Ficha Corrida

22/11/2011

Chevron, go home!

Filed under: ANP,Chevron,Haroldo Lima,Texaco — Gilmar Crestani @ 8:44 am
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Haroldo Lima: Chevron pode ser proibida de operar no país

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, fez nesta segunda-feira (21) uma análise do desastre ocasionado pela empresa estadunidense Chevron, responsável pelo vazamento de óleo que atinge o Campo de Frade, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Haroldo disse que a Chevron pode até ser proibida de operar no país, a depender das investigações que estão sendo feitas pela própria agência.

 Haroldo Lima ANP

Haroldo: "Não vamos passar a mão na cabeça"

Segundo ele, a agência já está preparando duas multas para a empresa, uma delas pela falta de equipamento adequado para estancar o vazamento e a outra por ocultação de informações. O diretor-geral informou que “eles [diretores da empresa] mitigaram informações importantes sobre o vazamento e esconderam fotos que mostravam a real proporção do acidente”. Pelos cálculos da ANP, uma média de 330 barris por dia vazaram durante mais de uma semana – informou Haroldo.
Dos 28 pontos de vazamento, um ainda continua escapando e outros nove estão gotejando. A ANP informou que está acompanhando todo o processo, examinando as causas e avaliando os possíveis erros na operação da empresa. A agência está preparando uma terceira autuação, que deve ser divulgada até o final do dia.
Para haroldo, a Chevron não estava preparada para executar o plano de abandono do poço que foi apresentado. "A multa máxima para o acidente é de R$ 50 milhões, que considero um valor pequeno para o que houve. Vamos investigar se a empresa cometeu um erro deliberado ou se houve má-fé. A ANP vai investigar a fundo e não vamos ‘passar a mão na cabeça’", afirmou.
Dilma entra em campo

A presidente Dilma Rousseff deve se reunir ainda nesta segunda-feira (21) com o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, para falar sobre o vazamento. Lobão deve apresentar um relato da situação no local e das providências que já foram tomadas. O encontro não está na agenda da presidente.
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a Chevron responde por menos de 4% da produção nacional de petróleo. A empresa produziu, em setembro, uma média de 74,7 mil barris de óleo por dia, que corresponde a 3,5% da produção nacional, de 2,1 milhões de barris.
Em meses anteriores, a produção da Chevron não chegou a 4% do total nacional. Na área de exploração e produção de petróleo, a empresa norte-americana opera no país apenas o Campo de Frade, com 51,7% de participação no negócio. Entre seus parceiros no Frade, está a estatal brasileira Petrobras.
Campo de Frade

O campo de Frade produz desde 2009 e, até o final deste ano, a empresa previa concluir a perfuração de mais oito poços, para se somar aos 12 que já funcionavam no Campo de Frade desde o ano passado.
Segundo informações da própria Chevron, o Brasil é um mercado “chave” e “crescente” para lubrificantes. Por isso, a empresa mantém duas plantas industriais no país, com produtos voltados para o mercado nacional: uma no Rio de Janeiro, que produz 1 milhão de barris de óleo lubrificante, e outra em São Paulo, que fabrica graxas industriais e fluidos de arrefecimento.
A Chevron já atua há quase 100 anos no Brasil. A companhia começou a operar no país em 1915, quando recebeu uma licença do então presidente Wenceslau Braz, para vender produtos petrolíferos sob o nome Texaco (Texas Company).
Da redação com agências

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=169107&id_secao=1

14/11/2011

Na Comunicação, o Brasil é a ditadura perfeita

Filed under: Grupos Mafiomidiáticos,Paulo Henrique Amorin — Gilmar Crestani @ 10:43 am
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Amorim: Na Comunicação, o Brasil é a ditadura perfeita

"A Globo quer impedir uma segunda opinião sobre a audiência em tevê. Ela só quer o Ibope. O que isso significa para a democracia brasileira?", dispara o jornalista Paulo Henrique Amorim, que também cita notícia dada pelo Instituto de Mídia Alternativa Barão de Itararé, sobre blogueiros perseguidos na Justiça por prefeitos, vereadores e empresários suspeitos de corrupção.

E ainda pensam que o copo determina a qualidade do vinho.
Este ansioso blogueiro participou de seminário promovido pela Ajuris, a Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul e o blog Carta Maior, na quinta-feira da semana passada (dia 3 de nov 11). Entre os expositores, o desembargador Claudio Baldino Maciel, Pascual Serrano (do site Rebelión, da Espanha), Juremir Machado, Breno Altman (Altercom), prof. Venicio Lima, Bia Barbosa (Intervozes), deputada Luiza Erundina (líder da Frente Parlamentar pela Democratização da Comunicação, e membro da Comissão de Ciência e Tecnologia, que não consegue discutir a renovação das concessões das redes de televisão), e o ex-ministro Franklin Martins.
A seguir, trechos – não literais – da exposição deste ansioso blogueiro:
A Globo tem um pouco menos que 50% da audiência da televisão brasileira. E mais do 70% de toda a verba da publicidade da televisão brasileira. A televisão detém 50% de toda a publicidade brasileira.
Do tijolinho para vender uma moto usada em Joboatão ao break do Jornal Nacional. Tudo somado, a TV fica com 50%.
Logo, a Globo, a família Marinho, com 50% da audiência e 70% da verba, põe no bolso R$ 0,35 de cada R$ 1 investido na publicidade da sexta (ou quinta) economia do mundo. A Globo é uma empresa fechada, que explora uma concessão de serviço público, o espaço eletromagnético, que pertence ao povo brasileiro. Póóóde ?
Agora, a Globo quer impedir uma segunda opinião sobre a audiência em tevê. Ela só quer o Ibope.
O que isso significa para a democracia brasileira? Em 1998, na eleição para governador de São Paulo, o Ibope, aqui também chamado de Globope, fechou para o cliente Paulo Maluf, uma pesquisa que o colocava à frente da Marta Suplicy. Essa mesma pesquisa o Jornal Nacional divulgou na sexta-feira, na antevéspera da eleição no primeiro turno. Com Maluf na frente da Marta. Só que, na sexta-feira, a Marta já tinha ultrapassado o Maluf e ela é que ia para o segundo turno com Mario Covas. Com o Globope do Jornal Nacional, muitos eleitores da Marta preferiram o "voto útil” e votaram no Covas, para derrotar o Maluf. Maluf foi para o segundo turno com Covas e assim Covas se elegeu governador de São Paulo.
Na segunda-feira, este ansioso blogueiro, apresentador do Jornal da Band, entrevistou o deputado federal mais votado, José Genoino, do PT. E nos bastidores avisou que ia perguntar sobre a patranha do Globope contra a Marta. Genoino reagiu enfaticamente: não, sobre isso eu não falo!
Na Argentina – ah!, que inveja da Argentina! – a Cristina Kirchner comprou o "Brasileirão” da Globo (Clarin) e exibiu no horário nobre da TV Educativa. E distribuiu o sinal para que outras emissoras exibissem quando lhes desse na telha. Aí, a Cristina descobriu que o Ibope argentino dava para o "Brasileirão” da TV Educativa uma audiência muito menor do que quando era da Globo (Clarin).
O que fez a Cristina? (Ah!, que inveja da Cristina!) Rompeu o contrato com o Ibope e pôs uma empresa independente, supervisionada por acadêmicos de diversas universidades, para medir a audiência. O Ibope da TV Educativa ficou parecido com o que o "Brasileirão” dava na Globo (Clarin).
Sabe quem era o Ibope da Argentina? O Ibope do Brasil! O mesmo! Só que lá era conhecido como Ibopín…
O nobre deputado gaúcho Henrique Fontana (PT), relator do projeto da Reforma Política, informa que, com menos de R$ 500 mil, não se elege um deputado estadual no Rio Grande do Sul. E com menos de R$ 1 milhão ninguém se elege deputado federal (Por isso ele defende o financiamento publico exclusivo, mas o PSDB e o PMDB são contra por que preferem o Caixa Dois, que é a alternativa ao financiamento público?). E o que tem o Globope com isso? Porque se um partido sai mal nas pesquisas do inicio da campanha, babau. Não tem grana.
Globope e Datafalha, que dão invariavelmente o "Cerra" na frente nas pesquisas iniciais, são uma chave para abrir o cofre dos financiadores: empreiteiros, industria farmacêutica, educação privada, tabaco … O que isso tem a ver com a democracia? Tudo!
Daqui a pouco, os parlamentares vão se vestir como piloto de Fórmula Um: cobertos de patrocinadores. O que isso tem a ver com uma Ley de Medios? Tudo! A Globo é o elefante na sala da Democracia.
Nos últimos três anos, caiu a audiência da Globo. Mas, ela não perde espectador nem um centavo de publicidade para os concorrentes. Perde para si própria. Perde audiência para os que vão para a internet e seus diferentes portais; para o cabo e o satélite e assistem à programação nacional controlada pela Globo; ou compram o "Brasileirinho” no pay-per-view.
Três famílias controlam a mídia de um país de 200 milhões de almas. Os Marinho (e seus donatários, como a RBS), os Frias, e os Mesquita, que sublocaram o Estadão aos bancos estrangeiros credores. Essas três famílias e seus donatários controlam tevê, rádio, jornal, revistas, agencias de notícias e portais na internet. E num mesmo mercado – e tome propriedade cruzada!
Nenhuma nova democracia no mundo toleraria essa concentração de poder. "Novas democracias” são Portugal, Espanha, Argentina, México, Chile, Uruguai. Essa é uma jabuticaba brasileira. Antonio Carlos Magalhães dizia: se não saiu no Jornal Nacional não aconteceu. Caetano, antes de trabalhar na Globo, dizia que assistia ao Jornal Nacional para saber o que o Jornal Nacional queria que ele pensasse que aconteceu.
O Ricardo Teixeira diz que enquanto a Globo não falar mal dele, nada lhe acontecerá. Hoje, fica assim: se não saiu no Jornal Nacional, NÃO aconteceu. E isso tende a se perpetuar, até que a televisão morra para dentro de sua própria obsolescência tecnológica. O presidente Lula não fez e a presidente Dilma não fará uma Ley de Medios. O ministro Bernardo adiou a discussão sobre o assunto para 2012.
Para que o PiG (*) não diga que a discussão ficou prejudicada pelas festas do Natal. Em 2012, pondera-se, tem o Carnaval, a Semana Santa e as eleições para prefeito. 2013 fica muito perto da eleição de 2014 e o PiG vai dizer que é manobra para censurar o PiG. 2014, nem pensar.
Quem ousará tocar na Globo num ano de eleição!
Aparentemente, o governo Dilma tem uma visão temotecnicista da liberdade de expressão. "Temo”, porque teme a Globo. "Tecnicista”, porque acredita que a banda larga vai promover a democracia.
É como acreditar que o copo determina a qualidade do vinho. Outro ingrediente dessa "democracia” brasileira no campo da liberdade de expressão, é a reprodução, aqui, de manobra que não deu certo nos Estados Unidos. Calar os independentes com processos judiciais. Censurar pelo bolso.
Tentar manipular a Justiça. É o caso da perseguição aos blogs que o Padim Pade Cerra chamou de "sujos”.
No Instituto de Mídia Alternativa Barão de Itararé, temos notícia de dezenas de blogueiros perseguidos na Justiça do interior do Brasil por prefeitos, vereadores e empresários suspeitos de corrupção. Juca Kfouri é o campeão nessa prova. Ricardo Teixeira move contra ele 50 ações judiciais. Nassif, Azenha e Rodrigo Vianna são vítimas da mesma estratégia. Devo ser o vice-campeão. Costumo afirmar no Conversa Afiada, "diz-me quem te processa e dir-te-ei quem és”. Ou como dizia o ínclito presidente Itamar Franco, fundador do Plano Real e do programa de genéricos, "quem melhor me define são meus inimigos e, não, meus amigos”.
Sofro, provisoriamente, 40 ações, com a recente entrada de Paulo Preto no elenco. Treze das ações são de autoria do banqueiro condenado Daniel Dantas. Também sou homenageado por Gilmar Mendes (autor de dois HCs em 48 horas para tirar Daniel Dantas da cadeia), Heráclito Fortes, Eduardo Cunha, Naji Nahas e outros da mesma estirpe. É uma galeria que me honra. Mas, acima de tudo, é uma agressão à liberdade de expressão. É a tentativa de manipular a Justiça para censurar jornalistas pelo bolso. (No caso deste ansioso blogueiro, a tentativa é inútil.)
Acabo de voltar do México, onde se acredita que o Partido Revolucionário Institucional, o PRI, vai voltar ao poder na eleição presidencial do ano que vem. Segundo o Premio Nobel Mario Vargas Llosa, em entrevista ao jornal Excelsior, da cidade do México, o PRI vai voltar ao poder, para fazer um acordo com o narcotráfico. Foi Vargas Llosa quem disse que, nos 70 anos em que esteve no poder, o PRI construiu uma "ditadura perfeita”. Por fora, uma democracia. Por dentro, uma ditadura.
"Ditadura perfeita” – é o Brasil no campo da liberdade de expressão.
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
Fonte: Blog Conversa Afiada

