Ficha Corrida

12/07/2015

Lúcio Yanel, até que enfim!

Filed under: Gaúcho,Lúcio Yanel,Porque hoje é domingo! — Gilmar Crestani @ 12:26 am
Tags: ,

2012-09-13_1347578077Esta foto é do meu Instagram. Fiz por ocasião do Acampamento Farroupilha, no Galpão da Associação dos Servidores do Poder Judiciário Federal, em 13/09/2012, no Parque da Harmonia.

Não sou muito dado a eventos do tipo gauchescos. Mas vou em função dos amigos, como o foi nessa oportunidade. Lembro como se fosse hoje, até porque fui muito em conta da atração musical. Infelizmente, tinha poucos convidados e, felizmente, os poucos pudemos apreciar mais e melhor este grande artista.

Infelizmente, por estas bandas pouco se conhece, apesar das muitas participações em CDs de músicos destes pagos. Precisou, enfim, ser ouvido no centro do país para merecer este reconhecimento. Tenho e curto alguns dos seus CDs, inclusive os que ele lançou em companhia do Mauro Moraes.

Depois que o lado comercial descambou para o tchê music, uma espécie de axé com gaita, larguei de mão. Além disso, a RBS se apropriou do gauchismo como movimento de tradição para adestar ainda mais a manada gaúcha. Não é por acaso que ela, a RBS, tenha dois senadores (Ana Amélia Lemos e Lasier Martins), e os gaúchos apenas um (Paulo Paim).

O gênio desconhecido do sul: Lúcio Yanel

sab, 11/07/2015 – 14:19

Atualizado em 11/07/2015 – 20:30

Luis Nassif

Yamandu já tinha comentado de passagem sobre Lúcio Yanel quando indaguei a razão do seu sotaque argentino. Mas, agora, em Poços de Caldas, o Gabriel Savage me traz mais dados.

No sarau de ontem à noite, Gabriel interpretou várias peças de Yanel. Uma delas, “Pantanal” nada fica a dever aos Estudos de Villa-Lobos. A variedade de sons, de modos de tocar que Yanel criou e Gabriel arrancou do violão – especialmente o modo pampaneiro de tocar -, repito: nada fica a dever aos Estudos de Villa-Lobos, que mudaram a forma de tocar do violão no século 20. Dê-se o devido desconto histórico, é claro, e a dimensão de um (o mundo) e do outro (o sul).

Digo mais: dentro de alguns anos a contribuição de Yanel ao violão será reconhecida como das maiores, um gênio comparável a Garoto e aos grandes formadores do violão brasileiro, por um conjunto de razões: ele como intérprete, como compositor mas, principalmente, como formador da mais nova escola e brilhante escola intrumental do país: a gaúcha, ou pampaneira, para usar o termo que eles gostam.

Semanas atrás coloquei, aqui, vídeo do Yamandu em duo com Arthur Bonilha, ambos valendo-se do mesmo estilo ensinado por Yanel. O que se assistia eram dois violonistas tocando de igual para igual. Dois violonistas sempre podem tocar de igual para igual, mas quando um deles é Yamandu e, de repente, você se depara com dois Yamandu, é milagre. Aí você ouve Gabriel Selvage, e três milagres na mesma região exigem um santo protetor.
Infelizmente Bonilha faleceu em maio, em acidente automobilístico, aos 34 anos de idade.

E aí entramos na história de Yanel e do novo fenômeno da música instrumental brasileira, os gaúchos e seu som pampaneiro.
Gabriel nasceu no campo. Desde criança, criava cavalos. Mantem o hábito da bombacha, que não tirou nem quando excursionou pela Europa. Aos 12 anos ganhou um revólver, que mantinha na cabeceira da cama, para se prevenir contra a violência da região onde morava. Ele narrando os acertos de contas por lá ajuda a entender a razão da violência ancestral brasileira, aliás. O interior gaúcho ainda guarda a herança de violência dos Farrapos

Aos 14 anos vou trabalhar fora de casa, cuidando de cavalos.

Passou a aprender violão e decidiu ter aulas com Yanel. Da sua casa até a cidade onde Yanel morava, na grande Porto Alegre, eram 400 km. Ele viajava de ônibus o dia todo, tinha as aulas e, quando perdia o ônibus de volta, dormia na casa do mestre

As aulas consistiam em vê-lo tocando e pedir-lhe que ensinasse na prática seu modo de tocar. Yanel não lê partituras, não tem a menor ideia sobre as notas. É um gênio intuitivo em estado puro.
Sua vinda ao Brasil é uma epopeia.

