Ficha Corrida

16/08/2014

Israel joga a história de seu povo no lixo

Filed under: Faixa de Gaza,Holanda,Israel — Gilmar Crestani @ 1:13 pm
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Un veterano del Holocausto devuelve a Israel una medalla por la ofensiva en Gaza

Zanoli fue declarado "Justo entre las Naciones" por salvar en 1943 a un niño judío

EP Jerusalén 16 AGO 2014 – 13:48 CEST72

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Protestas contra la ofensiva israelí en Gaza este sábado en Londres. / IAN KINGTON (AFP)

Un holandés de 91 años ha devuelto a Israel el título honorífico que recibió tras salvar a un niño judío durante la ocupación nazi en señal de protesta por la ofensiva sobre Gaza, después de que seis de sus familiares fallecieran durante un bombardeo israelí sobre la Franja  el mes pasado.

El hombre, Henk Zanoli, fue declarado "Justo entre las Naciones" tras salvar en 1943 al niño judío, Elhanan Pinto, cuyos padres habían muerto en un campo de concentración, y a quien escondió en su domicilio hasta la liberación de Holanda.

La familia de Zanoli corría un riesgo importante al ocultar al pequeño. Los Zanoli habían expresado en repetidas ocasiones su rechazo a la ocupación y el padre del anciano había sido enviado al campo de exterminio de Dachau. Posteriormente falleció en el de Mathausen.

El bombardeo israelí del 20 de julio acabó con las vidas de la familia del marido de la sobrina nieta de Zanoli, la diplomática holandesa Angelique Eijpe, casada con el economista Isma’il Ziadah. Los proyectiles mataron a la matriarca de la familia Ziadah, Miftiya, de 70 años, a tres de sus hijos, Jamil, Omar and Youssef; y a la esposa e hijo de Jamil, Bayan y Shaaban, de 12 años de edad.

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Tras conocer la noticia del bombardeo, Zanoli devolvió el título que recibieron tanto él como su madre, esta a título póstumo, con una misiva al embajador de Israel en Holanda, Haim Davon, en la que describe los esfuerzos realizados por su familia para salvar al niño. "Dado este pasado, es particularmente trágico que hoy, cuatro generaciones después, nuestra familia se enfrente a la muerte de sus seres queridos en Gaza", escribió.

"Conservar este título supondría para mí un insulto a la memoria de mi valiente madre que arriesgó su vida y la de sus hijos luchando contra la opresión y por la preservación de la vida humana", hizo saber Zanoli.

El Ejército israelí no se ha pronunciado, según explica el diario Haaretz, sobre si el bombardeo fue accidental o intencionado y se limitó a contestar que las Fuerzas de Defensa intentan evitar a toda costa las bajas civiles. De igual modo, señaló que todos los incidentes irregulares están bajo investigación.

Un veterano del Holocausto devuelve a Israel una medalla por la ofensiva en Gaza | Internacional | EL PAÍS

25/07/2011

Depois dos 60

Filed under: Democracia made in USA — Gilmar Crestani @ 8:38 am
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Lá se vão mais de 60 anos da Assembleia Geral da ONU que havia reconhecido o direito à existência do Estado de Israel. E mesmo tendo passado tanto tempo, ainda não foi possível reconhecer o direito ao Palestino terem seu próprio Estado. A resistência israelense é só demonstração de arrogância. Afinal, eles voltaram para onde os palestinos estavam. Nada mais nada menos. Imagem os descendentes de africanos voltarem à África e retirarem das casas os brancos que lá vivem. Ou os indígenas de várias partes do mundo fazendo o  mesmo “conosco”. Aliás, a intransigência israelense é um tiro no pé. Primeiro porque demonstra intolerância, segundo porque, ao reconhecer o direito de autodeterminação, deixaria aos palestinos demonstrarem que são capazes de se auto gerirem. Além disso, o uso da força proporcionada pelo respaldo dos EUA fica condicionado à presença constante deste. Com a queda dos EUA, Israel pode selar sua caída.

