Concorrenza sleale é um filme italiano que mostra a relação de duas famílias que atuam no mesmo ramo durante o fascismo. Concorrência desleal, por exemplo, acontece entre empresas que se beneficiam por decisões favoráveis que outras ou não podem comprar ou preferem simplesmente honrarem com suas obrigações fiscais. Qual é a diferença do “gato”, aquele que puxa sinal da Net ou da luz ou da água, para estes que, via corrupção dos julgadores, surrupiam milhões dos cofres públicos? A diferença é que os “gatos” são pobres. Nem todos os “gatos” de Porto Alegre, ao longo da história, sonhariam em concorrer com as cifras que envolvem as empresas gaúchas na Operação Zelotes.
Concorrência desleal também porque recebem um tratamento não dispensado aos “gatos”. Para se ter uma ideia, o juiz teve de ser substituído para que a operação andasse. Aqui não há prisão preventiva e, portanto, delação premiada. A mídia não cobre porque é parte ré. Aliás, é o caso típico onde os envolvidos se acham no direito, por diversionismo, cara-de-pau ou por estarem acostumados com a própria mãe no puteiro, de atacarem a honestidade da Dilma.
O caso do CARF é uma lição de como as empresas envolvidas entendem a lei de livre mercado; o Estado é apenas uma puta para satisfazer suas taras.
Por que será que não há nenhum deputado do PMDB, DEM, PSDB, SD cobrando justiça? Por que não há vazamentos da Zelotes para a Veja, Globo, RBS?
Operação Zelotes vai pegar a RBS/Globo?
11 de Outubro de 2015
Os barões da mídia devem estar preocupados. O Portal Imprensa destacou nesta quinta-feira (8) que a "Polícia Federal deflagra nova etapa da Operação Zelotes; RBS é alvo da investigação". Até agora, a imprensa privada fez de tudo para abafar o escândalo das fraudes fiscais, que envolve empresários de peso – como os sócios do Grupo Gerdau e os donos da RBS, afiliada da TV Globo no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Mas a operação segue em andamento e começa a dar os primeiros frutos.
Segundo a reportagem, sete mandados de busca e apreensão foram determinados pela PF nesta nova fase das apurações. Iniciada em 26 de março passado, com o cumprimento de 41 mandatos de busca, a Operação Zelotes investiga os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo perícias da Receita Federal, o assalto aos cofres públicos soma de R$ 5,7 bilhões. Mas há suspeita de que o rombo seja três vezes maior – bem mais do que o apurado na midiática Operação Lava-Jato. Apesar dos estragos, a mídia evita destacar o assunto – que envolve empresas de comunicação e poderosos anunciantes, além de figuras carimbadas da politica.
Entre os suspeitos estão o ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes – que teve seus 19 minutos de fama com a rejeição das contas do presidenta Dilma no TCU -, os bancos Bradesco, Safra, Pactual e Bank Boston, a montadora Ford, a BR Foods, a Petrobras, a Camargo Corrêa, a Light "e o grupo RBS, afiliado da Rede Globo nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul" – registra o Portal Imprensa, que dá mais detalhes da Operação Zelotes:
"O caso começou a ser investigado após denúncia anônima do conselheiro Paulo Roberto Cortez à Receita e à PF. Ele alegou que conselheiros recebiam propina para atrasar processos de grandes empresas que discutiam dívidas do ‘tribunal administrativo da Receita’. O objetivo era reduzir ou até mesmo anular multas. A RBS seria uma das empresas com indícios mais fortes de participação no esquema de corrupção efetuado para não pagar impostos. O presidente-executivo do grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, chegou a ser convocado para depor na CPI do Carf".
Já em nota oficial, o Ministério da Fazenda confirmou que, em sua terceira fase, a Operação Zelotes cumpriu nesta quinta-feira (8) sete mandados de busca e apreensão e que a ação tem como objetivo coletar novos documentos sobre o escândalo. "As investigações têm apontado para a existência de irregularidades que consistiram na manipulação de decisões, mediante a atuação coordenada de agentes públicos e privados, com a finalidade de reduzir ou extinguir débitos tributários com o consequente prejuízo para a Administração Pública", afirma o texto.
Será que agora a RBS, afiliada da TV Globo, vai pagar por seus crimes? A conferir!