Nos anos 70 foi excursionar pela Rússia, uma série de concertos de músicos latino-americanos, dentre os quais muitos brasileiros. Encantou-se com a música do país e, na volta, decidiu parar no Recife

Acabou voltando para a Argentina, mas os sons do Brasil já o haviam capturado. Decidiu radicar-se em São Paulo. Aproveitando sua vinda para o Brasil, um amigo pediu-lhe que passasse por Porto Alegre para entregar umas partituras para um amigo que morava lá

O amigo, em questão, tinha um filho de dois anos, de nome Yamandu, e pronúncia Diamandu.

Yanel entregou, estava tarde e acabou dormindo na casa. De manhã, a mãe de Yamandu acordou e se surpreendeu com o violão que jorrava da sala. Imediatamente acordou o marido para informar que o visitante era um gênio do violão.

Nunca mais o deixaram sair. Yanel se fixou por lá, em uma cidade próxima a Porto Alegre e passou a inundar o fechado mundo gaúcho com sua arte.

Ajudou a formar uma das mais brilhantes gerações de violonistas do país – a julgar pelos três que conheci, Yamandu, Bonilha e Gabriel.

Há alguns anos mudou-se para Caxias. Mora de aluguel, vive de aulas e tocando em botecos.

Já entrei em contato com ele para montarmos uma noite paulista-gaúcha em São Paulo, para apresentar essa brilhante geração aos paulistas. O prefeito Fortunati, de Porto Alegre, topou. Nos próximos dias tentarei que o Danilo, do Sesc, ajude a montar o lado paulista.

Aí se verá ao vivo alguém que, ainda em vida, já é uma lenda.

Vídeos

Veja o vídeo

Veja o vídeo

Veja o vídeo

16/10/2013

Este, sim, é um León!

Filed under: León Gieco — Gilmar Crestani @ 9:19 am
Tags:

O Brasil anda carente de artistas com a idoneidade moral de um León Gieco!

El primer concierto que compartieron Gieco y Agarrate Catalina fue en el Teatro de Verano montevideano, con Pepe Mujica entre el público.

MUSICA › LEON GIECO Y AGARRATE CATALINA COMPARTIRAN EL LUNA PARK

“Nos fusionamos y es increíble ver cómo crecen las canciones”

La primera vez que vio a la murga uruguaya más popular del momento, el santafesino pensó: “Estos tipos hablan de lo mismo que hablo yo, pero en joda”. Entonces, no podía tardar la juntada, que primero fue en Uruguay y en noviembre continuará en Buenos Aires.

Por Cristian Vitale

“Tengo contacto con la música uruguaya desde antes de llegar a Buenos Aires”, arranca León Gieco, sentado junto a Yamandú Cardozo, director de Agarrate Catalina. Sucede que el cantautor de Cañada Rosquín y la murga más popular del momento conjugaron talentos en el pasado cercano durante una gira por Uruguay y los seguirán conjugando el sábado 16 de noviembre a las 21.30 en el Luna Park (Bouchard y Lavalle). Pero para eso todavía falta. Aquí y ahora, Gieco se desvive en elogios hacia Los Shakers, a quienes dice geniales y arriesga un “eran mejores que Los Beatles”. También habla de Los Iracundos y de Kano y los Bulldogs. De Alfredo Zitarrosa, de Eduardo Mateo y su versión de “Príncipe Azul”, y de Tótem, la banda de Rubén Rada que lo alucinó en el B. A. Rock de 1971. “Habrá sido mi quinta actuación en Buenos Aires y me acuerdo de que la monada estaba calcinada del sol y esperaba a Vox Dei. Todos los grupos que tocaron antes fueron abucheados. A mí, por ejemplo, me tiraron de todo, cosas que por suerte no llegaban al escenario, mientras yo cantaba unos temas medio country. A Tótem le pasó lo mismo. Sonaban mejor que Santana, loco, pero a nadie le importaba… ¡Cómo podían ser tan sordos! Cuando bajó el Negro Rada le dije ‘Soy argentino y tengo vergüenza de lo que pasó, te pido disculpas en nombre de todos’”, evoca. Y las secuencias históricas siguen: que los primeros que le hicieron las voces de “En el país de la libertad” fueron los del grupo uruguayo Psiglo; que su primera salida del país fue hacia el país celeste, junto a Sui Generis; que tiene pilas de discos y cassettes de música uruguaya; que se juntaban con Charly García a fumar porro, tomar vino y escuchar a Opa, la banda de los hermanos Fattoruso y Rada. “Nos parecía lo máximo”, acentúa Gieco.

–¿Y el lazo con la murga cuándo llegó?

