Ficha Corrida

11/12/2014

Bolsonaro não é FDP, é filho do PIG!

Filed under: Estupro,Grupos Mafiomidiáticos,Instituto Millenium,Jair Bolsonaro — Gilmar Crestani @ 10:57 pm
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Cria cuervos… Quem chocou o ovo da serpente que o cuide. Quem protege quem defende estupro também pode defender estuprador. Possivelmente Bolsonaro goste de estuprar e, quiçá, ser estuprado. Mas é algo tão abjeto que mesmo sendo algo das preferências dele, não é coisa para ser defendida sob o manto da impunidade parlamentar.

Se este é um deputado Para Lamentar, pior são os falsos moralistas dos grupos mafiomidiáticos que plantaram o ódio mas agora não querem reconhecer seus filhos de chocadeira.

Filho do PIG!

bolso naziLelê Teles: Bolsonaro, um dos “filhos” da mídia brasileira

publicado em 10 de dezembro de 2014 às 15:49

O QUE DISSE BOLSONARO QUANDO DISSE O QUE DISSE?

por Lelê Teles, via e-mail

Ouçamos isso primeiro, com atenção.

A Hidra tem inúmeras cabeças, os gregos as contaram lá na antiguidade.

Alguns desmiolados na grande mídia, pretendendo agradar os patrões bilionários, decidiram chocar um ovo da velha Hidra que estava perdido por aí, sentaram-se sobre ele – revezando – e o aqueceram até que o monstrinho ganhou vida e ganhou as ruas.

Agora não há quem o detenha.

Outro dia, Noblat se queixou quando o seu filho, o repórter comediante Guga Noblat, foi atacado pela fera durante uma passeata.

Tarde demais.

Agora, Noblat se queixa novamente ao ouvir o caricato deputado carioca falar em estuprar. Seus leitores o chamaram de petralha.

Tarde demais.

Como jornalista, Noblat ajudou a chocar o monstro. Agora, como pai, viu que colocou a vida do filho em risco. E como avô, percebe também que sua netinha está a perigo. Há parlamentar fazendo, abertamente, apologia ao estupro.

Noblat pede a cassação de Bolsonaro, mas tá pensando nos dele, nos de casa, quando teve que pensar no Brasil ele pouco se lixou.

Voltemos a Bolsonaro, uma das cabeças da besta policéfala, cujo filho vai à manifestações com pistola na cinta.

Ouçamos o que disse o monstrengo na noite de ontem à Maria do Rosário, sua colega de parlamento: “há poucos dias, ‘tu’ me chamou de estuprador no Salão Verde, e eu falei que não ia estuprar você porque você não merece”.

Com isso, o deputado não disse apenas que poderia estuprar alguém, disse sobretudo que estupraria alguém que merecesse.

Para Jair, há mulheres que merecem ser estupradas. E ele afirma que sabe distinguir bem, quando olha para uma mulher, as que merecem e as que não merecem o estupro.

O que ele merece?

Cassá-lo por quebra de decoro é justo e é um imperativo. Mas arrancar uma cabeça não vai matar o monstro. Há Lobões, Mervais, Jabores, Mainardis, Azevedos, Waacks… todos mergulhados no pântano a alimentá-lo.

A Hidra de Lerna, quem não o sabe, tinha o corpo de dragão e sete cabeças de serpente, que sempre se regeneravam ao serem cortadas.

O monstro era tão horrendo que só o seu hálito já matava. Habitante do pântano, exalava um odor mortífero e aterrorizante.

Hércules, e apenas Hércules, conseguiu matá-la.

No entanto, mesmo sabendo que temos um trabalho hercúleo pela frente, é sabido que não temos nenhum Hércules por essas paragens.

E agora, quem poderá nos salvar?

Palavra da salvação.

PS do Viomundo: Lelê vai ao encontro do que temos dito repetidamente, que uma mídia de extrema-direita produz “heróis” da extrema-direita.

Leia também:

Abaixo-assinado que pede cassação de Bolsonaro chega a 90 mil adesões

Lelê Teles: Bolsonaro, um dos "filhos" da mídia brasileira « Viomundo – O que você não vê na mídia

28/10/2014

Por que quando o corrupto é do PSDB a Folha trata como algo normal?

ficha-sujaNão há aquelas manchetes criminalizando toda a instituição a que pertence o meliante. Se as pessoas se dessem contas destas sutilezas, que nem são lá tão sutis assim, talvez odiassem menos o PT e passassem a olha a relação do PSDB com a Folha, Estadão e Veja com outros olhos.

Fatos como estes, acontecem todos os dias, mas não chegam à capa. Não é mero acaso que o PSDB seja o partido com mais políticos cassados pelo Ficha Limpa. Na verdade, ninguém chega ao pés do PSDB em termos de Ficha Suja, mas que, devido à proteção mafiosa dos velhos grupos de mídia.

O mais engraçado, não fosse trágico, é o esforço que velha mídia faz por colar no PT o que no PSDB faz parte de sua própria essência, como  a pele.

Investigado, fiscal comprou 19 imóveis em cinco anos

Servidor e assessor de vereador são suspeitos de cobrar propina de comerciante

Citado em reportagem da TV Globo, vereador terá que se explicar ao PSDB; ele diz que exonerou assessor

ARTUR RODRIGUES LEANDRO MACHADO, DE SÃO PAULO, para a FOLHA

Investigado pela prefeitura, um fiscal suspeito de cobrar propinas durante a CPI dos Alvarás na Câmara Municipal de São Paulo acumulou ao menos 19 imóveis nos últimos cinco anos.

Na lista de bens do engenheiro Roberto de Faria Torres, constam apartamentos de alto padrão, vagas em edifícios garagem e boxes em prédios comerciais.

Gravação exibida no "Fantástico", da TV Globo, mostra o assessor parlamentar Antonio Pedace pedindo R$ 15 mil ao dono de um bar.

O dinheiro, segundo a reportagem, seria usado para retirar o estabelecimento da lista de fiscalizados da CPI.

Torres é funcionário da prefeitura emprestado para a Câmara. Pedace é assessor do presidente da CPI, vereador Eduardo Tuma (PSDB).

Na lista de imóveis do fiscal investigado, obtida pela Folha, consta, por exemplo, um apartamento de um condomínio na Vila Mariana, zona sul, em que uma unidade custa mais de R$ 1 milhão.

Torres recebe R$ 4.000 por mês na Secretaria Municipal de Licenciamentos. Para comprar um apartamento como esse, teria de juntar todo o salário por mais 20 anos.

Desde 2005, ele adquiriu ao menos quatro apartamentos, uma casa, duas vagas em edifícios garagem e dez boxes em um edifício comercial, na região central.

O fiscal já era investigado pela CGM (Controladoria Geral do Município), que mapeou servidores com patrimônio suspeito. Agora, o órgão vai apurar a suposta extorsão ao comerciante.

De acordo com o vídeo exibido pelo "Fantástico", Torres e Pedace indicam outro engenheiro, Marcos Peçanha, que pede R$ 13 mil ao comerciante para "dar baixa" no processo, com um parecer que retiraria o estabelecimento da lista da CPI.

Em outra gravação, Peçanha diz ao dono do bar que falará diretamente com o presidente da CPI, Eduardo Tuma. Ele diz que daria um "presente" ao vereador.

INVESTIGAÇÃO

O promotor Roberto Bodini, que abriu investigação nesta segunda (27), afirma que mais pessoas dizem ter sido extorquidas.

O PSDB diz que Tuma terá de se explicar em uma reunião nesta terça (28). O vereador afirma que exonerou Pedace e cobrou explicações dele, além de acionar criminalmente Marcos Peçanha.

O advogado de Pedace, David Figueiredo, nega que seu cliente tenha cometido irregularidades. Ele afirma ser sócio, em um escritório de advocacia, do ex-deputado federal Robson Tuma, primo do vereador Eduardo Tuma.

A Folha não localizou Torres e Peçanha.

01/06/2014

Dossiê: Grupos MafioMidiáticos

Instituto Milleniumj

No organograma feito para o Instituto Millenium não consta o Grupo RBS que também faz dos Grupos MafioMidiáticos, que conduz, no relho, gaúchos e catarinenses, para seguirem, como manada,  o caminho aberto por suas équas madrinhas (Antonio Britto, Sergio Zambiase, Yeda Cruius, Ana Amélia Lemos, Lasier Martins)…

Ligações perigosas no trato da velha mídia, da publicidade e o novo jornalista

sab, 31/05/2014 – 09:30 – Atualizado em 31/05/2014 – 15:23

Enviado por Assis Ribeiro, do Medium.com

Da relação entre a velha mídia, publicidade e o novo jornalista

Um paralelo entre a crise da mídia e do jornalista tradicional e o auge do jornalista progressista. Este último está pronto para a sociedade. A sociedade está pronta para ele?

Por Henrique Alves Dias

Colaboraram: Fernando Lulia e Tatiana Mazzei.

Sobre o mito da imparcialidade:

Além de ser um texto de opinião, este autor entende a imparcialidade como mito, tendo em vista que toda produção humana está sujeita a parcialidade, sempre carregando traços dos ideais de seu produtor.
Este é um texto produzido seguindo ideais de esquerda.

Mídia tradicional em crise

Não é novidade que as grandes corporações de mídia tradicional observam quedas expressivas nos indicadores de audiência e, consequentemente, financeiros. No exterior muitas empresas se desfazem, aqui o caminho é parecido.

Com as mudanças de hábitos das pessoas, as empresas de comunicação se veem obrigadas a transformar seu modelo de negócios, caso queiram sobreviver na nova era. Neste texto vamos procurar entender o que está acontecendo no ambiente econômico e institucional da comunicação no Brasil e como isso afeta a vida da sociedade, o papel do jornalismo e a cidadania.

TV

Nova marca para os programas da TV Globo na internet.
(Imagem:Facebook/Divulgação)

A TV Globo, maior emissora brasileira e segunda maior do mundo, perdeu consideráveis pontos de audiência nos últimos anos.Inicialmente, com o surgimento de programas como o Pânico na TV, naRedeTV!, e O Melhor do Brasil, na Record, os pontos que eram da Globo foram para estas e outras emissoras.
No último ano os pontos continuaram caindo, mas deixaram de ir para as demais emissoras. As pessoas simplesmente desligaram a TV e foram fazer outras coisas — provavelmente usar a internet.
Segundo o Ibope, em 2012 foram desligados cerca de 5% dos aparelhos de TV no Brasil.
Para mensurar o problema, o Jornal Nacional, principal telejornal da TV Globo, perdeu um terço de sua audiência desde 2000, segundo dados doIbope.

(Imagem: Programa Ooops!/Divulgação)

Se por um lado a audiência caiu, as Organizações Globo obtiveram receitarecorde em 2012, graças ao dinheiro dos anúncios publicitários que são veiculados na empresa da família Marinho.
Segundo informações da Revista Exame, o lucro da companhia atingiu R$ 2,9 bilhões, em 2012, crescimento de 36% em relação a 2011. Sua receita líquida avançou 32,4%, chegando a R$ 12,6 bilhões.
Como exemplo do roll de operações da empresa, além da principal emissora de TV do país, o grupo também detém jornais e revistas, além de participação em empresas como a Net e Sky, e nos canais pagos da Globosat, como SporTV, Multishow e Telecine.
Para se ter uma ideia, o mercado publicitário brasileiro cresceu 6% em 2012, totalizando um faturamento de R$ 44,8 bilhões, segundo o projeto Inter-Meios, Meio & Mensagem. Desse total, R$ 30 bilhões correspondem às vendas de espaço publicitário em mídia. As TVs abertas e pagas concentram R$ 20,8 bilhões, ou seja, 46% de todo o mercado publicitário.

A explicação para a publicidade se manter firme na TV, mesmo com queda de audiência, é o pagamento da bonificação por volume (BV), por parte da emissora.
Quem ajuda a entender como funciona o BV é Tatiana Mazzei, MBA em Gestão em Marketing pela Universidade Anhembi Morumbi e mestranda em Linguagens e Estéticas da Comunicação pela USP.

É uma prática comum de mercado, não só em TV, como em todos os demais meios. Digamos que trata-se de uma política da boa vizinhança, o famoso “eu te ajudo, você me ajuda”. Por exemplo: se um veículo não paga BV às agências, essas não mais o indicam, a não ser que o cliente realmente exija tal coisa. Caso contrário, dão prioridade aos “parceiros”.
Porém, é uma prática de mercado complexa e é como se também, para que se fizesse trabalhos, a agência não cobrasse seus percentuais de 20% e 15% de produção e mídia. E aí, nem de BV’s estamos falando.