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=168525&id_secao=1

Colômbia + Chile = EUA

Filed under: Chile,Colômbia — Gilmar Crestani @ 10:40 am
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Estudantes do Chile e da Colômbia marcham juntos por educação

Estudantes do Chile e da Colômbia confirmaram uma marcha binacional agendada para o próximo dia 24, ocasião em que reivindicarão educação gratuita e de qualidade, informaram representantes da Confederação dos Estudantes do Chile (Confech).

O movimento estudantil chileno decidiu aceitar um convite dos estudantes colombianos, que passam por uma situação semelhante no campo da educação, após uma assembleia de mais de 12 horas na Universidad Católica del Norte, em Antofagasta.
Durante a reunião, também foi decidido que no próximo sábado (19), quando será realizada uma assembleia em Chillán, a Confech votará sobre uma eventual interpelação às bancadas políticas sobre a discussão do orçamento destinado à educação, que está em trâmite no Congresso chileno.
O vice-presidente da Federação de Estudantes da Universidad de Concepción, Esteban Valenzuela, explicou que a decisão será feita com base na análise das conclusões obtidas em cada federação de estudantes ao longo da semana.
A Confech ainda convidou as demais federações estudantis a se mobilizar de forma regional nos dias 15,17 e 18 de novembro.
Os manifestantes lutam contra a má qualidade do ensino no país e pedem por melhores condições de trabalho e salário para os trabalhadores do setor público, além da estatização da educação.
Fonte: Ansa

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=168567&id_secao=7

O núcleo é podre

Filed under: Democracia made in USA,Irã,Israel,Terrorismo de Estado — Gilmar Crestani @ 10:33 am
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Joseph Massad: Israel nuclear revisitada

Quantas vezes será preciso recontar essa história? É sabida de todos nos EUA, na Europa, no mundo árabe, de fato, no mundo inteiro. Lê-se sobre isso na imprensa internacional desde o final dos anos 1960s. Os detalhes históricos do caso são também bem conhecidos.
Por Joseph Massad*

Em 1955, o presidente Dwight Eisenhower deu a Israel o primeiro pequeno reator nuclear em Nahal Sorek; em 1964, os franceses construíram para Israel o muito maior reator nuclear Dimona, no deserto de Naqab (Negev); em 1965, Israel roubou dos EUA, 90,9 kg de urânio enriquecido para fazer bombas (ação de espiões israelenses numa empresa da Pensilvania, Nuclear Materials & Equipment Corporation); em 1968, Israel sequestrou um navio liberiano em águas internacionais e roubou a carga de 200 toneladas de yellowcake que o navio transportava. Desde o início dos anos 1970s, Israel tem bombas atômicas.
Apesar dos desmentidos oficiais, todo o mundo sabe que Golda Meir, quarta primeiro-ministro de Israel, esteve a um passo de lançar 13 bombas nucleares sobre Síria e Egito em 1973 e só desistiu de cometer esse ato de genocídio quando Henry Kissinger deu a Israel toda a capacidade aérea de ataque, a maior da história naquele momento, de que Israel precisava para reverter o curso da guerra de 1973 (como a revista Time noticiou o caso). Israel manteve estreita colaboração na construção de armas nucleares com o regime de apartheid da África do Sul durante décadas, colaboração que só terminou quando terminou o regime de apartheid da África do Sul, em 1994.
Desde então, especialistas estimam que Israel tenha mais de 400 bombas atômicas, incluindo armas termonucleares que chegam a megatons, além de bombas de nêutrons, armas nucleares táticas e ogivas para transporte das bombas. Também tem o sistema de mísseis necessário para lançar suas bombas, com alcance de 11.500km (maior que a distância que separa Israel e Irã). Israel também tem submarinos capazes de lançar ataques nucleares e jatos capazes de entregar onde queiram a carga nuclear que Israel decida usar, contra quem decida usar, quando decida usar.
Diligentemente, Israel sempre impediu que seus vizinhos sequer construíssem reatores nucleares para finalidades pacíficas. Violou a lei internacional ao bombardear o reator nuclear Osirak que os franceses estavam (em 1981) construindo para o Iraque, em ataque aéreo não provocado, apesar de o reator estar sendo construído para ser usado, conforme declaração dos governos de França e Iraque, para pesquisa científica. Israel também bombardeou o que, segundo relatórios de inteligência seria um reator nuclear que a República Popular da Coreia (Coreia do Norte) estaria construindo na Síria em 2007. O Mossad (serviço secreto israelense) várias vezes foi associado ao assassinato de inúmeros cientistas e físicos nucleares egípcios, iraquianos e iranianos, ao longo de décadas.
Israel não assinou e continua a recusar-se a assinar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e não autoriza nenhum tipo de inspeção, pelos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU, no seu reator Dimona.
Israel, país agressivo e predatório que tem longa história de ataques contra países vizinhos desde que foi ‘fundado’, expulsou centenas de milhares de pessoas, criou milhões de refugiados palestinos, libaneses e egípcios, assassinou dezenas de milhares de civis e usou armas proibidas pela legislação internacional (de bombas de napalm a bombas de fósforo, para citar só os casos mais bem conhecidos), continua a ocupar territórios palestinos, e o povo palestino vive sob ocupação estrangeira, o que viola a lei internacional.
Israel é governada por uma ideologia de estado fundamentalista, racista, antimuçulmana e antiárabe, à qual aderem seus governantes, suas instituições de governo e, também, sua cultura popular e política e muitas das leis do estado israelense.
De fato, Israel não apenas vive de fazer guerra quase ininterrupta contra seus vizinhos como, também, exige que as potências ocidentais invadam os países vizinhos de Israel e, simultaneamente, patrocina campanhas de ódio racista contra árabes e muçulmanos nos EUA e em toda a Europa, além de incorporar a mesma ideologia racista nos currículos de escolas e universidades e em grande parte da produção cultural nacional israelense.
Políticas racistas
Os EUA, protetores de Israel, são o único estado da Terra que algum dia, deliberadamente, usou bombas atômicas contra populações civis e até hoje, 66 anos depois, ainda defende aquela decisão, que levou àquele ato genocida, e ensina a população, nas escolas e pela imprensa, a também defendê-lo.
Os EUA também cuidam de evitar que o arsenal atômico de Israel jamais seja discutido no Conselho de Segurança da ONU, apesar das persistentes propostas para que a questão nuclear israelense seja julgada naquele fórum. A insistência com que os EUA cuidam de manter como “segredo” (conhecido de todos) a capacidade nuclear de Israel é construída e mantida, dentre outros motivos, para manter ativa a ajuda que os EUA continuam a dar a Israel, apesar de a condição essencial para receber esse tipo de ajuda ser que os países receptores sejam signatários do Tratado de Não Proliferação… que Israel nunca assinou e recusa-se a assinar.
Mesmo assim, os EUA e Israel, que há muito tempo são as principais ameaças à paz mundial e, de fato, os mais ativos provocadores de guerras em todo o mundo desde a II Guerra Mundial, insistem em dizer ao mundo que o Irã seria ameaça à paz mundial, caso possua uma bomba atômica.
O Irã é país cujo governo revolucionário e democrático jamais invadiu país algum (ao contrário, o Irã foi atacado pelo Iraque de Saddam em 1981, por decisão das ditaduras comandadas pelas ricas famílias do petróleo do Golfo e seus patrocinadores EUA e França).
Deixando-se de lado, por um momento, as políticas racistas dos EUA que definem quem poderia e quem não poderia ter armas nucleares (segundo um critério racista que determina que só europeus e seus aliados europeus poderiam ter o que quer que seja), é preciso dizer que, se há corrida nuclear no Oriente Médio hoje, foi gerada e estimulada pelo espírito violento e belicista de Israel e pelo fato de que, em toda a região, só Israel mantém arsenal ativo de armas de destruição em massa.
Se se tratar de o Oriente Médio ser zona livre e armas nucleares, nesse caso o esforço da comunidade internacional deve começar por desarmar Israel – o único país na região que tem bombas atômicas. E que deixem em paz o Irã – onde o mundo nem sabe se há ou não, ou se estão em desenvolvimento ou não, essas armas.
O racismo do governo Obama contra árabes e muçulmanos não conhece limites. Mas, entre os povos do Oriente Médio (árabes, turcos e iranianos), os critérios racistas de Obama não persuadem ninguém.
Ter ou não ter armas nucleares é questão de segurança humana, no que diga respeito a quem viva próximo de Israel. Ter armas nucleares não é privilégio racial nem dos norte-americanos nem dos europeus.
É possível que os EUA não temam as bombas atômicas de Israel. Mas quem viva perto de Israel, países e populações civis que há muitos anos são alvo do terror israelense, temem Israel. Por muitos bons motivos, que todos na região conhecem.
Só depois que Obama aprender essa lição, se aprender, os povos da região voltarão a ver alguma seriedade e poderão atribuir alguma credibilidade à sempre tão repetida (falsa) preocupação dos EUA com a ‘proliferação’ nuclear.
* Joseph Massad é professor associado de Política e História Intelectual Árabe Moderna na Columbia University, em New York.
Fonte: Al-Jazeera

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=168565&id_secao=9

12/11/2011

O deserto de ideias do PSDB

Filed under: Fernando Borgonovi,Isto é PSDB! — Gilmar Crestani @ 8:58 am
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Fernando Borgonovi *

Sempre que o PSDB não pensa em nenhuma proposta nova para o país, trata logo de convocar um seminário para expor – ao ridículo, claro – a tal "nova agenda" que diz pretender para o Brasil.

A nova tentativa de refundar o partido, demonstrar unidade e compor um projeto com o mínimo de credibilidade com vistas a 2014 produziu o mesmo conjunto vazio que os fracassos anteriores.
Caricatura da tragédia oposicionista, FHC foi chamado a fazer às vezes de marqueteiro e, para nossa felicidade, teve uma ideia para slogan: "Yes, we care!" A "massa cheirosa" pode ter explodido em ovações ao príncipe, mas julgo impossível arrancar qualquer resquício de nova agenda daí.
Aliás, muito ao contrário, as propostas concretas que apareceram na tal "nova agenda" foram a retomada das privatizações e a Reforma da Previdência. Coube a Pérsio Arida a condição de gênio saído da lâmpada ao projetar que o BNDES pare de conceder empréstimos com juros subsidiados, a fim de diminuir a demanda por crédito oficial.
Com as restrições que se possa ter a alguns dos empreendimentos que envolvem o BNDES (Friboi e malfadada ação com o Pão de Açúcar, por exemplo), tudo o que o Brasil não precisa é abdicar de um instrumento como ele na propulsão do desenvolvimento nacional.
Claro, não faltou a velha e simplista proposta do corte de ministérios. Cabalisticamente, Armínio Fraga quer cortá-los pela metada – assim, sem nenhum detalhamento de quais resistiriam, quais sucumbiriam e qual o tipo de remodelamento de gestão e junção de tarefas.
Se do manda-chuva e dos ditos teóricos o que saiu foi isso, quem poderia apresentar alguma coisa relevante? As lideranças com ambições políticas e eleitorais, claro, pois são a linha de frente do projeto oposicionista.
Pois bem, Aécio Neves – que tem notável capacidade de frustrar as expectativas de liderança nele depositadas – saiu-se com seu já desgastado bordão: "choque de profissionalização de gestão". Tremei, ímpios e pecadores…
José Serra comparecer ao convescote já foi um milagre. Chegou a tempo de ouvir as considerações finais e apenas para não evidenciar ainda mais o que já é de conhecimento público – seu crescente isolamento e perda de protagonismo. Ao que consta, em sua fala propôs "padrões de qualificação" para nomeações e um seminário com o tema da corrupção. Parabéns.
A oposição tem se esforçado para confirmar o Barão de Itararé: "de onde menos se espera, daí é que não sai nada." É o PSDB e seu árido deserto de ideias.

* Secretário de Comunicação do PCdoB-SP

O deserto de ideias do PSDB – Portal Vermelho

A transparência que atrapalha a imprensa

Filed under: A$$oCIAdos,Carlos Lupi,PIG — Gilmar Crestani @ 8:57 am
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Carlos Lupi coloca PIG no seu devido lugar

No Brasil atual, onde mais vale as calúnias do que a verdade – pelo menos na cabeça de importantes autoridades – não se pode dizer que o ministro do trabalho vencerá a dura batalha que tem travado contra o Partido da Imprensa Golpista (PIG). Desde que conseguiu apear Orlando Silva do posto de ministro do Esporte, a velha mídia, agindo como partido de oposição, investe pesado contra o ministro do PDT.
Por Kerison Lopes

Por orientação de Lupi, Blog responde denúncias

Ontem (10) em audiência na Câmara dos Deputados, Carlos Lupi foi duro contra o que chamou de “onda de denuncismo” a serviço da oposição ao governo Dilma. Atacou a revista Veja e demais órgãos de imprensa que, segundo ele, “estão em uma disputa para ver quem mais derruba ministro de um governo democraticamente eleito”.
Blog do Trabalho

Na noite anterior, quarta-feira (9), o ministro tomou uma importante medida para se defender das calúnias publicadas diariamente no PIG. Ordenou que o Ministério do Trabalho, através de um blog, tornasse público e-mails enviados por jornalistas que procuram a assessoria de comunicação da pasta. Além das perguntas, publicam imediatamente as respostas.
No próprio blog, o ministério assim justificou a iniciativa: “o MTE leva maior transparência aos pedidos de informações de vários veículos de comunicação ao Ministério. Todas as demandas encaminhadas à Assessoria de Comunicação Social serão disponibilizadas no Blog do Trabalho, devidamente respondidas. Esta medida, decidida pelo Ministro Carlos Lupi, tem o objetivo de levar mais transparência aos questionamentos feitos pela Imprensa, e que muitas vezes, sequer levam em considerações as respostas do MTE.”
A medida não é inédita, foi utilizada pela Petrobrás em 2009 quando sofria um “ataque especulativo” do mesmo PIG, ainda no governo Lula. A empresa também colocou no ar um blog para se defender das matérias publicadas. Outra que já se utilizou do expediente foi a Universidade Federal de Minas Gerais, que em 2009 sofria diariamente com ataques irresponsáveis do jornal Estado de Minas.
O PIG acusou o golpe

Os principais representantes da imprensa conservadora acusaram o golpe e reclamaram, em seus sites e jornais, a medida que para eles tem o objetivo de “vazar informações”. Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, sites das revistas Veja e Istoé, além de outros, publicaram notas e matérias criticando a iniciativa.
Entidades também se manifestaram através de notas públicas. A ANJ (Associação Nacional de Jornais) afirmou que "é evidente o propósito do ministério de constranger o livre exercício do jornalismo".
Até entidades que deveriam defender o direito de livre expressão entraram na cantinela do PIG. O presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Celso Schroder, deu sua contribuição ao golpismo da Folha de São Paulo e afirmou, na edição desta sexta-feira (11), que “o ministério encontrou uma maneira ruim de lidar com seus incômodos em relação à imprensa".
Marco-regulatório
Se a resistência de Lupi vai surtir efeito, só o tempo dirá, pois desde o início do governo Dilma a história tem se repetido. O governo tem ficado refém da oposição que usa a velha mídia para derrubar e nomear ministro.
O que se percebe é que desde que o presidente Lula desceu a rampa, o Brasil retrocedeu no que diz respeito à liberdade de imprensa. A principal iniciativa de enfrentar o golpismo da velha mídia está parada não se sabe onde: o marco-regulatório da comunicação brasileira, elaborado sob a coordenação do ex-ministro Franklin Martins, experiente jornalista, está em alguma gaveta do Planalto.
Enquanto isso, o que se vê são importantes membros de um governo democraticamente eleito, amparados em ampla aprovação popular, se borrando de medo a cada sexta-feira como essa, atordoados e paralisados, esperando as revistas do fim de semana pautarem a cena política de Brasília. É a nova forma de golpe da direita brasileira, que tortura com novos métodos aqueles que lutam por um Brasil mais justo e que foram eleitos com o voto soberano do povo.
De Brasília,
Kerison Lopes

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=168492&id_secao=1

11/11/2011

Da USP para as ruas: estudantes contra a repressão

“Ah, mas que vergonha, achar que a passeata é por causa da maconha”. Assim cantavam cerca de 2,5 mil estudantes da Universidade de São Paulo (USP), na tarde desta quinta-feira (10), em uma marcha que percorreu a região central da capital paulista. O ato político contra a Polícia Militar (PM) na Cidade Universitária, marcado para ocorrer concentrado, em frente à Faculdade de Direito do Largo São Francisco, ganhou as ruas com suas bandeiras contra a repressão da atual gestão da universidade.


Estudantes caminham pelas ruas do centro. Na linha de frente, os 73 presos que ocupavam a reitoria
Na frente de todos, formando uma espécie de escudo, os 73 presos acusados de ocuparem a reitoria da USP, por cerca de uma semana, abriam caminho para a passeata. Além de pedir o fim do convênio assinado entre a reitoria e a PM, os manifestantes pediam a saída do reitor, João Grandino Rodas, e abertura de diálogo entre reitoria, trabalhadores e estudantes para traçar um plano alternativo de segurança para o campus.
Na terça-feira (8), a desocupação do prédio da administração (cumprindo uma reintegração de posse) ocorreu de forma obscura, durante a madrugada. Segundo relatos de alguns alunos detidos na operação, 400 integrantes da Tropa de Choque, com apoio de 30 homens da cavalaria, viaturas e helicópteros, entraram no prédio quebrando tudo que viam pela frente para intimidar e incriminar os ocupantes do local.
Naquele mesmo dia, uma assembleia que reuniu 3 mil estudantes decidiu decretar greve para pressionar a saída da PM. Aderiram à greve até agora alunos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Ciências Sociais, Letras, Filosofia, História e Geografia (FFLCH), Artes Cênicas (ECA).

Concentração

Debaixo do sol forte, os primeiros manifestantes começaram a chegar por volta das 14h. Uma dificuldade do acesso ao largo São Francisco de quatro ônibus que saíram do campus Butantã com alunos dos cursos que aderiram à greve, gerou um atraso. A greve do corpo discente foi decretada em uma assembleia ocorrida na noite de terça-feira (8), que contou com cerca de 3 mil pessoas.