León Gieco: –Llegó después. Incluso, Agarrate Catalina fue una de las primeras murgas que vi en mi vida. Había visto sólo a Falta y Resto, que me pareció alucinante, y siempre me preguntaba por qué a los argentinos no les gustaba la música uruguaya como me gustaba a mí. Se copaban con los italianos, después con los españoles, después con los brasileños, y yo decía: “¿Cuándo descubrirán la música uruguaya, que es alucinante?”. Bueno, llegó tarde, pero llegó.

–Vía Jaime Roos, fundamentalmente

L. G.: –Exacto. Fue así. Pero cuando fui a ver a la Agarrate Catalina a La Trastienda fue alucinante… Me cagué de risa. Me pareció desopilante eso de los trajes, las voces, lo folklórico y lo ideológico. Dije: “Estos tipos hablan de lo mismo que hablo yo, pero en joda”. Me acuerdo de que hicieron “Solo le pido a Dios” en una versión deforme.

Yamandú Cardozo: –Sí, es “Solo te pido Dios” (risas), en el cumpleaños de Dios pidiéndole cosas a él.

L. G.: –Y yo pensaba: “¿Querrán que esté ahí, en ese momento?”.

Así fue: el azar sobrevino con toda su lógica libre de lógica hasta originar el acercamiento final, que continuará en noviembre. “Ojalá la gente disfrute lo que disfrutó en Uruguay con la venida de León”, sintetiza Cardozo, el letrista que quedó a cargo de esta cooperativa artística itinerante de 28 personas, tras el alejamiento con destino solista del fundador: su hermano Tabaré. “Igual, él va a estar, porque Tabaré ‘es’ la murga –sigue–. El es de las personas que más han hecho por la murga, pero nosotros lo apoyamos en su retiro porque lo más precioso que tiene un autor son sus canciones, algo que él había corrido a un costado para estar en la murga junto a sus hermanos: el gesto de amor más grande que puede tener”, desarrolla Cardozo, mientras Gieco lo lleva de regreso al principio: “Cuando me invitaron, dije: ‘¿Qué vamos a cantar?’ y Tabaré fue como una bisagra para que yo pueda cantar con la murga, porque las canciones son casi todas suyas. El es el que curte rock con murga y lo que hace es genial. Con esa pasividad que tiene, incluso, me resolvió el problema: me dijo ‘Cantate una como el Canario’ y, bueno, acepté”.

Gieco se refiere a “Lo que el tiempo me enseñó”, una canción del mismo Tabaré que Canario Luna inmortalizó con su notable voz y que será una de las piezas que el cantante y la Catalina ofrecerán juntos durante el concierto que, prevén, orillará las cuatro horas. Que incluirá, además, un set de Gieco solo; otro de Gieco con un trío de guitarras a la Zitarrosa; otro del rosquinense con una banda punk; un bloque de la Catalina a solas destinado a reestrenar el espectáculo El fin del mundo, con sus cuplés de humor irreverente, sus coros estridentes y sus disfraces; más otras doce piezas en conjunto: “La comedia del hombre” y “Alrededor del fuego”, entre ellas. “Esta es la primera canción que le escuché a la murga. Es un tema de Tabaré cantado por el Zurdo Bessio y cuando lo escuché dije: ‘Qué bueno que sería cantarlo’… Claro, tuve que acomodarme a lo que hace el Zurdo, que tiene una voz privilegiada, tanto que parece Gardel. Al final, terminamos cantándola juntos”, refiere León, sobre “Alrededor del fuego”.

El set total incluirá también la presentación de temas de los dos últimos discos de Gieco (Verdaderas canciones de amor y El desembarco), que aún no han sonado en vivo en la ciudad de Buenos Aires, donde León no toca desde hace siete años. “La idea es que ellos hagan su parte, que yo haga la mía y que al final toquemos juntos –sintetiza Gieco–. Además, vamos a pasar videos: por ejemplo el de una versión de ‘Solo le pido a Dios’ que fue nombrada canción por la paz en Medio Oriente y grabada en todos los idiomas de la región: en persa, hebreo, árabe, iraní…”

El concierto tendrá una yapa: todos los que compren la entrada recibirán Por partida simple, el disco de Gieco que faltaba para completar la saga de Por partida doble y Por partida triple. Un disco a tono con la impronta por la inclusión de “La Banda de Caliton”, tema del tándem Gieco-Gurevich, en el que participan Hugo Fattoruso en acordeón, Rubén Rada en voces y Alejandro Balbis (todos uruguayos, claro) en la producción. El disco yapa, además, contiene “Un Minuto”, que Gieco compartió con Pato Fontanet, cantante de Callejeros; “Canción para Carito” y “La Navidad de Luis”, a dúo con Mercedes Sosa; una versión de “El imbécil”, junto al capo de las armónicas Lee Oskar, una visita a “Laura Va”; un bonus track de Luis Alberto Spinetta hablando de cómo y por qué hicieron “8 de octubre” con León; un tema con Arbolito sobre la fábrica Zanon; y un poema musicalizado de Leopoldo Marechal (“Nunca mires atrás”), grabado con el santiagueño Motta Luna. “Y me quedaron un montón de temas afuera”, señala León.

