A grandeza de Cuba está em aguentar um embargo, por tanto tempo, que nenhum país suportaria, incluindo o próprio EUA, por tempo infinitamente menor.
Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.
Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arrancar a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!
A crítica do The New York Times ao golpismo dos EUA contra Cuba
Pela quinta vez em menos de um mês, o jornal estadunidense The New York Times publicou neste domingo (9) um editorial sobre Cuba, desta vez criticando as tentativas dos Estados Unidos planejadas para provocar a derrubada do governo cubano.
Sob o título “Em Cuba, desventuras ao tentar derrocar um regime”, o jornal faz uma retrospectiva, desde a aprovação da Lei Helms-Burton, em 1996, dos inúmeros planos forjados em Washington contra a Ilha revolucionária. Entre outras coisas, o jornal destaca que estes projetos só serviram como fundamento para que o governo estadunidense gastasse US$ 264 milhões durante os últimos 18 anos, no intento de estimular supostas reformas “democráticas” no país.
O editorial do influente jornal nova-iorquino é um inevitável sinal dos tempos. No dia 28 de outubro, 188 países manifestaram-se, pelo 23º ano consecutivo, a favor da resolução contra o bloqueio, apresentada por Cuba na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Apenas os imperialistas estadunidenses e os sionistas israelenses votaram contra e três outros países – Ilhas Marshall, Micronesia e Palau – se abstiveram. Repetidamente, o mundo se pronuncia com a maior clareza pelo fim da odiosa medida que prejudica o desenvolvimento do país e afronta as normas de convivência democrática entre as nações.
Os Estados Unidos estão cada vez mais isolados nesta questão, sustentando uma posição retrógrada e anacrônica, rechaçada não só no âmbito da Assembleia Geral da ONU, mas também nos grupos regionais da organização mundial, como o G-77+China, que reúne os países em desenvolvimento, o Caricom, que representa a comunidade caribenha, o Movimento dos Países não Alinhados, a União Africana e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), onde é amplo o consenso contra o bloqueio dos Estados Unidos a Cuba.
O jornal aconselha o governo estadunidense a promover a “aproximação diplomática”, ao invés de lançar mão de “métodos artificiosos”, se quer exercer alguma influência em Cuba para que esta se torne uma “sociedade mais aberta”.
Aqui o importante a reter não são as concepções e os fins que o diário nova-iorquino, em nome de importantes setores da sociedade estadunidense, pretende quando se refere a influir em Cuba e nas mudanças que a Ilha está promovendo, mas o insofismável fato de que o bloqueio sofre contestações cada vez mais amplas no interior dos Estados Unidos. Não são poucos os segmentos empresariais que nutrem a expectativa de fazer rentáveis negócios em Cuba. Também sob esse ponto de vista, a posição do Departamento de Estado, de setores do Congresso e da Casa Branca é obsoleta.
Do ponto de vista dos direitos humanos e do direito internacional, para além do anacronismo, é uma política reveladora da crueldade do imperialismo. O chanceler Bruno Rodríguez, em sua alocução na ONU fundamentando a necessidade de pôr fim ao bloqueio, demonstrou que este afeta os setores mais vulneráveis da sociedade, a começar pelas mulheres, as crianças e os idosos. Internacionalmente, a posição estadunidense é insustentável, porquanto é uma manifestação de intolerância e agressividade em face de uma nação que tem o direito à autodeterminação e a viver em pé de igualdade com as demais.
Com o editorial crítico às aventuras golpistas dos Estados Unidos contra Cuba, o The New York Times demonstra que a política estadunidense de bloqueio e sanções está em flagrante contraste com a luta de muitos governos e povos pela cooperação internacional.
O cenário é hoje mais favorável para demandar o fim do bloqueio.
A crítica do The New York Times ao golpismo dos EUA contra Cuba – Portal Vermelho