Os ocupantes dos ônibus chegaram, em grupos, por volta das 16h, na concentração. Entre eles, cerca de 40 alunos do curso de Artes Cênicas caracterizados como zumbis, vestidos e com rostos pintados de branco, numa alusão à paz e também a uma das características marcantes do movimento estudantil na USP, os rostos cobertos para evitar serem reconhecidos e sofrerem punições da reitoria.
“Se a gente cobre o rosto com panos ou máscara, a grande mídia diz que somos bandidos. Mas, se um policial militar cumpre uma ação de reintegração de posse sem identificação, ele se torna herói”, questionou a estudante Luisa, 20 anos, que preferiu não dar o nome completo. Segundo organizadores do ato, cerca de 20 estudantes e trabalhadores envolvidos em ocupações anteriores sofrem processos administrativos internos.
O estudante do primeiro ano de Ciências Sociais Erick Nascimento, 18, deu seu nome e apoio integral ao movimento. “Vim sozinho acompanhar de perto o que está acontecendo. Não podemos nos omitir”, disse Erick, que é de Campinas e mora em uma república de estudantes próxima do campus.

A universidade é pública

O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, também presente, destacou que por trás da polêmica sobre a segurança está uma questão maior, que é a democratização da universidade pública, mais acessível e mais aberta à comunidade. A entidade defende o fim do vestibular e a adoção de outros mecanismos para seleção. Com relação à segurança, Iliescu destacou a importância de se pensar em uma reurbanização do espaço, com maior circulação de pessoas.
“Não é só uma questão de segurança, mas de democratização do espaço, que é público. Esse fato expõe a concepção liberal que vem sendo introduzida na universidade na atual gestão da reitoria. Por isso, a presença da PM, dentro ou fora da universidade, não é sinônimo de segurança”, afirmou Iliescu.

Para o presidente da UEE, Alexandre Cherno, “tudo isso que está ocorrendo dentro da USP vai na contramão da atual política nacional para a juventude. É um momento em que o país avança na questão com políticas e com a aprovação do Estatuto da Juventude”.
Já o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP, que representa todos os estudantes da instituição, destacou que a manifestação de hoje é a expressão da falta de diálogo da reitoria.
“O ato de hoje fortalece o movimento. Com isso, esperamos abrir um diálogo profundo entre a comunidade acadêmica para discutir um novo projeto de universidade com mais ensino, pesquisa e extensão”, declarou João Vitor de Oliveira, um dos integrantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Também estavam presentes na manifestação o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp), a Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp), e movimentos sociais.
Deborah Moreira, da Redação do Vermelho

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=168437&id_secao=8

03/11/2011

A Grécia de Marat?

Filed under: Bancos,Crise Financeira Européia,Gilson Caroni Filho,Grécia — Gilmar Crestani @ 7:53 am
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Gilson Caroni *

"Que querem dizer nas nossas fronteiras esses grupos de emigrados e esses exércitos que avançam para nos apertar em um círculo de ferro? Que fazem os nossos ministros? Por que os bens dos emigrados não são confiscados? E queimadas as suas casas? E postas a prêmio suas cabeças? Nas mãos de quem estão as armas? Na dos traidores. Quem comanda as vossas tropas? Traidores, traidores, traidores por toda a parte. Cuidado! Um grande golpe se prepara, prestes a rebentar. Se não tratarem de evitá-lo com um outro, súbito e mais terrível, adeus povo e adeus liberdade."
O trecho acima foi escrito por Marat, revolucionário jacobino, há mais de dois séculos. Se vivo fosse e estivesse em Atenas, participando da reação contra a ofensiva da lógica financista, creio que o "Amigo do Povo" poderia repetir a advertência. Com algumas diferenças, tragicamente para pior. Os emigrados, em sua nova versão, já estão dentro da fortaleza, como o Marquês de Lafayette no tempo de Luis XVI. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, a chanceler alemã, Angela Merkel, e os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, Herman Van Rompuy e José Manuel Durão Barroso, ameaçam bloquear o sexto lance de ajuda internacional à Grécia, cerca de 8 bilhões de euros, caso o primeiro-ministro George Papandreou não desista de convocar um referendo sobre o plano de resgate financeiro ao país.
O tacão do capital, sob a máscara da social-democracia, metodicamente se esmera em mostrar quais são os limites da esfera pública e da democracia dentro do capitalismo. Nos principais jornais europeus se podem ler informações que, de tão repetidas, se instituem em verdade: a economia grega está arruinada, e pode cair no precipício se permitir que a ação política soberana se manifeste. O povo, em toda a parte, é visto como um desvio indesejável, e como tal deve ser tratado, sob pena de se caminhar rapidamente para a hecatombe social.
O mais sensato é a submissão incondicional a um ajuste fiscal que estabilize a situação. E para estabilizar é necessária uma política fiscal austera, com cortes dos salários dos funcionários públicos, demissões, corte das contribuições sociais e reforma da previdência social. Mais ainda: o importante é enfraquecer o Estado, consolidando o poder de organismos multilaterais, das instituições financeiras e a capacidade de chantagem das agências classificadoras de risco.
Sem respeito aos mais elementares Direitos Humanos, o risco da operação é mínimo. Ela compreende a venda de um país livre de qualquer passivo, na medida em que os trabalhadores, destituídos de sua própria história, devem acreditar que fizeram parte desse plano de "recuperação" e concordaram com a venda. Nunca o capitalismo, como destacou Saul Leblon, foi tão transparente. A taxa de lucro é o critério de verdade.
Os Estados burgueses, mesmo os mais liberais, não permitem o exercício de qualquer tipo de poder que ponha em risco a aceleração de processos acumulativos. Não basta lutar pela ampliação dos direitos democráticos, pela liberdade para todos os poderes políticos, pelo sufrágio universal, apesar da importância que todos estes direitos têm. Ou aprofundamos o pensamento crítico, questionando os fundamentos que alicerçam uma racionalidade econômica estruturalmente falida, ou nossas conquistas oscilarão ao sabor das cotações do mercado. O que está acontecendo na Grécia não é acidental, um ponto fora da curva. É bom retomar a crítica marxista que nos ensinou a localizar a "ilusão liberal", na sua afirmação da independência da sociedade civil – como espaço do livre jogo dos egoísmos – face à ordem política. Não há mais como ignorar a crescente redução desta às articulações do grande capital, ao jogo da dominação e das coerções inevitáveis.
Marat foi apunhalado por Charlotte Corday quando tomava banho. Os sinais que vêm da terra de Péricles são inequívocos. Os girondinos voltaram a encher a banheira.

* É professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

A Grécia de Marat? – Portal Vermelho

Folha: mais uma falha com a história

Filed under: Falha de São Paulo — Gilmar Crestani @ 7:51 am
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Luciano Rezende *

O editorial do jornal Folha de São Paulo, publicado no dia de finados, foi de matar. Pela primeira vez evocaram a dialética para, de forma antidialética, atacar o PCdoB.

Como inimigos da democracia, partem para o insulto e para a desqualificação de um Partido que ousou lutar contra a tal “ditabranda” que eles (família Frias) apoiaram diretamente no Brasil. Liberdade de ideias só da boca para fora e quando os convém, pois jamais deram uma nota de rodapé que fosse para saudar as inúmeras realizações e êxitos alcançados pelo Ministério do Esporte com a colaboração dos comunistas.
Acaso fossem honestos mencionariam ao menos que com o PCdoB à frente da pasta, o país logrou poder sediar os dois mais importantes eventos do planeta (Copa do Mundo e Olimpíadas) afora os jogos Panamericanos ocorridos no Rio. Elogiar o legado que esses eventos representam ao país, com ingresso de divisas imensamente maior ao que o Ministério dispõe, seria pedir demais. Logo eles que, através de seus “calunistas”, tentam incutir na sociedade a ideia de uma estúpida contradição entre eventos esportivos e investimentos em saúde, educação e segurança. Ressente-se de que os governos neoliberais passados foram incapazes até mesmo de promover uma conotação social ao esporte como elemento inclusivo da população.
O editorial defende abertamente a exclusão do PCdoB do governo. Justamente a Folha, que tanto condena o tal “hegemonismo” petista, reclama agora que a pasta do Esporte continue com um aliado histórico. Será que esperavam que Dilma convidasse o PSDB, DEM ou PPS para dar continuidade à exitosa política desportiva inaugurada com Agnelo Queiroz e continuada por Orlando Silva? Outros ministros foram substituídos e nem por isso a Folha cobrou pela troca de partidos, mas com o PCdoB é diferente.
Com o tom provocativo que lhe é peculiar, a Folha afirma que se Orlando fosse inocente não haveria a necessidade de a “presidente Dilma Rousseff tê-lo afastado nem dado posse a Rebelo”. Quanta hipocrisia! Orlando de fato deveria continuar e apenas foi afastado por que a imprensa fez de tudo para derrubá-lo fazendo o uso de todo seu arsenal de calúnias e difamações, podando qualquer mecanismo de julgamento mais imparcial pelos órgãos competentes. Infelizmente o governo cedeu mais uma vez às pressões golpistas e desestabilizadoras da Folha e congêneres.
Mas como lembra o pesquisador Fábio Palácio, não basta atacar o PCdoB no presente. Urge desconstruir seu passado. E é aí que a Folha solta o verbo e discorre sobre a “saga de erros históricos” dos comunistas.
A história da Folha é a das classes dominantes. Nesse roteiro associam o Partido ao “ditador” Stálin e ao “tirano” Mao Tsé-tung. Só faltou dizerem que foi Stálin que ordenou o lançamento das bombas atômicas em civis inocentes no Japão praticamente rendido na segunda Grande Guerra. Desconhecem o fato de que o marxismo não faz política na abstração, mas se baseia na análise científica dos fatos. Publicamente o Partido reconhece abertamente as limitações, equívocos e erros praticados durante os 29 anos em que Stálin esteve à frente da URSS e o faz se nenhum constrangimento.
Ocorre que também não se pode abrir mão de valorizar o extraordinário papel desempenhado pela URSS como principal inimiga do nazifascismo e tampouco é razoável renunciar aos incríveis êxitos alcançados pela URSS nos campos social, tecnológico, econômico, cultural, desportivo etc.
Hoje, embora a Folha seja incapaz de noticiar, a Rússia capitalista do primeiro-ministro “democrata” Vladimir Putin é a primeira no mundo no número de doenças psiquiátricas, no número de suicídios entre pessoas da terceira idade, no número de suicídios entre crianças e adolescentes, no número de crianças abandonadas pelos seus pais, no número de abortos e de mortalidade materna, no número de divórcios e de filhos nascidos fora do casamento, no consumo de bebidas alcoólicas e na venda de álcool de alta gradação, no número de mortes em consequência do consumo de álcool e do tabaco (na Europa), no consumo de tabaco, no número de crianças que fumam, no crescimento do número de fumantes, no número de mortes ocasionadas por doenças cardiovasculares, no número de acidentes de trânsito, no número de catástrofes aéreas (segundo dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo – IATA – o número de acidentes aéreos na Rússia supera em 13 vezes a média mundial). A Rússia capitalista hoje detém o primeiro lugar em perda absoluta de população, o primeiro lugar em relação à taxa de crescimento de multimilionários, o primeiro lugar em importação de automóveis da China e em importação de carne de canguru da Austrália, o primeiro posto em volume de gás desperdiçado (são queimados sem nenhum proveito mais de 50 bilhões de metros cúbicos de gás), o primeiro lugar em reservas de sal – sendo que quase a metade do sal consumido na alimentação é importado – e também é o primeiro lugar no número de exportação de escravos para o mercado de tráfico humano internacional. Nenhum país socialista apresenta esses índices.
O editorial continua seus ataques aos comunistas considerando como “delírio revolucionário” a opção do PCdoB por resistir à ditadura militar nas matas do Araguaia. Normal, pois não tiveram o prazer de ver suas kombis carregadas de comunistas do PCdoB para o DOI-CODI.
Não pertence à história do PCdoB o apoio a ditaduras. Esse é o papel reservado aos que defendem, por meio de suas penas, as guerras e intervenções externas tais como ocorrem agora na Líbia, Afeganistão e Iraque.
Se a Folha tem vergonha de sua história, os comunistas jamais renunciarão ao seu passado. O PCdoB valoriza sua épica existência de quase nove décadas sem nenhuma reserva em se fazer abertamente a autocrítica de seus erros, que certamente ocorreram e ocorrerão. Mas jamais se penitenciará pelo fato de ter traído a confiança do povo brasileiro.
Se no passado os comunistas foram levados a pegar em armas e se embrenharem nas matas do Araguaia oferecendo suas vidas em defesa da democracia, hoje o posto de luta que muitos comunistas são chamados é no governo da presidente Dilma para fazer avançar as conquistas progressistas. Isso não é trocar “ideologia por migalhas”, mas reforçar a ideologia em uma nova trincheira de lutas que se apresenta. E é justamente isso que a Folha teme.

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Folha: mais uma falha com a história – Portal Vermelho

31/10/2011

Gabeira, do crochê ao cocho

Filed under: Colonista,Estado de Direito,Fernando Gabeira,Presunção de Inocência — Gilmar Crestani @ 9:21 am
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De Fernando em Fernando, o Brasil vai afundando: Collor, Cardoso, Gabeira…

gabeiraBertolino: Fernando Gabeira, porta-voz do golpismo midiático

Assacador, ele se aproveita da situação para atingir, com uma tacada só, o PCdoB, Lula e o governo. O centro da perfídia consiste em deslegitimar a presença dos comunistas em postos importantes do governo. Em bom português: anticomunismo rasteiro e golpismo refinado, embrulhados em moralismos estridentes e ocos. De resto, um expediente generalizado dos clãs midiáticos. As mesmas faces conhecidas de golpismos passados, tangendo velhíssimos ideais.
Por Osvaldo Bertolino, Portal Grabois*

Na onda anticomunista levantada pela mídia contra o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o que não faltam são teorias sem fatos. Falta, portanto, a matéria-prima indispensável a qualquer informação que se preze. No particular palco da mídia, onde uma combinação de interesses de certas correntes político-ideológicas e dos grupos que controlam a circulação de informações no país com mão de ferro gosta de encenar seus atos, desfilam figuras que despejam nos jornais, rádios, TVs e internet amontoados de invectivas, meias-verdades e mentiras deslavadas.
Às favas o Estado de Direito
Um exemplo é Fernando Gabeira, que pode ser destacado por sua presença ostensiva nas trincheiras da direita no curso dos debates travados desde que Luís Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da República em 2002. Agora articulista do jornal O Estado de S. Paulo,
Gabeira escreve, na edição da sexta-feira (28), artigo atacando o PCdoB com virulência. Utiliza a desmoralizada falácia da “antirrepublicana” causa do “direito de aparelhar a máquina do Estado” como base de sua argumentação e se apega a uma farsa já desmontada pelos fatos.
Segundo ele, “querer provas de que um dinheiro foi entregue na garagem” é uma questão irrelevante. Com essa tese, Gabeira demonstra ser um republicano de fachada.
Em outro trecho, ele diz que “não somos uma República bananeira” e que “também não podemos ser uma República de laranjas”. O que não podemos mesmo é ser uma República autoritária, que inverte o pressuposto do Estado de Direito de presunção da inocência. Gabeira, ao defender seu moralismo tacanho, resvala para a defesa de atos discricionários. Endossa um disparate que o jornal O Estado de S. Paulo tem defendido – o de que o sagrado princípio da presunção da inocência não deve valer para os “políticos”. Esse conceito arbitrário é inaceitável. O Estado de Direito é um produto da civilização e, ao mesmo tempo, mecanismo político que a garante.
Ataque ao PCdoB visa imobilizar governo Dilma
Gabeira também envereda pela senda do golpismo ao argumentar que “a sucessão de denúncias é apenas o trabalho da máquina profissional na coleta de dados”. Com o surrado tom presunçoso da mídia, diz que “sem ela a população ficaria mais indefesa diante dos governos”. Repórteres estariam trabalhando “dia e noite para elucidar a passagem do PCdoB pelo Ministério do Esporte”. É uma visão romanesca, falsamente pueril e hipócrita à raiz dos cabelos.
Qualquer pessoa medianamente informada sabe que a mídia, controlada por monopólios, se pauta por sua índole golpista, de olho na sucessão de 2014 para impedir a reeleição deste governo popular e democrático. Essa ação orquestrada no linchamento de Orlando Silva e do PCdoB é, talvez, a maior evidência surgida até agora de que o processo sucessório da presidente Dilma Rousseff já está em pleno andamento. Já que não conseguiram impedir a eleição de Dilma, tentam obstruir e desestabilizar seu governo.
Anticomunismo
Diz ele que em época de Copa do mundo e de Olimpíadas teria sido um erro manter o PCdoB no Ministério do Esporte. O primeiro motivo seriam as calúnias lançadas por um farsante que já foi preso por corrupção. Como já vimos em “A República” de Gabeira a acusação, mesmo sem prova alguma, já é bastante para se condenar uma pessoa. O outro motivo é apresentado de forma enrustida. Para Gabeira, o PCdoB é “um partido associado, no imaginário internacional, ao século passado”. Segundo ele, então, manter os comunistas no Ministério “abriria um grande flanco externo”. Todavia, o “flanco externo” não deriva do anticomunismo que Gabeira professa.
À frente do Ministério do Esporte, Orlando Silva, com respaldo da presidente Dilma Rousseff, lutou com todas as forças para enfrentar a Fifa e defender os interesses nacionais. Segundo Gabeira, a Copa do Mundo representa um investimento alto. Seu êxito se mede pela eficácia na realização dos jogos, pelo legado de infraestrutura e também pela projeção do prestígio do país. Tudo isso ficaria melhor sob controle externo ou nas mãos de gente sem compromissos com a causa nacional, com os interesses do povo brasileiro. Com seu anticomunismo velhaco, Gabeira se apresenta como porta-voz do entreguismo.
Com ares professorais – a rigor, autoritários –, Gabeira também ironiza o apoio do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva à resistência do PCdoB e tenta dar lição sobre a ação dos comunistas. “Existem exceções de homens e mulheres que enfrentaram a ventania de peito aberto e não foram arrastados por ela. Todos eles, entretanto, têm um ponto em comum: a defesa de uma grande causa”, escreve. Não é preciso muito esforço para constatar que o PCdoB está chegando aos 90 anos, enfrentando ventos e trovoadas, golpes e ditaduras, exatamente por defender uma grande causa: o fortalecimento da nação e o socialismo.
Assacador, ele se aproveita da situação para atingir, com uma tacada só, o PCdoB, Lula e o governo. O centro da perfídia consiste em deslegitimar a presença dos comunistas em postos importantes do governo. Em bom português: anticomunismo rasteiro e golpismo refinado, embrulhados em moralismos estridentes e ocos. De resto, um expediente generalizado dos clãs midiáticos. São as mesmas faces conhecidas de golpismos do passado, tangendo os mesmos velhíssimos ideais.
Norte definido
O PCdoB tem em suas práticas o critério supremo da verdade. Práticas que o conduziram pela história para ser, com moral, uma das forças que sustentam o governo neste momento de ascensão social, de ampliação da democracia e de melhorias nos índices econômicos no país. Foi um dos arquitetos do movimento progressista que surgiu nas eleições de 1989 e foi se ampliando, até as vitórias de 2002, 2006 e 2010. Durante as administrações do presidente Lula, o Partido, à frente do Ministério do Esporte, desenvolveu ações que em muito contribuíram para os êxitos que estão a vista de todos.
Pode, portanto, falar com altivez que é uma das forças políticas do país credenciada para impulsionar ainda mais o governo no rumo das mudanças historicamente reclamadas pelo povo. Como tem dito com frequência, o PCdoB vê o atual estágio da sociedade brasileira como um passo importante no caminho de realizações maiores, de projetos mais avançados – uma importante etapa na caminhada rumo ao socialismo.
É, portanto, uma organização política com norte bem definido, com projetos claros, expressos em seu programa socialista. O Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, centro gravitacional de sua política, é um instrumento que faz do Partido uma autoridade com respeitabilidade na sociedade, alicerçada em sua história de defesa da nação, da construção da democracia e do impulso ao progresso social.
Vazio de fatos
Que ninguém se iluda – o verniz de luta política esconde, no fundo, uma feroz batalha ideológica. O Brasil conhece bem, e há muitos anos, a situação de ter dentro de si diversos países diferentes convivendo ao mesmo tempo. O Brasil dos conservadores pensa que pode vencer pelo choque, pelo cansaço do prolixo.
Podemos, nesse vazio de fatos e profusão de invencionices, recorrer às palavras do Padre Vieira, no Sermão da Sexagésima. Lá se diz: “As razões não hão de ser enxertadas, hão de ser nascidas. O pregar não é recitar. As razões próprias nascem do entendimento, as alheias vão pegadas à memória, e os homens não se convencem pela memória, senão pelo entendimento. (…) O que sai da boca, para nos ouvidos, o que nasce do juízo, penetra e convence o entendimento.”
* é editor do Portal Grabois

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=167495&id_secao=6

O PAN de Guadalajara por Fidel Castro

Filed under: Cuba,Fidel Castro,PAN de Guadalajara — Gilmar Crestani @ 9:14 am
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Fidel Castro: A façanha de Guadalajara

Faço um breve recesso em minhas análises políticas para dedicar este espaço à façanha dos atletas cubanos nos 16º Jogos Desportivos Pan-Americanos.
Por Fidel Castro, em Cubadebate

