Ficha Corrida

27/08/2015

Delação premiada, compartilhada, é felação e mais nada

“- Diga-me o que desejo ouvir e te darei a única coisa que agora não tens.”

Janot fala que não é “vazador”. Mas o MP é um queijo suíço, diz Mauro Santayanna

Por Fernando Brito · 26/08/2015

youssefsabe

Hoje, Rodrigo Janot ganhou as manchetes por dizer, na sabatina do Senado, que não era um “vazador” de informações.

Mas o Ministério Público, que o Dr. Janot chefiará por mais dois anos, é.

O mestre Mauro Santayanna, em artigo publicado no JB, foca num porto que este modesto blog, ainda ontem, destacava como absurdo.

Alberto Youssef, o “bandido profissional”, na definição de Sérgio Moro, arrogou-se onde a fazer “suspensa” dizendo que um suposto pedido de recursos feito por Antonio Pallocci seria brevemente esclarecido por outro delator.

É bom lembrar que, até sua homologação por autoridade judicial, delação premiada é, por lei, sigilosa.

Muito mais ainda para outro delator, bandido condenado.

Pior ainda quando o vazamento envolve advogado que, segundo Santayanna, “sopra” o que será delatado por outro de seus clientes.

É algo que deveria escandalizar o mundo jurídico,  as autoridades responsáveis pelas delações “premiadas”e a imprensa.

Mas não escandaliza.

O “vale-tudo” político fala sozinho.

Youssef no país dos adivinhos

Mauro Santayana

O principal fato da sessão desta terça-feira, da prevista “acareação” entre os “delatores premiados” Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, na CPI da Petrobras, da Câmara dos Deputados, talvez não mereça muito espaço nas manchetes desta quarta.

Não bastando o constante vazamento, quase sempre seletivo, sobre suposições, ilações, delações “premiadas”, subjetivas, inaugurou-se ontem, no âmbito da Operação Lava-Jato – em mais um exemplo de que o uso do cachimbo faz a boca torta –  o instituto do “vazamento futuro” de delações, ilações, suposições, em um espetáculo onde quase tudo é suposto e subjetivo, menos o alvo final do processo.

Por isso, mesmo que com mais buracos que um queijo suíço, nessa operação já não espanta o enredo conhecido, caracterizado por  “revelações” feitas a conta-gotas, acompanhadas, na maioria dos casos, pela gritante ausência de provas inequívocas, que está voltado, como na fábula  do Lobo e do Cordeiro, para derrubar o governo a qualquer preço, seja qual for a justificativa.

O que mais surpreende, agora, é o descaramento com que surgem as  “revelações” dos “delatores”, a ponto do Sr. Alberto Youssef, por intervenção ao pé do ouvido de seu advogado, voltar à pergunta anteriormente feita pelo relator da CPI, sobre o repasse de recursos para a campanha presidencial da Presidente da República – o ponto nevrálgico que se pretendia esclarecer com a “acareação” de ontem – retomando a sua negativa de que esse repasse tenha ocorrido por meio de seu intermédio, para fazer o premonitório anúncio – como se quisesse se justificar por não estar acusando diretamente o governo – de que “tem outro réu colaborador que está falando sobre esse assunto e assim que essa colaboração for noticiada vocês vão saber realmente quem foi que pediu o recurso e quem repassou o recurso… Logo vai ser revelado e esclarecido esse assunto”.

Ora, ao fazer, com tom de porta-voz oficial, esse anúncio, o Sr. Alberto Youssef já antecipa o que irá ocorrer a seguir, no próximo capítulo desse ramal da Operação Lava-Jato, desfazendo o teatrinho da suposta contradição entre seus dois mais conhecidos  “bandidos-delatores”.

Ele sinaliza, convenientemente, aos presentes, à oposição, à imprensa, que alguém já estaria “falando”,  ou melhor, que alguém logo irá  dizer que foi feito o repasse e a pedido de quem ele teria sido feito.

E dá a entender que essa pessoa também irá confirmar, eventualmente, seu valor, retirando o ônus, a missão, o papel, de fazer ou comprovar essa acusação, dos ombros dos dois delatores presentes ontem na CPI, e, principalmente,  do próprio  Youssef, que não poderia fazê-lo sem o risco de desmentir suas declarações anteriores.

Ora, revelado, de forma pública e cristalina, no palco da CPI, qual será o próximo passo – Gilmar Mendes trabalha junto ao TSE e os adversários do governo também o fazem em outra frente, no contexto do TCU – o que importa não é saber o que foi dito, mas o que não foi dito pelo delator-doleiro – o que está por trás da orientação recebida de seu advogado, cochichada, naquele particular momento, diante das câmeras.

A pergunta para a qual se deveria esperar pronta resposta, é como um réu, já condenado, prestando depoimento, sabe – por meio de “vazamento interno”, que será feita – em suas próprias  palavras alguém “já estaria falando” – uma nova delação premiada, quem estaria   fazendo essa delação premiada e qual será o teor dessa declaração, a ponto de antecipá-la  descaradamente em plena Comissão Parlamentar de Inquérito.

Ao afirmar, olimpicamente, que “assim que a declaração for revelada vocês vão saber”,  Youssef provou que teoricamente tem acesso, atrás das grades, a um grau de informação muito maior do que têm, jamais tiveram, os membros da Comissão na qual estava sendo interrogado, e não apenas sobre o seu próprio processo, mas sobre a operação como um todo.

Mas, mesmo assim,  ele sequer foi inquirido, imediatamente, a propósito de como e por meio de quem teve conhecimento dessa suposta futura delação, que estaria prestes a ser revelada nas próximas semanas.

Quem disse ao advogado do Sr. Alberto Youssef que um outro “réu colaborador” já estaria “falando” sobre esse tema?

O advogado do Sr. Alberto Youssef é o mesmo desse suposto novo delator “premiado” que irá, segundo o próprio doleiro, confirmar que houve o “repasse”?

Nesse caso, o advogado estaria, eventualmente,  combinando com seus dois clientes (se  não estiver assistindo a mais réus, ainda, no âmbito do mesmo caso) quem deveria falar o quê e o que deveria ser dito?

Ou, não sendo o advogado do Sr. Alberto Youssef o mesmo advogado do réu que já estaria “falando” sobre esse assunto – principal “motivo” da acareação de ontem – de quem teria o advogado do Sr. Alberto Youssef obtido essa informação ?

Do advogado do outro?

Justificando, assim, a suspeita de que os depoimentos, “vazamentos”, “revelações”, e “delações premiadas” poderiam estar sendo combinadas, manipuladas, “coordenadas”, entre os diferentes acusados por meio de seus advogados?

Ou teria o advogado do Sr. Alberto Youssef obtido essa informação, prévia ou “premonitória”, do juiz Sérgio Moro?

O que, em caso afirmativo, poderia comprovar, eventualmente, a existência de inaceitável  grau de intimidade entre um e outro lado do processo, o juiz e alguns dos réus e seus advogados, de uma forma que poderia levar ao comprometimento da lisura da Operação Lava-Jato?

Salvo Alberto Youssef e seu advogado tenham desenvolvido poderes adivinhatórios, são essas perguntas que poderiam estar sendo feitas por membros do Conselho Nacional de Justiça e do próprio STF neste momento, a  propósito da sessão da CPI da Petrobras de ontem.

Mas além disso, há espaço também para uma outra indagação, que também merece resposta:

Por qual razão essa suposta futura “delação premiada”, que será, segundo Alberto Youssef, em breve, revelada, só está sendo feita agora, justamente neste momento, em que, nesse caso de suposto repasse de recursos para a campanha presidencial de Dilma Roussef, chegou-se, pela própria “contradição” dos dois principais delatores  “premiados” a um impasse ?

Outro que anda premonizando coisas – além do próprio juiz Sérgio Moro, que, mesmo sem contar com precorgs, andou adotando as táticas do filme Minority Report, ambientado em Washington, DC, do ano 2054, para prever e impedir antecipadamente crimes, prendendo  executivos para impedir que suas empresas participassem de licitações sequer ainda oficializadas – é o Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

Reunido ontem, com aliados, ele afirmou que o Presidente do Senado, Renan Calheiros, “aparecerá em delações premiadas” nas “próximas semanas”, no que tem provavelmente razão, já que vivemos em uma República em que qualquer um pode acusar qualquer um, a qualquer momento, impunemente,  de qualquer coisa, independentemente de ser por moto próprio ou por estar ou não a serviço de terceiros, usando para isso pretextos paralelos (como transformar automaticamente uma coisa em outra, do tipo doação de campanha em propina) sem necessidade de provas que sustentem, inequivocamente, suas alegações.

Nessa sequência – que às vezes parece muito bem estruturada – de ilações, delações, “colaborações”, distorções, e, presentes e futuras, “adivinhações”, a única coisa verdadeiramente inequívoca, são os deletérios efeitos, diretos e indiretos – para gaudio dos que torcem pelo “quanto pior melhor” e contra o país, a atividade política e a democracia  – de uma “operação” que, ao que parece, pretende prolongar-se indefinidamente nos próximos anos, transformando-se, de fato,  em um “quinto poder”, dentro do Estado, cada vez mais independente e acima dos outros.

Uma “operação” que poderia estar sendo dirigida apenas contra os corruptos,  que no final, como no caso de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, estão sendo quase todos “premiados” – mas que, ao decidir castigar, punitivamente, com o látego dos deuses, algumas de nossas maiores empresas,  está desmantelando amplos e estratégicos setores da vida nacional.

Nas áreas de infra-estrutura e construção pesada, da industria de petróleo e gás, da indústria naval, e, principalmente, da indústria bélica, com a eliminação de milhares de empregos, a provável falência de empresas como a Avibras  e a paralisação de programas em que o país já investiu bilhões de dólares, e o precioso trabalho de toda uma geração de valorosos planejadores, engenheiros e técnicos de nossas forças armadas, a percepção, quase certeza, é uma só, sem a necessidade de dons premonitórios:

A Operação Lava-Jato – sem resolver definitivamente o problema da corrupção, que não poderá ser sanado sem uma reforma política de verdade – já está provocando um prejuízo dezenas de vezes maior do que o dinheiro que recuperou até agora,  e irá deixar como herança, direta e indireta,  um atraso que será nefasto, irrecuperável, nas próximas décadas, do ponto de vista do ingente esforço, realizado, a duras penas, por vastos setores da sociedade brasileira, para a inserção estratégica, tecnológica, soberana e competitiva do Brasil entre as maiores nações do mundo.

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17/07/2015

Valtan, o Polifemo do MP

Valtan FurtadorConta Homero, na Odisseia, que Ulisses e seus marinheiros, no retorno de Tróia para casa, desembarcaram na ilha dos ciclopes filhos de Poseidon a procura de alimentos. Entraram numa gruta onde o ciclope Polifemo guardava suas ovelhas e, ao constatar a presença de estranhos, o gigante de um só olho fechou, com uma enorme pedra, a porta da gruta. Polifemo se alimentava devorando dois marinheiros por vez. Ulisses, paradigma de inteligência, ofereceu vinho a Polifemo, que quis saber quem lhe dera bebida e Ulisses então respondeu: “foi Ninguém”.

Adormecido pelo efeito da bebida, Ulisses e seus homens furam o único olho do gigante. Na manhã seguinte, ao acordar, Polifemo, sem enxergar nada porque estava com seu único olho furado, solta seu rebanho. Tenta, pelo tato, diferenciar ovelhas de prisioneiros. Segurando-se por baixo das ovelhas, Ulisses e seu marinheiros escapam. Ao perceber a fuga, Polifemo grita aos seus companheiros ciclopes que “Ninguém” tinha escapado. E, assim, estes ignoram seus gritos. Já no navio, Ulisses zomba de Polifemo, confessando que “Ninguém” era ele. Então Polifemo arremessa grandes rochas para o mar pedindo ao seu pai Poseidon para vinga-lo.

Poseidon é o MP, esse deus supremo do mar de lama. Inflado pelos ciclopes da velha mídia, Valtan, uma lesma no raciocínio, se acha um gigante. Como toda lesma, é vidrado por Lula. Ao ouvir que o grande molusco apoia empresas brasileiras fica cego de ódio. Quando lhe perguntam quem fatura em cima de suas viagens ao exterior, Lula responde: “foi Furtado”. Sua inteligência desencadeia a fúria dos ciclopes de bico grande e cérebro pequeno que, em grande síndrome de abstinência de votos, só fazem jogar rochas ao léu para ver se o atingem. Mas, como Ulisses, Lula é do mar e não enjoa.

Para o vira-lata cego de ódio, a lesma do MP que tenta se promover perseguindo Lula por fazer com palavras o que os EUA fazem com guerras, segue uma pequena amostra dos indícios da influência do grande molusco no exterior:

O grande crime de Lula é ter defendido o Brasil

:

Só um país à beira da irracionalidade completa pode encarar com naturalidade que um ex-presidente possa ser criminalizado por hastear a bandeira dos interesses nacionais fora do País; Luiz Inácio Lula da Silva, que preferiu defender empresas e empregos brasileiros após deixar o poder, está sendo acusado por um procurador federal de praticar "tráfico de influência internacional"; ou seja: na lógica arbitrária do MP, Lula cometeu o gravíssimo delito de defender que empresas brasileiras vencessem concorrências internacionais em países como Cuba, onde a Odebrecht fez o Porto de Mariel, e República Dominicana; ação contra Lula ganha páginas de jornais como o Financial Times, pouco tempo depois de a Foreign Affairs, bíblia da geopolítica internacional, ter exaltado o avanço do Brasil no mundo na era Lula; este legado, no entanto, pode ser destruído pelo ódio político, pelo arbítrio e por interesses internacionais que movimentam a desestabilização do País

16 de Julho de 2015 às 22:49

Por Leonardo Attuch

No primeiro dia de janeiro de 2011, quando transmitiu a faixa presidencial à sucessora Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula poderia ter tomado uma decisão parecida com a de vários brasileiros que julgam já ter cumprido sua missão na Terra: pendurar as chuteiras, aposentar-se e curtir a vida. Naquele momento, Lula era chamado por publicações internacionais, como a revista alemã Der Spiegel, de o "o político mais popular na face da Terra". O economista Jim O’Neill, que criou a expressão BRICs, o qualificou como o mais importante líder dos últimos 50 anos no mundo, por ter sido capaz de comandar um gigantesco processo de inclusão social, dentro de uma complexa democracia.

Lula, no entanto, decidiu continuar trabalhando. Criou seu instituto, assim como fizera seu antecessor Fernando Henrique Cardoso, e passou a rodar o mundo como um embaixador informal do Brasil, de suas empresas e de seus empregos. Os focos prioritários foram a África e a América Latina, regiões nas quais, por afinidades históricas e culturais, o Brasil poderia ampliar sua influência, abrindo oportunidades para empresas nacionais e, ao mesmo tempo, reforçando a presença do País no jogo internacional. Deu certo. Tanto que, em sua mais recente edição, a revista norte-americana Foreign Affairs, tida como a bíblia da geopolítica global, destacou o avanço do Brasil como ator global nessas regiões (leia mais aqui).

Fosse o Brasil um país maduro e cioso de seu papel no mundo, Lula seria tratado como um dos seus grandes ativos. Um líder capaz de inspirar, angariar simpatias e conquistar apoios para os legítimos interesses comerciais das empresas nacionais e, também, para as aspirações diplomáticas do País. No entanto, o ódio político, a disputa pelo poder e interesses internacionais daqueles que preferem ver o Brasil numa posição subalterna o elegeram como o alvo a ser abatido.

Foi assim que Lula foi transformado pela revista Época, dos irmãos Marinho, no "operador", no "lobista" de grandes empreiteiras. A partir de uma reportagem publicada também no jornal O Globo, sobre uma viagem de Lula à América Central, teve início o processo que culminou, nesta quinta-feira, com a abertura de um inquérito criminal contra o ex-presidente Lula. A acusação: tráfico de influência internacional. Ou seja: Lula é acusado de usar sua influência em outros países em favor de empresas brasileiras. Na lógica do setor do Ministério Público que patrocinou a ação, melhor seria, decerto, que as concorrências para grandes obras na África e na América Latina fossem vencidas por empresas chinesas, norte-americanas ou espanholas, que também disputam esses mercados com empresas nacionais. Também segundo o MP, haveria tráfico de influência porque Lula abriria portas no BNDES, como se isso fosse necessário – programas de financiamento à exportação de serviços existem há décadas e beneficiam todas as empresas brasileiras que conquistam obras internacionais.

O inquérito contra Lula, no entanto, já está nas páginas de publicações internacionais, como o Financial Times e o The Wall Street Journal. Denúncias contra empreiteiras brasileiras também vêm sendo usadas por concorrentes internacionais para inviabilizar a presença das construtoras nacionais em vários mercados. O grupo Globo, que tem liderado a caçada a Lula, já defendeu, em seus editoriais, que empreiteiras nacionais sejam substituídas por empresas de fora até mesmo no mercado interno. Afinal, de acordo com a lógica dos Marinho, Lula é o criminoso a ser abatido, nem que o custo seja a destruição de algumas das maiores empresas brasileiras.

Diante de tamanha irracionalidade, o melhor remédio seria fazer do ex-presidente ministro das Relações Exteriores. Só assim, protegido da insanidade política, ele poderia continuar trabalhando em defesa de interesses nacionais, como fez nos anos em que esteve fora do poder.

* Leonardo Attuch é editor do 247

O grande crime de Lula é ter defendido o Brasil | Brasil 24/7

05/07/2015

DASLU & MP comemoram Bodas de Estanho

Filed under: Corrupção,DASLU,Fraude,Geraldo Alckmin,MPF,Parmalat,PSDB — Gilmar Crestani @ 8:59 am
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OBScena: printscreen da Folha de São Paulo de 15/09/2005:Filha de ALckmin intercedeu pela DASLU

daslu alckminDASLU & Mistério Púbico comemoram Bodas de Estanho. São dez anos enrolados nos lençóis da inércia. É assim que funciona a rapidez do MP quando envolve patrocinadores ideológicos: 10 anos para oferecer denúncia. Como se vê, faz todo sentido criar um site e pintar faixas com dizeres #corrupçãonão. Na vida real, a prática só atende interesses golpistas.

Se a Polícia Federal também não estivesse preocupada em cercar Lula e Dilma bem que poderia dar umas Parmaladas na bunda do MP!

Imagine, meu amigo, se a DASLU, ao invés de envolver a famiglia Alckmin, tivesse algum parente da Dilma. O MP já teria vazado pra Veja e pedido a destituição da Dilma.

Procuradoria denuncia ex-donos da Daslu e da Parmalat por fraude

Empresários teriam provocado prejuízo de mais de R$ 2,5 bilhões

DE SÃO PAULO, 05/07/2015

O Ministério Público Federal denunciou os ex-donos da butique Daslu e da marca Parmalat no Brasil por crimes que causaram prejuízo de mais de R$ 2,5 bilhões a investidores, a partir de operações fraudulentas com títulos emitidos por uma de suas empresas.

De acordo com os procuradores, somando outros delitos e dívidas tributárias, o empresário Marcus Elias, seus sócios e executivos teriam deixado prejuízo total de quase R$ 5 bilhões na praça. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) também processa o grupo.

"Não há muito para comentar porque ainda não tive acesso à denúncia. Mas posso dizer que esse caso ainda vai ter muitas reviravoltas", afirmou o advogado Antônio Sérgio Moraes Pitombo, que defende os executivos.

O grupo foi acusado por crimes contra o mercado de capitais e sistema financeiro, lavagem de dinheiro e organização criminosa, entre outros. Segundo a acusação, Marcus Elias criou em 2006 a empresa Laep Investments, com sede nas Ilhas Bermudas, para fugir do controle das autoridades brasileiras.

Sediada no Caribe, a Laep passou a negociar no Brasil papéis usados por empresas de outros países, chamados BDRs (Brazilian Depositary Receipts). De acordo com o Ministério Público Federal, os executivos divulgaram fatos relevantes falsos ou incompletos e usaram informações privilegiadas para manipular o mercado, aumentar a demanda por seus papéis e valorizá-los.

A descoberta das fraudes provocou uma desvalorização de 99,9% nos títulos da Laep, que viraram pó nas mãos dos investidores. Os procuradores acusam o grupo também de desviar dinheiro e patrimônio da companhia, que acabaram sendo apropriados pelos executivos e seus familiares.

30/05/2015

FBI 7 x 0 Polícia Federal & MP

Filed under: CBF,Corrupção,José Maria Marin,Os Intocáveis,Polícia Federal — Gilmar Crestani @ 2:52 pm
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Enquanto o narcotráfico progride livre, leve e solto e grandes empresas sonegam bilhões, a Polícia Federal se preocupa apenas em atuar politicamente. E não é só a Polícia Federal que se ocupa apenas de adversários ideológicos. Enquanto praticava tiro ao alvo na imagem da Dilma, Marin desfilava seu dinheiro sujo pelos barbas da ratazana.

Na verdade há um casamento com o Ministério Público sob as bênçãos de parcela do Poder Judiciário. Contam com o fato de que de um lado há os que agem desabridamente  e, de outro, o silêncio complacente dos que ficam prostrados de joelhos.

Enquanto o MP fazia pose na Folha, José Maria Marin, Ricardo Teixeira, Gerdau, RBS, e todos da Lista Falciani continuam, ele sim, intocáveis. A goleada do FBI para cima do amontoado do MP & PF foi mais desastroso do que o 7 X 1 para a Alemanha. A derrota para a Alemanha foi algo para se sentir vergonha, a de agora foi para sentir que temos que nos preocupar é com os nossos sem-vergonha.

Apesar de toda liberdade de atuação e em melhores condições materiais do que nunca antes tiveram, há uma clara inclinação da corporação por atuar em compadrio com a parcela mais corrupta da sociedade. É exatamente o segmento social que mais consome cocaína que impede que se revele os donos do narcotráfico.

Se por um lado a Polícia se mostra inepta, o Ministério Público que deveria dar o exemplo prefere tirar foto como Intocáveis de cinema. Trabalhar que é bom, necas pitibiriba, nadica de nada .

Por que a Polícia Federal se sentou em cima das fraudes da CBF nestes anos todos? Por Kiko Nogueira

Postado em 29 mai 2015 – por : Kiko Nogueira

Tiveram que se coçar

Tiveram que se coçar

Foi necessária a pressão no cangote da secretária de Justiça americana Loretta Lynch para a PF tomar uma atitude com relação à CBF. Um inquérito foi aberto no Rio. O ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, acha que há indícios de que os crimes apurados pelo FBI tenham sido cometidos aqui. Bidu.

Na noite anterior, quarta-feira, a PF deu uma geral em companhias do empresário Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo ligado a J. Hawilla, delator do esquema da Fifa.

De acordo com as autoridades dos EUA, a investigação remonta a 24 anos de irregularidades. Nesse período, a CBF, que está no centro do caso, operou com gás total. Onde estava a PF nesse tempo todo? Onde as detenções barulhentas, as operações com nomes criativos?

Segundo a Folha, houve 13 sindicâncias em 15 anos contra a CBF. Nenhuma jamais deu em nada. Uma reportagem do Lance de quatro anos atrás oferece alguns motivos.

Em 2009, a CBF foi a principal patrocinadora do IV Congresso Nacional da Associação de Delegados Federais, em Fortaleza. A confederação teria desembolsado 300 mil reais. Ricardo Teixeira, presidente à época, foi convidado a participar de um painel sobre a Copa de 2014.

O superintendente da PF na ocasião, responsável pela investigação contra Teixeira, era o amigo Valdir Lemos de Oliveira. Os delegados ainda disputaram um torneio na Granja Comary, onde a seleção treina, cedida por Teixeira.

Um ano depois, a CBF bancou uma viagem de um coral de policiais federais aposentados para a Argentina. Uma nota oficial assegurava que o investimento foi “pontual”: “O patrocínio da CBF ao coro de vozes, realizado em 2010 para o evento Cantapueblo, na Argentina, foi única e exclusivamente de caráter cultural”.

Se isso não é conflito de interesses, o que é?

Nos últimos meses, a Polícia Federal tornou-se objeto de devoção de debiloides fascistas revoltados on line por causa de sua suposta cruzada moralizadora. Ninguém acha estranho, por exemplo, que todos os envolvidos no caso Helicoca, inclusive os traficantes apanhados em flagrante, estejam livres, leves e soltos.

Gente como Teixeira, Marin, Del Nero, Hawilla et caterva vem dizimando o futebol brasileiro há décadas, impunemente, enquanto se locupleta. Vamos ver se um agente da nossa valorosa PF tem a coragem de praticar tiro ao alvo com uma foto de Loretta Lynch, como fizeram com Dilma.

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Sobre o Autor

Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

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03/05/2015

Direita Miami atraca no Porto de Muriel

Filed under: Direita Miami,Porto de Muriel — Gilmar Crestani @ 10:37 pm
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É de endoidar a turma do MP de Brasília, aquela tchurma que odeia empresa que se internacionaliza ou brasileiro que internaliza dinheiro. Este pessoal do MP deveria desfilar em Brasília com uma abóbora na cabeça e uma melancia  em cada mão. Não é só demonstração de burrice incorrigível, é prova cabal da falta de psicotécnico no concurso. Psicopata deveria ser eliminado em análise prévia, antes de tomar posse.

A construção do Porto de Muriel, com financiamento do BNDES é coisa que vai além da compreensão de qualquer vira-lata. Os EUA fazem guerra para internacionalizar empresas, emprestam e fazem toda sorte de benefícios para que as empresas norte-americanas se instalem em todos os países do mundo. Mas no Brasil, uma mentalidade tacanha, de boçais com poder, faz das tripas coração para criminalizar a emancipação.

Britânicos ouvem coxinhas e vão pra Cuba

3 de maio de 2015 | 10:08 Autor: Miguel do Rosário

cuba

No UOL Economia.

Empresas britânicas vão investir US$ 400 milhões em Cuba

Havana, 30 Abr 2015 (AFP) – Empresas britânicas vão investir 400 milhões de dólares em Cuba em agricultura, infraestrutura para turismo e energia, informou nesta quinta-feira o chefe de uma missão empresarial britânica que visita a ilha.

“Foi uma missão muito bem sucedida. Assinamos acordos no valor de 400 milhões de dólares” e “isto significa um investimento direto na economia” cubana, declarou à televisão local o empresário Lord Hutton of Furness, que lidera a missão.

Meios locais destacaram que estes investimentos serão destinados aos setores de energia, agricultura e infraestrutura de turismo, e incluem a construção na ilha “de um novo campo de golfe”.

Os acordos foram assinados no âmbito de um fórum de negócios entre os dois países, do qual participaram encarregados de 32 companhias britânicas e que foi organizado por Hutton, que criou em 1995 o projeto Cuba Initiative para fomentar os negócios com a ilha comunista.

Os empresários britânicos se reuniram com os ministros Rodrigo Malmierca (Comércio Exterior e Investimentos Estrangeiros) e Alfredo López (Energia e Minas), e visitaram a futura zona franca industrial do novo mega-porto de Mariel, 45 km a oeste de Havana, que constitui a principal atração que Cuba oferece ao capital estrangeiro, após aprovar, em março de 2014, uma nova Lei de Investimento Estrangeiro.

“Acho que há boas oportunidades (para investir) em Cuba e que chegamos no momento oportuno e conseguimos alguns avanços”, acrescentou Hutton.

O campo de golfe será o segundo que será construído na ilha com capital britânico, depois do luxuoso clube erguido pelo grupo Esencia Hotels and Resorts perto do balneário de Varadero, 140 km ao leste de Havana, com um investimento de 350 milhões de dólares.

Os britânicos são o principal grupo de turistas europeus que visitam Cuba, com 150 mil viajantes por ano. O comércio bilateral foi de US$ 168 milhões em 2013, último número oficial publicado.

A visita dos executivos britânicos acontece depois de missões de empresários do Texas e de Nova York, estimuladas pelo descongelamento das relações entre Cuba e Estados Unidos, iniciada em dezembro.

Britânicos ouvem coxinhas e vão pra Cuba | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

05/03/2015

PSDB confirma salvo-contudo em corrupção

Ainda vai se descobrir a razão pela qual os grupos mafiomidiáticos, o MP e boa parte da cúpula do Poder Judiciário morre de amores pelo PSDB. A doação destes elementos em defesa dos corruptos do PSDB é comovedora. Nada gruda no PSDB. O PSDB comprou a reeleição. Nada aconteceu com este atentado ao Estado de Direito. Geraldo Brindeiro cumpriu com honra seu papel de Engavetador Geral da Nação. Foram tantos escândalos que fica até enfadonho nomina-los todos. Mas nenhum encontrou guarida no Poder Judiciário. Seja por medo dos maiores apoiadores do PSDB, esse pessoal do Instituto Millenium, seja por dívida de gratidão, como Gilmar Mendes.

Nem o ódio de classe denunciado por Bresser Pereira é explicação suficiente para se entender este compadrio entre o PSDB, MP e as cinco irmãs (Folha, Estadão, Veja, Globo & RBS).

Todo dia aparece desvios milionários pelas mãos de próceres do PSDB, mas eles tem a felicidade de encontrarem pela frente um Rodrigo de Grandis, um Roberto Gurgel, um Joaquim Barbosa. E agora um janota. O grande Zeca Baleiro compôs “Samba de um janota só”, que me vem sempre a mente quando vejo este pessoal do Ministério Público na mídia fazendo a defesa de seus parceiros ideológicos:

Tome uma atitude sua besta
Seja uma besta com atitude
Pode ser uma atitude besta
Mas que seja uma atitude

Só esta proximidade ideológica com o PSDB explica que o sumiço de um helicóptero com 450 kg de cocaína com a naturalidade com que cai uma folha no outono, ou uma brisa de primavera. Nem mesmo quando o poder judiciário de outros países, como Alemanha (Siemens)  e Suíça (Alstom) fornecem todos os elementos probatórios e jurídicos ainda assim nada acontece no Brasil. Essa linhagem que vem desde os tempos do Império, quando ser filho de fulano ou sicrano era condição suficiente para Ministro ou Arrecadador de Impostos.  Nas melhores democracias, onde as instituições públicas funcionam de forma republicana, nem as famílias imperiais tem a imunidade que o PSDB usufrui no Brasil.

O Estadão revelou depoimento que corre em sigilo de Justiça, onde Alberto Youssef afirmou “ter conhecimento” de que o senador Aécio Neves, do PSDB, na época em que era deputado federal, estaria recebendo recursos desviados de Furnas “através de sua irmã”. Um fato recorrente na vida do candidato do PSDB, jogar o fruto de seu “trabalho” nas costas da irmã. Isto é, desde os tempos do Banestado os dutos que alimentam Aécio vem sendo abastecidos sem que ninguém se importe com isso.

É desolador, mas só um regime como foi o Terror da Revolução Francesa para acabar com este patrimonialismo, esta apropriação do Estado destes Luís XIV e XVI (L’etat c’est moi) extemporâneos. Falta um Robespierre para passar na guilhotina os corruptos do PSDB e seus advogados nas instituições e na mídia. 

Hoje acordei com as páginas dos jornais estampando essa imunidade para roubar, para corromper. Esse salvo-contudo a um partido é simplesmente desolador. Quando se trata do PSDB, não há “domínio do fato”, pois são os procuradores que dominam o que é ou não é fato. Se os fatos estiverem em desacordo com o entendimento do MP, pior para os fatos.

Janot pede arquivamento de inquérito contra Aécio na Lava Jato

Tucano foi citado no depoimento do doleiro Alberto Yousseff

Janot pediu arquivamento de inquérito contra Aécio na Lava Jato | Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil / CP

Janot pediu arquivamento de inquérito contra Aécio na Lava Jato | Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil / CP

A lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviada no início da noite dessa terça-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) pede o arquivamento de uma investigação envolvendo o senador Aécio Neves(PSDB-MG).
O nome do tucano foi citado no depoimento do doleiro Alberto Yousseff, mas a Procuradoria entendeu que as informações reunidas sobre o presidente do PSDB não são suficientes para que ele seja investigado, por isso sugeriu ao ministro Teori Zavascki o arquivamento da denúncia.

Abertura da lista depende de Teori Zavascki

Para que a lista com os nomes dos políticos citados na Operação Lava Jato seja conhecida é preciso aguardar a decisão do ministro Teori Zavascki, o relator da Lava Jato no Supremo. Cabe a Teori retirar o sigilo dos 28 pedidos de abertura de inquérito enviados pela PGR e sete solicitações de arquivamento. Só aí se saberá, oficialmente, quem são os 54 nomes que Janot quer investigar formalmente.
Ainda não há uma previsão de quanto tempo o ministro do STF vai levar para tornar públicos os inquéritos da Lava Jato. Com perfil discreto e avesso a comentários sobre o caso, Teori mantém silêncio rigoroso na Corte, despertando a curiosidade dos próprios colegas de Tribunal.
No gabinete, é possível contar nos dedos de apenas uma mão o número de funcionários com acesso às delações de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef e ao trabalho da PGR. A chance de que se confirmem, antes da decisão de Teori Zavascki, os nomes de políticos que serão investigados está em outro ponto da Praça dos Três Poderes: o Congresso.
Janot está avalia se irá enviar comunicados aos parlamentares citados sobre a situação de cada um, informando o que foi pedido ao Supremo. A decisão, segundo fontes da PGR, deve sair ainda nesta quarta e será tomada pessoalmente pelo procurador.
É por meio de deputados e senadores que poderá sair a confirmação da lista do procurador – em especial, por parte daqueles que receberem a "cartinha" mais esperada: o aviso de que seu nome ficou de fora dos inquéritos e dentro dos pedidos de arquivamento.

Correio do Povo | Notícias | Janot pede arquivamento de inquérito contra Aécio na Lava Jato

24/01/2015

Higienização social made in Suíça

suiça justiçaTodo mundo sabe que a Suíça lava mais Banco, mas poucos ou quase ninguém fala do compadrio da Suíça com os corruptos de todo o mundo. Até recentemente a Suíça era abrigo seguro para os ricos do mundo. Mesmo em tempo de guerra, como durante a Segunda Guerra, a Suíça era um porto seguro, um paraíso para todos os roubos de guerra.

Em termos éticos, a Suíça só está saindo da Idade Média no século XXI. Recentemente a justiça suíça condenou a ALSTOM, que no Brasil, por envolver um segmento político muito caro às velhas estruturas das velhas cúpulas do Poder Judiciário e MP, continua sem merecer a atenção. O caso Rodrigo de Grandis é um exemplo, não um caso isolado.

A piada que  se conta a respeito da Ministério Público é que o Maluf só foi denunciado por um erro cacofônico: falaram que ele era PePista, mas o Ministério Público entendeu PeTista… O STF consertou o erro de audição do MP e soltou Maluf. Um notório, assíduo e condenado nas cortes internacionais, no Brasil continua um inocente. Diz que Lula tentou filia-lo ao PT para ver se o MP e o STF o condenariam. A tentativa saiu pela culatra. Condenaram Lula e o PT pela aliança; Maluf, não…

Assim como na Suíça, a corrupção no Brasil começou só no século 21, mais precisamente após a chegada de Lula ao poder… Para alguns membros do MP e da cúpula do Poder Judiciário, a compra da reeleição, sim, foi um ponto fora da curva…

O que o PSDB tem em comum com a Suíça do século passado? Licença para roubar! A Suíça mudou; o PSDB, não!

Como 15 mil crianças suíças foram arrendadas e vítimas de abusos

Governo suíço propõe reparação a 15 mil crianças arrendadas e vítimas de abusos. Até meados do século XX, crianças suíças eram enviadas a casas de particulares por razões econômicas ou morais

crianças suíças arrendadas vítimas abusos

A rigidez moral deixou uma ferida aberta na vida da suíça Rosalie Müller. Aos 17 anos, ela engravidou do namorado, que era casado e pai de um filho. Em 1963, deu à luz um menino e trabalhou na cozinha de um abrigo para pagar as despesas do parto. Meses depois, o garoto foi encaminhado para adoção, sem a permissão dela. “Nunca tive qualquer notícia sobre o paradeiro de meu filho”, conta.

Já a infância de Walter Emmisberger foi entrecortada por maus tratos. Ele nasceu em uma prisão, em Tobel, na Suíça, em 1956, e foi levado a um abrigo de crianças, onde ficou por seis anos. Depois, foi entregue a uma família que o deixava preso em um porão escuro com frequência, até que decidiram entregá-lo a uma instituição religiosa.

Depois de ser abusado sexualmente pelo pastor, passou a frequentar uma clínica psiquiátrica. “Achavam que eu era um menino muito difícil para educar”, conta Emmisberger. A partir dos 11 anos, começou a ser tratado com uma série de medicamentos, nem todos identificados pelo nome. “Na escola, as professoras nunca desconfiaram que eu tremia e ficava apático por causa dos efeitos colaterais dos remédios.”

As histórias de Müller e Emmisberger convergem em um ponto: até meados do século XX, crianças e jovens suíços eram “acomodados” em casas de particulares ou em estabelecimentos fechados por razões econômicas ou morais. As medidas de restrição eram tomadas tanto por autoridades locais como por organizações privadas. As vítimas afetadas vinham de famílias pobres, eram órfãs ou nascidas fora do casamento. Além de serem enviadas a serviços oferecidos pelos cantões e municípios, havia encaminhamentos para instituições religiosas ou privadas. As crianças colocadas nessa situação em residências particulares (na maioria dos casos, em fazendas) eram consideradas parte da mão de obra e, poucas vezes, como membros da família.

Depois de anos de pressões de movimentos que pediam a reparação a essas crianças, o governo suíco decidiu nesta semana apresentar um projeto de lei que prevê a compensação financeira das vítimas no valor de 300 milhões de francos (cerca de R$ 917 milhões). Em julho de 2013, o Parlamento suíço já havia aprovado uma lei permitindo a investigação científica sobre jovens e adultos acomodados em penitenciárias ou outras instituições sociais fechadas. A lei, no entanto, não contemplava nenhuma indenização para as pessoas afetadas pelas medidas.

O movimento pró-reparação defende um fundo de 500 milhões de francos, cerca de R$ 1,3 bilhão, que deveria beneficiar as pessoas afetadas, independente da condição financeira. Um fundo de emergência de cerca de 8 milhões de francos suíços, o equivalente a R$ 20 milhões, já está à disposição de vítimas em situação crítica.

Até 1981, as autoridades administrativas podiam ordenar sem a necessidade de uma decisão judicial a acomodação de jovens ou adultos em estabelecimentos fechados (incluindo penitenciárias) por tempo indeterminado, com o objetivo de promover reeducação ou educação para o trabalho. Essas decisões eram motivadas por uma gravidez fora do casamento ou mudanças frequentes de emprego, por exemplo. Não havia possibilidade de recurso contra essas medidas.

Como resultado de um movimento de reavaliação deste momento histórico, no final de 2014 uma lista com cerca de 110 mil assinaturas foi entregue às autoridades do país pedindo indenização para cerca de 15 mil vítimas de trabalho forçado e maus tratos em consequência das práticas do serviço social na Suíça.

O texto ainda pede a compensação não só para vítimas das detenções administrativas, mas também para as vítimas de adoção e esterilização forçada e para as crianças arrendadas que foram vítimas de maus tratos e abuso sexual. As cem mil assinaturas são suficientes para forçar a organização um referendo no país.

Em novembro do ano passado, foi criada uma comissão independente de pesquisadores que deverá trabalhar em conjunto com um novo programa nacional de pesquisa para esclarecer os fatos. A ideia é descobrir os detalhes da vida dos suíços que sofreram com as práticas do serviço social e o sistema do qual fizeram parte entre 1800 e 1970.

Queremos compreender como o sistema e a administração funcionavam, e as diferenças entre homens e mulheres”, diz a historiadora Loretta Seglias, membro da comissão e uma das autoras do livro Versorgt und Vergessen, da editora Rotpunkt. O livro apresenta entrevistas com 40 vítimas que trabalharam como crianças arrendadas.

Entre 2009 e 2014, a exposição “Crianças Arrendadas falam” (Verdingkinder reden) circulou por vários pontos do país com imagens e depoimentos de crianças e jovens que foram obrigados a deixar as famílias em situação econômica desfavorável para viver em fazendas ou instituições sociais. Nos novos lares, crianças executavam trabalho forçado e sofriam privação de liberdade. Em 2011, foi lançado o filme Verdingbub (“Rapaz arrendado”, em tradução livre), que expõe o cotidiano de um menino arrendado. A onda de eventos sobre o tema rendeu pedidos de desculpas oficiais do governo às vítimas, sensibilizou a opinião pública e esquentou o debate sobre o tema.

Já em 2013, a então ministra da Justiça (e hoje presidente da Suíça), Simonetta Sommaruga, havia criado um grupo para propor um pacote de medidas relacionadas ao tema. A “Mesa Redonda” é presidida pelo vice-secretário de Justiça, Luzius Mader e inclui vítimas, ONGs, autoridades locais e cantonais, representantes das igrejas, de instituições sociais e da Sociedade dos Agricultores.

Para Mader, o reconhecimento público dos danos causados às vítimas deve incluir alguma compensação financeira, garantia de acesso aos documentos administrativos, uma ampla pesquisa científica sobre todas as categorias de pessoas afetadas e a divulgação dos resultados.

Abusos comuns

Os abusos contra as vítimas eram comuns, já que os controles previstos não eram efetuados e as famílias e estabelecimentos ficavam em locais isolados, de modo que os maus tratos não chegavam ao conhecimento das autoridades e acabavam sem punição.

Até os anos 1970, sob a ameaça de perder benefícios sociais, mulheres tinham o direito de abortar apenas se concordassem em se submeter à esterilização. Crianças filhas de mães menores de idade ou solteiras, de prostitutas, de situação financeira desfavorável, casadas com dependentes de álcool ou de desempregadas eram encaminhadas para adoção. Ainda que uma autorização por escrito da mãe fosse necessária, muitas vezes era obtida sob pressão.
Outra categoria afetada pelas medidas sociais foi a das crianças ciganas yéniches, grupo seminômade que se movimenta na Europa. Entre 1926 e 1973, cerca de 600 foram retiradas de suas famílias, encaminhadas para adoção ou acomodadas em outras famílias, nas quais os casos de abusos e maus tratos eram comuns.

Associações de agricultores afirmam, no entanto, que nem sempre jovens sofriam maus tratos. Para Guido Fluri, organizador da iniciativa popular com as assinaturas, bastam, no entanto, as experiências negativas como a da aposentada Lisa Wengler. Ela era menina quando sofreu abusos sexuais pelo vizinho da família para a qual trabalhava. “Quando contei para a senhora que era responsável por mim, ela me disse que não iria brigar com o vizinho por causa de uma desclassificada como eu”, afirma Wengler.

Os fazendeiros se aproveitaram do sistema”, diz Fluri, filho de uma garçonete esquizofrênica. Ele nasceu em 1966, em Olten, cantão de Solothurn, passou a infância em abrigos de menores, e, apesar da infância difícil, se tornou empresário do setor imobiliário e financiou a campanha para a coleta de assinaturas com recursos próprios.

Heloísa Broggiato, Opera Mundi

Como 15 mil crianças suíças foram arrendadas e vítimas de abusos

29/11/2014

Não há o que não haja

Gilmar Mendes será provocado a defender um segundo Rodrigo De Grandis no Ministério Público. Depois da PEC-37, a única consequência das manifestações de junho de 2013, o Ministério Púbico tem licença para vestir a fantasia da Pantera Cor-de-Rosa. Bem lembrado pelo Miguel do Rosário, o caso Boimate e o Nueva Konigsberg catapultaram a Veja para o antro do Instituto Millenium.

Dia sim outro também, as cinco irmãs vão se estatelando. Como no samba, está lá O Globo estendido no chão. Ailton Benedito de Souza junta-se ao seleto grupo de Rodrigo Constantino, Rodrigo de Grandis, Lobão, Bolsonaro e outros quadrúpedes de menor expressão. Diante do que informa Miguel a pergunta que não quer calar: como anda o processo seletivo no Ministério Público? Não tem teste psiquiátrico, não?! E pensar que, acima deles todo, está o Silenciador-Geral do STF para dar cobertura a este tipo de sanguessuga do Estado.

Será que ele não é uma das vítimas, um sequelado do acidente com Césio 137 em Goiânia?! Ou teria sido contagiado pela epidemia de anencefalia que acomete os a$$oCIAdos do Instituto Millenium?

Os boimates bolivarianos do Ministério Público

29 de novembro de 2014 | 06:07 Autor: Miguel do Rosário

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Democracia é expor todas as instituições à crítica livre e transparente da sociedade.

Inclusive o Ministério Público, uma instituição fundamental ao combate à corrupção, mas que também deve ser vigiada.

Quem vigia os vigilantes?

O procurador exibicionista que expôs o MPF ao ridículo

SEX, 28/11/2014 – 23:41
ATUALIZADO EM 28/11/2014 – 23:49
Luis Nassif, em seu blog.

Não há nada que comprometa o esforço geral de uma corporação, do que o exibicionismo de um de seus membros – especialmente quando dispõe de prerrogativas de poder de Estado.

É o caso do Procurador da República em Goiás Ailton Benedito de Souza.

Ontem expôs o MPF ao ridículo, ao agir contra decisão do governo venezuelano de convocar 26 jovens do Brasil para compor uma tal Brigadas Populares de Comunicação.

Imediatamente o procurador Ailton intimou o Itamaraty, em um prazo de dez dias, a levantar a identidade dos jovens sequestrados e investigar uma possível rede de tráfico humano.

Era uma mera notícia de Internet, mencionando a comunidade Brasil, um bairro popular da cidade venezuelana de Cumaná que, com exceção do nome, não tem a menor relação com o país Brasil.

A barriga repercutiu no mundo todo, sendo ironizada em vários idiomas.

Uma barriga desse tamanho basta. Mas a atitude do Procurador em se basear em qualquer factoide para propor ações já virou compulsão.

Tornou-se membro do Instituto Millenium, valendo-se das prerrogativas do cargo para desmoralizar o Ministério Público.

Em maio passado tentou suspender toda a publicidade da Copa do Mundo (http://migre.me/nabDB) por estar “absurdamente divorciada da realidade”.

Montou um catatau de 50 páginas argumentando que “de fato, os brasileiros ficaram bastante esperançosos e que as obras da Copa, que consumiram bilhões de recursos públicos, proporcionassem um legado auspicioso, a ser usufruído nos anos vindouros pela sociedade, que, afinal paga a conta”.. No entanto, “vários empreendimentos projetados para o transporte público e o trânsito foram cancelados ou substituídos por outros de menor impacto, que, primeiro, não serão concluídos a tempo; e, segundo, visam, exclusivamente, mitigar os efeitos da desorganização, da falta de planejamento, da incompetência em executar o que se planejou, relativamente à infraestrutura e aos serviços voltados à realização da Copa, a fim de evitar que o pior”.

Consultasse o próprio MPF, esse despreparado saberia do enorme trabalho que juntou praticamente todos os poderes – do Executivo aos estados, da Polícia ao Ministério Público – na organização do evento. Baseou-se em meras notícias não confiáveis da mídia para sair atirando.

Em novembro de 2011, processou professores por desacato, depois de terem ido ao MPF-GO denunciar supostos desvios de verba do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico) pela prefeitura de Goiânia.

Quando foi lançado o programa Mais Médicos, viu mais uma oportunidade de aparecer. Com base em notas de jornal, instaurou um inquérito civil-público para apurar “possíveis ações e omissões das administrações públicas – em todas as esferas – a respeito do programa Mais Médicos” (http://migre.me/nabUf).

Baseava-se exclusivamente em reportagens mal apuradas, sem a preocupação em aprofundar as investigações. Indagado sobre a razão do inquérito, alegou que:

“Primeiro: a notícia de que municípios estariam substituindo profissionais próprios por médicos do “Mais Médicos”. Segundo: a notícia de que profissionais originários de Cuba estariam sofrendo algum tipo de violação aos seus direitos, principalmente o direito de se locomover no território nacional. Terceiro: a situação de abandono do programa por médicos que se inscreveram no programa e ingressaram na atividade”( http://migre.me/nac3x).

Se amanhã um jornal noticiar que há indícios de propina no escavamento das crateras da Lua, não se tenha dúvida e que o bravo procurador atuará firmemente em defesa da moralidade intimando os lunáticos.

O procurador tem um blog, o “Bendito Argumento”, onde elabora textos assim:

“Portanto, todos nós, queiramos ou não, participamos ou omitamos, ajamos ou quedamos, ativos ou passivos, independentemente de nossos sonhos e pesadelos, virtudes e vícios, desejos e repulsas, crenças e incredulidades, saberes e ignorâncias, bravura e covardia, riquezas e misérias etc., somos seres políticos. E, como tais, responsáveis perante nós mesmos, as famílias, a sociedade, o mundo no qual vivemos”.

(…) Se eu fosse cruel, torceria pela vitória daqueles que almejam transformar a democracia do Brasil numa cópia dos regimes ditatoriais bolivarianos, para que eles fossem devorados pelo Saturno dos seus sonhos”.

Em seus textos, Ailton denuncia a “propaganda eleitoral subliminar”, “sobretudo a que se utiliza da máquina pública”.

Define a tal propaganda eleitoral subliminar como aquela que “consubstancia mensagem que não ultrapassa o limiar da consciência, que não é suficientemente intenso para penetrar na consciência, mas que, pela repetição ou por outras técnicas, pode atingir o subconsciente, afetando as emoções, desejos, opiniões; subconsciente. Nessa perspectiva, a propaganda política também se serve das técnicas subliminares para chegar à inconsciência dos cidadãos, sobretudo os eleitores, especialmente durante os processos eleitorais. Todavia, não é incomum que tais processos perdurem todo o período que medeia entre a posse dos eleitos num pleito e o próximo. Noutras palavras, políticos estão sempre em campanha, muitas das vezes sem que o cidadão-eleitor tenha consciência”.

Em um dos artigos, deblaterou contra a afirmação de Dilma Rousseff, de que poderia utilizar as Forças Armadas nas manifestações contra a Copa:

“Por que, em lugar usar que “o Exército pode agir contra manifestações anti-Copa”, não se determinar aos órgãos competentes, responsáveis pela segurança pública, que façam uso da apropriado da Lei de Segurança Nacional para punir os que atentam contra a democracia, o Estado de Direito, os direitos fundamentais dos brasileiros, seja antes, durante ou depois da Copa? Pois que, sendo necessário, que se invoquem as Forças Armadas para defender a sociedade, a democracia, o Estado de Direito, não a #CopaDasCopas” (http://migre.me/nacLy)”.

Os boimates bolivarianos do Ministério Público | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

31/10/2014

PEC-37 protege os de Grandis contra de menor

Filed under: Ministério Público,PEC 37,Rodrigo de Grandis — Gilmar Crestani @ 8:37 am
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Ao invés de fazer campanha para a menoridade penal, Aécio deveria pedir aumento de pena para quem tem dever funcional de agir e não o faz para proteger correligionários corruptos. Causa espanto que as justiças da Suíça e a Alemanha já tenham condenado, respectivamente, a Alstom e a Siemens mas no Brasil processos que envolvem corruptos do PSDB seguem a lei do Engavetador Geral, Geraldo Brindeiro

Aposto uma pizza bem Grandis que não vai dar em nada!

Ministerio PublicoÓrgão do Ministério Público abre processo contra procurador

Grandis deixou parado pedido da Suíça em apuração sobre propinas da Alstom em contratos de gestões do PSDB em SP

Procurador pode receber a pena de censura, a segunda mais branda na lista de punições da categoria

FREDERICO VASCONCELOSFLÁVIO FERREIRADE SÃO PAULO

O Conselho Nacional do Ministério Público abriu processo disciplinar contra o procurador da República Rodrigo de Grandis por entender que há indícios de que ele descumpriu dever legal no exercício de sua função ao deixar parado por quase três anos um pedido de investigação da Suíça sobre o caso Alstom.

O despacho do CNMP (órgão de controle externo do Ministério Público) aponta que, ao fim do caso, Grandis pode receber a pena de censura, a segunda mais branda na lista de punições para procuradores e promotores.

A abertura do processo administrativo disciplinar contra Grandis foi determinada pelo corregedor do CNMP Alessandro Tramujas Assad na última sexta (24). A medida encerra a sindicância iniciada em novembro de 2013, após a Folha revelar o engavetamento do pedido da Suíça. Agora Grandis terá de apresentar sua defesa.

O despacho do CNMP indica "violação, em tese", dos deveres de "cumprir os prazos processuais", "desempenhar com zelo e probidade as suas funções" e "adotar as providências cabíveis em face das irregularidades de que tiver conhecimento".

A sindicância do CNMP teve desfecho diferente da apuração interna do Ministério Público Federal, que arquivou o caso em abril por entender que a conduta de Grandis não prejudicou as investigações e não houve falta funcional do procurador.

Em outubro de 2013, a Folha informou que procuradores da Suíça se cansaram de esperar pela cooperação de Grandis por quase três anos e arquivaram as investigações sobre acusados de distribuir propina da multinacional francesa Alstom para servidores e políticos do PSDB.

O requerimento feito pelas autoridades suíças em fevereiro de 2011 foi para que o Ministério Público brasileiro interrogasse quatro suspeitos de integrar esquema de distribuição de propina em contratos do setor público de trens. Também haviam sido pedidas análise da movimentação financeira deles e buscas na casa de um dos suspeitos, ex-diretor da CPTM.

Na época, Grandis disse que seu gabinete havia cometido uma "falha administrativa" que levou o pedido a ser arquivado em pasta errada. Depois da divulgação do fato, o CNMP e o Ministério Público Federal iniciaram apurações, e a cooperação com a Suíça foi retomada.

Grandis disse que ainda não foi informado sobre a instauração do processo, mas tem "convicção de que prevalecerá a decisão da Corregedoria do Ministério Público Federal" de que ele não cometeu "falta funcional".

16/10/2014

Na Justiça Paulista, Serra sempre joga em casa

SerrALSTOMCARTEL DOS TRENS

Investigação sobre Serra é arquivada no Ministério Público

DE SÃO PAULO – O Conselho Superior do Ministério Público homologou decisão do procurador-geral de Justiça Márcio Elias Rosa e arquivou investigação que apurava se o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) teve envolvimento com o cartel de empresas que atuou em licitações de trens de São Paulo de 1998 a 2008, em gestões do PSDB.

Por 5 votos a 3, o conselho ratificou o entendimento de Rosa de que "não foram até o momento identificados indícios de envolvimento do ex-governador José Serra na prática de atos de improbidade" em relação à licitação da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) de 2007.

Em outro inquérito sobre o cartel, conduzido pela Polícia Federal, Serra, senador eleito, foi intimado para prestar esclarecimentos.

O depoimento estava marcado para o último dia 7, mas foi adiado pela PF e ainda não tem nova data.

    28/08/2014

    O filho da PEC 37 voa, e não é morcego…

    Quem disse que as manifestações de junho de 2013 não deram em nada? Houve pelo menos dois beneficiados: 1) o Ministério Público, que conseguiu aprovar a PEC 37 e 2) Marina Silva, que consegue fazer o que bem entende, como prova o avião irregular, sem que o MP mova uma palha para investigar. Enquanto isso, a Polícia Federal, a despeito da sonegação de apoio do MP, faz seu serviço republicano.

    Aliás, quem investiga o MP? E os grupos mafiomidiáticos que tanto atacaram o AeroLula, que foi adquirido de forma republicana, será que também vão atacar o aerocorrupção? Ou serão todos aeromáfias?!

    As primeiras imagens de Marina no jato do caixa 2

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    Nas cenas, ela aparece desembarcando, ao lado de Eduardo Campos, do PR-AFA, que desabou em Santos (SP), matando o ex-governador e outras seis pessoas; uso da aeronave constitui crime eleitoral, uma vez que o jato, além de não registrado como táxi aéreo, foi cedido a Campos numa escabrosa transação com o uso de laranjas e caixa dois; ontem, no Jornal Nacional, Marina disse que "não sabia" quais eram as condições reais do jato e comprou a versão do PSB, sobre empréstimo que seria pago no fim da campanha

    28 de Agosto de 2014 às 06:58

    247 – As imagens acima são as primeiras que conectam a ex-senadora Marina Silva ao jato PR-AFA, que desabou em Santos há 15 dias, matando o ex-governador Eduardo Campos e outras seis pessoas.

    A aeronave pertencia ao grupo AF Andrade, de usinas falidas de etanol em São Paulo, e foi repassada a amigos de Eduardo Campos, que assumiram o pagamento de parcelas pendentes do leasing. Para isso, montaram um escabrosa operação financeira, com o uso de laranjas. O principal pagamento veio de Eduardo Ventola, dono, em Recife, de uma factoring, tipo de empresa normalmente usada para esquentar recursos de caixa dois.

    Ontem, no Jornal Nacional, Marina Silva afirmou que não sabia quais eram as condições da aeronave e comprou a versão do PSB, sobre um empréstimo que seria pago no fim da campanha.

    Uma tese, no mínimo, curiosa. Afinal, o que levaria três empresários de Pernambuco a assumir empréstimos com um dono de factoring para comprar um avião que eles próprios não usariam? Ontem, em Santos, Antônio Campos, irmão do ex-governador, visitou vítimas do desastre e prometeu que a família poderia pagar os danos materiais. Um sinal de que a família, indiretamente, assume a propriedade do avião e tenta conter os danos políticos da lambança.

    Leia, abaixo, a análise do Tijolaço sobre o caso:

    MARINA ACABA SE SE ASSOCIAR A UM CRIME ELEITORAL

    Independente do resultado “marquetológico” da entrevista de Marina Silva ao Jornal Nacional – e eu acho que foi desastroso – há um elemento gravíssimo nas declarações da nova candidata do PSB.
    Marina confessou o conhecimento de um crime eleitoral e a participação nos benefícios desta transgressão.
    Ela confessou saber que o avião era produto de um “empréstimo de boca” que seria ‘ressarcido” – se é ressarcido, tem preço – ao final da campanha.
    Poderia, se fosse o caso, dizer que não sabia dos detalhes da contratação do serviço, feita por Eduardo Campos. Mas está amarrada de tal forma no assunto que teve de se acorrentar à fantasiosa versão do PSB.
    Que é uma aberração jurídica e contábil, que não pode prevalecer – e não prevalece – em qualquer controle de contas eleitorais.
    Até no Acre de Marina Silva o TRE distribui um formulário onde o dono de um veículo, mesmo que seja um Fusca 82, assine a cessão e atribua o valor em dinheiro do bem.
    O que dirá para um jato de R$ 20 milhões!
    Não há um contrato sequer, não há preço estabelecido e, sobretudo, as empresas (ou o laranjal) que tinha o controle do avião não se dedicam à locação de transporte aéreo.
    É um escândalo de proporções amazônicas.
    Só menor do que o escândalo que é, depois de tantas confissões, o silêncio do Ministério Público.
    Todos se lembram da Procurador Sandra Cureau, que por um nada partia para cima do Presidente Lula e da candidata Dilma Rousseff.
    Está mudo, quieto, silente.
    Acovardado diante dos novos santos da mídia.
    A partir de agora, prevalecendo isso, se podem emprestar prédios, frotas, aviões, até uma nave espacial para Marina ir conversar com Deus.
    De boca, sem recibo, sem contrato, sem papel.
    Na fé.

    As primeiras imagens de Marina no jato do caixa 2 | Brasil 24/7

     

     

    Não houve empréstimo de avião. Estadão confirma: Eduardo Campos participou da compra

    28 de agosto de 2014 | 03:11 Autor: Fernando Brito

    uberaba

    Novamente, o Estadão confirma,  com bom trabalho de seus repórteres, as informações que este blog tinha conseguido reunir e publicar, com os poucos meios de que dispõe.

    No final da noite de ontem, Ricardo Brant e Andreza Matais publicam que o ex-governador Eduardo Campos aprovou, pessoalmente, a aquisição do Cessna do grupo AF Andrade, como já tinha ficado claro por uma publicação da Folha, no dia seguinte ao acidente, quando ainda não havia elementos para que a reportagem pudesse ver o quanto obscuro era o negócio.

    Portanto, não houve empréstimo de avião dos empresários a Eduardo Campos: o ex-governador participou diretamente da compra do aparelho, dando a palavra final para sua aquisição, segundo os próprios empresários que estariam vendendo o aparelho.

    João Carlos Lyra Pessoa de Mello, da JCL Factoring, marcou com os donos da AF Andrade o dia 8 de maio. Diz o jornal que “de Congonhas, o jato partiu com o ex-governador para Uberaba (MG), com o piloto da AF Andrade, Fabiano Peixoto. No dia, Campos visitou a 80ª Expo Zebu, em agenda de pré-campanha”.

    Mas há mais fatos sendo confirmados.

    Na noite de ontem, a Polícia Federal confirmou, com mais detalhes, o que havia sido informado aqui no sábado: Campos estendeu os incentivos fiscais dados à empresa Bandeirantes Companhia de Pneus.

    Segundo o Valor: “O decreto do ex-governador eliminou limites de importação de pneus à empresa, estabelecidos na gestão anterior à de Campos.”

    O dono da Bandeirantes é o próximo personagem que vai surgir: Apolo Santana Vieira,  dono da Bandeirantes. Não é à toa que o aparelho em que voava Eduardo Campos antes ca compra do Cessna, era um Learjet da Bandeirantes que, ao ser matriculado na Anac, teve escolhido o prefixo  (PP) ASV.

    Este prefixo estava desativado desde 1966, quando pertencia a um Handley Page  HP-100 Herald, da então Sadia Transportes Aéreos, que viria a se tornar a Transbrasil.

    E foi solicitado por causa das iniciais: Apolo Santana Vieira.

    Não houve empréstimo de avião. Estadão confirma: Eduardo Campos participou da compra | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

    28/12/2013

    A ressureição dos esqueletos do Gurgel

    Filed under: DEMo,Ministério Público,Roberto Gurgel — Gilmar Crestani @ 8:13 pm
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    Sinceramente, se eu fosse do Ministério Público, teria tido muita vergonha de pertencer a uma Instituição que serviu de forma tão abjeta, durante o período de Roberto Gurgel, aos interesses mais mesquinhos e menos institucionais jamais pensados. O que espanta não é a presença de um Roberto Gurgel no topo da cadeia, que a isso estão sujeitas todas as agremiações humanas, mas a passividade bovina dos subalternos, que, mesmo tendo independência e autonomia constitucional, não reagiu. Sinaliza que, no conjunto, inspira mais cuidados que aplausos. Primeiro a proteção a Carlinhos Cachoeira, depois à Demóstenes Torres, agora ao Agripino Maia. Sem contar com o papel de Rodrigo de Grandis na proteção ao tucanato  em São Paulo.

    CNMP quer saber por que Gurgel protegeu Agripino

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    Conselho Nacional do Ministério Público vê em engavetamento do caso de caixa 2 do DEM prevaricação do ex-procurador-geral da República, Roberto Gurgel; denúncia contra a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, e o presidente do DEM, Agripino Maia, de financiamento ilegal de campanha, chegou à PGR em 2009, mas foi solenemente ignorada por Gurgel; “Este é um exemplo da controvertida gestão de Roberto Gurgel. Trata-se de uma falta de clareza de critérios, que faz com que se pense que ele atuava com parcialidade”, afirma o conselheiro do CNMP Luiz Moreira

    28 de Dezembro de 2013 às 10:28

    247 – Hoje ex-procurador-geral da República, Roberto Gurgel ganhou notoriedade, durante sua passagem pelo cargo, por sua ávida atuação contra petistas no episódio do "mensalão". No entanto, quando as denúncias que chegavam até ele eram contra figuras de outros partidos, notadamente, os de oposição ao PT, não se percebia a mesma disposição para investigar. O caso que envolve a denúncia de caixa 2 do DEM no Rio Grande do Norte é mais um exemplo dessa indignação seletiva de Gurgel.

    Denunciado na semana passada pela revista Istoé, o esquema envolvendo a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e o presidente do partido, senador José Agripino Maia, no financiamento ilegal de campanha, foi ignorado por Gurgel em 2009, ano em que o caso chegou à Procuradoria-Geral da República. Ciarlini e Agripino Maia estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal por caixa 2 durante a campanha eleitoral de 2006. Em umas das escutas telefônicas captadas pela Polícia Federal, Maia surge questionando a um interlocutor se a parcela de R$ 20 mil – em um total de R$ 60 mil prometidos a determinado aliado – foi repassada. A sequência das ligações revela que não era uma transição convencional. Segundo a investigação do MP, contas pessoais de assessores da campanha eram utilizadas para receber e transferir depósitos não declarados de doadores. Mas tudo isso foi ignorado por Gurgel, numa clara atitude de prevaricação.

    Diante disso, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) quer saber por que o ex-procurador-geral Roberto Gurgel não investigou a denúncia. À Istoé, o conselheiro do CNMP Luiz Moreira questionou os motivos que levaram ao arquivamento dos grampos. “Este é um exemplo da controvertida gestão de Roberto Gurgel”, diz. “Trata-se de uma falta de clareza de critérios, que faz com que se pense que ele atuava com parcialidade”, complementa. Não é a primeira vez que um parlamentar do DEM se beneficia da vista grossa de Gurgel. O ex-senador Demóstenes Torres, flagrado em escutas da operação Vegas da Polícia Federal, deixou de ser investigado pela Procuradoria Geral da República até a deflagração de outra ação da PF, a Operação Monte Carlo, que confirmou a ligação do parlamentar com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, lembra reportagem da revista que chega esta semana às bancas.

    CNMP quer saber por que Gurgel protegeu Agripino | Brasil 24/7

    01/12/2013

    Entulho da democracia

    Filed under: Golpismo,Ministério Público — Gilmar Crestani @ 10:08 am
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    Assim como há políticas e grupos de mídia que são entulhos da ditadura, o MP virou entulho da democracia, o caranguejo do cesto que puxa para baixo qualquer tentativa de avanço social. O forte do MP é criminalizar quem tem proposta alternativa  aos tempos ditatoriais, ao neoliberalismo. A reinvenção da democracia implica em aceitar que o MP queira ser, paralelamente e subsidiariamente aos grupos mafiomidiáticos, o quarto poder. Então, foda-se, Montesquieu!

    Tijolaço: MP tenta
    novo golpe contra Lula

    Será o MP o DOI- CODI da Democracia ?

    O Conversa Afiada reproduz texto  de Miguel do Rosário, que além de seu Cafezinho, também é modesto colaborador do blog do Tijolaço, sobretudo aos finais de semana:

    O Antigo Regime não perdoa Lula


    O Ministério Público Federal, através de um parecer assinado por Marcelo Antônio Ceará Serra Azul, entrou com uma ação de improbidade administrativa contra Lula. A mesma ação já havia sido anulada pela Justiça, mas o MP apelou, e trabalha para que a denúncia seja aceita pela Justiça.
    Tudo muito bem, só que é importante a gente lembrar alguns episódios. E jamais esquecer que o Ministério Público, que tem a nobre missão de combater a corrupção e a incompetência administrativa, também tem seus problemas.
    O MP tem muitos integrantes ilibados e valentes, mas há momentos em que aqueles que cultivam rancores políticos e se associam a forças partidárias conservadoras (para não dizer mafiosas), parecem predominar.
    Serra Azul, o procurador que assina o parecer contra Lula, por exemplo, além do sobrenome de pirata, tem uma mácula em seu passado que, pelo jeito, ainda não se apagou por completo.
    Ele acompanhava outro procurador José Santoro, quando este tentou pressionar Carlos Cachoeira, a entregar uma certa “fita” que poderia prejudicar José Dirceu.
    O escândalo foi parar no Jornal Nacional (que tentou, mesmo assim, aliviar a barra de Santoro, ao lhe dar todas as chances de se explicar):
    (O vídeo acima foi editado por mim para mostrar somente a parte em que Serra Azul é citado; a íntegra da matéria do Jornal Nacional está aqui).
    Santoro não ocultava seus objetivos: atingir José Dirceu e “derrubar o governo do PT”.
    O caso chocou parte da opinião pública, e obrigou o então procurador-geral da República, Claudio Fonteles, a entrar com uma representação contra três procuradores:
    O coordenador criminal do Ministério Público Federal em Brasília, Marcelo Antônio Ceará Serra Azul, o procurador Mário Lúcio de Avelar, bem como o sub-procurador, José Roberto Figueiredo Santoro, que extrapolaram suas funções na investigação do caso Waldomiro, poderão sofrer desde a pena mínima de advertência até a máxima, que seria a demissão.
    Os atos por eles praticados afrontam “ao princípio do Promotor Natural e improbidade administrativa na modalidade de violação do dever de lealdade para com a Instituição”, no entender de Cláudio Fonteles, procurador-geral da República, que, nesta quarta-feira (31/3), encaminhou à Corregedoria-Geral do órgão pedido de abertura de inquérito administrativo. (veja íntegra abaixo)
    Segundo Fonteles, ao tomarem conhecimento, no dia 4 de fevereiro passado, das fitas gravadas da conversa entre Waldomiro Diniz e o bicheiro Carlos Cachoeira, que foram enviadas pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) com um pedido de investigação, deveriam ter encaminhado o material para o primeiro grau. “Eles invadiram atribuições”, afirmou.

    Na época, a senadora Ideli Salvati foi à tribuna expressar sua suspeita de que Serra Azul estaria associado a Carlos Cachoeira, porque o procurador havia “anistiado” a Gtech, da qual Cachoeira era sócio, e jogado todo o peso do MP sobre a Caixa.
    O próprio Dirceu também descobriu que Serra Azul entrara na Caixa para levar documentos, sem autorização judicial.
    Uma rápida pesquisa nos permite descobrir que Serra Azul integrava o grupo de procuradores ligados à José Serra, do qual fazia parte Santoro, Mário Lúcio de Avelar; na Polícia Federal, o serrista mais conhecido era Marcelo Itagiba. Santoro, Avelar e Itagiba estiveram à frente, por exemplo, do caso Lunus, onde Serra conseguiu a proeza de extirpar pela raíz a candidatura de Roseane Sarney.
    (Digressão: assista essa denúncia do deputado estadual Marcelo Freixo, que acusa Itagiba de ser um dos nomes mais constantes na CPI da Milícia, e que a milícia no Rio de Janeiro jamais cresceu tão rápido e matou tanta gente como quando Itagiba esteve à frente da secretaria de Segurança.)
    A relação entre Serra Azul e Serra vem desde os tempos em que o tucano foi ministro da Saúde e montou uma espécie de “central de inteligência e contra-inteligência” no próprio ministério.
    Matéria da Folha de 31 de outubro de 2001 informava que o empresário Alexandre Paes dos Santos, 47 anos, vivia um estranho pesadelo. Após comentar com uma jornalista sobre um esquema dentro do Ministério da Saúde para forçar empresários a colaborar no caixa de campanha de José Serra (seria um dos “mensalões” de José Serra?), o procurador Serra Azul apareceu na sua vida como um anjo vingador – em defesa de Serra. De possível denunciante, Santos passou a ser investigado.
    “O procurador Marcelo Antonio Ceará Serra Azul, o ministro e o assessor, segundo Santos, estariam invertendo a situação. No lugar de investigarem sua denúncia de que existiria no ministério um esquema para forçar empresários a colaborar com a caixa de campanha presidencial de Serra, ele, Santos, é que passou a ser investigado por supostamente levantar suspeitas que visam obter benefícios para seus clientes.
    O esquema do ministério seria, segundo o advogado Felipe Amodeo, um crime de concussão (extorsão ou peculato cometidos por servidor público no exercício da função). A acusação contra Santos é de tentativa de extorsão.”

    Essas informações servem para alertar os cidadãos a olharem o Ministério Público com o mesmo grau de desconfiança que tem contra o Legislativo e o Executivo. O jogo pesado de poder e a corrupção estão tão entranhados no Ministério Público como em qualquer outra instituição. Com um agravante: os procuradores são como príncipes. Não passam pelo filtro do voto popular e gozam de uma blindagem e imunidade que nenhum parlamentar, ministro ou mesmo presidente da república, possuem.
    Além disso, não é difícil observar, no seio do Ministério Público, a presença de uma mentalidade profundamente aristocrática, e um preconceito muito grande contra a classe política, vista como inculta, corrupta e incompetente. A figura de Lula, especialmente, por encarnar exatamente o oposto do perfil sociológico de um membro do Ministério Público, desperta um ódio irracional.
    No julgamento do mensalão, esse ódio corporativo veio à tôna com muita força. Ao apresentar oficialmente a denúncia, Roberto Gurgel, não expõe somente os supostos fatos que deveriam levar à condenação: ele faz um discurso muito mais adjetivo do que substantivo. É um discurso de ódio e ressentimento. Como figura mais importante do Ministério Público naquele momento, Gurgel representava o neocoronelismo burocrático, já denunciado por Raymondo Faoro, cuja obra, ironicamente, é citada por Gurgel no discurso, mas sob um viés totalmente deturpado; Faoro antevira o golpe de Estado de 64 ao alertar que o coronelismo renascia disfarçado na burocracia.
    O neocoronelismo burocrático, alertava Faoro, seria a maneira como as elites reagiam à democracia, sobretudo quando, após Vargas, perdem as prerrogativas de controlar (e fraudar) o processo eleitoral. Para setores da elite, a democracia implica em perda de poder. Por isso, o espírito de vingança, que perdura até hoje.
    A perseguição de Serra Azul contra Lula, enquanto FHC é deixado em paz, reflete esse espírito vingativo e aristocrático do Ministério Público. FHC mereceu ser presidente, porque estudou na Sorbonne e fala francês. Lula não. Lula tem de pagar pelo crime de ganhar as eleições e governar o Brasil. Com o julgamento do mensalão, derrubaram alguns dos melhores quadros políticos do PT. Agora é a vez do próprio Lula.

    Clique aqui para ler “MP é o DOI-CODI da Democracia”

    Tijolaço: MP tenta novo golpe contra Lula | Conversa Afiada

    04/11/2013

    Lavanderias De Grandis, um mistério púbico

    Filed under: Rodrigo de Grandis — Gilmar Crestani @ 9:10 am
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    De Grandis tentou boicotar a Satiagraha ?

    Cafezinho: existe uma lógica nos “esquecimentos” do Procurador ?

    O Conversa Afiada republica texto de Miguel do Rosário, do Cafezinho:

    De Grandis também tentou esvaziar Satiagraha?
    Antes uma contextualização geral. Descobriu-se, esta semana, que o Ministério Público da Suíça decidiu arquivar a investigação contra três figuras do governo paulista, envolvidas no trensalão tucano, porque o Ministério Público brasileiro não quis colaborar. O responsável direto pelo corpo mole era Rodrigo De Grandes, procurador da República, que desde o início investiga, ou finge investigar, as denúncias de esquema de corrupção na área de transporte ferroviário do estado de São Paulo.
    A informação caiu como uma bomba, porque agora se tem provas fartas de que houve corrupção pesada, a valores que podem remontar a bilhões de reais.
    O novo chefe do Ministério Público, Rodrigo Janot, já mandou investigar a conduta de De Grandis. A corregedoria nacional do Ministério Público também.
    A situação de Grandis fica ainda mais complicada após a informação de que o Ministério da Justiça oficiou por três vezes o procurador para responder às autoridades suíças, o que derruba a desculpa esfarrapada que De Grandis inventou para explicar o engavetamento da investigação sobre o trensalão paulista. De Grandis alegou que guardou o arquivo na “pasta errada”.
    Por fim, em matéria publicada ontem no Consultor Jurídico, descubro outra pérola sobre o distinto De Grandis. Até então, ele era considerado um herói da Satiagraha. Posou de mocinho ao simular um esforço para reconduzir o delegado Protógenes à chefia do inquérito que investigou Daniel Dantas e seus esquemas.
    Entretanto, a reportagem revela que De Grandis, na verdade, fez corpo mole num ponto crucial da Satiagraha, o que envolvia a corrupção de magistrados e autoridades. Quem seriam os magistrados? Dantas sempre falou nas “facilidades” que teria no STF… Ou seja, De Grandis pode ter colaborado, reservadamente, para derrubar Satiagraha, que foi o que aconteceu mais tarde, quando o STF dá dois habeas corpus seguidos a Daniel Dantas e, meses depois, anula toda a operação, incluindo a condenação do banqueiro.
    Essas informações provam que um dos principais focos de corrupção está dentro do Ministério Público, que promove uma vergonhosa seletividade dos casos que irá apurar. Em alguns casos, finge investigar, mas trabalha para desmoralizar a própria investigação.
    Está cada vez mais claro que a PEC 37 vinha em boa hora, para moralizar o Ministério Público. Infelizmente, uma campanha oportunista manipulou a opinião pública.
    E agora vem à tôna o que é, de verdade, o MP, uma instituição tão ou mais corrompida que qualquer outra nesse país. Com um agravante: é a instituição que não deveria fazer política, e cuja razão de existir é justamente… combater a corrupção.
    Leia o trecho que destaquei.


    CNMP e PGR investigam trabalho de Rodrigo De Grandis
    Por Pedro Canário, no Consultor Jurídico, sobre De Grandis.
    O corregedor nacional do Mininstério Público, Alessandro Tramujas, decidiu nesta quarta-feira (30/10), instaurar reclamação disciplinar contra o procurador da República em São Paulo Rodrigo De Grandis (foto). O motivo são as suspeitas de que o procurador tenha trabalhado para atrasar o andamento das investigações, pelo Ministério Público da Suíça, da empresa francesa Alstom no Brasil.
    A instauração do procedimento administrativo vem depois de o MP suíço ter anunciado o trancamento de parte das apurações das atividades da Alstom por falta de cooperação do Ministério Público Federal brasileiro. A investigação arquivada na Suíça apurava o envolvimento dos consultores Arthur Teixeira, Sérgio Teixeira e José Amaro Pinto Ramos no pagamento de propinas a José Zaniboni, ex-diretor da empresa de trens metropolitanos do estado de São Paulo, a CPTM. As acusações são de pagamento de US$ 836 mil. Rodrigo De Grandis é o procurador responsável pelas apurações no Brasil.
    O procurador declarou publicamente que houve “falha administrativa” no caso, e por isso não cooperou mais com as investigações. Em “nota de esclarecimento”, o Ministério Público Federal em São Paulo afirmou que as diligências pedidas pelo MP suíço foram feitas. O que ficou sem resposta, de novo, “em razão de uma falha administrativa”, foi “um pedido suplementar de diligências enviado pelas autoridades suíças em 2011”.
    O motivo: o pedido de diligências suplementares “foi arquivado erroneamente em uma pasta de documentos auxiliares, quando deveria ser juntado junto ao processo de cooperação internacional”. Sob o os cuidados de Rodrigo De Grandis, os documentos ficaram perdidos nas gavetas do MPF paulista.
    Não é só do Conselho Nacional do Ministério Público que partem as iniciativas de observar o trabalho de De Grandis. Na terça-feira (29/10), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou à Secretaria de Cooperação Jurídica Internacional do MPF que esclareça a tal “falha administrativa” que guardou os pedidos do MP suíço na gaveta errada.
    Método conhecido
    Com o pedido de instauração do procedimento no CNMP, a corregedoria do MPF deve informar à Corregedoria Nacional se há outros procedimentos administrativos instaurados. Mas, conforme mostrou reportagem da revista Consultor Jurídico em reportagem da segunda-feira (28/10), o trabalho de Rodrigo De Grandis é conhecido por quem acompanha as grandes investigações de crimes federais no Brasil, especialmente em São Paulo.
    No caso da operação satiagraha, o nome de De Grandis é constantemente citado. Ele era o procurador responsável pela operação e, depois, pela ação penal que dela decorreu.
    Um exemplo decorre de uma diligência de busca e apreensão feita pela Polícia Federla na seda da empresa Angra Partners, que à época tinha o controle acionário do grupo que controlava a Brasil Telecom. Nessa diligência foram apreendidos diversos computadores e discos rígidos e uma agenda, na qual constavam anotações que insinuavam pagamento de propinas a juízes, ministros e outras autoridades.
    As anotações da agenda, no entanto, eram só suposições, e era preciso de base material para comprová-las, ou desmenti-las. De Grandis, então, interrogou o dono da agenda, Alberto Guth, o dono da Angra Partners. Mas, segundo alegou o advogado Renê Ariel Dotti ao Supremo Tribunal Federal em inquérito que investiga ilegalidades cometidas pela PF na operação satiagraha, “a oitiva enrubesce quem a lê, dada a superficialidade”.
    “O que deveria se constituir em interrogatório transmudou-se em declaração epidérmica”, diz o advogado. “Não se questionou sobre a corrupção de autoridades indicada nos manuscritos, cujo teor poderia suscitar pesquisa de verdade material. E pior, o procurador não instaurou procedimento investigatório.”

    De Grandis tentou boicotar a Satiagraha ? | Conversa Afiada

    28/10/2013

    Assalto ao trem pagador

    Filed under: ALSTOM,José Serra,Propinoduto Tucano,PSDB,Siemens — Gilmar Crestani @ 8:15 am
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    A primeira versão foi estralada por Ronald Biggs:

    O remake brasileiro tem vários protagonistas, todos são do PSDB, e o lucro é também recorde R$ 1,5 bilhão. Competência é isso aí. Fossem petistas, não passaria de 150 mil.

    Com lobista, Alstom atingiu 100% da meta de negócios com SP

    Objetivos citados por ex-presidente renderam à multinacional francesa cerca de R$ 1,5 bilhão

    Em duas das licitações houve conluio do cartel que atua no setor de trens, segundo a denúncia da Siemens

    FLÁVIO FERREIRA(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)MARIO CESAR CARVALHODE SÃO PAULO

    A Alstom conseguiu tudo o que queria com o governo de São Paulo. Os quatro negócios citados em e-mail pelo ex-presidente da empresa José Luiz Alquéres como estratégicos foram fechados com o Metrô e a CPTM.

    Em dois desses contratos houve conluio entre as empresas, segundo acusação da Siemens feita ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão do governo federal que cuida da defesa da concorrência.

    O objetivo de Alquéres era faturar 250 milhões de euros (R$ 900 milhões na época e R$ 750 milhões hoje) com os projetos. O valor foi ultrapassado. Os quatro negócios renderam cerca de R$ 1,5 bilhão, em valores atualizados.

    O e-mail de Alquéres, de 18 de novembro de 2004, citava uma situação negativa para a divisão de transporte da Alstom –a empresa só conseguira atingir 11% das metas em oito meses. Para mudar esse cenário, ele recomendava a contratação do lobista Arthur Teixeira e a atuação de Paulo Borges, então diretor de transportes da Alstom.

    Teixeira é apontado por autoridades da Suíça como intermediário no pagamento de propinas para funcionários públicos do governo do Estado nas gestões de Mário Covas e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB. Na delação da Siemens, a empresa dele é citada como peça-chave para eliminar entraves ao cartel.

    Borges é acusado pela Siemens de ter participado das reuniões do cartel em que se decidia a divisão de mercado.

    O ex-presidente da Alstom diz que não sugeriu o uso de meios ilícitos para obter os contratos (leia texto ao lado).

    Os negócios mirados pela Alstom eram a reforma e fornecimento de trens novos para a CPTM e a venda de trens e de sistema de sinalização para a linha 2 do Metrô.

    DIVISÃO DE NEGÓCIOS

    A acusação da Siemens mostra que dois métodos foram usados pela Alstom, em cartel com outras empresas, para obter os contratos com o governo: a divisão prévia de lotes e a combinação de que as derrotadas seriam subcontratadas pelas vencedoras.

    Na reforma de trens da CPTM, projeto chamado de Boa Viagem, os lotes foram divididos e a Alstom ficou com quatro deles.

    E-mails reunidos pela Siemens indicam que as empresas tiveram acesso ao plano da CPTM antes que ele tivesse se tornado público.

    Marcos Missawa, executivo da Siemens, contou o seguinte em e-mail de 24 de novembro de 2004: "A CPTM tem por objetivo principal dar o pacote completo para quatro grandes fornecedores (Alstom, Siemens, Bombardier e TTrans)".

    No caso da sinalização da linha 2 do Metrô, o acerto do cartel, segundo a Siemens, foi de que seriam formados dois consórcios para a licitação, mas um deles apresentaria uma proposta com valor superfaturado e perderia a concorrência, mas seus integrantes seriam subcontratados.

    Nos negócios de compra de trens, CPTM e Metrô reutilizaram contratos que haviam sido assinados há dez e 15 anos, respectivamente. O Tribunal de Contas considerou irregular a compra da CPTM e apontou que a empresa deveria ter feito nova licitação.

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