–¿Cómo se ve la juntada desde el lado de la murga, Cardozo?

Y. C.: –Bueno, por una cuestión generacional, nosotros crecimos con la música de León súper cerca. Mucho antes de que tuviéramos ciertos intentos artísticos juntos, él estaba presente en nosotros. Tabaré, por ejemplo, sabía tres temas en la guitarra, y dos serían de León (risas): “La colina de la vida”, seguro, y “El fantasma de Canterville”, que no es de León pero es de León, ja… ¡Lo que habrá chamuyado con esos temas Tabaré! (a Gieco). Vas a tener que cobrarle eso en algún momento, León. Bueno, hasta que una vez nos enteramos de que León nos estaba viendo en un recital de La Trastienda y a partir de ahí, llamamos a nuestro manager para que lo inviten a hacer algo con nosotros.

L. G.: –Y el primer concierto en conjunto fue en el Teatro de Verano, de Montevideo. Fue un éxito total, e incluso hasta vino a vernos Pepe Mujica. Después hicimos una gira por Uruguay, con un formato más íntimo.

Y. C.: –Y controlado, sí. Vino León solo, sin la banda, agarró la guitarra y la armónica y se mandó para el interior del Uruguay.

L. G.: –Ahí nos dimos cuenta de que había una gran profesionalidad mutua, digamos, porque descubrimos cómo hacer el repertorio, y cuál es el orden de las canciones. Yo soy experto en eso, me rompo el bocho con eso, porque es el secreto de la noche. Ellos, cuando fui allá, me dijeron: “Nosotros tocamos primero, después tocás vos y al final nos invitás”. Y yo dije: “Me parece que tiene que ser al revés, que ustedes son los anfitriones”. Además, hay una gran ductilidad que incluso es ideológica. Yo soy de la generación del padre de ellos, que estuvo preso en la época de la dictadura, y eso los marcó muchísimo. Es una reivindicación que hacemos nosotros con la gente que estuvo presa, desaparecida, que luchó contra las dictaduras… Es importante, porque ellos también eligieron a qué cantante escuchar.

–Eso está claro. Ahora, ¿por dónde pasaría la afinidad estética, musical? ¿Cuál es el puente entre la murga y el folk rock a lo Gieco?

L. G.: –Se fusionan perfectamente. Es increíble ver cómo crecen los temas. Una cosa es que yo diga “bajen las armas, que aquí sólo hay pibes comiendo” solo y otra que lo diga toda la murga. Y los coros: una cosa es que Aníbal (Forcada) y Kubero (Díaz) hagan los coros en ciertas partes y otra que aparezcan cinco de la murga. En “Cinco siglos igual”, por ejemplo, que hago siempre a capella, ahora lo hacemos en coro de murga. Cuando digo “Este tema está dedicado a Evo Morales” y pasamos imágenes atrás de Latinoamérica hecha pelota con esos coros, se te pone la piel de gallina.

Y. C.: –Además, hay otra cosa en la que nosotros nos basamos para ver si podía suceder esta unión. No debe haber alguien que haya tocado con gente de palos tan distintos como León, entonces es bueno rescatar a través de él un sonido que a no todos los argentinos les es tan familiar, una cosa cultural muy fuerte que tiene nuestra murga. La murga, por otro lado, se ha ido vinculando con otros géneros musicales a través de Jaime, de Galemire, de La Vela Puerca, No Te Va Gustar, Bersuit, Balbis… En fin, el coro de murga está cada vez más entrenado para sumar en este sentido. O por el lado de Tabaré, también, que es el camino natural que encontramos para que esto fluya con un tipo que hace canciones, que es cantautor, que se chapa la guitarra al pescuezo, se la lleva al hombro y se recorre el mapa cantando, como León. Eso nos hace meternos en un rock, en un folk, en una cumbia, y lo disfrutamos como locos.

L. G.: –Hay otras cosas que se van realizando y uno no las hace adrede. Por ejemplo, yo compuse canciones para el Uruguay como “Uruguay, Uruguay”.

–Uno de los temas menos conocidos pero más profundos e interesantes de Bandidos rurales.

L. G.: –Así es, y que está tocado con los dos Fattoruso, Osvaldo y Hugo, y también estaba en el bajo el hijo de Hugo (Francisco), pero al final no quedó porque quisimos dar vuelta el ritmo de Osvaldo para hacerlo más “petergabrielesco”, digamos, si no salía una cosa muy rara. Yo quería algo más volado y lo puse a Jimmy Johnson, el bajista de James Taylor, algo que el hijo de Hugo no me perdona ni ahí (risas). Cada vez que lo veo le digo: “Ya vamos a tocar juntos algún día”… Hice ese tema porque amo Uruguay. Voy siempre: fui a Salto, a Villa Unión y me mata La Mansa, desde Atlántida hasta Casapueblo. Y paro siempre en Piriápolis, me parece uno de los mejores lugares del mundo para sentir cosas, no sé, en invierno y en verano. Ahí compuse “Río y mar”, “Los Salieris de Charly”, “Mensajes del alma”, un montón de canciones.

–“Las cruces de Belén”, de El desembarco, también es un guiño a los uruguayos…

–Sí, porque va mencionando de una forma rara los diferentes pueblos de Uruguay, y los uruguayos lo entienden al toque. “La banda de Caliton”, con Luis Gurevich, también. Fueron los dos temas que le dimos a Balbis para que los organice. En el caso de “La banda…”, yo quería voces de murgas de minas, y él me puso tres minas que parecen The Roches, el trío de minas que produjo Robert Fripp, y quedó impecable, porque se entendió que tenían que sonar a la uruguaya, como todo lo que nos está pasando en este momento.

Página/12 :: espectaculos

07/10/2013

Eu vou tirar você desse lugar

Filed under: Odair José — Gilmar Crestani @ 8:05 am
Tags:

Será? Uma homenagem de Eduardo Campos à Marina Silva…

Coletânea de CDs de Odair José estimula a reavaliação da sua obra, mal classificada como brega’; um dos nomes mais populares nos anos 1970, ele cantou o preconceito contra prostitutas e domésticas

MARCELO FERLACOLABORAÇÃO PARA A FOLHA,

"Ser chamado de brega é horrível", desabafa Odair José, 65, um dos artistas mais populares do Brasil. "Tenho a esperança de que as pessoas vão entender a qualidade do meu trabalho antes de eu morrer", diz à Folha, de um hotel em Fortaleza, QG dos shows da turnê nordestina.

Mais da metade do repertório atual desse goiano que chegou a ser chamado de "O Terror das Empregadas" é composta por músicas dos álbuns dos anos 1970: "Assim Sou Eu…" (1972), "Odair José" (1973), "Lembranças" (1974) e "Odair" (1975). Tudo isso será relançado neste mês na caixa de CDs remasterizados da série "Tons".

Este é um novo capítulo de reavaliação da obra de Odair, novela de roteiro nada linear. Um episódio de revisão aconteceu em 2006, no CD "Vou Tirar Você Desse Lugar", tributo a Odair gravado por artistas da cena pop.

Outro ocorreu em 2011, no CD "Praça Tiradentes", em que ele mesmo resgatava "o velho Odair", instigado por Zeca Baleiro (e com sua participação). "Odair inaugurou um jeito de fazer música brasileira", afirma Zeca.

"Ele construiu uma obra com temas populares como eram o rock, o country e o blues no começo, e foi corajoso, dando a cara a tapa para que, 20 e tantos anos depois, garotos do Leblon e Ipanema como Cazuza e Lobão pudessem brincar de bandidos", diz o músico.

Hitmaker incontestável, Odair está na formação de vários músicos das novas gerações, como Fred Zero Quatro, do Mundo Livre S/A.: "Cresci no interior ouvindo rádio. Os sons românticos dele estavam entre meus preferidos".

Odair José conta que é inconformado com a percepção errônea sobre seu trabalho.

Em 1972, depois de estourar com "Vou Tirar Você Desse Lugar", lançado pela CBS, ele descobriu o folk rock de Neil Young, Cat Stevens e Ritchie Havens, e se empenhou em sair do gênero no qual foi inserido, a Jovem Guarda.

A sonoridade recorrente da gravadora, a mesma de Roberto Carlos, não lhe agradava. "Todos os discos tinham o som do órgão e das guitarras de Roberto", afirma.

Incentivado por amigos como Raul Seixas, Odair resolveu mudar o som e fazer letras que fossem como reportagens de jornal. A CBS não gostou e ele assinou contrato com a Polydor, "em busca de autonomia".

Lá montou banda com José Roberto Bertrami (piano), Alex Malheiros (baixo) mais Ivan "Mamão" Conti (bateria), que depois formariam o Azymuth; o soulman Hyldon (guitarras) e ainda Luiz Cláudio Ramos (violões), futuro maestro de Chico Buarque.

