Ficha Corrida

22/09/2015

CPMF: prostituta, traficante, banqueiro e sonegador todos pagam

Filed under: Adib Jatene,Aloísio Mercadante,CPMF,Janio de Freitas — Gilmar Crestani @ 8:46 am
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Basta pensar: quando extinguiram a CPMF os preços baixaram?!

Entrevistas

JANIO DE FREITAS

Os jornalistas não quiseram ou não se lembraram de ouvir Mercadante a respeito do noticiário que o solapa

A oposição à CPMF tem motivações variadas, mas o espaço de todas é ocupado por uma só: "mais imposto, não!" –o mais insustentável dos motivos. Se pensado um imposto com a finalidade de promover grande e veloz crescimento industrial, nenhum dos industriais que gritam "mais imposto, não!" ficará contra. E, se algum ficar, será um caso patológico de insuficiência excessiva de raciocínio. Mal, aliás, nada surpreendente.

O menos citado dos motivos, suponho mesmo que agora mencionado pela primeira vez, surgiu a meio de uma novidade do jornalismo brasileiro. Desde que se tornou chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante é o alvo de uma avalanche que não se esgota, novas e cansativas repetições de boatos, intrigas, maledicências, fantasias que são a moda no jornalismo político, e até alguma verdade eventual. É detestado por Lula, Lula pede sua demissão, o PMDB o culpa pela crise, Temer não o tolera, será substituído por um não político, é Mercadante quem torpedeia Levy –Mercadante faz Eduardo Cunha parecer amado pela pureza de intenções e ética dos modos.

Nem por isso, em todos esses meses e imputações, a reportagem política e seus chefes quiseram ou se lembraram de ouvir o próprio Mercadante a respeito do noticiário que o solapa. Até que no domingo as repórteres Catarina Alencastro e Simone Iglesias ("O Globo") trouxeram essa novidade jornalística: Mercadante ainda fala.

E continua franco, claro, seguro: (…) "O ex-presidente Lula, que vem pedindo a sua saída?"/ "Não. Hoje (sexta-feira) tomei café com ele. (…) A gente tem uma relação muito rica, muito próxima"/ "Lula acha fundamental que o sr. fique?"/ "Exatamente isso que ele disse". E foi por aí, até à CPMF, para um diagnóstico fundamental e, ao que me consta, nunca mencionado:

"A CPMF é necessária. O problema mais delicado é que atinge o caixa dois. Qualquer empresa que tenha um caixa dois, tem que dar um cheque. E aparece. Então, gera uma preocupação, mas isso não pode ser o fundamental."

Não pode, mas, se não é para todos, é para muitos dos que urram contra a CPMF e movem políticos para impedi-la. Caixa dois é a quantia que empresas em geral mantêm fora da contabilidade, como se não existisse, para transações não registradas, pagamentos por fora e mesmo para esconder lucro, pagando menos impostos de renda e outros. A CPMF, além de tomar algum dinheiro movimentado pelo caixa dois, faria o desagradável papel de acrescentar um importante identificador aos que visam a detectar o dinheiro por fora, que é ilegal e sonegador.

Joaquim Levy diz que a CPMF, como está proposta, nem é sentida pelo pagador. À taxa de 0,2%, em cada R$ 100 a CPMF corresponde a R$ 0,20. Para as empresas, são muitos R$ 0,20, mas não deixam de ser insignificantes. A proporção continua a mesma.

Sobre ser insignificante também para as pessoas, a CPMF, como toda taxação, tem um aspecto social: diferencia-se por ser equitatitiva, aplicar a todos a mesma taxação. No país que tem a indecência de cobrar proporcionalmente mais "imposto de renda" dos assalariados do que sobre os lucros e a renda, uma taxa ao menos idêntica é um avanço.

O ENTREVISTADO

Nem o próprio Moreira Franco imaginaria ser um dia elevado a manchete promocional da "Primeira Página" da Folha, com direito a uma página inteira de foto e entrevista (21.set). Quando governador do Rio, Moreira Franco frequentou muito as páginas da Folha, e nelas ficou para a história em socorro dos que não têm memória ou não conhecem os fatos do seu tempo histórico. Numerosas concorrências dos projetos de Moreira Franco foram anuladas por fraudes, reveladas pela Folha com antecipação do resultado sob disfarce. Várias linhas e estações do metrô, um sistema de abastecimento de água de "necessidade urgente" e até hoje dispensado, um tal "palácio da polícia", eram bilhões de dólares sob fraudes.

Os dados biográficos de Moreira Franco publicados com a entrevista são novidade, para o Rio, sobre esse piauiense. "Doutorado na Sorbonne" lembra o título do ex-ministro, também na Sorbonne, que a Folha descobriu existir só como imaginação.

24/06/2015

Veja como FHC, de forma nada subliminar, defende Aécio

Filed under: Aécio Neves,Drogas,FHC — Gilmar Crestani @ 9:31 am
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FHC defende descriminalização das drogas

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Ex-presidente tucano, FHC diz que é um ‘erro’ o Brasil tratar o usuário de drogas como criminoso: “Uma política de drogas baseada na criminalização de todo e qualquer uso de drogas e na proibição indiscriminada de todas as substâncias é, acima de tudo, um fracasso”; segundo ele, tema deve ser tratado como uma questão de saúde pública: “O Brasil precisa descriminalizar o uso de drogas já — estamos mais do que prontos para começar esse processo, como mostra a vontade do STF de colocar o assunto em pauta. Sigamos esse caminho também no Congresso e no Executivo”

24 de Junho de 2015 às 06:58

247 – O ex-presidente FHC (PSDB) voltou a defender a descriminalização do uso de drogas. Segundo ele, qé um ‘erro’ o Brasil tratar o usuário de drogas como criminoso: “Uma política de drogas baseada na criminalização de todo e qualquer uso de drogas e na proibição indiscriminada de todas as substâncias é, acima de tudo, um fracasso”.

O ex-presidente tucano afirma que o ponto de partida para políticas mais humanas e eficientes é tratar o abuso de substâncias como uma questão de saúde pública.

“O Brasil precisa descriminalizar o uso de drogas já — estamos mais do que prontos para começar esse processo, como mostra a vontade do STF de colocar o assunto em pauta. Sigamos esse caminho também no Congresso e no Executivo”, diz (leia aqui).

FHC defende descriminalização das drogas | Brasil 24/7

20/04/2014

Por que a Rede Globo dá mais espaço ao papelote de 5 gramas do que ao helicóptero com 450 kg de cocaína?

A pergunta acima se explica pela mesma razão que levou a Globo a esconder o afundamento da Plataforma P-36 e jamais fala do racionamento da água em São Paulo. Aliás, a Globo já tratou dos desvios bilionários que envolvem o PSDB, a Alstom e Siemens? Não. Nem o fará. Por quê? Ora, quem são os parceiros da Rede Globo? Todos os que lucram com o narcotráfico e foram contra  CPMF, porque com a CPMF até traficante pagaria e também os que lavariamm dinheiro do narcotráfico, como o HSBC, pagavam. Será que se o helicóptero fosse de uma amigo do Lula ou da Dilma a Globo aliviaria. Por que a amizade de Perrella com Aécio é escondida? Seria porque a empresa de Perrella é a maior fornecedora de “quentinhas” dos presídios mineiros. Aliás, o que será que é servido nas quentinhas? O fato de que notórios consumidores trabalham na Globo não explica, mas é sintomático.

