O mercado, ah essa entidade bombril, de mil e uma utilidades. Parece mais torcida. Ou previsão com base no horóscopo do Goleiro Bruno… As tais leis do mercado não funcionam porque não existem. São regras intangíveis ao dispor de quem pretende desculpas. Veja-se o caso do capital especulativo na Argentina, que eles chamam de Fundos Buitres (Urubus…). Querem o lucro de investimentos de risco, sem correr risco. Investiram na Argentina porque os juros eram escorchantes e, portanto, com lucro maior do que se fizessem investimentos produtivos. A Argentina quebrou, mas um juiz de Nova Iorque, sozinho, tem a capacidade de negar que investimento de risco deve correr risco.
O tal mercado é ditado por duas ou três famílias que detêm, sozinhas, 10% do PIB. São os mesmos que não previram a crise de 2008 e, quando ela aconteceu, não souberam sair dela sem a ajuda do Estado. Lula conseguiu transforma a onda quebradeira de 2008 (veja-se o caso dos EUA, Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia após crise de 2008).
O tal de mercado, que vive de capital especulativo, não gosta de investimento social porque aí sobra menos dinheiro para o Estado pagar juros especulativos.
Todo dia a velha mídia sai com uma torcida para algo ruim. Quando não é a febre amarela, a gripe suína, dente, seca, apagão, caos aéreo, #naovaitercopa, futuro com juros altos, PIBinho…
Próximo mandato deverá ter PIB fraco
Analistas preveem para os próximos 4 anos avanço inferior ao da última década e inflação acima da meta de 4,5%
Para economista, taxa de desemprego deve subir, resultado do baixo crescimento do PIB nos últimos anos
EDUARDO CUCOLODE BRASÍLIA
Durante os próximos quatro anos, o Brasil deve crescer abaixo da média da última década, com inflação superior à meta de 4,5% e juros acima de 10%. O próximo presidente terminará o período de governo, no entanto, com números melhores do que os verificados em 2014.
Essas previsões fazem parte da pesquisa semanal Focus, do Banco Central, que reúne as projeções para a economia de cerca de cem analistas de instituições do setor público e privado.
Essas previsões olham, desde 2001, para um cenário de até quatro anos. Em seu relatório mais conhecido, o BC só divulga estimativa para o ano atual e o seguinte, mas as projeções de longo prazo podem ser obtidas no site da instituição.
Nesta segunda-feira (11), as projeções de crescimento para 2014 e 2015 foram reduzidas novamente, para 0,81% e 1,2% –uma semana antes, elas eram de, respectivamente, 0,86% e 1,50%.
No cenário traçado pela pesquisa, o próximo governo começa com algumas medidas impopulares que não constam no discurso dos principais candidatos.
Haveria forte reajuste de tarifas e preços controlados, de 7% no ano, e pequeno aumento da taxa básica de juros, dos atuais 11% para 12%.
Esses ajustes, segundo as previsões, não representam um choque capaz de derrubar rapidamente a inflação, com efeito recessivo sobre a atividade econômica.
Pelo contrário. A previsão é que a inflação fique em 2015 praticamente no mesmo patamar de 2014, ou seja, próxima do limite de 6,5%. o IPCA encerraria 2018 no meio do caminho entre esse teto e a meta de 4,5%, com a taxa básica de juros em 10%.
Os resultados sobre o crescimento da economia só apareceriam a partir de 2016, com números próximos de 3% até 2018. Esse valor é superior à média do governo atual (cerca de 2%), mas abaixo do verificado nos governos Lula (aproximadamente 4%).
"O próximo presidente terá de trabalhar com esse equilíbrio. Não almejar crescimento imediato, o que não é viável. E equilibrar ajustes para melhorar as perspectivas, mas sem jogar o país na recessão", diz Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil.
O economista, que está entre os que mais acertaram previsões no Focus em 2013, prevê aumento "moderado" de desemprego nos próximos anos, mas afirma que isso se deverá mais ao baixo crescimento dos últimos anos do que aos ajustes de 2015.
Walter Maciel, sócio-diretor da gestora de recursos Quest Investimentos, diz que as estimativas da empresa (similares à da média do Focus) consideram tanto uma política econômica que traga de volta a confiança e os investimentos como ações que continuem a levar o país para uma possível estagflação (inflação alta e PIB fraco).
Para ele, ajustes não tão grandes de juros e tarifas, como mostram as previsões, e a sinalização de uma política econômica de reformas para atrair investimentos são suficientes para acelerar o crescimento e reduzir a inflação.