25/07/2011-06h08

Pedido de reconhecimento na ONU deflagra guerra diplomática entre palestinos e israelenses

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MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

O embate final da acirrada disputa diplomática travada nos últimos meses entre palestinos e israelenses tem data e local marcados: setembro, na sede das Nações Unidas, em Nova York.

É quando deverá ser avaliado o pedido para que a Palestina seja aceita como membro da ONU. Embora seu efeito seja mais simbólico do que prático, o gesto deflagrou uma guerra de lobbies que provavelmente durará até o último minuto.

Nas próximas semanas, três ministros israelenses estarão em países da América Latina com a missão de convencer os governos a não apoiar a ambição palestina.

Ao menos um deles, o ministro das Finanças, Yuval Steinitz, passará pelo Brasil. O objetivo do governo israelense é alertar que a iniciativa palestina pode significar o fim das negociações de paz.

Os palestinos também espalham seus enviados pelo mundo em busca de apoio. Nas últimas semanas o foco foi a Ásia e Oceania, onde países importantes como Japão e Austrália não reconheceram o Estado palestino.

Ao mesmo tempo, altas autoridades palestinas em Ramallah fazem uma ofensiva de relações públicas, em conversas semanais com jornalistas. Já que 18 anos de negociações não resultaram num Estado palestino, afirmam, o jeito é apelar à ONU.

"É uma mudança de estratégia", explica Mohammad Shtayyeh, um dos principais negociadores palestinos. "Tínhamos grandes esperanças para esse processo de paz, mas ele não alcançou o objetivo principal, que é acabar a ocupação israelense".

Com a negociação com Israel virtualmente parada desde fins de 2008, os palestinos há tempos balançam a carta da declaração unilateral de independência como ameaça para aumentar a pressão sobre Israel.

Essa já foi uma manobra usada no passado, com resultado prático quase nulo.

Em 1988, num tempo que não tinha nenhum controle sobre o território, a OLP (Organização para Libertação da Palestina), proclamou na Argélia a independência do Estado palestino, sem fazer menção a fronteiras.

A principal diferença na nova estratégia é que ela se fixa em fronteiras definidas, as linhas de 1967, quando Israel ocupou a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza.

É esse o território em que os palestinos pretendem fundar o seu Estado, tendo Jerusalém Oriental como capital. Caberá à ONU decidir se aceita como membro um Estado que não saiu do papel.

Israel repudia o plano, alegando que o ato "unilateral" contraria os acordos de paz assinados com os palestinos e cria o risco de uma nova onda de violência nos territórios ocupados.

"Não vamos unilateralmente declarar nossa independência. Isso já fizemos, em 1988", rebate Saeb Erekat, há anos o principal negociador palestino. "Não queremos confrontar ninguém, apenas exercer um direito nosso".

Erekat reconhece que a ambição de obter o status de membro pleno da ONU é improvável. Afinal, o pedido terá que ser aprovado no Conselho de Segurança da ONU, onde os EUA já adiantaram que usarão seu poder de veto para barrar a iniciativa.

Há ainda o risco financeiro. O Congresso americano ameaçou cortar a ajuda à ANP (Autoridade Nacional Palestina), que representa um quarto do orçamento.

O plano B é recorrer à Assembléia Geral, onde os palestinos não devem ter dificuldade para ganhar os votos de 2/3 dos 193 membros, o necessário para elevar seu status de observador para "Estado não-membro", o mesmo do Vaticano.

Não é o mesmo que membro pleno, mas daria aos palestinos o direito de fazer parte de todas as agências da ONU, aumentando consideravelmente o alcance de sua diplomacia.

Israel conta com o veto americano, mas busca esvaziar ao máximo a provável vitória palestina na Assembléia Geral. Além dos EUA, Israel diz contar com o apoio de países importantes da União Européia, como Holanda, Itália e Alemanha.

A diplomacia israelense pede que os países examinem o pedido palestino antes de tomar uma posição. Por isso, causou irritação a recente declaração do chanceler Antonio Patriota ao "Estado de S. Paulo" que o Brasil deve apoiar a moção palestina em setembro.

"É um absurdo", reagiu o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor. "Apoiar um texto que ainda não é conhecido deixa claro que é um ato político, diz Palmor.

Com exceção da Colômbia, toda a América do Sul reconheceu o Estado palestino nos últimos meses, um movimento desencadeado pelo governo Lula.

Para Palmor, mesmo sem ter efeitos práticos, a ação na ONU aumentará as expectativas entre os palestinos poderá gerar violência.

O temor é compartilhado por boa parte dos israelenses: segundo pesquisa de opinião, 52% acreditam que a ação na ONU poderá deflagrar uma terceira intifada (revolta palestina).

Do lado palestino, contudo, as pesquisas não indicam um furacão no horizonte: só 4% consideram a ida à ONU uma prioridade, enquanto que 80% apontaram algo bem mais prosaico: a criação de empregos.

E mais: somente 1% disse que protestos em massa contra Israel podem ter alguma importância.

Segundo a edição desta segunda-feira do jornal "Haaretz", o governo israelense nomeou uma equipe para formular possíveis respostas à iniciativa palestina na ONU. Uma das opções é o cancelamento dos Acordos de Oslo, que deu origem à Autoridade Nacional Palestina. Ainda não está claro se é uma opção viável.

Folha.com – Mundo – Pedido de reconhecimento na ONU deflagra guerra diplomática entre palestinos e israelenses – 25/07/2011

27/06/2011

Democracia made in USA

Filed under: Democracia made in USA — Gilmar Crestani @ 9:11 am
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Se ONU apoiar palestinos, fica sem verbas, dizem EUA

O primeiro-ministro de Israel, Benjanim Netanyahu exigiu ação dos EUA contra a proposta do chefe da Autoridade Palestina, Mahamoud Abbas, de colocar em votação na ONU o reconhecimento do Estado Palestino,  e a resposta não demorou.

Segundo a edição de hoje do jornal ingês The Telegraph, fontes próximas ao presidente Barack Obama afirmou que o corte dos fundos norteamericanos destinados à manutenção da organização podem ser cortados, como forma de pressão contra o reconhecimento da Palestina.

Abbas está, segundo o jornal, disposto a usar um mecanismo em que o voto de dois terços dos países pode, embora de forma não autorizadoras de ações militares, se sobrepor a um provável veto dos EUA ao reconhecimento palestino no Conselho de Segurança.

Tijolaço – O Blog do Brizola Neto

03/04/2011

Paz! Modo de fazer.

Filed under: Ditadura — Gilmar Crestani @ 11:30 am
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03/04/2011 – 07h23

Israel destrói número recorde de casas palestinas em março

DA FRANCE PRESSE, EM JERUSALÉM

O exército israelense pôs abaixo, em março, pelo terceiro mês consecutivo, uma cifra recorde de casas palestinas na Cisjordânia, denunciou neste domingo o porta-voz da UNWRA, a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos.

No total, "76 casas ou estruturas palestinas foram destruídas em março, frente a 70 em fevereiro e 29 em janeiro", apontou Chris Gunness em um comunicado. Em consequência "no mês de março, 158 pessoas ficaram sem lares, entre elas 64 crianças", acrescenta.

O exército israelense somente destrói casas palestinas construídas sem permissão na Cisjordânia.

Para Chris Gunness, essas demolições representam "uma discriminação contra um grupo étnico". Combinadas à construção contínua das colônias judaicas, enfraquecem a perspectiva de estabelecer na Cisjordânia um Estado palestino, cuja viabilidade "desgasta um pouco mais a cada demolição".

18/02/2011

Os EUA, arrimo de Israel no Oriente Médio

Filed under: Revolução Jasmim — Gilmar Crestani @ 10:52 pm
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Os EUA, arrimo de Israel no Oriente Médio

Há uma espécie de ‘ponto cego’ no panorama mental de muita gente sempre que se trata de Israel – fenômeno frequente também entre os pensadores progressistas. Ninguém fala contra Israel, porque quem fale sempre poderá ser dito antissemita, acusado de “selecionar” Israel como alvo preferencial de críticas. A imprensa não discute Israel nem noticia o que Israel faz no Oriente Médi, mais diretamente aos palestinos que vivem sob ocupação militar. O tema sempre dispara cartas de leitores indignados e cancelamento de assinaturas de jornais e revistas. Assim, silencia-se sobre o fato de que Israel é o fator determinante de praticamente todas as políticas e ações dos EUA no Oriente Médio. O artigo é de Kathleen Christison.

Kathleen Christison (*) – Counterpunch

Há cerca de dez dias, participei de discussão especialmente interessante sobre Israel e seu relacionamento com a política dos EUA para o Oriente Médio, considerados os atuais acontecimentos no Egito e em outros países do mundo árabe. Meu interlocutor foi um dos mais brilhantes comentaristas de política norte-americana da mídia alternativa, mas disse que, para ele, Israel não teria qualquer importância considerável no que os EUA fazem na região.
Devo dizer que pode ser caso de uma espécie de ‘ponto cego’ no panorama mental sempre que se trata de Israel – fenômeno frequente também entre os pensadores progressistas. E espero que o torvelinho pelo qual passa a região acabará abrindo os olhos também dos que ainda tendem a minimizar o papel central que Israel desempenha na política dos EUA.
Os recentes eventos no Egito e os “Documentos da Palestina” publicados por WikiLeaks e divulgados pela rede al-Jazeera, com conversações entre palestinos e israelenses, aí estão, como prova escrita, mais contundentes que qualquer outra divulgação, de que os EUA fazem o que fazem no Oriente Médio em vasta medida por causa de Israel – para proteger e salvaguardar Israel contra os vizinhos árabes que se revoltam contra o tratamento que Israel dá aos palestinos; contra muçulmanos, também revoltados pelos mesmos motivos; contra todos os críticos que reclamam das agressões militares dos israelenses contra Estados próximos; contra a ira de outros Estados eternamente ameaçados por Israel; contra governos na região que não aceitam que Israel seja o único Estado nuclear e insistem em desenvolver programas nucleares próprios, que lhes deem meios para conter Israel e defender-se das agressões dos israelenses.
É instrutivo lembrar que o Egito é importante para os EUA quase exclusivamente porque assinou um tratado de paz com Israel em 1979 e ajuda a garantir a segurança de Israel, defendendo a fronteira ocidental; ajudando em ataques militares contra outros países árabes; fechando os túneis que chegam a Gaza, pelos quais o Hamás contrabandeia algumas armas, e a população de Gaza obtém comida e outros artigos essenciais; e, claro, também porque o Egito ajuda a minar o poder do Hamás em Gaza. Os EUA também consideram o Egito como roldana importante em sua máquina de “guerra ao terror” e na guerra contra o radicalismo islâmico – função também intimamente ligada aos interesses de segurança de Israel.
Obviamente, o Egito é importante, de pleno direito, na Região. O tamanho do país e sua localização estratégica garantem que sempre terá influência considerável na política do Oriente Médio, e há séculos é o coração da cultura árabe, para o que não precisa de ajuda dos EUA.
As três últimas semanas de luta do povo egípcio por democracia aumentou a importância do Egito, capturando a imaginação dos povos do mundo inteiro (exceto de muitos, talvez a maioria, em Israel e da direita linha-dura nos EUA, com destaque para a ala daquela direita que apóia Israel).
Mas a parte fundamental que interessa destacar é que os EUA não teriam o relacionamento militar, político e econômico tão íntimo que têm com o Egito há mais de 30 anos, não fosse o Egito aliado de Israel e o fato de que, nas palavras de Rashid Khalidi, especialista em Oriente Médio, o Egito sempre aceitou “a hegemonia regional de Israel”. O 1,5 bilhão anual de dólares em ajuda militar, e os 28 bilhões em assistência econômica e para o desenvolvimento ao longo dos últimos 35 anos não seriam entregues ao Egito, se o antecessor de Mubarak, Anwar Sadat, não tivesse suplicado por eles e, afinal, não tivesse concordado em assinar um tratado de paz com Israel, que removeu o Egito – o mais poderoso exército do mundo árabe – da lista das ameaças ‘existenciais’ contra Israel, abandonando os palestinos e outros partidos árabes aos seus próprios (poucos) recursos.
Com o Egito fora do jogo e já, de fato, jogando a favor, Israel ficou livre para lançar vários ataques militares contra países vizinhos, duas vezes contra o Líbano e incontáveis vezes contra Gaza e a Cisjordânia, e livre para expandir as colônias exclusivas para judeus em territórios ocupados, roubar terra dos palestinos e massacrar rotineiramente os palestinos, sem medo de retaliação nem, sequer, de qualquer manifestação mais significativa vinda de qualquer exército árabe.
O comentarista israelense Aluf Benn já destacou além disso que, com Mubarak no poder, Israel sempre poderia sentir-se seguro em relação ao flanco ocidental no caso de atacar o Irã.
Hoje, Israel já não pode atrever-se a atacar o Irã, e assim continuará até que volte (se voltar) a poder confiar que receberá do Egito “apoio tácito a todos os seus atos”. Mas quem quer que substitua Mubarak, seguindo esse raciocínio, também terá de preocupar-se com não despertar a fúria das massas, no caso de mostrar muita disposição para apoiar Israel. “Sem Mubarak, desaparece qualquer possibilidade de Israel atacar o Irã.”
Para Israel e, portanto, também para os EUA, o investimento de bilhões que os EUA fizeram no Egito sempre valeu cada vintém. O fim da “estabilidade” que o Egito assegurava – ou seja, com Israel já sem poder confiar que se manterá em segurança, como potência regional dominante ­– é o fator de mudou muito dramaticamente todos os cálculos estratégicos dos EUA e de Israel.
Antes do tratado de paz Egito-Israel, os EUA jamais consideraram que o Egito fosse o item de alta importância estratégica que passou a ser depois de render-se e por toda a sua capacidade militar a serviço dos interesses de Israel. Pode-se dizer o mesmo sobre as relações dos EUA com inúmeros outros estados árabes. O envolvimento dos EUA no Líbano – inclusive os esforços para tirar o exército sírio do Líbano – também se explica quase completamente pela defesa dos interesses de Israel também ali.
O fracasso da invasão de Israel ao Líbano em 1982 ainda reverbera: em resposta àquela invasão, os EUA mandaram um contingente de Marines, que se envolveu em luta direta com facções libanesas, o que levou a um ataque a bomba devastador contra o quartel-general dos Marines que matou 241 militares e agentes dos EUA em 1983. O crescimento do Hezbollah, representando a população xiita sitiada no sul do Líbano, é resultado direto da invasão israelense; o aumento no número de pessoal norte-americano seqüestrado pelo Hezbollah ao longo dos anos 1980s é resultado da hostilidade que cresceu contra os EUA, por causa do apoio a Israel. Israel retirou-se em 2000 do sul do Líbano, depois de vinte anos de ocupação, deixando atrás de si um Hezbollah mais poderoso do que jamais fora. O continuado conflito ao longo da fronteira levou ao brutal ataque de Israel contra o Líbano no verão de 2006. Mas Israel não derrotou a organização islâmica nem fez diminuir sua popularidade. Como resultado disso, os EUA já há anos estão obrigados a trabalhar para minar o poder do Hezbollah e, essencialmente, para manter o Líbano como sinecura israelense.
A Jordânia foi aliada menor dos EUA durante décadas, até que concluiu um tratado de paz com Israel em 1994 e ganhou status aos olhos dos EUA. Então, o pequeno Estado na fronteira leste de Israel passou a receber gorda ajuda militar e econômica dos EUA. O perfil oficial da Jordânia nos arquivos do Departamento de Estado dos EUA expõe os argumentos que explicam o bom relacionamento com a Jordânia, todos ligados, mais ou menos diretamente, a Israel, mas sem jamais mencionar Israel: “A política dos EUA busca reforçar o comprometimento da Jordânia com a paz, a estabilidade e a moderação. O processo de paz e a oposição da Jordânia ao terrorismo seguem e indiretamente reforçam interesses mais amplos dos EUA. Assim também, mediante assistência militar e econômica e por vias de cooperação política, os EUA têm ajudado a Jordânia a manter-se estável e próspera.”
As referências a “reforçar” o comprometimento da Jordânia “com a paz, a estabilidade e a moderação” e à manutenção da estabilidade e da prosperidade da Jordânia dizem, de fato, sobre a Jordânia ajudar a manter a área – e sobretudo a fronteira com Israel – calma. Assim também, a expressão “indiretamente reforçam interessem mais amplos dos EUA” refere-se ao compromisso de cuidar da segurança de Israel. “Moderação”, no jargão do Departamento de Estado, é palavra-código para defesa dos interesses de Israel; “estabilidade” significa sempre ambiente seguro que atenda, primeiro, aos interesses de Israel.
Pode-se afirmar com segurança que nem o Líbano nem a Jordânia jamais teriam a importância que têm para os EUA, se os EUA não considerassem importante manter calmas as áreas de fronteira desses dois países com Israel, sempre considerada, só, a segurança de Israel. O mesmo não se pode dizer da Arábia Saudita, onde os EUA têm interesses vitais no petróleo, além da preocupação com a segurança de Israel. Mas, ao mesmo tempo, os EUA controlaram todos os impulsos dos sauditas na direção de defender os palestinos ou quaisquer outros árabes sob sítio dos israelenses, e puseram os sauditas bem alinhados, pelo menos implicitamente, ao lado de Israel, em várias questões – seja quando Israel atacou o Líbano em 2006 seja em 2008-2009, quando Israel massacrou Gaza seja, ainda, no que tenha a ver com a suposta “ameaça iraniana”. Vai muito longe o tempo em que os sauditas enfureceram-se por conta do apoio dos EUA a Israel, a ponto de imporem um embargo ao petróleo, como aconteceu em 1973.
Os documentos recentemente divulgados por WikiLeaks de telegramas do Departamento de Estado e, sobretudo, a divulgação pela rede al-Jazeera de minutas de reuniões das negociações entre Israel e palestinos ao longo da última década também mostram com ofuscante clareza o quanto os EUA jogam duro, e que o jogo duro sempre funcionou, para ajudar Israel no processo de negociação com palestinos.
O apoio dos EUA a Israel jamais foi segredo, e cada vez é menos secreto ao longo dos últimos anos, mas os telegramas vazados fazem ver um quadro muito mais dramático do total desdém dos EUA pelos interesses dos palestinos nas negociações e o quanto os palestinos foram deixados sem qualquer poder de barganha ante a recusa de Israel a qualquer concessão.
Chama a atenção, naqueles documentos, que os EUA fazem o papel de “advogado de Israel” – descrição cunhada por Aaron David Miller, depois de trabalhar nas negociações durante a era Clinton. E é o mesmo papel sempre, seja nos governos Bill Clinton ou George W. Bush ou Barack Obama: sempre prevalecem os interesses e demandas de Israel.
Fora do mundo árabe, também a política dos EUA para o Irã é ditada praticamente toda, por Israel. A pressão para atacar o Irã – seja ataque direto dos EUA, ou apoio dos EUA a ataque de Israel – que está em pauta há quase oito anos, desde o início da guerra no Iraque, sempre veio toda de Israel e de seus apoiadores nos EUA. É pressão declarada, e é impossível negar o quanto Israel pressionou para que os EUA atacassem o Iraque.
Se algum dia os EUA se envolverem em ataque militar contra o Irã, diretamente, ou como força de apoio dos israelenses, acontecerá porque Israel decidiu que acontecesse. Se não houver ataque algum contra o Irã, como Aluf Benn prevê que não haverá, foi porque Israel tremeu, agora, depois de iniciada a Revolução Egípcia.
Israel e o desejo de defender a própria hegemonia regional foram fatores substancialmente importantes também para arrastar os EUA à guerra no Iraque – embora haja quem discorde, entre progressistas e conservadores, que entendem que aí haveria em jogo outras forças além das relações EUA-Israel-árabes.
Meu interlocutor progressista, por exemplo – que fez valente oposição ao envolvimento dos EUA na aventura do Iraque e também se opõe fortemente a qualquer ataque ao Irã, e está sem dúvida profundamente perturbado por os EUA não terem pressionado para a imediata partida de Mubarak – não concorda completamente com minha ideia de que Israel e seus apoiadores nos EUA são fator a considerar no envolvimento dos EUA na guerra do Iraque. No início da discussão, ele falou longamente sobre os neoconservadores, seu antigo think tank “Project for a New American Century (PNAC)” e o manifesto interesse do PNAC dos neoconservadores em fazer avançar a hegemonia global dos EUA; e defendeu a ideia de que, quando George W. Bush chegou ao poder, todo um completo think tank instalou-se na administração. Mas, embora reconheça os objetivos dos neoconservadores e o sucesso que alcançaram na implantação daqueles objetivos, nem assim concorda com que o PNAC e os neoconservadores também estivessem tão interessados em promover a hegemonia regional de Israel quanto em promover o imperialismo norte-americano.
Quando, contudo, observei que Bush não instalou só um think tank dentro do governo, mas também, simultaneamente, instalou efetivamente o lobby israelense, ou a ala mais ativa daquele lobby, nos mais altos escalões do governo, nos conselhos políticos, meu amigo logo concordou: oh, claro, ele concordou com vigor, eles (os neoconservadores) “são todos Likudniks.” Há aqui alguma espécie de desconexão, que meu interlocutor parece não perceber: além de reconhecer a íntima ligação entre os neoconservadores e Israel, ele também reconhece que os neoconservadores trabalharam, de algum modo, por Israel. Como se tudo se justificasse, porque escreveram suas simpatias pró-Israel nas portas da Casa Branca e do Pentágono, ao assumir os cargos. Como se tudo se justificasse por declararem que abdicavam de todas as suas longas histórias de serviços prestados a Israel e de orientação dada há anos a políticos israelenses – orientação que incluiu conselho muito real, por escrito, em 1996, para que Israel atacasse o Iraque.
Sempre foi muito claro para muitos analistas, durante anos, até décadas, que os EUA favorecem Israel, mas a realidade jamais foi revelada tão explicitamente, até que eventos recentes puseram a nu o relacionamento, e trouxeram à luz o fato de que no centro de praticamente todos os movimentos dos EUA na região sempre está Israel.
Sempre foi tabu falar dessas realidades, tabu que amordaçou gente como o meu interlocutor. Ninguém fala contra Israel, porque quem fale sempre poderá ser dito antissemita, acusado de “selecionar” Israel como alvo preferencial de críticas. A imprensa não discute Israel nem noticia o que Israel faz no Oriente Médio e, nunca, o que Israel faz mais diretamente aos palestinos que vivem sob ocupação militar, porque o tema sempre dispara cartas de leitores indignados e cancelamento de assinaturas de jornais e revistas, dos apoiadores de Israel que militam nos EUA. Candidatos a deputado e senador poriam em risco as gordas doações de campanha, se dissessem a verdade sobre Israel. E assim aconteceu que Israel sumiu do radar da opinião pública. Muitos progressistas até mencionam Israel “de passagem”, como meu amigo, mas nada além disso. E a crítica não avança.
Ultimamente, porque já não se fala sobre Israel, já ninguém nem pensa sobre Israel. Assim, já ninguém nem vê que Israel é o fator determinante de praticamente todas as políticas e ações dos EUA no Oriente Médio.
É tempo de começar a falar de Israel. Todos, no Oriente Médio, já começam a ver o que há para ver, como a Revolução Egípcia deixou tão claro. É provável que muitos outros, em todo o mundo, também estejam vendo. Temos de começar a ouvir a voz do povo – não dos políticos e líderes, que vivem de dizer o que supõem que nos interesse ouvir.
(*) Kathleen Christison é ex-analista política da CIA. É co-autora de Palestine in Pieces, com Bill Christison, seu marido.Recebe e-mails em kb.christison@earthlink.net
(*) Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Carta Maior – Internacional – Os EUA, arrimo de Israel no Oriente Médio

Israel sente o cheiro de queimado

Filed under: PIG,Revolução Jasmim — Gilmar Crestani @ 10:48 pm
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Será que vem aí a Queda do Muro de Jerusalém?!

18/02/2011 – 21h36

Israel pede retomada de diálogo de paz mesmo após veto na ONU

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O governo de Israel pediu nesta sexta-feira que os palestinos retomem as negociações de paz sem condições prévias, na prática solicitando que a ANP (Autoridade Nacional Palestina) abra mão de sua rejeição contra os assentamentos israelenses, que foram alvo de votação mais cedo na ONU. A resolução que visava interromper as obras nos territórios ocupados foi vetada pelos EUA.

"É um caminho curto entre Ramallah e Jerusalém, e todos os palestinos deveriam voltar à mesa de negociações sem condições prévias", disse o porta-voz do ministério das Relações Exteriores israelense, Yigal Palmor.

David Karp/AP

Imagem de arquivo mostra Conselho reunido; votação desta 6ª visava conter expansão de assentamentos

Imagem de arquivo mostra Conselho reunido; votação desta 6ª visava conter expansão de assentamentos

"Só assim, e não através de uma decisão do Conselho de Segurança, será possível avançar no processo de paz de modo a beneficiar ambas as partes e servir à causa da paz e da segurança em toda a região", acrescentou.

VOTAÇÃO

Os Estados Unidos votaram contra uma resolução apreciada nesta sexta-feira pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas que poderia condenar a expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Dos 15 votos, 14 foram a favor, incluindo o do Brasil, que no momento detém a presidência rotativa do órgão.

Para ter validade a medida precisava de todos os votos dos países que integram o Conselho, e caso tivesse sido aprovada, reforçaria o caráter ilegal da expansão dos assentamentos nos territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental, determinando ao governo israelense a interrupção imediata das obras.

Analistas estimam que a decisão do governo do presidente Barack Obama deve irritar países árabes, a ANP (Autoridade Nacional Palestina) e defensores da causa palestina ao redor do mundo.

O veto à medida deve também acentuar as dificuldades das negociações do processo de paz entre israelenses e palestinos, atualmente paralisado.

Para os palestinos a interrupção da expansão dos assentamentos é uma condição para que as negociações de paz sejam retomadas.

O governo brasileiro lamentou que a medida não tenha sido aprovada e destacou que 182 dos 192 membros da ONU apoiaram o projeto que foi rechaçado por Washington mas aceito pelos outros 14 membros do Conselho.

Folha.com – Mundo – Israel pede retomada de diálogo de paz mesmo após veto na ONU – 18/02/2011

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