Procurador da República vê indícios de farsa na investigação do helicóptero dos Perrellas

Postado em 19 abr 2014

por : Joaquim de Carvalho

Na segunda matéria especial de nossa série sobre o caso da “Helicoca”,  Joaquim de Carvalho fala das incongruências, suspeitas e desencontros relativos à investigação e ao processo da apreensão de cocaína no helicóptero dos Perrellas.

A série é resultado de um projeto de crowdfunding do DCM.

O processo que os servidores da Justiça Federal do Espírito Santo apelidaram de “Helicoca” nasceu do inquérito policial número 666/2013, aberto no dia 25 de novembro de 2013 e encerrado em 17 de janeiro de 2014. Em 53 dias, os policiais interrogaram 17 pessoas, entre eles os quatro presos em flagrante, e juntaram 44 documentos.

Mas aquela que é até agora a prova mais interessante do crime não é encontrada no inquérito, mas no YouTube. Trata-se de um vídeo de quase 13 minutos, em que um agente da Polícia Federal registra toda a ação.

O DCM teve acesso ao processo sigiloso em que o Ministério Público Federal diz que a investigação da “Helicoca” começou com uma farsa.

O vídeo da apreensão tem início quando desponta no céu da zona rural de Afonso Cláudio, no interior do Espírito Santo, o helicóptero cor de berinjela com faixa dourada e o prefixo GZP – G de Gustavo, Z de Zezé e P de Perrella, as iniciais de seus proprietários, o deputado estadual Gustavo Perrella, do Solidariedade, e o senador Zezé Perrella, do PDT, pai e filho.

É fim da tarde de domingo, 24 de novembro. A câmera é operada por um homem escondido atrás de um pé de café. O ronco do motor e o barulho da hélice não encobrem a fala do policial, que tem forte sotaque carioca e se comunica por rádio com equipes a postos para o flagrante.

As imagens, feitas de longe, são tremidas, o que mostra a falta de um apoio, um tripé. Aparece um carro branco, com porta-malas aberto, e mais duas pessoas, um de camisa rosa, que mais tarde seria identificado como o empresário Robson Ferreira Dias, do Rio de Janeiro, e outro de camisa verde clara, mais tarde identificado como Everaldo Lopes Souza, um sujeito simples, que se diz jardineiro, ligado a um empresário de Vitória, Élio Rodrigues, dono da propriedade onde a aeronave deveria ter pousado. Na última hora, o helicóptero acabou descendo na propriedade vizinha, que não é cercada.

A três minutos e quarenta segundos, o policial narra:

– Estão tirando a droga. O piloto correu para pegar o combustível e eles estão colocando a droga dentro do carro. O motor não foi cortado, o motor da aeronave não foi cortado. Estão carregando a droga na mala do carro, o motor não foi cortado, o copiloto foi buscar os galões. Cadê o helicóptero da PM?

A câmera volta para o plano aberto e fecha de novo na cena, muito tremida.

– São vários sacos pretos. Tem muita coisa, galera, muita coisa… vários sacos pretos. Eu acho que o piloto cortou… cortou o motor! Um segundo…Negativo, o piloto não cortou o motor… está descarregando a droga, e está começando a abastecer o primeiro galão.

Alguns segundos depois, avisa, triunfante:

– Positivo! Positivo! Cortou o motor, o helicóptero cortou o motor! Vamos lá, galera, pode ir. Quem conseguir pode ir. Vamos lá, tenente! Pode ir, Serra (com a pronúncia fechada, Sêrra). Eles estão abastecendo. Tem que ser rápido, tem que ir rápido!

Já são 7 minutos de gravação, a hélice para. Mais tarde, as imagens mostram três homens carregando a droga para o porta-malas do carro. Um deles está de camisa branca, que não aparece nas imagens anteriores. É Rogério Almeida Antunes, o piloto do senador Zezé Perrella e do deputado Gustavo Perrella. O outro piloto, Alexandre José de Oliveira Júnior, de camisa preta, não aparece nesta imagem. Ele se afastou para pegar mais combustível.

Imagens tremidas mostram a mata. Ouve-se chiado no rádio. Quando a câmera volta para a cena principal, mostra os acusados de tráfico com as mãos na cabeça, se abaixando. Tudo muito tranquilo.

– Positivo, positivo! Estão todos eles dominados. Vamos embora, tenente. Adianta o pessoal para dar apoio lá. Dominados lá os vagabundos. Parabéns, equipe, parabéns. Iurruuuuú. O show tá doido, maluco! DRE te pega, parceiro!

DRE é a sigla de Delegacia de Repressão a Entorpecentes, órgão da Polícia Federal. A câmera é desligada e volta com a imagem da droga no porta-malas e no banco traseiro do carro.

O vídeo foi apresentado à Justiça pelo procurador da República Fernando Amorim Lavieri como indício de crime. Não o de tráfico, demonstrado no inquérito, mas de fraude processual e falso testemunho. Nesse caso, os criminosos seriam os policiais que fizeram a prisão.

Na denúncia que transforma os policiais de caçadores em caça, o procurador Lavieri diz que desde o início desconfiou da versão da polícia para o flagrante. E procurou o responsável pelo inquérito, delegado Leonardo Damasceno, em busca de esclarecimento, quando teria ouvido a versão de que o flagrante era, na verdade, resultante de uma interceptação telefônica realizada em São Paulo.

O procurador também conversou com um agente da PF, Rafael Pacheco, que teria confirmado a versão do delegado Damasceno e acrescentado que, em São Paulo, a Justiça e o Ministério Público, “sensíveis ao flagelo do tráfico”, teriam autorizado interceptações telefônicas abrangentes, criando uma verdadeira “grampolândia”, daí resultando na apreensão da droga no helicóptero de Perrella.

Como os dois negaram na Justiça a versão de Lavieri, o procurador pediu afastamento do caso e se colocou na condição de testemunha do processo. Um testemunho que só serve como argumento para a defesa pedir a anulação do processo, como de fato já pediu.

O advogado Marco Antônio Gomes

O advogado Marco Antônio Gomes

O caso foi parar na mesa de outro procurador, Fábio Bhering Leite Praça, que estranhou a posição do colega Lavieri e recorreu à Procuradoria Geral da República em Brasília, na Câmara de Recursos. Ele não concorda com o afastamento do procurador Lavieri.

Entre seus argumentos, Fábio aponta para a fragilidade da denúncia formulada por ele. Se Lavieri tinha a notícia de uma ilegalidade, deveria ter agido, mandando investigar, como titular de uma instituição que tem a atribuição constitucional de exercer o controle externo da polícia.

A Câmara de Recursos deu razão ao procurador Fábio, e Lavieri, mesmo contrariado, voltou ao processo e participou de uma audiência por teleconferência, no dia 3 de abril.

Lavieiri está na sala de audiência da Justiça Federal em Vitória, ao lado do juiz, e duas testemunhas de defesa do piloto Alexandre José de Oliveira Júnior se encontram no fórum em São Paulo, na região da Paulista. Quase mil quilômetros separam os três, que se veem em monitores de TV.

O juiz dá a palavra ao procurador.

