Ficha Corrida

27/09/2015

Decifrando o cérebro vira-lata

vira-latas tupiniquinsÉ impressionante o tanto que o brasileiro midiota é levado por seus manipuladores a adorar tudo o que norte-americano na mesma proporção do ódio por tudo o que é nosso, brasileiro. A tentativa de usar a solução norte americana para resolver nossos problemas é parcial e denunciadora do vira-latismo dos nossos maus copiadores. Primeiro porque o direito norte-americano é transacional. Lá tudo é medido em dinheiro. Tem para pagar, está livre. Não tem, vai preso. A parcialidade jurídica dos EUA se vê pela forma com que enfrentam a criminalidade, a falta de isonomia no tratamento quando envolve criminosos brancos e quando envolve suspeitos negros. Portanto, os EUA não exemplo para nada de bom.

Segundo, porque a visão parcial esconde outro dado do sistema judicial norte americano. Por lá, os juízes são escolhidos pelo executivo ou por sistema eletivo. A reeleição de George W. Bush em 2000, na Flórida, passa por esta forma de seleção da magistratura. Não são os melhores, os mais bem preparados, mas aqueles que melhor transacionam, seja no voto ou em dinheiro mesmo.

O novo filme de Woody Allen, O Homem Racional, dá a medida do que nossos importadores querem nos impor como modelo de aplicação da justiça. Se o que temos não é suficientemente bom, o que pretendem nos impor é ainda pior. Seria o coroamento dos dois pesos e duas medidas, peso de ouro, medida em dinheiro.

Os filmes sobre corrupção nos EUA mostram que por lá a corrupção não é menor do que por aqui. Um único dado é prova disso: a máfia nos EUA é ainda mais forte do que na Itália. Além disso, consumo de drogas nos EUA é muitas vezes maior do que na Colômbia. Portanto, tem muito mais traficante nos EUA que em todos os países abaixo do Rio Grande.

O que a lavagem cerebral dos filmes de Hollywood fez na cabeça dos nossos vira-latas é algo que embora seja compreensível é inadmissível.

O mimetismo do sistema jurídico ianque está para a apropriação da Petrobrás na mesma proporção e sentido do treinamento da Escola das Américas estava para o domínio do Brasil via tortura na ditadura. Não é mero acaso que a Operação Lava Jato esteja casada com a contínua tentativa (Petrobrax) dos mesmos atores de entregar o pré-sal para a Chevron. Usa-se um fato concreto, a corrupção, para provocar outro, o atendimento dos interesses ianques.

Lei da delação aproxima direito brasileiro da cultura jurídica dos EUA

Apego excessivo ao formalismo e estratégia beligerante de defesa perdem força e dão lugar ao advogados aptos a conduzir negociação

ESTELITA HASS CARAZZAIDE CURITIBA

A imagem é típica de filme americano: um promotor, um advogado e o réu negociam um acordo para diminuir a pena. Rotina na Operação Lava Jato, a cena consolida a aproximação do direito penal brasileiro com o americano.

"Não tem mais volta. O que vai acontecer é filme americano, sem tirar nem pôr", diz o criminalista Marlus Arns de Oliveira, defensor de cinco na operação que desvenda corrupção na Petrobras. A semelhança mais evidente é a delação premiada: a Lava Jato fechou cerca de 30 acordos.

A prática se inspira na tradição do direito dos EUA, que prevê acordo até com homicidas. No Brasil, o instrumento foi regulamentado há dois anos e por ora só é usado em casos de crime organizado.

"Foi essencial. Criou um atalho para nós", diz o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima. "Coisas que eu ficaria anos investigando, ou até pegaria caminhos errados, são facilitadas com a palavra do colaborador."

A inspiração americana foi além: a lei que instituiu delação deu direito a policiais de acessar dados de companhias aéreas, bancos e outras empresas sem precisar de ordem judicial. Também criou o agente infiltrado e a ação controlada, em que investigadores podem retardar intervenção em crimes para tentar obter provas mais robustas.

"Na criminalidade moderna, os instrumentos antigos, do tipo Sherlock Holmes, não são suficientes", diz o advogado Alexandre Knopfholz, criminalista e professor de direito penal.

Os profissionais também apontam mudança em como crimes vêm sendo julgados: diminuiu o apego ao formalismo. "Em prol da eficácia do processo, está havendo uma flexibilização das garantias", diz o criminalista Adriano Bretas, que advoga para o doleiro Alberto Youssef e outros acusados na Lava Jato.

Para alguns, o momento de virada foi o mensalão. Até então, parte dos advogados acreditava numa estratégia beligerante. Na época, defenderam a tese de caixa dois e diziam que o crime estava prescrito. Mas a interpretação dos julgadores foi diferente.

Para alguns, a guinada é contrária à Constituição. "Estão fazendo um ‘gato’ da legislação estrangeira, tentando botar o sapatinho da Cinderela no pé do Shrek", diz o advogado Haroldo Nater, sobre a delação. "É o caminho do abuso de autoridade."

Lima discorda. "Tudo é feito dentro dos limites da lei. Tanto é que ninguém pode ser condenado pela simples palavra de um colaborador."

LITERATURA

Nas universidades, estudantes já veem a delação com mais interesse e menos "ranço", segundo os professores. A bibliografia no país ainda é escassa, e editoras jurídicas estão à caça de autores que falem sobre o tema.

"O pessoal procura e não encontra", diz Imezaque Johnson, gerente da Livraria da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em três Estados do país.

20/09/2015

A diferença abissal entre Voytila e Bergoglio

Che Guevara: um mate por Havana!

che-guevara_Mate (2)Durante o governo Ronald Reagan, o Vaticano foi ponta de lança para a destruição da Rússia. A ligação de Carol Voytila com Lech Walesa era adubada com abundante dinheiro da CIA. Como velha propaganda, o mundo gira e a lusitana roda. Ao invés de usar o Vaticano para expandir fronteiras mercadológicas para os EUA, o Vaticano usa Cuba para  denunciar a prepotência dos EUA. Francisco sabe, como argentino que é, o significado do imperialismo, via Malvinas.

O diagnóstico preciso das relações que confrontavam EUA x Cuba foi de Fidel Castro: “Estados Unidos dialogará con Cuba cuando tenga un presidente negro y haya un papa latinoamericano”. Esta foi a resposta de Fidel ao jornalista Brian Davis, em 1973, quando este perguntou quando voltaria a normalidade diplomática entre os dois países. Fidel sabia tanto do racismo norte-americano quanto do envolvimento da igreja na guerra fria.

Papa Francisco é o terceiro argentino a fazer sucesso em Cuba. Primeiro foi Che Guevara, depois Maradona e agora Bergoglio. Um timaço!

Ortega, el cardenal de las negociaciones secretas

Este diario tuvo acceso al contenido de los diálogos que mantuvo en los últimos días el cardenal de La Habana. Qué argumentos usó el Papa con Obama. Y por qué la Iglesia quiere cuidar a Raúl Castro.

Por Martín Granovsky

Francisco hasta le sugirió a Barack Obama que el acercamiento a Cuba fortalecería las chances de una sucesión demócrata en los Estados Unidos en las elecciones de 2016. Página/12 pudo recoger de diplomáticos latinoamericanos con acceso a información reservada ése y otros datos que pintan el enorme interés del Papa por la normalización entre Washington y La Habana y por protagonizar él mismo una novedad: Francisco no es el primer papa que visita Cuba sino el tercero, después de Juan Pablo II en 1998 y Benedicto XVI en 2012, pero es el primero que lo hace en medio de la distensión.

Un personaje de la Iglesia Católica cubana colaboró con Francisco. Como el papa, nació en 1936 y aún no cumplió 79. Le lleva apenas dos meses a Jorge Bergoglio. Jaime Lucas Ortega y Alamino nació el 18 de octubre en Jagüey Grande y Bergoglio el 17 de diciembre en Flores, Buenos Aires. Cardenal y arzobispo de La Habana, Ortega es una figura central del viaje del Papa a Cuba y del acercamiento entre Raúl Castro y Barack Obama. Página/12 estableció por diplomáticos latinoamericanos que el cardenal abonó la llegada de Francisco a La Habana con un mensaje: “Obama y Raúl tienen muchos enemigos y hay que cuidarlos a los dos”.

Naturalmente ningún dignatario de la Iglesia Católica dice una frase así en público. Pero tampoco se priva de deslizarla en privado a interlocutores selectos. Algunos de esos interlocutores accedieron a relatar esa información a cambio de su reserva de identidad. Ortega acostumbra subrayar la buena química que el Papa y Obama experimentaron en la primera reunión, la de Roma en marzo de 2014. Fue desde aquel encuentro que el Papa empezó a insistir en un acuerdo entre Estados Unidos y Cuba. Y no descansó hasta lograr que Obama y Castro conversaran. Relata Ortega a sus visitantes que el segundo momento de gran química en esta historia ocurrió justamente cuando Castro y Obama empezaron a tomar contacto. Las charlas fueron secretas. Ninguno de los dos informó ni al Departamento de Estado ni a la Cancillería cubana. Hasta que todo quedó a la luz en Panamá, durante la Cumbre de las Américas de abril en la que terminó la exclusión de Cuba.

¿Piensa el cardenal Ortega que el proceso de normalización ya es irreversible? Está en camino a serlo, pero según él “Obama y Raúl tienen enemigos y hay que protegerlos a ambos porque los dos saben que antes de irse todavía tienen mucho que hacer”. Cuando habla de los retos a Raúl, Ortega describe el peso de lo que él llama “ideología”, o sea el resabio del modelo soviético y de la rigidez. Para el cardenal el efecto se nota aún en sectores del Partido Comunista Cubano, en los medios controlados por él, en la TV, la radio y la prensa escrita.

Contó un ejemplo. El periodista Amaury Pérez lo entrevistó para la tele cubana y en vez de la media hora habitual le dio una hora. Era el primer reportaje televisivo en 60 años. El director de TV se opuso. Quería revisar y cortar partes. “La entrevista se pasa sin tocar una coma”, le dijeron a Ortega que fue la frase de Castro. El diálogo se puede ver haciendo click en http://bit.ly/1JCqhe7.

El desafío para la Iglesia es ganar feligreses, sobre todo entre la juventud, y conseguir fondos propios para ayuda humanitaria. Por el bloqueo la Iglesia no puede recibir dólares porque los aportes de afuera son interferidos en algún punto de su curso por Estados Unidos. Ocurrió con fondos regalados por Los Caballeros de Colón, por la Isla de Malta y por grupos irlandeses. Llegaron a Cuba tras operaciones clandestinas e incluso algún obispo debió recorrer el mundo con 200 mil dólares ocultos en una valija. En La Habana no hubo problemas.

Ni Obama ni Castro tienen reelección. No se sabe quién sucederá a Obama. Hasta ahora Hillary Clinton sigue siendo la favorita. Pero ya se sabe que el próximo presidente cubano no se llamará Castro. En buena parte porque comparten esa condición de último mandato se comprometieron mucho con la normalización. Después del secreto inicial a Obama, lo ayudó mucho el secretario de Estado John Kerry, que tomó la iniciativa con entusiasmo. También dos norteamericanos de origen latino, el hondureño Ricardo Zuñiga, con funciones en el Consejo de Seguridad Nacional, y el chileno Arturo Valenzuela, que trabajó también en ese órgano de consulta de la Casa Blanca. Ortega y la Iglesia Católica cubana ayudaron a Castro en la liberación de presos, un gesto que facilitó la tarea de Obama en Washington. Ortega se muestra como un negociador plástico. No niega los problemas de fondo pero tampoco les da carácter de obstáculos dramáticos. El bloqueo, en cambio, sí perjudica la vida cotidiana.

Para Estados Unidos el problema de fondo es la situación de los derechos humanos en Cuba, que la Casa Blanca critica. Para Cuba el problema de fondo es la posesión norteamericana de la base de Guantánamo, que está en poder de Estados Unidos desde principios del siglo XX. Ni el asunto de los derechos humanos ni la ocupación de Guantánamo alcanzan a obturar los avances. La Iglesia piensa que no es útil que el presidente ecuatoriano Rafael Correa o la Comunidad de Estados de Latinoamérica y el Caribe, la Celac, meneen la cuestión de Guantánamo porque ni siquiera el gobierno cubano quiere hacerlo. Raúl plantea, al parecer, que recuperar Guantánamo será materia de tiempo, de mucho tiempo, y que agitar ahora con demasiada fuerza la reivindicación de soberanía puede complicar las cosas.

Norteamericanos y cubanos fueron tan celosos en su empeño por evitar roces alrededor de Guantánamo que terminaron transformando ese punto en una oportunidad de construcción de confianza. El tercer viernes de cada mes se realiza un encuentro entre mandos militares de Cuba y de Estados Unidos, una vez en la base y otra fuera de ella. A partir de Guantánamo los negociadores acabaron flexibilizando el uso del territorio aéreo cubano por parte de los aviones estadounidenses y facilidades para navegar más cerca de la costa. Las dos fuerzas armadas vienen haciendo ejercicios conjuntos contra desastres naturales.

Tal vez para no granjearse la antipatía de toda América latina, hasta el anticomunista Juan Pablo II, tan letal para Polonia y la Unión Soviética, fue contemplativo con Cuba. El papa polaco visitó Cuba en 1998 y también celebró misa en la Plaza de la Revolución.

Contó Ortega estos días que Juan Pablo II les preguntó a los obispos: “¿Cuánto saben los cubanos de democracia?”. Le sintetizaron la historia de Cuba. Le dijeron que después de una larga guerra para independizarse de España, una guerra horrible con campos de concentración montados por la autoridad española, cuando los rebeldes estaban a punto de lograr la victoria, en 1898, una intervención norteamericana mantuvo el control. Que desde entonces los gobiernos cubanos, siempre bajo dependencia de Washington, fueron dictaduras. Que fueron dictaduras combatidas por las armas. Según el relato de Ortega, el papa miró a los obispos y les dijo: “La historia enseña que ustedes deben avanzar hacia la democracia muy de a poco”.

Ni la Iglesia cubana ni el PC quieren para Cuba la suerte de la Unión Soviética, que implosionó en medio del desorden y el caos. Por eso mantienen un canal de comunicación fluida en persona y por teléfono cuando es necesario. Un día el menor de los Castro preguntó a los obispos cuál sería su agenda. Ortega elevó tres cosas: solución al problema de los presos políticos, cambios económicos y solución de la relación con Estados Unidos. Coincidían, porque la idea de Raúl era que los cubanos pudieran viajar con mayor facilidad y manifestarse. La percepción eclesiástica no es que los cubanos quieran dar vuelta todo sino que buscan cambios económicos para vivir mejor, el mismo objetivo que tiene Raúl con el llamado proyecto de actualización que debería ampliar el sector privado con énfasis en la franja cooperativa y sin dejar un millón de empleados públicos en la calle. Por eso Ortega lució ofuscado al comentar la toma de la catedral de Pinar del Río por parte de cinco de las Damas de Blanco, familiares de presos. Un grupo que estaba con las cinco se comunicó desde allí con radios y canales de televisión de Miami. Ortega fue crudo con las Damas de Blanco: “Son unas pocas señoras y dentro de ellas hay de todo”, dijo a uno de sus interlocutores a principios de septiembre.

martin.granovsky@gmail.com

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En el viento de La Habana

La cobertura especial de Radio Rebelde, los que pasean por el Malecón, la historia de enfrentamientos entre Iglesia y gobierno revolucionario, que se está cicatrizando, y la muchedumbre de periodistas que cubre el evento.

Por Darío Pignotti

Desde La Habana

Francisco bajó del avión a las 16.04, en pleno viento de la época de tormentas cubana. Las sotanas y guayaberas flameaban, su solideo se voló. Unas cien mil personas saludaron el papamóvil, mientras Radio Rebelde, la estación fundada por otro argentino, el Che, hacía una cobertura especial sobre la visita de “Su Santidad”. Los mensajes incluían criticar las medidas de EE.UU. sobre el embargo como “limitadas” y darle bastante espacio a la presencia de Cristina Fernández de Kirchner. Raúl Castro dio un discurso de bienvenida al Papa que incluyó un tema de la presidenta argentina, “la desestabilizadora” contra los gobiernos progresistas de Latinoamérica.

La Habana es una Babel de periodistas internacionales, peregrinos venidos de Latinoamérica y Estados Unidos, turistas transparentes de tan blancos que pasean con sandalias y medias por el Malecón, a la altura del Monumento al Maine, el navío norteamericano hundido en 1898 cuando estaba fondeado frente a costa. Uno de los viajeros “gringos” fotografía las dos columnas que recuerdan el incidente que sirvió de pretexto para la invasión a la isla. Otros se desentienden del monumento, que está a pocas cuadras de la embajada norteamericana reabierta en julio pasado.

“Es bueno que el papa argentino nos venga a visitar –dice una de las espléndidas morenas que pasean por el Malecón–. No soy católica pero me doy bien con los católicos.” Esto es típico y si bien la acogida a Bergoglio es afectuosa, expansiva, bien a la cubana, no se percibe el fervor de México u otros países más arraigadamente católicos.

En la catedral, una joya de la arquitectura barroca, donde hoy estará el Pontífice, decenas de jóvenes oraron y cantaron hasta casi la medianoche del viernes, ellos sí con un entusiasmo místico. Los cubanos católicos representan una minoría de una población que es “muy religiosa” pero en su mayoría cultiva la santería, traída por los esclavos africanos “como sucede en Bahía”, comparó ayer el teólogo Frei Betto. “Francisco merece recibir el Premio Nobel de la Paz por todo lo que ya ha hecho” para aproximar a los gobiernos cubano y norteamericano. “El hecho de que el Papa haya venido a Cuba antes que ir a Estados Unidos es un reconocimiento a la soberanía de este país. Alguien se preguntó por qué eligió ir a Holguín, es porque es la ciudad más cercana a la base de Guantánamo.”

Betto recordó que en los años sesenta, la revolución enfrentó una verdadera sedición católica, con las iglesias funcionando como centros políticos. Hasta hubo “un cura loco” que llevó 14.000 chicos a Estados Unidos diciendo que “el comunismo los iba a apartar de sus padres”. Sólo en los ’80 y en parte gracias a Betto, mejoraron las relaciones con la institución.

19/09/2015

EUA e Cuba, tem papo? Não, tem Papa!

Como na fábula da rã e do escorpião, não há porque pensar que os EUA mudarão a natureza de seu proceder. Continuarão atuando com truculência. Como Cuba não cedeu, os EUA cederam. Estão dando um passo atrás para avançarem rápido como uma blitzkrieg. Tão logo quanto possível, vão tentar transformar, novamente, Cuba num puteiro. Fulgêncio Batista morreu, mas o modus operandi dos EUA em relação ao seu quintal não mudou. E sempre haverá um FHC, um José Serra, um quinta coluna para tirar os sapatos e lamber as botas ianques.

Se alguém quer conhecer a natureza do ódio que os EUA armazenam em relação à Cuba leia “Os últimos soldados da guerra fria”.

A existência de Bradley Manning, Edward Snowden,  Julian Assange servem para nos mostrarem do que os EUA são capazes.

Premonición

Por Eduardo Valdés *

“Estados Unidos dialogará con Cuba cuando tenga un presidente negro y haya un papa latinoamericano”. Esta fue la respuesta de Fidel Castro al periodista Brian Davis quien, en 1973, durante una ronda de prensa a regreso de un viaje a Vietnam, le había preguntado cuándo creía que se podrían restablecer las relaciones entre Cuba y Estados Unidos.

Del 19 al 22 de este mes, el papa Francisco, el primer papa latinoamericano de la historia y además argentino, visitará Cuba como coronamiento del puente más importante que logró construir desde su elección a Sumo Pontífice que consiste justamente en el restablecimiento relaciones entre Cuba y Estados Unidos.

Un deshielo para el cual fue decisiva la reunión que tuvo lugar en marzo del año pasado en el Vaticano entre Barack Obama, el primer presidente negro de Estados Unidos, y el papa Francisco, aunque las conversaciones se desarrollaron en su primera etapa en Canadá. Decisiva fueron también las dos cartas idénticas que el Santo Padre dirigió al presidente Obama y a su par cubano Raúl Castro invitándolos a “resolver cuestiones humanitarias de interés común, con el fin de lanzar una nueva fase en las relaciones entre las dos partes” como precisó al respecto un comunicado emitido por el Vaticano. Dichas cartas fueron entregadas a sus destinatarios por el arzobispo de La Habana, el cardenal Jaime Ortega, otro gran protagonista de esta histórica mediación papal cuyo broche de oro será la llegada del Santo Padre a La Habana.

A ese respecto, los obispos de la Iglesia Católica cubana destacaron que “con esta visita, el Santo Padre quiere mostrarnos su cercanía en un momento en que, gracias también a su mediación, se respiran aires de esperanza en nuestra vida nacional por las nuevas posibilidades de diálogo que están teniendo lugar entre Estados Unidos y Cuba. ¡No es fácil vivir peleados con el vecino de al lado! ¡Por eso es muy importante lo que viene haciendo el Papa, como pastor universal de la Iglesia, en la búsqueda de la reconciliación y la paz entre todos los pueblos de la tierra!”

Con toda probabilidad el papa Francisco aprovechará esta importante visita, y aún más sus discursos ante el Congreso de Estados Unidos y las Naciones Unidas, para reiterar su llamado a la paz y volver a denunciar al tráfico de armas y a los intereses internacionales involucrados en este comercio.

Muchas veces el Santo Padre hizo referencia a este tema:

1) En la entrevista con el periodista Henrique Cymerman, publicada en el periódico catalán La Vanguardia el 12 de junio de 2014, lo explicó de forma muy contundente: “Descartamos a toda una generación para mantener un sistema económico que ya no se sostiene, un sistema que para sobrevivir tiene que hacer la guerra, como siempre han hecho los grandes imperios. Pero, puesto que no se puede hacer la tercera guerra mundial, entonces se hacen guerras locales. ¿Y esto qué significa? Que se fabrican y se venden armas, y de esta manera los balances de las economías idólatras, las grandes economías mundiales que sacrifican al hombre al pie del ídolo dinero, obviamente se sanan”.

2) Además, volvió a denunciar los intereses de los traficantes de armas y la indiferencia al respecto de los Estados durante la Misa de Pascua cuando también expresó la esperanza de que el pacto entre Irán y el Grupo 5+1 “constituya un paso definitivo hacia un mundo más seguro y fraterno”, para luego pedir el cese al fuego en Siria e Irak, haciendo extensiva la plegaría por Tierra Santa, Libia, Yemen, Nigeria, Sudán, la República Democrática del Congo y su “amada” Ucrania.

3) Por último, durante la audiencia general del miércoles 2 de septiembre, al recordar que en aquellos días se conmemora en Asia el final de la Segunda Guerra Mundial, el Papa volvió a denunciar que “los fabricantes y traficantes de armas están manchados con la sangre de los inocentes”.

Sin embargo, cabe destacar otro aspecto del llamado del Santo Padre a construir la paz. En ocasión del encuentro con los 7 mil niños de la Fábrica de la Paz, él también explicó que la paz no consiste sólo en el silencio de las armas, sino que para que haya paz hace falta también que “cada día se dé un paso en la justicia, para que no haya niños hambrientos, enfermos que no tengan la posibilidad de ser ayudados en la salud. Hacer todo esto es hacer la paz. La paz es un trabajo, no es quedarse tranquilos, es trabajar para que todos tengan la solución a los problemas, a las necesidades que tienen en sus tierras, en sus patrias, en sus familias, en sus sociedades: así se hace la paz, ¡artesanalmente!”.

En dos entrevistas que el papa Francisco ha concedido recientemente, volvió a explicitar este concepto aun más claramente. Hablando de la crisis migratoria actual a la emisora portuguesa Radio Renascença dijo: “Vemos estos refugiados, esta pobre gente, que escapa de la guerra, que escapa del hambre, pero esa es la punta del iceberg” y precisó “pero debajo de eso, está la causa, y la causa es un sistema socioeconómico malo, injusto, porque dentro de un sistema socioeconómico, dentro de todo, dentro del mundo, hablando del problema ecológico, dentro de la sociedad socioeconómica, dentro de la política, el centro siempre tiene que ser la persona”.

Luego, hablando a la radio argentina Milenium, volvió a explicar que “vivimos en un sistema que por ganar dinero se ha desplazado al hombre del centro y se ha puesto al dinero desembocando en la existencia de sistemas corrompidos, con esclavitud, trabajo esclavo y descuido de la creación”.

En cambio, para construir la paz hace falta volver a poner el hombre al centro del proyecto político y eso no tanto como “ciudadano” o como “sujeto económico”, sino como “persona dotada de una dignidad trascendente” como pidió en su visita al Parlamento Europeo en Estrasburgo, el pasado 25 de noviembre.

Sin embargo, cabe destacar que esto comporta también promover una “globalización de la “solidaridad”, porque “la inequidad, la injusta distribución de las riquezas y de los recursos, es fuente de conflictos y de violencia entre los pueblos, porque supone que el progreso de unos se construye sobre el necesario sacrificio de otros y que, para poder vivir dignamente, hay que luchar contra los demás”, como subrayó el Santo Padre en la Exhortación Apostólica Evangelii gaudium.

Por su parte, también los obispos cubanos subrayaron que “la misericordia es también “ponerle corazón a la miseria” y añaden que “el papa Francisco, Misionero de la Misericordia, quiere invitarnos a que no nos cansemos de practicar la misericordia.”

Una esperanza en este sentido se expresa también de algunos documentos reservados de la Casa Blanca y del Departamento de Estado de Estados Unidos que dio a conocer el diario italiano La Stampa. En dichos documentos escritos para la preparación del primer encuentro entre el Papa y el presidente Obama, que se llevó a cabo en marzo del año pasado en el Vaticano, se afirmaba que “la herencia diplomática del papa Francisco todavía está en construcción, pero la ‘conversión pastoral’ que es la característica de su pontificado, está cobrando formas importantes. La presencia del Pontífice en el escenario global significa que sus acciones pastorales tendrán amplias implicaciones políticas”.

A ese respecto, permítanme afirmar que personalmente opino que esta previsión tendrá el mismo destino que la premonición de Fidel Castro.

* Embajador de la República Argentina ante el Vaticano.

Página/12 :: El mundo :: Premonición

01/05/2015

Que democracia cristã age em parceria com o demônio? A da Alemanha!

Filed under: Alemanha,Angela Merkel,Arapongagem made in USA,Deutsche Bank,NSA — Gilmar Crestani @ 1:22 pm
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alemanha-greciaAngela Merkel fez mais para a economia alemã, com a ajuda do Deutsche Bank, do que Hitler com seus panzers e SS. A destruição da economia da Grécia, por exemplo, tem o DNA ariano da Angela Merkel. É, como dizem os vira-latas brasileiros, o tal de planejamento alemão.

Quando os países ditos do primeiro mundo falam em planejamento esta afirmação não tem necessariamente relação com economia, mas com política. Vampiros também planejam. Planejam o tempo todo como sugar a economia dos outros. É disso que eles dependem.

Depois que Alemanha enfiou 7 x 1 no admirador de Pinochet, Felipão, os ventríloquos da velha mídia passaram a repetir que se tratava da relação do planejamento com o amadorismo. Curioso que antes da Copa o que não existia era planejamento dos organizadores, ao passo que a Seleção era festejada…, como aquela manchete da Folha do dia 05/06/2014: “Copa começa hoje com seleção em alta e organização em cheque”. Para a Folha teria havido  planejamento na Seleção, mas não na organização. A vida como ela é mostrou que os profetas do atraso estavam, como sempre, atrasados.

Até para perder de 7 x 1 tem de ser planejado, não é mesmo. Ou será que as demais seleções não planejaram, só a Alemanha? O fato de perder não significa que tenha faltado planejamento, assim como quem ganhou pode ter alcançado mesmo sem planejamento.

Basta ter o mesmo advogado do fluminense…

Alemanha ajudou os Estados Unidos a espionarem países europeus

Escândalo da colaboração entre o BND e a NSA deixa sob pressão o Governo de Merkel

Luis Doncel Berlim 30 ABR 2015 – 14:01 BRT

Alemania

Angela Merkel, em um ato em Berlim em 29 de abril. / JOHN MACDOUGALL (AFP)

O escândalo da colaboração entre os serviços secretos alemães com a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) ganhou força até transformar-se em uma séria ameaça ao Governo de Angela Merkel. A revelação de que os norte-americanos utilizaram as instalações do BND – os serviços secretos da Alemanha para o exterior – para espionar locais tão emblemáticos como o Palácio do Eliseu (sede da presidência da França), o ministério dos Assuntos Exteriores francês, ou a Comissão Europeia mira o coração das relações da Alemanha com seus vizinhos europeus.

A informação publicada nesta quinta-feira pelo jornal Süddeutsche Zeitung e as redes de televisão NDR e WDR sacudiu os alicerces da política berlinense. Já não se trata somente de espiões alemães dando informação aos seus colegas norte-americanos sobre empresas, ou a suspeita cada vez mais fundada de que o ministro do Interior, o democrata-cristão Thomas de Maizière, mentiu ao Parlamento.

mais informações

“Espionar os amigos é inaceitável”, disse categoricamente Merkel ao presidente Barack Obama em outubro de 2013, no auge do escândalo pelas escutas norte-americanas, que não respeitaram nem mesmo o celular da chanceler. Mas essas palavras podem agora voltar-se contra a líder alemã. Porque, segundo o Süddeutsche Zeitung, a espionagem a empresas foi feita somente em caráter excepcional. “O objetivo primordial era a espionagem política a nossos vizinhos europeus e às instituições da União Europeia”, diz o jornal, que cita fontes da chancelaria e do BND.

A rodada de revelações que começou em meados de abril deixa Merkel e seu partido democrata-cristão em uma situação muito delicada. As críticas da oposição vão desde os esquerdistas do Die Linke, que acusam o Executivo de “traição à Pátria” até os liberais, que exigem que Merkel peças desculpas aos líderes europeus. Dentro do Governo de grande coalizão também se começa a ouvir o mal-estar. Seu número dois e líder dos social-democratas, Sigmar Gabriel, pediu explicações por fatos que tachou de “escandalosos”.

Mas Merkel e seus porta-vozes permanecem calados por enquanto. Desde que na penúltima semana de abril admitiram que o BND padecia “de déficit técnico e organizacional” que precisava “ser sanado”, negaram-se a explicar quais consequências políticas esse escândalo trará. A oposição pede a demissão do presidente dos serviços secretos, Gerhard Schindel. Mas mesmo que Merkel ofereça sua cabeça, é pouco provável que se conformem com isso.

Espionagem Internacional: Alemanha ajudou os Estados Unidos a espionarem países europeus | Internacional | EL PAÍS Brasil

02/09/2014

Vírus ou cavalo de tróia: do Stuxnet a Marina Malafaia

Marina MalafaiaMINHA HISTÓRIA – MIKKO HYPPÖNEN

Arma de governo

Especialista em vírus conta como uma força-tarefa revelou, aos poucos, o principal malware feito por um Estado, o Stuxnet, instalado pelos EUA em usina no Irã

ALEXANDRE ARAGÃODE SÃO PAULO

Quando conseguimos o código, não nos demos conta da importância. Percebemos que era um caso interessante, mas não tínhamos ideia de que havia infectado um sistema de enriquecimento nuclear –nem sabíamos que havia sido encontrado no Irã.

Foi em 2010, quando tivemos acesso ao Stuxnet original. Ele foi encontrado por uma pequena empresa de antivírus de Belarus. As companhias do Leste Europeu prestam muitos serviços de segurança para o Irã porque não têm restrições em fazer negócios com aquele país, ao contrário do resto da Europa.

Começamos a prestar mais atenção porque o vírus explorava uma falha de dia zero –vulnerabilidade de um sistema, como o Windows, que não haviam sido notadas antes. Falhas de dia zero são raras, valiosas e interessantes.

Só então encontramos outras falhas dia zero sendo exploradas. Não havíamos nunca, jamais, visto malware que explorava mais de uma falha dia zero. O Stuxnet explorava três. O que é completamente único. E isso imediatamente diz que não é normal.

Então começamos a nos dar conta de que o que tínhamos na mão era tão grande e complicado, e provavelmente foi tão caro para ser desenvolvido, que a fonte era um governo. Também encontramos dicas de que o vírus fora encontrado no Irã e tinha a ver com o programa nuclear.

Um amigo meu da empresa Computer Associates, da Austrália, foi o primeiro a declarar em uma lista de e-mails que, com base no que havia sido descoberto até então, era seguro dizer que tratava-se de uma operação do governo dos Estados Unidos contra o programa nuclear iraniano.

Ele enviou esse e-mail e, dois minutos depois, enviou outro dizendo que gostaria que todos soubessem que ele nunca teve tendências suicidas –só para o caso de ser encontrado morto. Isso é o quão paranoicos estávamos.

CONFIGURAÇÃO

A não ser que a rede infectada esteja configurada de forma específica, o código não faz nada. A rede precisa de um modelo específico de conversores de energia que precisam estar conectados em grupos específicos.

É a digital do sistema. É assim que o vírus sabe que está na usina certa. Se não encontrar essa configuração, não faz nada. Se o terminal de uma fábrica de alimentos em São Paulo for infectado, nada acontecerá porque a configuração é outra.

A pergunta passou a ser: "Há alguma instalação iraniana com essa configuração?". Procuramos fotos no site da Presidência do Irã.

Encontramos uma do então presidente Mahmoud Ahmadinejad olhando o monitor de uma usina. Demos zoom. O computador à frente mostra a disposição da usina –que casa exatamente com a do Stuxnet. Foi assim que provamos. Depois, descobrimos por meio de outras fontes que estávamos certos.

O governo americano restringiu o vírus porque não queria causar dano, por exemplo, dentro do próprio país ou em outro lugar. Quando um sistema é infectado, a primeira coisa que o vírus faz é checar a data. Se passou de junho de 2012, não faz nada. O Stuxnet expirou.

02/06/2014

Rei falastrão afunda a Espanha e se cala

Filed under: Rei Juan Carlos — Gilmar Crestani @ 8:52 am
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EL REY DE ESPAÑA ABDICA

  • Rajoy en la declaración oficial: "Quiero transmitir que este proceso se desarrollará en un contexto de estabilidad institucional"

El rey Juan Carlos I entrega a Rajoy el documento de abdicación.

EL PAÍS Edición América: el periódico global

02/02/2014

Tomô!

UcraniaSó doentes do Complexo de Vira-lata  em estado terminal continuam ainda praticam a arte de tirar os sapatos para entrar nos EUA. Ontem El País, em edição espanhola, revelou mais um nível na degradação moral dos EUA que mostra de forma pedagógica como se constrói terrorismo de estado.

JANIO DE FREITAS

Os fins dos meios

Campos não terá mesmo a concordância de Marina em seu desejo de apoiar a recandidatura de Alckmin

Ao sair de Brasília para encontrar-se com a secretária de Segurança Nacional dos Estados Unidos, o ministro das Relações Exteriores levava uma bagagem politicamente simples: o Brasil não deixou de condicionar a restauração das relações com os EUA, e em particular com o governo Obama, ao pedido de desculpas pela violação das comunicações da presidente e do governo brasileiros, revelada por Edward Snowden.

Não era, por certo, o que Susan Rice esperava de Luiz Alberto Figueiredo, o que explica a brevidade do encontro depois da demorada viagem por ela pedida ao ministro. Menos de 45 minutos foram suficientes para os gestos protocolares, de chegada e de saída, e para o recheio com a explicação sobre as medidas –poucas, superficiais e sem garantias — anunciadas pelo próprio Obama na Agência Nacional de Segurança (NSA), a cidadela da espionagem.

Menos de 24 horas antes do encontro infrutífero em Washington, Angela Merkel, ao inaugurar na tribuna do Parlamento o seu terceiro mandato de chefe do governo alemão, dedicou duros e inteligentes parágrafos à espionagem americana, que também a visou. E, inevitável, ao discurso de Obama em defesa da NSA. "As ações em que os fins justificam os meios, nas quais o uso da técnica não tem limites, traem a confiança e instauram a desconfiança."

Os alegados fins da segurança a justificarem os meios. Razão bastante para a afirmação de Merkel, talvez jamais ouvida pelos americanos na voz de um aliado, de que Alemanha e Estados Unidos "estão muito distantes quando se trata de ética", entre "a liberdade e a ação do Estado". É estupendo que palavras assim venham da Alemanha.

Mas historicamente grandioso para a Alemanha e seu povo, não para a humanidade. Porque são palavras dirigidas a um país e um povo que outrora as diziam ao mundo e hoje são os destinatários delas. Se não as ouvem cabisbaixos e enrubescidos, é por superpotência significar, na realidade, superprepotência.

04/11/2013

Nacionalismo x capachismo

Filed under: Arapongagem made in USA,Complexo de Vira-Lata,Nacionalismo — Gilmar Crestani @ 8:48 am
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LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA

Espionagem e imperialismo

Será que existem Estados-nação amigos? Ou todos os países consideram os demais seus adversários?

Diante da revelação de que vinha sendo espionada pelos Estados Unidos, a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, afirmou: "não se faz isso entre amigos". De fato, entre os amigos existem certas normas não escritas que devem ser sempre obedecidas, senão perdemos o amigo. Mas será que existem Estados-nação amigos? Ou todos os países consideram os demais seus adversários?

Quando eu me declaro nacionalista econômico, muitas vezes as pessoas se surpreendem. Não seria o nacionalismo uma atitude política ou uma ideologia "superada"? Não viveríamos em uma sociedade global na qual os Estados-nação perderam relevância?

Estas são perguntas originárias da ideologia neoliberal e globalista que foi hegemônica no mundo entre 1979 e 2008. Viveríamos em um mundo "sem fronteiras".

Na verdade, tratava-se de mera estratégia de dominação. Em sua qualidade de potência imperial do nosso tempo, ou de "Hegemon", como seus ideólogos preferem, os EUA propagaram a tese de um Ocidente democrático e amigo que teria que enfrentar alguns "inimigos" necessários –antes, a União Soviética (o que fazia algum sentido), hoje, a Rússia e a China.

A espionagem realizada pela NSA é uma evidência do quão absurda é essa tese. Revela mais uma vez o nacionalismo dos americanos e seu governo. Os EUA estão voltados para seus próprios interesses –os de sua "segurança nacional", que justifica tudo, e os interesses das grandes empresas, a base de sua riqueza.

Diante da espionagem americana revelada por Edward Snowden (um "traidor", segundo os EUA), os demais países, principalmente os europeus, supostamente os "amigos íntimos", se declararam indignados. Mas nada fizeram, diferentemente da presidente Dilma Rousseff, que cancelou sua visita de Estado aos Estados Unidos. Nada fazem porque sabem qual é a regra do jogo.

Esta regra é a do interesse nacional, do "realismo", que justifica inclusive a espionagem generalizada.

Quando a competição entre os Estados-nação é uma relação entre iguais, a expressão "realismo" é suficiente. Quando é entre o poderoso e o fraco, precisamos falar de imperialismo por parte do dominante e de nacionalismo por parte daquele que está ameaçado de dominação.

Os grandes países europeus pensavam-se iguais aos Estados Unidos. Na verdade, sempre que a relação é entre o forte e o fraco, há imperialismo, e a única forma de contê-lo é o nacionalismo: é a nação se unir diante das pressões da potência imperial; é a nação não se submeter ao mais forte.

Hoje só existe uma potência imperial mundial: os Estados Unidos. As demais são regionais. A França é imperial em relação ao Norte da África e ao Oriente Médio. O Brasil e a Argentina são imperiais em relação ao Paraguai e à Bolívia.

O imperialismo de uns e o nacionalismo necessário de todos não impede a colaboração entre as nações e a construção de instituições internacionais sólidas. A regra não é apenas competir; é competir e colaborar. Mas a solidariedade necessária entre os seres humanos não pode ser confundida com dependência ou subordinação.

    09/09/2013

    Estamos todos na lista do Tio Sam

     

    Nadie escapa al gran fichero del Tío Sam

    El experto francés señala que, a partir de los atentados contra las Torres Gemelas Washington creó el sistema de vigilancia completa, capaz de almacenar datos de cualquier persona en el mundo. Esto quedó develado con el caso Snowden.

    Por Eduardo Febbro

    Desde París

    Antes de acostarse hay que mirar debajo de la cama, apagar la señal wifi y cerrar todos los accesos a Internet de la casa. La última tanda de informaciones sobre el espionaje norteamericano atraviesa una nueva frontera de la violación de la privacidad. El diario The New York Times reveló que Washington trató de corromper toda la tecnología que protege Internet para acentuar el espionaje. A través de la Agencia Nacional de Seguridad norteamericana, NSA, Estados Unidos robó claves de seguridad, alteró programas y computadoras y forzó a ciertas empresas a colaborar con el fin de acceder a comunicaciones privadas, tanto dentro como fuera del territorio norteamericano. La NSA no respetó límite alguno: correos electrónicos, compras en Internet, red VPN, conexiones de alta seguridad (el famoso SSL), acceso a los servicios de telefonía de Microsoft, Facebook, Yahoo y Google, la lista de los nuevos territorios de caza es interminable. Según el diario norteamericano, la NSA gasta más de 250 millones de dólares anuales en un programa llamado Sigint Enabling, cuya meta consiste en modificar la composición de ciertos productos comerciales –computadoras, chips, teléfonos celulares– para tornarlos vulnerables, o sea, accesibles a los oídos de la NSA. A esto se le agregan las informaciones publicadas en Wikileaks acerca de unas 80 empresas privadas que se sirven de las nuevas tecnologías para captar (espiar) en tiempo real los intercambios en Facebook, MSN, Google Talk, etc., etc. Estamos en la más perfecta intemperie tecnológica de manera permanente, sin que la víctima tenga la más lejana conciencia. Un crimen perfecto.

    En esta entrevista con Página12, el investigador y especialista de las nuevas tecnologías Jacques Henno analiza todos estos abusos y tendencias que se inscriben en una nueva era marcada por el nacimiento de un lobby entre los militares, la informática, los datos y los ficheros. Henno ha publicado varios libros que anticiparon de manera detallada y rigurosa las informaciones suministradas por el ex agente de la CIA y la NSA, Edward Snowden: estamos todos vigilados. Silicon Valley, el valle de los predadores, y Estamos todos fichados exploran con mucha lucidez un mundo de espionaje y violación de los derechos que, hasta hace apenas unas semanas, parecía producto de una imaginación paranoica. Las investigaciones de Henno demostraron que no. Las revelaciones de Snowden probaron que el especialista francés tenía razón.

    –Estamos descubriendo con una asombrosa pasividad la profundidad del espionaje del que somos objeto por parte de los Estados Unidos.

    –Hay que recordar que la informática al servicio del totalitarismo existe desde los años ’40. Durante la Segunda Guerra Mundial, si los campos de exterminio nazis fueron tan eficaces fue porque se usaron las máquinas IBM que funcionaban con las tarjetas perforadas para contabilizar a todas las personas. Asimismo, el Plan Cóndor que funcionó entre las dictaduras de América latina para perseguir a los opositores se montó a partir de computadoras vendidas por los norteamericanos a las dictaduras de América del Sur. Estas computadoras servían para fichar a los opositores.

    –¿Cuándo y cómo nace el espionaje moderno tal y como se revela hoy?

    –Todo esto nace con un programa llamado TIA, Total Information Awareness. Después de los atentados del 11 de septiembre de 2011 los norteamericanos trataron de encontrar tecnologías capaces de prevenir este tipo de atentados. Rápidamente se dieron cuenta de que tenían entre las manos todas las informaciones necesarias. Por ejemplo, los terroristas que cometieron los atentados del 11 de septiembre habían sido identificados antes, cuando tomaron aviones, o cuando dos de ellos se habían inscripto para aprender a manejar aviones. Hasta tenían fotos de ellos sacando dinero de un cajero automático. De hecho, ya tenían los perfiles a través de los datos de las compañías aéreas y de los cajeros automáticos. Sin embargo, lo que les faltaba era la metodología para unir todos esos ficheros los unos con los otros. En ese proceso intervienen empresas comerciales que fueron a ver a la administración norteamericana para decirle: “Nosotros trabajamos con ficheros y podemos ayudarlos a prevenir atentados”. Así nació el sistema de vigilancia completa, Total Information Awareness, ITA, capaz de crear ficheros sobre cualquier persona en el mundo, sobre todos los habitantes del planeta, a fin de tener un máximo de informaciones sobre cada persona y, así, descubrir signos sobre la preparación de atentados terroristas. Una empresa como Acxiom, por ejemplo, es una de estas empresas. Acxiom es totalmente desconocida por el gran público, pero es una de las empresas que detenta el mayor número de ficheros sobre los consumidores del mundo. Cada año efectúa encuestas sobre la comida que les damos a los gatos, el tipo de papel higiénico que utilizamos o los libros que leemos. En Francia, la Comisión Nacional de Informática y Libertades, CNIL, se opuso varias veces a las encuestas de Acxiom.

    –Esa tecnología dio lugar al nacimiento de una suerte de megasistema de cálculo matemático que crea perfiles según una serie aparentemente racional de informaciones.

    –Efectivamente. Por ejemplo, luego de los atentados de Londres se descubrió que los terroristas preparaban los ataques comprando antes congeladores de gran capacidad para almacenar los explosivos. A raíz de esto ahora se piensa que la gente que compra congeladores de gran capacidad es sospechosa y, por consiguiente, está fichada, vigilada. Lo mismo ocurre con los aviones. Si alguien toma un avión con destino a los Estados Unidos y viaja por primera vez en clase ejecutiva o en primera clase también estará fichada, vigilada. Los asientos de primera clase están muy controlados porque están cerca de la cabina de los pilotos. Entonces, si alguien compra un pasaje en esa clase y, según el resumen de los gastos de la tarjeta de crédito, la persona no tiene los medios de pagarse un billete a ese precio, pues bien, automáticamente estará bajo vigilancia. En resumen, los norteamericanos explotan todas las informaciones que obtienen de una persona. Hay que decir también que los norteamericanos son a la vez paranoicos y amantes de la tecnología. Paranoicos porque desde hace mucho viven con un arma. Y amantes de la tecnología porque, cada vez que hay un problema, tratan de encontrar una solución técnica y no forzosamente social u económica.

    –Lo curioso está en que buena parte de esos datos de los que se sirve la NSA fueron entregados voluntariamente por los usuarios.

    –Claro. Cuando nos inscribimos en el portal de una empresa norteamericana, Yahoo, Microsoft, Google u otras, nadie lee hasta el final las condiciones de utilización. Sin embargo, si prestamos atención veremos que allí dice textualmente: “Autorizo el almacenamiento de estas informaciones en el territorio norteamericano”. Ahora, si los datos que nosotros confiamos a Yahoo, Microsoft, Amazon, Facebook o Google están almacenados en el territorio norteamericano, estos datos están entonces regidos por el derecho norteamericano. La ley votada luego de los atentados del 11 de septiembre, la ley Patriot Act, le permite a cualquier administración norteamericana requisar los ficheros que estima necesarios. Esos datos van a parar a la NSA.

    –Hay un cambio fundamental en la regla de la constitución de los lobbies que actúan en los Estados Unidos. El lobby de la defensa ha cambiado de perfil con las tecnologías de la información.

    –Sí. Antes se hablaba de un lobby militar-industrial. Había, de hecho, una conjunción entre la industria y los militares. Ahora no. El lobby actual se plasma entre los especialistas de los ficheros, los informáticos, y los militares. No somos conscientes de la cantidad de informaciones privadas que suministramos cada día a los operadores privados de Internet. Por ejemplo, en Facebook se publican cada día 350 millones de fotos. Al cabo de diez días hay 3500 millones de fotos, y al cabo de cien días 35.000 millones. Facebook es hoy la base de imágenes más grande del mundo. Google, por ejemplo, es capaz de prevenir la epidemia de gripes en el mundo con sólo calcular la cantidad de personas que, en un lugar determinado, busca información sobre los síntomas de la gripe y cómo curarla. Además, los costos de esta tecnología, almacenamiento, memoria o microprocesadores son cada vez más bajos. La NSA es perfectamente capaz de almacenar todas estas informaciones y luego analizarla con programas especializados, incluidos los correos que enviamos y recibimos.

    –Como usted lo demuestra en su libro Sillicon Valley, el valle de los predadores, tanto el espionaje como el dinero que Google o Facebook ganan en Internet proviene de nuestra… digamos inocencia.

    –Sillicon Valley es el valle del Big Data. Las empresas como Google o Facebook viven de los datos que nosotros les facilitamos. Con esos datos tratan de saber cuáles son nuestros centros de interés y, a partir de allí, enviarnos publicidades que correspondan a nuestro perfil. Un portal como Facebook vive de la publicidad y va a hacer todo lo posible para saber más cosas sobre nosotros y nuestros amigos, para incitarnos a publicar más y más cosas sobre nosotros. Una vez que las obtienen, lo que hacen es materializar esas informaciones bajo la forma de publicidades. Facebook es capaz de identificar y fichar a la gente en función de sus preferencias por determinadas prácticas sexuales o por ciertas drogas. Esto es muy peligroso porque, en algunos países, hay prácticas sexuales que están prohibidas. Por consiguiente, a esos regímenes políticos les basta con ir a Facebook, hacer una búsqueda por edad, diplomas, zonas geográficas y prácticas sexuales para encontrar a las personas precisas. Cualquier régimen político tiene acceso a todas esas informaciones. En resumen, asistimos a un fichaje sexual, ideológico, político y religioso.

    –¿Qué pasó con los europeos que se quedaron dormidos, sin capacidad tecnológica alguna?

    –El imperio norteamericano utiliza las autorrutas de la información para captar las informaciones a fin de garantizar su seguridad y, también, para el espionaje económico o industrial. Y nosotros, como europeos, estamos en la periferia del imperio norteamericano y, encima, le enviamos informaciones. Cuando Francia lanzó la ofensiva contra los islamistas radicales en Mali, tuvo que pedir el respaldo norteamericano. Estados Unidos le suministró información, aviones radares y drones.

    efebbro@pagina12.com.ar

    Página/12 :: El mundo :: Nadie escapa al gran fichero del Tío Sam

    Terrorismo de Estado made in USA

    Filed under: Guerra do Petróleo,Isto é EUA!,Terrorismo de Estado — Gilmar Crestani @ 7:41 am
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    euaLUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA

    Não valem o sacrifício, na FOLHA

    Guerras imperiais perderam qualquer legitimidade, conforme reconheceu o Parlamento britânico

    A derrota imposta pelo parlamento britânico no dia 29 de agosto ao primeiro ministro David Cameron, que já estava pronto para fazer a guerra à Síria, ficará como um dos grandes momentos da história do Reino Unido, porque pela primeira vez os representantes do povo disseram não às "razões do império".

    E, ao fazerem isto, levaram os dois outros grandes países imperiais modernos, os EUA e a França, que também se preparavam para a guerra, a suspender sua ação, pelo menos por algum tempo.

    Nos dias anteriores, jornalistas do "Financial Times" e do "Wall Street Journal" analisavam com impiedosa frieza as perspectivas da nova guerra que as três potências preparavam.

    Era mais uma guerra contra países em desenvolvimento que se recusam a se submeter a seus interesses. Não discutiam a validade da decisão, já tomada por eles como "óbvia" dado o noticiário que já durava mais de um ano retratando o esforço dos rebeldes sírios e a violência do governo ditatorial "" noticiário que fora coroado pela "notícia" que a Síria teria usado armas químicas.

    As razões da guerra para esses senhores e a grande maioria de seus leitores pareciam definitivas.

    Em relação às guerras, depois da Segunda Guerra Mundial, o grande progresso que o mundo experimentou foi que agora as potências imperiais precisam de razões morais para intervir e que essas razões devem ser dotadas de credibilidade.

    Nesses três países, que se arvoram em defensores dos valores ocidentais e cristãos, essa credibilidade é identificada com seus interesses econômicos nacionais, e, ao mesmo tempo, difundida para as elites ocidentais dos demais países.

    Essa credibilidade foi prejudicada pela guerra do Iraque. As armas de destruição em massa cuja mera posse por Saddam Hussein justificariam a guerra não existiam. Agora é pouco provável que tenham sido as forças de Bashar al-Assad que tenham usado armas químicas. Ele estava muito bem avisado pelo presidente americano que, se as usasse, os EUA iniciariam a guerra.

    Faz mais sentido supor que foi um dos grupos terroristas islâmicos, entre os muitos que constituem as forças rebeldes, que tenha feito uso de sarin e matado 1.500 pessoas para convencer o Ocidente a intervir.

    Existe uma missão da ONU na Síria que está verificando se o governo fez uso de armas químicas. É mais prudente esperar pelos seus resultados.

    O mundo deve ao Parlamento britânico o mérito de haver evitado os horrores de mais uma guerra.

    Desde o fim da Segunda Guerra Mundial ficou claro para todos que guerras entre grandes países já não podem ter reais vitoriosos. São jogos de soma menor que zero. E, desde a derrota dos EUA no Vietnã e do desastre representado pelas guerras do Iraque e do Afeganistão, também está ficando claro que guerras imperiais não valem o sacrifício.

    Não valem porque os povos atacados, indignados porque afinal vivemos na época dos direitos humanos e da democracia, se defendem de forma surpreendente. E porque as guerras imperiais perderam qualquer legitimidade, conforme reconheceu o Parlamento britânico.

    COLUNIST

    08/09/2013

    Snowden, Manning e Assange não podem voltar para casa; Yoani Sánchez, pode!

    Há uma passagem em Heródoto, pai da História, a respeito da espionagem no Império Persa. A mensagem era enviada tatuada na nuca do agente, deixava o cabelo crescer e então era enviado ao destinatário. Com o tempo, começou a faltar agentes, o que levou à surpreendente descoberta. No final da mensagem tatuada, chave do enigma. “Mate-o depois de ler  mensagem”. Ora, todos os impérios praticaram e praticam espionagem. E também em todos os estados vítimas havia internamente os que serviam e eram servidos pelos impérios. No Brasil há os que, na Alemanha de Hitler foram chamados de Os Carrascos Voluntários de Hitler, que cumprem a agenda paga pelo império. Que os EUA tentem nos boicotar e roubar é da lógica, que existam aqui quem se submete aos intere$$es de quem os finanCIA, também é compreensível. O que não é compreensível é que, sabendo de tudo,  aceite com passividade bovina.

    Snowden, Manning e Assange são nossos novos herois

    Diario do Centro do Mundo 5 de setembro de 2013

    Eles revelaram algo que não só os EUA, mas todos os grandes poderes estão fazendo.

    HONG KONG-CHINA-US-SECURITY-INTELLIGENCE

    Publicado originalmente no Common Dreams. O autor, o esloveno Slavoj Zizek, é filósofo e teórico crítico, professor da European Graduate School e de insituições americanas como a Universidade de Columbia, e  Universidade de Michigan.

    POR SLAVOJ ZIZEK

    Todos nos lembramos do rosto sorridente do presidente Obama, cheio de esperança e confiança, em sua primeira campanha: “Yes, we can!” — nós podemos nos livrar do cinismo da era Bush e trazer justiça e bem-estar para o povo americano. Agora que os EUA continuam suas operações secretas e expandem sua rede de inteligência e espionagem até mesmo na direção de seus aliados, podemos imaginar manifestantes gritando para Obama: “Como você pode usar os drones para matar?Como você pode espiar nossos aliados?” Obama murmura com um sorriso zombeteiro: “Yes, we can.”

    Mas a personalização perde o sentido: a ameaça à liberdade revelada pelos whistleblowers tem raízes mais profundas, sistêmicas. Edward Snowden deve ser defendido não só por que seus atos envergonharam os serviços secretos dos EUA; ele revelou algo que não só os EUA, mas também todos os grandes (e não tão grandes) poderes – da China à Rússia, da Alemanha a Israel – estão fazendo (na medida em que são tecnologicamente capazes de fazê-lo) .

    Seus atos forneceram uma base factual para as nossas suspeitas de que estamos sendo monitorados e controlados – a lição é global, muito além do padrão americano. Nós realmente não soubemos nada através de Snowden (ou Manning ) que já não presumíssemos que fosse verdade. Mas uma coisa é suspeitar de maneira geral, outra é obter dados concretos. É um pouco como saber que um parceiro sexual está traindo você – pode-se aceitar o conhecimento abstrato, mas a dor surge com os detalhes picantes, as fotos do que eles estavam fazendo etc.

    Em 1843, o jovem Karl Marx afirmou que o ancien régime da Alemanha “apenas imagina que acredita em si mesmo e exige que o mundo imagine a mesma coisa”. Em tal situação, colocar a culpa em quem está no poder torna-se uma arma. Ou, como Marx continua: “A pressão deve ser mais premente adicionando-lhe a consciência da pressão, a vergonha deve ser mais vergonhosa ao ser divulgada”.

    Esta, exatamente, é a nossa situação hoje: estamos diante do cinismo descarado dos representantes da ordem global existente, que só imaginam que acreditam em suas idéias de democracia, direitos humanos etc.

    Em seu texto clássico “O que é o Iluminismo”, Kant contrasta o uso “público” e “privado” da razão — “privado” é , para Kant, a ordem institucional em que vivemos (o nosso estado, nossa nação… ), enquanto o “público” é a universalidade transnacional do exercício da razão: “O uso público da razão deve ser sempre livre e só ele pode trazer entendimento entre os homens; o uso privado da razão, por outro lado, pode muitas vezes ser muito limitado, sem particularmente impedir o progresso do entendimento. Por uso público da razão eu me refiro ao que um acadêmico faz perante o público leitor.”

    Segundo Kant, o domínio do Estado é “privado” e contido por interesses particulares, enquanto indivíduos que refletem sobre questões gerais usam a razão de forma “pública”. Esta distinção kantiana é especialmente pertinente com a internet e outras novas mídias. Em nossa era da computação em nuvem, não precisamos mais de grandes computadores individuais: softwares e informações são fornecidos sob demanda e os usuários podem acessar as ferramentas ou aplicativos da web através de browsers.

    Este maravilhoso novo mundo, no entanto, é apenas um lado da história. Usuários estão acessando programas e arquivos de software que são mantidos longe de salas climatizadas com milhares de computadores.

    Para gerenciar uma nuvem é preciso um sistema de monitoramento que controla o seu funcionamento, e este sistema é, por definição, escondido dos usuários. Quanto menor e mais personalizado o item (smartphone) que eu tenho em mãos, e mais fácil de usar, mais sua configuração tem de confiar no trabalho que está sendo feito em outro lugar, num vasto circuito de máquinas que coordena a experiência do usuário. Quanto mais a nossa experiência é espontânea e transparente, mais ela é regulada pela rede invisível controlada por agências estatais e grandes empresas privadas, que seguem suas agendas secretas.

    Uma lei secreta, desconhecida dos indivíduos, legitima o despotismo arbitrário daqueles que a exercem, como indicado no título de um recente relatório sobre a China: “Mesmo o que é segredo é um segredo na China.” Intelectuais incômodos que informam sobre a opressão política, catástrofes ecológicas, a pobreza rural etc ficam anos na prisão por trair um segredo de Estado. Como muitas das leis são confidenciais, torna-se difícil para as pessoas saberem como e quando as estão violando.

    O que torna o controle de nossas vidas tão perigoso não é o fato de que perdemos nossa privacidade e que todos os nossos segredos íntimos são expostos ao Big Brother. Não existe agência estatal capaz de exercer tal controle – não porque eles não saibam o suficiente, mas porque sabem demais. A quantidade de dados é muito grande, e apesar de todos os programas para a detecção de mensagens suspeitas, os computadores são demasiado estúpidos para interpretar e avaliar corretamente, resultando erros ridículos em que pessoas inocentes são listadas como potenciais terroristas — e isso faz com que o controle estatal das comunicações seja mais perigoso. Sem saber por quê, sem fazer nada ilegal, todos nós podemos ser listados como potenciais terroristas.

    Lembre-se da resposta lendária de um editor de um jornal do grupo Hearst à dúvida do dono de por que ele não tirava longas e merecidas férias: “Tenho medo de que se eu sair haverá caos e tudo vai desmoronar – mas eu tenho ainda mais medo de descobrir que, se eu sair, as coisas vão continuar normalmente sem mim, a prova de que eu não sou realmente necessário!” Algo semelhante pode ser dito sobre o controle estatal das nossas comunicações: devemos temer que não temos segredos, que as agências estatais secretas sabem tudo, mas devemos temer ainda mais que elas não consigam se sair bem nessa empreitada.

    É por isso que os whistleblowers têm um papel crucial na manutenção da “razão pública”. Assange, Manning, Snowden são os nossos novos heróis, casos exemplares da nova ética que convém à nossa era de controle digital. Eles não são mais apenas os denunciantes das práticas ilegais de empresas privadas e autoridades públicas; eles denunciam essas próprias autoridades públicas quando elas se engajam no “uso privado da razão”.

    Precisamos de Manning e Snowden na China, na Rússia, em todos os lugares. Há estados muito mais opressivas do que os EUA – apenas imagine o que teria acontecido a alguém como Manning em um tribunal russo ou chinês (provavelmente sem direito a julgamento público). No entanto, não se deve exagerar a suavidade dos EUA: é verdade, os EUA não tratam os prisioneiros com tanta brutalidade como a China ou a Rússia – por causa de sua prioridade tecnológica, os Estados Unidos simplesmente não precisam da abordagem brutal. Nesse sentido, os EUA são ainda mais perigosos do que a China na medida em que suas medidas de controle não são percebidas, enquanto a brutalidade chinesa é exibida abertamente.

    Portanto, não é suficiente jogar um Estado contra o outro (como Snowden, que usou a Rússia contra os EUA): precisamos de uma nova rede internacional para organizar a proteção dos denunciantes e a disseminação de sua mensagem. Denunciantes são nossos heróis porque eles provam que, se quem está no poder faz o que faz, nós também podemos fazer.

    Snowden, Manning e Assange são nossos novos herois | Diário do Centro do Mundo

    03/09/2013

    "Os Estados Unidos não têm amigos, têm interesses"

    LatuffEUAGloboAlguém consegue imaginar o que aconteceria se o Brasil fizesse algo parecido com o Presidente dos EUA?! Dependendo de como reagir o império colonial, o melhor que os brasileiros podem fazer é começar indicando nossos vira-bostas e vira-latas embaixadores nossos nos EUA. Pelo menos nos livramos destas pragas por aqui. Por tudo o que os EUA vêm fazendo, todo e qualquer cidadão norte-americano deveria ser considerado, no Brasil, desde já, persona non grata. Dado o passado e o presente de intromissão nos assuntos internos de tantos países, torço para que todo norte-americano no exterior volte para casa envolto na bandeira deles, dentre de um saco.

    JANIO DE FREITAS

    A força dos interesses

    Ser amistoso em retribuição a atos inamistosos é, no mínimo, subserviência –e não parece próprio de Dilma

    Na estreita margem de reação ao seu alcance, a mais (ou única) eficaz resposta do governo brasileiro ao dos Estados Unidos é pôr em suspenso a visita da presidente Dilma Rousseff a Barack Obama, marcada para o próximo mês. E confirmá-la ou sustá-la a depender do que o governo americano faça com a exigência de explicação escrita que lhe fez ontem o governo brasileiro, sobre a violação das comunicações oficiais e pessoais até da presidente brasileira.

    Assuntos importantes podem haver, mas não assuntos graves para negociações de Dilma e Obama. A visita foi prevista, portanto, sobretudo como um gesto amistoso. Mas ser amistoso em retribuição a atos inamistosos é, no mínimo, subserviência. O que não parece próprio de Dilma Rousseff e, de uns poucos anos para cá, deixou de ser a atitude brasileira com os Estados Unidos.

    A interceptação das comunicações da Presidência não é só uma transgressão das normais internacionais de convivências soberanas, praticada pelo governo americano contra o brasileiro. São ações inamistosas dos Estados Unidos. De duas ordens.

    Uma, sub-reptícia, de violação de direitos e de sigilos brasileiros protegidos pelo direito internacional e por tratados de que os dois países são signatários. Outra, a depreciação da soberania brasileira, se não for a negação mesma.

    Neste segundo aspecto, a visão de um país sob condições neocoloniais ficou explicitada outra vez, diretamente, ao ministro da Justiça brasileiro, José Eduardo Cardozo, quando levou a Washington, na semana passada, uma proposta de acordo para meios honestos e legais de coleta americana de informações no Brasil (sem embaraços, desde que autorizada judicialmente, como exige a Constituição do Brasil).

    O governo americano recusou a proposta com um argumento dado como definitivo e apresentado de modo que o ministro descreveu como "peremptório": os Estados Unidos agem com base na sua legislação interna e consideram-se cumprindo uma missão internacional. As leis que regem a conduta americana no Brasil, como na violação do sigilo das comunicações presidenciais e quaisquer outras, são as leis americanas, não a Constituição brasileira e seu corpo de leis. E pronto.

    Com a sugestão a Washington, o Brasil cumpriu o papel de diplomacia respeitável, mas, a rigor, mesmo o acordo seria inócuo: os Estados Unidos não são confiáveis. Vale lembrar, a propósito, um ensinamento, tão pouco aproveitado no jornalismo, dado por John Foster Dulles, o mais proeminente secretário de Estado americano desde a Segunda Guerra Mundial: "Os Estados Unidos não têm amigos, têm interesses".

    E força. Da qual abusam segundo seus interesses. "Se o Congresso aprovar, a ação dos EUA na Síria ocorrerá mesmo que o Conselho da Segurança da ONU seja contrário" –é uma resolução destes dias. A desproporção de forças militares reflete-se sobre os organismos internacionais de regulação e julgamento, o que sinaliza, por antecipação, as escassas perspectivas dos recursos a cortes internacionais insinuados pelos ministros Cardozo e Luiz Alberto Figueiredo, o estreante de Relações Exteriores.

    A menos que se constitua um movimento de países com alguma dose de representatividade, algo bastante problemático. E dependente, quem sabe, dos arquivos e da disposição de Edward Snowden de divulgar violações graves em outros países, como fez com seu coadjuvante Glenn Greenwald nestas revelações sobre o furto americano de sigilos da Presidência brasileira.

    Se o Brasil não tem meios para dar a resposta à altura, será muito pedagógico que ao menos se mantenha ereto –como se mostra até aqui.

    24/08/2013

    Buitres made in USA

    Filed under: Argentina,Fundos Urubus,Isto é EUA! — Gilmar Crestani @ 1:16 pm
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    ECONOMIA › Nota de tapa

    FALLOS DE RAPIÑA

    Por Tomás Lukin

    La Cámara de Apelaciones de Nueva York rechazó la propuesta de pago realizada por el gobierno argentino y respaldó el fallo del juez Griesa que convalida todos los reclamos de los fondos buitre. Sin embargo, suspendió sus efectos hasta que la Corte norteamericana decida si acepta la apelación de la Argentina

    La pelea, capítulo a capítulo

    En marzo de 2005, Néstor Kirchner negoció la mayor quita de deuda de la historia con una adhesión del 76 por ciento. Un segundo canje elevó ese porcentaje al 93 por ciento, pero el 7 por ciento restante pone en jaque ese acuerdo.

    Por Fernando Krakowiak

    La Argentina logró en 2005 la quita de deuda soberana más grande de la historia. Sin embargo, el fallo de la Cámara de Apelaciones de Nueva York podría hacer fracasar ese acuerdo si la Corte Suprema de Estados Unidos no lo revisa. El juez de primera instancia Thomas Griesa dictaminó el 23 de febrero de 2012 que el país le debe pagar la totalidad de la deuda a un grupo de fondos buitre que no aceptaron ninguna quita y litigaron en su juzgado. El 26 de octubre la Cámara ratificó ese fallo y ayer desestimó la apelación del gobierno argentino. La totalidad de la deuda que reclaman los buitres en esa demanda es de unos 1330 millones de dólares, pero el problema no es sólo el monto. Si la Argentina les paga a esos acreedores el ciento por ciento de lo reclamado, todos los que ingresaron al canje estarán en condiciones de reclamar lo mismo. Entonces la reestructuración que negoció Néstor Kirchner se habrá caído.

    En diciembre de 2001, el efímero gobierno de Adolfo Rodríguez Saá declaró un default por 81.200 millones de dólares, el 62 por ciento de un total estimado entonces en 132.000 millones de dólares. En ese momento, la Argentina atravesaba la peor crisis económica y social de su historia. Por lo tanto, era imposible seguir pagando toda la deuda. Los primeros contactos para regularizar la situación comenzaron recién durante el gobierno de Néstor Kirchner. El 25 de septiembre de 2003, cuatro meses después de haber asumido, el mandatario pidió colaboración en la Asamblea General de las Naciones Unidas para reconstruir la economía y recuperar la capacidad de pago. “Sin una concreta ayuda internacional, sin medidas que promuevan el crecimiento y el desarrollo sustentable, el pago de la deuda se torna una verdadera quimera”, sostuvo. Al mismo tiempo, advirtió que no se dejaría asfixiar por los acreedores. “Nunca nadie les pudo cobrar una deuda a los muertos”, agregó. Lo que vino después fue una dura negociación que cerró su primera etapa el 3 marzo de 2005, cuando el Gobierno concretó el primer canje de deuda con una quita nominal de 65,6 por ciento, la más grande de la historia. La adhesión fue del 76 por ciento.

    Los que quedaron afuera incrementaron la presión contra el Gobierno con diversos pedidos de embargo ante tribunales internacionales. Varias demandas se radicaron en Nueva York porque parte de los bonos fueron emitidos bajo legislación estadounidense. A raíz de esa presión, en abril de 2010 la Argentina reabrió el canje con una nueva oferta, levemente mejor que la de 2005. El porcentaje de adhesión se elevó entonces al 93 por ciento, pero el 7 por ciento restante, en su gran mayoría fondos buitre, siguió litigando, logró embargar temporariamente algunos activos argentinos en el exterior, como la Fragata Libertad, y ahora puso al Gobierno en una nueva encrucijada.

    Para lograrlo, los buitres contaron con el respaldo del juez Griesa. En febrero del año pasado, el magistrado emitió un fallo donde ordenó a la Argentina pagarle a los fondos Elliot, NML Capital, Dart, Aurelius, AC Paster y Blue Angel la totalidad de la deuda que reclaman, sin quita. El Gobierno apeló a la Cámara. En su escrito argumentó que esa medida discriminaba a los que entraron a los canjes de 2005 y 2010, poniendo en riesgo toda la reestructuración. El 26 de octubre de 2012, la Cámara de Apelaciones de Nueva York respaldó el fallo de Griesa y le ordenó al juez que defina con más precisión cómo hacer efectiva su resolución. “Jamás vamos a pagarles a los buitres”, respondió entonces el ministro de Economía, Hernán Lorenzino.

    El 1º de noviembre de 2012 la presidenta Cristina Fernández de Kirchner habló de una campaña anti Argentina y cuestionó a la Justicia estadounidense: “La verdad es que cuando uno ve lo que pasó con la Fragata Libertad y con las decisiones de la Justicia de Nueva York, recomiendo como Presidenta, por favor, a todos los que tengan que reestructurar deuda, no vayan más a Nueva York. No cometan el error de ir a un Estado o a una Justicia que evidentemente desconoce su propia legislación”, sentenció.

    Griesa se mostró molesto con la reacción del Gobierno y el 22 de noviembre de 2012 sorprendió al ordenarle que les pague a los buitres 1330 millones de dólares en efectivo el 15 de diciembre de ese año. Incluso exigió que la Argentina depositara esa cifra en una cuenta de garantía para los buitres, junto con el pago del Cupón PBI. De otra manera, los bonistas que sí entraron al canje no podrían cobrar. La decisión provocó una fuerte caída en los bonos de la deuda. “Lo único que le faltó a Griesa es ordenar que manden a la Quinta Flota”, respondió Lorenzino. Además, el ministro dijo que el fallo de Griesa era “colonialismo judicial”.

    Cuando parecía que la Argentina se encaminaba a un default técnico, la Cámara de Apelaciones de Nueva York ordenó suspender el fallo. La decisión la tomó el 28 de noviembre. Ese día fijó además un cronograma de presentaciones para ambas partes que finalizó el 27 de febrero. Cuando le tocó su turno, el gobierno argentino flexibilizó su posición e informó a la Cámara de Apelaciones que estaba dispuesto a reabrir el canje de deuda. La Cámara pidió más detalles y el 29 de marzo el Gobierno le acercó una propuesta donde replicó las condiciones de la oferta que realizó en 2010. Los buitres ratificaron luego que no aceptarían quita y ahora la Cámara ratificó su postura inicial y se inclinó por los acreedores, dejando a la Argentina al frente de una nueva crisis financiera. Además, sentó un precedente que dificultará todas las renegociaciones de deuda futuras a nivel mundial ya que, a partir de ahora, mientras haya un acreedor que no acepte, todo el proceso quedará pendiendo de un hilo. El impacto del fallo no es automático porque la orden de pago quedó en suspenso hasta que la Corte Suprema de Estados Unidos decida si interviene. Igual el panorama no es alentador, porque son muy pocos los casos que revisa la Corte.

    fkrakowiak@pagina12.com.ar

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    10/05/2013

    USA México com moleque de recados

    Filed under: Brasil,México,OMC — Gilmar Crestani @ 9:24 am
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    México disputa a Brasil la hegemonía en América Latina

    La visita de Obama y la elección del nuevo director de la OMC evidencian que la competencia entre los dos países resta influencia al continente en la escena internacional

    Luis Prados México 10 MAY 2013 – 08:42 CET48

    Peña Nieto y Rousseff en enero en Chile. / efe

    El éxito de la reciente visita del presidente Obama a México seguido por el jarro de agua fría que ha supuesto en este país la derrota de su candidato frente a su competidor brasileño para dirigir la Organización Mundial de Comercio (OMC) ha vuelto a poner en evidencia la competencia entre los dos gigantes de América Latina. Un duelo entre dos liderazgos y dos proyectos nacionales que, en opinión de varios analistas consultados, neutralizan la influencia del continente en el tablero mundial.

    El próximo septiembre el embajador brasileño durante ocho años ante la OMC, Roberto Azevêdo, se convertirá en el primer latinoamericano que presidirá esta institución, pero ¿es en realidad un triunfo del continente? En su elección para suceder al francés Pascal Lamy en detrimento del ex ministro de Comercio e Industria mexicano, Herminio Blanco, que contaba con el apoyo de la Unión Europea y de EE UU, fue decisivo el voto de los países africanos y también de aquellas naciones que recelan de la ortodoxia en el libre comercio.

    “México está muy cerca de EE UU y muy lejos de los antiguos no alineados”, dice Luis Miguel González, director del diario mexicano El Economista. “A México se le reprocha su ortodoxia en un momento en el que las instituciones multilaterales buscan enfoques heterodoxos y cuando desde hace ya más de una década países como el propio Brasil, China, India y Rusia practican una especie de proteccionismo enmascarado. Brasil jugó con dos barajas, la de América Latina y la de ser uno de los BRICS, y le valió más la segunda”, añade.

    El economista y profesor del Colegio de México, Gerardo Esquivel, suma otras razones: “Por una parte, a favor de Azevêdo jugaba que era un insider, pudo cabildear desde dentro. Por otra, defender el comercio como instrumento de desarrollo, visto el resultado del Tratado de Libre Comercio de América Latina (TCLAN) 20 años después, debilitaba las posibilidades de Blanco”.

    Rubén Aguilar, ex portavoz del presidente Vicente Fox (2000-2006), hace un análisis más político. “México está muy concentrado en América del Norte y esta imbricación con EE UU levanta suspicacias en otros países. Tenemos 52 consulados en EE UU y una decena en Canadá mientras Brasil tiene embajadas en casi toda África”. “Ahora bien”, continúa, “México juega en las grandes ligas, compite con China en el mercado estadounidense, mientras que Brasil lo hace en segunda división y compite con Paraguay o Ecuador. El desarrollo económico y social de México se juega en América del Norte”.

    En los últimos años, Brasil sumó a su pujanza económica una agresiva acción exterior justo cuando México se borraba del escenario internacional. “Con Fox y su sucesor Felipe Calderón (2006-2012), México empezó a perder preponderancia y los diplomáticos de carrera, que eran magníficos, quedaron un tanto marginados”, opina Esquivel.

    Ahora las tornas parecen estar cambiando. El nuevo presidente del PRI, Enrique Peña Nieto, realizó al poco de su elección una gira por Suramérica y trata de diversificar áreas y temas. “Peña Nieto volverá a mirar al sur, pero no a todo”, afirma el director de El Economista. “La agenda de México está en el Pacífico, en la relación con Chile, Perú y Colombia. No veo mayor relación con Brasil o Argentina, más allá de que este presidente tengan una aproximación más pragmática y menos sanguínea e ideológica que Calderón en los conflictos bilaterales”, agrega. En los últimos meses de 2012, México formó la Alianza Pacifico con los tres primeros países.

    “La diplomacia brasileña fracasó en su acercamiento a Irán, en su mediación en Honduras cuando fue derribado el presidente Manuel Zelaya, con el abrazo de Lula a Fidel”, afirma Rubén Aguilar. “Con la presidenta Dilma Rousseff ha habido un cambio radical y se ha acabado ese atrevimiento y esa ligereza ante las violaciones de los derechos humanos de la etapa de Lula”.

    El investigador Gerardo Esquivel subraya que Obama viajó a México y Centroamérica con “una intención clara de impulsar el Acuerdo Transpacífico (TPP, en sus siglas en inglés) por el interés de EE UU de abrir su economía a esos mercados”. Estas tendencias podrían abrir a medio plazo una línea de división vertical en América Latina entre el Pacífico y Mercosur o área atlántica.

    En el terreno económico, señala este economista, ”la burbuja brasileña empieza a desinflarse. Se sobreestimó por el boom de las materias primas”. Esquivel, que estuvo recientemente en ese país, apunta, que “Brasil no hizo las reformas que ahora México quiere llevar a cabo, muchos de sus recursos están mal utilizados y su sistema financiero está rezagado en tecnología. Las infraestructuras para los Juegos Olímpicos y el Mundial de Fútbol no marchan”.

    También advierte sobre el excesivo optimismo sobre México. “Los dos países dependen del exterior, pero es verdad que la fuerza de México no depende de las materias primas y su economía está en un ciclo positivo. Sin embargo, tiene graves fallos estructurales y el comercio mundial se está desacelerando. El Gobierno mantiene una previsión de crecimiento del 3,5% para este año, pero según mis cálculos nos quedaremos en el 2%”.

    Durante su visita, Obama habló de un “nuevo México emergente” y expuso su visión de una Norteamérica integrada económica, social y culturalmente. “Hay razones para ser optimista. El boom del gas shale abaratará la energía y permitirá una reindustrialización de EE UU, lo que generará más empleos en México porque muchos procesos de producción serán más fáciles de hacerlos aquí. Podría representar un cambio geopolítico de gran trascendencia, pero llevará tiempo”, asegura Esquivel.

    Pese a la gran dependencia de su vecino del Norte, Luis Miguel González cree que existe una gran oportunidad para México, “si es capaz de trascender su historia conflictiva con EE UU”. “La relación entre los dos países es muy joven a pesar del pasado, tiene margen para reinventarse”.

    México y Brasil compiten recurrentemente cuando se debate otorgar a América Latina un asiento en el Consejo de Seguridad de la ONU y ni ellos ni Argentina, los tres países miembros del G-20, se coordinan ante cada cita de este gobierno económico mundial. Su rivalidad tanto comercial como en imagen exterior anula su influencia en la escena internacional. México está interesado en un tratado de libre comercio que el proteccionismo brasileño desdeña al tiempo que le irrita su mala fama por la violencia cuando sus índices de criminalidad son menores -una tasa de homicidios del 21% por cada 100.000 habitantes frente al 23%-. Como dice Esquivel, “Sería necesario forjar una agenda común, un pacto por América Latina, para hacer fuerza”.

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