Ainda segundo Tatiana Mazzei, a Globo ameniza a queda de audiência através de esforços multiplataforma:

Por exemplo, os planos de patrocínio do Campeonato Brasileiro estão com preços cada vez mais astronômicos, no entanto a audiência na TV caiu nos últimos anos. Para tentar minimizar isso, a emissora oferece o que chamamos de crossmedia, apresentando inserções dos patrocinadores também na Globo.com como “bônus”.

Agora cabe nos indagar uma pergunta: até quando as agências irão aceitar baixa audiência em troca de bonificação?
Por um lado, o desprestígio da mídia tradicional aumenta, em paralelo àascensão de uma mídia independente e rápida pela internet como opção de fonte de informação, por outro, a aceitação do BV por parte das agências de publicidade pode não durar muito tempo, se levar em conta que, segundo dados do Ibope, a emissora perdeu 30% de sua audiência, de 21,7 a 14,7, em 8 anos, de 2004 a 2012.

TV Globo perde 30% de sua audiência em 8 anos

Além dos problemas de audiência, há processos de investigação de sonegação de impostos envolvendo a emissora, que pode chegar a R$ 600 milhões e atingir a empresa duramente nos próximos anos.
Segundo anúncio feito pela Procuradoria da República do Distrito Federal, aGlobo é acusada de sonegar impostos referentes à exibição da Copa do Mundo de 2002. Também pesa sobre o conglomerado de mídia suspeitas de lavagem de dinheiro, crimes contra órgãos da administração direta e indireta da União e estelionato, em pedido de apuração feito por 17 entidades da sociedade civil, entre elas, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

E se a Globo fez malabarismos e conseguiu aumentar o lucro, mesmo com audiência em baixa, o mesmo não acontece com concorrentes.

Em 2011, a Record ganhou o título de emissora que mais demite, tendo demitido 246 funcionários. A maior parte trabalhava no Recnov, o enorme complexo de dramaturgia que logo se mostrou um investimento mal dimensionado da emissora de Edir Macedo.
Tudo indica que aqui a crise não é apenas fruto da popularização da internet e da TV paga, mas de má administração.
Em 2012 foram 85 radialistas e jornalistas demitidos, enquanto a emissora via seu lucro aumentar cerca de 15%, segundo dados do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro.
Este ano, a emissora já demitiu mais de 500 funcionários, sendo mais de 100 um dia depois do 1° de maio, feriado do dia do trabalhador.

A RedeTV!, por sua vez, está praticamente falida, em crise há muito tempo. A equipe do Pânico na TV, então programa de maior audiência da emissora, deixou a casa em fevereiro de 2012 porque não recebia seus pagamentos em dia. Sem o carro chefe, os problemas da emissora só se agravaram. Vários dos funcionários da RedeTV! estão com pagamentos atrasados.
Mesmo antes da saída do Pânico, o quadro de funcionários da emissora já tinha se reduzido cerca de 20%.Cansados de trabalhar sem receber, os próprios funcionários pediram as contas.
Esse ano, começaram as demissões em massa. Em julho foram cortados 33 jornalistas. O programa Se Liga Brasil foi extinto dois meses antes. Em agosto, a emissora agoniza com as reações dos funcionários que ainda a integram. O jornalista Beto Filho conseguiu reverter na Justiça a verba de patrocínio da Bombril ao programa Mega Senha, totalizando R$ 500.000, ao pagamento de seus salários atrasados. Ao mesmo tempo, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão de São Paulo enviou à presidenta Dilma Rousseff uma carta pedindo a cassação da concessão de transmissão da RedeTV!.

A MTV, no Brasil franquiada pelo Grupo Abril, fecha as portas como TV aberta e vai para a TV paga em outubro, com outro formato, sendo tocada por sua dona original, a estadunidense Viacom, até que se encontre algum interessado na recompra dos direitos de uso da marca. A Abril tenta vender o espectro utilizado pelo canal, que ocupa a posição 32 UHF em São Paulo, para as igrejas Universal e Mundial, dos bispos Edir Macedo e Valdemiro Santiago, sem muito sucesso.
Em junho foram demitidos 70 da produção e 3 apresentadores. Os programas já não são mais gravados, sendo exibidos apenas em reprise.

Num aspecto geral, o saldo de audiência final de 2012 em relação a 2011, segundo dados do Ibope, foi:
Globo perde 10% (16.3 x 14.7), Record 13% (7.2 x 6.2), SBT 2% (5.7 x 5.6) eRedeTV! 37% (1.4 x 0.9). A única que se manteve foi a Bandeirantes, com 2.5.
Cada ponto de audiência representa 185 mil domicílios.

Revistas

No setor de revistaria, o caso é tão grave quanto na TV. No Grupo Abril — dono da revista de maior circulação nacional, a Veja —, os boatos da mídia que cobre a mídia dizem que serão cerca de 1.000 demissões e a extinção de 11 revistas só este ano.

Nos últimos dois meses foram 4 revistas encerradas (Bravo, Lola, Alfa eGloss). Fala-se na demissão de mais de 150 pessoas que trabalhavam nos editoriais dessas revistas, algumas com mais de 20 anos de de trabalho na empresa.
Outras publicações que tiveram profissionais demitidos foram Info, Recreio,Contigo, Claudia, Placar, Quatro Rodas, Viagem & Turismo e Men’s Health. Nessas últimas três, nem os diretores de redação — cargo mais alto em uma revista — foram poupados. Na Veja, foram 15 pessoas mandadas embora, sendo apenas um jornalista — um correspondente em NY —, as demais são pesquisadores e profissionais relacionados a arte. A Playboy só não foi fechada porque a multa contratual acordada com a dona da marca, que é estadunidense, é pior do que o prejuízo que a Abril está tendo com a revista. Quando o contrato atual acabar, a revista deve ser descontinuada. Algumas poucas pessoas foram reaproveitadas em outros veículos do grupo.

Além dos impressos, o portal Contigo foi fechado, a equipe foi transferida para o portal M de Mulher, que teve toda a sua equipe original demitida. O site Bebê.com também teve demissões.

Com o fim de algumas revistas, fica difícil para as outras continuarem em circulação, pois o lucro geral cai, impossibilitando a Abril de manter seu parque gráfico em atividade.
Por fim, um certo número de pessoas dos departamentos administrativostambém está sendo mandado embora.
Na noite do dia 9 de agosto o Tribunal Regional do Trabalho proibiu a Abrilde demitir mais 71 pessoas que estão na linha de corte da empresa. O motivo da proibição é a falta de acordo entre a editora e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP). Em audiência de conciliação no TRT, no dia 13 de agosto, decidiu-se que a Abril deve pagar mais dois salários e meio para cada um dos demitidos e prorrogar o convênio médico por seis meses.

Foram tantas demissões no icônico prédio da Marginal Tietê, que parte dos que restaram lá devem ser realocados para o outro prédio, da Marginal Pinheiros. Em um futuro breve, esse segundo prédio também deve ser substituído por um menor, já que a equipe — e o lucro — tende a diminuir e o aluguel do mesmo custa entre R$ 1 e 2 milhões por mês.

Acuada, a Abril diz que menos é mais e volta seus esforços para a Abril Educação, que cresce e investe em aquisição de escolas de idiomas e na criação de um selo de educação nos moldes do Objetivo — temam pela possibilidade de seus filhos frequentarem uma escola com livros feitos por Reinaldo Azevedo.

Para entender a crise da Abril, Fernando Lulia, economista pela PUC/SP e graduando em Filosofia pela USP, nos mostra e comenta os números financeiros alcançados pela Abril no ano passado.

Em 2012, a Abril S/A anunciou queda do lucro líquido de 65,5%, para R$ 64,17 milhões, ante R$ 185,88 milhões de 2011. Pesaram no resultado tanto a receita, que caiu de R$ 3,15 bilhões para R$ 2,98 bilhões, como o custo da operação, que aumentou de R$ 1,45 bilhão para R$ 1,58 bilhão, refletindo a crise de governança que passa o grupo, a queda na circulação geral de revistas, o menor número de anúncios e o desprestígio, que começa a se refletir nos balanços das empresas de mídia tradicionais.

Os números das principais revistas andam muito negativos para a editora da família Civita. Não é só para eles, a Globo já sofre os mesmos prejuízos da TV com suas revistas.

Os percentuais de queda mais agudos nas vendas das editoras Abril e Globo, de acordo com dados publicados pelo Instituto Verificador de Circulação(IVC), de 2010 a 2012 foram:
Editora Abril: Playboy (-38,52%), Capricho (-30,2%), Info Exame (-22,73%) eNova Escola (-16,83%). A Veja, carro chefe da editora, registrou queda menor (-1,35%), graças aos contratos milionários de venda para escolas públicas que tem com os governos estaduais, sobretudo de São Paulo, muitas vezes feitos sem licitação e questionados pela justiça.

Editora Globo: Época, que também é beneficiada pelos contratos com governos estaduais citados acima, de 408 mil para 389 mil (-4,5%), Marie Claire, de 206,2 mil para 182,7 (-11,4%), Galileu, de 149 mil para 127 mil (-15%), Quem, de 110,3 mil para 83,2 mil (-24,5%).

Jornais

No jornalismo, o cenário se repete. A Folha, diário de maior circulação e alcance nacional, viu a crise antes dos demais e passou a promover uma série de cortes nos últimos anos.
Já em 2011, a Folha passou por processo radical de reestruturação de operações e forte redução do quadro de funcionários, em resposta à crise da circulação, anúncios e aumento dos custos. Foram demitidos na ocasião quase 100 jornalistas, cerca de 20% do quadro de funcionários na época. Redatores, repórteres, editores, e jornalistas com mais de 20 anos de empresa foram demitidos sem justificativa. Foi extinto o caderno Folhateen, o caderno Dinheiro foi enxugado e passou-se a se chamar Mercado e trouxe como novidade o caderno Poder, com o objetivo de tratar da política nacional e da política econômica.

Voltando o foco para a internet, passou a utilizar o sistema de “paywall poroso”, em que o leitor pode ver um número limitado de 10 matérias, depois deve fazer cadastro para ter mais 11 matérias gratuitas, até que passa a poder ler apenas se for assinante. No último mês de junho, a Folhacompletou um ano de paywall, e divulgou um gráfico que mostra um aumento de 15% na base visitas ao site, sendo 4% o aumento de visitantes únicos e 189% a alta do número de assinantes digitais desde a adesão dopaywall.
Embora os indicadores sejam positivos, o número de assinantes digitais é baixíssimo e a Folha ainda registra prejuízo. Além disso, a assinatura mensal da versão online é mais barata que a versão impressa, os leitores não-assinantes do impresso somem e as demissões continuam inevitáveis.

No último mês de junho foi demitida toda a equipe do caderno Ilustríssima, o mesmo virou uma página no caderno Ilustrada. Já o caderno Equilíbrio foi extinto. No total, o número de demissões chegou a 10% do quadro de funcionários da empresa. Ou seja, na tentativa de contornar a crise a Folha enxugou mais de 30% do quadro de funcionários nos últimos três anos.Nem o coordenador da sucursal do Rio foi poupado.
O jornal Agora, da Folha, também registrou demissões.
Entre os demitidos esse ano, estão nomes do porte de Andreza Matais, ganhadora do Prêmio Esso de jornalismo em 2011 pela série que demonstrou o enriquecimento do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci. “Aos que acreditam que o jornalismo de qualidade faz bem à democracia resta torcer para que a travessia dê certo”, resumiu Suzana Singer, ombudsman da Folha em artigo no impresso.

Segundo o Índice Verificador de Circulação (IVC), a tiragem da Folha de São Paulo era de 350 mil unidades em 2002 e passou a 295 mil em 2010, umaqueda de 15,7%.

Se a Folha adotou um novo modelo de negócios, Estadão e O Globo, respectivamente segundo e terceiro maiores diários de circulação nacional, não seguiram o mesmo.

No Estadão, semanas antes do natal passado, foram demitidas mais de 30 pessoas que trabalhavam no portal online do jornal.
Ainda no ano passado, circulava em 31 de dezembro a última edição doJornal da Tarde, que pertencia ao Grupo Estado.
Nesse ano, falava-se no corte de 50 jornalistas da versão impressa doEstadão, até agora foram 20, sem contar os da sucursal do Rio.
Ao mesmo tempo, comunicado interno do diretor de conteúdo do jornal anunciava a reformulação do jornal — à semelhança da Folha — que, entre outras coisas, enxugou alguns cadernos e passou a não fazer distinção entre a edição para SP e a edição nacional, que circulava nos demais estados.
Na mesma semana, criou-se um grupo fechado no Facebook, denominado “exTadão”, em que se reúnem ex-funcionários, não apenas jornalistas, do jornal. Hoje o grupo possui 1672 membros.

O Globo, do Rio de Janeiro, parece ser o jornal mais atrasado entre os três maiores. Desde o começo da crise mundial do jornal impresso os responsáveis pelo diário das Organizações Globo diziam que o jornal não precisaria mudar seu formato para sobreviver. Agora, no fim de julho e começo de agosto, O Globo passou por reformulação gráfica, mas sem grandes mudanças práticas. O editor executivo do jornal dos Marinho diz que a empresa não deve apostar na versão online.

O jornal Valor Econômico, de propriedade 50% da Folha 50% das Organizações Globo, também promoveu demissões em massa nesse ano, fruto da expectativa frustrada até o momento da reestruturação promovida o ano passado. Em maio, o jornal demitiu cerca de 50 funcionários da redação, num corte que se estendeu a Rio de Janeiro e Brasília. A empresa não emitiu nenhum comunicado oficial. O corte foi decidido em conjunto entre asOrganizações Globo e o Grupo Folha, em função da necessidade de reduzir despesas para não prejudicar os investimentos da ordem de US$ 100 milhões feitos na nova plataforma digital Valor-PRO, lançada em novembro do ano passado, e que ainda não começou a gerar a receita esperada.

Entre as baixas desse ano, está Vera Saavedra Durão, jornalista, hoje com 65 anos, que abraçou a reportagem com a mesma paixão que lutou contra a ditadura, como militante da Vanguarda Revolucionária Palmares (Var-Palmares), onde foi companheira de Dilma Rousseff. Ficou dois anos na prisão, atuou como repórter de economia nos então principais jornais do país – O Globo, Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil e Folha – e estava há 13 anos no jornal, na equipe que fundou o Valor Econômico em 2000.

A jornalista foi demitida quando estava de férias e em meio à informação que veio à tona de que ela fora alvo de espionagem da empresa Vale S/A, segundo denúncia de um ex-gerente de segurança, caso ainda investigado pelo Ministério Público do Rio. Ela sequer teve a oportunidade de conversar com o jornal sobre a denúncia, foi demitida antes e não obteve resposta do email que mandou à chefia sobre o assunto. “Depois de 13 anos trabalhando para engrandecer o jornal achei que teria direito a um período sabático e não a uma demissão”, lamenta ela, segundo informações da Agência Pública.

Outros grandes jornais que fecharam a versão impressa são:
Estado do Paraná, Jornal do Brasil e Gazeta Mercantil, esse último empregava cerca de 500 jornalistas. Pesquisa recente da consultoria estadunidenseFuture Exploration Network indica que deve acontecer em 2027 a morte do último jornal impresso no Brasil, nos EUA isso deve acontecer antes, já em 2017, o que explica a recente venda do jornal mais influente do país, The Washington Post, para o empreendedor digital Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon.


As dificuldades em um novo cenário

Deixando de lado o surgimento de novos meios, agora interativos, se for analisar o papel que a mídia tradicional, principalmente a impressa, teve até hoje, logo se percebe onde está o erro que está levando esse modelo para o ralo.

É algo bastante simples: a missão da mídia.

Qual é a missão de um jornal ou uma revista? Se for perguntar a um leitor, este vai dizer que a função é deixa-lo informado ou entretido. Se perguntar para um empresário de mídia, a resposta vai ser outra: servir de painel de visualização para a publicidade.

Desde a criação dos classificados — em linguagem publicitária, o saudoso tijolinho —, o jornal se tornou uma ferramenta para as empresas de propaganda. O “informar” deu lugar ao “capitalizar” e, com isso, a ânsia por uma base cada vez maior de leitores virou regra para a sobrevivência do meio, em detrimento da qualidade da informação, por um lado, e das regras e preceitos básicos do jornalismo, por outro.

Por que os jornais estão morrendo? Por dois motivos interligados:

  1. O leitor está abandonando a versão impressa para aproveitar as facilidades da versão online.
  2. Sem leitor não há anunciante, sem anunciante desaparece o orçamento do jornal, que antes empregava vários profissionais.

Como recuperar os danos? Encarando o universo online!

Alguns estão se adaptando a este novo cenário com novos modelos, como os casos citados da Folha e do Valor, além dos internacionais NY Times, dosEUA, e Financial Times, do Reino Unido. Porém, dificilmente estes jornais terão na tela o mesmo sucesso que tiveram no papel. Um jornal que pode ser exemplo da eficácia questionável desse novo modelo é o estadunidenseSan Francisco Chronicle, que desistiu do paywall no último dia 15 de agosto, sem explicar os motivos.

Os que apostam em banners em sites abertos já sabem que estes não são tão rentáveis quanto a publicidade era no impresso, além de que eles encontram a concorrência de sistemas de afiliados já consolidados, como oGoogle AdWords.
Os que seguem um modelo pago tem um grande ponto contra: aqui há muito conteúdo gratuito com qualidade.

Finalmente, o novo jornalismo

Embora crises não sejam sinônimo de felicidade, a sociedade como um todo tem muito que o comemorar. Graças aos novos meios, saímos do status de reféns da frequente manipulação copiosa da informação pelos grandes grupos de mídia nacionais e passamos a ser produtores de nosso próprio conteúdo.
Dois exemplos claros e atuais são a agência Pública, que é uma organização de jornalistas independentes que produzem e fomentam a produção de conteúdo jornalístico investigativo de qualidade e fidedigno, e a equipeNINJA — sigla para Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação —, que traz a realidade dos protestos que vêm ocorrendo desde junho deste ano sem as já conhecidas distorções da grande mídia.

Enquanto os grandes jornais passam a, só agora, olhar a web como o futuro, já fazem anos que muitos jornalistas, cada um especializado em alguma área, se tornaram blogueiros, tendo consolidado sua audiência. São osblogueiros progressistas, conhecidos atualmente e que, em rede, fazem o contraponto diário da grande mídia. São eles, os precursores, para citas alguns: Luís Nassif, Luís Carlos Azenha, Rodrigo Viana, Altamiro Borges e Eduardo Guimarães.

Com a crise da grande mídia, de alternativo, esse passa a ser o perfil do novo jornalista: alguém que criou seu próprio veículo, é especializado em algum assunto, conquistou seu próprio público e, mesmo que perca em número de público para os grandes portais, não tem que manter uma equipe grande nem tem tantos gastos com infraestrutura.

Mas ainda assim tem gastos, precisa manter seus serviços de alguma forma. Para tanto, alguns utilizam banners, o que não é o modelo ideal, já que a informação volta a ser refém da publicidade. Outros recorrem a doações dos leitores, o que pode ser um modelo justo, mas dificilmente vai custear o sustento desse profissional.

Uma terceira alternativa ainda não é realidade, mas parece ser a ideal: o custeio por incentivos governamentais, algo semelhante ao Vale-Cultura e aLei Rouanet.
Assim como a cultura, acesso à informação de qualidade é um direito do cidadão, logo o governo tem um papel importante aqui também.

O Vale-Cultura é um vale que o trabalhador que ganhar até cinco salários mínimos deve receber. O valor é de R$ 50 mensais, debitados em cartão magnético, e poderá ser gasto na compra de produtos e serviços culturais como teatro, cinema, livros, CDs, DVDs. O vale deve começar a ser debitado a partir de setembro deste ano e deve ser custeado pelas empresas, que receberão em troca dedução fiscal do governo. Já a Lei Rouanet é uma lei que incentiva o financiamento de produções culturais, sancionada em 1991.

Nesse caso, para a sociedade como um todo o “Vale-Informação” serviria para fomentar a produção de informação de qualidade de forma democrática, com pluralidade, e para o novo jornalista, o vale significaria a manutenção de seus serviços.
O cidadão escolheria com qual veículo gastar o seu vale, mas o foco do programa deve ser os veículos menores, realmente independentes.
No caso de uma lei aos moldes da Rouanet, esta serviria para cobrir os custos de manutenção dos serviços e incentivar a produção jornalística de qualidade a longo prazo, mas novamente o foco deve ser os veículos menores, independentes.

Já existem modelos semelhantes de incentivo ao jornalismo por parte do governo em outros países. Se engana quem pensa que esse incentivo faz com que a liberdade de imprensa fique refém da arbitrariedade do governo. O ranking abaixo, publicado pela freepress com dados dos Repórteres Sem Fronteiras, mostra que o que acontece é exatamente o contrário: os países que mais incentivam o jornalismo são os com maior liberdade de imprensa, já que a função jornalística não se restringe às mãos dos oligopólios.

(Imagem: Freepress)

As ferramentas para a democratização da mídia já são uma realidade, só falta o custeio disso. Em paralelo a uma proposta efetiva, via lei de iniciativa popular ou projeto de lei pelo Congresso que democratize os meios de comunicação, regule o setor econômica, financeira e judicialmente e impeça o poder desmesurado e a concentração de mercado que há sobre a informação no Brasil, processo de concentração e oligopólio sobre a informação que remonta aos tempos da Ditadura. No longo prazo, só a educação garante a efetiva consciência do cidadão.

Visto como está, o jornalismo alternativo e independente ganha prestígio e mantém a qualidade, como é sua característica, mas tem sérios desafios de sustentabilidade e custeio. No caminho contrário, a grande mídia impressa e televisiva – já que na internet o ambiente é mais democrático – continua a monopolizar a informação e prestar um desserviço ao país, cobrindo casos com arbitrariedade, interpretando como se estivesse reportando e pautando o noticiário diário segundo os seus interesses econômicos e políticos.

Sintoma maior desse descompasso entre a informação passada pela mídia tradicional e a democracia no Brasil foram as pesquisas sistemáticas de popularidade do governo Lula, que chegou a alcançar 70% de aprovação, com uma mídia que, mais do que desaprovava o governo, em medidas de política econômica e institucionais, desprezava o presidente pessoalmente, em editoriais, cobertura de mídia e televisiva que chegavam ao ridículo. É por mais vozes, mais opiniões, mais contrapontos que o Brasil urge. Neste ponto, as perspectivas de transformação para um novo jornalismo no Brasil que emerge são reais, tendo como foco as novas mídias e o papel do novo jornalista.

É preciso se perguntar, por fim, pelo governo Dilma, que se elegeu com uma proposta de Reforma dos Meios a ser encaminhada nos primeiros anos de mandato, e pela sensibilidade do ministro das Comunicações que, é forçoso reconhecer, trabalha de acordo com as limitações que o poder econômico e político da grande mídia exerce.

17/06/2011

Isto, sim, é PSDB!

Filed under: Isto é PSDB! — Gilmar Crestani @ 8:57 am
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Se há silêncio ensurdecedor da velha mídia, é porque alguém da patota está envolvida em negócio sujo. Os a$$oCIAdos do Instituto Millenium não se ligam nos crimes dos seus financiadores ideológicos.

Decretada a prisão do homem das finanças na gestão de Mario Couto

Sexta-feira 17, junho 2011

Foi decretada a prisão, por solicitação do Ministério Público Estadual, de Sérgio Duboc, ex-diretor de Finanças da Assembléia Legislativa do Pará (ALEPA), na administração do senador tucano Mário Couto, como presidente da ALEPA, e também do sucessor, o ex-deputado peemedebista Domingos Juvenil.

Duboc está foragido. Já se encontram presos José Carlos Rodrigues e Sandro Rogério Nogueira de Souza Matos.

José Carlos Rodrigues é o ex-marido de Daura Hage, presidente da comissão de licitações da Alepa, na gestão de Mário Couto. Ele é o dono da Croc Tapioca, que de 2003 a 2007, quando Mário Couto presidiu a Alepa, embolsou R$ 2,3 milhões da Assembleia Legislativa, supostamente vendendo material elétrico e prestando serviços diversos, a despeito da empresa produzir, em realidade, farinha de mandioca e de tapioca, o que fez o escândalo ser etiquetado de Tapiocouto e Mário Couto ser hoje conhecido como o Senador Tapioca.

Sandro Rogério Nogueira de Souza Matos fazia parte da comissão de licitação da Alepa e, ao que consta, mantinha uma empresa de engenharia, que prestava serviços à Assembléia Legislativa. Ele é filho de Edilson Matos, que foi deputado nos anos 90. (Do Augusto Barata)

Por Zé Augusto

Decretada a prisão do homem das finanças na gestão de Mario Couto | Os Amigos do Brasil

10/06/2011

Fujimorismo com cara de Yakuza

Filed under: Direita — Gilmar Crestani @ 8:27 pm
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 Humala em choque com gregos de Lima e troianos do altiplano

Acho que eu nunca tinha entendido realmente o conceito de "eleição polarizada" até cobrir o primeiro e segundo turnos do pleito presidencial no Peru, neste ano.

O país ficou profundamente partido: de um lado, a elite de Lima e os saudosos das vitórias do fujimorismo sobre o Sendero Luminoso e a inflação; de outro, indígenas, povo do altiplano e da Amazônia, além de intelectuais temerosos da volta da censura e perseguição fujimorista.

O Peru inteiro estava engajado –contra Ollanta Humala ou a favor de Ollanta Humala.

Alguns sinais perturbadores:

O Nobel Mario Vargas Llosa é, obviamente, uma entidade no país. Era aplaudido em restaurantes antes de declarar apoio a Humala, segundo me contou seu amigo, o pintor Fernando de Szyszlo.

Pois bem, poucos dias antes do segundo turno, manifestantes fujimoristas levaram vários caixões para frente da casa do escritor (que estava em Madri), com cartazes de ‘traidor’.

Os filhos de Vargas Llosa –Alvaro, Morgana e Gonzalo– recebiam ameaças anônimas por telefone.

Para parte da elite fujimorista, era inconcebível um bem-pensante descendente de espanhóis votar em um cholo chavista.

Os jornais e as TVs, com exceção do La Republica, estavam em campanha aberta por Keiko Fujimori.

"A prova dos petrodólares de Chávez para a campanha de Humala" –era a capa do jornal Peru21 dois dias antes da eleição de domingo. No caso, prova não tinha nenhuma, só o que houve foi uma entrevista do Roger Noriega, ex-secretário assistente de Estado no governo Bush que é conhecidamente um radical de direita, falando para a Univisión.

Humalistas tampouco economizaram munição, apesar da desvantagem midiática. Voltaram a circular pela internet as acusações de que o irmão de Keiko – Kenji, que foi o deputado mais votado desta eleição – tinha se masturbado com cachorros (com direito a vídeo no You Tube).

A acusação de que 300 mil mulheres pobres foram esterilizadas à força no governo Fujimori foi devidamente ressuscitada pelos humalistas e custou à candidata Keiko votos preciosos que podem ter feito a diferença na eleição.

Nas redes sociais, todo mundo teve seu dia de Mario Amato, dizendo que, com Humala, milhares de investidores e empresários fugiriam do país.

Humala ganhou por três pontos porcentuais de vantagem, 51,5% contra 48,5% de Keiko. Está longe de ser uma aclamação popular. O presidente eleito sabe que vai ter de costurar várias alianças para governar. E mesmo se conseguir se aliar com a bancada de Alejandro Toledo no Congresso, seu partido, o Gana Peru, não terá maioria expressiva para adotar mudanças radicais, que tanto assustam os órfãos de Keiko.

O grande dilema de Humala, neste país polarizado, é que será impossível agradar a essas duas audiências tão díspares. Para acalmar o eleitorado de Keiko e o mercado, ele terá de manter a estabilidade macroeconômica, continuar afagando investidores como tanto fez Alan garcía, e não tomar nenhuma atitude radical.

No entanto, os pouco mais de 50% que o elegeram no domingo esperam o oposto –votaram em Humala porque se sentem excluídos do modelo econômico, que fez crescer muito o bolo peruano, mas pouco dividiu. Será difícil adotar as políticas sociais de distribuição sem comprometer a saúde fiscal do governo, e será quase impossível aumentar a receita do governo para aplicar tais políticas sem aumentar impostos sobre mineração e extração de recursos, irritando investidores. Também será uma façanha de equilibrista lidar com os mais de 200 conflitos sociais que fervem no país –indígenas que se opõem a mineradoras e hidroelétricas (inclusive brasileiras) por causa dos danos a seu meio ambiente e por não verem os benefícios dessa exploração chegarem até eles.

Neste país polarizado, Humala se arrisca a desagradar tanto aos gregos de Lima quando aos troianos do altiplano.

Patrícia Campos Mello

Patrícia Campos Mello é repórter especial da Folha e escreve sobre política e economia internacional. Foi correspondente em Washington durante quatro anos, onde cobriu a eleição do presidente Barack Obama, a crise financeira e a guerra do Afeganistão, acompanhando as tropas americanas. Tem mestrado em Economia e Jornalismo pela New York University. É autora dos livros "O Mundo Tem Medo da China" (Mostarda, 2005) e "Índia – da Miséria à Potência" (Planeta, 2008).

Folha.com – Patrícia Campos Mello – Humala em choque com gregos de Lima e troianos do altiplano – 10/06/2011

30/04/2011

Diagnóstico tardio não evita câncer na próstata

Filed under: Isto é PSDB! — Gilmar Crestani @ 9:44 am
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Crise da oposição já era visível em 2010. Agora é debandada em busca da sobrevivência

Apr 26th, 2011 by Marco Aurélio Weissheimer. 16 comentários

No último dia 21 de abril, uma pesquisa do Datafolha mostrou o que os brasileiros já estão cansados de saber, que o PT é o partido mais admirado do país. Os números arredondados são estes: PT 26%, PMDB 6% e PSDB 5%. A diferença é o que se poderia chamar de abissal, contudo, mesmo que estes índices venham se repetindo há anos, isto parece não passar de um detalhe para os formadores de opinião agora muito empenhados – e alguns visivelmente angustiados – em explicar o que chamam de “crise da oposição”. Como se ela estivesse acontecendo agora.

Houve até quem preferisse chamar a atenção para o fato de que 54% dos brasileiros não gostam de nenhum partido como se esta fosse, também, uma novidade. Ou quem sabe, culpa do PT…

Pois nem a acachapante superioridade petista sobre as demais siglas, nem o desinteresse dos brasileiros pelos partidos e muito menos a crise da oposição, são novidades.

Voltemos algumas poucas páginas… Na última campanha eleitoral, já sabendo que seu discurso tradicional não convenceria ninguém, o candidato da oposição (Serra) entrou em tal desespero que sua campanha tentou rotular Dilma como uma assassina. Isso por ela ter lutado contra a ditadura e considerar o aborto uma alternativa. Serra sempre soube, até porque também esteve na oposição aos militares, que Dilma ofereceu seu corpo à tortura em nome da liberdade; e que isto é uma virtude de sua biografia. E depois se soube, também, que sua esposa Mônica, num momento difícil, teria optado, ela sim, pelo aborto.

Ora, quando a oposição lança mão de temas tão conservadores quanto enganosos e desprezíveis para tentar ganhar a eleição, é porque, neste momento, já está em crise, já abandonou o seu próprio discurso. Mas, de novo, ao final do pleito, os formadores de opinião preferiram analisar o percentual do candidato Serra ressaltando seu “bom” resultado eleitoral em lugar de chamar a atenção para o que era mais evidente e nítido: que o PSDB sepultava ali, sua própria história de partido moderno, laico portanto, forjado em premissas democráticas.

Se só hoje, muito tardiamente, as manchetes identificam uma crise na oposição, é porque se negaram, por miopia política ou conivência, a enxergá-la quando ela realmente ocorria. Não, o que está acontecendo agora não é mais a crise, apenas sua conseqüência inevitável, a sua fase agônica, a debandada natural em nome da sobrevivência eleitoral de alguns poucos que ainda têm vergonha na cara e de outros muitos que não sabem fazer outra coisa senão lambuzar a si e aos seus com dinheiro público.

Mas nos deixemos enganar: os mesmos que tentaram proteger os tucanos sonegando do grande público a evidência de que há muito eles vinham voando para a morte, tentam agora disfarçar sua cumplicidade e/ou incompetência incluindo em suas análises sobre a “crise”, uma crítica: o PSDB não consegue encontrar um discurso. Nada disso! O PSDB tem, sim, um discurso, e ele foi aplicado ao tempo em que FHC governou o Brasil e, mais recentemente, ao tempo em que Yeda comandou o Rio Grande. O fato, então, não é que os tucanos perderam o discurso; o fato é que discurso deles, não convence mais ninguém (nem Bresser, nem Feldmann). Há muito tempo. (Maneco)

Marco Weissheimer

Troque Moyano por Lula e temos Brasil

Filed under: Direita — Gilmar Crestani @ 9:03 am
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Péguele a Moyano

Por Luis Bruschtein

Como dice Vargas Llosa, el nivel de barbarie en el que está sumida la Argentina surge de manera ostensible si comparamos que en el mismo día de ayer las masas británicas se convocaron para festejar alegre y civilizadamente una boda en su familia real, en la monarquía que los adorna, mientras que aquí en esta Argentina barbárica se realizaba quizás el acto más grande del Día de los Trabajadores que se haga en Sudamérica.

Y el acto fue encabezado por un ser demonizado por los medios, acusado de piantavotos para la clase media, enemigo del establishment y de los políticos que hacen campaña a su costo. Cualquiera que quiere posar de prócer de la ética sigue el consejo del “péguele a Moyano”. Como dijo el susodicho en su discurso: “Nos vienen a hablar de moral con la bragueta abierta”.

Tanta palabra hueca, tanto desprecio y oportunismo barato, tanta campaña para autoconvencernos de que somos deleznables, termina por generar simpatía por lo que se critica o sea, por esta supuesta barbarie que por primera vez en muchos años incluye en todos los sentidos en vez de excluir, como sucedía cuando Argentina era “civilizada”, en los ’90, en la Década Infame o en la dictadura. Y tanto encarnizamiento con Moyano lleva a pensar también que algo bueno debe tener.

El ensañamiento con Moyano tiene algo del sentido común de una clase media colonizada por una cultura dominante que encuentra siempre sospechosas las formas de participación u organización de los sectores populares. La corrupción nunca está en los directorios de las grandes empresas o de los bancos o los organismos financieros internacionales. Los “investigadores implacables” van siempre tras estas formas de expresión de poder popular. La sospecha recae siempre allí. Hay políticos supuestamente progresistas y otros no tanto que basan toda su carrera en perseguir sindicalistas corruptos, que serían todos menos uno o dos que servirían para desmentir el fondo de la cuestión, que es el antisindicalismo o el antipiqueterismo. Y no se trata de beatificar a Moyano, sino de sacar del medio esa sospecha ignorante que no tiene nada que ver con las luchas por la democratización en el movimiento obrero.

Una columna de trabajadores atravesaba ayer el barrio de San Telmo para llegar a la 9 de Julio. Los vecinos se asomaron para verla pasar y la actitud de estos buenos vecinos era como si estuvieran viendo la caravana del circo con la jaula de los monos. Entonces, uno de los trabajadores les gritó con ironía: “¡Vengan, vengan, que nos pagan cien pesos!”. La ironía del supuesto “mono” fue tomada como literal por los supuestos “civilizados”. Entonces uno se pregunta quién es el mono y quién el civilizado, porque fueron muchos los periodistas de las radios que chachareaban sobre la concentración obrera y aseguraban la desmesura de que a los cientos de miles que estaban en el acto les habían pagado para que fueran.

Todas estas mezquindades también llevan a hablar de la baja calidad del voto de los pobres y otras tilinguerías de mediopelo. Es falsa la discusión de buena fe en la maraña de esa forma de pensar culturalmente subordinada al statu quo que concibe a todos los piqueteros y los gremialistas como corruptos por naturaleza, menos a los dos o tres que simpatizan con ellos. Como si la corrupción estuviera en la naturaleza de las organizaciones sociales y los honestos fueran la excepción. Cualquier forma de organización popular cae bajo sospecha por el mero hecho de serlo. O sea, son corruptas porque son organizaciones sociales.

Seguramente algún biempensante sonreirá con superioridad si lee estas líneas. Y bueno, que arme una lista opositora y desbanque a los gremialistas que según él serían tan odiados por sus bases. Cuando lo intente, verá que no es tan fácil y que tampoco las cosas son tan burdas como las creía.

Por fuera de esta suma de prejuicios y visiones arbitrarias, que solamente tienen consistencia porque están justificadas por un sentido común dominante que cualquier intencionalidad democrática necesita eliminar, hay un debate verdadero en el seno de los movimientos sociales, y del movimiento obrero en particular, que tiene que ver con un proceso necesario de transformación. Ese debate tiene muchos protagonistas, ya sean los sectores clasistas, la CTA, el sector combativo de Moyano, el grupo de los Gordos o la CGT de Barrionuevo.

El sindicalismo argentino tiene dirigentes que se eternizan al frente de sus gremios, que a veces son socios de las patronales a través de empresas tercerizadas o proveedores de salud. Hay manejo displicente de los fondos gremiales, que producen enriquecimientos inexplicables o simplemente enriquecimientos, porque es difícil que un sindicalista se pueda enriquecer. Todo eso demuestra que la estructura sindical necesita reformularse.

Moyano ha sido el más demonizado, a pesar de que no es el peor de la clase. La corriente gremial que representa, la del peronismo combativo, más de una vez se movilizó cuando los demás se replegaban. Así lo señaló Moyano en su discurso ayer, cuando recordó al Grupo de los 25 y la huelga que convocó contra la dictadura, que fue la primera contra los militares. Los gremios combativos fueron también los primeros que se movilizaron contra la dictadura de Onganía y fueron de alguna manera la semilla de la CGT de los Argentinos, de la que algunos de ellos, no todos, formaron parte. No integraron el sector más radicalizado del peronismo, pero en muchas situaciones fueron sus aliados, como Atilio López, el desaparecido vicegobernador de Córdoba y dirigente de la UTA, o el textil Andrés Framini, por solamente nombrar a dos entre muchos. Y es interesante señalar, por ejemplo, que la Juventud Sindical que dirige el hijo menor de Moyano reivindica explícitamente los programas de La Falda y Huerta Grande, con los planteos de los agrupamientos combativos y revolucionarios del gremialismo peronista de la Resistencia. Sin hacer tanta historia, en la época del “voto cuota” durante el menemismo, Moyano puede mostrar que siempre se opuso, al punto de llegar al borde de la fractura de la CGT, al fundar el MTA para desprenderse de la conducción de los sindicalistas menemistas.

La CTA fue más clara sobre esa problemática y sobre otras, ni Moyano ni la corriente que lo impulsa son indiscutibles. Pero tampoco la CTA lo es ni ninguna otra corriente en un debate que se da en forma permanente y que tiene muchas expresiones, como ahora con la discusión por la regulación de las prepagas o la participación de los obreros en las ganancias de las empresas. Estas medidas, que fueron mencionadas también en el discurso de Moyano, junto a otras muy progresivas, son apoyadas por la CGT. Los que se oponen usan la campaña de desprestigio contra Moyano como principal recurso para frenarlas. En una supuesta campaña contra la corrupción ocultan sus intereses mezquinos. Ser juez de la corrupción es más épico que decir que la medicina tiene que ser mercantilista o que, por naturaleza, los trabajadores tienen que compartir las pérdidas, pero nunca las ganancias.

Lo real es que la campaña granmediática de desprestigio contra Moyano ha sido efectiva, más que los esfuerzos antiburocráticos de los pequeños agrupamientos clasistas o las críticas de la CTA. Esa campaña convirtió a Moyano en una paradoja en dos patas. Es el dirigente con más capacidad de convocatoria en todo el país y al mismo tiempo, en lo específicamente político, es uno de los que tienen mayor imagen negativa. Y sin embargo, hasta hubo algún dirigente clasista que reconoció que sus propias bases quisieran estar en el gremio de los camioneros por la eficiencia en la defensa de los intereses de sus afiliados.

Si el acto de ayer fue una demostración de fuerza, logró su objetivo. Pero es muy difícil trasladar la representación gremial a la política. Lo saben los clasistas, cuyas bases son peronistas, y algunos dirigentes gremiales del centroizquierda antikirchnerista, cuyas bases no votan a sus candidatos sino a Cristina. Pero seguramente el armado de las listas tendrá en cuenta el acto de ayer, que levantó tantos rubores y avemarías en vargallosistas y biempensantes.

Página/12 :: El país :: Péguele a Moyano

20/02/2011

A ausência da velha senhora

Filed under: RBS — Gilmar Crestani @ 7:33 am
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A notícia está, invariavelmente, ausente. Presente, sempre e contente, o intere$$e. Uma informação para ser notícia na velha mídia tem de atender alguns requisitos:

– Não favorecer a esquerda, não atacar a direita e ainda assim render dividendos econômicos para quem a divulga.

O que não falta, e se repetem ad nauseam, são as mesmas fofocas de novela, de BBBs, de eventos patrocinados pela empresa de eventos. Ou de alguém que patrocina algum evento ou espaço publicitário da empresa.

Por exemplo, que a polícia paulista está mais preocupada com a produção do spray de pimenta do que com a violência urbana. Em duas oportunidades quando a comunidade se manifestou (alagamentos e aumento das passagens de ônibus) a polícia só foi feliz quando viu os manifestantes chorarem. Por estas plagas sulinas o uso da violência policial foi a tônica do governo passado. A RBS, quando um sem terra foi executado pelas costas, só conseguiu divulgar porque entendia que ali não havia uma pessoa covardemente morta por quem deveria protege-la. Era o ”martir do MST”. Nenhuma palavra de lamento pela dor dos que perderam um familiar assassinado, muito menos a respeito da truculência policial. Claro, vivíamos tempos assombrosos, com a ex-funcionária assombrando o Piratini. Até hoje falta uma análise dos analistas políticos da RBS a respeito do que foi o período mais nefasto, e olha que tivemos Antônio Britto, da história política recente desta Província.

E se em termos de informação é uma nulidade, em termos de qualidade de acesso ou facilidade de uso, o portal da RBS parece o Labirinto onde vivia o Minotauro. Difícil de entrar, tortuoso para navegar. Além disso, por trás de cada manchete há sempre o risco de encontrarmos o chifrudo de tocaia. Desconhece outro portal que se propõe de notícias com tantos trolls para carregar.

Se a RBS não consegue informar decentemente a respeito do que acontece por aqui, como esperar que também informe corretamente o que acontece em São Paulo?! E sobre os conflitos no mundo árabe? Se não dispuséssemos de internet e acesso online a diversos sites, ficaríamos com o velho preconceito ditado por meia dúzia de capachos. Era assim que vivíamos neste estado até o advento da internet. Agora, com toda variedade de vozes diferentes, o velho pig guasca de guerra continua sendo feito a facão de pedra lascada.

A maior novidade deste ano foi a criação do  “promessômetro”, para informar se uma promessa do Tarso está ou vai ser cumprida. Antes não havia necessidade disso. Até o mundo mineral sabia que o novo jeito de governar sofria de degenerescência precoce, quando, antes mesmo de iniciar o mandato, mandou à Assembleia um pacote de aumento de impostos…

A RBS, assim no más, descobre uma Nova Califórnia em cada matéria de capa, em cada tour do Jornal do Almoço ou do Sala de Redação. Quem paga, leva. E se pagou, tem direito de receber os mais rasgados elogios.

Como diria Hélio Fernandes, do Tribuna da Imprensa, a RBS faz um jornalismo celular, pré-pago.

06/02/2011

Velha novidade velha

Filed under: RBS — Gilmar Crestani @ 9:47 am
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Conheci o prof. Venício num debate na FABICO. Foi no debate em que a abelhinha da RBS, Rosane Oliveira, admitiu as dificuldades da RBS em virtude do cancelamento de assinaturas, em torno de 25 mil. “Foi um castigo injustificável”, admitiu preposta da empresa. Antes de Venício, outro jornalista, Nivaldo T. Manzano, andou percorrendo o RS em busca de pistas sobre o “modus operandi” do besouro. Muito já se disse, muito mais se dirá. O fato é que a RBS existe em função do papel que desempenha a favor dos seus financiadores ideológicos. Há uma teoria conspiratória, mas nem tanto, que os ataques contra o Governo Olívio teve patrocínio externo. A criação do Instituto Millenium teria sido uma forma de harmonizar o ace$$o a tais incentivos. Eu não duvido.  Pena que o WikiLeaks seja recente…

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Colunistas| 04/02/2011 | Copyleft

DEBATE ABERTO

Propriedade cruzada: interesses explicitados

O editorial “Mudança de Rumo”, do grupo RBS, poderia ser considerado cômico se não se tratasse de uma questão fundamental para as liberdades democráticas. E mais: se a RBS não controlasse praticamente todas as formas de comunicação de massa no RS e em SC, constituindo um exemplo emblemático dos malefícios da propriedade cruzada.

Venício Lima

Comentando manchete de primeira página e matéria sob o título "Convergência de mídias leva governo a desistir de veto à propriedade cruzada" no Estadão de 27 de janeiro pp., levantei recentemente duas questões: (1) quem estaria interessado em confundir "convergência de mídias" com propriedade cruzada? e (2) quem estaria interessado em colocar na agenda pública a precária hipótese aventada por um conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações, como se aquela opinião pudesse constituir uma decisão de governo em matéria que, de fato, é constitucional? [cf. http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=627IPB001].
As respostas às questões começam a aparecer publicamente, mais rápido do que o esperado.
O Grupo RBS
Em editorial – “Mudança de rumo” – publicado no dia 31 de janeiro nos seus oito jornais, comentado em suas 24 emissoras de rádio AM e FM e nos seus 18 canais de TV aberta espalhados pelo Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o Grupo RBS – afiliado das Organizações Globo – afirma sem meias palavras:
“Felizmente, o governo Dilma começa a emitir sinais de que está mudando o rumo do debate sobre o novo marco regulatório do setor de comunicações. Ao que tudo indica, sairão de cena velhos ranços ideológicos, entre os quais a campanha pelo veto à propriedade cruzada de veículos de informação e a obsessão pelo controle social da mídia, e entrarão em discussão temas objetivos como a própria liberdade de imprensa, a qualidade dos conteúdos e o cumprimento rigoroso dos preceitos constitucionais. (…) É bom que assim seja, até mesmo para que o país não perca tempo e energia com impasses ultrapassados, como o do veto à propriedade cruzada. A própria tecnologia se encarregou de derrubar este conceito, pois a convergência das mídias fez com que informações, dados e imagens passassem a trafegar simultaneamente em todas as plataformas” [cf.
http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,41,3192512,16399].

Para o Grupo RBS, a “convergência das mídias” encarregou-se de derrubar o conceito de propriedade cruzada que, aliás, é “ranço ideológico”, “perda de tempo e energia” e “impasse ultrapassado”.
O editorial “Mudança de Rumo” poderia ser considerado cômico se não se tratasse de uma questão fundamental para as liberdades democráticas. E mais: se o Grupo RBS não controlasse praticamente todas as formas de comunicação de massa no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, constituindo um exemplo emblemático dos malefícios que a propriedade cruzada provoca para a pluralidade e a diversidade que deveriam circular no “mercado livre de idéias”.
E sabe quem pensa assim? O Ministério Público Federal (MPF) de Santa Catarina.
Ação Civil Pública
Em janeiro de 2009, uma ação civil pública foi proposta pelo MPF SC com o objetivo de anular a aquisição do jornal A Notícia, de Joinville e reduzir o número de emissoras de televisão do Grupo RBS aos limites permitidos pelo decreto-lei 236 de 1967 (cf. Ação nº. 2008.72.00.014043-5 disponível em http://www.direitoacomunicacao.org.br/index2.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=429&Itemid=99999999 ).
À época, um dos procuradores que elaborou a medida judicial, Celso Três, concedeu entrevista na qual afirmava que “a RBS governa o estado (de Santa Catarina)”.
Além disso, nota do MPF sobre a Ação afirmava:
"… o grupo (RBS) detém no estado o controle de seis emissoras de televisão; os jornais Diário Catarinense, Hora de Santa Catarina, Jornal de Santa Catarina e, recentemente, o jornal A Notícia; além de três emissoras de rádio. O pool de emissoras e jornais utiliza o nome fantasia Grupo RBS. Com o conhecimento expresso do Ministério das Comunicações, as empresas são registradas em nome de diferentes pessoas da mesma família com o objetivo de não ultrapassar o limite estabelecido em lei. Para o MPF, a situação de oligopólio é clara, em que um único grupo econômico possui quase a total hegemonia das comunicações no estado. Por isso, a ação discute questões como a necessidade de pluralidade dos meios de comunicação social para garantir o direito de informação e expressão; e a manutenção da livre concorrência e da liberdade econômica, ameaçadas por práticas oligopolistas" (ver aqui)
O processo da ação civil pública nº. 2008.72.00.014043-5 encontra-se concluso desde outubro de 2010 e aguarda a sentença a ser proferida pelo Juiz Diógenes Marcelino Teixeira da Terceira Vara Federal de Florianópolis.
Interesses explicitados
Enquanto a Justiça não se pronuncia, o Grupo RBS declara publicamente seus interesses como se fossem coincidentes com “os interesses do público e do país”. Ignora o § 5º do artigo 220 da Constituição e, mesmo assim, recomenda “o cumprimento rigoroso dos preceitos constitucionais”.
Defende e pratica a propriedade cruzada – que, na verdade, constitui uma forma disfarçada de censura – e tem a coragem de afirmar, em editorial, que “a liberdade de expressão não é uma prerrogativa dos meios e dos profissionais de comunicação – é um direito sagrado e constitucional dos cidadãos brasileiros”.
Pelo menos, a cidadania fica sabendo, diretamente, de quem e quais os interesses que de fato estão em jogo quando se defende a propriedade cruzada.

Venício A. de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Liberdade de Expressão vs. Liberdade de Imprensa – Direito à Comunicação e Democracia, Publisher, 2010.

19/01/2011

Nossa mídia é uma tragédia

Filed under: RBS — Gilmar Crestani @ 7:00 am
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rbsuO que impressiona na mídia corporativa é versatilidade. Na verdade,  esta é a única razão de sua existência. Os recursos disponíveis para enfocar o que interessa e esconder o que não interessa é infinito. É a parabólica do Ricúpero em ação. Lembro da época em que as chuvas que caiam em Porto Alegre e em Florianópolis eram muito diferentes. Na terra de Ângela Amim São Pedro arcava sozinho com o ônus dos estragos. Em Porto Alegre, governada pelo inimigo figadal da RBS, o PT, os alagamentos na Padre Cacique ou na Goethe nada deviam ao primeiro apóstolo. Era tudo culpa dos diabinhos vermelhos.

O mesmo fenômeno se repete com rainha mãe. Para a Rede Globo as enchentes em São Paulo são pluviométricas. As no Rio, são petistas. E da-lhe pau em Lula e na Dilma.

Será que essa mídia também culpou os generais pela tragédia da Serra da Arara, em 1967, que levou entorno de 1700 pessoas?!?

A recente tragédia que já conta com setecentas vítimas na serra fluminense são tributadas à incúria governamental … Federal. A boçalidade argumentativa é tão deprimente que os alagamentos da capital paulista passam batidos. Por que não culpam o Governo Federal  pelos alagamentos na região metropolitana de São Paulo. Lá, em São Paulo, são chuvas de verão. No Rio, é pau, é pedra, é fim da picada, é Dilma, é lama.

Sinceramente, toda lama que desceu pelas encostas diariamente jorra  pelo esgoto midiático. Nas três principais cidades serranas atingidas são sete centenas. Agora, quantas vítimas existem pela campanha midiática pelo Estado Mínimo. Quantas pessoas morreram por falta de atendimento na saúde. A luta pelo término da CPMF livrou corrupto de ser pego e diminuiu os recursos para a saúde. Mas quem se importa? Por acaso houve algum produto que tenha baixado de preço com o término da CPMF?

Sem qualquer margem de erro, se há falhas, e as há, no âmbito governamental, a Globo e todos os demais veículos que propugnam pela diminuição do estado, pelos ataques constantes contra o funcionalismo público, com campanhas contra a CPMF e demais impostos, também têm suas parcelas de culpa. As mãos desses grupos midiáticos que não querem ver o estado atuando, também estão manchadas de sangue.

Para os gaúchos que não mais lembram, recordo que a RBS fez um editorial, em 16/07/2010, criticando o governo Lula porque propunha uma lei proibindo, vejam só a ousadia, castigos físicos contra crianças. No editorial os açougueiros da RBS estamparam em letra de forma a epígrafe de um grupo midiático acorrentado ao atraso. Tire suas próprias conclusões: “O debate é oportuno, mas a proposta de nova lei é inadequada porque evidencia um viés autoritário e intervencionista do governo na vida das pessoas.

São esses magarefes que depois cobram do Estado, que legalmente detém o monopólio da violência, a responsabilidade pelos atos de violência praticado contra professores! Não duvidem que um dia ainda saia um editorial tentando segurar água morro abaixo e fogo morro acima.

Ademais, como diria aquele causídico do jornal do almoço, a lição está na ponta da língua. Data venia, Lasier Martins, mas cimos de morros ou coxilhas, margem de rios ou regatos, são áreas de risco. Pois bem, onde a RBS construiu suas sedes? A antiga Farroupilha, no bairro Ponta Grossa está numa área de mangue. A sede da Zero Hora está a menos de 20 metros do riacho Ipiranga. E as torres da TV RBS? La no topo do morro Santa Teresa… Todas áreas consideradas de risco. Aliás, o pessoal de Florianópolis ainda deve lembrar onde foi mesmo que foi instalado aquele Planeta Atlântida que quase deu cana. O Ministério Público saiu a campo. É, quem diz que o Poder Público não age. Age, sim, mas nesses casos somem dos noticiários. Exagero? Sim. Mas não fui quem inventou a história. O poder público, pelas regras que a velha mídia está impondo goela abaixo, lubrificada pela tragédia, deveria desalojar as sedes da RBS. Já que ela quer dar lição, poderia evitar que o Estado tenha de adotar um viés autoritário e intervencionista, e sair das áreas de risco por conta própria.

26/11/2010

O besouro era um camaleão

Filed under: RBS — Gilmar Crestani @ 8:50 am
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Antes, para introduzir, um bom Camões:

  • Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
    Muda-se o ser, muda-se a confiança;
    Todo o mundo é composto de mudança,
    Tomando sempre novas qualidades.
    Continuamente vemos novidades,
    Diferentes em tudo da esperança;
    Do mal ficam as mágoas na lembrança,
    E do bem, se algum houve, as saudades.
    O tempo cobre o chão de verde manto,
    Que já foi coberto de neve fria,
    E em mim converte em choro o doce canto.
    E, afora este mudar-se cada dia,
    Outra mudança faz de mor espanto:
    Que não se muda já como soía.

É tudo para dizer que “o mundo gira e a lusitana roda” (lusitana era uma empresa de transporte que se expandiu com este slogan), mas a RBS continua a mesma. Foram-se se os Mendelskis, os Barrionuevos, mas ficaram os Lasiers os Prates, e brotam os Coimbras… Este Coimbra, um pigmeu, é uma espécie de ventríloquo, uma piada que herdamos dos portugueses, mas que não gira nem roda. Abaixo texto que publiquei em 2002, com a troca de emails, oito anos atrás, num site que eu tinha no HPG (eu sou do tempo do Geocities….), que pertence ao IG.

At 09:08 23/01/02 -0200, you wrote:
> Oi, Nivaldo, no jornal Zero Hora de hoje saiu a seguinte nota:

"Aviso aos Navegantes

Um texto com dados falsos sobre a RBS levou o editor da Carta Capital, Mino Carta, a publicar em destaque na última edição da revista o seguinte alerta:

Aviso aos Navegantes. Sites na Internet estão divulgando um artigo intitulado A Verdade Escondida, sobre o Grupo RBS, assinado por Nivaldo T. Manzano, que  teria sido publicado em Carta Capital datada de 11 de janeiro. Esta edição simplesmente não existe e o artigo em questão não foi publicado e não será em qualquer outra”.

Não conheço o texto de que fala a RBS. Aliás, já que o assunto é este, gostaria de saber, se possível, como está aquele trabalho que estavas fazendo sobre a RBS.

Um abraço

gilmar crestani

nivaldoNivaldo T. Manzano" < n.manzano@pop3.uol.com.br >

Assunto: Re: Nota publicada na ZH
Obrigado pela notícia.
Ocorreu o seguinte: Escrevi a matéria sobre a RBS, que envio aqui. Como a empresa que me solicitou a matéria me informou que seria publicada em CartaCapital, escrevi-a como se fosse. Ocorre que a matéria foi entregue pela empresa à CartaCapital, que não a publicou. Alguém, que não sei quem seria, divulgou-a pela internet. Essa é a história.

Um abraço

Nivaldo


A Verdade Escondida

Nivaldo T. Manzano

Para quem está acostumado a vencer a qualquer preço, a derrota é insuportável. Distinguida com concessões públicas e generosidades durante a ditadura militar, em troca de sua adesão ao regime, a Rede Brasil Sul (RBS) de comunicações — um complexo empresarial familiar integrado por mais de 60 emissoras de rádio e televisão e jornais — conquistou ao longo do tempo tal poder de influência sobre a opinião pública da região Sul do País que se acreditava um verdadeiro partido político, o partido da família Sirotsky.

Entre seus muitos feitos na política, o partido Sirotsky fez de um de seus ex-funcionários governador do Rio Grande do Sul (Antônio Brito) e de outro, porta-voz do Palácio do Planalto (Alexandre Garcia). Mas até hoje nenhum Sirotsky assumiu a política na primeira pessoa. Fiel à sua estratégia de amealhar fortuna mediante o aumento do poder de influir sobre a sua audiência, o clã sempre preferiu mandar em quem manda, com o que se poupou do desgaste eventual de quem se submete ao crivo das urnas. “Para que ser ministro, se disponho do poder de nomeá-los?” — argumentava o mago das comunicações Assis Chateaubriand, dos Diários Associados.

Foi assim até o momento em que o partido Sirotsky — com o lema “Rio Grande Vencedor” —, tendo como candidato à reeleição o então governador Antônio Brito —, perdeu para Olívio Dutra, o candidato petista da Frente Popular. Não estranha que o ressentimento tenha incubado o desejo de sentir o cheiro de sangue. O partido Sirotsky parece não se conformar com a nova realidade — uma democracia que se faz mais substantiva a cada dia.

Nas rodas de conversa na Assembléia Legislativa gaúcha, dominada pela oposição, comenta-se que até na região de Bagé, reduto do conservadorismo, os chefes políticos locais têm preferido encaminhar seus pleitos regionais via orçamento participativo, em virtude da relação positiva de seu benefício/custo, em comparação com o preço elevado cobrado pela intermediação clientelística do passado. Estaria aí a razão do estreitamento das afinidades eletivas entre a oposição ao governo petista e o partido Sirotsky. Se as comunidades se entendem publicamente sobre como aplicar os recursos do Estado, de forma descentralizada, para que serve quem se atribui o poder demiúrgico de decidir em conciliábulos sobre o destino do orçamento?

Em defesa do governador, sobre quem paira um pedido de indiciamento por crime de responsabilidade e outras violações, partidários da Frente Popular reagem dizendo que se assiste ao início do desmantelamento do poder oligárquico no Estado e de sua promiscuidade com a coisa pública — e, nessas circunstâncias, a manobra parlamentar era previsível. No que diz respeito à RBS, aduzem que o grupo teria razões para temer: a sua familiaridade com a suspeita de sonegação fiscal e evasão de divisas é atestada, por exemplo, pelos inquéritos nº 9-0608/98 e nº 9-606/98, da Polícia Federal, que em 1998 investigava as circunstâncias em que os responsáveis pelas empresas South Service Trading SA e Zero Hora Editora Jornalística SA, ambas da família Sirotsky, teriam remetido valores de forma indevida para o exterior. É certo que seu diretor e acionista Marcos Dvoskin, ex-motorista de taxi casado com uma Sirotsky, foi autuado pela Receita por evasão de US$ 5 milhões; por coincidência foi transferido no mesmo ano para a direção da Editora Globo, em São Paulo.

Segundo Luís Fernando Veríssimo, ao sair vencedora nas urnas, a Frente Popular de Olívio Dutra cometera o desplante de contrariar interesses poderosos, na sua ousadia de ser eleita pelo voto. Daí o empenho da RBS, alegam os governistas, em se juntar à oposição para desviar os objetivos de uma CPI criada originalmente para investigar a “banda podre” da polícia, convertendo-a num processo político de impedimento do governador.

Ou o PT ou a RBS — assim parecem postas as coisas na política gaúcha pelo partido Sirotsky, que coordena a união das oposições na orquestração dos ataques ao adversário.  “Se deixar o PT chegar ao fim de seu governo, a RBS não conseguirá fechar o seu balanço em 2001” — teriam comentado alguns executivos do grupo, demitidos recentemente por ganharem acima de R$ 15 mil mensais, na culminância de um processo de enxugamento dos quadros da empresa.

Uma das maiores empresas do RS, com um faturamento anual de R$ 1 bilhão e com 4.500 funcionários, a RBS, integrada à rede Globo de TV aberta, absorve mais de 60% dos investimentos feitos em publicidade nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Emprega um em cada dois profissionais de comunicação da capital gaúcha e domina os principais meios de comunicação das respectivas capitais e do interior. Em razão de sua onipresença no quinhão que lhe coube da partilha territorial pelo controle da opinião pública nacional, o poder relativo de influência da RBS+Globo nesses Estados, aferido pela unidade Globo de medida, valeria de duas a três vezes mais que o da própria Globo em relação ao resto da nação. Ou seja, para a audiência gaúcha e catarinense, a RBS+Globo apresenta-se com a força de uma Globo com expoente elevado ao cubo.

É o que basta para os militantes da Frente Popular de Olívio Dutra enxergarem sinais de conspiração por parte do “Rio Grande Vencedor”, como parte de uma estratégia mais ampla, que se estenderia para além das fronteiras regionais. É no Rio Grande do Sul que o candidato Lula venceu em 1994 e 1998 as eleições presidenciais. É ali, mais que em outra parte, que se jogaria o resultado do pleito de 2002. É ali que o estilo e o conteúdo da administração do PT e da Frente Popular testemunhariam perante o resto da nação a acolhida majoritária de seu programa, ao encaminhar-se para a conclusão de 16 anos ininterruptos de mandato à frente da administração municipal de Porto Alegre. “Se o PT e a Frente Popular conseguirem dobrar a oligarquia gaúcha, os eleitores de todo o País poderão encontrar aí razão para confiar em que a sua proposta é viável”, afirmou a este repórter Luiz Antônio de Sá Brito Domingues, advogado e funcionário aposentado do Tribunal Regional do Trabalho.

Para se compreender o acirramento dos ânimos entre o governo petista e a oposição, parece necessário atentar para a correlação entre (1) a tentativa de impedimento do governador por suposta ligação de seu partido com o jogo do bicho, (2) a coincidência entre a desintermediação clientelística estimulada pela prática petista do orçamento participativo e a crise financeira da RBS e (3) a absorção remunerada do ex-governador Antônio Brito por um flanco do núcleo empresarial responsável no plano nacional pelo fundo informal de campanha do candidato situacionista ao posto de FHC, ao qual o falecido ministro Sérgio Mota delegara a responsabilidade financeira de manter por pelo menos vinte anos no poder os atuais partidos governantes.

Como se sabe,  Antônio Brito, que na condição de governador torceu para que a Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT) fosse entregue ao consórcio do qual participavam os seus ex-patrões, passou a integrar a folha de pagamentos do grupo Opportunity em 1999, ano em que seu presidente, o banqueiro Daniel Dantas, comprava uma frota de três jatinhos executivos — um 750 Citation, prefixo PT WUN; um Beach King Air, prefixo PT WSJ; e um Excell C560 XL, prefixo PP RAA, os três no valor total de US$ 36 milhões — contrariando o parecer dos fundos de pensão Previ, Telos e Petros, seus sócios nas empresas de telecomunicações privatizadas. O “Consórcio Voa” encontra-se à disposição de Brito nas suas andanças pelo País, para a articulação das eleições presidenciais e estaduais de 2002. Ex-empregado de confiança da Globo e da RBS, Brito, apeado de seu “Rio Grande Vencedor”, abraçou a tarefa cívica de reunir capital político e financeiro para derrotar quem o derrotou. O partido Sirotsky não se dobra à vontade do eleitor.

Besouro RBS, também conhecido por vira-bosta!O mais nebuloso dos três itens mencionados é o (2). Trata-se de explicar de onde é que a RBS, em estado de insolvência técnica, como se mostrará a seguir, continua retirando recursos financeiros para mover as suas empresas, de baterias assestadas na direção do governo Olívio Dutra. A exemplo do besouro, que pelas leis da aerodinâmica não teria condições de voar, uma análise dos balanços das empresas da RBS, referentes ao período de 1996-2000, mostra que o grupo Sirotsky continua zumbindo, muito tempo depois de esgotado todo o seu combustível.

Ao longo de 2001, pelo menos em duas ocasiões auditores da Globo instalaram-se nas dependências da RBS para estudar uma forma de injetar-lhe oxigênio, mediante rearranjo do controle acionário. Compreende-se a solicitude do parceiro: a RBS, a sua principal coligada e terceira maior empresa de comunicação do País, é o seu bastião estratégico na porção Sul do território nacional, com jus primae noctis sobre as audiências do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, Estados onde a Globo, por entendimento mútuo, somente pode entrar mediante assentimento prévio da repetidora gaúcha.

No andamento dessas negociações, a RBS foi atropelada pela notificação de indeferimento por parte do Refis a seu pedido de renegociação dos débitos de algumas de suas empresas junto ao INSS — entre as quais a Net Sul Comunicações Ltda., a Net Florianópolis SA, a Rádio Gaúcha SA, a RBS TV de Florianópolis SA, a Televisão Gaúcha SA, a Zero Hora Editora Jornalística SA e a Empresa Jornalística Pioneiro SA —, e por uma autuação fiscal da Receita cujo valor oscilaria entre R$ 160/200 milhões.

Diante de argumentos tão convincentes, as partes parecem ter julgado ser de melhor alvitre recorrer ao Palácio do Planalto, para que apressasse a Câmara dos Deputados a votar até o início de dezembro o projeto de lei que altera o artigo 222 da Constituição e permite o ingresso de capital estrangeiro nas empresas de comunicação nacionais até o limite de 30% do controle acionário. Não se encontrando a RBS em condições de esperar até lá, a Globo teria assumido a folha de pagamentos de sua coligada referente ao mês de agosto e, possivelmente, também de setembro, além de postergar sine die a cobrança pela retransmissão de seus programas, segundo informa um membro da diretoria do sindicato dos jornalistas do Rio Grande do Sul.

Nesse período, a RBS, sabidamente em dificuldades desde que se meteu na privatização da CRT e na NetSul, espalhou boatos sobre as suas novas frentes de expansão, como as supostas negociações para a compra do jornal Folha do Paraná, da família do ex-senador José Eduardo de Andrade Vieira, de mais um jornal em Santa Catarina, e o seu ingresso no segmento de revistas.

Céticos, analistas de mercado afirmam que nada disso poderia ocorrer, pois o passivo total das principais empresas do grupo supera o valor do ativo permanente. Se tudo permanecer como está, para pagar as suas dívidas, a RBS teria de vender, em bens de seu ativo permanente, prédios, máquinas, equipamentos, instalações, marcas e o que mais houver. O grupo dispõe de apenas R$ 0,38 de recursos próprios para pagar cada R$ 1,00 que deve. No jargão contábil, a sua situação é de iliquidez geral. Cruzando-se os vários indicadores do estado de saúde do paciente em 31 de dezembro de 2000, expressos nos seus balanços, é possível observar que a RBS encontra-se no plano inclinado da quebra, tanto mais iminente quanto mais o grupo alavancar recursos de terceiros.

A crise não é de agora. No período 1996-1998, o grupo realizou grandes operações de tomada de crédito, com o objetivo de pôr em prática um temerário plano de expansão. É o que confirma o exame dos atos societários arquivados na Junta Comercial gaúcha. De 1998 em diante, já no ocaso do governo Brito, uma radical inversão de expectativas determina a eclosão de uma grave crise financeira e operacional não apenas da Zero Hora —  responsável pela edição do jornal do mesmo nome, de maior tiragem no Estado —, mas de todo o grupo RBS. Em 1999, quando adveio a desvalorização do Real, a empresa e todo o grupo estavam operando com vultosos financiamentos tomados em moeda estrangeira e títulos lançados no exterior. Com isso, os Sirotsky viram duplicados os seus compromissos por financiamento em moeda estrangeira. Assim, o balanço da Zero Hora Editora Jornalística SA, referente ao exercício de 1998, revela uma situação de baixa liquidez e baixa eficiência no emprego de capitais de terceiros, situação que não chega ainda a caracterizar as “posições gravíssimas”, na expressão dos analistas, que seriam registradas em 1999 e 2000. Em 2000, a Zero Hora obtém êxito na alavancagem de recursos de terceiros, ao mesmo tempo em que colhe prejuízos arrasadores, infletindo ainda mais a curva de resultados negativos.

A incapacidade atual da empresa de gerar lucros está associada ao custo financeiro insuflado pelas suas dívidas. Assim, a Zero Hora encontra-se envolvida num ciclo perverso de realimentação de perdas, com a conseqüente e veloz exaustão dos ativos, ao mesmo tempo em que as exigibilidades são puxadas para o alto, crescendo sem controle. De cada R$ 9,00 de custo, apenas R$ 1,00 provém do resultado das atividades da empresa, enquanto os restantes R$ 8,00 correspondem a juros e demais custos dos empréstimos e outras formas de recursos de terceiros.

O resultado é que o patrimônio líquido da Zero Hora foi tragado completamente em apenas um exercício (2000), passando de positivos R$ 45,84 milhões, em 31.12.99, a R$ 17,45 milhões negativos, no ano seguinte. Tudo indica que não se trata de episódio efêmero. No período 1996-2000, as despesas financeiras aumentaram 256%, ao mesmo tempo em que o lucro por ação (lucratividade do capital social) caiu de R$ 7,26 positivos para R$ 13,24 negativos. Em outras palavras, os esforços operacionais da empresa estão produzindo resultados em sentido contrário. Pela leitura de seus balanços, a Zero Hora está ligada em marcha a ré, gerando apenas prejuízos. Nessas condições, quanto mais tempo a empresa funcionar, pior, pois mais prejuízos serão produzidos. Não há, pois, como endividar-se ainda mais, já que a empresa não pode oferecer qualquer garantia a seus atuais e eventuais futuros credores. Todos os recursos são de terceiros e, como estão totalmente sem cobertura de ativos, a situação é de insolvência.

Quando a esse desempenho se juntam os de outras 14 empresas do grupo, segundo balanços do exercício de 2000, a metáfora do besouro retorna com igual propriedade:

— O déficit financeiro, em crescimento, atinge $$ 424 milhões, sendo R$ 51 milhões a curto prazo (até doze meses da data do balanço — 23 e 24 de abril de 2001) e R$ 373 milhões a longo prazo (além de doze meses);

— O valor total do déficit supera o valor total das receitas líquidas do exercício, de R$ 403 milhões, de todo o grupo RBS;

— Esse déficit gerou em 2000 despesas financeiras líquidas de R$ 150 milhões, correspondentes a 37% da receita líquida;

— Os valores a pagar a curto prazo somam R$ 242 milhões, sendo R$ 16 milhões na rubrica Instituições Financeiras, R$ 6 milhões na de Empréstimos no Exterior e o restante a diversos outros credores;

— Os valores a pagar a longo prazo somam R$ 448 milhões, sendo R$ 16 milhões a credores nacionais e R$ 343 milhões a credores no exterior;

— As dívidas totais somam R$ 700 milhões, correspondentes a 1,74 vezes o total da receita líquida do exercício.

— Na outra ponta, a geração de receitas líquidas dos últimos três exercícios é declinante, tendo caído de R$ 489 milhões em 1998 para R$ 440 milhões em 1999 e R$ 400 milhões em 2000;

— As despesas aumentaram ano a ano, com destaque para as despesas financeiras líquidas, que passaram de R$ 78 milhões em 1998 para R$ 150 milhões em 2000;

— O prejuízo operacional foi de R$ 182 milhões; e, mesmo subtraindo-se desse resultado as despesas financeiras, o prejuízo é de R$ 32 milhões, o que significa que as atividades do grupo estão gerando resultados negativos frente a um endividamento crescente (veja a situação patrimonial no quadro ao lado).

A conclusão dos analistas ouvidos por CartaCapital é que a RBS “encontra-se em estado de insolvência técnica, com crescente deterioração de sua posição econômica e financeira, que poderá levá-la do estado falimentar para a  falência real”. Se a RBS vender tudo o que possui e, com os recursos obtidos pagar os seus credores, ainda assim haverá no final um rombo de R$ 43 milhões.

  É nesse contexto que o partido Sirotsky abraçou com entusiasmo a causa do “Rio Grande Vencedor”, na campanha para a reeleição de Brito. Durante o governo Brito, os benefícios diretos auferidos do governo gaúcho pela RBS, na forma de publicidade e outros serviços de comunicação, montaram a pelo menos R$ 60 milhões por ano. Com a derrota do “Vencedor”, o grupo teve de se defrontar com um governo cioso de sua equanimidade na distribuição de recursos para a publicação de editais, comunicados e balanços entre os órgãos de comunicação gaúchos. Além disso, em contraste com o governo Brito, o de Olívio Dutra equilibrou as finanças do Estado, e em razão de sua eficiência acabou estimulando a cobiça de sanguessugas da privatização, ao valorizar alguns “objetos de desejo”, tais como a companhia estatal Sul Gás e o banco estatal Banrisul. A Sul Gás, que no período Brito não passava de uma empresa no papel, é avaliada hoje pelos petistas em R$ 850 milhões, depois de Dutra nela ter injetado pouco mais de R$ 30 milhões, enquanto o Banrisul tornou-se um banco solidamente ancorado.

Mas a prova dos nove é que o besouro voa. Segundo noticiou CartaCapital duas semanas atrás, Gustavo Franco, o mentor da engrenagem cambial que levou para a UTI grandes empresas de comunicação do País, é quem está agora à frente da Rio Bravo Investimentos, em busca de ganhar dinheiro oferecendo a esses mesmos grupos a engenharia financeira capaz de tirá-los do buraco.

Da engenharia política, posta em marcha pela campanha eleitoral, cuidará ele também, por afinidades ideológicas, e cuidam outros. Ah! como é reconfortante vislumbrar perspectivas ubertosas no fundo informal de campanha. Neste limiar de ano eleitoral, pode dizer-se que nada mais oportuno do que se apresentar ao comitê integrado por Brito em estado falimentar. Passando à frente de seus pares na disputa pelo botim, a RBS habilita-se assim a ganhar o primeiro bocado. Afinal, a máquina de controle da opinião pública na porção Sul do território Global, já avariada, encontra-se sob o risco iminente de enguiçar.

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(quadro)

Situação patrimonial em liquefação

Capitais próprios:                    R$ 662 milhões

Capitais de terceiros                 R$ 705 milhões

Patrimônio líquido negativo      R$ 43 milhões

13/03/2010

Sociedade Mafiomidiática

Filed under: Cosa Nostra,PIG,RBS — Gilmar Crestani @ 8:44 pm
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O encontro das famiglias Sirotsky, Civita, Frias, Mesquita & Marinho, patrocinada pelo Instituto Millenium, já está rendendo frutos (Podres, como tudo o que eles produzem!) Como diria Al Capone, business is business!

A partir da esq., Nelson Sirotsky (presidente do Grupo RBS), Roberto Irineu Marinho (presidente do Conselho Administrativo e CEO da Globo), José Roberto Marinho (vice-presidente da Globo), Eduardo Sirotsky Melzer (vice-presidente executivo da RBS) e João Roberto Marinho (vice-presidente da Globo)

A partir da esq., Nelson Sirotsky (presidente do Grupo RBS), Roberto Irineu Marinho (presidente do Conselho Administrativo e CEO da Globo), José Roberto Marinho (vice-presidente da Globo), Eduardo Sirotsky Melzer (vice-presidente executivo da RBS) e João Roberto Marinho (vice-presidente da Globo)

Brota mais uma reporcagem produzida nos subterrâneos da Cosa Nostra made in Brazil, desnudada por jornalistas independentes. Não fossem os blogs, nunca saberíamos da bandidagem que está por detrás de determinadas “denúncias” da assim chamada Grande Imprensa, ou Big News, como querem ser chamadas.
A famigerada revista VEJA entrou em acordo de reciprocidade com bandidos do submundo paulistano para levantar suspeitas contra o PT. Tudo previamente combinado com seus pares do Instituto Millenium. Veja levanta a bola, com bola e tudo o mais, e os demais se encarregam de repercutir ad nauseam.
Agora um ex-funcionário da Globo, que foi editor do Jornal Nacional, Marco Aurélio Mello, conta em seu blog como José Carlos Blat atua a serviço da Globo em troca de favores. É por isso que se diz que reporcagens do PIG sempre têm bandidos nas duas pontas.

Globo usa gravação para chantagear Blat
por Marco Aurélio Mello, em seu blog

Da série ficção, a preferida dos internautas. Digamos que no início dos anos 2000 eu tivesse sido procurado por um renomado advogado criminalista de São Paulo. Digamos que ele me considerasse um interlocutor confiável a ponto de me contar alguma coisa e tentar obter de mim, em troca, alguma informação. Digamos que este renomado advogado criminalista estivesse defendendo um político polêmico que, ainda que assim o fosse, tivesse na letra morta da lei o direito de ampla defesa. Digamos também que, na conversa, ele tenha relatado que o promotor tinha feito um acordo espúrio com a Corte do Cosme Velho, para solapar a carreira política da tal personalidade polêmica. Para sustentar as suspeitas, tivesse me revelado que tal promotor teria se enriquecido ilicitamente e que era alvo de uma discreta investigação por um dos órgãos do Governo à época. Digamos, ainda, que a emissora tivesse tido acesso a material gravado por um de seus produtores especiais que comprovava a prática de crime pelo promotor, mas que teria feito acordo com ele para não divulgar a gravação em horário nobre, como fora o primeiro impulso. Para encurtar a história, digamos que tenham me perguntado se eu conhecia a existência da gravação. Teria respondido que sim. Digamos que ele tivesse me perguntado se eu conhecia o teor. Teria dito que não. E digamos, por último, que ele tenha me perguntado se eu seria capaz de localizar tal material e tomar conhecimento da denúncia. Disse que não, porque a fita jazia sobre a mesa de um importante jornalista da emissora e não podia ser subtraída de lá, sem que ninguém percebesse. Digamos que o promotor esteja na ativa até hoje, refém das organizações que o protegem, em troca de proteção e factóides eventuais, distribuídos, primeiro, a uma revista semanal de esgoto e repercutido em rede nacional no principal telejornal da emissora. Digamos que algum internauta viesse a me perguntar se isso acontece até hoje. Aí tenho que tergiversar: Nego, com veemência!

Marco Aurélio Mello se refere à armação da Veja em conluio com seus parceiros do Instituto Millenium para armarem contra o PT usando o caso Bancoop. Abaixo, Luis Nassif dá nome ao fato:

Bancoop: raio x de uma armação midiática
Por Alan Souza

Nassif, falando em escandalização da mídia: o juiz de direito Carlos Eduardo Lora Franco negou os pedidos do promotor José Carlos Blat. A decisão do juiz é simplesmente demolidora para o promotor e a Veja. Ressalva que as afirmações do promotor nem sequer são comprovadas por documentos nos autos. Aí vai o link: http://migre.me/nP9Q.

Comentário (do Luis Nassif)

Não sei se houve dolo ou não no Bancoop. As informações até agora divulgadas são insuficientes para dar consistência à acusação. Mas a sentença do juiz, negando o bloqueio de contas da Bancoop é o mais contundente documento até agora divulgado sobre as armações jornalísticas, em cumplicidade com promotores, visando criar fatos políticos sem evidências nos autos. Uma aula desnudando as formas de manipulação de inquéritos.

Confira-se que todo esse alarido foi manipulado, sem necessidade de apresentar provas (que não existem nos autos, segundo o juiz), por um promotor de atuação suspeita, há muitos anos, que sendo membro de um grupo de combate ao crime organizado, tornou-se sócio do filho de um bicheiro e inquilino de outro bicheiro – conforme reportagens que constavam dos próximos veículos que, agora, montaram essa cena.

18/02/2010

Cortina de Fumaça

Filed under: Cosa Nostra,Cultura — Gilmar Crestani @ 8:18 pm
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O ódio destilado a Hugo Chávez pelo PIG constitui-se numa cortina de fumaça para esconder o regime do terror instalado na Colômbia. Não é mera coincidência que sabemos no mesmo instante quando Chávez dá um pum, mas não somos informados quando Alvaro Uribe abre mais uma vala comum.

Na Colômbia, a descoberta de uma vala comum com centenas ou milhares de mortos acontece simultaneamente com a abertura de nova vala para enterrar novas vítimas dos paramilitares treinados pela CIA. O silêncio do PIG  (Folha, Estadão, Globo & RBS) apenas confirma o viés ideológico. São grupos que financiaram e sustentaram a ditadura brasileira, através da qual fizeram crescer o patrimônio. São os mesmos coronéis eletrônicos  que cobram democracia da Venezuela mas esquecem da vizinha Colômbia. Este estrabismo ideológico é um verdadeiro crime contra a humanidade. Mas como falar de humanidade quando se trata das famiglias Frias, Mesquita, Marinho & Sirotiski realmente é um contra-senso?

Métodos Nazistas na Colômbia conta com a cumplicidade dos nazistas brasileiros

Métodos nazistas na Colômbia conta com a cumplicidade dos neonazistas brasileiros

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A seguir  informações divulgadas pelo site Vermelho.Org, com as agências internacionais.

Paramilitares admitem 30 mil assassinatos na Colômbia

A Promotoria colombiana divulgou nesta terça (16) dados impressionantes sobre a atividade de paramilitares no país. De acordo com relatório publicado pela Unidade de Justiça e Paz da Promotoria, 4.112 ex-combatentes do grupo paramilitar Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) confessaram ter cometido 30.470 assassinatos em um período de 20 anos – entre meados dos anos 80 até 2003, quando teria se iniciado seu processo de desmobilização.
O número de mortes coloca os grupos paramilitares da Colômbia – um país cuja democracia é uma das mais antigas da América Latina – no mesmo nível de ditaduras da região, como a da Argentina (1976-1983), que deixou cerca de 30 mil mortos e desaparecidos.

Entre os dados obtidos pela Promotoria estão os registros de 1.085 massacres; 1.437 menores de idade recrutados; 2.520 desaparecimentos forçados; 2.326 deslocamentos forçados; 1.642 extorsões; e 1.033 sequestros. As autoridades colombianas estão verificando as informações, que foram obtidas por meio de confissões previstas em um plano que dá aos ex-combatentes benefícios judiciais.

A Lei de Justiça de Paz, promovida pelo governo do presidente Álvaro Uribe, fixa uma pena máxima de 8 anos para os paramilitares que se submeterem à Justiça confessando seus crimes. Pelo menos 32 mil paramilitares teriam deixado as armas neste processo.

“O país deve ficar horrorizado com a revelação de um número tão alto de assassinatos sistemáticos”, afirmou o analista Álvaro Villarraga, ex-membro da guerrilha Exército Popular de Libertação (EPL) e hoje diretor da Fundação Cultura Democrática. “Mas o triste é que esta estimativa pode estar bem abaixo da realidade.” Segundo Villarraga, os números são um exemplo da crise humanitária “generalizada” pela qual a Colômbia ainda passa.

Violações

30.470 assassinatos foram cometidos por membros da Autodefesas Unidas da Colômbia em um período de 20 anos – entre meados dos anos 80 até 2003

1.085 massacres foram cometidos por integrantes do grupo paramilitar

12/01/2010

Quadro Roubado

Filed under: Cosa Nostra,Cultura — Gilmar Crestani @ 6:41 pm
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Santa Ceia só com Judas!

Santa Ceia só com Judas!


O serviço secreto anti-CCC encontrou um misterioso quadro no Prozac de Jacarepaguá.

Trata-se de uma paródia da Santa Ceia onde só aparecem Judas.

Especialistas londrinos das casas Bonhams, Christie’s and Sotheby’s avaliaram o quadro em R$ 0,02 (dois centavos).

A tela, pelo jeito, foi reutilizada pois atrás da camada de cada cara-de-pau havia uma sigla: P.I.G.

Segundo o especialista da UNICAMPo, Bodão Falhares, pistas, como o cheiro, apontam para uma criadora de porcos inglesa, Margarete, pintora importante de outras obras de demolição, como Malvinas, e de autorretratos: Vaca Loca e Gripe Suína.

Caso não saiba inglês, consulte a Wikipédia em português: PIG.

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