– Só uma pergunta…

A câmera gira na direção de Fernando Lavieri e mostra um homem que veste terno cinza, camisa e gravata de tom azul. Ele está de braços cruzados e arqueado sobre a mesa. Com a câmera apontada para sua direção, se recompõe, ajeita o microfone e questiona a testemunha, instrutor de voo na escola de Alexandre:

– O senhor conhecia o Alexandre em 2006, o senhor falou?

– Afirmativo. Eu tinha uma escola, era proprietário de uma escola. O meu sócio, Marcos Lázaro Luz, cursava o curso de avião civil na Faculdade Anhembi Morumbi, e ele era colega de classe de aula desse meu sócio, e por causa disso ele frequentava a minha escola para visitar o meu ex-sócio.

O procurador da República faz outra pergunta:

– E nessa época em que o senhor conheceu ele (sic), quando ele começou, ele aparentava ser uma pessoa com bastante dinheiro, com muitas posses?

– Não. Não, senhor. Nunca aparentou.

– Está bem, eu agradeço – o procurador diz e afasta o microfone.

O juiz retoma a palavra e pergunta se os réus têm alguma pergunta. Diante do silêncio, determina o encerramento do depoimento.

Com o fim da videoconferência, a câmera é desligada. As testemunhas são dispensadas em São Paulo, juntamente com um dos advogados de Alexandre, Heraldo Mendes de Lima. Mas, em Vitória, a audiência continua. Heraldo deixa o prédio na rua Ministro Rocha Azevedo sem fazer ideia da bomba que o juiz lançaria diante do advogado de Alexandre em Vitória, Marco Antônio Gomes.

Heraldo, parceiro de Marco Antônio na defesa de Alexandre, já foi policial civil e se dedica quase exclusivamente ao Direito Criminal. Ele sabe que, em processos de tráfico, os juízes costumam ser mais rigorosos. A expressão “flagelo do tráfico” é bastante comum nas ações desse tipo.

Meu primeiro contato com Heraldo foi na véspera da audiência por videoconferência. Ele aceitou conversar comigo numa churrascaria da avenida São João, quase esquina com o Largo do Arouche, em São Paulo. Era noite, por volta das 22 horas. Quando cheguei, ele conversava numa mesa com mais seis pessoas, cinco homens e uma mulher. Fiquei numa mesa próxima.

Quinze minutos depois, Heraldo se juntou a mim, com mais dois advogados. Os outros quatro que dividiam a mesa com ele saíram. Heraldo admitiu a dificuldade em que se encontrava seu cliente, diante do flagrante de tráfico.

– O [Alexandre] Júnior se envolveu nesta aventura para salvar a empresa dele, que estava em dificuldade. O Júnior não é traficante, afirmou. Os pais são evangélicos, da Congregação Cristã”, acrescentou, como se a religião da família fosse o argumento definitivo em favor do bom comportamento do piloto.

A audiência por videoconferência no dia seguinte era uma tentativa de confirmar a tese de que a empresa estava em dificuldade: as duas testemunhas são ex-funcionários de Alexandre.

Em Vitória, com a câmera da videoconferência desligada, o juiz se volta para o advogado Marco Antônio Gomes e diz:

– Estou suspendendo o sigilo de um procedimento aberto por conta de um ofício do MPF. A denúncia de Lavieri a respeito da suposta escuta clandestina tinha saído de Vitória e chegado a Brasília, já tinha gerado mais de 150 folhas, mas tudo isso tramitava sem o conhecimento dos advogados. Era um procedimento secreto, que correu paralelamente ao inquérito da Polícia Federal.

Marco Antônio Gomes pergunta:

– Que procedimento?

O juiz explica, então, a denúncia do procurador.

– Vi na hora que o processo todo poderia ser anulado, comenta o advogado. Era o caso de pedir a prisão dos policiais que inventaram a história de que o flagrante foi fruto de uma investigação em Afonso Cláudio, diz Marco Antônio.

Ele ficou ainda mais surpreso quando o procurador, que em tese atua do lado contrário ao da defesa, se aproximou e perguntou se conhecia os advogados dos demais réus.

Marco diz que considerou a conversa do procurador “inusitada”. “O procurador não tem que se preocupar com a defesa. Em geral, eles querem que o advogado perca prazo, não tenha argumentos, enfim, perca no processo”, afirma.

Marco Antônio leva o processo para o escritório, manda imprimir as folhas copiadas em seu pen drive e lê toda a peça. Anota, cuidadosamente, as partes mais pesadas.

– Vi que estava diante de um escândalo.

Na segunda-feira seguinte, 7 de abril, na audiência em que, pela primeira vez, os acusados de tráfico teriam a oportunidade de falar diante do juiz, o procurador Fernando Lavieri não estava presente. A razão é que, entre quinta e sexta-feira, 4 e 5 de abril, obteve uma decisão favorável do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, onde o seu pedido foi parar. Estava oficialmente autorizado a abandonar a ação e se tornar testemunha em potencial dos advogados de defesa dos traficantes.

No seu lugar, deveria comparecer o procurador Fábio Bhering, mas este já tinha um compromisso oficial agendado. O caso foi para as mãos do coordenador do Núcleo Criminal da Procuradoria da República em Vitória, Júlio de Castilhos Oliveira Costa. Mas, na véspera, o filho dele nasceu e, de licença paternidade, determinou à procuradora Nadja Machado Botelho que representasse o Ministério Público Federal.

Nadja chegou à audiência avisando ao juiz que não sabia nada do processo, o que é natural, já que recebeu a missão na véspera. Mas conhecimento não seria mais tão importante naquele momento.

Marcus Vinícius Figueiredo de Oliveira Costa, titular da 1ª Vara Federal Criminal de Vitória, abriu a audiência com a comunicação de que mandaria soltar os réus, pela denúncia de que o processo pode estar contaminado por grampo ilegal. Os réus foram soltos sem prestar depoimento à Justiça. Saíram como entraram: calados.

Em Vitória, procurei Fernando Lavieri, na sede do Ministério Público Federal. Ele estava lá, mas não quis me receber. Enviou a assessora de imprensa, que me entregou a cópia de um jornal local, A Tribuna, em que era publicada uma nota do Ministério Público, muito vaga. Fernando Lavieri havia pedido afastamento do processo por considerar insustentável o grampo ilegal.

Diz o jornal: “Por meio de nota, o MPF/ES informou que não é um órgão meramente acusador, pois a ele ‘interessa um processo justo, baseado em provas lícitas’”.

Falei por telefone com o delegado Leonardo Damasceno, sobre quem recaem as suspeitas do procurador Lavieri. “Não fizemos nada de errado”, disse, recomendando a leitura da nota em que a Superintendência da Polícia Federal no Espírito Santo se diz “orgulhosa” por tirar de circulação quase meia tonelada de cocaína.

Na entrevista, ele voltou a isentar os Perrellas de envolvimento no tráfico internacional de cocaína. “Está tudo nos autos. Quem não quiser acreditar tudo bem. Cada um acredita no que quiser”.

mpf

Leonardo Damasceno é de uma família de funcionários públicos. Seu irmão, auditor fiscal em Minas Gerais, ocuparia um cargo de confiança no governo mineiro. Sobre a hipótese de conflito de interesses, já que Zezé Perrella, dono do helicóptero, é aliado político de Aécio Neves, líder político no Estado, Leonardo diz:

– Não tenho ideia do que fazem meus irmãos. Ilações todo mundo faz. Dizem, por exemplo, que por eu ser Galo (torcedor do Atlético Mineiro) não poderia defender alguém que é do Cruzeiro (Perrella é o manda-chuva do clube).

Leonardo apareceu muito nos dias que se seguiram à apreensão da droga, na maioria das vezes para descartar o envolvimento do senador e do filho de Zezé Perrella, Gustavo, que é deputado estadual.

Parecia empenhado na investigação, mas o fato é que, depois da entrevista em que isenta Perrella, entrou de férias e quem assina o relatório final do inquérito é a delegada Aline Pedrini Cuzzuol.

Sobre o flagrante em Afonso Cláudio, Leonardo não quis entrar em detalhes.

– Está tudo no inquérito.

Há pelo menos uma informação furada no inquérito. O valor da propriedade comprada para o pouso e, talvez, a guarda da cocaína não é alto para os padrões do mercado local. Pelo contrário. Élio Rodrigues, apontado pela PF como o quinto elemento da quadrilha, fechou o negócio por R$ 500 mil. Deu R$ 100 mil de entrada e ficou de pagar o restante quando a propriedade estivesse em condições de ser registrada em seu nome. O proprietário anterior tinha uma dívida com o Banco do Estado do Espírito Santo que impedia a transferência em cartório.

Na região, o preço de uma propriedade como aquela, com quase 14 alqueires, pode ir até R$ 700 mil, segundo consulta que eu fiz junto a outros proprietários de terra. A fazenda tinha ainda 80 cabeças de gado leiteiro, a preço de R$ 2 mil reais cada. Como Élio comprou o sítio com porteira fechada, isto é, animais e benfeitorias ali presentes, a fazenda, a preço de mercado, poderia valer até R$ 860 mil.

– Por 500 mil, foi um negócio mais ou menos, conta um agricultor de Afonso Cláudio.

Não é verdadeira, portanto, a versão assumida pelo serviço reservado da Polícia Militar de que começou a investigar Élio depois que vizinhos desconfiaram do alto preço pago pela fazenda que seria utilizada na operação de tráfico.

Um policial de São Paulo, que tem experiência na investigação de narcóticos, acha que a prisão em Afonso Cláudio foi “serviço dado” ou resultado de grampo. “Sabiam que os caras chegariam naquele helicóptero. E com droga carregada no Paraguai”, afirma.

O procurador apresentou o vídeo do YouTube para mostrar que a polícia sabia previamente do helicóptero e da droga.

É só prestar atenção no que narra o policial que faz os registros com a câmera.

Quem entregou os traficantes? E com que objetivo? Foi mesmo um grampo ilegal?

São perguntas que a Procuradoria da República poderia tentar buscar, mas, analisando o trabalho do procurador relacionado a esse caso, vê-se que ele escreve muito mais a respeito da suspeita de utilização de prova ilícita do que do tráfico em si. Ou seja, o processo que poderia ser mortal para os acusados – os cinco conhecidos e outros que poderiam ser apontados – já nasceu com um antídoto: a investigação sigilosa que, revelada às vésperas do julgamento, colocou todo mundo na rua e pode provocar a nulidade do processo.

Para os acusados de tráfico, independentemente de quais sejam os motivos, a hipótese de anulação do processo é recebida como um milagre. Na tarde em que o juiz decidiu libertar os réus, sem ouvi-los, a mãe do piloto Alexandre José de Oliveira Júnior estava em casa, no bairro de Itaquera, em São Paulo.

Quando o advogado telefonou, descobriu que ela estava orando. A mulher, segundo ele, fez pedido próprio de quem espera pela condenação.

– Cuida do meu filho, doutor.

– A senhora mesmo vai cuidar dele, porque ele vai para casa.

– Milagre! – disse a mulher, entre lágrimas.

Evangélica, a mãe de Alexandre deve saber que 666, o número do inquérito da Polícia Federal, é também a marca da Besta que, segundo a Bíblia, aparecerá gravada nas mãos ou na testa das pessoas antes do juízo final.

No caso do inquérito em Vitória, 666 serviu para expor os demônios do sistema judiciário, em que procurador briga com procurador, delegado inocenta previamente suspeitos, e o juiz, um profissional preparado, com pós-graduação na Sorbonne, dá uma resposta sincera diante da pergunta sobre a impunidade nesse rumoroso caso.

– Eu continuarei juiz, você, jornalista e eles, traficantes.

O procurador Fernando Lavieri

O procurador Fernando Lavieri

Diário do Centro do Mundo » Procurador da República vê indícios de farsa na investigação do helicóptero dos Perrellas

13/04/2014

Perrella’s Family – e o Genoíno é que é corrupto, né!

Já que a máfia das cinco irmãs (Globo, Folha, Estadão, Veja & RBS) não quere falar do pó, da próxima vez que o Aécio Neves vier acusar Lula ou Dilma por seus amigos, responda simplesmente citando aquele artigo que o José Serra mandou publicar no Estadão: Pó pará, Governador!

Exclusivo: o que diz o processo do caso do helicóptero dos Perrellas, tratado na Justiça de “Helicoca”

Postado em 12 abr 2014

por : Joaquim de Carvalho

O repórter Joaquim de Carvalho está mergulhado na história da apreensão de 445 quilos de pasta de cocaína num helicóptero que pertence à família Perrella, um dos escândalos mais rumorosos do ano passado, que está longe de ser explicado. É o segundo projeto de crowdfunding do DCM, totalmente financiado pelos leitores.

Esta é só a primeira reportagem de uma série especial. Outras virão, bem como um documentário. A matéria é fruto da apuração de Joaquim em Vitória e Afonso Cláudio, no Espírito Santo. Ele está agora a caminho de Minas Gerais.

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O senador José Perrella de Oliveira Costa, o juiz federal Marcus Vinícius Figueiredo de Oliveira Costa e o procurador da República Júlio de Castilhos Oliveira Costa têm em comum não apenas o sobrenome.

O juiz e o procurador atuam no processo número 0012299-92.2013.4.02.5001, sobre tráfico internacional de drogas, em que o Oliveira Costa senador, mais conhecido como Zezé, é o sujeito oculto.

Eu fui a Vitória e a Afonso Cláudio, no Espírito Santo, conversei com pessoas envolvidas na investigação, advogados e testemunhas. Também tive acesso ao processo e a um procedimento sigiloso do Ministério Público Federal.

Era necessário contar a história da segunda maior apreensão de drogas no estado, onde o caso é tratado como um dos maiores escândalos da história.

No processo, não há prova de que Perrella esteja envolvido na operação criminosa que pretendia colocar nas ruas da Europa 445 quilos de cocaína produzida em Medellín, na Colômbia.

Mas, embora seja mencionado não mais do que uma dezena de vezes nas 1162 páginas da ação penal, o nome dele paira como um fantasma sobre todo o processo.

Tanto é assim que, entre os servidores da Justiça Federal, a ação foi apelidada de “Helicoca”, referência ao helicóptero Robinson, modelo 66, registrado em nome de uma empresa da família Perrella e que foi usado pela quadrilha no transporte da cocaína.

Uma das poucas vezes em que José Perrella aparece é na transcrição de uma troca de mensagens entre o piloto da família Perrella, Rogério Almeida Antunes, e o primo dele, chamado Éder, que mora em Minas Gerais.

“Man, eu quase derrubei a máquina do Zezé”, escreveu ele em seu Iphone, usando o aplicativo Whatsapp.

Rogério conta que estava transportando cocaína, num peso superior à capacidade do helicóptero. “Eu nunca passei um apuro daquele”, digita. “Nossa!”, responde o primo.

“Eu tava vendo a máquina cair. Suei de um jeito que eu nunca vi na vida, molhei a camiseta”, comenta Rogério. “Imagino”, responde Éder. “Tava com peso demais e o vento tava de cauda”, continua Rogério. “Mas deu tudo certo”, finaliza. “Que bom”, diz o primo.

Rogério, o piloto: “Man, eu quase derrubei a máquina do Zezé”

Rogério, o piloto: “Man, eu quase derrubei a máquina do Zezé”

Nos três dias que durou a operação de busca e entrega da cocaína, Éder virou um interlocutor frequente de Rogério. Com base nos registros no GPS, é possível saber que o voo com o helicóptero de Perrella começou na sexta-feira, dia 22 de novembro, por volta das 14 horas.

De Belo Horizonte, o helicóptero voou para o Campo de Marte, em São Paulo, onde pousou aproximadamente às 17 horas. No aeroporto paulistano, embarcou Alexandre José de Oliveira Júnior, proprietário de uma escola de formação de pilotos no Campo de Marte e, segundo a investigação da Polícia Federal, responsável por atrair Rogério para a quadrilha.

Retomada a viagem, o helicóptero voou até Avaré. Rogério e Alexandre deixaram o helicóptero no aeroporto e foram para um hotel no centro da cidade, onde dormiram.

Na manhã seguinte, voaram até Porecatu, no interior do Paraná, onde o helicóptero foi abastecido, e daí seguiram até Pedro Juan Caballero, no Paraguai, em uma fazenda bem próxima da divisa com o Brasil.

O pouso em Pedro Juan Caballero ocorreu por volta das 9 horas, onde dois homens, um deles brasileiro, ajudaram a colocar os 445 quilos de cocaína no bagageiro e nos bancos do helicóptero.

No retorno ao Brasil, nova escala em Porecatu e depois pouso em uma fazenda em Santa Cruz do Rio Pardo, seguido de uma parada em Avaré e depois no município de Janiru, próximo de São Paulo.

Tantas paradas são justificadas pela necessidade de reabastecimento e também para esconder temporariamente a droga. Os dois evitavam parar em aeroportos regulares com cocaína a bordo.

De Jarinu, onde a droga ficou guardada, voaram até o Campo de Marte, estacionaram no hangar da escola de Alexandre e foram para um apartamento, onde pernoitaram. No dia seguinte, domingo, demoraram para decolar do Campo de Marte, em razão da chuva.

Na retomada da viagem, o destino é uma propriedade rural no município de Afonso Cláudio, no Espírito Santo.

No trajeto, fizeram duas paradas, no interior de Minas Gerais: uma em Sabarazinho e outra em Divinópolis, bem perto da sede das empresas da família Perrella, em Pará de Minas. Pela investigação, não fica claro onde pegaram de volta a droga deixada em Jarinu.

O voo estava atrasado quando chegou a Afonso Cláudio. Era quase noite. No local, aguardavam o empresário carioca Robson Ferreira Dias e o jardineiro Everaldo Lopes Souza.

No momento em que descarregavam a cocaína, policiais federais e policiais militares do Espírito Santo, que estavam de campana, se aproximaram e deram voz de prisão, sem que nenhum dos quatro esboçasse qualquer reação.

Chamou a atenção dos policiais o fato de que nenhum dos traficantes estivesse armado. Afinal, estavam em poder de algo de muito valor. A pasta base da cocaína apreendida tinha um grau de pureza elevado: 95%. Na Europa, onde a droga seria distribuída, a cocaína considerada de boa qualidade tem 25% de pureza.

Portanto, os 445 quilos trazidos de Pedro Juan Caballero, a preço estimado de R$ 6 milhões, seriam transformados em quase duas toneladas de cocaína própria para o consumo. A preço de varejo na Europa, renderiam pelo menos R$ 50 milhões.

“É muito dinheiro envolvido para uma operação tão desprotegida. Por que não havia escolta em terra? Será que ninguém da quadrilha se preocupou com traficantes rivais?”, questiona um policial civil de São Paulo, com experiência em investigação de narcóticos.

O juiz federal Marcus Vinícius Figueiredo de Oliveira Costa também tem os seus questionamentos. “Por que a quadrilha usou o helicóptero do senador se o Alexandre, dono de uma escola de pilotos, tem cinco helicópteros e poderia fazer uso de qualquer um deles?”

O processo

O processo

Outra dúvida: Gustavo Perrella, deputado estadual e filho do senador Zezé Perrella, autorizou o voo até domingo à tarde, mas quando houve a prisão já era quase noite, e não há registro telefônico de que o piloto, empregado dele, tenha sido procurado.

Como o piloto faria desaparecer do helicóptero o forte cheiro da pasta base de cocaína, que ficou impregnado, é outro mistério. O que Rogério diria ao patrão, caso ele não soubesse do transporte de cocaína, a respeito do odor?

Estas são perguntas à espera de respostas. Há muitas outras, como admite o próprio juiz. Mas talvez algumas nunca apareçam. É que, na segunda-feira passada, 7 de abril, os únicos presos nesta operação foram colocados em liberdade, sem que fossem ouvidos.

A libertação foi uma reviravolta que surpreendeu até o mais otimista dos advogados. Todos eles já esperavam por uma condenação severa – no mínimo, oito anos, em regime fechado, já que tráfico internacional é considerado crime hediondo.

Os advogados e os réus estavam tensos quando o juiz adentrou a sala, com uma hora e dez minutos de atraso. Ele se desculpou pela demora. “Estava trabalhando na minha decisão. Vou mandar bater o alvará de soltura”, disse.

O mais experiente entre os advogados de defesa, Marco Antônio Gomes, admite: “Tive que fazer um esforço muito grande para não dar um grito e comemorar. O alvará de soltura é o ápice da advocacia criminal. Se você perguntar a um bom advogado criminalista se ele prefere ficar com a modelo mais bonita do mundo ou obter um alvará de soltura, com certeza ele escolherá o alvará de soltura.”

No caso do Espírito Santo, os advogados nem tiveram muito trabalho para chegar ao ápice. O principal motivo para a libertação dos presos foi uma denúncia do Ministério Público Federal, que tramitava em sigilo. O Ministério Público está, a rigor, no lado oposto da defesa.

Mas, neste caso, facilitou o trabalho dos advogados. Ou será que foi a Polícia Federal que meteu os pés pelas mãos? O fato é que o procurador da República Fernando Amorim Lavieri acusou a Polícia Federal de efetuar a prisão dos traficantes mediante uma prova ilícita.

Segundo ele, foi uma interceptação telefônica ilegal realizada em São Paulo que levou à descoberta de que a droga seria descarregada em Afonso Cláudio. Na denúncia do procurador, não é citado o telefone grampeado. A acusação, vaga e genérica, serviu, no entanto, como justificativa para o juiz colocar os traficantes em liberdade.

Diante da versão do procurador, cai por terra a história de que os bravos homens do serviço reservado da PM do Espírito Santo teriam feito a investigação que levou à descoberta da quadrilha.

É essa a explicação oficial: a PM paulista descobre que uma fazenda foi comprada a preço superfaturado e estaria sendo usada por pessoas suspeitas, e avisa a PF, que monta a operação no meio do mato, à espera da chegada da droga.

Ao decidir libertar os presos, o juiz Marcus Vinícius argumentou que já tinha se esgotado o prazo legal para a prisão sem julgamento. Na verdade, ainda faltavam alguns dias, mas esse prazo, a rigor, é elástico. Vale a interpretação do juiz.

“Eu entendo que a regra é a liberdade, prisão é exceção”, explicou Marcus Vinícius. “Não sou nenhum Torquemada. Julgo com base na lei”.

Ele remarcou o julgamento para outubro e admite que os acusados poderão fugir.

Para conceder o alvará de soltura, o magistrado não exigiu a apresentação de passaportes – “medida inócua” – nem fixou o pagamento de fiança, que poderia inibir a fuga. Mas talvez os acusados nem precisem fugir.

O juiz afirma que, na hipótese do Ministério Público sustentar a acusação de grampo ilegal, vai considerar nulo todo o processo.

O resultado prático é que os quatro acusados voltarão a ter ficha limpa e o helicóptero será devolvido para os Perrellas.

O delegado da Polícia Federal Leonardo Damasceno, que desde os primeiros dias depois da prisão em Cláudio Afonso inocenta publicamente os Perrellas, diz que a instituição não fez nada de errado.

Em nota, a Polícia Federal do Espírito Santo se manifestou assim a respeito do desfecho do processo:

“Independente da soltura dos presos, a retirada de circulação de quase meia tonelada atinge a todos os planos e programas de segurança e saúde públicas, deixando essa superintendência orgulhosa de sua atuação em conjunto com a Polícia Militar do Espírito Santo.”

José Perrella de Oliveira Costa não é parente do juiz Marcus Vinícius de Oliveira Costa nem do coordenador do Núcleo Criminal da Procuradoria da República no Espírito Santo, Júlio de Castilhos Oliveira Costa, mas em Vitória ou em Afonso Cláudio, onde o caso do helicóptero é tratado com indignação, as pessoas comuns dizem que a Justiça foi como uma “mãe” para os acusados e também para os suspeitos. O senador Perrella não foi sequer ouvido, nem para dizer que não tem nada a ver com o crime.

Como atesta a Polícia Federal, ele não é suspeito.

Os Perrellas: eles não são suspeitos, segundo a PF

Os Perrellas: eles não são suspeitos, segundo a PF

Diário do Centro do Mundo » Exclusivo: o que diz o processo do caso do helicóptero dos Perrellas, tratado na Justiça de “Helicoca”

23/03/2014

Paraísos fiscais são refúgio de corruptos e corruptores

Todo mundo sabe que a Suíça lava mais banco. A Europa é pródiga em paraísos fiscais. Há ilhas para a acolhida de dinheiro desviado, roubado de países e empresas.

Não há no Brasil notícia sobre os paraísos fiscais porque nossa grande imprensa é a principal cliente dos paraísos fiscais como Ilhas Cayman. Todos os grupos mafiomidiáticos têm “subsidiárias”, eufemismo usado para lavanderia, em algum paraíso fiscal. Alguém com mais conhecimento técnico poderia me explicar porque a RBS precisa de uma empresa nas Ilhas Cayman?

É por isso que empresas quebram, mas seus proprietários, não. O deles está sempre guardado em algum banco suíço, via empresa em paraíso fiscal. São os mesmos que têm casa em Punta del Este, porque a Suíça ao sul também é ponte do rito de lavagem do dinheiro. O CPMF ajudada mapear o caminho do desvio, de onde saía e para ia. Acabaram, porque traficante odeia deixar rastro.

Carlos Jiménez Villarejo | Candidato a las primarias de Podemos

“Los paraísos fiscales me enfurecieron”

El exfiscal Anticorrupción se presenta a las primarias por el joven partido de izquierdas Podemos

Carmen Pérez-Lanzac Madrid 23 MAR 2014 – 00:00 CET13

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El exfiscal jefe Anticorrupción Carlos Jiménez Villarejo este jueves en Barcelona. / Gianluca Battista

Pregunta. Nació usted en una época muy distinta a la actual.

Respuesta. Crecí en El Palo, que entonces era una barriada de Málaga. Era una sociedad empobrecida sin servicios ni ayudas; había gente que vivía aun en cuevas. El descubrimiento de la pobreza me lleva a preguntarme: ¿qué alternativas hay para superar esto?

P. ¿Dónde estudió Derecho?

R. Mis padres no pudieron costear mis estudios en otra ciudad. Fui alumno libre y cada junio iba a Granada a examinarme.

P. ¿En qué momento descubre el compromiso social?

R. Mientras estudiaba conocí a un famoso teólogo que hoy no recuerda nadie, José María González Ruiz. En Málaga cumplía una labor fundamental con los jóvenes que tenían dificultades para abrirse camino. Él me descubrió lo que significaba ser creyente, que entonces lo era.

P. ¿Ya no lo es?

R. No. Durante un tiempo mi mujer y yo participamos en grupos cristianos progresistas. Hasta que llegó un punto en que perdí la fe, no pudimos seguir creyendo…

Perfil

Carlos Jiménez Villarejo nació en Málaga hace 78 años. De familia humilde fue militante comunista. Siendo fiscal se querelló contra Jordi Pujol por el escándalo de Banca Catalana, finalmente sobreseído. Durante sus años como Fiscal Anticorrupción se midió con los bajos fondos del poder. Ahora se presenta a las primarias al Europarlamento de Podemos, un partido de izquierdas que defiende una democracia representativa.

P. ¿Ya no cree en Dios?

R. No lo sé, yo creo que no. Soy agnóstico, mantengo un distanciamiento total con la fe y con la Iglesia Católica.

P. Militó en un partido comunista.

R. En el Partido Socialista Unificado de Cataluña, pero no nos identificamos con el comunismo soviético. Creí en un eurocomunismo con derechos y libertades.

P. Sufrió un castigo en los últimos años del franquismo.

R. Me marcó descubrir la tortura impune, que empecé a ver de cerca en los juzgados. La gota que colma el vaso es cuando pido el procesamiento del jefe de la policía política en Manresa (Barcelona). Me trasladan forzosamente a Huesca.

P. Cuando salta el escándalo Gürtel o los papeles de Bárcenas, ¿siente añoranza de sus años como fiscal anticorrupción?

R. No, aunque me produce una gran satisfacción ver que ahora hay más capacidad y mejor respuesta en la lucha contra la corrupción. En la Audiencia Provincial de Palma de Mallorca, por ejemplo, trabajan estupendamente.

P. Procesó a Mario Conde…

R. A Luis Roldán, a Jesús Gil… Y descubro la delincuencia financiera, que coloca capitales obtenidos ilícitamente fuera del alcance de las autoridades. Los paraísos fiscales me enfurecieron.

P. ¿Recuerda algún caso en particular?

R. En 2000 cuando descrubrí que el Banco Bilbao Vizcaya tenía en la isla de Jersey una filial con centenares de cuentas cuyo titular no estaba acreditado. No logramos que nos dieran sus nombres.

P. ¿Ve más intención ahora que entonces en acabar con los paraísos fiscales?

R. No. Soy muy escéptico.

P. Usted fue uno de los primeros fiscales que obligó a declarar a un político, Jordi Pujol.

R. Sí, y nunca me perdonó. Al final, cuando estaba a punto de irme como fiscal jefe, me saludó. Pero con la boca pequeña.

P. Con 78 años se presenta a las primarias de candidatos al Parlamento Europeo de un joven partido de izquierdas, Podemos.

R. Es una forma de mantener mi compromiso político. Podemos representa una nueva forma de hacer política. Es una iniciativa ciudadana que reclama una democracia representativa de la que nadie se acuerda nunca.

P. ¿Y cuál sería su objetivo si lograra escaño?

R. Recuperar el espíritu fundacional de la Unión Europea que ha caído en manos del poder oligárquico que ha originado las desigualdades más graves.

P. ¿No hubiese sido más interesante presentar un único candidato por todos los partidos de izquierdas?

R. Mucho más provechoso y el resultado hubiese sido más contundente. Ha habido diálogo con Izquierda Unida pero se ha frustrado. Las estructuras de los partidos son muy burocráticas, en IU también.

P. ¿De dónde se siente usted?

R. Catalán y español. La solución al problema catalán es un modelo de estado federal con Cataluña integrada. Y, si puede ser, una España republicana, pero eso ya es más complicado. Me opondría a una segregación, me parecería insolidario y una traición a los pueblos de España.

P. Su hermano José, que fue magistrado del Supremo, decía antes de fallecer que la muerte no le producía terror. ¿A usted?

R. A mí sí, me inquieta el vacío, la nada que se va a hacer tras la muerte.

“Los paraísos fiscales me enfurecieron” | Política | EL PAÍS

01/12/2013

Farinhada à mineira

Filed under: Aécio Neves,Grupos Mafiomidiáticos,Zezé Perrela — Gilmar Crestani @ 10:53 am
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Rede Globo entrega o helicóptero para proteger fornecedor e consumidor!

Poema mineiro

NO MEIO DA COCAÍNA
No meio da cocaína tinha um político
tinha um político no meio da cocaína
tinha um político
no meio do cocaína tinha um político.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas narinas tão farinhadas.
Nunca me esquecerei que no meio do cocaína
tinha um político
tinha um político no meio da cocaína
no meio da cocaína tinha uma político.

Charge Aroeira Tucano Cheirador

E a fonte de inspiração…

SQN

15/04/2013

Se os EUA transferissem Hollywood para Guantánamo, terminaria o narcotráfico

Filed under: Isto é EUA!,México — Gilmar Crestani @ 8:21 am
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É a tal de lei de mercado. Há consumidores e dinheiro nos EUA, então o México fornece. Terminem com os consumidores que os traficantes não terão a quem vender. Simples assim!

Estados Unidos trata de ‘desnarcotizar’ sus relaciones con México

Cristina F. Pereda Washington 13 ABR 2013 – 05:27 CET3

Estados Unidos intenta descontaminar las relaciones con México, abandonando el énfasis en la seguridad y apostando por continuar la historia de colaboración económica y comercial que une a los dos países, según representantes de ambos gobiernos reunidos esta semana en Washington. El presidente estadounidense, Barack Obama, visitará la capital mexicana el próximo mes de mayo en una muestra del interés de EE UU en uno de sus mayores socios en la región.

“Este es el momento de México”, aseguró José Fernández, subsecretario del Departamento de Estado de Asuntos Económicos. “Y Estados Unidos quiere formar parte de él”. Fernández destacó este miércoles la importancia de la relación económica entre ambos países en una comparecencia en Washington, tras dos días de negociaciones con diferentes autoridades del Gobierno de Enrique Peña Nieto, así como el embajador de México en Washington, Eduardo Medina-Mora.

La ronda de conversaciones en la capital estadounidense también se produce tres semanas antes de la visita de Obama a México. Según Fernández, este viaje tendrá como objetivo reforzar la relación económica y comercial que une a los dos países, así como explorar las posibles vías de cooperación de cara al futuro en áreas como el comercio, la cooperación entre compañías privadas a uno y otro lado de la frontera, la seguridad, la inversión en tecnología e investigación o el impulso de pequeñas y medianas empresas en la región.

Debemos considerar todos los asuntos que afectan al flujo fronterizo tanto de personas como de bienes y comercio. Debemos ser socios tanto en la frontera como en Washington y en el DF”

“Queremos convertir la frontera en una región de oportunidad y crecimiento”, declaró Sergio Alcocer, subsecretario mexicano de Asuntos Exteriores para América del Norte. Alcocer destacó que el nivel de cooperación actual ha llevado a EE UU y México a intercambiar un millón de dólares cada minuto. “Ya no estamos hablando de una relación simbólica”, afirmó. “Las empresas estadounidenses invierten 90.000 millones de dólares al año en México”.

“Nuestra relación se encuentra en un gran estado, pero todavía podemos mejorar”, reconoció el subsecretario estadounidense. Las conversaciones celebradas estos días en Washington responden, según Fernández, al deseo de Peña Nieto de “elevar el nivel de diálogo” entre los dos países y cimentar una relación económica que ya mueve medio billón de dólares cada año.

Ambos países trabajan para consolidar su relación comercial, en la búsqueda de vías que “refuercen” el nivel de cooperación actual basándose en “una frontera del siglo XXI”. Los representantes de México y EE UU reconocieron que la seguridad en la frontera sigue siendo una preocupación tanto a nivel político como económico, por sus implicaciones para las actividades comerciales y para los ciudadanos de la región. “Trabajaremos juntos para solucionar este asunto”, afirmó Fernández. “Ayudará a incrementar la competitividad de ambos y la prosperidad de nuestros ciudadanos”.

La relación entre los dos socios también está muy pendiente de la reforma del sistema de inmigración que acometerá el Congreso estadounidense en los próximos meses y que tiene en la frontera uno de sus grandes ejes. Alcocer aseguró que se trata de un “asunto interno” de EE UU y que México “respeta” ese proceso. “Nuestra colaboración depende de que abordemos esto de una manera mucho más amplia”, aseguró. “Debemos considerar todos los asuntos que afectan al flujo fronterizo tanto de personas como de bienes y comercio. Debemos ser socios tanto en la frontera como en Washington y en el DF”.

Este es el momento de México y EE UU quiere formar parte de él”

Ambos representantes enfatizaron la necesidad de enmarcar las conversaciones en torno a la colaboración entre los dos países más allá de la seguridad o de la inmigración. “Debemos recordar que un millón de personas cruzan legalmente la frontera a diario”, aseguró Alcocer. “Tener una barrera no ayuda a la economía, pero tampoco que hablemos de lo que no podemos hacer y nunca de lo que sí podemos hacer”.

“Es importante que establezcamos en la región una serie estándares coherentes que ayuden a desarrollar pequeños y medianos comercios”, añadió Alcocer. Según el subsecretario, trasladaron a las autoridades estadounidenses su interés en la innovación empresarial y en la inversión en soluciones científicas y tecnológicas que contribuyan a solucionar los problemas a los que se enfrentan en la actualidad, como los que afectan a la frontera.

El impulso de la relación entre México y EE UU serviría además a los dos países para reforzar sus relaciones con otras naciones del continente, contribuyendo a la “expansión la cooperación con Centroamérica” y dando su apoyo al crecimiento y desarrollo en los países de la región. “No hablamos sólo de relaciones comerciales”, aseguró Alcocer. “También de mejorar la calidad de vida de las personas”.

El subsecretario estadounidense añadió que la relación con México “va más allá de las importaciones y exportaciones” y que EE UU puede presumir de “una gran ventaja” cuando trata con este socio por la historia que les une y por la presencia de más de 50 millones de hispanos en el país. “Es una relación sustancial, profunda y basada en el crecimiento. Pero lamentamos que la mayor parte se pierda en las noticias”.

Estados Unidos trata de ‘desnarcotizar’ sus relaciones con México | Internacional | EL PAÍS

06/04/2011

Efeitos da ALCA no México

Filed under: Tio Sam — Gilmar Crestani @ 7:52 am
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La palabra contra la violencia en México

El país americano sale a la calle hoy en protesta por la violencia.- Mientras, el blog Nuestra Aparente Rendición, dirigido por la escritora Lolita Bosch, trata de dar voz y pensamiento a la indignación

ÁNGELES CASTELLANO – Madrid – 06/04/2011

"Hoy, después de tantos crímenes soportados, cuando el cuerpo destrozado de mi hijo y de sus amigos ha hecho movilizarse de nuevo a la ciudadanía y los medios, debemos hablar con nuestros cuerpos, con nuestro caminar, con nuestro grito de indignación (…) Hay que devolverle la dignidad a esta nación". Son palabras referidas a México, y las escribe, en la revista Proceso, Javier Sicilia, poeta mexicano y padre de Juan Francisco, de 24 años, asesinado y torturado junto a un grupo de seis amigos, uno de los últimos casos de violencia extrema que ha conmocionado al país. El caso de Sicilia ha provocado tal estupor que hoy, de manera simultánea, hay convocadas manifestaciones de repulsa en 20 ciudades del país, pero también en Barcelona, París o Nueva York.

Desde que comenzó el mandato presidencial de Felipe Calderón, alrededor de 40.000 personas, según la Comisión Nacional de Derechos Humanos, han muerto o desaparecido a manos del narcotráfico o el Ejército. Sicilia contestó la muerte de su hijo con un poema que leyó en público. El último. Lo acabó así: "El mundo ya no es digno de la palabra, no puedo escribir más poesía… La poesía ya no existe en mi". Pero no todo el mundo piensa como él. Otros, como la escritora Lolita Bosch (Barcelona, 1970), nacida en Cataluña pero vinculada al país desde hace años, cree que más que nunca los mexicanos tienen que levantar la voz. Y ella lo ha hecho a través de un blog, Nuestra Aparente Rendición, "un espacio en el que convocar todas las voces de México sin vinculación política y sin instituciones detrás", según nos cuenta ella en una entrevista telefónica desde Barcelona. "La cosa nació para tener una plataforma que genere diálogo y que nos ayude a pensar entre todos qué está pasando en el país. México se ha ido a la mierda, la gente está aterrorizada. Nos ganó el miedo, así que sólo nos queda la palabra".

El blog nació de una carta que ella envió a sus amigos escritores e intelectuales latinoamericanos y españoles, una llamada de auxilio, un "tenemos que hacer algo", después del asesinato, en Tamaulipas, de 72 inmigrantes centroamericanos en agosto de 2010. Su hacer algo, en lugar de ser escribir, fue editar los textos de otras personas. "Primero escribían amigos, pero empezó a llegar otra gente: víctimas, familiares de víctimas, sicarios, militares, cantantes de narcocorridos, adolescentes…", explica ella. "Sólo borramos lo que es ofensivo y genera aversión", explica. "Cualquier persona que esté trabajando por la paz en México tiene cabida; el blog no tiene posición ideológica". La cosa fue creciendo, y en cuatro meses, el blog recibió 100.000 visitas, fundamentalmente desde México, pero también desde otros lugares del mundo donde se interesan por estudiar la violencia y lo que está ocurriendo en este país. "No queremos sólo anécdota, queremos textos que nos ayuden a pensar qué está pasando. Qué es el miedo, por ejemplo". El miedo, explica, ha logrado paralizar a la sociedad mexicana, ha cambiado sus costumbres y es necesario recuperar el pensamiento, la palabra. "La idea fue: vamos a pensar en esto juntos".

Contar muertos y tomar las calles

"Empezamos a hacer un conteo de muertos", explica, porque muchos llegaban al blog preguntando por los desaparecidos por la violencia. La iniciativa se convirtió en algo habitual. Cada semana, un voluntario diferente pone nombres y apellidos a las cifras de asesinados. "Queremos que quede la memoria de todos los caídos, así que buscamos marcas que los puedan identificar, rastreamos la prensa local…"

Nuestra Aparente Rendición también se hace eco de iniciativas como la de esta tarde, la que sacará a más de medio país a las calles a revindicarse. "Hay un grupo de chicos, en Chihuahua, que han decidido recorrer todas las noches en bicicleta su ciudad. Lo hacen con mucho miedo, pero necesitan sentir que la ciudad sigue siendo de todos", explica. "Así que nosotros difundimos la convocatoria y luego les pedimos que nos envíen fotos y reportes". O cómo los padres de adolescentes, en el DF, se organizan por las noches para esperar a sus hijos a las salidas de las discotecas y fiestas, para que todos puedan volver sanos y salvos a casa.

"Esto no es exagerado", interrumpe. "El miedo no es exagerado, no es exagerado estar estupefactos, es todo verdad. México está atravesando un periodo terrorífico y la respuesta que necesita es urgente, no exagerada. Es muy feo que la prensa internacional, incluida EL PAÍS, con todo respeto, esté dando la imagen de que en México hay una guerra contra el narco. No hay buenos contra malos, hay mucho más que eso".

El blog ha crecido tanto que llegó a oídos de la secretaria de Estado del país vecino, Hillary Clinton que, inmersa en una ronda de reuniones con organizaciones civiles para tratar la violencia, pidió un encuentro en febrero con los organizadores de Nuestra Aparente Rendición. Pero la oferta fue rechazada a través de una carta que fue hecha pública en el blog en la que Bosch explica que la intención del blog es mantenerse desvinculado de las instituciones. "Nuestra tarea es que los mexicanos sean capaces de hablar de lo que les pasa", explica Bosch.

La respuesta ciudadana a esta iniciativa ha sido tan desbordante, que Nuestra Aparente Rendición está en proceso de transformarse en portal web, con un equipo de 12 voluntarios permanentes, con blogs o secciones fijas de periodistas y expertos como Lydia Cacho, que lleva años investigando sobre el abuso a menores y tráfico de personas, y que por esto vive amenazada de muerte.

La iniciativa crece, las voces se unen desde diferentes lugares del país, pero la violencia no cesa. Cada semana se cuentan entre 250 y 300 víctimas mortales de la violencia. Y las previsiones, según Bosch, van a peor: "Estamos en El año de Hidalgo", dice refiriéndose a que este año termina el mandato presidencial, "y todo el mundo se quiere llevar algo. Los años de fin de Sexenio son los más violentos. Matarán a muchos y callarán a millones. Pero nos queda la indignación moral, que es lo único que tenemos, y se tiene que escuchar".

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