Os Jogos Olímpicos e as competições desportivas internacionais que giram em torno deles, e despertam tanto interesse em bilhões de pessoas, têm uma bela história que não deveria deixar de ser recordada.
O aporte do criador dos Jogos Olímpicos foi especialmente nítido, mais ainda do que o de Nobel, que em uma etapa de sua vida, buscando criar um meio mais eficaz de produção, produziu o explosivo com cujos frutos econômicos os designados para cumprir sua vontade em favor da paz igualmente premiam um cientista ou escritor brilhante, como o chefe de um império que ordena o assassinato de um adversário na presença de sua família, o bombardeio de uma tribo no centro da Ásia ou de um pequeno país independente do norte da África, e o exterminio de seus órgãos de comando.
O Barão Pierre de Coubertin foi o criador dos Jogos Olímpicos modernos; de origem aristocrática, nascido na França, país capitalista onde um camponês, um operário ou um artesão não tinham naquela sociedade nenhuma possibilidade de empreender essa tarefa.
Desatendendo os desejos de sua familia, que queria fazer dele um oficial do exército, rompeu com a Academia Militar e se dedicou à pedagogía. De certa forma, sua vida recorda a de Darwin, descobridor das leis da Evolução Natural. Coubertin se converte em discípulo de um pastor anglicano, funda a primeira revista dedicada ao esporte e consegue que o governo francês a inclua na Exposição Universal de 1889.
Começa a sonhar com reunir em uma competição desportistas de todos os países sob o princípio da união e da irmandade, sem fins lucrativos e impulsionados somente pelo desejo de alcançar a glória.
Suas ideias inicialmente não foram muito compreendidas, porém persistiu, viajou pelo mundo falando de paz e união entre os povos e os seres humanos.
Finalmente, o Congresso Internacional de Educação Física, celebrado em Paris em junho de 1894, criou os Jogos Olímpicos.
A ideia encontrou resistência e incompreensão na Inglaterra, a principal potência colonial; o boicote da Alemanha, poderoso império rival; e inclusive a oposição de Atenas, cidade escolhida para a primeira Olimpíada.
Pierre de Coubertin conseguiu comprometer imperadores, reis e governos da Europa com seus incansáveis esforços e seu talento diplomático.
O principal foi, a meu juízo, a profundidade e a nobreza de suas ideias que ganharam o apoio dos povos do mundo.
Em 24 de março de 1896, o Rei da Grécia, pela primeira vez, declarou abertos os Primeiros Jogos Olímpicos Internacionais de Atenas, há 115 anos.
Duas destrutivas e demolidoras guerras ocorreram desde então, ambas originadas na Europa, as quais custaram ao mundo dezenas de milhões de pessoas mortas nos combates, e às quais se somaram os civis mortos nos bombardeios e pela fome e as enfermidades que vieram depois. A paz não está garantida. O que se sabe é que em uma nova guerra mundial as armas modernas poderiam destruir várias vezes a humanidade.
É à luz destas realidades que tanto admiro a conduta de nossos desportistas.
O mais importante do movimento olímpico é a concepção do esporte como instrumento de educação, saúde e amizade entre os povos; um antídoto real a vícios como as drogas, o consumo de tabacos, o abuso de bebidas alcoólicas, e os atos de violência que tanto afetam a sociedade humana.
Pela mente do fundador do olimpismo não passava a ideia do esporte tarifado nem o mercado de atletas. Esse foi também o nobre objetivo da Revolução cubana, o que implicava o dever de promover tanto o esporte como a saúde, a educação, a ciência, a cultura e a arte, que foram sempre princípios irrenunciáveis da Revolução.
Mas não só isto, nosso país promoveu a prática desportiva e a formação de treinadores nos países do Terceiro Mundo que lutavam por seu desenvolvimento. Uma Escola Internacional de Educação Física e Desportos funciona em nossa Pária há muitos anos, e nela se formaram numerosos treinadores que desempenham com eficiência suas funções em países que às vezes competem em importantes esportes com nossos próprios atletas.
Milhares de especialistas cubanos prestaram seus serviços como treinadores e técnicos desportivos em muitos países do chamado Terceiro Mundo.
É no marco desses princípios aplicados durante dezenas de anos que nosso povo se sente orgulhoso das medalhas que seus atletas obtêm nas competições internacionais.
As transnacionais do esporte tarifado deixaram muito para trás os sonhos do criador do olimpismo.
Valendo-se do prestígio criado pelas competições desportivas, excelentes atletas, a maioria deles nascidos em países pobres da África e da América Latina, são comprados e vendidos no mercado internacional por aquelas empresas, e só em poucas ocasiões se permite que eles joguem nas equipes de seu próprio país, onde foram promovidos como atletas prestigiosos por seus esforços pessoais e sua própria qualidade.
Nosso povo, austero e sacrificado, teve que se enfrentar com as garras desses vendedores ambulantes do esporte comercial que oferecem fabulosas somas a nossos atletas e em determinadas ocasiões privam o povo de sua presença com esses grosseiros atos de pirataria.
Como aficcionado ao esporte, muitas vezes conversei com os mais destacados, e por isso nesta ocasião me comprazia muito ver pela televisão os êxitos esportivos de nossa delegação e seu regresso vitorioso à Pátria, procedente de Guadalajara, onde os Estados Unidos, apesar de possuir aproximadamente 27 vezes mais habitantes que Cuba, só obteve 1,58 vezes mais títulos e as correspondentes medalhas de ouro que Cuba, a qual alcançou 58.
O Brasil, com mais de 200 milhões de habitantes, obteve 48.
O México, com mais de 100, obteve 42.
O Canadá, um país rico e desenvolvido, com 34 milhões de habitantes, obteve apenas 29.
O número total de medalhas de ouro, prata e bronze alcançadas por Cuba foi proporcional ao número de títulos mencionados.
Não poucos de nossos jovenes atletas tiveram êxitos verdadeiramente surpreendentes.
Apesar das vitórias, que orgulham nosso povo, temos o dever de seguir superando-nos.
Fidel Castro Ruz
30 de outubro de 2011
22h11
Fonte: Cubadebate

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=167515&id_secao=7

29/10/2011

O Cérbero da Globo

Filed under: Arnaldo Jabor,Grupos Mafiomidiáticos,Racismo,Rede Globo de Corrupção — Gilmar Crestani @ 9:43 am
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Arnaldo, o Jabor, é atiçado contra a esquerda sempre que a Rede Globo de Corrupção precisa atacar para se defender. Foi ele que num regabofe no Instituto Millenium destilou todo seu ódio acumulado proclamando a extinção da velha esquerda. Eppur si muove

Jabor destila racismo contra Orlando e é rechaçado no Twitter

Em comentário na Rádio CBN, na última quinta (27), o cineasta e jornalista Arnaldo Jabor destilou todo o seu preconceito e anticomunismo ao comemorar a saída de Orlando Silva do Ministério do Esporte. "Finalmente, o Orlando Silva caiu do galho”, disse Jabor, ao iniciar sua fala na rádio. Além de associar, indiretamente, o ex-ministro a um “macaco”, o que se segue é uma saraivada de xingamentos gratuitos e raivosos contra Orlando, o PCdoB e a UNE. As declarações geraram reação nas mídias sociais.

Utilizando-se de toda a teatralidade de que é capaz, o comentarista da ultradireita esculhamba não só com a sigla comunista, mas joga todos os partidos na vala comum da corrupção, discurso muito comum entres os que tentam desacreditar a política e os políticos.
Mas é contra o PCdoB que ele centra fogo. Jabor não só reforça o coro da mídia como um todo – que tem alimentado o noticiário com denúncias a respeito das quais não há nenhuma prova sequer – como toma como verdade as acusações que nem chegaram a ser investigadas. E passa dos limites, ao agredir até o falecido líder comunista João Amazonas, classificando-lhe como um "delirante maoista".
Com sua metralhadora de adjetivos desabonadores, dispara também contra a UNE. Numa demonstração de completa neurastenia, ele chama jovens de "malandros" e "oportuinistas", depois os acusa de desviariam dinheiro.
O comentário provocou reação. Nas redes sociais, até a noite desta sexta (28), crescia o movimento em repúdio ao jornalista, que desrespeita as principais regras da profissão. Com a hastag #ArnaldoJaborRacista, os internautas defenderam o PCdoB e cobravam um processo contra Jabor por racismo.
"Espero uma atitude imediata da justiça pq no Brasil Racismo é crime inafiançável #ArnaldoJaborRacista", postou a tuiteira @Marianna_UFRN . O presidente da Ubes, Yann Evanovick, também rebateu, em sua conta no twitter @YannUbes: "Jabor no Brasil de hoje representa o que tem de pior na sociedade. Isso é para os que acreditam que no Brasil não tem mais racismo. #vergonha".
Até a ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Maria do Rosário, criticou o comentarista no microblog. "Quero repudiar veementemente a declaração racista do Arnaldo Jabor sobre o ex-ministro Orlando Silva. Isso é inaceitável!", escreveu.
A entidade do movimento negro Unegro anunciou que lançará manifesto de repúdio às declarações de Arnaldo Jabor e exigindo sua imediata demissão, além de uma investigação do Ministério Público por crime de racismo.
Da Redação

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=167446&id_secao=6

Quem está na Folha… da CIA?

 

As relações perigosas entre Tio Sam e picaretas do PIG

Três notórios medalhões da mídia golpista, um âncora da TV Globo, William Waack, o jornalista da Folha de São Paulo, Fernando Rodrigues, e o ex-colunista de Veja, Diogo Mainardi, foram apontados em recentes documentos divulgados pelo site Wikileaks como informantes do governo dos Estados Unidos.


O âncara da Globo, anticomunista de carteirinha, é amigo e informante do Tio Sam
A revelação não chega a surpreender observadores que possuem espírito crítico e não se deixam enganar pelas falsas aparências transmitidas na telinha e nos poderosos meios de comunicação monopolizados por uma meia dúzia de famílias capitalistas.

Mentiras grosseiras

William Waack, que gosta de se apresentar como intelectual sereno e sábio no programa Globo News Painel, onde costuma atravessar o samba dos entrevistados, é um raivoso anticomunista. Chegou a escrever um livro (intitulado “Camaradas”) carregado de insultos e calúnias contra Luiz Carlos Prestes, líder da Coluna Prestes.
No texto, com muita empáfia, conforme notou João Quartim de Morais, professor de filosofia da Unicamp e autor de preciosos estudos sobre a história brasileira, “Waack pretende confirmar, em versão civilizada e expurgada das mentiras grosseiras incorporadas pela polícia do Estado Novo à ´história oficial´ da ´Intentona´, a principal acusação contra Prestes e seus camaradas: a de que agiram por ordem e a serviço de Moscou. Talvez sua pretensão de abalar mitos e carreiras tenha se alimentado mais do caráter probatório dos documentos que exibe do que da descoberta de algum fato substancial”.
Quartim de Morais escreveu um artigo desmascarando as mentiras e contradições a que o funcionário da família Marinha é conduzido pelo ódio anticomunista, onde conclui: “Custa-nos ser indelicados, mas se comprarmos o livro de Waack pelo que ele vale e lograrmos vendê-lo pelo que ele apregoa que vale, faremos um excelente negócio”.

Comentários apimentados

Waack passou a ser alvo de comentários apimentados nas redes sociais após a publicação dos documentos que o identificam como um informante da Casa Branca com forte influência política no Brasil.
O site de notícias "JB online" confirmou parte das versões com a jornalista Natalia Viana, que é responsável pelo espaço da Wikileaks no Brasil. Segundo a repórter investigativa, Waack chega a ser citado por três vezes como informante da Casa Branca. Dois dos documentos em que constam o nome do jornalista global foram considerados como "confidenciais".
Casamento ideológico
Em uma das passagens, é relatada a visita de um porta-aviões dos Estados Unidos em maio de 2008. O documento emitido informa que a Embaixada Americana havia classificado a repercussão do evento na mídia como "positiva", e cita diretamente o nome de William Waack como tendo ajudado a evidenciar o lado positivo que existe nas relações entre o Brasil e os Estados Unidos durante suas reportagens para o jornal "O Globo". Não é de admirar o casamento ideológico e a fusão de interesses entre o jornalista e o imperialismo. Resta saber quanto ele recebeu pelos bons serviços prestados ao império.
Em um segundo documento, as eleições presidenciais de 2011 são o destaque. No caso, em fevereiro de 2010 o âncora da Globo teria informado aos norte-americanos que, após um fórum econômico em São Paulo, havia tido a impressão de que Ciro Gomes era o mais preparado entre os candidatos, José Serra era "claramente competente" enquanto Dilma teria sido vista como incoerente.

Confundindo desejo e realidade

O terceiro documento apresentado teria registrado um erro de previsão feita por Waack. Nele constaria que em agosto de 2009, o jornalista manteve contatos com funcionários da Casa Branca, aos quais teria apontado que Serra e Aécio Neves tinham concordado em apresentar uma candidatura para presidente e vice, respectivamente. O fato não aconteceu. O jornalista, muito chegado a manipulações, confundiu seus desejos tucanos com a realidade. Na época, Aécio chegou a tentar concorrer como presidente pelo PSDB, mas terminou como candidato ao Senado por Minas Gerais e deixou o Zé Serra caminhar para o cadafalso sozinho.
Em uma publicação de outubro de 2010, pela coluna Wikileaks, Natalia Viana já havia escrito sobre as informações de Waack consideradas pela inteligência dos Estados Unidos. No texto, a repórter afirma que a conselheira Lisa Kubiske alertava o governo norte-americano sobre as tendências no Brasil a partir de análises de jornalistas brasileiros.

Rodrigues, da Folha: confidente da Casa Branca

Nos documentos vazados pelo Wikileaks, o jornalista Fernando Rodrigues, colunista da Folha de S. Paulo, também aparece como informante, em encontro na embaixada dos EUA. Rodrigues, outro direitista de marca maior, evitou comentar a denúncia no site que mantém no Uol, onde por coincidência postou nesta sexta (28) apenas uma entrevista com o embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, em que o diplomata estadunidense critica o Wikileaks por estar revelando informações embaraçosas para Washington e seus testas de ferro pelo mundo.
Numa conversa de 2006, Rodrigues teve um encontro com representantes da embaixada americana, e disse entre as quatro paredes que o TCU (Tribunal de Contas da União) era aparelhado politicamente pelos demo-tucanos e tinha relatórios feitos para usar como batalha partidária da oposição contra o governo.
Disse que o tribunal faz análises não confiáveis e seus noves ministros são geralmente ex-senadores ou ex-deputados escolhidos por seus colegas para atuarem partidariamente. Rodrigues citou nominalmente o ministro Aroldo Cedraz, a quem classificou como “carlista” – ligado ao finado Antonio Carlos Magalhães.
De acordo com os documentos, Rodrigues também fazia análises políticas para a embaixada americana e avaliou o cenário da Câmara em 2006, que teve como oponentes Arlindo Chinaglia, do PT, e Aldo Rebelo, do PCdoB. Rodrigues disse que, se Aldo perdesse, ganharia com


Diogo Mainardi

Outro jornalista citado pelo Wikileaks é ex-colunista da Veja, hoje comentarista do programa Manhattan Connection, da Globo News, Diogo Mainardi, uma figura bizarra e medíocre que morre de amores pelo império e vive a vomitar bobagens anticomunistas, aparece antecipando informações de sua coluna para os americanos num "almoço reservado". Ele também andou exercendo as funções de guarda costas do controvertido banqueiro Daniel Dantas.
Waack, Rodrigues e Mainardi são três exemplares típicos da mídia que o jornalista Paulo Henrique Amorim apelidou com muita propriedade de Partido da Imprensa Golpista (PIB). Em seus textos e comentários destilam a ideologia reacionária e tacanha da direita brasileira, antinacional, antipopular e vassala do império. As relações entre o PIG e a CIA, sugeridas pelo Wikileaks, não chegam a ser surpreendentes, mas contribuem para elucidar o verdadeiro caráter dos monopólios midiáticos e evidenciar a subserviência da direita brasileira em relação a Washington. São relações inegavelmente perigosas para os interesses nacionais, que devem ser reveladas, denunciadas e combatidas.
Cobrança
Embora o jornalista Fernando Rodrigues tenha evitado abordar a embaraçosa revelação do Wikileaks, leitores e leitoras de seu blog na Uol não pouparam comentários bem humorados, mas críticos, que o Vermelho reproduz abaixo.

[Canena] [Rio de Janeiro]
Mas por que fernando rodrigues afirma que o tribunal de contas está aparelhado pelos DEMOS TUCANOS e que não é isento para a embaixada americana MAS não para os leitores do Brasil?
28/10/2011 17:20
[Chico Maciel] [São Paulo, SP]
E aí, Fernando Rodrigues? Vai colocar as conversas que teve com o embaixador em 2006, seu traíra?
28/10/2011 17:14
[Claudia] [São Paulo]
Caro, o sr está sendo acusado pelo Wikileaks, através do jornal o dia de ter feito "avaliações" para a embaida americana na eleições 2010. E aí? São só os políticos da "SITUAÇÂO" que precisam se explicar?
28/10/2011 17:02
[Angelo Damasceno] [SP]
Vai Fernandão!!! Cadê a Democracia tão propagada por vocês da Folha?!? Libere os comentários!!! Talvez tenham alguns bacanas parabenizando você por ser X9 americano. Agora eu entendo como você consegue essas facilidades de ter entrevistas com o embaixador americano e etc. Tudo gente da "famiglia" O wikileaks pegou você em cheio e a sua mascará caiu!!!
28/10/2011 16:44
[Felipe Ribeiro do Lago] [São Paulo – SP, Brasil]
É diretamente a esse senhor que o blogueiro repassa suas análises políticas feitas sob encomenda da Embaixada dos EUA, tal como revelado no Wikileaks?
28/10/2011 16:18
[ferdinand] [florianópolis]
Quer dizer que o "nobre comentarista" é um belo de um fofoqueiro…rs…isto é democracia!! Bolsa Harvard é chique!!!!
28/10/2011 15:55
[Lucas Rimet] [Recife]
Prezado Fernando Rodrigues Eu estou desempregado e ouvi dizer que a Embaixada Americana está pagando bem para agente ser um X-9 deles, como você e o William Waack tem experiência no ramo, gostaria de saber como encominhar o meu currículo e qual a remuneração. Agradeço a tua atenção ao meu pedido.
28/10/2011 15:54
[Sérgio Luís Aguiar] [Campinas-SP]
Prezado Sr. Fernando Rodrigues Gostaria de saber o que o Sr. tem a dizer sobre as notícias ligas à sua pessoa quanto a ser informante da Embaixada do USA, conforme blog conforme Afiada do Jornalista Paulo Henrique Amorim
28/10/2011 14:22
[Marcos] [Fortaleza, CE]
Você vai comentar sobre o telegrama que o Wikileaks vazou onde consta você, Fernando Rodrigues, como informante do Governo Americando?
28/10/2011 11:38
[Joao Barbosa] [SP]
E aí traíra!!! Servindo ao governo americano, né?! Que papelão hein!?! Depois você quer vir aqui passar recibo de honesto. O wikileaks pegou você bonitão: http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2011/10/wikileaks-mostra-fernando-rodrigues.html
28/10/2011 10:49
[Otavinho PIG] [SP]
Wikileaks mostra Fernando Rodrigues como informante dos EUA Nos documentos vazados pelo Wikileaks, o jornalista Fernando Rodrigues, colunista da Folha de S. Paulo, também aparece como informante, em encontro na embaixada dos EUA. Numa conversa de 2006, Rodrigues teve um encontro com representantes da embaixada americana, e disse entre as quatro paredes que o TCU (Tribunal de Contas da União) era aparelhado politicamente pelos demo-tucanos, e tinha relatórios feitos para usar como batalha partidária da oposição contra o governo. Disse que o tribunal faz análises não confiáveis e seus noves ministros são geralmente ex-senadores ou ex-deputados escolhidos por seus colegas para atuarem partidariamente. Rodrigues citou nominalmente o ministro Aroldo Cedraz, a quem classificou como “carlista” – ligado ao finado Antonio Carlos Magalhães. De acordo com os documentos, Rodrigues também fazia análises políticas para a embaixada americana e avaliou o cenário da Câmara em 2006, que tev
28/10/2011 09:31
[Fernando Cinico Tucano] [DF]
Wikileaks mostra Fernando Rodrigues como informante dos EUA Nos documentos vazados pelo Wikileaks, o jornalista Fernando Rodrigues, colunista da Folha de S. Paulo, também aparece como informante, em encontro na embaixada dos EUA. Numa conversa de 2006, Rodrigues teve um encontro com representantes da embaixada americana, e disse entre as quatro paredes que o TCU (Tribunal de Contas da União) era aparelhado politicamente pelos demo-tucanos, e tinha relatórios feitos para usar como batalha partidária da oposição contra o governo. Disse que o tribunal faz análises não confiáveis e seus noves ministros são geralmente ex-senadores ou ex-deputados escolhidos por seus colegas para atuarem partidariamente. Rodrigues citou nominalmente o ministro Aroldo Cedraz, a quem classificou como “carlista” – ligado ao finado Antonio Carlos Magalhães. De acordo com os documentos, Rodrigues também fazia análises políticas para a embaixada americana e avaliou o cenário da Câmara em 2006, que tev
28/10/2011 09:03
[graciliano] [taubaté sp]
Caro Fernando, vc trabalhava de graça ou ganhava uns dólares para ser informante dos EUA? Seja sincero.


Da Redação, com agências

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=167443&id_secao=6

28/10/2011

Serviçais

Filed under: CIA,Rede Globo de Corrupção,WikiLeaks,Wiliam Waack — Gilmar Crestani @ 9:07 am
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Wikileaks aponta Wiliam Waack como informante do governo dos EUA

O repórter William Waack, da Rede Globo de Televisão, foi apontado como informante do governo norte-americano, segundo post do blog Brasil que Vai – que citou documentos sigilosos trazidos a público pelo site Wikileaks há pouco menos de dois meses. De acordo com o texto, Waack foi indicado por membros do governo dos EUA para “sustentar posições na mídia brasileira afinadas com as grandes linhas da política externa americana”.

Por essa razão, ainda segundo o texto, é que se sentiu à vontade para protagonizar insólitos episódios na programação que conduz, nos quais não faltaram sequer palavrões dirigidos a autoridades do governo brasileiro.
O post informa ainda que a política externa brasileira tem “novas orientações” que “não mais se coadunam nem com os interesses estadunidenses, que se preocupam com o cosmopolitismo nacional, nem com os do Estado de Israel, influente no ‘stablishment’ norte-americano”. Por isso, o Departamento de Estado dos EUA “buscou fincar estacas nos meios de comunicação especializados em política internacional do Brasil” – no que seria um caso de “infiltração da CIA [a agência norte-americana de inteligência] nas instituições do país”.
O post do blog afirma ainda que os documentos divulgados pelo Wikileaks de encontros regulares de Waack com o embaixador do EUA no Brasil e com autoridades do Departamento de Estado e da Embaixada de Israel “mostram que sua atuação atende a outro comando que não aquele instalado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro”.
Fonte: R7

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=167336&id_secao=6

Os informantes de embaixadas

Enviado por luisnassif, sex, 28/10/2011 – 07:49

Não estou entendendo o alarde em torno de conversas de diplomatas com jornalistas.

Trata-se de exercicio trivial dos diplomatas, conversar com jornalistas, políticos, intelectuais, sindicalistas e reportar para seu Ministério.

Quando a notícia foi divulgada, no ano passado, a única coisa que me chamou a atenção foi o fato de terem consultado o Diogo Mainardi. Era prova de que a embaixada não sabia diferenciar jornalismo de parajornalismo de show.

Quanto aos demais jornalistas, as consultas são absolutamente normais. A embaixada norte-americana faz isso, assim como a chinesa e todas as demais.

Eu mesmo, em 1994, logo após as eleições, fui convidado para almoçar com o então embaxador norte-americano, que queria saber minha opinião sobre o futuro presidente. Disse-lhe que, pelo exemplo à frente da Fazenda, considerava que FHC faria um governo fraco, lento, titubeante, porque não me parecia ter nem determinação nem vontade de comandar grandes transformações, a não ser aquelas já em curso – privatização, por exemplo.

Para minha surpresa, o embaixador me disse que era a mesma opinião do Departamento de Estado.

O único senão, nas atuais conversas, foi a falta de discernimento dos diplomatas, de não se darem conta de que o clima de intensa polarização do debate político fazia com que muitos analistas atropelassem completamente os fatos para emitir opiniões enviesadas. Houve quem prognosticasse com a maior segurança do mundo o fim do kirchenerismo, com a morte do presidente Nestor.

Não souberam distinguir o discurso de propaganda da opinião técnica.

Os informantes de embaixadas | Brasilianas.Org

25/10/2011

E o que o PT faz para mudar?

Filed under: A$$oCIAdos,Elói Pietá,Instituto Millenium,PIG — Gilmar Crestani @ 9:17 am
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Pietá: Significados da campanha da mídia para derrubar ministros

A denúncia passou a ser sua arma política poderosa, que incide sobre o maior capital eleitoral dos políticos ou dos partidos, que é a sua reputação.
Por Elói Pietá*

A recente campanha das grandes empresas de mídia para derrubar ministros no primeiro ano do governo Dilma é mais uma demonstração de que elas são fortes agentes autonomeados da política. Isso vem de uma longa tradição.
Quando da campanha para derrubar Getúlio Vargas, que terminou no seu suicídio, os grandes órgãos da imprensa brasileira atacavam sistematicamente o seu governo, exceto o jornal Última Hora. Batalha semelhante foi travada nos episódios que resultaram na deposição de João Goulart.
Nas campanhas presidenciais recentes todos são testemunhas da parcialidade da grande mídia. O episódio mais lembrado ocorreu em 1989, quando após o último debate entre Collor e Lula, na véspera do segundo turno da eleição, a TV Globo editou as cenas do debate a favor de Collor. Três anos depois, a mesma mídia que ajudou a elegê-lo teve papel decisivo para derrubá-lo. Tais campanhas políticas foram de grande importância, seja na mudança de governos, e, portanto, na mudança das políticas governamentais, seja até na instalação da ditadura militar.
Em 2005 e 2006 ficou evidente o enorme esforço desta grande mídia para impedir a reeleição do presidente Lula, e, em consequência, para mudar a política econômica e voltar às políticas neoliberais que elas apoiavam e que tinham sido derrotadas pelo voto popular.
Como se vê, há na vida nacional uma espécie oculta de organizações partidárias sob o manto de denominações de TVs, rádios, jornais, revistas, que são comandadas por poderosos grupos privados, que detêm a propriedade cruzada de diversos meios de comunicação de massa, exercendo uma enorme influência midiática em todas as regiões do país.
A denúncia passou a ser sua arma política poderosa, que incide sobre o maior capital eleitoral dos políticos ou dos partidos, que é a sua reputação. A grande mídia destrói liminarmente este capital. Ela parte da presunção de culpa, ao contrário do princípio constitucional de presunção da inocência. A si ela atribui o mandato de executar o juízo moral sumário.
A mídia privada brasileira encontrou este caminho de uma forma não propriamente original. Ela bebeu nas fontes do jornalismo inglês e norte-americano a missão autoconcedida de corregedores gerais da pátria, de guardiães da moralidade dos governos. E, a partir daí, evoluiu para se transformar em partidos reais não assumidos.
As grandes empresas de mídia protegem os políticos que se afinam com seu pensamento sobre a economia e a sociedade, e atacam duramente os que divergem delas. Qualquer observatório da mídia há de encontrar inúmeros episódios da recente história brasileira que provam isso. Este é o lado partidário da mídia. Mas, por se tratarem de empresas diferentes a disputar um mercado, o denuncismo também é fruto da concorrência entre elas por um público sensível a este estilo, especialmente nas classes médias.
Nem sempre os projetos políticos futuros destes partidos ocultos são traçados com antecedência e clareza. Mas, o desdobrar dos acontecimentos tende a levar a uma conjunção de fatores que favorecem a adoção de uma estratégia política. Vimos isso na trajetória que resultou na derrubada de Vargas em 1954, de João Goulart em 1964, de Collor em 1992, e na tentativa de derrubar Lula em 2005.
O mais recente plano destas empresas privadas na política é a derrubada sistemática de ministros. Quando conseguem a cabeça de um, entra outro na pauta, e abre-se nova campanha. Não perdem tempo em aprofundar os fatos que fizeram cair os ministros anteriores. O que importa é a sequência de quedas e seu resultado político (e, de lucro, o prestígio do órgão da mídia pai da denúncia no mercado da informação). Agora o alvo é o ministro dos Esportes, Orlando Silva.
Ao querer a queda do ministro, vários resultados são buscados: um deles, sempre almejado, é o sistemático desgaste do governo, que não é o governo que as grandes empresas de mídia querem, apesar de a maioria do povo brasileiro querer; outro resultado pretendido no caso é jogar lenha nas críticas sobre os atrasos para as obras da Copa do Mundo (quem olha em retrospectiva a ação dessas empresas de mídia neste tema há de notar que na verdade elas não querem o sucesso do governo nas obras da Copa); pode haver outro resultado desejado, talvez favorecer a Fifa na disputa com o governo brasileiro, para depois criticar o governo por ceder à Fifa.
Juntando o histórico, os fatos recentes, e os atuais, vê-se que há um fio condutor de política pensada na aparente individualidade de cada fato. Há uma associação com propósito específico de concorrentes no mercado da informação, o que se poderia chamar uma cooperação antagônica. Sem dúvida, as grandes empresas privadas de mídia, além de mirar pontos no mercado, miram mais adiante o centro do governo. E, talvez, mais profundamente, mirem a deterioração da confiança coletiva na política praticada pelos políticos e pelos partidos formalmente registrados (rivais alguns, aliados outros, dos partidos ocultos da mídia privada).
Se for isso, há uma tentativa de preparar a consciência popular para governos fora das regras atuais, de qual tipo não se sabe hoje, pois só a aproximação das condições propícias poderá a eles mesmos esclarecer. Tal meta pareceria impossível, mas não é, porque já se viu ocorrer no passado. Várias destas empresas da comunicação, não faz muito tempo, contribuíram para o golpe militar, associaram-se à ditadura, abandonaram-na no momento em que esta não mais lhes serviu.
Quando o PT no seu recente 4º Congresso reafirmou a necessidade do debate sobre a democratização da comunicação no Brasil, de imediato a grande mídia procurou demonizar este debate. As poucas empresas que controlam a comunicação de massa, que não querem a democratização desta área essencial à sociedade moderna, atacaram a proposta do PT de abrir o debate no Congresso Nacional sobre um marco regulador da comunicação social que amplie as possibilidades de livre expressão do pensamento e amplie o acesso da população a todos os meios.
O PT reafirmou que para si, como para nossa presidente Dilma, é questão de princípio repudiar qualquer tentativa de censura à liberdade de imprensa. Por isso, só um projeto claro em debate público no Congresso Nacional é que vai esfumaçar os fantasmas que se criam para refrear qualquer tentativa de avanço da democracia na área da comunicação de massa. Os fatos recentes da campanha para a derrubada de ministros e a forma como notícias seletivas são alardeadas e notícias outras são sufocadas, reafirmam a atualidade deste debate no Congresso Nacional e na sociedade.
* é secretário geral Nacional do PT
Fonte: Portal do PT

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=167063&id_secao=1

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