cuanto abrieran la puerta.

El grupo pasó meses vigilando el edificio, pasando por delante a todas horas del día y de la noche, aprendiéndose de memoria las costumbres de sus residentes.

“Sabíamos cuándo volvían a casa del trabajo, cuándo apagaban la luz, cuándo se acostaban, cuándo se despertaban por la mañana”, dice Raines, que era profesor de religión en Temple University por aquel entonces. “Estábamos bastante seguros de conocer las actividades nocturnas en el edificio y alrededor de él”.

Pero cuando el grupo se quedó tranquilo fue cuando Bonnie Raines entró en la oficina y pudieron convencerse de que no tenía sistema de seguridad. Varias semanas antes del robo, Raines visitó la oficina haciéndose pasar por una alumna de Swarthmore College interesada en las oportunidades de empleo para las mujeres en el FBI.

El robo en sí se desarrolló sin ningún problema, salvo cuando Forsyth, el designado para forzar la cerradura, descubrió que el FBI había instalado en la puerta prevista un cierre que le era imposible abrir y tuvo que entrar por otra. El cierre de esta segunda puerta era un cerrojo sobre el picaporte que rompió con la barra de hierro.

Después de meter los documentos en maletas, los ladrones se subieron a los coches que tenían preparados y se reunieron en una granja para examinar lo que habían robado. Sintieron gran alivio al descubrir que la mayor parte consistía en sólidas pruebas de que el FBI estaba espiando a grupos políticos. Decidieron identificarse como la Comisión Ciudadana para Investigar al FBI y empezaron a enviar documentos escogidos a varios periodistas. Dos semanas después del robo, Betty Medsger escribió el primer artículo basado en los documentos, después de que el gobierno de Nixon intentara sin éxito que el Post los devolviera.

Otros medios que también habían recibido papeles, entre ellos The New York Times, siguieron con sus propias informaciones.

El artículo de Medsger citaba el documento quizá más perjudicial de todos, un memorándum de 1970 que permitía atisbar la obsesión de Hoover por cazar a los disidentes. En él se instaba a los agentes a intensificar sus interrogatorios de activistas antibélicos y miembros de grupos estudiantiles disidentes.

“Reforzará la paranoia endémica de esos círculos y convencerá aún más a todo el mundo de que hay un agente del FBI detrás de cada buzón”, decía el mensaje del cuartel general del F.B.I. Otro papel, firmado por el propio Hoover, revelaba una extensa operación de vigilancia de grupos estudiantiles negros en los campus universitarios.

Ahora bien, el documento que más habría ayudado a controlar las operaciones de vigilancia interna del FBI era una nota interna, con fecha de 1968, que contenía una palabra misteriosa: Cointelpro.

Ni los ladrones ni los reporteros que recibieron los documentos entendían el significado del término, y hubo que esperar a años más tarde, cuando el periodista de NBC News Carl Stern obtuvo más expedientes del FBI gracias a las obligaciones marcadas por la Ley de Libertad de Información, para que se perfilara qué era Cointelpro, abreviatura de Counterintelligence Program.

Desde 1956, el FBI llevaba a cabo un programa exhaustivo de espionaje de líderes de los derechos civiles, organizadores políticos y presuntos comunistas, y había intentado sembrar la desconfianza entre los distintos grupos de disidentes. Entre la siniestra lista de revelaciones se encontraba una carta con la que los agentes del F.B.I. habían querido chantajear al reverendo Martin Luther King Jr., al que amenazaban con denunciar sus aventuras extramatrimoniales si no se suicidaba.

“No era solo que espiaran a ciudadanos estadounidenses”, dice Loch K. Johnson, catedrático de asuntos públicos e internacionales en la Universidad de Georgia, que entonces era ayudante del senador demócrata por Idaho Frank Church. “El propósito de Cointelpro era destruir vidas y arruinar reputaciones”.

La investigación llevada a cabo por el senador Church a mediados de los setenta puso permitió saber más sobre la extensión de los delitos cometidos por el FBI, y desembocó en una mayor vigilancia por parte del Congreso de las actividades del FBI y otros servicios de inteligencia. El informe final del Comité Church sobre las operaciones de vigilancia interna era muy directo. “Demasiados organismos oficiales han espiado a demasiada gente, y se ha reunido demasiada información”, decía.

Cuando el comité publicó su informe, Hoover ya había muerto y el imperio que había construido en el F.B.I. estaba desmantelándose. Los 200 agentes que había asignado al caso del robo en Media volvieron casi con las manos vacías, y el FBI cerró el caso el 11 de marzo de 1976, tres días después de que prescribiera el delito de robo.

Michael P. Kortan, portavoz del F.B.I., dice que “varios acontecimientos de esa era, incluido el robo en Media, contribuyeron a cambiar los métodos del F.B.I. para identificar y abordar las amenzas internas contra la seguridad y a que el Departamento de Justicia emprendiera una reforma de las políticas y los métodos del F.B.I., y creara unas directrices de investigación”.

Según el libro de Medsger, The Burglary: The Discovery of J. Edgar Hoover’s Secret FBI (El robo: el descubrimiento del FBI secreto de J. Edgar Hoover), solo uno de los ladrones figuraba en la lista definitiva de sospechosos que se manejó antes de dar el caso por cerrado.

Una retirada silenciosa

Los ocho ladrones apenas se comunicaron durante la investigación del FBI y no volvieron a verse jamás en grupo.

Davidon murió a finales del año pasado de Parkinson. Tenía pensado hablar públicamente sobre su papel en el robo, pero otros tres ladrones, en cambio, han preferido mantenerse en el anonimato.

Entre los que sí han revelado sus nombres –Forsyth, los Raines y un hombre llamado Bob Williamson–, existe cierta preocupación por cómo se va a valorar su decisión.

Los años han moderado en parte las opiniones políticas radicales de John y Bonnie Raines. Sin embargo, dicen que sienten cierta afinidad con Edward Snowden, cuyas revelaciones sobre el espionaje de la NSA. les parecen un final digno de sus propios descubrimientos de hace tanto tiempo.

Saben que algunas personas les criticarán por haber participado en algo así, que, si les hubieran capturado y condenado, habrían podido estar separados de sus hijos durante años. Pero insisten en que nunca se habrían unido al grupo de ladrones si no hubieran estado convencidos de que iban a librarse de la cárcel.

“Parece como si hubiéramos sido increíblemente osados”, dice Raines. “Pero no había ni una sola persona en Washington –senadores, congresistas, ni siquiera el presidente– que se atreviera a pedir cuentas a J. Edgar Hoover”.

“Teníamos muy claro –concluye– que, si no lo hacíamos nosotros, nadie más lo iba a hacer”.

Traducción de María Luisa Rodríguez Tapia.

Los ‘Snowden’ que robaron al FBI en 1971 | Internacional | EL PAÍS

Por que callas, Rei Juan?

Portal do jornal espanhol El País traz hoje dossiê completo sobre um dos muitos escândalos de corrupção na Espanha. Do tipo que os coxinhas caviar dizem: “coisas que só acontecem no Brasil…”

Aos convenientemente descerebrados, lembro-lhes que esta famíglia real, com origem no Reino das Duas Sicílias, a da ‘Ndrangheta e a da Cosa Nostra, foi aplaudido pelos seus vassalos brasileiros quando quis ensinar bons modos ao Presidente da Venezuela, Hugo Chaves, mando-o calar-se. Rios de tintas foram gastos no Brasil tentando repercutir as palavras do matador de elefantes, como vermes mais rastejantes que lacraias. Hoje, amanheceram calados, se pertundo, quem é Rei Juan Carlos? Quem são os Bourbons? Estivesse acontecendo na Venezuela e ninguém dormiria em paz por mais um ano.

Estes carrascos da honestidade alheia, mal educados na arte de Maquiavel,  acabam sempre descobertos, para desgraça dos vira-latas e vira-bostas tupiniquins.

Nada como um dia depois do outro. Diz-se que a mentira tem pernas curtas, e a verdade vem a galope. Taí, ó, uma família corrupta bem real.

La infanta Cristina se resiste a renunciar al título pese a la imputación

Natalia Junquera Madrid 604

El Rey no se lo ha pedido y su hija no quiere separarse o desistir de sus derechos. Don Juan Carlos recibió a Rajoy horas después de la decisión del juez Castro. La Zarzuela no opina

Su futuro, en manos de tres jueces

Andreu Manresa Palma de Mallorca 13

La Sala que verá los recursos se dividió en mayo al suspender la primera imputación de doña Cristina

La Infanta y Urdangarin, en un acto en Estocolmo en 2010. / A. KISBENEDEK (AFP)

De cómo un rumor pasó a escándalo

Luis Gómez Madrid 38

La trama de Urdangarin permaneció oculta siete años. El ‘caso Palma Arena’ la sacó a la luz y terminó afectando a su esposa

El juez, al fiscal: “Se pierden las formas y eso no es deseable”

Andreu Manresa Palma de Mallorca 332

José Castro y Pedro Horrach endurecen su duelo judicial en cada nuevo escrito del ‘caso Urdangarin’

Justiça espanhola indicia filha do rei Juan Carlos, acusada de fraude

Cristina estaria envolvida em escândalo de ONG de seu marido

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Tribunal de Palma de Mallorca, na Espanha, indiciou ontem a infanta Cristina, filha do rei Juan Carlos, pelos crimes de fraude fiscal e lavagem de dinheiro. Para os magistrados, ela está envolvida no escândalo de contratos públicos da ONG de seu marido, Iñaki Urdangarin.

O indiciamento abre caminho para o que pode ser o primeiro julgamento de um membro da família real espanhola. O juiz José Castro convocou a infanta para depoimento em 8 de março, apesar da oposição da Promotoria, que descartou o vínculo da filha do rei no caso.

Os promotores afirmam que Cristina não participava das atividades financeiras da instituição e desconhecia as movimentações feitas pelo marido e seus sócios, de modo que a retiraram da ação por falta de provas.

O mesmo magistrado já havia imputado a infanta no início de 2012, mas a determinação foi suspensa pela Promotoria Anticorrupção.

A investigação, iniciada em 2010, mostra que o marido de Cristina é suspeito de ter desviado € 5,8 milhões (R$ 18,56 milhões) de verba pública através de sua ONG, o Instituto Noos.

22/12/2013

Com a Folha, CIA é desnecessária

Dossiê sobre Belo Monte ganha versão em inglês

Site da Folha publica tradução da reportagem que iniciou a série ‘Tudo Sobre’

Assim como a versão original em português, a reportagem em inglês traz dezenas de fotos, vídeos e infográficos

DE SÃO PAULO

O site da Folha publica hoje a versão em inglês de "A Batalha de Belo Monte", primeira reportagem multimídia da série "Tudo Sobre", que lançará outros dossiês digitais ao longo de 2014.

"The Battle of Belo Monte" está disponível no endereço folha.com/belomonte-en. A versão em inglês foi feita pelo jornalista e escritor Michael Kepp.

Quando entrar por completo em operação, em 2019, Belo Monte será a terceira maior usina hidrelétrica do mundo, com 11.233 megawatts (MW).

Só perderá em capacidade instalada para a chinesa Três Gargantas (com seus 22.720 MW) e para Itaipu (com 14.000 MW), que pertente ao Brasil e ao Paraguai.

Com seus 25 mil operários e custo total de R$ 30 bilhões (US$ 13 bilhões), Belo Monte é a maior obra de infraestrutura do governo Dilma Rousseff. A hidrelétrica já foi objeto de dezenas de ações judiciais, greves de trabalhadores e paralisações dos canteiros de obras promovidas por grupos indígenas.

Assim como no caso da reportagem original em português, a versão em inglês contém dezenas de fotografias, vídeos e infográficos. De modo a cobrir o máximo de pontos de vista sobre a controversa dessa gigantesca obra, o texto se divide em cinco capítulos: Obra, Ambiente, Sociedade, Povos Indígenas e História.

GAME

Também recebeu tradução para a língua inglesa o game "Folhacóptero", que permite ao internauta que visita o site da Folha sobrevoar a área em que está sendo erguida a hidrelétrica de Belo Monte, no Estado do Pará.

À medida que avança, o jogador recebe informações sobre a obra. O game pode ser jogado tanto pelo navegador, por meio de comandos no teclado, como baixado por aplicativos para celulares e tablets com Android e iOS.

NA INTERNET
Veja a versão em português do site "Tudo sobre Belo Monte"
folha.com/belomonte

20/12/2013

Quem é a direita brasileira?

Filed under: Ódio de Classe,Direita Hidrófoba — Gilmar Crestani @ 9:01 am
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Com esta direita, se lhes for vetado o uso de armas, a esquerda não sai mais do poder. Impressiona, mesmo, é o ódio visceral, hidrófobo, destilado sem cerimônia.  Não surpreende que nas ditaduras a primeira obra sempre seja a tortura, que é a forma dos assexuados sentirem algum prazer.

Quem é a direita brasileira?

Edição/247 Fotos: Reprodução | Shutterstock :

Em artigo exclusivo para o 247, o jornalista Breno Altman disseca o pensamento da nova direita brasileira, que tem Reinaldo Azevedo como um de seus expoentes; "Sob o rótulo de ‘direita democrática’, o que respira é uma concepção liberal-fascista", lembra Altman. "Não é de hoje que direitistas recorrem a truques de maquiagem para não serem reconhecidos. A mais comum dessas prestidigitações tem sido a de se enrolar em supostas bandeiras democráticas para cometer malfeitos", afirma, lembrando o apoio da direita a golpes e quebras institucionais; sobre Azevedo, Altman nega que se trate de um rottweiler e o compara a um cachorrinho de madame. Ainda assim, adverte sobre o perigo que representa. "Claro que o ladrar de Azevedo e seus parceiros não é capaz, nos dias que correm, de ameaçar a estrutura democrática do país. Mas choca o ovo da serpente pelas ideias e valores que representa"; leia a íntegra

20 de Dezembro de 2013 às 06:40

Por Breno Altman, especial para o 247

O sr. Reinaldo Azevedo, a quem injustamente referiu-se a ombudsman da Folha de S. Paulo como rottweiler do conservadorismo, continua a desmentir sua colega de redação. Qualquer comparação com uma raça canina tão forte e cheia de personalidade é realmente despropositada. Se o nobre animal lesse jornal, provavelmente se sentiria insultado. O colunista, tanto pelas posições que defende quanto por estilo, está mais para cachorrinho de madame.

Deu-nos mais uma prova, no dia 6 de dezembro, em artigo intitulado "Direita já!", de qual é o seu pedigree. A ideia básica é que falta, no Brasil, uma força política que tenha competitividade eleitoral e, abraçando claramente valores de direita, faça oposição ao governo. Ou que acredite na hipótese de se tornar dominante exatamente por defender esses valores. Ainda mais longe vai o santarrão do conservadorismo: o PT provavelmente continuará a governar porque não seria possível "candidatura de oposição sem valores de oposição".

O que Azevedo esconde do leitor, por ignorância ou má fé, são as razões pelas quais a direita brasileira atua disfarçada. Esse campo ideológico, afinal, esteve historicamente comprometido com a quebra da Constituição, o golpismo e a instituição de ditaduras. Seus valores de raiz são o autoritarismo, o racismo de índole escravocrata, o preconceito social, o falso moralismo e a submissão às nações que mandam no mundo. Vamos combinar que não é fácil conquistar apoios com essa carranca.

Não é de hoje que direitistas recorrem a truques de maquiagem para não serem reconhecidos. A mais comum dessas prestidigitações tem sido a de se enrolar em supostas bandeiras democráticas para cometer malfeitos. Exemplo célebre é o golpe militar de 1964, quando bateram nas portas dos quartéis e empurraram o país para uma longa noite de terror, em nome da liberdade e da democracia.

A ditadura dos generais foi o desfecho idealizado pela "direita democrática", depois que se viu sem chances de ganhar pelo voto e tomou o caminho da conspiração. O suicídio de Getúlio Vargas sustou a intentona por dez anos, mas os ídolos de Azevedo estavam à espreita para dar o bote. As provas são abundantes: estão presentes não apenas nos discursos de personalidades da "direita democrática" de antanho, mas também nas páginas dos jornalões da época, que clamavam pela ruptura constitucional e a derrubada do presidente João Goulart.

Algumas dissidências desse setor, a bem da verdade, tentaram se reconciliar com o campo antiditadura, depois de largados na estrada pelos generais ou frustrados com sua truculência. A maioria dos azevedinhos daquele período histórico, no entanto, seguiu de braços dados com a tortura e a repressão. Eram ativistas ou simpatizantes do partido da morte. Batiam continência como braço civil de um sistema talhado para defender os interesses das grandes corporações, impedindo a organização dos trabalhadores e massacrando os partidos de esquerda.

O ocaso do regime militar trouxe-lhes isolamento e desgaste. A direita pró-golpe, mesmo transmutada em partidos que juravam compromisso com a democracia reestabelecida, não teve forças para forjar uma candidatura orgânica nas eleições presidenciais de 1989. Acabaram apoiando Fernando Collor, um aventureiro de viés bonapartista, para enfrentar o risco representado por Lula ou Brizola. O resto da história é conhecido.

Depois deste novo fracasso, as forças reacionárias ficaram desmoralizadas e sem chão. Trataram, em desabalada carreira, de aderir a algum pastiche que lhes permitisse sobrevida, afastando-se o quanto podiam da herança ditatorial que lhes marcava a carne. Viram-se forçadas a buscar, entre as correntes de trajetória democrática, uma costela a partir da qual pudessem se reinventar. Encontraram no PSDB, capturado pela burguesia rentista, o instrumento de sua modernização e o novo organizador do bloco conservador.

A mágica acabou, porém, quando o PT chegou ao Planalto, deslocando para a esquerda boa parte do eleitorado que antes era seduzido pelo conservadorismo. Esse foi o resultado da adoção de reformas que modificaram e universalizaram providências antes circunscritas a tímidas medidas compensatórias, como parte de um projeto que permitiu a ascensão econômico-social da maioria pobre do país. Tais conquistas tingiram de cores fúnebres, na memória popular, o modelo privatista e excludente sustentado pelo tucanato.

Enquanto a direita republicana tratava desesperadamente de estabelecer vínculos entre o sucesso do governo petista e eventuais políticas do período administrativo anterior, evitando reivindicar seu próprio programa, outro setor deu-se conta que, sem diferenciação clara de projetos, seria muito difícil reconquistar maioria na sociedade e romper a dinâmica estabelecida pela vitória de Lula em 2002.

Não haveria saída, contra o petismo, sem promover a mobilização político-ideológica das camadas médias a partir de seus ímpetos mais entranhadamente individualistas, preconceituosos e antipopulares. Ao contrário de uma tática que encurtasse espaços entre os dois polos que definem a disputa nacional, o correto seria clarificar e radicalizar o confronto.

As legendas eleitorais do conservadorismo titubeiam a fazer dessa fórmula seu modus operandi, mas os meios tradicionais de comunicação passaram a estar infestados por gente como Azevedo e outros profetas do passado. A matilha não tem votos para bancar nas urnas uma alternativa à sua imagem e semelhança, é verdade. Seria um erro, no entanto, subestimar-lhe a audiência e o papel de vanguarda do atraso que atualmente exerce nas fileiras oposicionistas.

Até porque conta com uma fragilidade da própria estratégia petista, de melhorar a vida do povo através da ampliação de direitos e do consumo, mas atenuando ao máximo o enfrentamento de valores e o esforço para modificar as estruturas político-ideológicas construídas pela oligarquia, especialmente os meios massivos de comunicação. O PT logrou formar maioria eleitoral a partir dos avanços concretos, mas não impulsionou qualquer iniciativa mais ampla para estabelecer hegemonia cultural e ideológica.

Seria persistir neste equívoco não dar o devido combate ao conteúdo programático do discurso azevedista. Sob o rótulo de "direita democrática", o que respira é uma concepção liberal-fascista, forjada na comunhão das ditaduras chilena e argentina com a escola de Chicago e os seguidores do economista austríaco Ludwig Von Mises.

O velho fascismo, que trazia para dentro do Estado as operações dos conglomerados capitalistas, tornando-os parasitas econômicos da centralização política, efetivamente caducou como resposta aos próprios interesses grão-burgueses. Entre outros motivos, porque retinha parte ponderável da taxa de lucro para o financiamento do aparato governamental.

A combinação entre ultra-liberalismo e autoritarismo converteu-se em um modelo mais palatável entre as elites. O Estado assumia as tarefas de repressão e criminalização das lutas sociais, na sua forma mais perversa e violenta, soltando as amarras legais e sociais que regulavam o desenvolvimento dos negócios em âmbito privado. Não eram à toa os laços afetuosos que uniam Margaret Thatcher e Ronald Reagan ao fascista Pinochet. O neoconservadorismo se trata, afinal, do liberal-fascismo sem musculatura ou necessidade de realizar seu projeto histórico até o talo.

Claro que o ladrar de Azevedo e seus parceiros não é capaz, nos dias que correm, de ameaçar a estrutura democrática do país. Mas choca o ovo da serpente pelas ideias e valores que representa. A melhor vacina para a defesa da democracia, contudo, como dizem os gaúchos, é manter a canalha segura pelo gasganete. Os latidos dos cachorrinhos de madame devem ser repelidos, antes que se sintam à vontade para morder.

Breno Altman é jornalista, diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel.

Quem é a direita brasileira? | Brasil 24/7

26/10/2013

USA e abUSA!

Espionagem afeta luta antiterror, diz Europa

Reunidos, líderes da União Europeia dizem que escândalo abala confiança nos EUA e ações conjuntas contra terroristas

França, Alemanha e outros países querem negociar com os EUA acordo sobre as práticas dos serviços secretos

LEANDRO COLONDE LONDRES

Os líderes políticos europeus declararam ontem que as denúncias de que os Estados Unidos espionam aliados podem afetar as ações conjuntas de combate ao terrorismo em todo o mundo.

Num comunicado após dois dias de reuniões em Bruxelas, os países reagiram às recentes revelações de que a chanceler alemã Angela Merkel teria sido monitorada pelos americanos, além da suspeita de que o total de líderes mundiais espionados cresça muito ainda. Fora da Europa, países como Brasil e México já apareceram entre possíveis alvos dos EUA.

"Coleta de informações é elemento essencial na luta contra o terrorismo, mas a falta de confiança [entre os países] pode ser prejudicial à cooperação necessária neste campo", diz o texto divulgado pelo grupo ontem.

Sob o comando de França e Alemanha, os europeus querem começar a negociar com os EUA na próxima semana uma espécie de acordo de procedimentos na prática dos serviços secretos dos países.

"O principal objetivo dos esforços de inteligência é combater o terrorismo e garantir a segurança, mas ninguém deveria ter medo de que seus dados pessoais fossem usados", disse o presidente da França, François Hollande.

O premiê belga, Elio Di Rupo, concordou: "Todos podem entender a adoção de medidas excepcionais quando há ameaças terroristas importantes, mas não estamos numa situação em que é preciso espionar uns aos outros".

Aliado fiel do presidente dos EUA, Barack Obama, o premiê do Reino Unido, David Cameron, adotou discurso cauteloso e tem sido cobrado pela imprensa britânica.

Ele assinou o texto divulgado pelos colegas europeus, mas, segundo relatos, teria atuado na "defensiva" na reunião, sem criticar diretamente os EUA. Ontem, deu uma declaração bem cordial. "Eu entendo o que os outros querem fazer e apoio isso, enquanto acho que o presidente Obama também", disse.

A Casa Branca afirmou que não houve nenhum tipo de espionagem sobre Cameron, mas não tem dito o mesmo sobre Merkel. O governo de Obama afirma apenas que não há espionagem contra ela nem haverá no futuro, mas não nega que isso possa ter ocorrido anteriormente.

Um telefone usado pela chanceler alemã entre outubro de 1999 e julho de 2013 teria sido alvo dos americanos. O número dela estaria nos documentos do ex-analista da NSA (Agência de Segurança Nacional) Edward Snowden, asilado na Rússia após o vazamento das informações.

Após dizer que as relações com os EUA têm de ser "restauradas", Merkel afirmou ontem que "verdadeiras mudanças" devem ocorrer nas práticas de inteligência. "O princípio deve ser: não se espiona, nem no futuro", disse.

Segundo o jornal britânico "The Guardian", 35 líderes mundiais foram monitorados pelo serviço de inteligência dos EUA. A informação está em documento com data de outubro de 2006. Não se sabe ainda quem são eles.

    05/10/2013

    Como diziam os mafiosos italianos: far l’america!

    Filed under: Isto é EUA! — Gilmar Crestani @ 10:06 am
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    É claro, como descobriu, Joaquim Barbosa, é mais barato comprar um apartamento  em Miami (por U$10, dez dólares) do que uma Constituição da Saraiva no Brasil.

    Grávida, solteira, mandada embora, deprimida e morta com 17 tiros: uma tragédia americana

    Postado em 04 out 2013, por : Paulo Nogueira

    Mirian

    Mirian

    Gostei muito de Breaking Bad por mostrar os Estados Unidos como eles são: o professor de química que não tem a menor condição de pagar um tratamento de câncer e acaba virando traficante.

    Uma história que li hoje me remeteu ao pesadelo americano. E me comoveu.

    Uma mulher de 34 anos, Mirian Carey, profissional da área de higiene dental, tentou entrar com seu carro numa área proibida da Casa Branca. Segundo relato de sua mãe, Mirian sofria de depressão pós-parto. Sua filha de um ano estava com ela no carro.

    A polícia tentou deter Mirian, mas ela não saiu do carro. Deu marcha à ré e arrancou. Câmaras de transeuntes captaram a perseguição, e a história é o assunto do dia entre os americanos.

    Quando o carro finalmente parou, Mirian recebeu uma saraivada de tiros de vários policiais. Ficou desfigurada, o que dificultou a identificação.

    Estava desarmada.

    Por milagre, sua filha escapou incólume. Quer dizer, tanto quanto é possível você escapar incólume quando tem um ano e vê sua mãe ser fuzilada.

    O que Mirian estava fazendo na Casa Branca? De acordo com versões de gente próxima a ela, Mirian imaginava que Obama estava se comunicando de alguma forma com ela. É possível que o aparente delírio fosse consequência dos remédios fortes que ela tomava para lidar com a depressão.

    O que mais me doeu foi ver as circunstâncias de sua maternidade traumática.

    Mirian trabalhava numa clínica odontológica quando levou um tombo que a levou a um hospital. Ali, ficou sabendo que estava grávida. Era solteira. Poucas semanas depois de retornar ao trabalho, foi mandada embora.

    Grávida. Solteira. Desempregada. Não é fácil manter a sanidade mental em tais circunstâncias.

    A proteção às grávidas nos Estados Unidos é zero. Numa frase frequentemente citada de um comediante, os Estados Unidos não dão educação pública de qualidade para suas crianças e nem saúde gratuita decente para seus velhos, mas são muito bons em atirar bombas em outros países.

    Bem, também não dão muita coisa a grávidas como Mirian. O que ela recebeu mesmo, no fim, foram 17 tiros.

    Sobre o Autor

    O jornalista Paulo Nogueira, baseado em Londres, é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

    Grávida, solteira, mandada embora, deprimida e morta com 17 tiros: uma tragédia americana | Diário do Centro do Mundo

    08/09/2013

    FHC trouxe a Booz Allen, braço da CIA, de onde também veio sua proteção

    Filed under: Booz Allen,CIA,Edward Snowden,FHC,Instituto Millenium — Gilmar Crestani @ 9:51 am
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    A Booz Allen não atuava apenas dentro do governo FHC. Trabalhava também nos a$$oCIAdos do Instituto Millenium, que vendiam e vendem a ideia de como as coisas deveriam acontecer, para melhor atender aos intere$$es de quem os finanCIAm. E, apesar de tudo ou por isso mesmo, a diplomacia brasileira foi obrigada a tirar os sapatos para entrar nos EUA.

    Os patriotas que aliviam para a CIA

    Por Saul Leblon, no sítio Carta Maior:
    O governo brasileiro deve um pronunciamento à Nação sobre as violações cometidas pelo serviço de espionagem dos EUA contra o país.
    Não há motivo para subtrair à sociedade aquilo que já está em mãos indevidas, fervilha nos bastidores e é intuído do noticiário.

    A CIA recolheu ilegalmente e compartilhou, para uso comercialmente desfrutável, dados reservados e informações estratégicas, estas sobretudo de natureza econômica, configurando-se um ato evidente de transgressão de soberania.
    Ademais de roubo, puro e simples de segredos comerciais.
    A afanosa invasão, como outras mundo afora –ou não havia interesse no petróleo iraquiano?– faz-se acompanhar do inexcedível traço imperial.
    Sempre em nome da luta contra o terrorismo, não se poupou, sequer, o circuito de informação no âmbito da Presidência da República brasileira.
    Violou-se correspondência eletrônica reservada da Presidente Dilma.
    Aparelhos celulares de seu uso exclusivo foram grampeados; mensagens capturadas. Quem garante que os de acesso particular não sofreram idêntico tratamento?
    Não há limites.
    Tudo feito com a complacência ou a parceria pura e simples de residentes. Empresas, inclusive.
    Carta Maior já havia demonstrado, em reportagens exclusivas e exaustivas, em julho último, o intercurso entre espionagem e corporações norte-americanas no Brasil.
    No caso, o protagonista era uma das maiores corporações de consultoria do mundo.
    Contratada no governo FHC para ‘pensar’ planos estratégicos, a Booz Allen, na qual trabalhava o ex-agente da CIA, Edward Snowden, operou no Brasil pelo menos até 2002.
    De um lado, como guarda-chuva de uma base de espionagem da CIA no país.
    Simultaneamente, como mentora intelectual de uma série de estudos e pareceres, contratados pelo governo do PSDB.
    O objetivo era pavimentar o alinhamento carnal do mercado brasileiro com a economia dos EUA. Tracejar a free way da ALCA.
    No acervo desse ‘impulso interativo’ listam-se estudos como o dos Eixos Nacionais de Integração e Desenvolvimento.
    Realizados por um consórcio liderado pela Booz Allen, sugestivamente receberiam o nome fantasia, bote fantasia nisso, de "Brasiliana".
    Dois eixos centrais da adesão tucana ao desenvolvimento dependente e subordinado beberam desse manancial: o "Brasil em Ação" e o "Avança Brasil”.
    A versátil Booz-Allen teria, ainda, robusta influência na reforma do sistema financeiro nacional.
    A ênfase nas privatizações de bancos públicos obedecia a diretriz predominante então, de adesão incondicional à supremacia das finanças desreguladas.
    O que antes era lubrificado assim, por uma identidade de propósitos e a natureza gêmea dos governos dos dois lados, hoje só se viabiliza na violação delinquente de informações que lastreiam o poder de Estado e o poderio econômico da Nação.
    Um foco prioritário do grampo é o pré-sal. As petroleiras internacionais querem saber se a regulação soberana das maiores reservas descobertas no planeta, no século XXI, tem lastro político e financeiro para se sustentar.
    Ou por outra, se os índices de nacionalização que guarnecem o impulso industrializante embutido na regulação do pré-sal vieram para ficar.
    Interessa, naturalmente, o calendário da exploração, o fôlego da Petrobrás para assumir a condição de parceiro cativo em qualquer poço, ademais das avaliações sigilosas das novas descobertas em curso.
    Enfim, tudo o que possa ser útil à apropriação da maior faia possível de uma riqueza estimada, por enquanto, em até 60 bilhões de barris.
    Leia-se esse número seguido da informação de que a matriz energética do planeta ainda depende 57% do petróleo.
    O resultado explica a gula que ordenou as violações, o despudor das escutas palacianas e a ousadia das decodificações perpetradas pela espionagem gringa.
    Embora revelados originalmente pela TV Globo, de conhecidas tradições, avulta desse episódio a reação lhana e a cordura no trato que o assunto mereceu da parte de colunistas da indignação seletiva.
    A exemplo deles, nenhum editorial, salvo engano, tampouco manchetes garrafais foram hasteadas no alvorecer nacional, com as cores da indignação patriótica.
    Animadoras de programa de culinária não trocaram o colar de tomate pela túnica verde amarela para protestar contra Obama.
    Uma sigla dotada de forte simbologia antipopular como a CIA foi poupada na identificação do braço operante da espionagem contra o país.
    Em plena Semana da Pátria, a americanofilia do jornalismo embarcado aliviou para a CIA.
    Não se diga que se trata de um traço constitutivo de serenidade editorial.
    Recorde-se, por exemplo, a reação beligerante da emissão conservadora em maio de 2006, quando a Bolívia decidiu nacionalizar a exploração dos negócios de petróleo e gás no país.
    O presidente Evo Morales ordenaria a ocupação pelo Exército dos campos de produção das empresas estrangeiras no país, entre elas a brasileira Petrobras.
    Colunistas de brios nacionalistas até então desconhecidos, desembainharam seu amor pela estatal criada por Getúlio.
    E cobraram do então governo Lula uma intervenção enérgica contra o atrevimento boliviano.
    Respingava da ira espumante o desejo incontido de uma invasão reparadora.
    Idêntico brado varonil ecoa com regularidade, sempre que se trata de cobrar do governo ‘petista’ uma respostas às medidas protecionistas adotadas pela Casa Rosada, para preservar o que restou da manufatura argentina depois de Menem & Cavallo.
    Nem é preciso regredir tanto no calendário.
    Tome-se o paradoxo dos dias que correm, protagonizado por jalecos corporativos, americanófilos golberianos e colunistas de baixa densidade intelectual, mas enorme disposição servil.
    Formou esse pelotão uma verdadeira trincheira de animosidade ‘patriótica’ contra a ‘invasão negreira’, assim denominado o desembarque dos doutores cubanos engajados no programa ‘Mais Médicos’.
    Pendores nacionalistas desconhecidos até então emergiram à flor da pele.
    A aguerrida defesa da extensão dos direitos trabalhistas aos visitantes ecoava das mesmas gargantas, ásperas, de tanto requerer a extinção desse usufruto ao assalariado nacional.
    A ausência do mesmo arrojo patriótico, quando o assunto é o estupro de sigilos nacionais por uma potencia de conhecidas tradições no ramo da sabotagem e derrubada de governos, soaria apenas desconcertante.
    Não fosse também oportuno para discernir no interior do nacionalismo etéreo que reveste o 7 de Setembro, aquilo que, de fato, é o interesse do povo brasileiro, daquilo que se comete em seu nome.

    Altamiro Borges: Os patriotas que aliviam para a CIA

    14/07/2013

    Anonymous, também conhecido como agente da CIA

    Filed under: Anonymous,CIA — Gilmar Crestani @ 10:12 am
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    E aí se explica porque se escondem, a pedido de quem tem acesso aos nossos dados no facebook… Ao contrário do Edward Snowden, que mostrou a cara, os funcionários vira-bostas e vira-latas se escondem atrás de máscaras.

    ‘Anonymous’ lidera ativismo digital nos protestos, diz estudo

    Pesquisa baseada em 500 mil comentários de internautas mostra que grupo foi decisivo nas manifestações de junho

    Primeiras atividades no Brasil ocorreram em 2011, quando sites do governo federal foram atacados por grupo

    RUBENS VALENTEJOÃO CARLOS MAGALHÃESDE BRASÍLIA

    Nem movimento pela tarifa zero nem partidos, sindicatos ou políticos. Os responsáveis pelos maiores focos de atividade no Facebook nos dias-chave dos protestos de rua em junho foram os integrantes da rede de ativismo hacker "Anonymous".

    A conclusão é de um estudo feito pela empresa InterAgentes, do cientista social Sérgio Amadeu, doutor em ciência política pela USP e ex-presidente do ITI (Instituto Nacional de Tecnologia de Informação), autarquia vinculada à Casa Civil da Presidência.

    Esses internautas, que se identificam apenas por apelidos e usam máscaras inspiradas no filme "V de Vingança" (2006), dominaram os "nós de relevância" no tráfego do Facebook nos dias 13, 17, 18 e 20 de junho, quando centenas de milhares de pessoas foram às ruas.

    "Os Anonymous’ tiveram relevância na disseminação das informações e na articulação da solidariedade ao que era o movimento inicial pela redução das tarifas e contra a Copa. Eles foram decisivos", disse Amadeu.

    A pesquisa começou com a cópia de mais de 500 mil comentários e mensagens abertas ao público postadas na rede social e que continham cerca de 50 expressões-chave, como "protesto" e gritos de guerra dos manifestantes.

    A massa de dados foi então interpretada pelo software de visualização de dados Gephi.

    O programa apontou os perfis que se tornaram "nós" dominantes, isto é, receberam maior atenção em comentários, compartilhamentos de informações sobre os protestos e convocações para as manifestações de rua.

    Foi estabelecido um ranking com os cinco maiores "nós" de cada dia. Dos 20 listados, 12 traziam a bandeira "Anonymous".

    O nó "Passe Livre São Paulo" apareceu apenas em um dia, 13, quando a polícia reagiu com violência à marcha em São Paulo. Depois, desapareceu dos cinco primeiros lugares de maior relevância.

    MASCARADOS

    Surgidos nos EUA, os "Anonymous" ganharam atenção em 2010, quando fizeram um cerco cibernético a empresas que atuaram contra o Wikileaks a pedido do governo norte-americano.

    As primeiras atividades no Brasil datam de 2011, quando atacaram e derrubaram sites do governo federal.

    Os chamados "anons" não formam um grupo único. São vários "coletivos", que às vezes divergem uns dos outros, mas giram sempre em torno de ideias gerais em comum, como a defesa radical da liberdade de expressão e o acesso irrestrito à informação.

    Outros dois estudos de empresas consultadas pela Folha –um do grupo Máquina/Brandviewer e outro da E.life–, confirmam a intensa atividade dos "anons" na época dos protestos.

    "Essas redes descentralizadas é que permitiram a organização tão rápida desses grupos. É o mesmo tipo de organização usado por redes como a Al Qaeda, por exemplo, ou as antigas redes de troca de música", disse o executivo da E.life, Alessandro Barbosa Lima.

    POLÍCIA

    O protagonismo virtual dos "Anonymous" nos protestos de rua também já chamou a atenção, segundo os "anons", da Polícia Federal.

    Os ativistas divulgaram, na semana passada, vídeo postado por "Bile Day", um conhecido "anon", em que declaram estar passando por uma "repressão política".

    A gravação afirma que a PF "tem realizado visitas nos lares de alguns membros de nossas mídias sociais para interrogá-los sobre atuações e pensamentos, na tentativa de intimidar e enfraquecer a nossa luta".

    Procurada, a assessoria da Polícia Federal informou que não poderia se manifestar sobre "algo que não se sabe se ocorreu" e disse não poder confirmar, nem desmentir, a existência de investigação sobre os "Anonymous".

    08/06/2013

    Economist, shut up!

    Filed under: Imperialismo Colonial,The Economist — Gilmar Crestani @ 11:38 am
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    O problema não é a Economist querer mandar no Brasil. É da common low britânica ser imperialista. Pior são os vira-latas e vira-bostas que, como moleques de recados, viram ventríloquos dos interesses ingleses e norte-americanos. Que os ianques e ingleses queiram nos submeter como vassalos não há nada de novo. Também não há nada de anormal que tivéssemos um presidente que subiu aos graus da fama por ter escrito Teoria da Dependência, que mandava seus diplomatas tirarem os sapatos para entrar nos EUA, e segundo a qual só seríamos dependentes se dependêssemos dos EUA. O problema está nas pessoas que se consideram inteligentes e bem informadas mas não se dão conta disso. A subserviência embota os sentidos e destrói o cérebro.

    A Inglaterra é um leão desdentado, centro de lavagem de dinheiro

    O Conversa Afiada reproduz editorial do JB online:
    http://www.jb.com.br/opiniao/noticias/2013/06/07/opiniao-quem-manda-aqui/

    Opinião: Quem manda aqui?

    “The Economist” surgiu no auge da desapiedada exploração dos trabalhadores britânicos, e por iniciativa da indústria têxtil de Manchester – a vanguarda daquele old liberalism, que inspirou Marx e Engels a redigirem seu Manifesto Comunista. Bons tempos eram aqueles, nos quais os operários – entre eles crianças de 8 e 10 anos – trabalhavam de 12 a 16 horas por dia e, quando faltavam aos domingos, pagavam multa pela ausência. O mundo tem mudado, menos “The Economist”. Naqueles tempos magníficos, a revista acompanhava os investimentos britânicos no Brasil e aplaudia o punho de ferro do imperialismo em nossas terras.
    Em nossos tempos atuais, na defesa dos bancos ingleses e dos especuladores da City, a publicação pretende nomear o Ministro da Fazenda de nosso país: um ministro que faça tudo o que o governo britânico está fazendo hoje contra seu próprio povo, com o arrocho fiscal e o corte até o osso nos gastos sociais, para que sobre para o capital financeiro.
    A revista, depois de haver sugerido (em nome de que e de quem?) a demissão de Guido Mantega em dezembro do ano passado, volta a fazê-lo agora. Esquecem-se seus editores de que a Inglaterra é hoje um leão desdentado, que vive à sombra do poder de sua antiga colônia americana, e se tornou o grande valhacouto de banqueiros bandidos, como os fraudadores do Barclay’s, e confessos lavadores de dinheiro do narcotráfico, como os senhores do HSBC.
    O Brasil é um país soberano, com suas instituições democráticas recuperadas há quase trinta anos, e quem manda aqui é o seu povo, mediante o parlamento e a Chefia do Estado, eleitos diretamente pelos cidadãos. Aqui mandamos nós, e os ministros são escolhidos e nomeados por quem tem o poder constitucional de fazê-lo: a chefia do poder executivo.
    Assim, e, por favor, Shut Up!.

    Economist, shut up ! | Conversa Afiada

    06/06/2013

    Portugal en la desesperación

    Filed under: Juros Bancários,Portugal — Gilmar Crestani @ 9:20 am
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    Mas no Brasil, a torcida do quanto pior, melhor, não para de ganhar espaço nos grupos mafiomidiáticos. E eles têm razão. Record, Folha, Globo, RBS, todos estão demitindo. É que as pessoas estão ocupadas em trabalhar e já não precisam mais dos cadernos de classificados para procurarem emprego. Mas vai explicar isso aos vira-latas e vira-bostas celetistas deste grupos… Patrocinados pelo Itaú, os grupos mafimidiáticos tanto pressionaram que o governo aumentou os juros. Para ver que não é fácil enfrentar a máfia.

    Portugal en la desesperación

    Por: Paul Krugman | 06 de junio de 2013

    El Financial Times publicaba recientemente una descripción larga y profundamente deprimente de la situación en Portugal, centrándose en la grave situación de las empresas de propiedad familiar, que antes eran el núcleo de la sociedad y de la economía del país, pero que ahora están quebrando en gran número. 
    De esto es de lo que se trata realmente. 
    Y todo aquel que esté desempeñando algún papel en nuestro actual debate económico, tanto si es un auténtico legislador o un analista que da consejos desde la barrera, debería centrarse, sobre todo, en cómo y en por qué estamos permitiendo que ocurra esta pesadilla una vez más, tres generaciones después de la Gran Depresión. 

    Portugal

    No me digan que Portugal ha aplicado malas políticas en el pasado y que tiene problemas estructurales. Por supuesto que los tiene; como los tiene todo el mundo. Y aunque se podría mantener que los problemas de Portugal son peores que los de otros países, ¿cómo puede tener sentido solucionar estos problemas condenando al desempleo a un enorme número de trabajadores dispuestos a trabajar?

    La respuesta a la clase de problemas a los que ahora se enfrenta Portugal, que conocemos desde hace muchas décadas, es una política fiscal y monetaria expansionista. Pero Portugal no puede hacer esas cosas solo, porque ya no tiene su propia moneda. De acuerdo, entonces, o bien el euro debe desaparecer, o bien hay que hacer algo para que funcione, porque lo que estamos viendo (y lo que los portugueses están experimentando) es inaceptable. 

    ¿Qué podría servir de ayuda? Una expansión económica más importante en el conjunto de la eurozona y una inflación más elevada en los países del núcleo europeo.

    Una política monetaria menos estricta podría ayudar a lograr estas cosas, pero tengan en cuenta que el Banco Central Europeo (BCE), al igual que la Reserva Federal, se está acercando básicamente a unos tipos de interés casi nulos. El BCE puede, y debería, tratar de presionar para que se apliquen políticas no convencionales, pero necesita toda la ayuda posible, en vez de esta situación en la que la austeridad en la periferia también viene reforzada por la austeridad en los países del núcleo. 

    En cambio, lo que Portugal y otros países de la periferia están sintiendo, sin embargo, son los efectos de los tres años que la política europea lleva centrándose casi por completo en los supuestos peligros de la deuda pública. No creo que sea una pérdida de tiempo hablar de cómo surgió ese enfoque equivocado, incluido el desafortunado papel desempeñado por algunos economistas que han hecho un trabajo excelente en el pasado y que presumiblemente lo harán en el futuro.

    Pero lo importante ahora es cambiar las políticas que están creando esta pesadilla.

    © 2013 The New York Times
    Traducción de News Clips.

    Portugal en la desesperación >> Paul Krugman >> Blogs EL PAÍS

    La solución a la crisis económica pasa por la política. Paul Krugman, probablemente el economista más conocido del mundo, lo tiene claro. Desde su posición progresista –liberal, en Estados Unidos; de izquierdas, en Europa- prescribe su receta.

    Sobre el autor

    Paul Krugman

    Cuando recibió el premio Nobel en 2008, Paul Krugman (Albany, Estados Unidos, 1957) ya llevaba casi una década escribiendo columnas en el New York Times. Da clases de Economía y Política Internacional en la Universidad de Princeton, antes lo ha hecho en la de Yale, donde se graduó, en la de Stanford y en el MIT.

    21/04/2013

    Terrorismo de estado made in USA!

    Filed under: Isto é EUA!,Terrorismo de Estado — Gilmar Crestani @ 9:00 am
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    istoéUSAMARK WEISBROT

    O ASSUNTO É AMERICA LATINA

    As mãos dos EUA sobre a região

    A administração Obama não aceita que a região mudou e objetiva afastar governos de esquerda; também o Brasil precisa se manter vigilante

    Acontecimentos recentes indicam que a administração Obama intensificou sua estratégia de "mudança de regime" contra os governos latino-americanos à esquerda do centro, promovendo conflito de maneiras que não eram vistas desde o golpe militar apoiado pelos EUA na Venezuela em 2002.

    O exemplo mais destacado é o da própria Venezuela na última semana. No momento em que este artigo está sendo impresso, Washington está mais e mais isolada em seus esforços para desestabilizar o governo recém-eleito de Nicolás Maduro.

    Mas a Venezuela não é o único país vitimado pelos esforços de Washington para reverter os resultados eleitorais dos últimos 15 anos na América Latina.

    Está claro agora que o afastamento do presidente paraguaio Fernando Lugo, no ano passado, também teve a aprovação e o apoio do governo dos Estados Unidos.

    Num trabalho investigativo brilhante para a agência Pública, a jornalista Natalia Viana mostrou que a administração Obama financiou os principais atores do chamado "golpe parlamentar" contra Lugo. Em seguida, Washington ajudou a organizar apoio internacional ao golpe.

    O papel exercido pelos EUA no Paraguai é semelhante a seu papel na derrubada militar, em 2009, do presidente democraticamente eleito de Honduras, Manuel Zelaya, caso no qual Washington dominou a Organização de Estados Americanos e a utilizou para combater os esforços de governos sul-americanos que visavam restaurar a democracia.

    Na Venezuela, na semana passada, Washington não pôde dominar a OEA, mas apenas seu secretário-geral, José Miguel Insulza, que reiterou a reivindicação da Casa Branca (e da oposição venezuelana) de uma recontagem de 100% dos votos.

    Mas Insulza teve de recuar, como teve de fazer a Espanha, única aliada importante dos EUA nessa empreitada nefanda, por falta de apoio.

    A exigência de uma recontagem na Venezuela é absurda, já que foi feita uma recontagem das cédulas de papel de uma amostra aleatória de 54% do sistema eletrônico. O total obtido nas máquinas foi comparado à contagem manual das cédulas de papel na presença de testemunhas de todos os lados. Estatisticamente falando, não existe diferença prática entre essa auditoria enorme já realizada e a recontagem.

    Jimmy Carter descreveu o sistema eleitoral da Venezuela como "o melhor do mundo", e não há dúvida quanto à exatidão da contagem.

    É bom ver Lula denunciando os EUA por sua ingerência, e Dilma juntando sua voz ao resto da América do Sul para defender o direito da Venezuela a eleições livres.

    Mas não apenas a Venezuela e as democracias mais fracas que estão ameaçadas pelos EUA.

    Conforme relatado nas páginas deste jornal, em 2005 os EUA financiaram e organizaram esforços para mudar a legislação brasileira com vistas a enfraquecer o PT. Essa informação foi descoberta em documentos do governo americano obtidos graças à lei americana de liberdade de informação. É provável que Washington tenha feito no Brasil muito mais e siga em segredo.

    Está claro que os EUA não viram o levemente reformista Fernando Lugo como um elemento ameaçador ou radical. O problema era apenas sua proximidade excessiva com os outros governos de esquerda.

    Como a administração Bush, a administração Obama não aceita que a região mudou. Seu objetivo é afastar os governos de esquerda, em parte porque tendem a ser mais independentes de Washington. Também o Brasil precisa se manter vigilante diante dessa ameaça à região.

    MARK WEISBROT, 58, é codiretor do Centro de Pesquisas Econômicas e Políticas, em Washington, e presidente da Just Foreign Policy.

    Tradução de CLARA ALLAIN

    24/03/2013

    Os bárbaros da CIA vem do norte

    Filed under: Isto é EUA!,Terrorismo de Estado — Gilmar Crestani @ 9:01 am
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    Os EUA se infiltram de todas as formas. Sua cultura chega por todos os meios, inclusive por Drones. Agora também querem nos transformar em adeptos de seu terrorismo de estado. De que servem todas as leis anti-terroristas norte-americanas senão para resguardar o monopólio do terror? As formas de combater o terrorismo dos EUA é a grande sementeira de terrorismo. A melhor lei anti-terrorista é respeitar o diferente, aquele que não pensa igual a nós. De preferência uma lei rigorosa que impeça a propaganda terrorista norte-americana. Em todas as ditaduras os EUA estão metidos, quando o ditador não ajuda, é descartado, com assassinato. Foi assim com Bin Laden, a quem os EUA se aliou para combater os russos. Com Saddam Hussein, para combater o Irã. E com Kadafi, para conseguir petróleo barato. Todos aliados num momento, assassinados, noutro. Esta é a face explícita da luta anti-terrorista norte-americana. A implícita fica a cargo da CIA e seus financiamentos a colonistas e vira-bostas pelo mundo a fora, inclusive aos a$$oCIAdos do Instituto Millenium. Sem contar nas infiltrações em movimentos desestabilizadores. O documentário Inimigo do meu inimigo dá bem a dimensão disto. Os EUA inventaram armas de destruição em massa no Iraque para justificar a invasão e queimar o arquivo vivo chamado Saddam Hussein. Isso, sim, é terrorismo de estado.

    Só um Vira-lata como Mário Chimanovitch faz de conta que desconhece estes fatos.

    À espera dos bárbaros

    País permanece sem estratégia antiterror

    MÁRIO CHIMANOVITCH

    RESUMO Palco de importantes eventos internacionais nos próximos anos, o Brasil ainda não possui legislação de combate ao terrorismo. Entre a vulnerabilidade e o risco de criminalizar movimentos sociais, governo e Congresso permanecem inertes, sem priorizar tramitação de projetos e cooperação internacional.

    Prestes a sediar importantes eventos internacionais, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, o Brasil ainda não tem um projeto de lei que defina o combate ao terrorismo. Especialistas ouvidos sobre a questão, que pedem para não ser identificados, alertam que o Brasil, muito embora mantenha neutralidade em conflitos internacionais – sobretudo no Oriente Médio -, nem por isso pode se considerar imune a atentados terroristas que tenham como alvo não o Brasil propriamente, mas qualquer uma das delegações que aqui se fizerem representar.

    Setores de Inteligência e Segurança do governo e das Forças Armadas manifestam preocupação com a falta de tempo para a elaboração da legislação. Há hoje seis projetos tratando do tema em análise na Câmara dos Deputados. O mais antigo é de 1991, e o mais recente foi apresentado em 2012.

    Na prática, nada tipifica hoje o terrorismo no nosso Código Penal. O único instrumento legal disponível é herança do regime militar: a Lei de Segurança Nacional (LSN), que por pouco não foi aplicada pelo Ministério Público Federal para denunciar o MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) por invadir e depredar a Câmara em 6 de junho de 2006.

    O assunto, apesar da urgência, não é livre de controvérsias, mas é pleno de evasivas e reticências. Abertamente, ninguém no governo federal fala sobre o tema. Nos bastidores, os especialistas relembram que a Argentina vivia situação similar na década de 90, quando foi alvo de dois atentados a bomba que atingiram a embaixada de Israel em Buenos Aires e a AMIA (Associação Mutual Israelita Argentina), provocando mais de uma centena de mortos.

    O projeto de lei mais recente (PL 4674/12) é de autoria do deputado Walter Feldman (PSDB-SP). Define como terrorismo crimes que lesem ou exponham perigos à vida, à integridade física, à liberdade de locomoção ou ao patrimônio das pessoas. Atentados contra aviões, embarcações, plataformas em alto-mar e materiais nucleares também serão considerados atos de terror, assim como seu financiamento e preparação.

    "Infelizmente, o instrumento mais avançado de que dispomos ainda é a LSN. Mas as questões político-ideológicas complicaram o debate da questão", diz Feldman. "Hoje vivemos sob um estado democrático, e nada mais justo do que nos livrarmos desse entulho autoritário e elaborarmos um instrumento que assegure a segurança e a tranquilidade de que a Nação necessitará, notadamente como hospedeira de grandes eventos internacionais". Ele recorda que a ONU tem recomendado aos estados-membros que adotem legislações específicas sobre o tema.

    Ex-vice-presidente da Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado na Câmara Federal, o ex-deputado Raul Jungmann (PPS-PE), insiste em que o Brasil precisa debater o tema, mas admite que a definição do que é terrorismo é por si complexa e pode resvalar para a criminalização de movimentos sociais. Nas palavras de Jungmann, "jamais se poderiam confundir protestos, ainda que por meios equivocados, com atos de terrorismo".

    Esse é o nó górdio que paralisa os governos petistas na discussão do assunto: o temor do possível enquadramento de movimentos como o MST, historicamente ligado ao PT. "Uma nova legislação, minimamente eficaz, fatalmente enquadraria como crime de terrorismo a invasão e depredação do Congresso ou a destruição de laboratórios e plantações da Monsanto em Goiás, em 2003", avalia um especialista da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), em Brasília, que pediu para não ser identificado. Ele enfatiza que "esse é um vespeiro que nem o ex-presidente Lula nem a presidente Dilma Rousseff se atreveram a cutucar".

    Prova da refração oficial ao assunto é o tratamento do anteprojeto de lei que tipifica o crime de terrorismo e o seu financiamento, elaborado sob a égide da SAEI (Secretaria de Acompanhamento e Estudos Institucionais) do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República.

    O projeto, de 2006, foi elaborado por determinação da Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDEN), através da constituição de um grupo de trabalho integrado por "notáveis" ligados às áreas de inteligência e segurança. O documento, considerado bastante avançado por especialistas, seguiu para análise do Ministério da Justiça para análise e ali permanece até hoje. Nunca chegou ao Congresso.

    COOPERAÇÃO O governo brasileiro também tem se mostrado avesso a uma cooperação internacional mais íntima na prevenção do terrorismo. Segundo o jornalista Reinaldo Galhardo, autor do livro "Fundamentalismo Islâmico e seus Efeitos Globais: O Brasil na Rota do Terror" [AllPrint, 2012], em 2008 o governo norte-americano propôs ao Planalto a montagem de uma agência especial antiterror:

    "Haveria escritórios em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, e o Brasil receberia tecnologia de ponta e recursos financeiros", revela Galhardo. "Seria instalado um moderno centro de operações e inteligência capaz de monitorar qualquer elemento suspeito de atividade ou ligação com terrorismo que desembarcasse no país."

    Segundo Galhardo, o assunto "não prosperou". Ele enfatiza que, na prática, o que acontece é as instituições manterem rígidas visões não-cooperativas sobre o assunto:

    "O que há são ações de cunho individual por parte de instituições cujas forças deveriam estar unidas por um objetivo comum", afirma o pesquisador, lembrando que o então comandante geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Roberto Antônio Diniz, admitiu em entrevista que a PM paulista tem estreitado seus contatos com o Departamento de Defesa dos EUA.

    Galhardo obteve ainda a informação de que, em 2008, oficiais da PM paulista fizeram um curso de treinamento de táticas antiterror: "Treinamento e operações foram realizadas nas florestas de El Salvador, envolvendo monitoramento in loco das Farc (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas) na própria selva da Colômbia", afirma Galhardo. Para ele, a experiência, patrocinada pelos norte-americanos, demonstra a preocupação de que as Farc sirvam de braço de apoio ao ingresso de terroristas estrangeiros no Brasil através de nossas extensas fronteiras.

    O capitão de mar-e-guerra José Alberto Cunha Couto, que por 13 anos chefiou a SAEI, pondera que o Brasil, com seus 190 milhões de habitantes, praticamente 80% de urbanização e expressivas colônias de imigrantes implantadas há décadas, não poderia deixar de evidenciar vulnerabilidades:

    "Existem aqui centenas de alvos para ataques terroristas. Os mais evidentes seriam de três tipos: atentados de grande visibilidade política a embaixadas, autoridades estrangeiras, figuras ou instituições; atentados capazes de criar sérias dificuldades econômicas, como destruição de linhas de transmissão de Itaipu, bombas em vias importantes, refinarias de petróleo, aeroportos etc.", afirma. "Atentados com potencial de ferir ou matar significativo número de pessoas, colocação de venenos em represas, adulteração de remédios e ataques para gerar pânico em concentrações humanas, como estádios e áreas de jogos", conclui.

    Essas preocupações são corroboradas por estudiosos estrangeiros como o professor Gabriel Weimann, especialista em terrorismo da Universidade de Haifa, em Israel. Ele assevera que é muito possível que o Brasil venha a se tornar um alvo preferencial do terrorismo "devido a sua posição econômica privilegiada, ao fato de que irá sediar grandes eventos esportivos e à sua grave exclusão social".

    "O Brasil tem populações frustradas e infelizes, que se sentem alienadas. Essa situação configura um território explorável pelas organizações terroristas que recrutam pessoas com esse perfil", adverte Weimann, alertando para a nova fase em que se encontra a Al Qaeda, após a morte de Osama bin Laden. Seu substituto, Ayman al Zawahiri, segundo ele, é mais sofisticado do que seu antecessor. "A Al Qaeda precisa demonstrar que ainda é capaz de atuar e ser mais perigosa. "A Primavera Árabe e o vácuo político criado pelos acontecimentos que gerou podem ser o cenário ideal para o seu ressurgimento", conclui.

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