A safra de discos entre 1972 e 1975 evidencia a qualidade dos músicos e a intenção roqueira de Odair José, que difere de outros ícones românticos tidos como "bregas".

Para John, do grupo Pato Fu, Odair faz "música pop das mais genuínas, misturando influências estrangeiras com uma prosódia brasileira". O músico também destaca "a desconcertante franqueza nas letras".

Os quatro álbuns da série "Tons" venderam bem naquela década. E o autor dos hits radiofônicos como "Uma Vida Só (Pare de Tomar a Pílula)", canção que chegou a ser censurada pelo governo, extrapolou as expectativas: foi incluído na lista de artistas que assinaram contrato de exclusividade com a Globo para combater a saída de Chacrinha da emissora. Roberto Carlos era outro artista dos "top five".

O sucesso teve um revés na segunda metade dos anos 1970, quando saiu o álbum conceitual "O Filho de José e Maria", influenciado pela guitarra do britânico Peter Frampton e a leitura de "O Profeta", de Khalil Gibran.

Odair se desiludiu com a receptividade. "Ninguém entendeu nada, aí acabei descuidando da carreira."

Foi nesse período, diz, que passou a consumir maconha e cocaína. "Caí tanto na boêmia que, se não fosse a Jane [com quem casou nos anos 1980], teria morrido."

Hoje, ele se diz mais "focado" e feliz quando está no palco. Seria bom se fosse inserido num contexto pop rock, ao lado de Lulu Santos ou Kid Abelha. Se nunca mais fosse chamado de "brega", seria perfeito.

QUATRO TONS – ODAIR JOSÉ (CAIXA COM 4 CDS)

QUANDO outubro
GRAVADORA Universal Music
QUANTO R$ 70

    23/06/2011

    Adriana Calcanhoto em Buenos Aires

    Filed under: Cultura — Gilmar Crestani @ 11:39 pm
    Tags: ,

     

    Jueves, 23 de junio de 2011

    MUSICA › ADRIANA CALCANHOTTO ANTICIPA SU PROXIMA VISITA

    “Mi oído acentúa como samba hasta al silencio”

    La cantante tocará en Buenos Aires el 30 de junio y en Rosario el 1º de julio, para presentar su álbum O micróbio do samba. Y aunque esté instalada desde hace rato en Río de Janeiro asegura que ahora se nota más en su música su origen gaúcho.

    Por Karina Micheletto

    “O micróbio do samba”, anuncia Adriana Calcanhotto que trae su nuevo disco. Un microbio con el que dice haber nacido contaminada, marcado para siempre su oído en esa clave rítmica omnipresente, casi a modo de telón de fondo, de banda sonora constante de una vida. Hasta en el silencio. Claro que ese samba al que Calcanhotto le dedica ahora un álbum que puede entenderse como conceptual es un samba en su estilo, lejos de cualquier estridencia fijada por el simbolismo de un país que no para de bailar su alegría sin fin. El samba de Calcanhotto es suave, dulce y despojado, algo lánguido por momentos, cargado de guiños en la invitación al juego de palabra y melodía. Es un samba nuevo por su tratamiento musical, pero también por su poética, cargada de ironía femenina. Es un samba, dirán las notas firmadas del disco, que trae implícito otro microbio de origen: el de su marca gaúcha, que sigue sonando aunque la cantautora haya decidido hace rato instalarse en Río de Janeiro para desarrollar su carrera.

    Calcanhotto es una de las artistas del panorama contemporáneo del Brasil que han logrado una conexión duradera con un público argentino ya instalado, y la gira de presentación de este disco servirá para confirmar esa condición de “local” a pequeña escala. El próximo jueves 30 de junio actuará en el teatro Gran Rex; el 1º de julio en el teatro El Círculo de Rosario, en dos presentaciones que dice imaginar con expectativas, en función de su última experiencia por estas tierras. “La última visita fue increíble, mágica… Sí, no encontraría otra palabra para definirla, fue mágica en relación con personas y lugares, experiencias que gané, incluida una visita muy especial a Montevideo”, dice en diálogo con Página/12, y avanza en la descripción de su “mejor recuerdo”: una visita al Malba en la que, afirma, la conmovió de manera especial una muestra de artistas emblemáticos brasileños, expuestos aquí.

    El diálogo con esta mujer que no es una sino dos, si se tiene en cuenta la obra para niños (y no tanto) que desarrolla en forma paralela su alter ego “Partimpim” (ver aparte), comienza vía mail, y se completa en forma telefónica, en medio de cierto apuro por llegar a una presentación, y aun así amable y dispuesta. Está en Río de Janeiro, camino al teatro Rival, donde participará del Programa MTV Gremio Recreativo Arnaldo Antunes (una suerte de gran “ensayo abierto” propuesto por el músico), que en esta edición también comparte con colegas como Marisa Monte, Cezar Mendes, Jorge Mautner, y de tres “inseparables” de Calcanhotto: Domenico, Kassin y Moreno Veloso. De ellos, de sus “parceiros”, comienza hablando la autora de O micróbio do samba.

    –¿Cómo elige a sus “parceiros”?

    –Por una combinación de cualidades que tienen que ver con afinidades estéticas o musicales, claro, pero sobre todo éticas.

    –¿Y cree que estas cualidades éticas pueden escucharse, que suenan finalmente en el resultado musical?

    –Pues creo que sí. No entiendo el término “parceiro” como algo diferenciado según la función: tal persona es mi parceiro para hacer los arreglos, luego tal otra para la composición, y luego tal y tal en lo instrumental… No, todo eso viaja junto para mí, desde el principio, desde la concepción de la obra, siempre es una cuestión colectiva. Y para poder producir un trabajo artístico, tiene que haber admiración por esos parceiros. En fin, en este trabajo de hacer canciones, que encierra muchas dificultades, puedo decir que he logrado a lo largo de la vida encontrar las personas con las que concilio estéticamente y, por lo tanto, éticamente, y funcionamos como una familia. Somos una familia, porque yo no puedo separar la vida del concierto.

    –En este disco participa Domenico Lancellotti en batería y percusión, y también Moreno Veloso como invitado. Faltó Kassin…

    –¡Sí! Es que este disco se dio en un determinado momento sin planearlo mucho antes, su surgimiento fue muy espontáneo, apareció en medio de otro trabajo mío con Domenico. En ese momento no estaba Kassin, estaba llevando adelante otro proyecto suyo. Casualmente, en un ensayo del Gremio Recreativo, con la misma banda que compartimos con Kassin, sentí mucha saudade de hacer cosas con él. ¡Ahí me di cuenta de que faltaba!

    Infectados

    O micróbio do samba es el octavo disco de Adriana Calcanhotto, sin contar los dos que editó Partimpim. El título sale de una frase del compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914-1974): “Lupicínio Rodrigues fue expulsado del colegio San Sebastián al cabo de sólo una semana de clases –dice en el arte del disco–. Motivo: se pasaba todo el tiempo batiendo el tambor en clase y cantando canciones que nadie entendía”. Aquí aparece la cita: “Vea que, desde pequeño, llevaba en la sangre el microbio del samba, ese microbio que creció conmigo y no quiere abandonarme, cuanto más viejo me pongo, más se aferra a mí”. Calcanhotto firma debajo de la frase de Rodrigues: también ella está infectada.

    –¿Cuál es exactamente ese “microbio” del samba del que habla el título del disco? ¿Y cómo, en qué medida, la “infectó”?

    –Supongo que se refiere a esa condición mía de entender cualquier música o ruido cotidiano como samba. Porque es así: mi oído entiende todos los sonidos en secuencia como samba, acentúa todo automáticamente como samba, hasta el silencio. De hecho, soy hija de dos personas con alta sensibilidad rítmica y gran amor por el samba, así que puedo decir que nací contaminada por este microbio. Sólo que ahora, con este disco, eso quedó más explícito. Podría decirse que O micróbio do samba es el disco de esta aceptación.

    –¿Y cuál sería un ejemplo concreto de esta “infección”?

    –La verdad, es difícil ponerlo en palabras, pero puedo pensar en piezas de la música contemporánea, o en Debussy.. . O en el lavarropas, la cafetera, el ruido del tren, el croar de un sapo: todo eso lo escucho como samba. A veces, confieso, llega a ser muy cansador.

    –Cuenta que Lupicínio Rodrigues duró sólo una semana en el colegio por batucar todo el día en clase y cantar cosas que nadie entendía. ¿Y usted, cómo recuerda sus días de colegio? ¿Alguna vez la música le causó problemas?

    –Tuve mis problemas en el colegio, pero nunca al punto de correr el riesgo de ser expulsada. A mí me gustaba estudiar, hasta determinado momento, cuando ir a los bares a escuchar música en vivo se volvió mucho más interesante. Hace pocos días Domenico me contó que él sí fue expulsado del colegio y por el mismo noble motivo de Lupicínio: ¡batucar en clase! Hasta que lo supe, Domenico me caía muy bien. ¡Ahora me gusta todavía más!

    –En este espectáculo se pone al frente del piano, mientras que siempre se la ha visto con una guitarra. ¿Por qué este cambio? ¿Cuál es su relación con cada uno de estos instrumentos?

    –Mi instrumento es la guitarra, pero momentáneamente estoy imposibilitada de tocar por una lesión en la mano. Así es que la lesión me ha acercado al piano, me gusta mucho, pero la verdad, no aprendí a tocarlo del todo a pesar de dos años de estudios. Cuando estuvo listo el CD y empecé a pensar la gira, terminé dándome cuenta de que moriría de tristeza por no poder tocar la guitarra justo en el show de lanzamiento de un disco que compuse y grabé entero con el instrumento. Llegué a decir que no haría ningún show. Pero, fuera de la zona de confort, de estar en el escenario con la guitarra, me sentí bien, y el resultado es que el show estará en Buenos Aires y en Rosario. El apoyo de los músicos fue fundamental para eso, tuvieron mucha paciencia conmigo, son unos amores.

    –En las letras de su nuevo disco la mujer asume la primera persona, con un rol independiente. “Tá na minha hora”, dice. Parece un alegato en contra del machismo que puede rastrearse en el samba tradicional. ¿Es así?

    –Diría que es apenas una actualización de la voz femenina en el samba. Lo que las mujeres de mis sambas están diciendo ya sucede hace mucho tiempo.

    –Hay cierto sello lúdico que aparece tanto en las canciones de Adriana Calcanhotto como de Adriana Partimpim. ¿En qué medida Calcanhotto ha “contaminado” a Partimpim, y viceversa? ¿Qué tienen en común y en qué se diferencian?

    –Encuentro que ambas aprecian el espíritu lúdico de experimentación, que descubren que no precisan ser planas o serias. En ese sentido ellas se complementan. Disfrutan mucho la búsqueda de timbres. Las diferencias son más nítidas, a Calcanhotto no le gusta el acumulo, no es barroca, es más esencial que Partimpim… Bien, digamos que no tiene miedo de nada, sólo hace lo que quiere, por caso, bromear con la música.

    –¿Partimpim piensa seguir activa, grabando nuevos discos?

    –Sí, desde siempre el deseo fue producir una discografía y no un único álbum. Ahora estoy enteramente dedicada a Microbio.. ., entonces Partimpim tiene espacio para bromear e inventar, entonces no tengo la menor idea de lo que andará haciendo en este momento.

    ¿Hay algún músico contemporáneo argentino que le guste o le interese especialmente? ¿Le gustaría compartir escenario o grabaciones con alguno?

    –¡Nacho Rodríguez y su Onda Vaga me encantan!

    –No eligió a músicos instalados, sino de la escena emergente. ¿Cómo los conoció?

    –A Nacho me lo presentó Moreno (Veloso). Y en un show que hicimos en la Argentina con el proyecto Tres (junto a Veloso y Doménico) llegamos a cantar una canción de Nacho (“Mambeado”). Me interesa no sólo porque es un músico muy talentoso, sino también, sobre todo, porque ha encarado su experiencia artística como una experiencia colectiva, en el mismo sentido en que lo entendemos nosotros: la que está al frente puedo ser yo, o Moreno, o Doménico o Kassin, o a veces somos Tres, o + 2, pero el punto de partida siempre es colectivo.

    Los espectáculos de Calcanhotto tienen una fuerte marca teatral, aun en puestas tan simples y despojadas como su música. Esa relación con lo teatral parece actualizarse de algún modo en este disco con la elección del director de teatro Luciano Alabarce, nacido en Porto Alegre y apasionado de la música brasileña, dice Calcanhotto. Dice Alabarce sobre Calcanhotto: “Con este nuevo disco, Adriana va a sorprender a mucha gente porque, a pesar de vivir en Río de Janeiro hace muchos años y de adorar el lugar que eligió para vivir, cuanto más madura como artista creadora, más muestra trazos inequívocos de su lugar de nacimiento, su Rio Grande do Sur. El samba de Adriana es carioca y es gaúcho, y recuerda, evolutiva y cariñosamente, un coterráneo ilustre: Lupicíno Rodrigues”.

    –¿Qué opina de esta idea de Rodrigues? ¿Siente que su marca de origen gaúcha está cada vez más presente?

    –Sí, creo que concuerdo con él en ese aspecto. No es que me vaya volviendo gaúcha con el tiempo, esa marca siempre esta, y está también la marca carioca, inevitablemente. Pero es cierto que al escuchar estas canciones bajo esta observación, descubro esa marca aflorando en mí.

    –¿Y eso es algo buscado?

    –¡Nooo! Nada de lo que yo hago es buscado. Trato de no andar mucho buscando cosas. Más bien atrapo lo que aparece (risas).

    Página/12 :: espectaculos

    Blog no WordPress.com.

    %d blogueiros gostam disto: