Ficha Corrida

15/04/2014

Que tal inverter os signos?!

ucrainainVez que outra importa inverter os sujeitos para saber até que ponto o rumo dos acontecimentos estão sendo ditados pelos interesses ou conduzidos pela liberdade de informação.

Neste exercício, proponho inverter o local dos acontecimentos.

Imaginemos um navio de guerra russo no estreito entre Cuba e Miami. Será que seria considerado provocação militar? Haveria sobrevoo ou lançamento de bomba sem aviso? O mais interessantes desta matéria é que ela se repete nas palavras, vírgulas e pontos nos mais diversos veículos de comunicação no mundo. Jornais pró-EUA da Argentina, Brasil, Espanha, França, Itália receberem e reproduziram o texto sem qualquer diferença.

Ora, o viés diz tudo. Quando os manifestantes eram finanCIAdos pelo ocidente, os neonazistas faziam revolução democrática. Agora, os que são contra os interesses do ocidente na Ucrânia, são antidemocráticos… Que a CIA faça isso, está dentro do seu script e é muito bem “orçamentada” pra isso, que nós engulamos sem qualquer interrogação aí já é servilismo, capachismo, vira-latismo…

O que a Petrobrás, sob ataque dos finaCIAdos pelos EUA, tem a ver com a GAZPROM?!

EUA apontam ‘provocação militar’ russa no mar Negro

Avião sobrevoou navio 12 vezes, diz o Pentágono; Rússia não comenta

Na Ucrânia, 9 cidades teriam áreas em poder de grupos pró-Rússia; Putin pede a Obama que se evite o uso da força

LEANDRO COLONDE LONDRES

O novo capítulo da crise no leste da Ucrânia é a acusação do governo dos EUA de que a Rússia usou um avião militar para sobrevoar um navio de guerra americano no mar Negro durante o fim de semana.

Segundo o Pentágono, um avião russo de reconhecimento e ataque passou 12 vezes perto do navio da Marinha USS Donald Cook, enviado na semana passada justamente por causa da tensão na região.

"Essa ação provocativa e pouco profissional da Rússia não condiz com acordos prévios entre as tropas", afirmou o porta-voz do Departamento de Defesa, Steven Warren.

O avião russo teria passado a uma altitude de 150 m e a uma distância de 900 m.

O Kremlin não respondeu à acusação americana, que contribui para aumentar a tensão na área num momento em que manifestantes pró-russos no leste ucraniano mantêm a ocupação de prédios públicos –eles querem a anexação da região à Rússia.

Moscou ontem manteve o discurso ambíguo: nega ligação com os ativistas, mas diz receber apelos para ajudá-los, mesmo tom que usou na anexação da península da Crimeia, território da Ucrânia.

Esses ativistas ignoraram o ultimato da Ucrânia para que fossem esvaziados até ontem os prédios ocupados desde a semana passada.

Ao menos nove cidades do leste da Ucrânia teriam áreas sob poder dos militantes, entre elas Donetsk, Lugansk e Horlivka –na última, a situação se agravou com a tomada de um prédio da polícia.

OBAMA E PUTIN

Ontem, os presidentes Barack Obama e Vladimir Putin conversaram pelo telefone. O russo disse ter pedido a Obama que a Ucrânia evitasse o uso da força contra militantes pró-Rússia. O americano, por sua vez, disse a Putin que os EUA preferem uma solução diplomática para a crise, mas as ações russas não são "propícias" a esse caminho.

Os EUA confirmaram ainda que John Brennan, diretor da CIA, visitou Kiev no fim de semana, o que reforçou a especulação de apoio militar.

A União Europeia anunciou medidas de apoio à Ucrânia, como um empréstimo de € 1 bilhão, e divulgou declaração de repúdio à Rússia.

Em meio à crise, o governo ucraniano continua dando sinais de fragilidade militar. Apesar do ultimato, Kiev não se mostra ainda capaz de barrar o avanço do movimento pró-Rússia –no domingo, um oficial ucraniano morreu em ataque dos separatistas.

O presidente interino da Ucrânia, Oleksander Turchinov, pediu tropas de paz da ONU no leste do país, o que não deve prosperar, uma vez que a Rússia tem poder de veto no Conselho de Segurança.

Com agências de notícias

04/04/2014

Além do ZunZuneo, os EUA também criaram Rede, Tuc.anus e Psolido…

cuba-usa-embargoGoverno americano criou ‘Twitter cubano’

Segundo informou a Associated Press, americanos recolhiam dados de mensagens e queriam estimular dissidentes

Casa Branca nega que programa tenha sido encoberto; usuários não sabiam da origem da rede, extinta em 2012

DE SÃO PAULODA ASSOCIATED PRESS

O governo dos Estados Unidos foi responsável pela criação de uma rede social para cubanos, revelou ontem a agência de notícias Associated Press.

Segundo a AP, o objetivo do chamado ZunZuneo –alusão ao nome dado pelos cubanos ao beija-flor– era fomentar a oposição ao regime cubano pela comunicação em rede.

Em Cuba, o acesso à internet é controlado pelo governo, mas o ZunZuneo funcionava também via SMS, e o número de usuários, que não sabiam do vínculo com os EUA, chegou a 40 mil.

Ainda segundo a AP, prestadores de serviços terceirizados pelos americanos recolhiam mensagens e informações pessoais dos usuários para, possivelmente, utilizá-las com fins políticos.

De acordo com a agência de notícias, o ZunZuneo, que funcionou de 2010 a 2012, era operado por companhias de fachada secretas e financiado por bancos estrangeiros para que a participação dos Estados Unidos fosse encoberta.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, confirmou que a rede fazia parte de uma política americana para ajudar os cubanos a se comunicarem, mas negou a tentativa de escondê-lo. "Sugestões de que se tratava de um programa encoberto são erradas", disse Carney ontem.

Segundo ele, programas implementados em ambientes não permissivos, como Cuba, são levados com discrição pelo governo. "Isso não é único para Cuba", afirmou.

Carney disse ainda que o Escritório de Supervisão do Governo revisou o programa em 2013 e o considerou dentro da lei. O porta-voz explicou que o dinheiro investido foi debatido no Congresso.

A informação da AP é de que o montante de US$ 1,6 milhão gasto com o ZunZuneo era parte de uma verba reservada a um projeto não especificado no Paquistão, de acordo com dados oficiais.

"O propósito era criar uma plataforma para os cubanos falarem livremente entre si e ponto", disse Matt Herrick, porta-voz da Usaid (Agência de Desenvolvimento Internacional dos EUA), responsável pela criação da rede.

O projeto começou a ser desenvolvido em 2009, depois que os EUA tiveram acesso — provavelmente de forma ilícita, segundo a AP– a cerca de 500 mil números de celulares cubanos e passaram a enviar-lhes notícias sobre esportes, clima e entretenimento para engajá-los na rede social.

"Como eu poderia ter percebido [a participação dos EUA]? Não havia uma placa dizendo bem-vindo ao ZunZuneo, por cortesia da Usaid’", disse à AP Ernesto Guerra, um usuário cubano.

O ZunZuneo foi lançado pouco depois da detenção, em Cuba, do prestador de serviços americano Alan Gross, lançando suspeita sobre seu envolvimento no caso, o que a Casa Branca negou.

Ele foi detido depois de viajar repetidamente ao país em uma outra missão clandestina da Usaid, para expandir o acesso à internet usando tecnologia confidencial, que apenas governos empregam.

A Usaid informou que o ZunZuneo parou de funcionar em 2012, quando as verbas do governo para o projeto acabaram. Segundo a AP, agentes cubanos chegaram a identificar a origem das mensagens e tentaram invadir a rede, o que teria levado os EUA a cortar o serviço.

Até a conclusão desta edição, o governo cubano não havia comentado o caso.

USAID

Criada em 1961 para dar assistência a programas humanitários, a Usaid tem um histórico de operações controversas na América do Sul.

No Brasil, a agência financiou um seminário, em 2005, sobre a reforma política, realizado no Congresso Nacional. A ideia era fazer o evento coincidir com a discussão no Legislativo, mas houve um esforço para que a organização do evento parecesse local, e não americana.

    02/04/2014

    Primeiro de Abril!

    Filed under: 1º de Abril,Arapongagem made in USA,Barriga,CIA — Gilmar Crestani @ 9:04 am
    Tags:

    O cara tem de ser muito otário para cair numa esparrela destas. A CIA é os EUA! Só os seus parceiros ideológicos brasileiros, a quem ela finaCIA, para cair num conto de primeiro de abril… Depois do Boimate e da Nueva Konigsberg, viva a barrigada dos nossos parceiros da Ditabranda

    CIA enganou os EUA sobre uso de tortura, diz ‘Washington Post’

    Relatório do Senado americano acusa o órgão de omitir métodos de interrogatório

    DA AFP

    A CIA enganou deliberadamente o governo e a população dos EUA quanto aos duros métodos usados nos interrogatórios durante a Presidência de George W. Bush, afirma um relatório do Senado ao qual tiveram acesso funcionários que falaram ao jornal "Washington Post".

    No documento de 6.300 páginas redigido pela Comissão de Inteligência do Senado, a agência de inteligência é acusada de esconder detalhes sobre a brutalidade de seus métodos, similares à tortura.

    Além disso, a agência é acusada de ocultar quais informações decisivas teriam sido obtidas por técnicas brutais de interrogatório.

    "A CIA descreveu repetidamente seu programa ao Departamento de Justiça e ao Congresso como capaz de obter informações que não seriam obtidas de outro modo, desfazendo complôs terroristas e salvando milhares de vidas", disse ao "Washington Post" um funcionário do governo, sob anonimato.

    "Isso era verdade? A resposta é não", acrescentou o funcionário, familiarizado com o relatório do Senado.

    O jornal acrescenta que as informações mais preciosas sobre a rede terrorista Al Qaeda, "entre elas as que levaram à operação contra Osama Bin Laden em 2011", não foram obtidas graças aos métodos condenados.

    O relatório ainda é confidencial, e o "Washington Post" disse ter divulgado as informações graças às indiscrições de alguns funcionários com acesso ao texto.

    O documento foi feito com base em relatos de dezenas de pessoas detidas pela CIA entre 2002 e 2006.

    Nessa época da "guerra ao terror", a agência empregava métodos como a privação do sono e o chamado "waterboarding" –imersão na água até quase alcançar o afogamento. O presidente americano Barack Obama proibiu essas práticas em 2009.

    O texto do Senado aponta ainda conflitos dentro da própria agência de inteligência sobre o uso dessas técnicas em interrogatórios. Em um dos casos citados, funcionários de uma prisão secreta da CIA na Tailândia abandonaram o local por discordar dos métodos brutais empregados.

    01/04/2014

    1964: Terrorismo de Estado made in USA

    Filed under: Ditadura,Golpe Militar,Golpismo — Gilmar Crestani @ 11:23 pm
    Tags:

     

    1964 foi golpe dos EUA contra o Brasil

    Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:
    Quando comecei a frequentar assembleias estudantis, ali pelos anos 80, ainda era comum escutar que havia policiais infiltrados anotando tudo, fazendo a “ficha” de quem se manifestava. A turma mais “pós-moderna” achava que era tudo “paranóia”. Do mesmo jeito, muita gente dizia que atribuir aos EUA participação decisiva no golpe de 64 era pura “invenção”, ou “paranóia” esquerdista. E não era. Nunca foi…
    Já se sabe, há alguns anos, que os Estados Unidos – com John Kennedy e depois Lyndon Johnson – conspiraram contra o Brasil em 1964. A Operação “Brother Sam” garantia o envio de aviões, de navios de guerra e até a entrada de tropas dos Estados Unidos para dar apoio aos golpistas – se assim fosse necessário.
    Reportagem de Luiz Carlos Azenha, no Jornal da Record, trouxe mais detalhes sobre o apoio dos Estados Unidos ao golpe (clique aqui para ver). Assim como apresentou novas evidências de que o comandante do II Exército (São Paulo), Amaury Kruel, recebeu malas de dólares para trair Jango e aderir ao golpe.
    O que isso tudo tem a ver com a foto do presidente deposto João Goulart, que permanecerá na capa deste blog durante todo o dia de hoje? Ora, Jango durante muito tempo foi criticado pela esquerda e a direita. Os conservadores diziam que ele era um “comunista” propenso a transformar o Brasil “numa nova Cuba”. Besteira grossa, sem fundamento. Jango era um líder trabalhista, queria reformas – mas dentro da ordem democrática.
    Já a esquerda acusava Jango de fraqueza, por não ter resistido ao golpe. Hoje se sabe que ele tinha conhecimento das movimentações das tropas dos EUA. Jango temia que, se resistisse de armas na mão, daria aos gringos a desculpa para entrarem no Brasil – dividindo nosso território. Aliás, preocupação semelhante à de Getúlio Vargas – que em 1954 também chegou a falar que temia ver o Brasil dividido (como acontecera com a Coréia).
    Para os Estados Unidos, seria ótimo dividir o Brasil – literalmente. Apesar de todos nossos problemas, somos um incômodo – um país grande, bem relacionado com nossos vizinhos, pronto a desafiar (ainda que de forma discreta e pontual) o domínio dos EUA na América do Sul.
    A queda de Jango foi (também) um capítulo dessa disputa, dessa longa batalha da América Latina por independência e autonomia.
    De forma brilhante, o professor Moniz Bandeira mostra como se deu esse longo embate: os detalhes estão em seu “De Marti a Fidel” – livro sobre a Revolução Cubana. Vargas cercado pela direita (e levado ao suicídio) em 1954, Arbenz derrubado na Guatemala no mesmo ano, tentativa norte-americana de invadir Cuba (Baía dos Porcos) e derrubar Fidel. São todos capítulos da mesma guerra. Em 1964, Jango e a Democracia brasileira foram golpeados em meio a essa conjuntura. Que depois vitimaria Argentina, Uruguai e o Chile de Allende.
    Estampar a foto de Jango, no dia em que o golpe nefasto completa 50 anos, é um gesto não só de defesa da Democracia, mas de defesa da independência e da soberania nacional.
    Jango – assim como Vargas dos anos 50 – simboliza a defesa do interesse nacional. Estou entre aqueles que não aceitam o termo “populismo” como forma de definir a linha política que unia Vargas-Jango-Brizola, e que de alguma forma chegou até Lula-Dilma. Não. Nada de “populismo”. Trata-se do trabalhismo brasileiro. Com seus defeitos e imperfeições.
    Não aceito também a tese do “colapso do populismo” – expressão utilizada em certos circuitos universitários paulistas, para definir o que houve em 1964. Prédios entram em colapso. Falar em “colapso do populismo” é desconhecer (ou minimizar) o golpismo que uniu conservadores brasileiros a interesses dos Estados Unidos, em meio à Guerra Fria.
    Jango foi derrubado. O golpismo derrubou um governo legítimo e popular. Foi necessário um golpe para derrubar um presidente que – se pudesse ser candidato em 1965 – seria reeleito (como indicavam pesquisas do IBOPE feitas na época, e só agora divulgadas).
    Nesse primeiro de abril de 2014, não aceitemos a mentira dos revisionistas, nem o cinismo de editoriais/artigos da imprensa velhaca, que falam do golpe como algo “inevitável” ou como uma “porrada necessária” (na expressão infeliz de um ex-cineasta que aderiu ao revisionismo da Globo). Não!
    Precisamos esculhambar revisionistas e escrachar torturadores – como a rapaziada fez com Brilhante Ustra em Brasília. Precisamos, sim, homenagear os mortos na luta contra a ditadura (muitos deles, sob tortura) e cobrar informações sobre os desaparecidos!
    Mas devemos lembrar também o que veio antes, lembrar o ato fundador da barbárie: em primeiro de abril de 1964, Jango foi derrubado pela direita lacerdista, com apoio de amplos setores da Igreja Católica e da mídia velhaca (Marinhos, Mesquitas, Frias, entre outros), e sob ameaça concreta de invasão de nosso território pelas tropas dos Estados Unidos.
    1964 foi (também) um golpe dos Estados Unidos contra o Brasil. Lembrar Jango é dizer não à ditadura, não à intervenção estrangeira. Sim à Democracia, sim à luta pela independência nacional.
    Viva Jango, nosso presidente!

    Altamiro Borges: 1964 foi golpe dos EUA contra o Brasil

    23/03/2014

    Na Argentina como no Brasil, os ditadores foram apoiados por civis e CIA

     

    ECONOMIA › REVELACIONES DE LOS ARCHIVOS DE LA DICTADURA. LA “COCINA” DE LA LEY DE ENTIDADES FINANCIERAS

    Mucho más que simples colaboradores

    El rol del poder económico, corporizado en Martínez de Hoz y los grupos financieros, detrás de decisiones fundamentales de la dictadura. Cómo se armaron y discutieron las leyes económicas que instalaron un nuevo país.

    Por Raúl Dellatorre

    José Alfredo Martínez de Hoz, ministro de Economía de la dictadura. Articulador de las fuerzas que provocaron el golpe y luego le sacaron provecho.

    Entre la amplia documentación hallada en el Edificio Cóndor, del Ministerio de Defensa, proveniente de los archivos de la dictadura, se encontraron elementos que permiten reconstruir, en una parte sustancial, cómo fue el proceso de elaboración y construcción final de dos leyes fundamentales en la estructura económica que empezó a delinearse en aquellos años: la Ley de Inversiones Extranjeras y la Ley de Entidades Financieras. Los proyectos originales, la forma en que fueron modificados antes de convertirse en ley, algunas transcripciones taquigráficas de los debates entre integrantes del equipo económico comandado por José Alfredo Martínez de Hoz y miembros de las Fuerzas Armadas, así como apuntes de las propias fuerzas con comentarios y objeciones a parte del articulado, dan cuenta de cómo se fue trazando un camino que derivó en el proceso de concentración económica y extranjerización que ocurrió en los años posteriores. La defensa irrestricta, por parte del equipo económico de la dictadura, así como de directivos empresarios convocados y consultados para la elaboración de estos proyectos, dejan ver además que el papel de los grupos económicos dominantes de la época no fue el de simples “colaboradores”, sino que fueron los auténticos mentores del proyecto económico que representó (junto al implantado por la dictadura de Augusto Pinochet en Chile) el primer avance del modelo neoliberal en la región.

    La dictadura encabezada por Jorge Rafael Videla había creado, en 1976, un cuerpo conformado por las tres armas, denominado Comisión de Asesoramiento Legislativo, la CAL, que cumplía las funciones de organismo “legislativo”, elaborando proyectos de leyes para ser promulgados por el Poder Ejecutivo. En oportunidad de la elaboración del proyecto de Ley de Entidades Financieras, convocó a consulta a diversas organizaciones empresarias del sistema para que dieran su aporte. Los bancos de la época estaban agrupados en tres entidades gremiales: Adeba, ABRA y Abira. Quienes concurrieron para “colaborar” en la redacción por cada una de estas entidades fueron Benedicto Bianchi, Luis María Gotelli y Pablo Terán Nogués. Además, por el sector de las compañías financieras participó Rodolfo Guido Martelli. Todos ellos habían sido propuestos y nombrados por resolución del ministro de Economía, José Alfredo Martínez de Hoz, como integrantes de la “comisión ad hoc” que asesoraría al Ejecutivo en esa tarea. Todos ellos constituían la más auténtica representación del poder financiero.

    En la documentación encontrada en el mes de octubre de 2013 en los archivos del Edificio Cóndor consta el rol que cumplieron estos “asesores”, coordinados por el secretario de Programación Económica y viceministro, Guillermo Walter Klein, incluso enfrentando en algún caso la opinión de los representantes de las Fuerzas Armadas. En la discusión por la nueva Ley de Entidades Financieras, entre septiembre de 1976 y primeros meses de 1977, los representantes de la banca privada acordaron que el Banco Central mantuviera el rol de autoridad monetaria, pero hicieron oír su queja porque consideraban que el sistema beneficiaba a la banca oficial en desmedro de la privada. Esto originó un intercambio de opiniones con los militares que participaban de estos encuentros, quienes argumentaron que la banca privada gozaba del derecho otorgado por el Estado de “trabajar con fondos de terceros, captar fondos del público y prestarlos, ejerciendo una actividad comercial sumamente privilegiada” y, sin embargo, “pretende mostrarse a la actividad privada como perjudicada, cuando no es así la realidad”.

    En ese debate, terció la posición del Ministerio de Economía, representada por Guillermo W. Klein, claramente a favor de los bancos, exigiendo además que no se hiciera ningún tipo de distinción entre banca local y extranjera. El funcionario defendió la idea de generar un sistema lo suficientemente “flexible”, para facilitar la concurrencia del capital privado y la conformación de un sistema basado en “entidades solventes”. De ese debate, surge un proyecto definitivo de ley en el que no sólo elimina restricciones o condiciones que originalmente se le imponían al capital extranjero para participar en las entidades financieras locales, sino que además se avanza en la eliminación de entidades menores mediante su obligación de convertirse en financieras o bancos, o desaparecer.

    Se favorecen, en el articulado definitivo, las entidades financieras “de amplio campo operativo” y de mayor patrimonio, limitándose la especialización y facilitando la expansión de las entidades “integrales”. También quedan relegadas las instituciones financieras regionales, al eliminarse los requisitos o las ventajas para atender ese segmento del mercado. Decenas de cajas de crédito, sociedades de ahorro y préstamo, o de crédito y consumo, desaparecieron o debieron fusionarse en compañías financieras o bancos que apenas pudieron durar uno o dos años más, para caer finalmente bajo el peso de la concentración financiera que sucedió a la aplicación de la ley.

    Prohibido prohibir

    La posición del Ministerio de Economía, absolutamente afín a los intereses de los grupos financieros más concentrados, quedó prolijamente expresada en la Exposición de motivos que acompañó la ley que aprobó el Ejecutivo. Allí quedaron transcriptos los criterios contrapuestos con los que el equipo comandado por Martínez de Hoz iba a considerar a las entidades menores (cajas de crédito) y a los bancos comerciales, llamados a ser los artífices de la concentración y actores principalísimos del proceso de valorización financiera que se ponía en marcha. En dicha Exposición puede leerse (facsímil en esta página):

    Cajas de Crédito (Título II Capítulo 7)

    “De las operaciones de esta clase de entidades se ha suprimido la facultad de recibir depósitos a la vista puesto que, como se ha expresado, el rol de intermediarios monetarias debe quedar reservado para los bancos comerciales.”

    Operaciones prohibidas y limitadas (Título II Capítulo 9)

    “Las operaciones prohibidas y limitadas a las entidades financieras (banca comercial) han sido reducidas a las que se consideran realmente incompatibles con su actividad. En consecuencia, queda implícitamente autorizado, por ejemplo efectuar inversiones en inmuebles que no sean de uso propio o que lo sea sólo parcialmente. De este modo, se atiende a una realidad sin hacer necesarios la búsqueda de complejas figuras. Además, previa autorización del Banco Central, las entidades autorizadas podrán ser titulares de acciones de otras entidades financieras, cualquiera sea su clase, con lo cual se promueve la coparticipación, la interacción y en definitiva la integración y concentración de entidades.”

    Es, precisamente, lo que ocurrió en los años siguientes a la promulgación de la ley: un fuerte proceso de concentración del sistema bancario que posibilitó que las entidades más poderosas y con participación de capital extranjero, absorbieran a las entidades más nuevas que se formaron producto de la transformación de cajas de crédito o bancos regionales que habían intentado adaptarse al nuevo régimen.

    Puertas abiertas

    Este proceso, además, se vio favorecido por otra victoria obtenida por el equipo económico de Martínez de Hoz en la puja que se dio en la confección, en paralelo, de la Ley de Entidades Financieras y la de Inversiones Extranjeras: la pelea por la flexibilidad de acceso al capital extranjero.

    Según consta en los archivos hallados en octubre pasado, el 17 de enero de 1977 tuvo lugar una reunión entre el ya mencionado Guillermo Walter Klein y representantes militares de la CAL, en la que se dio un fuerte cruce de opiniones en torno de las facultades del capital extranjero. De esa reunión se encontró una copia de la transcripción taquigráfica, en la que consta la preocupación del coronel Ernesto J. Tacchi, miembro de la CAL, por la posibilidad de que por vía de testaferros, empresas que aparecían como de capital nacional pudieran ser manejados por capitales extranjeros. Sostenía, en tal sentido, la necesidad de llevar un “registro rubricado” de quiénes asistían a las asambleas de accionistas y qué acciones representaba, y proponía su inclusión en la Ley de Inversiones Extranjeras. Este planteo fue rechazado por Klein con un argumento que, con los años, se transformó en un clásico del neoliberalismo: la inseguridad jurídica. El número dos de Martínez de Hoz le respondió al coronel Tacchi, según versión taquigráfica, que “la autoridad de aplicación (el Ministerio de Economía) no va a hacer distinciones o discriminaciones, no se va a aliar con el capital nacional para disminuir la proporción que tengan los accionistas extranjeros en las sociedades locales. Reitero que el fundamento no está en la Ley de Inversiones Extranjeras, sino en nuestra legislación nacional, y hace al principio de seguridad jurídica y a la justicia en materia patrimonial a que tienen derecho los inversores extranjeros para mantener sus posiciones relativas en los capitales de las empresas”. El texto definitivo quedó como pretendían Klein y Martínez de Hoz, a quien David Rockefeller llamaba familiarmente “Joe”.

    Tal cual como plantea acertadamente un documento preliminar elaborado por la Comisión de Derechos Humanos de la CNV, que participa en la clasificación y análisis de los documentos hallados por el Ministerio de Defensa, la defensa de los criterios a favor de la concentración económica y la apertura al ingreso del capital extranjero que levantaban como estandartes el equipo económico y entidades privadas representantes del poder económico y financiero, incluso enfrentándose a representantes de las Fuerzas Armadas, revela el rol central que jugaron estos intereses en el proceso “refundacional y reorganizador” de la última dictadura. Un proceso cuyo objetivo final no era otro que imponer una lógica de acumulación asociada a los intereses de los sectores hegemónicos del capital internacional, con consecuencias “que perduran hasta nuestros días”.


    Documentos y borradores rescatados
    por el Ministerio de Defensa.

    Página/12 :: Economía :: Mucho más que simples colaboradores

    SUBNOTAS

    EL PAIS › PAULA MARONI, DE HIJOS Y REPRESENTANTE DEL EJECUTIVO EN LA DIRECCION DEL ESPACIO PARA LA MEMORIA

    “Ganarle a la muerte no es sencillo”

    Fue el mayor campo de concentración, tortura y ejecuciones de la dictadura, con 17 hectáreas y 32 edificios que desde hace casi diez años se reconvierten en un lugar para la verdad y la justicia. La tarea, las prioridades, las dificultades.

    Por Ailín Bullentini

    Hace casi diez años, ese enorme predio que se erige sobre la Avenida Del Libertador dejó de ser la Escuela de Mecánica de la Armada (ESMA) para convertirse en “la Ex ESMA”. Pocas veces un prefijo se vio en el desafío de sostener semejante carga simbólica, la que engloba el paso de ser el mayor centro clandestino de detención y exterminio de la dictadura, a ser Espacio para la Memoria, la Verdad y la Justicia. Como resumió Paula Maroni, de HIJOS, es “un lugar que históricamente fue una herramienta utilizada en contra del pueblo y se puso a disposición del pueblo argentino”. Maroni es hija de Juan Patricio, desa-parecido desde mayo de 1977, nieta de la Madre de Plaza de Mayo Enriqueta Maroni y representante del Ejecutivo en la dirección del espacio. El trabajo allí “nunca fue sencillo”, aseguró.

    A casi una década de aquella conversión simbólica, Maroni repasó las etapas del camino concreto que la baja a tierra a diario. Desde la negación de los organismos de derechos humanos a siquiera pisar ese lugar de terror que les habían arrebatado a los suyos, a la emoción sin control que los empujó adentro. Y del presidente que pidió perdón en nombre del Estado, al desafío de convertir 17 hectáreas de muerte en un gigante potenciador de memoria.

    “Es la forma que yo elegí para procesar mi historia”, resolvió sencilla Maroni ante el cómo es ser familiar de desaparecido en el mismísimo hoyo de-saparecedor. De a pasitos, fue problematizando: “Debió haber sido la manera que menos me dolía entender que no es algo que me pasó a mí sino que fue parte de un proyecto. Colectivizar la lucha y mientras eso sucede, aportar y dejar una huella en la sociedad”. La clave que la relaja y la empuja, acaso compartida por tantos otros, tiene que ver con el poder ser constructivo en el epicentro del plan destructivo que comenzó hace 38 años. “Tengo mucho orgullo de esto. Pienso en mis hijos y en la historia que les puedo contar a ellos sobre su familia y el país, y le encuentro una vuelta que está buena. Porque si no hubiera existido la lucha, hubiese sido ‘y entonces el abuelo desapareció’. Fin, ahí se cortaba un relato. Hoy es diferente. Tengo la oportunidad de decirles ‘y entonces tu abuelo y sus compañeros desaparecieron, pero detrás de esto vinieron las Madres, las Abuelas y nosotros e hicimos todo esto, logramos todo esto otro’”.

    –¿Qué significa que la Ex ESMA sea hoy un espacio de derechos humanos?

    –Ganarle a la muerte no es sencillo, llenar este espacio de vida, 17 hectáreas, 32 edificios, no es sencillo. Después de diez años, con mucho esfuerzo, amor y compromiso, que este espacio esté abierto y con un camino ya avanzado de apertura que profundizamos cada día más, indica que esto es un proyecto de país. Es un lugar al servicio de un proyecto de país, y en ese sentido, sumamente importante para toda la sociedad. Los organismos de derechos humanos en este espacio fueron y son esenciales; fueron los primeros que se animaron a entrar, a plantar bandera y a decir que acá debían suceder cosas. Pero ellos (nosotros, porque me incluyo), como parte de la idea de no apropiarse de este espacio, sino de abrirlo instalando actividades para todos. La tecnicatura de música popular de Madres de Plaza de Mayo Línea Fundadora; la de periodismo deportivo que funciona en la Casa de la Militancia de la Agrupación HIJOS, las actividades gratuitas del Centro Cultural Haroldo Conti. Cada uno de los que están acá propone algo abierto al público y de nivel, ésa es la mejor manera de saldar el desafío: que la gente se vaya animando a entrar.

    –¿Por qué aún cuesta tanto?

    –La manera en que la gente se va apropiando de este lugar acompaña la línea histórica del país. Desde que se abrió este espacio, siempre tuvo mucho público la visita al ex Casino de Oficiales, lo que fue el núcleo duro del centro de tortura y exterminio. El público busca transitar esa experiencia particular: lo que fue el centro clandestino de detención. Este año pasaron por ahí 150 mil personas. Cuesta más que la gente llegue en busca de una actividad cultural o educativa. Que haga la resignificación del espacio. Aunque todos los días se gana un poquito, es una batalla que no está saldada. Para eso, consideramos fundamental entender qué pasa con los tres mil hombres y mujeres que llegan a diario a la Ex Esma para trabajar en todas las instituciones que hay acá y que no están directamente relacionados con los organismos. Son parte de la sociedad, tienen familias y amigos y replican lo que sucede aquí. Los integrantes de las cooperativas de Argentina trabaja que están restaurando los edificios, trabajadores y trabajadoras de diverso origen que aportan mucha riqueza a la nueva esencia de este espacio, son un aspecto más que hace a este lugar muy particular. Siempre fue un lugar particular la ESMA: en la dictadura fue particular y en la recuperación de los espacios también lo es.

    –¿Siempre estuvo presente la resignificación?

    –Hace diez años, en el local de HIJOS debatíamos si entrábamos o no a la ESMA: “¡No entramos y no vamos a entrar porque eso todavía es un centro clandestino de detención porque no hay juicio y castigo!”, asegurábamos. El día que Néstor (Kirchner) estuvo acá y abrió las puertas, nos abalanzamos. Después de haber tenido diez horas de debate… Una vez que se abre la puerta a la emoción y lo que te sucede es tan poderoso… Las Madres tampoco iban a entrar. Y sin embargo lo hicimos. Y dejamos flores, y lloramos, y lo sentimos. Y escuchamos un presidente que nos pedía perdón en nombre del Estado, otra cosa que tampoco imaginamos. Debates existieron y van a existir siempre. Muy pocos han podido anticipar lo que estamos viviendo. Cuando ya tenés dos mil personas trabajando en este espacio, mil cooperativistas y la vida, el día a día te salda el para dónde. No todo se puede planificar, estructurar. Los debates se saldan en la práctica.

    –Qué te sorprende más de todo lo que sucede hoy en el Espacio para la Memoria que funciona en la Ex Esma…

    –Hay muchas cosas que están sucediendo y que no hubiera sido posible siquiera charlar porque no las habríamos ni imaginado. Pero la presencia de las cooperativas de trabajo aquí es increíble. Es algo que Martín (Fresneda, el secretario de Derechos Humanos de la Nación) le propuso a Alicia (Kirchner, ministra de Desarrollo Social), que fue una de las primeras que nos tendieron su mano. Hubiera sido imposible plantearlo en un debate siquiera. Aquí el programa Argentina Trabaja funciona de manera ejemplar. Son mil trabajadores y trabajadores dedicados a poner en valor todos los edificios del predio mientras aprende a realizar cada trabajo: revoca mientras aprende a revocar, coloca un cemento alisado mientras aprende a hacerlo. Al mismo tiempo, participan de talleres de derechos humanos. Todos saben dónde están trabajando, porque es la manera de darle sentido. Tiene mucha mística, por más de que no sea la manera más rápida de poner a punto el espacio. Tiene mucho sentido reconstruir la Ex ESMA así. Fue recuperada para el pueblo y está siendo reconstruida por el pueblo argentino.

    –¿Cuáles fueron los desafíos más grandes de mantener vivo el debate entre los diferentes integrantes del Ente?

    –Acá se debate todo mucho. Siempre atado a la práctica, porque ése es el límite, pero la manera de coexistir es debatiendo todos los días cómo hacer para que cada cosa que suceda acá tenga sentido y no sea porque sí. Cada cosa que se hace acá es un rompecabezas lleno de sentidos en el cual somos muy cuidadosos. Cada paso que se da tiene un fundamento. El pasado fin de semana dio un recital Miguel Angel Estrella. Pero no fue un recital nomás: tocó Miguel Angel (pianista tucumano, secuestrado en Uruguay víctima del Plan Cóndor, militante reconocido por los derechos humanos) en el sector del predio en donde está ubicada la instalación de la Carta Abierta de Rodolfo (Walsh), realizada por León (Ferrari)… Todo está entretejido de sentido. La historia después dirá en qué nos equivocamos. Lo que siempre tendremos es un argumento para darle, en el que creímos fervientemente.

    –¿Cuánto afectó ese funcionamiento interno el intercambio mediático que se dio a partir de la difusión del asado con miembros del Ministerio de Justicia y Derechos Humanos?

    –Nos dolió sobre todo el mal uso de ese debate. Nos dolió ver a TN levantando esa noticia, ver a los compañeros en los medios de comunicación que trabajan para el poder concentrado económico de Clarín, de La Nación al servicio de hacerse agua la boca con este debate, que tiene que ser respetuoso, que se puede dar en otros ámbitos para que tenga sentido y poder sacarle el jugo a discusiones que son válidas, por más que uno no acuerde. Eso nos dio mucha lástima. Más allá, el asado, a esta altura, ya se convirtió en un concepto. Estamos convencidos de que hay tantas cosas para hacer acá que aquéllas cuyas discusiones aún no están saldadas preferimos no hacerlas. Podemos no hacer un asado si aún hay quienes se ven ofendidos. Incluso si para quien vive todos los días en la Ex ESMA, el que te la rema en dulce de leche porque labura 12 horas por día acá porque cree, porque milita todos los días ahí, hacer un asado no significa faltarle el respeto a nadie. Insisto, uno respeta en la práctica, en las convicciones, y en la lucha que uno lleva adelante. No creemos que haya una biblia sobre qué está bien, qué está mal o cómo conmemorar a nuestros muertos, tan nuestros como lo son de aquellos que piensan distinto. Preferimos no entrar en ese terreno, respetamos. Los sobrevivientes son algo muy importante para nosotros porque son los que están llevando adelante los juicios de lesa humanidad, porque son el testimonio, el dato que nosotros no tenemos.

    Página/12 :: El país :: “Ganarle a la muerte no es sencillo”

    EL PAIS › OPINION

    La “cuestión civil” en el proceso de justicia argentino

    Por Gastón Chillier y
    Lorena Balardini *

    En los últimos años la expresión “dictadura cívico-militar” comenzó a instalarse en el discurso público, jerarquizando el rol desempeñado por la plana civil en esta etapa de nuestra historia reciente. La idea de complicidad de determinados sectores de la sociedad con las Fuerzas Armadas para llevar adelante el plan sistemático de desaparición y exterminio perpetrado entre 1976 y 1983 fue afianzándose en el plano político, social y judicial.

    La consolidación del proceso de justicia, su extensión en el tiempo y la información que se produce en el marco de los juicios ampliaron los límites de la investigación penal. Comenzó a evidenciarse que la atribución de responsabilidad no se agota en el juzgamiento de las Fuerzas Armadas que condujeron el aparato estatal y de las fuerzas de seguridad operacionalmente subordinadas, sino que hoy es necesario que la Justicia avance sobre la otra parte del cuadro: el aporte, en algunos casos fundamental, de sectores civiles al accionar represivo.

    Este proceso de justicia que se encuentra activo hace más de diez años avanzó hacia dimensiones de la responsabilidad civil nunca antes alcanzadas, como lo demuestran los procesamientos a empresarios y funcionarios del Poder Judicial. Sin embargo, es importante analizar estos alcances porque este tipo de investigaciones presenta complejidades y su avance tampoco es homogéneo.

    Los “tipos” de actores civiles acusados en diferentes causas por su responsabilidad en los delitos son diversos: funcionarios del Poder Ejecutivo y Judicial, profesionales de la salud, personal civil de inteligencia (PCI), integrantes de la Iglesia Católica, empresarios y, por supuesto, apropiadores de menores. A marzo de 2014 son 297 los civiles investigados, el 13 por ciento del total de 2239 imputados.

    Sin embargo, mientras las cifras del universo de civiles involucrados en los casos demuestran que se profundizaron las investigaciones hasta llegar a un número significativo, un análisis exhaustivo indica que la Justicia actúa con diferentes criterios frente a este tipo de responsabilidad.

    Por ejemplo, en relación con los responsables de la Iglesia Católica, son 7 los sacerdotes implicados y sólo uno de ellos está condenado, a pesar de todo el conocimiento y documentación existente sobre los vínculos de la Iglesia con la dictadura desde la transición hasta la actualidad. También es escasa la investigación respecto del personal civil de inteligencia (PCI), los civiles más cercanos al aparato clandestino de represión. En 2010 se hicieron públicos listados con miles de nombres, un material que en cuatro años no fue analizado en detalle. Aun considerando que no todos los nombres que allí figuran estuvieron efectivamente involucrados en las tareas represivas, lo cierto es que los listados permitieron demostrar la dimensión de la maquinaria estatal montada para ejecutar los secuestros e instrumentar la desaparición de los cuerpos. No obstante, son sólo 70 los PCI actualmente investigados por el proceso de justicia.

    Los funcionarios judiciales y los integrantes de empresas o grupos económicos son los dos tipos de civiles sobre los que se avanzó con mayor firmeza en los últimos dos años. Atribuir responsabilidad penal a esta clase de imputados significó la incorporación de dimensiones novedosas a la persecución penal ya instalada en nuestro país respecto de los crímenes llamados “de sangre”.

    En relación con los funcionarios del Poder Judicial, las cifras son contundentes: hoy constituyen más del 20 por ciento de los civiles investigados. De todas formas, hasta la fecha, similar a lo que ocurre con los miembros de la Iglesia, la Justicia consideró que la participación de sus funcionarios en la represión no fue orgánica, aun cuando se presentó en distintas regiones del país y de manera muy similar. Sin embargo, en numerosos fallos se destaca un fenómeno que contradice ese supuesto accionar aislado: el rechazo masivo de hábeas corpus, las costas, el archivo o la falta de solicitud de medidas de prueba evidencia que el Poder Judicial negó sistemáticamente el acceso a la justicia de las víctimas, habilitando un terreno de desprotección que facilitó el accionar represivo. No obstante, las resoluciones más contundentes en la atribución de responsabilidad se basaron en conductas extremas y no en el cotidiano de la función judicial, tales como el contacto directo con jefes militares, la visita a centros clandestinos de detención y la participación en interrogatorios. El juicio que se realiza actualmente en Mendoza es una oportunidad histórica de sentar precedente respecto de la contribución del Poder Judicial al plan represivo.

    Otra dificultad que persiste es la obstaculización o dilación de las investigaciones que involucran a ex funcionarios judiciales, quienes muchas veces explotan los vericuetos legales o recurren a los vínculos que mantienen con los actuales jueces y fiscales para evitar el avance de las investigaciones, como ocurrió en los casos de Pedro Hooft y Ricardo Lona.

    También tuvieron relevancia los procesamientos a miembros de empresas que colaboraron con el plan clandestino de represión. En 2013 muchas causas que se encontraban obstaculizadas avanzaron, como fue el caso de Ford y el procesamiento de sus directivos. Algunas comenzaron a dar señales de movimiento, como la causa Acindar, mientras que otras permanecen estáticas, como la emblemática causa Mercedes Benz, de la que se recogieron una decena de testimonios durante el Juicio a las Juntas y se encuentra en curso desde 2002. En otros aspectos, como la complicidad de ciertos sectores del sindicalismo con el secuestro de los trabajadores o la desprotección que éstos sufrieron durante la dictadura, los avances de la Justicia son casi nulos. La experiencia de los juicios por las causas Ledesma y La Veloz del Norte, que podrían comenzar este año, será clave para analizar el rumbo de estos casos.

    La investigación penal de la complicidad civil es una oportunidad única para reflexionar sobre el rol de determinadas instituciones, como la Iglesia Católica en el marco de una sociedad democrática. También abre múltiples interrogantes sobre el rol de la Justicia y el lugar que ocupan los grupos económicos en los proyectos de país. Si bien este debate está comenzando a dirimirse también en el ámbito judicial, sin dudas trascenderá las responsabilidades penales que se establezcan y permitirá sumar a los procesos de producción de conocimiento sobre nuestra sociedad en aquellos años y a la reconstrucción política y social de lo que fue el terrorismo de Estado.

    * Director ejecutivo y coordinadora del Area de Investigación del CELS. Este artículo es un adelanto del libro Derechos Humanos en Argentina. Informe 2014, del CELS

    21/03/2014

    Terrorismo de Estado made in USA

     

    Guerras Sujas: como os Estados Unidos assassinam inocentes

    Guerra Suja trata de ações militares dos Estados Unidos contra civis em países estrangeiros. Entre as vítimas estão crianças e mulheres grávidas.


    Gérson Trajano

    reprodução

    Guerras Sujas, dirigido por Rick Rowley, trata de ações militares dos Estados Unidos contra civis no Afeganistão, no Iêmen e na Somália, e que não são justificadas e nem reconhecidas pelo governo americano. Entre as vítimas estão crianças, mulheres grávidas e até um cidadão americano.  
    O documentário questiona a declaração oficial de que as forças armadas estariam nessas regiões apenas para garantir a segurança e não para atuarem em combate. O longa-metragem foi indicado ao Oscar 2014 de melhor documentário, mas perdeu a estatueta para A Um Passo do Estrelato.
    Logo no início do filme,  o jornalista Jeremy Scahill, correspondente da revista The Nation, promete revelar os verdadeiros interesses dos EUA. Contudo, não consegue relacionar claramente o envolvimento ilícito do governo americano em atividades militares supostamente clandestinas. O final do filme é inconclusivo.
    Autor do livro Blackwater, sobre uma companhia de mercenários no Iraque que teria contratos de 600 milhões de dólares com o Washington, Scahill investiga principalmente as ações do Comando de Operações Especiais Conjuntas (J-SOC), grupo de elite do exército americano acusado de executar supostos inimigos em nome do combate ao terror, desencadeado após o 11 de setembro.
    Para contar a sua história, ele reúne em uma sala vazia, que se transforma em uma verdadeira base de operações, mapas, fotografias, e-mails, gráficos e dossiês. Scahill vai montando o seu quebra-cabeças, conectando dados históricos com as suas anotações de repórter.  
    O documentário ganha ares de um thriller de conspiração. Os cenários sombrios, estradas desertas, a narração que conduz ao suspense e enquadramento próximo ao rosto do repórter reforçam o clima de que tudo tenha sido planejado secretamente pelo governo americano.
    Mas, sendo um filme documentário, Scahill entrevista ex-oficiais, congressistas, parentes das vítimas, visita os locais dos ataques, mostra fotografias dos mortos e até descobre uma suposta lista com alvos civis do J-SOC. 
    O trabalho de investigação começa em Gardez, no Afeganistão, onde uma família tem sua casa invadida durante à noite por uma unidade militar americana. Um homem e duas mulheres grávidas são mortos. Em princípio, não há razão para a operação, pois nenhum membro da família afegã era suspeito de terrorismo.
    Em seguida, Scahill viaja para o Iêmen, onde visita um vilarejo destruído por mísseis de fabricação americana. Na ocasião, 46 pessoas foram mortas, entre elas, 21 crianças e 14 mulheres. Ironicamente, os habitantes do local passaram a usar o termo “talibã americano” ao se referirem os soldados americanos, responsabilizados pelo ataque.
    Um dos alvos no Iêmen seria Anwar Al-Awlaki, cidadão americano e simpatizante dos tabilãs. Al-Awlaki comandava um programa de rádio que fazia propaganda contra a política dos EUA. A partir desse momento, o filme de Rowlei passa a questionar o fato de o governo assassinar um cidadão americano sem antes tê-lo julgado formalmente, o que, em principio, a Constituição proíbe.
    De acordo com o documentário,  o J-SOC também foi o responsável pela morte de Abdul-Rahman Al-Awlaki, de 16 anos, filho de Al-Awlaki. Um foguete, disparado por um drone teria matado o rapaz.
    A força militar sintetiza o valor da extensão territorial e do poder econômico da grande potência americana. Gérald Lebrun, em  O que é Poder  (editora brasiliense.1991), citando Max Weber, define potência como toda a oportunidade de impor a sua própria vontade, no interior de uma relação social, até mesmo contra resistências, pouco importando em que repouse tal oportunidade.
    Segundo o filósofo francês, existe poder quando a potência, determinada por uma certa força, se explicita de uma maneira precisa. Não sobre o modo da ameaça, da chantagem, mas sob o modo da ordem dirigida a alguém que presume-se, deve cumpri-la. Guerra Suja é uma mostra dos Estado Unidos exercendo o seu poder como potência.

    Guerras Sujas: como os Estados Unidos assassinam inocentes – Carta Maior

    25/02/2014

    Titanic venezuelano: Capriles aponta o Iceberg

    terrorismoMais dois morrem em atos na Venezuela

    Um homem caiu de um prédio ao ser atingido por balas de borracha; outro foi alvo de disparos durante protesto

    Segundo dados oficiais, já são 13 os mortos desde o dia 12; opositor Capriles não vai a reunião de governadores

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    Em mais uma jornada de protestos e violência, outras duas pessoas morreram ontem na Venezuela.

    Em Pilas, no Estado de Táchira (oeste do país), um homem de 34 anos morreu ao cair do segundo andar de um edifício após ser atingido por disparos de borracha feita por homens da Guarda Nacional Bolivariana.

    A outra morte ocorreu em Cagua, no Estado de Aragua (norte), quando um jovem de 24 anos que participava de um protesto morreu ao ser atingido por disparos feitos por homens motorizados.

    O total de mortos desde 12 de fevereiro já é de ao menos 13. Segundo dados oficiais, há 140 feridos e 45 detidos.

    O presidente Nicolás Maduro disse que as barricadas erguidas por manifestantes pelo país já causaram a morte de 30 pessoas devido a infartos e a ataques de asma.

    O líder da oposição e candidato derrotado na eleição do ano passado, Henrique Capriles, governador do Estado de Miranda, informou que não iria à reunião convocada para ontem por Maduro porque não participaria de um encontro para tratar de temas administrativos enquanto o país está sofrendo.

    "Não serei parte da orquestra do Titanic", afirmou, dizendo que o governo está afundando. No sábado, ele dissera que iria à reunião. Ontem, afirmou que Miraflores [a sede do governo] não é um cenário para o diálogo, "e não será enquanto continuarem fazendo chantagens". Ele disse que, devido à sua decisão, houve ameaças de corte de recursos para comunidades de seu Estado.

    Maduro convocou para amanhã um "diálogo" com diversos setores para criar uma "conferência de paz e convivência da pátria".

    Ele decretou feriados os próximos dias 27 e 28, em memória aos 25 anos do "Caracazo", quando centenas foram mortos pelo governo de Carlos Andrés Pérez.

    Em Táchira, o governador José Vielma Mora informou em seu Twitter, à tarde, que continua apoiando Maduro.

    "Estou com a revolução, não sei quais foram minhas palavras. Eu as assumo uma a uma. Não quis causar dano para a Revolução".

    Falando a uma rádio pela manhã, o governador havia defendido a libertação do oposicionista Leopoldo López, do partido Vontade Popular, detido sob acusação de incitar a violência.

    Ele disse, porém, que o sobrevoo de aviões militares e a militarização da cidade de San Cristóbal pelas Forças Armadas nos últimos dias "foi um excesso inaceitável".

    O presidente informou que em Maracay (Estado de Aragua) foi detida uma pessoa, vinda do Oriente Médio, que estaria preparando carros-bomba para realizar atentados. Segundo Maduro, o homem, identificado como Jayssam Mokded Mokded, tinha 11 telefones internacionais.

    23/02/2014

    Heil, Tymoschenko!

    Filed under: CIA,Golpismo,Guerra do Petróleo,Neonazistas — Gilmar Crestani @ 9:49 pm
    Tags:

     

    O que houve na Ucrânia?

    Fascistas, nós?!

    Flávio Aguiar

    Na Ucrânia houve de tudo, menos uma revolução popular.

    Tudo começou com uma série de manifestação empilhadas umas sobre as outras: uma juventude ansiosa por se identificar com a União Europeia, uma classe média cansada pelas sucessivas vagas de corrupção dos sucessivos governos, uma insatisfação com o autoritarismo e o fechamento do governo de Viktor Yanukovitch, o desejo de maior ascendência de grupos do oeste do país em detrimento de grupos do leste do país.

    A repressão que o governo desencadeou abriu caminho para uma intensificação do descontentamento, açulado pelos partidos de oposição representados no Parlamento e pelo  encorajamento internacional – da União Europeia a políticos norte-americanos, republicanos e democratas.  De todos os mais animado foi o senador republicano John McCain, em dezembro, gritando na praça da Independência (Maidan), foco e espaço das concentrações: “O mundo livre está com vocês! A América está com vocês!” Melhor lembrança da Guerra Fria e do dito “A América para os [norte-]americanos” seriam impossível. Como nos velhos “bons” tempos, o alvo continua sendo a Rússia.

    No pano de fundo destas confrontações estão as desigualdades do país. O leste e o sul – junto à Rússia e ao Mar Negro são mais desenvolvidos e industrializados do que o oeste, mais pobre. O leste, de um modo geral, tem seu foco econômico voltado para a vizinha Rússia, de que depende o abastecimento de gás do país, vital para a indústria e para o aquecimento durante o rigoroso inverno. Se a Rússia endurecer a questão do fornecimento de gás, cortando-o ou simplesmente cobrando o preço de mercado, a Ucrânia literalmente congela – em todos os sentidos. Entretanto para o oeste, mais  próximo da União Europeia, a aproximação com esta significaria em tese uma maior autonomia em relação ao governo central e às demais regiões do país, além de mais oportunidades de colher investimentos. Pelo menos em tese.

    Há também a questão do histórico repúdio aos russos, maior no oeste, um repúdio cujas últimas e trágicas edições foram uma relação ambígua – para dizer o mínimo – de movimentos nacionalistas ucranianos com o regime nazista da Alemanha, e um conflito sangrento e frequentemente descrito como “inútil” com o regime soviético. No leste há também um fator étnico: o número de habitantes russos é muito grande, o que mexe com os brios dos movimentos nacionalistas. E é bom lembrar que na Europa, ao contrário da América Latina, nacionalismo é sempre coisa de direita.

    Se este é o pano de fundo , deve-se levar em conta o que acontece nos bastidores e também no palco da política ucraniana. Nos bastidores pairam as sombras dos grupos econômicos – assim como na Rússia liderados pelos chamados “oligarcas” – que se formaram depois do desmanche da ex-União Soviética, dos processos de privatização de tudo, feitos a toque de caixa, e da independência. Estes grupos de oligarquias é que dão as cartas – o poder do dinheiro – para os que estão no palco, os políticos e seus partidos.

    Entretanto na Ucrânia não houve, pelo menos até o momento, um Vladimir Putin que, na Rússia, digamos, “botou a casa em ordem”, oferecendo aos oligarcas a manutenção de suas fortunas recém feitas (sobretudo durante o governo de Boris Yeltsin) desde que não se metessem em política. Enfiando os principais desobedientes na cadeia ou mandando-os para o exílio – confortável, na verdade – Putin e seu neoczarismo disfarçado de república impuseram uma espécie de “pax romana” em seu território. Na Ucrânia não houve este Putin, mas uma guerra de grupos ora antangônicos, ora aliados, pelas benesses dos oligarcas e pelos espaços de poder, o que conduziu todos a uma política onde alianças ocasionais são apenas passos para uma ideal tomada total do poder, no melhor estilo do “para mim e os meus tudo, para os demais os rigores da lei”. Este foi o conflito que se estabeleceu entre o atualmente já ex-presidente  Viktor Yanukovitch e sua maior rival, Yulia Tymoschenko, que já fora primeira-ministra por duas vezes, líder do partido chamado de União de Toda a Ucrânia – Pátria Mãe, diríamos em português, embora em ucraniano seja “Pátria Pai”.

    Yanukovitch, chegando à presidência em 2010, ensaiou e pôs em prática uma reforma consitucional para aumentar a concentração de poderes em torno da presidência, alijando os demais partidos – inclusive o do Tymoschenko – até mesmo das suas franjas. E através de denúncias de corrupção e de um julgamento carregado de suspeitas botou Yulia na cadeia. Aqui pode-se ter uma ideia das complicações da política ucraniana. Yanukovitch é visto em geral como próximo da Rússia e Tymoschenko como aliada da União Europeia. Pois o primeiro processo aberto contra ela acusava a ex-primeira ministra de abuso de poder e super-faturamento no contrato de fornecimento de gás para Gazprom, a principal empresa russa do setor e uma das maiores do mundo que, como a Petrobrás, reúne capitais privados mas tem seu controle acionário e de fundos nas mãos do Estado.

    Entrementes, o pró-Rússia Yanukovitch se aproximava da União Europeia e aprestava-se a assinar um acordo de livre-comercio com ela. Nesta altura, Moscou acendeu a luz vermelha. Para se entender isto precisamos sair do teatro da política ucraniana e olhar o terreno em volta onde ele está localizado. Três grandes jogadores estão assentados neste terreno, como os bispos de um jogo de xadrez, mais um cavalo que joga com dois deles, contra o terceiro. Os jogadores são a Rússia, a União Europeia e os Estados Unidos, e o cavalo é a OTAN, a aliança militar que teve como principal inimiga a antiga União Soviética e que agora, além de policiar o norte da África  e áreas próximas, continua, nem que seja por força do hábito, a cercar seu adversário  histórico, atraindo para si os ex-satélites deste.

    Os interesses dos Estados Unidos e da UE não são coincidentes na região, pois na atual conjuntura interna de Washington não interessa atiçar o confronto – a não ser na retórica – com a Rússia, devido às necessidades de acertos na Síria, no Irã, etc. Já a UE tem interesse em desembarcar seus avatares dentro do teatro ucraniano, ampliando sua área de influência econômica, seu mercado e suas ‘reformas de austeridade’. Outro fator que complica este movimento é o temor histórico dos EUA de que, mesmo com rivalidades marcantes, a proximidade entre Alemanha e Rússia termine por forjar  uma aliança estável  e poderosa que desenvolva um outro núcleo regional de poder. Na base de um movimento destes estaria novamente o gás russo, de que a Alemanha já depende e vai depender mais quando – e se – cumprir a promessa de desativar suas usinas nucleares.

    De um modo ou de outro, o fato é que a Rússia colocou um sinal de “Pare!” nos movimentos de Yanukovitch: prometeu 15 bilhões de euros em empréstimos quase a fundo perdido – coisa que a UE, às voltas com suas próprias quebradeiras, não tem condições de oferecer à quebrada Ucrânia – baixou ainda mais o preço do gás e pôs à disposição um acordo de livre-comércio consigo mesma, mais outros países da região, ex-repúblicas, como a Ucrânia, da antiga URSS. Yanukovitch, que já estava com a caneta na mão e embarcando para Bruxelas, tampou aquela e desceu do avião. Junto aos projetos de novos capitalistas e da classe média do oeste ucraniano (onde o desemprego também é grande entre os jovens), que já sentiam o doce odor dos euros ao alcance da mão, este recuo foi a gota d’água.

    Voltando ao cenário político, a gota d’água acabou se transformando num mar de sangue. É verdade que as manifestações foram reprimidas duramente pela polícia. Mas rapidamente sua linha de frente e também seu espaço foram ocupados por movimentos de extrema-direita, nacionalistas xenófobos, antirrussos, anti-direitos humanos, anti-imigrantes, antissemitas, anti-etc., tradicionais na Ucrânia. São grupos de combate, armados, que fizeram frente a uma polícia que progressivamente foi se tornando caótica e desorganizada. Estes grupos são ligados, mas não necessariamente subordinados, ao Partido Svoboda, de extrema-direita, que tem representação no Parlamento. Na última semana os confrontos chegaram ao paroxismo.

    Na frente de negociação assentaram-se à mesa três ministros de Relações da União Europeia (Alemanha, França e Polônia), Yanukovitch, três partidos de oposição e mais um representante da Rússia. Enquanto isto, na praça em frente, o conflito de agudizou, com armas de fogo de parte a parte, e franco-atiradores que provavelmente eram de ambos os lados, embora a polícia tivesse ainda maior poder de fogo. O resultado foi de centenas de feridos e muitas dezenas de mortos; as cifras destes últimos variavam entre cerca de 50 a mais de 70, com pelo menos 11 policiais. A certa altura o noticiário chegou a informar que 70 policiais tinham sido “sequestrados” pelos “manifestantes”.

    Coloquei “manifestantes” agora, logo acima, entre aspas, porque houve um movimento constante por parte da mídia do Ocidente de idealizar o que ocorria na praça principal de Kiev, apresentando os acontecimentos como um confronto desproporcional entre a brutal repressão do governo e os “amantes da liberdade”.

    Apesar desta cortina de fumaça, logo começaram a vazar as informações de que estes últimos eram na maioria e na verdadeira verdadeiras gangues neo-fascistas que não aceitavam nenhuma negociação nem nada , a não ser a queda de Yanukovitch e o afastamento da arqui-inimiga Rússia.

    Na mesa de negociação chegou-se a um acordo, envolvendo um recuo nas reformas constitucionais promovidas pelo presidente, eleições em dezembro deste ano e a formação de um governo provisório de coalizão. Mas na praça a força policial vinha recuando cada vez mais diante dos “manifestantes”, a tal ponto que estes ampliaram os espaço sob seu controle, chegando inclusive a tomar as entradas do palácio presidencial. Sentindo-se sem condições de segurança, Yanukovitch deixou a capital em direção ao nordeste do país.

    Seguiu-se nesta altura um verdadeiro golpe de estado no novo estilo “legalizado” corrente em várias ocasiões neste século XXI (Honduras, Paraguai, Grécia, Itália…): o Parlamento declarou que Yanukovitch “abandonara o cargo” e destituiu-o da presidência, com vários ex-membros de seu partido bandeando-se para o lado da oposição, antecipando as eleições para maio e libertando Tymoschenko, que já declarou-se candidata.

    Que acontecerá no futuro? É uma boa pergunta. Antes de conjeturar, um parêntese: e as Forças Armadas da Ucrânia? Trata-se mesmo de um parêntese. Depois da independência em relação à ex-União Soviética, as FFAA abriram mão do arsenal nuclear que estava acantonado em seu território, passando-o à nova Rússia emergente, e diminuíram seu contingente de quase 800 mil para pouco mais de 300 mil homens. Estão entre a cruz e a caldeirinha, realizando manobras tanto com a Rússia quanto com a OTAN, que já se declarou de braços abertos para receber este novo aliado quando ele quiser aderir. O namoro está no ar, e só não se concretizou por causa da vigilância do chá-de-pera Rússia. Até o momento, pelo menos, as FFAA ucranianas parecem estar olhando para o lado – pois nem mesmo a segurança do presidente foram capazes de garantir.

    A este caldo complicado junta-se a ameaça do país rachar em dois (pelo menos): a Criméia já manifestou desejos de se separar do restante do país e pedir sua reintegração à Rússia. E no oeste também há manifestações de separatismo e aproximação com a UE, à revelia das outras regiões.

    O que vai acontecer vai depender das mensagens que estarão neste momento sendo trocadas entre Moscou, Washington, Bruxelas, Berlim, Paris e em menor grau outras capitais europeias, como Londres e Varsóvia. Qual será o novo arranjo entre os partidos políticos ucranianos? É uma boa pergunta. Tymoschenko vai mesmo recuperar seu antigo espaço na oposição  que liderava, hoje ocupado por Vitali Klitschko, do Partido Democrático Aliança pela Reforma? O Svoboda vai aumentar seu poder de fogo? O que fará Yanukovitch? Os movimentos de trabalhadores, sobretudo no leste, ainda se mantinham a seu favor, embora no momento, com seu enfraquecimento,  isto não tenha significado muito no tabuleiro enxadrístico ucraniano. E o que farão os grupos neofascistas que mantém Kiev sob seu controle?

    O que estes farão ainda não se sabe. Mas já se sabe o que estão fazendo. No domingo pela manhã (23), enquanto eu redigia estas notas, corria a notícia – em tom discreto, ao lado da retumbância triunfal dada ao discurso de Yulia Tymoschenko na praça da Independência – de que a Embaixada de Israel na Ucrânia emitira um comunicado pedindo que todos os judeus se abstivessem de sair às ruas de Kiev ou até mesmo deixassem a capital, se pudessem, diante dos ataques contra eles que vem se sucedendo e intensificando nas ruas, com espancamentos, perseguições e outras coisas deste tipo.

    Como em velhos mas nada bons tempos, brinca-se com fogo por aqui.
    (*) Publicado originalmente no Blog do Velho Mundo, na Rede Brasil Atual.

    SQN

    Um d’Os últimos soldados da Guerra Fria

    images

    EL MUNDO › ENTREVISTA A RENE GONZALEZ, EL CUBANO QUE SE INFILTRO EN LOS GRUPOS VIOLENTOS DE MIAMI

    “Fue difícil dejar el país y quedar como un traidor”

    Empezó a cumplir con la misión que le encargó el gobierno cubano al robar un avión en Cuba. Hasta el comienzo fue clandestino y ni su familia sabía que volaría a Miami para meterse en las organizaciones que buscaban montar acciones agresivas contra su país. Condenado a 15 años, es el único de Los Cinco que fue liberado. Aquí cuenta su historia.

    Su E-Mail

    Por Martín Granovsky

    Desde La Habana

    De mañana en una casa de La Habana, una ciudad inundada por especialistas que participan del congreso Universidad 2014 y por editores y escritores invitados a la Feria del Libro. El tipo con altura de basquetbolista que antes de la entrevista conversa con uno de los especialistas, Pablo Gentili, el secretario ejecutivo del Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, luce tranquilo. Es uno de los cinco cubanos que fueron procesados en Estados Unidos luego de infiltrarse en Miami para buscar información sobre los grupos violentos contrarios al gobierno de Fidel Castro. René González es el único de Los Cinco que está libre. Los otros siguen presos.

    –Me gustaría una definición de Los Cinco a cargo de uno de ellos.

    –Primero que todo, somos cubanos comunes. Somos hijos de un país que, como nosotros, ha tenido a muchos hijos. Crecimos bajo la amenaza del terrorismo, presenciando cómo se imponía sobre Cuba la muerte, desde Miami específicamente. Tuvimos que participar en entierros de compatriotas que habían sido asesinados por bandas terroristas establecidas en Miami con el apoyo del gobierno norteamericano. Y como cubanos se nos pidió que nos infiltráramos en esos grupos. Dijimos que sí y lo hicimos. Como resultado de esas acciones, el gobierno norteamericano nos detuvo en 1998 y nos sometió a un proceso fraudulento. La naturaleza de ese proceso es la que ha provocado que haya trascendido esta historia y que ya muchos nos conozcan alrededor del mundo. Hasta hoy yo soy el único que está en libertad y mis cuatro hermanos siguen en prisión. Pero, bueno, básicamente esos somos Los Cinco.

    –¿Cómo fue el inicio de la misión de infiltrarse? ¿El gobierno cubano pidió, ofreció u ordenó que lo hicieran?

    –Me piden. Esta no es una misión que se pueda ordenar. Y no sé qué hay que ofrecer. Es puro sacrificio. Al pedírmelo me insistieron en que lo pensara y me advirtieron que era una misión riesgosa. No lo pensé mucho y dije que sí.

    –¿Era una misión riesgosa o suicida?

    –Si todo salía bien, salías ileso. Nosotros no perdimos la vida, tuvimos que ir a la cárcel. Cuando yo hablo con los jóvenes en Cuba, se los digo: “Esto es una misión que si ustedes no quieren, no digan que sí”. Yo no creo que eso demerite a nadie. Sencillamente, tiene muchos riesgos y requiere de características que uno mismo ni siquiera se las imagina en el momento en que le proponen la misión. Las va descubriendo.

    –¿Qué características?

    –Soy un tipo bastante abierto y me cuesta trabajo fingir, por lo general. Y yo nunca pensé que pudiera hacerlo, realmente para mí fue lo más difícil. Incluso lo fue desde aquí. Yo a veces digo que fue más difícil aquí que allá. Porque aquí tuve que fingir antes de irme frente a mis hermanos, frente a mis compañeros, frente a la gente que me apreciaba, que me tenía en alta estima. Y, de pronto, me tuve que ir convirtiendo poco a poco en alguien distinto a lo que era. A lo mejor eso me fue ayudando, porque uno va dando pasos, pero los va dando con un poco, primero, de trabajo, un poco de dolor, porque a ti no te gusta defraudar a una persona cuya confianza tú estimas. Fue difícil tener que dejar el país y quedar para ellos como un traidor, como una persona que los había abandonado. Lo hice como lo haría cualquier otro, como cualquier policía que en cualquier país del mundo tiene que infiltrarse en una banda de delincuentes o de criminales sin ser él un criminal. Por eso cuando nos detuvieron sentí el alivio de poder volver a ser yo mismo.

    –¿En qué consistió el fingimiento inicial en Cuba?

    –De ser un militante te vas convirtiendo en una persona que empieza a decepcionarse, a desilusionarse. Pero no perdí el aprecio de mis compañeros. Las personas por lo general son generosas y se resisten a aceptar que tú cambies mucho. Eso es un instinto natural. Consideraron que yo seguía siendo buena gente. Mientras tanto renuncié a mi carrera. Era piloto. Como pasé a trabajar en deportes aéreos, había un espacio para volar.

    –¿La misión incluía robar un avión en Cuba y cruzar a la Florida?

    –Sí. Eran tiempos difíciles. En 1989 y 1990, la economía del país empezaba a sentir los efectos del derrumbe del campo socialista. Obviamente se resintió el deporte aéreo y volar se hacía más difícil. Un fin de semana logré ir a trabajar como controlador de vuelo. Por una de esas coincidencias del destino fue un argentino el que me llevó al sitio donde saltaban los paracaidistas. Se llama Santiago, un sobrino del Che que era paracaidista. Bueno, ese día me quedé en la torre. Se me dio cuando pararon los vuelos, porque el viento estaba un poco malo y no acompañaba la actividad del salto. Bajé, me monté en el avión y me lo llevé. Ya estaba en el punto de no retorno. Tenía que seguir. Una vez que sigues tienes que tener éxito, porque si no, caes preso o te matan. En realidad había pensado en que ese fin de semana me llevaría el avión en la madrugada del día siguiente. Pero cuando ellos me dicen que van a parar los vuelos, yo les insisto en que le echen gasolina al avión. Tenía 400 litros y no podían echarle más. Saqué mentalmente la cuenta. Me dije: “Bueno, con eso llego justo allá a los Cayos de la Florida”. Y, efectivamente, llegué bastante justo, pero llegué.

    –¿Con qué margen, con esos 400 litros?

    –Ninguno (risas). El vuelo duró una hora y veinte. Lo hice como un profesional, aunque el despegue fue un poco catastrófico porque me llevé el avión de la misma rampa de parqueo, sin alinearlo en la pista. El avión no estaba listo para el vuelo. Después de que lo despegué tuve que orientar todos los instrumentos en dos o tres minutos. Recuerdo bien cuando dejé la isla. El corazón se me apretó. Miré hacia atrás. Dejaba todo. Mi esposa, mi hija… Pero, bueno, el piloto se impuso. Me ocupó mucho tiempo el cálculo de la potencia, cómo hacía para irme más rápido de Cuba sin gastar demasiado combustible y después cómo reducir para ahorrar más combustible. Finalmente, subir y buscar un poco de visibilidad para encontrar los Cayos de la Florida. Y, bueno, ya al final del vuelo, la decisión de si lanzarme. En un momento pensé que tendría que tirarme en el agua porque no veía los cayos.

    –¿Paracaídas o amerizaje?

    –Amerizar cerca de algún barco.

    –¿Edad en ese momento?

    –Tenía 34 años.

    –O sea, menos de tres años el día de la Revolución Cubana, el 1ª de enero de 1959.

    –La generación mía fue una generación que absorbió mucho de la revolución. Yo nací en Chicago en 1956. Mi padre se integró en Chicago al Movimiento 26 de Julio de Fidel Castro, cuando Fidel ya estaba en Sierra Maestra. Cuando la invasión a Bahía de Cochinos, en 1961, salen a las calles a protestar y son agredidos en Chicago. Deciden que su suerte está echada con Cuba y, entonces, vienen para acá en uno de los últimos barcos que en aquella época estaban dando viajes entre Nueva York y La Habana. Yo tenía cinco años y sólo algún recuerdo. En una ocasión, mi madre fue a hacer una gestión para el viaje a Cuba y me dejó con alguna amistad o una familia. Y se le ocurrió a la persona ponerme una peluca y recuerdo a mi madre entrando y escandalizándose porque no me reconoció. Recuerdo el viaje que hicimos desde Chicago hasta Nueva York en el automóvil, algunos lugares en que paramos a comer, cómo dormíamos mi mamá y yo en la parte de atrás del auto. Y también recuerdo el viaje en el barco, imágenes así del barco, de la cocina, de la piscina del barco, Guadalupe. En Cuba, mi padre se incorporó a trabajar en la construcción de una fábrica. En ese tiempo, el Che Guevara era ministro de Industria, y se estaban construyendo muchos conglomerados industriales para unificar actividades que más bien estaban dispersas. Y, entonces, el viejo trabajó en la construcción de una fábrica de plásticos, y recuerdo que yo vi al Che ahí, casualmente, le di la mano y todo, yo tenía ocho años, ya cuando ellos terminan de construir la fábrica y el Che la inaugura en diciembre del ‘63. El Che era adorado por nosotros. Cuando él termina, pasa por entre la multitud y la gente lo empieza a saludar, y mi hermano y yo, que estábamos en la plataforma opuesta, les pedimos permiso a los viejos para ir a saludar al Che y bajamos y nos metimos entre la gente y llegamos adonde estaba él y empezamos a decirle: “Che, Che”. Me pasó la mano por la cabeza, me dio la mano. Y a mi hermano. Pero eso nunca se nos olvidó.

    –Volvamos al vuelo hacia los cayos y el objetivo de aterrizar vivo.

    Tenía que ir al Norte, pero el viento estaba fuerte por la izquierda, del noroeste. Salí, volé con potencia maximal por unos 5 o 6 minutos para alejarme rápido de las costas de Cuba, muy cerca del agua, a dos o tres metros de altura, y ya una vez que me alejé bastante reduje la potencia a potencia económica para poder volar más tiempo, más lejos. Así me mantuve un tiempo, para evadir los radares cubanos y evitar la intercepción cubana, hasta que calculé que ya debía estar cerca de los Cayos de la Florida. Entonces, decidí subir, ya despegarme del agua para buscar visibilidad. A ese régimen yo iba a unos 180 kilómetros más o menos. Empezaron los indicadores de emergencia de combustible a encenderse. Este avión tiene dos tanques, uno en cada ala, y cada uno de los tanques tiene un indicador, cuando le quedan 75 galones. Vi barcos. Decidí volar por arriba de ellos. Si después del último barco no veo tierra, a los cinco minutos regreso y me tiro en el agua al lado del barco para que me saquen. Sobrevolé el primer barco, el segundo, el tercero y empecé a contar y dije: “Bueno, aquí no hay otra, cinco minutos y, si no veo tierra, me regreso y me tiro al lado del barco”. Pasé por arriba del barco y empecé a ver el reloj. Un minuto, dos minutos, tres minutos, cuatro, cinco.. Y la tierra. Una cosa increíble. Pensaba ir a la base de Boca Chica, que es la base naval que tienen los norteamericanos en el Key West. En ese momento me sentí como Cristóbal Colón. Ya dije: “Bueno, por lo menos si me tiro en cualquier lado es pegado a la tierra y ahí llego a tierra”. Y cuando empezó a aclararse ya la visibilidad, o sea, a acercarme, lo primero que tenía delante de mí era la base de Boca Chica, o sea que todo me salió perfecto. Me tiré. Fue un aterrizaje bastante brusco. Estaba muy tenso. El avión dio varios brincos. Recuerdo que ya cuando frené el avión, me quedé en medio de la pista con el motor en bajo, y traía un termo de café, lo abrí, me serví un café, me lo tomé y tiré el termo hacia atrás. Salió dando tumbos por ahí. Y me eché hacia atrás y me empecé a relajar, hasta que llegaron las autoridades. Hay quien dice que todo aterrizaje del que tú puedas salir caminando es un buen aterrizaje. Y, bueno, ése fue el caso. El trámite fue rápido, porque yo había nacido en Estados Unidos y presenté mi inscripción de nacimiento. Ellos no sabían en realidad qué hacer conmigo porque normalmente al inmigrante lo llevan a un centro de detención de inmigración. Pero al final localizaron a mi abuela, se hizo un trámite más bien personal, con un señor de origen cubano que vivía ahí en Cayo Hueso, y él me acogió esa noche y al otro día mi abuela pagó los pasajes y me fui para Sarasota con ella.

    –¿Sin ninguna sospecha encima?

    –Mi padre no era una personalidad pública. Salí de la base y en mayo de 1990 terminé instalándome en Miami, en lo de una tía abuela. Mi familia de los Estados Unidos no era de revolucionarios pero tampoco de militantes contra la revolución. Gente buena, de buenos sentimientos, con una larga historia de relaciones entre Cuba y Estados Unidos. Gente sencillamente noble que se había ido para allá en los años ’40. Ni anticastristas ni fanáticos de la política. Su preocupación siempre ha sido familiar, tanto desde que llegué allá como incluso después del arresto y todo. Los aprecio mucho.

    –¿Cómo fue el acercamiento a los grupos anticastristas?

    –Repetía el credo. El credo de que en Cuba las personas se arrastran por las calles, de que no tienen qué comer, de que se mueren y se caen muertos, de que la policía golpea a todo mundo en todas las esquinas. Cuando tú me preguntabas ahorita sobre la capacidad para fingir, yo te decía que es más fácil fingir allá. Primero, porque no implica un desgarramiento. Pero, segundo, porque es curioso que a ellos tú lo único que tienes que hacer es decirles lo que necesitan escuchar: cosas malas de Cuba.

    –Pero muchos decían esas cosas. ¿Cuál era el plus especial?

    –La forma en que llegué. Con un avión robado. Durante unos días fui una celebridad en el Miami Herald.

    –¿Había un objetivo especial de aproximación?

    –Iba viendo las circunstancias y me iba acercando a algunos grupos. Empecé por la CUPA, la Cuban Pilots Association, que era un grupo básicamente de pilotos. Muchos habían estado en Bahía de Cochinos. Otros habían sido mercenarios en el Congo. Había algunos célebres como torturadores en América latina, como Félix Rodríguez El Gato, que fue el que asesinó al Che y también tuvo sus vínculos con los torturadores y la dictadura argentina. Hoy disfrutando de la hospitalidad y la benevolencia del gobierno que lo formó como torturador, el de los Estados Unidos. Muchos habían ido del Congo a Nicaragua. Algunos, oficiales del ejército de Fulgencio Batista. Después me vinculé a HAR, Hermanos al Rescate, más jóvenes que los otros, aunque creados por veteranos como el terrorista Luis Posada Carriles, uno de los mayores criminales del hemisferio. Mi objetivo era primariamente recolectar información y enviarla para Cuba. Después, el gobierno cubano se encargaba de procesarla, analizarla y hacer lo que pudiera para desarticular acciones terroristas de los grupos contra Cuba. De paso, conseguí que terminaran en la cárcel dos narcotraficantes vinculados a esos grupos. Y eso también ayuda a desarticularlo porque se les acaba el sostén económico. Estuve ocho años entre esos grupos, desde el ‘90 hasta el ‘98 en que fuimos arrestados. Uno era el PUND y otro el Comando de Liberación Unido, que también tenía otro narcotraficante que pudimos identificar y lo desarticulamos. Y después al final me incorporé a lo que se llamó Grupo Democracia, que se dedicó a organizar flotillas para venir a provocar a Cuba, entrar en aguas cubanas, crear problemas entre los dos gobiernos. Y ése fue el último grupo en el que entré hasta que, bueno, se produjo la detención.

    –¿Cómo reaccionó y cómo fue evolucionando la familia con el tema?

    –Yo me voy como desertor. A mis padres eso los golpeó fuerte. No se lo podía decir a nadie porque, nada, son gajes del oficio, por decirlo de alguna forma. Es fuerte, esa es una de las cosas más duras. Mi hija tenía seis años cuando salí de Cuba. Al principio mi mujer decía: “Aquí todo parece indicar que ése es un avión que es un desertor, bueno, pues tengo que asumirlo así”. Después ella me ha contado un poco la historia, ella empezó a atar cabos. Y empezó a molestar y hubo que decírselo. Pero eso tomó un tiempo.

    –¿Por qué en opinión de ustedes el proceso judicial fue fraudulento?

    –Yo me preguntaría: “¿Qué no tuvo de fraudulento?”. El sistema legal norteamericano, el sistema federal, es disfuncional. No solamente para nosotros. Normalmente ellos aplican un sistema que se apoya mucho en la capacidad de hacer una negociación de cargo. Entonces, su modus operandi es que ellos te sobrecargan, vamos a suponer que una persona traficó con diez kilogramos de cocaína, pero uno de sus asociados traficó con 30, entonces, acusan a éste también de los otros 30 y le dicen: “Bueno, te vamos a dar una sentencia de vida, pero si cooperas con nosotros te quitamos los 30, te dejamos con tus diez y te damos cinco años”. Si cooperas, los fiscales te utilizan para mentir y tienes que hacer todo lo que los fiscales pidan para que el juez dé cinco años. Y la primera mentira que esa persona tiene que aprender a decirle al jurado, que yo diría que es la mentira fundacional del sistema, es que los fiscales le prometieron eso, le propusieron eso, pero que el juez es el que decide. Estadísticamente el juez siempre decide por lo que los fiscales quieren. Y eso pasó con el caso nuestro. Y desgraciadamente eso es lo que ha llevado el caso hasta aquí. Porque efectivamente nosotros habíamos violado las leyes norteamericanas, nosotros éramos agentes no registrados, lo cual implica una sentencia de diez años como máximo, pero entonces ellos, para subir, acusaron a tres de mis compañeros de espionaje y a uno de conspiración para cometer asesinato en relación con el derribo de los aviones de Hermanos al Rescate en el año ‘96. Pero nosotros dijimos: “Vamos a juicio porque nosotros no vamos a aceptar cargos falsos”. Se complicó todo y así estamos. Yo no fui acusado de espionaje porque me ocupaba exclusivamente de grupos paramilitares. Nunca tuve nada que ver con información militar. Hubo compañeros míos que sí. Si tú no buscas información clasificada, no eres espía. No es un problema de espiar al Estado o no. Muchas personas confunden eso. Tú puedes buscar información del Estado, pero que no sea clasificada por ese Estado. Pero tú puedes buscar una información civil de una corporación que el Estado había clasificado porque le conviene mantenerla. Por ejemplo, un avance tecnológico X, y el Estado y esa corporación se ponen de acuerdo y la clasifican. Aunque esa información sea civil, si es clasificada, si tiene un cuño que dice “secreto”, tú estás cometiendo espionaje al buscar esa información. Ellos confundieron al jurado haciéndole creer que porque mis compañeros estaban buscando información de naturaleza militar, habían cometido o estaban tratando de cometer espionaje. Pero, en realidad, la información que mis compañeros estaban buscando era pública, era información visual, información de periódicos.

    –¿Quién fue el abogado?

    –Lo puso la corte. Philip Horowitz. Lo considero mi amigo. Hizo un buen trabajo. Lo que pasa es que si las instancias que tienen que impartir justicia no quieren, no importa que tú ganes. Yo comparo el caso nuestro con el caso de un corredor de 400 metros. Llega primero a la meta y el árbitro dice: “No, el que gana hoy es el segundo porque a mí me da la gana”. Esto es lo que hicieron los jueces. Todo árbitro imparcial que ha mirado el caso se ha dado cuenta de que es una barbaridad y estamos hablando…

    –¿Incluso analistas jurídicos norteamericanos?

    –Analistas jurídicos norteamericanos, asociaciones de abogados de los Estados Unidos. El comité de detenciones arbitrarias de la Comisión de Derechos Humanos de las Naciones Unidas, Amnistía Internacional, todos han emitido fallos en los que indican que el juicio fue injusto, que fue ilegal y que no se cumplieron con los estándares del debido proceso.

    –¿Cuánto tardaron ustedes cinco en dejar de fingir?

    –Hasta que no empieza el juicio, tú no puedes volver a ser quien tú eras. Mantuvimos discreción durante los dos años de preparación del juicio. Lo coordinamos. Primero no podíamos admitir que éramos agentes de Cuba. A nuestros abogados les costó trabajo también. Como no les dijimos, ellos fueron los que vinieron a Cuba. Al final el gobierno cubano confió en su profesionalismo. Y se hizo una muy buena defensa. Realmente, en el juicio de nosotros los papeles se invirtieron. Gerardo, que es caricaturista, hacía caricaturas de los fiscales, y aquellas caricaturas recorrían toda la sala incluyendo a los que nos cuidaban a nosotros y terminaban con el estenógrafo, porque la gente se empezó a dar cuenta de que el juicio era una farsa. Y se sintió en la sala. Y el día que a nosotros nos declararon culpables, esos alguaciles nos fueron pidiendo disculpas desde la sala hasta el piso. Una cosa impresionante. Tú te impresionas cuando una persona que se supone que te cuida cambia su actitud hasta decir: “Pero ¿y dónde está el espionaje? ¿Dónde está el asesinato?”. Empezaron a ver las pruebas de nosotros, las provocaciones de Hermanos al Rescate filmadas, propagandizadas en la televisión de Miami como si fuera una gracia. Y ellos mismos nos decían: “¿Pero cómo es posible que el gobierno cubano haya esperado tanto para tumbar esos aviones?”. Sin embargo, yo nunca fui enseñado a odiar a Estados Unidos. Yo creo que un país es mucho más que sus fiscales, que su gobierno, y es mucho más que el puñado de millonarios que controlan la vida de ese país.

    –El abogado Horowitz, por ejemplo, parece haber seguido reglas basadas en la defensa de las garantías individuales.

    –Desde que tomaron la decisión política de cometer esta venganza, porque al final todo esto es una venganza contra Cuba en cinco hombres, cogieron el camino errado y tuvieron que componer ese error con más errores. Y al final terminaron haciendo el ridículo en la corte, terminaron siendo el hazmerreír de todo el mundo porque ellos lo decidieron. Si ellos hubieran hecho un trabajo decente, el caso se habría resuelto de otra forma y ellos no hubieran tenido que rebajarse como se rebajaron. Y nadie cubrió realmente el juicio en la prensa norteamericana. Al principio sí, The New York Times, pero cuando el juicio empezó a mostrar su real naturaleza, se desapareció la muchacha de The New York Times y más nunca fue. Entonces, lo cubrió la prensa de Miami. La mayoría fue pagada. Y fue el juicio con cargos de espionaje más largo de la historia norteamericana. Siete meses de juicio con testimonios orales y pruebas. Testificaron tres generales norteamericanos por la defensa, voluntariamente, a defendernos a nosotros. Los fiscales tuvieron que traer a uno, a un general, que es ahora James Clapper, que es el asesor de seguridad nacional de Obama, que además tampoco pudo decir nada malo en cuanto al espionaje. Testificó un asesor del presidente norteamericano. Se trató el tema del terrorismo. El gobierno cubano contrató para presentar el recurso en la Corte Suprema a lo mejor que pudo encontrar en Washington, que es un especialista en Corte Suprema, que además es analista para la CNN: Tom Goldstein. Y Tom Goldstein estaba convencido de que él iba a poner el caso en la prensa. En Estados Unidos todos los días se discute un caso judicial. El que se comió a la mujer, el que mató al niño, el perro que se comió al vecino… Tom Goldstein presentó un brief en la Corte Suprema solidísimo, se consiguió un record en la historia norteamericana de amicus curiae, que son briefs de amigos de la corte que ponen partes desinteresadas, que incluía premios Nobel, incluía parlamentarios internacionales, incluía asociaciones internacionales de abogados, asociaciones nacionales de abogados de Estados Unidos, 12 amicus curiae, eso nunca se había visto en la Corte Suprema. Y cuando Goldstein llamó a la prensa, no fue nadie.

    –¿Cuáles son las perspectivas de los cuatro que todavía siguen presos? ¿Cuáles son las deseables y cuáles son las posibles?

    –Habría que empezar por las sentencias. Uno de mis otros compañeros que sale próximamente es Fernando González, al que lo sentenciaron a 17 años. Le sigue Antonio, hasta 2017. Ramón, hasta 2024, y Gerardo que está condenado a dos cadenas perpetuas. Este caso no se va a resolver en el ámbito legal. El ámbito legal ha sido una envoltura, para servir a una decisión política que se tomó. Se tomó la decisión política de vengarse de Cuba en cinco hombres. Hubo un panel de tres jueces que rompió con esa decisión política y después se revirtió.

    –¿Ellos mismos lo revirtieron u otra instancia?

    –Otra instancia del mismo tribunal. Pero todo ha sido una decisión política y yo creo que la solución va a ser igual: una decisión política. Puede ser usando la vía legal. De la misma forma en que le hicieron señas a los jueces para que violaran la ley, les pueden hacer señas para que la cumplan. Nosotros siempre hemos dicho es que lo único que nosotros demandamos es que se apliquen las leyes norteamericanas, que no las tergiversen, que vean los hechos, que los apliquen a sus leyes y que las apliquen.

    –¿Cómo sería en términos procesales en el caso de las cadenas perpetuas? ¿Un indulto presidencial?

    –Técnicamente el juicio concluyó. Pero hay un recurso que se le llama recurso extraordinario. El recurso sigue la misma ruta que sigue todo el caso legal. Se presenta ante la jueza. La jueza falla y se va a la Corte de Apelaciones de Atlanta. Y luego a la Corte Suprema. Ese recurso está pendiente. Y se basa en un error garrafal que cometió el abogado de Gerardo, en cuanto a la estrategia de defensa. El trató de defender bien a su cliente, pero cometió un error porque defendió a Cuba. Y los fiscales juzgaron a Cuba. Lo más fuerte que tiene este recurso es que el propio abogado reconoce su error. Pensó en un tema de un Estado contra otro y que el Estado cubano tenía derechos. Pero cometió un error: él pensó que era imposible que un jurado decente no se diera cuenta de que Cuba tenía derecho a defender su soberanía. Y en Miami no se puede encontrar un jurado decente. Ahora, los tiempos han cambiado. Hay muchas señales de que ya hay cansancio en esta política contra Cuba, señales inclusive dentro del propio Estados Unidos. Incluyendo a los cubanos que viven allí. Hace poco salió una encuesta en la que 56 por ciento de los norteamericanos decían que ya era hora de cambiar la política con Cuba. Obama ha perdido mucho tiempo tratando de congraciarse con una derecha que no lo quiere ni por negro, ni por liberal, ni por joven.

    –René, ¿cómo fue el final de la sentencia?

    –Han sido cuatro cruces. Respecto del tercero, yo cumplí mi sentencia el 7 de octubre de 2011. Desde un año antes, nosotros le pedimos a la jueza que me dejara hacer la libertad supervisada en Cuba, cosa perfectamente posible. La jueza tiene la potestad de modificar la libertad supervisada y permitir que una persona la cumpla fuera de Estados Unidos. Los fiscales siempre se propusieron que también la libertad supervisada fuera para mí y para mi familia otro castigo. Querían mantenerme separado de mi gente por tres años más. Además tenía que hacer la libertad supervisada en el mismo distrito en el que están los terroristas, los criminales que cuentan con complicidades en el FBI, en el gobierno norteamericano. Los fiscales se opusieron al pedido. Dijeron que era prematuro, que había que esperar a que cumpliera una parte de la libertad supervisada. Paralelamente los fiscales me habían propuesto que renunciara a la ciudadanía norteamericana a cambio de dejarme venir para acá. En un inicio yo me opuse.

    –¿Por qué?

    –Porque es un derecho de nacimiento. Uno no tiene por qué ceder los derechos de nacimiento. Pero después lo pensé bien y les dije a mis abogados que íbamos a aceptar la proposición de los fiscales. Me interesaba más que todo estar con mi esposa, con mis hijas, con mis padres, con mi hermano. Los fiscales simularon que estaban interesados en llegar a un acuerdo que implicara mi cesión de ciudadanía a cambio de que viniera para Cuba. Unos días antes de que yo cumpliera mi sentencia, llamaron a mi abogado y le dijeron que eso ya no estaba sobre la mesa. Días después, la jueza derogó la moción, y tuve que empezar a cumplir mi libertad supervisada en los Estados Unidos. Ahí, gracias a un amigo, pude conseguir, una casa en un lugar de la Florida, lo más lejos posible de la cárcel, viviendo en la clandestinidad, recluido prácticamente como en un monasterio, sin documentos, sin licencia de conducir, sin tarjeta de crédito.

    –¿Cuánto tiempo?

    –Fue un año y medio bastante difícil. Tenía la intención de renovar la moción, cuando hubieran pasado unos meses para que la jueza me dejara venir para acá. En febrero de 2012 estaba trabajando con mi abogado, para volver a renovar la moción, cuando mi hermano cayó gravemente enfermo. Tuvimos que posponer ese trabajo y pedirle a la jueza que me dejara venir por 15 días a ver a mi hermano. Los fiscales se opusieron también a que viniera a ver a mi hermano que estaba muriendo. Pero la jueza en este caso accedió. Por eso te digo que fue la tercera vez. Vine en abril de 2012.

    –¿Tu familia ya había ido a Estados Unidos?

    –Mis hijas, que podían, mi esposa no. A ella la deportaron y no la dejaron regresar más a verme. Yo regresé a Estados Unidos y volví en abril a incorporarme a mi libertad supervisada. Volví a empezar a trabajar con mis abogados para volver a poner la moción. Pusimos la moción en junio para que la jueza me permitiera renunciar a la ciudadanía.

    –¿De quién fue la decisión de continuar y agotar el proceso judicial?

    –Para nosotros ha sido muy importante la palabra en todo este caso. En todo este proceso nuestra ventaja nuestra ha sido moral y no vamos a regalarles esa ventaja moral. Ellos decidieron rebajarse y nosotros decidimos elevarnos.

    –¿Nunca una duda?

    –No, yo nunca dudé, yo iba a cumplir. No iba a regalarle a la jueza un argumento moral que nunca se ganó después de 15 años por una libertad supervisada. Se lo hubiera ganado antes, pero no ahora. Ni a ella ni a los fiscales. Y me río ahora porque cuando estábamos discutiendo eso con mi abogado y los funcionarios de las Bahamas, le decía a mi abogado: “Mejor que me dejen entrar, porque yo cojo un bote de Cuba y me voy para allá y me le planto a la jueza en la corte y le digo ‘ahora méteme preso’”, porque yo no iba a incumplir esa palabra que había dado. Pero, bueno, regresé, mi hermano falleció, volvimos a poner la moción, los fiscales se opusieron, y empezó un intercambio entre los fiscales y la jueza, hasta que mi padre falleció en abril de 2013. Y, entonces, ahí volvimos a poner otra vez una solicitud para venir de vacaciones a estar con la familia por el fallecimiento de mi padre. Y la renuncia a la ciudadanía norteamericana, con lo que caía el resto de la condena. Renuncié a la ciudadanía, la jueza recibió los documentos, los admitió. “Bueno, está bien, la libertad supervisada la puedes terminar en Cuba”, me dijo.

    –¿Y la familia, René?

    –Lo hemos enfrentado lo mejor que se puede. Al final, aunque ha sido tanto tiempo, para mí siempre el reencuentro con la familia ha sido como si no hubiera pasado el tiempo. Ha sido todo muy bonito, muy hermoso. Estamos juntos, estamos felices, tenemos un nieto ahora también que nos ha venido a alegrar más la vida a Olguita y a mí.

    –¿En qué oficio piensa trabajar alguien que vivió esta experiencia?

    –Como piloto me gustaría volar, pero reconozco que es muy difícil integrarme a la aviación como profesional. Creo que hay un campo ahora en la economía que se está abriendo, se están abriendo muchos experimentos, tenemos que aprender muchas cosas, y me gustaría trabajar en la economía en algo, en un proyecto de desarrollo local, pero la idea que tengo es esa, me gustaría participar en el proceso de cambio que se están produciendo: experiencias nuevas de autogestión, experiencias de relaciones más horizontales entre las empresas, entre empresas y gobiernos locales.

    –¿Y el pasado permite adaptarse a la vida cotidiana de hoy?

    –Toda experiencia te hace crecer. Si no te mata, te engorda. Y, obviamente, yo leí mucho en la cárcel. Historia, actualidad, Cuba… Me impuse un régimen de ejercicio fuerte por la mañana y por la tarde lectura, estudio. Empecé a estudiar la economía incluso en la cárcel. La Universidad de La Habana me asignaba profesores. Enviaban los materiales y estudié economía. Me propuse salir de la cárcel mejor de como entré. Dije “Bueno, si yo salgo mejor de como entré, esa va a ser mi medida de la victoria” y así fue. Yo creo que sí, que el régimen que me establecí en la cárcel me ha ayudado mucho. Yo creo que saqué lo mejor que pude.

    –Ahora, a los 57 años, después de esta historia, imaginemos una vuelta a los 34 y al pedido de una misión en los Estados Unidos. ¿La respuesta volvería a ser la misma?

    –Sí.

    martin.granovsky@gmail.com

    Página/12 :: El mundo :: “Fue difícil dejar el país y quedar como un traidor”

    22/02/2014

    Venezuela, a maior democracia do ocidente

    Filed under: CIA,Golpismo,Guerra do Petróleo,Venezuela — Gilmar Crestani @ 8:32 am
    Tags:

    Perguntem aos EUA como eles tratam seus dissidentes? Alguém saberia dizer se Bradley Manning continua vivo? Ou se haverá trégua na perseguição ao Julian Assange e Edward Snowden? Por que os EUA não dá a eles o mesmo tratamento que Cuba dá a Yoani Sánchez? A verdade sobre a Venezuela passa pela desgraça de possuir petróleo em abundância, como Afeganistão, Síria, Líbia, Iraque, Egito e Ucrânia…

    Snowden, Manning e AssangeIGNACIO RAMONET

    A democracia na Venezuela está ameaçada?

    NÃO

    Técnicas de manual

    A Venezuela passou por quatro eleições decisivas recentemente: duas votações presidenciais, uma para governos estaduais e uma para prefeituras. Todas foram vencidas pelo bloco da revolução bolivariana. Nenhum dos resultados foi impugnado pelas missões internacionais de observação eleitoral.

    A votação mais recente aconteceu apenas dois meses atrás e resultou em clara vitória para os chavistas. Desde que Hugo Chávez assumiu a Presidência, em 1999, todas as eleições demonstram que, sociologicamente, o apoio à revolução bolivariana é majoritário no país.

    Na América Latina, Chávez foi o primeiro líder progressista –desde Salvador Allende– a apostar na via democrática para chegar ao poder. Não é possível compreender o que é o chavismo se não for levado em conta o seu caráter profundamente democrático. A aposta de Chávez, ontem, e a de Nicolás Maduro, hoje, é o socialismo democrático. Uma democracia não só eleitoral. Também econômica, social, cultural…

    Em 15 anos, o chavismo conferiu a milhões de pessoas que não tinham documentos de identidade por serem pobres a situação de cidadãos e permitiu que votassem. Dedicou mais de 42% do Orçamento do Estado aos investimentos sociais. Tirou 5 milhões de pessoas da pobreza. Reduziu a mortalidade infantil. Erradicou o analfabetismo. Multiplicou por cinco o número de professores nas escolas públicas (de 65 mil a 350 mil). Criou 11 novas universidades. Concedeu aposentadorias a todos os trabalhadores (mesmo os informais). Isso explica o apoio popular de que Chávez sempre desfrutou e as recentes vitórias eleitorais de Nicolás Maduro.

    Por que, então, os protestos? Não nos esqueçamos de que a Venezuela chavista –por possuir as maiores reservas mundiais de hidrocarbonetos– sempre foi (e será) objeto de tentativas de desestabilização e de campanhas de mídia sistematicamente hostis.

    Apesar de se haver unido sob a liderança de Henrique Capriles, a oposição perdeu quatro eleições consecutivas. Diante desse fracasso, sua facção mais direitista, ligada aos Estados Unidos e liderada pelo golpista Leopoldo López, aposta agora em um "golpe de Estado lento". E aplica as técnicas do manual quanto a isso.

    Na primeira fase: 1. Criar descontentamento ao tirar do mercado produtos de primeira necessidade. 2. Fazer crer na "incompetência" do governo. 3. Fomentar manifestações de descontentamento. E 4. Intensificar a perseguição pela mídia.

    A partir de 12 de fevereiro, os extremistas ingressaram na segunda fase: 1. Utilizar o descontentamento de um grupo social (uma minoria de estudantes) a fim de provocar protestos violentos e detenções. 2. Montar "manifestações de solidariedade" aos detidos. 3. Introduzir entre os manifestantes pistoleiros com a missão de provocar vítimas de ambos os lados (a análise balística determinou que os disparos que mataram o estudante Bassil Alejandro Dacosta e o chavista Juan Montoya, em 12 de fevereiro, em Caracas, foram feitos com a mesma arma, uma Glock calibre 9 mm). 4. Ampliar os protestos e seu nível de violência. 5. Redobrar a ofensiva da mídia, com apoio das redes sociais, contra a "repressão" do governo. 6. Conseguir que as "grandes instituições humanitárias" condenem o governo por "uso desmedido da violência". 7. Conseguir que "governos amigos" façam "advertências" às autoridades locais.

    É nesta etapa que estamos.

    Portanto, a democracia venezuelana está ameaçada? Só se for, uma vez mais, pelos golpistas de sempre.

    IGNACIO RAMONET, 70, é diretor do jornal "Le Monde Diplomatique" em sua versão espanhola e autor de "Fidel Castro: Biografia a Duas Vozes" e "Hugo Chávez, Minha Primeira Vida", que será lançado em maio no Brasil

    Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

    21/02/2014

    Quem está por trás dos protestos na Venezuela?

    Filed under: Golpismo,Venezuela — Gilmar Crestani @ 6:46 am
    Tags:

    Envolvido no golpe de 2002 e representante da elite de seu país, "Leopoldo López representa o que há de mais à direita no espectro político venezuelano"

    DemocracyNow

    wikimedia commons

    Os protestos na Venezuela têm sido apresentados pela mídia comercial como manifestações populares massivas contra o governo Maduro; no entanto, não têm sido discutidos os verdadeiros jogos políticos que elas escondem. Transcrevemos abaixo trecho da entrevista do professor George Ciccariello-Maher*, que dá um panorama da história recente venezuelana e das figuras envolvidas nas tentativas de deposição do governo Maduro. 

    DemocracyNow: O que está acontecendo na Venezuela hoje?

    George Ciccariello-Maher: Está acontecendo um grande evento, que será uma tarefa crucial para o governo de Maduro. É nossa obrigação que analisemos a situação dentro de seu contexto histórico, para entendermos quem está agindo. Se acompanhamos o Twitter, observamos que há uma tendência: neste momento “pós-occupy” e sucessor à Primavera Árabe, toda vez que vemos protestos nas ruas, nós começamos a retuitá-los e a sentir uma simpatia pela causa, mesmo sem saber qual é o contexto dela. Uma vez que analisamos o contexto venezuelano, o que vemos é mais uma tentativa, dentro de uma longa história de tentativas, de depor um governo democraticamente eleito, desta vez se aproveitando de uma mobilização estudantil contra a insegurança e as dificuldades econômicas.

    DN: George Ciccariello, quem é Leopoldo Lopez? O Washington Post o descreve como um homem de 42 anos, de esquerda, que estudou em Harvard. O que você sabe da sua história?

    GC-M: Dizê-lo de esquerda seria forçar a barra. Leopoldo Lopez representa o que há de mais à direita no espectro político venezuelano. Ele foi educado nos Estados Unidos desde o ensino médio até sua graduação na Harvard Kennedy, ele descende do primeiro presidente venezuelano e dizem que até mesmo do próprio Simon Bolívar. Em outras palavras, ele é o representante desta classe política tradicional que deixou o poder após a Revolução Bolivariana. Em termos de sua história política, seu partido, o Primera Justicia, foi formado por uma intersecção entre corrupção e intervenção norte-americana, corrupção por sua mãe, ao arrecadar fundo fraudulentos de uma companhia de petróleo venezuelana para este novo partido, e pelo outro lado fundos do NED, do USAID, e de instituições do governo norte-americano. Assim que Chávez chegou ao poder, os partidos políticos tradicionais entraram em colapso, e tanto a oposição interna quanto o governo do EUA precisavam criar algum outro veículo para fazer oposição ao governo Chávez, e este partido de Leopoldo Lopez é um destes veículos. Neste momento, até mesmo a liderança anterior do partido, Henrique Caprilles, que foi o candidato para as eleições presidenciais, percebeu que a linha de tomar ações nas ruas na tentativa de depor um governo democrático simplesmente não vai funcionar. No entanto, Leopoldo Lopez e outros líderes, como Maria Corina Machado e Antonio Ledesma, continuam tentando depor o governo.

    Leopoldo López, líder da oposição venezuelana. Foto: Renato Araújo / EBC

    DN: O presidente Maduro expulsou três diplomatas norte-americanos, alegando que eles estavam envolvidos no apoio à oposição. Você poderia nos falar sobre isso?
    GC-M: O governo Obama continua a financiar esta oposição, até mesmo mais abertamente do que Bush fazia: Obama requisitou fundos para estes grupos opositores, mesmo que eles estivessem envolvidos em atividades antidemocráticas no passado e apesar do fato de López e outros estarem envolvidos no golpe de 2002 e terem participado de ações violentas na época. Dizer que López hoje é um representante da democracia só pode ser uma piada. Há uma questão interessante aqui, a de que o governo venezuelano, se ouvimos as palavras da esposa de Leopoldo López em declarações recentes, agiu para proteger a vida de López, que estava sob ameaças. A maneira pela qual López foi preso foi muito generosa, muito mais do que López foi no passado, quando liderou uma caça às bruxas contra os ministros chavistas que foram espancados em público no caminho da prisão. López pode até mesmo falar em um mega-fone no dia em que foi preso. Podemos nos perguntar: por que o governo de Maduro está sendo tão gentil com ele? Na verdade, preferem que ele seja o líder da oposição porque ele simplesmente não seria eleito, pois ele representa a nata das elites venezuelanas.

    DN: O que vemos na mídia comercial é uma Venezuela fora de controle, com altos índices de violência, escassez de comida e inflação altíssima. Qual é sua avaliação da situação do país hoje?

    GC-M: Para dizer claramente, a escassez de comida tem sido sim um problema, e a segurança pública é um problema gigantesco na Venezuela. Ambos são problemas profundos que tem a ver com falhas do governo para tratá-los, mas também relação com a ação de vários outros atores. No caso da criminalidade, a infiltração de máfias tem sido muito grande nos últimos anos, e no caso da escassez, o papel de capitalistas que estocam bens de consumo e a especulação da moeda tem sido uma força destrutiva que nos lembra muito o Chile de Allende, onde se tentou destruir a economia como uma preparação para o golpe. Mas, na verdade, este dois fatores que os estudantes tem protestado contra não explicam o porquê destes protestos estarem emergindo, pois os índices de criminalidade estão baixando e a escassez de comida não está nem de longe tão ruim quanto estava há um ano. O que explica o que está ocorrendo agora é que, depois das eleições de dezembro, este foi o momento em que a direita disse “já chega, estamos cansados de eleições, nós vamos às ruas tentar derrubar este governo”, mas neste meio tempo, os movimentos revolucionários venezuelanos, as organizações populares, que são no fim das contas a base deste governo, que nunca teve apenas como base Chávez ou Maduro enquanto individuos, mas sim milhões e milhões de venezuelanos que estão construindo uma democracia mais profunda e mais direta, construindo movimentos sociais, organizações, conselhos de trabalhadores, conselhos estudantis, conselhos de camponeses, estas pessoas estão continuando a luta, estão defendendo o governo Maduro, e estes protestos que estão ocorrendo principalmente nas regiões mais ricas de Caracas, a Beverly Hills de Caracas, não as fará desistir desta tarefa.

    DN: E o papel dos EUA?
    Os EUA continuam a financiar a oposição. Acho que no futuro, como costuma acontecer, nós teremos acesso às informações do grau de envolvimento dos EUA no financiamento à oposição venezuelana. Na realidade, esses protestos são um cálculo errado por parte da oposição, não parece que os EUA teriam dito à oposição para tomarem este caminho, pois ele não parece ser muito estratégico. Sabemos que esta é uma oposição em contato direto com a embaixada norte-americana, que recebe fundos do governo dos EUA, mas este é o movimento de uma oposição venezuelana autônoma que vai, como parece, novamente desmoronar.
    Você pode conferir o vídeo da entrevista completa no site do DemocracyNow
    (*) Professor da Drextel University e autor do livro “We Created Chávez: A People’s History of the Venezuelan Revolution” (Nós Criamos Chávez: Uma História do Povo da Revolução Venezuelana)
    Tradução de Roberto Brilhante

    Quem está por trás dos protestos na Venezuela? – Carta Maior

    20/02/2014

    A guerra da informação ganha quem finanCIA!

    venezuale obsCENA ObsCENA!

    11 fotos manipuladas por la oposición venezolana

    Decenas de imágenes circulan en estos momentos en redes sociales y medios de comunicación de diferentes países, como forma de alegar que existe una “cruel represión” por parte de los cuerpos de seguridad venezolanos contra los manifestantes opositores. Alba Ciudad recopila algunas de estas imágenes como forma de ayudar a desmontar esta campaña de mentiras contra Venezuela.

    pedroalvarez-torturadofalso-1

    Arriba a la izquierda: Tuitero opositor divulga foto de supuesto estudiante venezolano golpeado por “fascistas asesinos” del PSUV. Derecha: La foto corresponde a Unai Romano, joven retenido, golpeado y torturado en 2005 por la policía española.

    BgfHvlvCMAAn5F-2

    Arriba a la izquierda: Tuitera opositora Daniela Frías divulga una foto de una supuesta estudiante venezolana a punto de llorar, tratando de abrazar a un policía. ”Tú y yo somos venezolanos, mi pana”, dice el texto del tuit. Derecha: La imagen en realidad corresponde a hechos ocurridos en Bulgaria en el año 2013.

    BgY-BzdCUAA7H-3

    Arriba a izquierda: Tuiteros opositores presentan imagen de supuesta estudiante venezolana tomada por el cuello y siendo arrastrada por guardias nacionales. “Que esta foto dé la vuelta al mundo”.

    Derecha: La imagen corresponde a estudiantes reprimidos en Chile en octubre de 2011.

    cadena-tachira2-4

    Arriba a la izquierda: Tuitero asegura que realizaron ”una inmensa rolo de cadena que hicieron en Táchira” contra Maduro, con personas tomadas de la mano con franelas color amarillo, símbolo del partido derechista Primero Justicia.

    Derecha: La imagen corresponde a una cadena humana realizada en Cataluña, España, en septiembre de 2013 en pro de la independencia de dicha región de España.

    amandag-5

    Arriba a la izquierda: Este domingo en la tarde, la actriz Amanda Gutiérrez tuiteó la foto de un hombre supuestamente siendo obligado a practicar sexo oral con dos policías, dando a entender que era un estudiante apresado, torturado y violado por oficiales venezolanos.

    Derecha: La imagen corresponde a una página para adultos radicada en los Estados Unidos. La foto tuiteada por Gutiérrez estaba recortada, pues los “policías” (en realidad actores porno disfrazados) tenían un uniforme con la palabra “POLICE”. La actriz se disculpó y borró el tuit, aduciendo que “me fuí de bruces ante la indignación de lo que se ‘presume’ que han vivido los estudiantes presos”.

    estebangerbasi1-7

    Arriba a la izquierda: El tuitero opositor Esteban Gerbasi tuiteó la imagen de un estudiante siendo baleado con perdigones a una distancia inaceptablemente corta. “¡Dictadura! Para muestra un botón”, escribió.

    Derecha: La imagen corresponde a manifestaciones en Río de Janeiro en junio de 2013 y la hizo pasar por imágenes de la “dictadura” en Venezuela.

    gn-perro-8

    Arriba a la izquierda: Numerosos tuiteros publicaron la foto de efectivos de seguridad pateando a un perro, escribiendo: “La Guardia Nacional no perdona ni a los perros. ¿Será que el perro es un fascista nazi?”

    Derecha: Miembros de la Misión Nevado alertaron que la foto corresponde al perro griego Loukanikos, que acompañó las protestas anticapitalistas en dicho país europeo, alegando que era un perro maltratado por la Guardia Nacional Bolivariana en Venezuela.

    Bgo1qIOIYAAbR6z-9

    Arriba a la izquierda: Tuitero asegura que un niño fue herido en la localidad de Táchira por “huestes bolivarianas”.

    Derecha: La cruda imagen de un niño herido llorando mientras es atendido, en realidad corresponde a Siria, país que pasa por una profunda guerra civil.

    Bgph0x8IEAA1BFu-10

    Arriba a la Izquierda: Tras aparecer el domingo 16 de febrero junto al Presidente Maduro, el escritor Leonardo Padrón y numerosos tuiteros acusaron a José Navarro, trabajador del Metro golpeado por manifestantes el viernes, de formar parte de una farsa; alegaron que tenía el collarín al revés.

    Derecha: Las fotos suministradas a través de Esteban Trapiello muestran que no es así, y que determinados modelos collarines se pueden usar de esta manera.

    BgZaCJxCEAAOLC2-11

    Izquierda: la periodista Ludmila Vinogradoff, en la página web del diario español ABC, tuiteó fotos de una mujer con el torso semidesnudo, siendo arrastrada por oficiales de policía, aduciendo que eso ocurría en Venezuela.

    Derecha: Los hechos, en realidad, ocurrieron en Egipto en 2011. La Sra. Vinogradoff borró el artículo, pero en otro reconoce el error. Esto ocurrió en abril de 2013, pero se sigue tuiteando con insistencia.

    clarin1302-6

    Arriba: La portada del diario impreso argentino Clarín del 13 de febrero de 2014 colocó la imagen de una persona con un fusil y dio a entender que era uno de los “chavistas armados ayer, en Caracas (…) actuaron grupos parapoliciales que, según testigos, dispararon a la multitud”. Dieron a entender que estas personas son responsables de dos muertes ocurridos el día anterior. La realidad es que la persona mostrada era un efectivo del CICPC (policía científica venezolana), protegiéndose de la quema de 5 vehículos de dicho cuerpo policial realizada por opositores violentos, a pocos metros de la entrada de su sede en Parque Carabobo (Caracas). Otros diarios y páginas web, como Infobae y El Mundo de España, hicieron actos similares omitiendo la leyenda original de esta foto de la agencia EFE: “Miembros de la CICPC caminan frente a un vehículo incendiado durante una marcha convocada por la oposición, en Caracas (Venezuela).”

    Por Luigino Bracci Roa

    Alba Ciudad

    El Ciudadano » 11 fotos manipuladas por la oposición venezolana

    Crie um website ou blog gratuito no WordPress.com.

    %d blogueiros gostam disto: