Ficha Corrida

06/01/2015

A guerra dos López

E assim, sem mais nem menos, ficamos sabendo que Porto Rico é uma colônia dos EUA controlado sob extremo rigor. Quem ousa discordar, vai preso. Coisa de ditadura bolivariana, que prende qualquer opositor. Óscar López Rivera foi preso nos EUA por exigir, vejam só, a independência a Porto Rico…

E tem gente no Brasil que ainda vibra com os tanques na praça Paz Celestial da China… Será que eles vibrariam se soubessem que os EUA prendem quem se manifesta contra a ocupação de Porto Rico pelos EUA?

Vamos trocar de nomes, porque López é latino e gostaria de saber mais como funciona a liberdade de expressão made in USA. Alguém ainda lembra de Bradley Manning, de Edward Snowden, Julian Assange? Todos cidadãos norte-americanos que ou apodrecem na prisão ou tiveram de fugir para não apodrecerem.

É assim que funciona a liberdade de expressão made in USA. Chega ser até engraçado que os EUA se sirvam de vira-bostas espalhados pela imprensa mundial para exigirem que seus adversários não prendam opositores.

Os EUA não só prendem como mandam matar quem quer que seja que se atravesse em seu caminho. Fazem guerras, revoluções, matam, assassinam, estupram, urinam sobre cadáveres, usam prostitutas e não pagam.

Toda guerra, desde o século passado, só existiu com participação dos EUA. As recentes revoluções no Oriente Médio decorrem da “democracia made in USA”: Líbia, Egito, Ucrânia, Síria….

 

EUA rejeitam troca por opositor venezuelano

Nicolás Maduro disse que só daria indulto a Leopoldo López após porto-riquenho ser solto

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS DE SÃO PAULO

Os Estados Unidos rejeitaram, nesta segunda (5), soltar Óscar López Rivera, preso nos EUA desde 1981 por militar pela independência de Porto Rico, em troca da libertação do opositor venezuelano Leopoldo López.

O Departamento de Estado americano, por meio da porta-voz Jen Psaki, disse que os dois casos não são comparáveis e que as declarações do presidente Nicolás Maduro aumentam as suspeitas dos EUA de que a Justiça venezuelana não seja independente.

A sugestão da troca foi feita por Maduro no domingo (4), ao criticar o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, por ele ter lhe pedido a libertação do opositor.

A ideia também foi rechaçada pela mulher de López. "Maduro, essa não é uma questão de troca, é uma questão de justiça", afirmou Lilian Tintori no Twitter.

Tintori disse que a proposta do presidente é um reconhecimento de que López "é um preso político de seu regime" e que "não há independência dos Poderes" no país.

Também o prefeito de El Hatillo, David Smolansky, membro do partido fundado por López, o Vontade Popular, criticou a proposta: "Leopoldo não pode ser trocado como um terrorista", disse.

PROTESTO

Por meio de seu advogado, López disse que não comparecerá às audiências de seu julgamento, que seria retomado nesta segunda (5), enquanto a Justiça não decidir sobre sua libertação.

A recusa de López, assim como a ausência de um dos outros quatro acusados no caso –um estudante que alegou dor de cabeça–, fez com que a sessão fosse adiada para o dia 13 de janeiro.

A Corte de Apelações da Venezuela delibera sobre dois recursos apresentados pela defesa de López para que ele seja julgado em liberdade.

Segundo o advogado do opositor, Juan Carlos Gutiérrez, a Justiça vem continuamente desrespeitando pactos internacionais de direitos humanos dos quais a Venezuela é signatária. A ONU, entre outras entidades, critica há meses a prisão de López.

Gutiérrez também informou que ele está "bem de saúde" e "produzindo muitos projetos para o futuro da Venezuela".López foi preso em fevereiro, quando começou uma onda de protestos antigoverno. Ele foi acusado de incitar violência e danificar propriedades.

31/08/2013

EUA têm U$ 52 bilhões para espionar; para matar, trilhões

Estados Unidos têm gasto secreto de US$ 52 bilhões para espionar

Orçamento encoberto obtido de Snowden detalha como as agências aplicam recursos para vigiar aliados

Barton Gelman e Greg Miller – Washington Post

WASHINGTON – As agências de espionagem dos EUA montaram um esquema de coleta de inteligência para dar ao presidente informações cruciais sobre ameaças à segurança nacional, segundo orçamento secreto do governo obtido pelo Washington Post do ex-agente Edward Snowden. O orçamento de US$ 52,6 bilhões para o ano fiscal de 2013 dá um panorama do que nunca foi submetido ao escrutínio público.

Embora o governo divulgue seus gastos em inteligência, ele não mostra como usa o dinheiro. O resumo de 178 páginas detalha sucessos, fracassos e objetivos das 16 agências de espionagem dos EUA. O texto descreve tecnologias de ponta, recrutamento e operações. O Washington Post reteve algumas informações após consultar autoridades americanas, que manifestaram temores sobre os riscos para fontes e métodos da inteligência.

"Os EUA fizeram investimentos consideráveis em inteligência desde os ataques terroristas de 11 de Setembro", escreveu o diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, em resposta a perguntas do jornal. "Nosso orçamento é confidencial porque poderia fornecer insights para serviços de inteligência estrangeiros discernirem nossas prioridades, capacidades, fontes e métodos que nos permitem obter informações para enfrentar ameaças", disse.

Os gastos da CIA superam os de todas as demais agências de espionagem, com US$ 14,7 bilhões de recursos solicitados em 2013. A cifra supera as estimativas externas e é quase 50% maior do que a da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), que realiza operações de escuta secreta de conversas privadas e é considerada a gigante da comunidade.

CIA e NSA começaram novos e agressivos esforços para invadir redes estrangeiras de computadores para o roubo de informação e sabotagem de sistemas, adotando o que o orçamento chama de "operações cibernéticas ofensivas".

Muito antes dos vazamentos de Snowden, a comunidade de segurança estava preocupada com "comportamentos anômalos" de empregados e contratados com acesso a material confidencial. A NSA planejou evitar um "comprometimento de informações sensíveis" este ano, reavaliando pelo menos 4 mil pessoas com permissões de segurança de alto nível.

Os agentes de inteligência americanos se interessam tanto por aliados como por inimigos. O Paquistão é descrito como um "alvo intratável" e operações de contrainteligência "são estrategicamente focadas contra alvos prioritários: China, Rússia, Irã, Cuba e Israel. Este último, um aliado americano, mas tem histórico de tentativas de espionagem contra os EUA.

Em palavras, feitos e dólares, as agências de inteligência continuam concentradas no terrorismo como a ameaça mais grave à segurança nacional, que é listada como o primeiro de cinco "objetivos de missão". Os programas de contraterrorismo empregam um em cada quatro membros da força de trabalho e respondem por um terço dos gastos em inteligência.

Os governos de Irã, China e Rússia são difíceis de penetrar, mas o da Coreia do Norte é mais opaco. Há cinco lacunas na inteligência americana sobre o programa nuclear de Pyongyang e analistas não sabem nada sobre as intenções do líder norte-coreano Kim Jong-un.

Conhecido como Justificativa Orçamentária do Congresso para o Programa de Inteligência Nacional, o documento apresenta os níveis de gastos propostos aos comitês de inteligência da Câmara e do Senado, em fevereiro de 2012. Ele descreve agências de espionagem que monitoram milhões de alvos de vigilância e realizam operações que incluem centenas de ataques letais. Elas estão organizadas em torno de cinco prioridades: combater o terrorismo, deter a proliferação de armas nucleares e não convencionais, alertar líderes americanos sobre eventos críticos no exterior, defesa da espionagem estrangeira e realizar ciberoperações.

Na introdução, Clapper diz que as ameaças que os EUA enfrentam "desafiam uma hierarquização". Ele adverte sobre "escolhas duras" a serem adotadas para que a comunidade de inteligência corte gastos. A proposta orçamentária atual considera que os gastos ficarão no mesmo nível pelo menos até 2017. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK

07/06/2013

Cuba, Estados Unidos e a luta contra o terrorismo

Filed under: Isto é EUA!,Terrorismo de Estado — Gilmar Crestani @ 9:31 am
Tags:

EUA acabam de colocar Cuba outra vez na lista dos países que patrocinam o terrorismo, o que suscitou a ira de Havana

Desde 1982, Cuba faz parte da lista das nações que patrocinam o terrorismo internacional, estabelecida pelo Departamento de Estado dos EUA, com a aplicação de sanções como consequência. A administração republicana de Ronald Reagan decidiu incluir a ilha pelo apoio que dava aos movimentos revolucionários da América Latina, em particular em El Salvador. Naquela época, o governo conservador tinha decidido abandonar a política de aproximação a Havana que seu predecessor James Carter havia estabelecido, quando se estava a ponto de normalizar as relações com Cuba.
Em seu último relatório, publicado no dia 30 de maio de 2013, Washington justifica a manutenção de Havana no grupo que inclui Irã, Síria e Sudão, sublinhando que “no passado, alguns membros das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) estiveram autorizados a se refugiar em Cuba”. O relatório enfatiza também que “o governo cubano segue protegendo fugitivos procurados nos Estados Unidos. O governo cubano também dá apoio através de casas, bônus alimentares e atenção médica a esses indivíduos”. Por fim, o documento faz alusão à presença de separatistas bascos em Cuba (1).
Ainda assim, Washington deixa de ressaltar vários elementos fundamentais que acabariam com as distintas acusações. Quanto às FARC, Havana acolheu efetivamente alguns de seus elementos no passado. Mas foi porque o governo da Colômbia solicitou ao governo cubano que isso acontecesse, no marco das negociações destinadas a desembocar em um acordo de paz.  Assim, desde novembro de 2012, Cuba é a sede das negociações entre os representantes das FARC e do governo colombiano. O relatório do Departamento de Estado admite que Cuba “abriga um diálogo de paz” entre a guerrilha e o Estado colombiano, e assinala que não há “nenhum indício de que o governo cubano proporcione armas ou treinamento paramilitar para grupos terroristas” (2).
Wayne S. Smith, antigo embaixador estadunidense em Cuba, fez conhecer sua incompreensão depois da publicação do relatório: “O governo colombiano, longe de acusar Cuba de abrigar guerrilheiros, cumprimentou várias vezes Havana por sua contribuição no processo de paz (3)”.
Carlos Latuff

Quando aos membros do ETA, Washington deixa de pontuar também que Havana somente respondeu a uma petição do governo espanhol de Felipe González de acolher alguns dirigentes no marco de negociações de paz com a organização separatista basca.
Jim McGovern, representante republicano do Estado de Massachusetts, também expressou seu desacordo com a decisão do Departamento do Estado. “Não há nenhuma prova de que Cuba dê apoio a grupos terroristas”, apontou, lembrando que a Colômbia tinha cumprimentando amiúde “o papel construtivo” da ilha na busca de um acordo de paz (4).
Anthony Quainton, embaixador da origem da inclusão de Cuba na lista de países terroristas em 1982, também expressou sua desaprovação: “Chegou o tempo de tirar Cuba dessa lista, por nossos interesses mútuos”.

Leia mais

Do mesmo modo, Patrick Ryan, antigo embaixador estadunidense, autor dos informes sobre o terrorismo entre 2007 e 2009, fez um pedido a Washington para por fim à estigmatização de Havana:
“Como antigo diplomata norte-americano, autor dos relatórios sobre o terrorismo entre 2007 e 2009 […], visitei Cuba várias vezes no marco do meu trabalho. Estou convencido de que manter Cuba na lista de países que patrocinam o terrorismo é absurdo e altamente político, particularmente levando em conta as evidentes omissões. Onde está a Coreia do Norte, que lançou ataques contra o sul nos últimos anos – e que ameaçou recentemente lançar um ataque nuclear contra os Estados Unidos? […] Nenhuma fonte crível de informação afirma que Cuba representa atualmente uma ameaça à nossa segurança.
Faz tempo demais que uma pequena minoria de políticos cubano-americanos dita a política exterior dos Estados Unidos para com um dos nossos vizinhos geograficamente mais próximos, e tem utilizado essa lista de países terroristas altamente questionável para justificar a manutenção de um embargo que data da Guerra Fria.
Curiosamente, esses membros do Congresso apoiam a liberdade dos cubanos de viajar aos Estados Unidos, mas não a liberdade dos norte-americanos viajarem a Cuba, e utilizam a justificativa do terrorismo para isso.
Agência Efe (05/06)

Presidente do Parlamento cubano, Ricardo Alarcón (esq.), participa de vídeoconferência com René González (dir.), um dos cinco agentes cubanos, liberto em 2011 sob condicional
O feito de que alguns membros do grupo separatista basco ETA se encontrem na ilha com a benção do governo espanhol, que os membros das FARC se encontrem em Cuba durante as negociações de paz apoiadas pelo governo colombiano e que vários fugitivos da justiça norte-americana – se bem que nenhum deles foi acusado de terrorismo – tenham vivido ali exilados desde os anos 1979, não são argumentos críveis para manter a acusação [….].
É tempo de adotar um novo enfoque porque nossa política atual anacrônica tem fracassado estrepitosamente há mais de meio século”.
Por sua vez, o governo de Havana condenou a instrumentalização da guerra contra o terrorismo para fins políticos. Em uma longa declaração, o Ministério de Relações Exteriores respondeu a Washington:
“Novamente, esta decisão vergonhosa tem sido tomada faltando de maneira deliberada com a verdade e ignorando o amplo consenso e a objeção explícita de numerosos setores da sociedade estadunidense e da comunidade internacional para que se ponha fim a essa injustiça.
O único propósito desde exercício desprestigiado contra Cuba é tentar justificar a manutenção do bloqueio, uma política fracassada que o mundo inteiro condena.
O governo dos Estados Unidos insiste em manter esse desígnio arbitrário e unilateral, apesar do total absurdo das acusações ridículas e dos argumentos inconsistentes que tradicionalmente tem utilizado nos últimos anos como desculpas para isso […].
O território de Cuba nunca foi e nunca será utilizado para abrigar terroristas de origem nenhuma, nem para organizar, financiar ou perpetuar atos de terrorismo contra nenhum país do mundo, incluindo os Estados Unidos. O governo cubano rejeita e condena inequivocamente todo ato de terrorismo em qualquer lugar, sob qualquer circunstância e quaisquer que sejam as motivações alegadas.
Por sua vez, o governo dos Estados Unidos emprega o terrorismo de Estado como uma arma contra países que desafiem seus interesses, provocando mortes da população civil. Usou aviões não tripulados para perpetrar execuções extrajudiciais de supostos terroristas, incluindo estadunidenses, o que resultou na morte de centenas de civis inocentes”. (5)
O governo cubano também acusa Washington de abrigar terroristas de origem cubana responsáveis por  várias centenas de assassinatos, algo que os Estados Unidos não negam. Desde 1959, o terrorismo procedente dos Estados Unidos custou a vida de 3.748 cubanos e 2.099 incapacitados. O caso mais emblemático é de Luis Posada Carriles (foto). Antigo policial sob o regime ditatorial de Fulgencio Batista, Posada foi recrutado pela CIA em 1961 e se transformou em um especialista em explosivos. É responsável por mais de uma centena de assassinatos, entre eles o atentado de 6 de outubro de 1976 que provocou a explosão em pleno voo de um avião civil em Barbados, causando a morte de 73 pessoas, entre elas toda e equipe juvenil de esgrima que tinha acabado de vencer os Jogos Pan-Americanos. Também é autor da onda de atentados terroristas que golpeou a indústria turística cubana entre abril e setembro de 1997 que custou a vida do cidadão italiano Fabio di Celmo e que fez dezenas de vítimas (6).
Não há duvidas sobre a culpa de Luis Posada Carriles. De fato, os relatórios do FBI e da CIA são explícitos a respeito: “Posada e Bosch orquestraram o atentado contra o avião” (7). Do mesmo modo, em sua autobiografia Los caminhos del guerrero, ele reivindica abertamente sua trajetória terrorista. Além disso, em 12 de junho de 1998, Posada Carriles concedeu uma entrevista ao New York Times na qual se vangloriava de ser a pessoa que mais atentados realizou contra Cuba, reivindicando a paternidade intelectual dos atentados de 1997. Segundo ele, o turista italiano “estava no lugar errado na hora errada (8)”.
Frente ao aumento dos atentados nos anos 1990, Cuba infiltrou vários agentes na Flórida para impedir a realização dos projetos terroristas de pequenos grupos de extrema direita de origem cubana. Depois de reunir um voluminoso relatório sobre 64 pessoas envolvidas em atos violentos contra a ilha, Havana transmitiu a informação ao FBI. Em vez de mandar prender os indivíduos que pertenciam a organizações criminosas, Washington prendeu os cinco agentes infiltrados no exílio cubano e os condenou a penas que vão de 15 anos de prisão à prisão perpétua, durante um julgamento que foi denunciado pela Anistia Internacional, pelas Nações Unidas e nada por menos que dez Prêmios Nobel (9).
A instrumentalização para fins políticos de um tema tão grave como o terrorismo prejudica a credibilidade do Departamento de Estado, acusado de calculista e hipócrita.  Por um lado, Washington afirma que está levando a cabo uma guerra contra o terrorismo, e por outro oferece proteção a criminosos como Luis Posada Carriles e sanciona cinco agentes cubanos cujo papel era impedir a realização de atentados contra Cuba. Em nome da guerra econômica e ideológica que Washington leva contra Havana há mais de meio século, os Estados Unidos não vacilam em colocar na lista de países terroristas uma nação cuja principal característica é ser vítima do terrorismo há cinquenta anos.
(1) Unites States Department of State, «Country Reports on Terrorism 2013», maio de 2013. http://www.state. gov/documents/ organization/ 210204.pdf (sitio consultado el 2 de junho de 2013).
(2) Ibid
(3) Latin American Herald Tribune, «U.S. Urged to Drop Cuba from Terror List», 8 de março de 2013.
(4) Ibid
(5) Ministério de Relaciones Exteriores da República de  Cuba, «Cuba no reconoce al Gobierno de EEUU la más mínima autoridad moral para juzgalo», Cubadebate, 30 de naio de 2013.
(6) Salim Lamrani, Cuba, ce que les médias ne vous diront jamais, Paris, Estrella, 2009, p. 135-154.
(7) Federal Bureau of Investigation, «Suspected Bombing of Cubana Airlines DC-8 Near barbados, West Indies, October 6, 1976», 7 de octubre de 1976, Luis Posada Carriles, the Declassified Record, The National Security Archive, George Washington University. http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB153/19761008.pdf (sitio consultado el 3 de junho de 2013).
(8) Ann Louise Bardach & Larry Rohter, «Key Cuba Foe Claims Exiles’ Backing», New York Times,12 de julio de 1998.
(9) Salim Lamrani, op. cit.
(*) Doutor en Estudos Ibéricos e Latino-americanos da Universidade Paris Sorbonne-Paris IV, Salim Lamrani é professor-titular da Universidade de la Reunión e jornalista, especialista nas relaciones entre Cuba e Estados Unidos. Seu último livro se chama The Economic War Against Cuba. A Historical and Legal Perspective on the U.S. Blockade, New York, Monthly Review Press, 2013, com prólogo de Wayne S. Smith e prefácio  de Paul Estrade. Contato: lamranisalim@yahoo.fr ; Salim.Lamrani@univ-reunion.fr
Página no Facebook: https://www.facebook.com/SalimLamraniOfficiel

Opera Mundi – Cuba, Estados Unidos e a luta contra o terrorismo

Parceria totalitária

 

Gigantes da internet foram obrigadas a ceder dados para grampos do governo dos EUA

Google, Facebook e Microsoft estão entre as empresas que tiveram seus sistemas acessados por Washington

Atualizada às 20h32
Algumas das empresas mais conhecidas e importantes da internet foram obrigadas a ceder dados de clientes para o governo dos Estados Unidos, de acordo com novo documento revelado pela imprensa internacional. Entre as companhias que tiveram seus sistemas acessados pela NSA (sigla em inglês de Agência de Segurança Nacional) estão Google, Facebook, Microsoft, Yahoo, Skype e YouTube.
De acordo com documento divulgado pelo The Guardian, uma apresentação de Power Point com 41 slides, os grampos eram realizados “diretamente dos servidores” das maiores empresas dos EUA e incluíam e-mails, arquivos anexados, vídeos e conversas online.
A obtenção compulsória dos dados foi iniciada na Microsoft, em 2007, ainda sob o governo de George W. Bush. Sob a gestão de Barack Obama, no entanto, a prática foi intensificada e passou a atingir um número maior de companhias.
Leia mais sobre os EUA:
Enquanto prisão de U$400 milhões é construída, Filadélfia fecha 23 escolas
Ofender policiais pode virar crime no Estado de Nova York
Segundo o arquivo obtido pelo jornal britânico, o Google se disse “preocupado com a segurança das informações” de seus usuários. “Divulgamos os dados do usuário para o governo, de acordo com a lei, mas desejamos a revisão de todos esses pedidos com cuidado. De tempos em tempos, as pessoas alegam que criamos um governo paralelo em nossos sistemas, mas o Google não tem controle se o governo acessar dados particulares do usuário.”
Executivos de algumas das empresas citadas na reportagem, como a Apple, dizem que "nunca ouviram falaram nessa invasão" de seus sistemas. "Se eles estiverem fazendo isso, estão fazendo sem o nosso conhecimento."
O acesso, por parte de Washington, às bases de dados dessas importantes companhias aumenta o escândalo da espionagem do governo dos EUA a milhões de seus cidadãos. Nesta quinta-feira (06/06), a Casa Branca confirmou o grampo aos registros telefônicos de clientes da operadora Verizon.
Políticos defendem medida
Pessoas ligadas ao governo e líderes políticos norte-americanos saíram em defesa da prática, minimizando possíveis efeitos negativos. Um alto funcionário da Casa Branca, que não quis se identificar, afirmou que as informações coletadas a partir dos registros telefônicos ajudam a “proteger a nação contra ataques terroristas”. Ele acrescentou que os dados a que a NSA teve acesso não incluem “conteúdo de nenhuma comunicação nem o nome de nenhum assinante", envolvendo apenas “dados, como um número telefônico ou a duração de uma chamada". Tal prática permite ao setor que cuida de antiterrorismo descobrir se terroristas conhecidos ou suspeitos “estiveram em contato com outras pessoas que podem estar envolvidas em atividades criminosas”.

Agência Efe

Governo dos EUA vê grampo de telefones como necessário para evitar atos terroristas
O funcionário também insistiu na legalidade do recolhimento de informação de inteligência, assegurada pela FISA (sigla em inglês para Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira), de 1978, que possibilitou a criação da Corte Fisa, responsável por conceder a ordem judicial secreta no caso da Verizon, segundo o Guardian.
Entretanto, o artigo do jornal britânico afirma que os registros aconteceram sem levar em consideração se os autores das chamadas tinham cometido algum delito, o que aparentemente foge ao estabelecido pela lei FISA, que se limita aos suspeitos de terrorismo ou agentes de outro país.

Leia mais

O senador Saxby Chambliss, principal republicano no painel de inteligência norte-americana, disse que “os números são basicamente coletados por computador”. O também republicano Lindsey Graham, por sua vez, declarou que não vê problemas nessa prática, por ser “imperativa” na “guerra ao terror”. “Se não fizermos isso, seremos loucos”, afirmou.
Já o deputado republicano Mike Rogers, presidente do House Intelligence Committee norte-americano, revelou em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira que a medida da NSA ajudou a impedir um número significativo de ataques terroristas domésticos nos últimos anos, mas não deu mais informações sobre o assunto.
As revelações suscitam preocupações quanto ao tratamento dado por Barack Obama às questões de privacidade e liberdade de expressão. O governo já havia sido criticado por ter grampeado os telefonemas de jornalistas da Associated Press e vasculhado os e-mails de um repórter da TV Fox, como parte de suas investigações sobre o vazamento de documentos oficias.

Opera Mundi – Gigantes da internet foram obrigadas a ceder dados para grampos do governo dos EUA

Blog no WordPress.com.

%d blogueiros gostam disto: