Ficha Corrida

16/03/2013

Ditador eleito 17 vezes em 14 anos

Filed under: Bandidagem,Grupos Mafiomidiáticos,Isto é EUA!,Terrorismo de Estado — Gilmar Crestani @ 9:16 am
Tags:

Roberto Amaral

15.03.2013 09:54

O legado de Hugo Chávez para a América Latina

Apoiador de Chávez, com um boneco do líder nas mãos, acena ao chegar para o velório em Caracas, na quinta-feira 14. Foto: Ronaldo Schemidt / AFP

Apoiador de Chávez, com um boneco do líder nas mãos, acena ao chegar para o velório em Caracas, na quinta-feira 14. Foto: Ronaldo Schemidt / AFP

Em 14 anos promoveu 17 eleições (a 18ª travar-se-á no dia 14 de abril ainda em torno de sua legenda) e ganhou nada menos de 16! Mas é um ‘ditador’, diz o Departamento de Estado dos EUA e o repetem nossos jornalões, reproduzindo suas matrizes ideológicas.

Convocou por plebiscito uma Constituinte autônoma e a confirmou em referendo. Nossa democracia, vencida com tanta dor a ditadura (cujos crimes só agora começam a ser oficialmente apurados!), teve de se conformar com um Congresso ordinário (inchado até com senadores biônicos) autoinvestido de poderes constituintes.

A Constituição da ‘ditadura’ chavista – caminhando para a democracia direta –, incorpora avanços impensáveis ainda hoje no Brasil. Além da iniciativa popular legislativa, do plebiscito e do referendo (consultivo, revocatório, aprovatório e abrogatório), introduziu a revogação de mandatos, inclusive o do presidente. Chávez, ainda, inovou, ao submeter seu mandato a referendo (2004).

Mas, asseveram os comentaristas, o ‘regime chavista’ era (e prossegue sendo com Maduro) uma ‘ditadura’. Democracia mesmo, bem esta é a do grande ‘irmão do Norte’, onde Al Gore ganha as eleições no voto e quem toma posse é Bush…

No Brasil democrático, a ‘Constituição cidadã’ do Dr. Ulysses foi contestada desde o primeiro dia pelos seus avanços sociais, tarefa a que se devotaram Sarney, Collor e FHC, em nome da chamada governabilidade. Hoje, é um texto sem caráter, colcha de retalhos, mutilada por 71 emendas (e outro tanto em andamento…) que derrogaram a maior parte das conquistas sociais e os dispositivos que protegiam o interesse nacional. O que sobrou de avanço, sofre a condenação da direita, ecoada pela grande imprensa. Bom exemplo é a impossibilidade de cumprir a ordem do art. 220 da CF (aquele que regula os meios de comunicação de massa).

Acostumados com a leniência de nossos governos, dos partidos, do Legislativo e do Judiciário – todos acovardados diante do monopólio da informação – os grandes meios dizem que Chávez era um ditador porque enfrentou o que não ousamos enfrentar aqui: o monopólio da informação manipulada. Lá, os poderosíssimos grupos RCTV e Globovision. Não se informa (ora, informar não é o objetivo da grande imprensa!) que esses grupos de mídia foram instrumento fundamental (e evidentemente inconstitucional e ilegal) no golpe de Estado de 2002, contra Chávez, articulado pela embaixada dos EUA e o grande empresariado venezuelano. Como aqui em 1964, o golpe de lá também foi perpetrado em nome da democracia. Lá, o ‘democrata’ Pedro Carmona, presidente da Federação Venezuelana de Câmaras de Comércio (Fedecámaras), assim que instalado no Miraflores, atribuiu a si mesmo poderes extraordinários para determinar a dissolução da Assembleia e o recesso do Judiciário e da Procuradoria…

Seria esse o regime que prometia livrar a Venezuela da ‘ditadura chavista’. A diferença entre o nosso longevo golpe de 1964 e o venezuelano de 2002 é que lá o povo reagiu e depôs os golpistas. O resto é história contada e sabida.

No Brasil, a direita – e ela é a mesma aqui, ali e acolá –, responde com arreganhos a toda e qualquer iniciativa, seja mesmo puramente acadêmica, teórica, de democratização dos meios de comunicação, oligopolizados do ponto de vista empresarial e monopolizados do ponto de vista ideológico. Hoje um poder acima do Estado, e da Constituição, irresponsável porque inimputável, poder que ninguém ousa controlar. Pois uma das exigências da democracia é o encontro da liberdade com a responsabilidade. Uma não pode ser maior do que a outra.

Não se quer muito. Agora mesmo, no México, o governo festejadamente democrático de Peña Nieto criou um Instituto Federal de Telecomunicações com poderes para regular a concorrência nos mercados de telefonia e radiodifusão. Terá sido acometido de algum vírus chavista? Se essa regulação caminhar no sentido da democratização, o alvo poderá vir a ser o Grupo Televisa, que detém 70% da audiência mexicana. Nessa hipótese de ‘mau exemplo’, o México continuará sendo considerado uma democracia?

O merecido conceito brasileiro de democracia representativa estável resistiria, na voz dos monopólios, a qualquer tentativa de democratização dos meios de comunicação de massa?

Fala-se, agora, que Maduro, indicado vice na forma da Constituição venezuelana, não poderia permanecer no cargo após a morte do titular. No Brasil, o colégio eleitoral (que substituiria o povo no direito de eleger o presidente), elegeu Tancredo, e, com sua morte, o Congresso, passando por cima do presidente da Câmara dos Deputados, deu posse ao vice-presidente José Sarney (também e não por acaso ex-presidente do partido da ditadura, é impossível deixar de lembrar).

A história da Constituinte condicionada e da posse do vice no lugar do presidente morto antes de seu juramento no Congresso e de instalar-se no Planalto, remonta a negociações de próceres do PMDB com os militares que teriam dado origem a compromissos para assegurar a transição do poder militar para o poder civil, monitorado por aquele. Um dos compromissos teria sido o da convocação de um congresso constituinte, em vez de uma Constituinte autônoma; outro, inimputabilidade dos crimes da ditadura.

Leia mais:
“Chavismo será diferente sem Chávez”, diz analista
Maduro e Capriles abrem disputa para eleições na Venezuela
Notável reformador

Não nos enganemos. A direita, no Brasil e no mundo, jamais teve apreço pela democracia, embora alegue sua defesa sempre que promove golpes-de-Estado. As razões para a guerra midiática antichavista são objetivas: a Venezuela possui uma das maiores reservas petrolíferas do mundo, reservas que sobreviverão quando secarem as do Oriente Médio, depredado pelas grandes potências. Em seu rastro, a pobreza de milhões (em contraste com a riqueza obscena de suas classes dominantes) e os milhões de vítimas de um genocídio permanente, sustentado pela fome e pelas guerras impostas pelo imperialismo.

Para as elites venezuelanas, corruptas, pérfidas, o petróleo serviria tão só para o seu enriquecimento e fausto, pois os lucros eram aplicados em Miami, sua verdadeira capital. Quanto mais o país exportava petróleo – e importava tudo porque nada era investido na produção de alimentos ou na industrialização – o povo, as grandes massas, a maioria da população, os mulatos e os mestiços, pobres porque povo mestiço, viviam na pobreza abjeta, sem emprego, sem educação, sem saúde, sem nada porque também sem esperança. Que fez o ‘caudilho’, coronel ‘populista’, ‘demagogo’? Desviou os lucros da PDVSA para a melhoria das condições de vida da população, da população pobre, em detrimento, salve ele!, de suas elites alienadas e forâneas, em detrimento dos poderosos, inclusive dos poderosos empresários da mídia, em prejuízo inclusive de uma corporativismo sindical corrupto.

Cedo, Chávez compreendeu a importância da união cooperativa dos Estados latino-americanos, o que sempre irritou as metrópoles. Daí a tentativa de desmoralizar seu bolivarianismo. Estreitou as relações econômicas com a Argentina (que socorreu com a compra de seus títulos desvalorizados), ajudou Cuba e diversos pequenos países do Caribe (fornecendo petróleo subsidiado), cooperou com a Bolívia e o Equador. Promoveu aproximação sem precedentes entre a Venezuela e o Brasil (com FHC, com Lula, com Dilma), cujos efeitos econômicos a burguesia indígena, se tivesse um mínimo de autonomia ideológica, saberia reconhecer. Mas ao contrário, combateu o quanto pôde o ingresso da Venezuela no Mercosul, projeto sabidamente do interesse da região e do Brasil.

Não, não fez a revolução social, mas governou tendo sempre em vista a emancipação econômica da Venezuela e a melhoria da qualidade de vida de sua gente, propostas inaceitáveis pela direita (defesa do país e promoção dos interesses dos pobres), eis as razões de seus conflitos com os EUA e a oposição dos poderosos internos. Uma oposição de ódio, ódio de classe, ódio étnico, ódios hepáticos e ódio puro ódio. Mas eis, igualmente, a razão de suas sucessivas vitórias e a esperança de que o semeado frutificará, regado que é pelo apoio popular.

Leia mais em www.ramaral.org

O legado de Hugo Chávez para a América Latina | Carta Capital

11/03/2013

Dudamel e a última homenagem para Chávez

Filed under: Dudamel,Venezuela — Gilmar Crestani @ 10:17 pm
Tags:

Vídeo: regente titular da Orquestra Filarmônica de Los Angeles e da Sinfônica de Gotemburgo cancelou concerto para dirigir a Orquestra Jovem Simón Bolivar no funeral de Chávez.

O Conversa Afiada publica vídeo da homenagem de Gustavo Dudamel no funeral de Hugo Chávez:

Saiu no Sul21:

Gustavo Dudamel vai reger a Orquestra Jovem Simón Bolivar no funeral de Chávez


Nesta quinta-feira (7), o regente titular da Orquestra Filarmônica de Los Angeles e da Sinfônica de Gotemburgo, Gustavo Dudamel, solicitou o cancelamento de um concerto que faria em Los Angeles — onde está apresentando a obra de John Adams O Evangelho Segundo Outra Maria –, a fim de dirigir a Orquestra Jovem Simón Bolivar no funeral do presidente de Hugo Chávez. O pedido foi aceito.
Eis a carta que Dudamel enviou à direção da orquestra e a seus músicos:

Meus queridos amigos,
Como vocês podem imaginar, este é um momento muito difícil para meu país, onde nosso presidente Chávez acaba de falecer. Na próxima sexta-feira, com o país de luto, um funeral de Estado foi organizado e eu fui convidado a retornar a Caracas a fim de fazer parte da cerimônia. Como integrante do El Sistema e da Orquestra Jovem Simón Bolívar, ambos importantes símbolos da cultura venezuelana, eu simplesmente tenho que ir.
Hoje à noite, vamos estrear juntos um trabalho extraordinário de John. E vou voltar a tempo para conduzi-los sábado e domingo. Mas amanhã será impossível. Ficarei profundamente grato pela compreensão de todos nesta situação única.
Gustavo

Dudamel e a última homenagem para Chávez | Conversa Afiada

Como a matriz quer ver a (ex)filial

Filed under: Jorge Castañeda,Venezuela — Gilmar Crestani @ 9:42 am
Tags:

 

El naciente culto a Hugo Chávez

Importa más su martirio que el grado de bienestar que dio a los venezolanos

Jorge Castañeda11 MAR 2013 – 00:01 CET

Sacar el balance de la gestión de Hugo Chávez en Venezuela tomará tiempo, al igual que cualquier análisis de su legado en América Latina. Más allá del evidente fervor que despertó entre sus millones de seguidores venezolanos, y su notable conexión con los sectores más desfavorecidos de su país, se necesitarán datos duros para saber si sus entristecidos adeptos de hoy realmente se beneficiaron de su magnanimidad petrolera. O tal vez su devoción proviene más bien de una identificación étnica y social intangible —crucial, sin duda— y duradera.

Las cifras tendrán que ser recopiladas por fuentes confiables, las mismas que proporcionan números económicos y sociales de otros países, para ser comparables con el pasado venezolano y con otras sociedades latinoamericanas, sobre todo a la luz del gasto de más de un billón (en castellano) de dólares a lo largo de los 14 años de Gobierno chavista. Los avances deberán ser medidos para poder ser aquilatados y cotejados con los costos, principalmente en materia social: educación, salud, vivienda, pobreza, desigualdad. Me atrevo a sospechar que la raíz del naciente culto a Chávez en Venezuela se origina en la sensación etérea que genera su martirio y la inclusión impresionista de los excluidos, y no tanto en las estadísticas de bienestar, que probablemente resulten ser mucho menos exitosas de lo que se piensa.

En cuanto a su legado latinoamericano, más allá de la fatigada e irritante retórica bolivariana, habrá que ver cómo sobreviven varios países a la posible interrupción, a mediano plazo, del inmenso subsidio chavista a sus economías: Cuba, Nicaragua, Bolivia, El Salvador, y en menor medida la República Dominicana. Como se ha escrito muy bien en estas y otras páginas, una parte de la severa crisis económica —déficit público, desplome de las reservas monetarias, inflación, escasez de todo tipo de bienes— que heredará el nuevo mandatario proviene de la cantidad de barriles de petróleo ya comprometidos con China, Cuba y otros países, y que o bien no generan ingresos, o los que generaron ya fueron dilapidados. Para los beneficiarios de esa generosidad chavista, prescindir de esos barriles dolerá tanto como la pérdida del amigo. El agradecimiento a Chávez por su apoyo difícilmente durará más que el apoyo mismo; este puede tener los días contados, cualquiera que sea el resultado de las elecciones del mes de abril.

Ahora hay que formular una serie de preguntas sobre lo que sucedió durante estos dos años de trágica agonía y muerte de un gobernante

Lo factible desde ahora, entonces, es formular una serie de preguntas sobre lo que sucedió realmente durante estos dos años de trágica agonía y muerte de un gobernante con suerte hasta que se le agotó. Las interrogantes que siguen merecerán una respuesta durante la campaña electoral que comienza en Venezuela, pero también en la conciencia de las personas que siguen acontecimientos como estos y muchos otros.

¿Qué hubiera sucedido en otro país si durante dos años el jefe de Estado en funciones se atendiera médicamente en otra nación, bajo un sigilo completo, que aseguraba que los gobernantes del segundo país supieran más del estado de salud del enfermo que la población, la oposición, los médicos y hasta el Poder Legislativo y Judicial del país propio? ¿Qué pasaría en otro país si las principales decisiones médicas las tomaran no solo galenos extranjeros y en otra nación, sino personas subordinadas por completo al poder político de ese otro país? Una cosa son los jeques y los príncipes del golfo Pérsico que se atienden de sus males cardiacos en la Cleveland Clinic, donde el Gobierno de Estados Unidos sabe obviamente cómo evolucionan, pero donde difícilmente da órdenes a los cardiólogos de lo que deben hacer. ¿Qué hubiera acontecido en otro país si durante dos años un Gobierno extranjero coadyuvara a mantener un velo de silencio y de secreto casi perfectos sobre el destino más elemental del gobernante de una nación? A estas preguntas hipotéticas se suman varias más, de orden factual, emanadas de los mismos acontecimientos.

¿Cuándo supieron Chávez y sus colaboradores que su cáncer era terminal y que le restaban pocos meses de vida? ¿Antes o después de lanzar su candidatura a la presidencia el 11 de junio de 2012? ¿Antes o después de los comicios celebrados el 16 de diciembre del año pasado? ¿Se enteraron a mitad de la campaña? ¿Cómo hubiera reaccionado el electorado venezolano de haber votado sabiendo que la persona a la que iban a elegir a la presidencia no tomaría posesión y fallecería dos meses después de su victoria electoral? ¿Cómo hubieran respondido los votantes venezolanos si a media campaña se hubiera filtrado, con fundamentos y de manera fidedigna, que el verdadero estado médico de Chávez era de encontrarse desahuciado, y que en realidad los electores estaban enviando a Nicolás Maduro a la presidencia y no a Hugo Chávez?

¿Es imaginable hoy en día algo por el estilo en un país democrático? Existe el precedente de Franklin D. Roosevelt en las elecciones norteamericanas de noviembre de 1944, cuando fue electo por cuarta vez, en condiciones de salud guardadas en secreto, y que llevarían a su muerte apenas seis meses más tarde, y en el ínterin, a su extrema debilidad en la Conferencia de Yalta. Pero eso sucedió hace 70 años. Hoy se antoja inconcebible.

¿Con qué autonomía y conciencia pudo resolver asuntos tan delicados como la devaluación del bolívar?

Siguen más interrogantes. ¿Bajo qué condiciones de sedación, de dolor, de sufrimiento y angustia, tomó Chávez decisiones importantes a lo largo de los últimos meses, a partir del momento en que se enteró del desenlace fatal que se asomaba en el horizonte? ¿A qué tantas presiones estuvieron sujetos por parte de los cubanos? ¿Con qué autonomía y conciencia pudo resolver asuntos delicados como la devaluación del bolívar, el curso de la campaña presidencial, el apoyo o el sabotaje a las conversaciones de paz en Colombia, y la selección de su sucesor? ¿Fue óptimo el tratamiento sugerido / impuesto / escogido por los cubanos? ¿Se transfirió de verdad el equivalente de la tercera parte de las reservas actuales del Banco Central a La Habana?

Estas son algunas preguntas que deben importarles a los venezolanos y que ojalá obtengan respuesta a lo largo de la breve campaña electoral que comienza, en condiciones terriblemente adversas para la oposición. Las exequias son un acto de campaña chavista; la designación de Maduro como presidente encargado es un acto de campaña chavista; las amenazas del almirante Molero Bellavia, ministro de Defensa, de “darle en la madre a toda esa gente fascista de este país” es un acto de campaña chavista; la asistencia de varios jefes de Estado latinoamericanos al sepelio, en estas condiciones, es un acto de campaña chavista.

Pero aunque la oposición no pueda remontar todas estas tremendas desventajas, si logra arrancarle al chavismo pos-Chávez respuestas a las interrogantes planteadas, habrá avanzado mucho en preparar la reconstrucción del país. Chávez le hereda a su pueblo la veneración que este siente por uno de los suyos, junto con una sociedad polarizada al extremo y una economía devastada. Como escribió Moisés Naím, entrega una oportunidad perdida. Quizás le convenga más a la democracia venezolana que el chavismo recoja los platos rotos; pero ojalá la sociedad venezolana sepa, con pleno conocimiento de causa, cómo y cuándo se rompieron.

Jorge G. Castañeda es analista político y miembro de la Academia de las Ciencias y las Artes de Estados Unidos.

El naciente culto a Hugo Chávez | Opinión | EL PAÍS

07/03/2013

Venezuela e as torcidas organizadas

MARK WEISBROT

TENDÊNCIAS/DEBATES

O céu não desabou na Venezuela

É provável que a economia continue a crescer por muitos anos ainda, pelo menos enquanto o governo continuar a apoiar o emprego

A desvalorização recente da moeda venezuelana provocou alguma discussão na imprensa internacional. Boa parte dela se baseia em números equivocados e análises falhas, fato que não surpreende. Desta vez, o prêmio de erro numérico vai para Moisés Naím, por escrever no "Financial Times" que "durante a presidência de Hugo Chávez, o bolívar foi desvalorizado em 992%".

Os fãs da aritmética vão notar imediatamente que isso é impossível. O máximo que uma moeda pode ser desvalorizada é 100%, ponto no qual valeria zero dólares. Parece que uma gama muito grande de exagero é permissível ao se escrever sobre a Venezuela, desde que seja exagero negativo.

Segundo a maioria dos relatos da mídia, a Venezuela precisou desvalorizar sua moeda, o "bolivar fuerte", para conseguir mais bolívares para cada dólar de receita petrolífera. Reflitamos sobre isso. Quando o governo desvaloriza a moeda de 4,3 para 6,3 bolívares, o que está fazendo? Está dando dois bolívares fortes adicionais para cada dólar recebido em receita petrolífera. Mas é claro que ele poderia criar o mesmo montante de dinheiro sem desvalorizar a moeda.

Os oponentes poderiam objetar: "Mas criar dinheiro eleva a inflação". Contudo, o fato de o governo estar dando dois bolívares adicionais por cada dólar recebido também é geração de dinheiro. A diferença principal é que a desvalorização também eleva a inflação, ao elevar o preço dos produtos importados.

Por que desvalorizar, então? A desvalorização tem outros efeitos. Embora o encarecimento dos importados leve a inflação a subir, também beneficia a produção doméstica, que compete com os importados. E, o que talvez seja mais importante, a desvalorização encarece o dólar, aumentando com isso o custo da fuga de capitais. Isso ajuda o governo a conservar mais dólares dentro do país.

É por isso que as fontes oposicionistas -e, com frequência, a mídia se baseia nelas- dizem que a desvalorização foi insuficiente, que outra virá em breve etc. Elas querem incentivar a fuga de capitais, que imporia mais pressão sobre a moeda. Estão torcendo por uma espiral de inflação-desvalorização, em que a inflação torna a moeda mais sobrevalorizada (em termos reais), suscitando nova desvalorização, que provoca mais inflação, mais fuga de capitais e assim por diante.

Mas as espirais de inflação-desvalorização na América Latina são coisa do passado e uma desvalorização a cada poucos anos está muito longe de ser uma espiral. Na realidade, não obstante as previsões na mídia de que a inflação chegaria a 60% após a desvalorização de janeiro de 2010 -maior que essa última-, a inflação de longo prazo não subiu e a inflação cheia aumentou apenas temporariamente. Depois disso, a inflação caiu por mais de dois anos, ao mesmo tempo em que o crescimento econômico subiu para 5,6% no ano passado.

Quanto à dívida pública, ela é sustentável sem dificuldade. O FMI projeta a dívida pública bruta venezuelana em 2012 em 51,3% do PIB (comparado a mais de 90% no caso da Europa). Uma medida melhor é a carga de juros da dívida externa pública, que em 2012 representou cerca de 1% do PIB, ou 4,1% da receita de exportações da Venezuela.

A economia do país apresenta uma série de distorções e problemas, incluindo escassez recorrente de bens diversos, e alguns deles estão relacionados ao sistema de taxa de câmbio. Mas nenhum dos problemas representa uma ameaça sistêmica à economia, do modo como, por exemplo, as bolhas imobiliárias nos EUA, no Reino Unido, na Espanha e em outros países representaram em 2006.

Apesar dos desejos em contrário tão fortemente representados na mídia, é provável que a economia da Venezuela continue a crescer por muitos anos ainda, pelo menos enquanto o governo continuar a apoiar o crescimento e o emprego.

MARK WEISBROT, 58, é codiretor do Centro de Pesquisas Econômicas e Políticas, em Washington, e presidente da Just Foreign Policy

Tradução de CLARA ALLAIN

06/03/2013

Hugo Chávez: as críticas dizem mais sobre seus críticos

Filed under: Hugo Chávez — Gilmar Crestani @ 3:25 pm
Tags:

 

Hugo Chávez, um democrata caluniado

Postado por Juremir em 6 de março de 2013Política

Hugo Chávez está morto.

Foi certamente o melhor presidente da história da Venezuela.

Submeteu-se a mais de uma dezena de eleições sempre vigiadas por comissões internacionais conduzidas por homens do porte de Jimmy Carter.

Usou o petróleo, que antes jorrava só para os ricos, em favor dos pobres.

Fez o país crescer.

Tornou a Venezuela o país menos desigual da América Latina.

Ao contrário do que se diz, jamais eliminou a oposição ou impediu totalmente a liberdade de expressão. Tem jornal na Venezuela que nunca passou um dia sem detoná-lo. Chávez é, certa forma, o produto de uma Venezuela podre, a reação com tendência autoritária à corrupção dos partidos que dominaram o país ao longo da história. O ódio devotado a ele pela direita é diretamente proporcional aos interesses que contrariou e aos privilégios que cancelou.

Podem existir líderes mais democráticos do que Chávez.

Mas, no contexto da América Latina, ele foi um gigante.

Tudo o que os seus opositores esperam é poder fazer o tempo recuar, devolvendo a Venezuela ao seu atraso dos anos 1990.

É muito provável que consigam.

Hugo Chávez, um democrata caluniado Juremir Machado da Silva – Correio do Povo | O portal de notícias dos gaúchos

Hugo Chávez não se cala!

Filed under: Hugo Chávez — Gilmar Crestani @ 8:45 am
Tags:

Os crimes de Hugo Chávez, segundo a Folha: “Em seus 14 anos de mandato, Chávez beneficiou-se da alta histórica dos preços do petróleo, principal produto de exportação do país, nos anos 2000. Usou a estatal PDVSA para financiar programas sociais”. Primeiro, como se o petróleo só tivesse sofrido “alta histórica” durante seu governo. Só os mal informados e os mal intencionados não sabem que todas as guerras no Oriente Médio levantam os preços do petróleo. E, anteriormente, quando havia aumento do petróleo, para onde iam os lucros ninguém se pergunta? E aí vem o fundamentalismo dos que não gostam de Hugo Chávez: “Usou a estatal PDVSA para financiar programas sociais”. Como gostariam nossos associados do Instituto Millenium, porque não usou os lucros da PDVSA para financiar os grupos mafiomidiáticos venezuelanos. É por isso que Hugo Chávez, mesmo morto, continua falando por suas opções. A direita não perdoa que os recursos públicos sejam usado em prol de que mais precisa.

 

HUGO CHÁVEZ – 1954-2013

Morre influente e polêmico presidente venezuelano

* EM 14 ANOS, CHÁVEZ APROVEITOU BOOM DO PETRÓLEO E FOI ACUSADO DE AUTORITÁRIO * VICE MADURO ASSUMIRÁ O PODER E CONVOCARÁ ELEIÇÃO PARA OS PRÓXIMOS 30 DIAS

FLÁVIA MARREIRODE SÃO PAULO

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, um dos mais influentes e controversos líderes da América Latina das últimas décadas, morreu ontem em Caracas, aos 58 anos, após lutar por 21 meses contra um câncer.

"Vamos acompanhá-lo até sua última morada abraçando-nos como uma família, juntos como uma família, a família dessa pátria que ele nos deixa de herança: livre e independente", anunciou na TV, às lágrimas, o vice Nicolás Maduro, que informou que a morte aconteceu às 16h25 (17h55 de Brasília).

O corpo segue hoje para a Academia Militar em Caracas e a cerimônia fúnebre oficial será na sexta. O governo decretou luto oficial de sete dias. Não foi divulgado o local do enterro.

O desaparecimento de Chávez, provocado por uma doença sobre a qual o governo jamais divulgou detalhes, abre um período de incertezas na Venezuela.

Segundo o chanceler Elías Jaua, Maduro assumirá temporariamente o poder e convocará novas eleições para os próximos 30 dias. As Forças Armadas reconheceram o vice como presidente interino.

A decisão sobre quem assume é controversa, uma vez que a Constituição prevê: em caso de morte de um presidente não empossado, quem assume é o presidente da Assembleia Nacional. Reeleito em outubro, Chávez não fez seu juramento em 10 de janeiro, como determina a Carta.

Maduro, escolhido herdeiro político pelo esquerdista, deve ser o candidato governista no pleito.

A notícia comoveu seus apoiadores. Centenas foram à praça Bolívar e ao Hospital Militar de Caracas, onde ele estava internado desde o dia 18.

Grande parte dos meses da luta contra o câncer, no entanto, ele passou na Havana do seu mentor Fidel Castro, onde foi diagnosticado e tratado sob estrito controle de informação.

Ele recusou oferta de Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser atendido no hospital Sírio-Libanês.

"Hoje lamentavelmente, infelizmente e com tristeza digo para vocês que morreu um grande latino-americano: o presidente da Venezuela Hugo Chávez", disse Dilma, que cancelou viagem à Argentina.

Em seus 14 anos de mandato, Chávez beneficiou-se da alta histórica dos preços do petróleo, principal produto de exportação do país, nos anos 2000. Usou a estatal PDVSA para financiar programas sociais.

Os índices de pobreza e de desigualdade caíram -mais do que no Brasil de Lula, comparativamente-, mas o governo jamais se livrou da alta na inflação.

Vítima de tentativa de golpe em 2002, Chávez culparia jornais e TVs privados e lançaria ações contra eles colecionando acusações de autoritarismo.

Morreu antes de assumir o quarto mandato, para governar até 2019 -fez campanha, assessorado pelo marqueteiro brasileiro João Santana, dizendo-se curado.

Menos de dois meses depois, em 8 de dezembro, chocou o país na TV ao dizer que faria a quarta cirurgia contra o câncer, com riscos "inegáveis".

Seria a última aparição do exímio comunicador que levou o uso da TV pela política a um patamar de "reality show", inclusive para lidar com o câncer.

Horas antes de anunciar. a morte, Maduro deu mostras de que seguirá a retórica do ex-chefe: anunciou a expulsão de dois militares que atuam na Embaixada dos EUA em Caracas acusados de "propor planos desestabilizadores".

Acusou os "inimigos" da Venezuela de "atacar" Chávez e causar a sua doença.

30/03/2011

Argentina e Venezuela, unidas por

Filed under: Cultura — Gilmar Crestani @ 8:03 am
Tags: , , , ,

Las razones históricas

Por Mario Wainfeld

p12_30032011“Seré Chávez, el breve”, sorprende el susodicho en el Palacio San Martín, y formula un discurso de brindis relámpago, en tres minutos. Le bastan para evocar a San Martín, a Belgrano, a Dorrego, a Néstor Kirchner. También para lisonjear a los vinos argentinos y revelar que son los favoritos de Fidel Castro. Pide una copa de vino, le llevan champagne. Brinda: “¡Al gran pueblo argentino, salud!” y cierra un brindis redondo. Chávez puede hasta ser breve, si se lo propone o si lo pide la Presidenta anfitriona. Eso sí, jamás será un orador hueco o casual, ni banal, ni aburrido.

Ya podrá extenderse a sus anchas en La Plata en la entrega del premio Rodolfo Walsh. Es un lauro polémico, más vale, también una decisión de los académicos y los estudiantes. Para Radio 10 y C5N se trata de una afrenta. “Rodolfo Walsh jamás lo hubiera querido”, concuerdan sus periodistas más afamados. Este cronista no se atreve a ratificarlo ni a negarlo. Sí está convencido de que el periodismo de la cadena Hadad está en las antípodas de la vida y trayectoria de Walsh.

– – –

Pasa el presidente Chávez y es imposible ser indiferente. Googlee usted “Chávez y dictadura”, encontrará más de un millón de entradas, una fracción importante será de diarios europeos que lo tienen como bestia negra. El líder bolivariano propicia los alineamientos binarios, cualquier analista debería precaverse, insinuar una lectura compleja o, cuanto menos, rica en datos. No está de moda, claro.

La integración de Venezuela al Mercosur y a la Unasur fue una tarea de orfebres de los presidentes Lula da Silva, Néstor Kirchner y Cristina Fernández. Como fue norma en la mayoría de los aspectos referidos a la política regional, el brasileño y sus colegas argentinos acordaron en casi todo o en todo. La sensatez y la visión sistémica los unieron, en la difícil misión de contener a un socio díscolo.

Hagamos un repaso de la historia, no de la leyenda maniquea:

– La relación comercial entre Argentina y Venezuela es, a distancia sideral, la mayor de la historia conjunta.

– Kirchner y Lula “condujeron” a Chávez en la Cumbre de Mar del Plata donde ellos (tanto como el bolivariano) querían plantar el “No al ALCA”.

– Kirchner y el entrañable líder brasileño aconsejaron a Chávez que se sometiera a un referéndum revocatorio que distendiera el escenario político venezolano. Una jugada a todo o nada: consolidar su legitimidad o irse. Una ordalía política, una prueba de fuego que pocos mandatarios serían capaces de afrontar y sobrevivir a ella. El presidente venezolano aceptó el consejo, se expuso, ganó. Suele triunfar en las elecciones, un detalle que sus adversarios de su país o de otras latitudes subestiman.

Chávez no es un aliado sencillo ni dócil, no es eso lo que tratan de decir estas líneas. No hay motivos, ni tampoco posibilidades, de imitar acá la política interna de Venezuela. Ni para prendarse de ella. Eso sí, ante una realidad local, surgida de la decisión soberana del pueblo venezolano, la mejor respuesta es la integración y no el aislamiento o el castigo.

– – –

Relaciones comerciales, alianzas básicas para sostener la gobernabilidad de América del Sur, ámbitos de diplomacia presidencial que incluyan a todos los Estados… Son tácticas inteligentes, jugadas, siempre expuestas a un traspié. En el siglo XXI América del Sur es una de las regiones más pacíficas del planeta, como destacó ayer la presidenta Cristina Fernández de Kirchner. Conatos bélicos (Colombia contra Ecuador) fueron desactivados, también pudieron frenarse intentonas golpistas contra los gobiernos populares de Ecuador y Bolivia. Si la región estuviera fragmentada, si Venezuela (que de eso se habla y no de su contingente, sí que popular, mandatario) quedara afuera, esas acciones reparadoras no podrían haberse concretado.

– – –

El viernes se cumplirán veinte años de la puesta en marcha de la Convertibilidad, un pasable plan de emergencia para salir de la hiperinflación que se transformó en una política de Estado durante diez años. Una de las más imbéciles y suicidas de las que se tenga memoria, en un país que las ha cultivado con fruición. Se renunció a la política monetaria, lo que fue hilvanando sucesivamente la renuncia a la política económica y, en gran medida, a la política tout court. Se entregó el patrimonio nacional, se desmembró la red ferroviaria, se desguazaron empresas que durante décadas vertebraban la vida en pueblos y ciudades. Ahora se ha puesto de moda embellecer retrospectivamente el bipartidismo. Es útil recordar que la Convertibilidad fue una tremenda decisión del peronismo, que la Alianza sacralizó.

Cuando, como pasó ayer, dos presidentes concelebran un acto en Tandanor ponen en acto un sano revisionismo. Un homenaje a la producción nacional en comarcas que fueron asoladas por el espejismo financiero. El desbaratamiento de la industria naval fue un disparate magno en la era del disparate. La –trabajosa y parcial– recuperación de la actividad, un canto a la sensatez productiva.

La apostilla, cree el cronista, viene a cuento. El discurso dominante emparienta la política internacional con el delirio, el ideologismo y la falta de racionalidad. Pero hete aquí que, más allá de los discursos, lo que prevalece es la lógica instrumental frente a la embriaguez autodestructiva de antaño.

– – –

Hace menos de tres años, por esas vueltas de la vida, el cronista asistió a una conferencia de prensa conjunta entre los cancilleres de Francia, Bernard Kouchner, y de Venezuela, Nicolás Maduro. Fue en París y llamaba la atención la diferencia de talla entre el francés, retacón él, y Maduro, que tiene una talla notable. Casi contradictoria con el peso relativo de sus países, pensó el cronista, que le pasa más cerca a Kouchner.

El motivo eran numerosos tratados comerciales, que movían una millonada de euros. Algún periodista consultó a Kouchner acerca de las –supuestas– flojas credenciales democráticas del chavismo. El canciller respondió que era el gobierno ungido por los venezolanos y aludió a lo que sería una paráfrasis gala de la libre determinación de los pueblos.

El cronista no admira, precisamente, a la administración Sarkozy. Y sabe que ejercita una cruel realpolitik. Sin embargo, remarca dos puntos lúcidos que en la Argentina se menoscaban en exceso. Los intereses económicos son un puntal de las relaciones exteriores. Las decisiones soberanas de otras sociedades no son una bagatela.

Mucho de eso falta cuando se clama al cielo por cada llegada de Chávez, que (dicho sea de paso) siempre concita adhesiones muy superiores a la de casi cualquier visitante de otro país.

– – –

“¿Por qué no te callas?”, le espetó, inolvidable, el rey de España. Chávez se había ido de boca, seguramente. Pero a Su Majestad le saltó el imperio, el etnocentrismo, esa tendencia a juzgar a otros con parámetros propios que se pretenden imponer como universales.

Chávez no se callará. Y lo que es más serio: muchos aspectos de su política internacional son cuestionables y chocantes aun para sus aliados regionales. Con todos esos ripios y cabalgando sobre las contradicciones el proceso de acercamiento entre su país, Argentina, Brasil y el Mercosur es uno de los logros de la etapa reciente. La más fecunda y conviviente de nuestra trágica historia.

Chávez partió como ráfaga hacia Uruguay y Bolivia, donde su verba encenderá pasiones y rechazos. Puede, rara vez, hasta ser breve. Jamás pasar inadvertido.

Chávez recebe prêmio de jornalismo na Argentina

mwainfeld@pagina12.com.ar

06/03/2011

Para nóia!

Filed under: Tio Sam,WikiLeaks — Gilmar Crestani @ 5:59 pm
Tags: ,

Para Hilari, esposa do bosqueteiro, Venezuela e Irã estariam prestes a invadir os EUA. A amizade e  cooperação entre Chávez e Ahmadinejad, na leitura de quem fazia amizade e cooperação com Mubarak, só pode ser algo ruim. Os EUA são tão previsíveis que só a arrogância deles e a subserviência dos demais permite esta relação de subalternidade, ao modo da Teoria da Dependência, sem uma reação proporcional à desfaçatez. A ingerência americana também é previsível, como o fizeram todos os impérios. O que choca não é a atitute patrulheira do Tio Sam, mas a subserviência de quem goza sob o taco da bota. Só masoquistas ou de baixa auto-estima aceitam a tutela americana como fato da natureza.

Manual práctico de Inteligencia

Un cable firmado por Hillary Clinton y dirigido a toda América latina revela cómo actúa y qué busca el sector de Inteligencia de la diplomacia estadounidense.

Por Santiago O’Donnell

El cable no dice con todas las palabras que hay un nuevo enemigo en el patio trasero, pero lo da a entender. Describe un país con “una agenda antiestadounidense”, capaz de lanzar “ataques terroristas en la región” y de proveer “ayuda letal a sus aliados”.

El Departamento de Estado estadounidense no oculta preocupación por la creciente presencia de Irán en la región en un cable diplomático de enero del 2009 filtrado por Wikileaks, al que tuvo acceso Página/12.

El documento firmado por Hillary Clinton arranca diciendo que sus analistas políticos y de Inteligencia han llegado a la conclusión de que Irán busca romper su aislamiento diplomático relacionándose con gobiernos de izquierda en Latinoamérica y el Caribe.

“Los analistas de Washington afirman que Teherán está extendiendo su mano a los países latinoamericanos para reducir su aislamiento diplomático e incrementar sus vínculos con gobiernos izquierdistas en la región que Teherán percibe que pueden compartir su agenda antiestadounidense”, dice el texto. “El presidente Ahmadinejad parece ser la fuerza impulsora detrás de esta política.”

A continuación, los analistas aseguran que el presidente venezolano en persona se ha encargado de ampliar los contactos de Irán en la región.

“(Ahmadinejad) ha recibido asistencia personal del presidente venezolano Hugo Chávez. Los vínculos de Irán con Venezuela incluyen cooperación militar, son los más cercanos y significativos.”

El cable vincula a Irán y Venezuela con una agrupación que Washington acusa de terrorista.

“Dado el alto perfil de la relación Irán-Venezuela, individuos vinculados a Hezbolá probablemente ven a Venezuela como un santuario donde pueden recaudar fondos y apoyar actividades sin interferencia. Otros gobiernos populistas como Bolivia, Ecuador y Nicaragua también han buscado vínculos políticos y económicos con Irán. Irán ha establecido centros culturales en 16 países de la región y embajadas en diez países.”

Hezbolá es un movimiento islamista chiíta que forma parte del gobierno del Líbano y recibe asistencia de Siria e Irán. Hezbolá ha sido declarado organización terrorista por Estados Unidos, la Unión Europea e Israel, pero no por los gobiernos sudamericanos. En los cables filtrados por Wikileaks el gobierno estadounidense da por hecho que el atentado a la AMIA fue cometido por Hezbolá por orden del gobierno Iraní. El juez argentino que lleva la causa no ha acusado al Estado iraní ni a Hezbolá, pero libró órdenes de captura para varios funcionarios y ex funcionarios iraníes sospechados de planear el atentado. Además, sostiene la hipótesis de la fiscalía según la que un militante suicida de Hezbolá habría manejado el coche-bomba que habría provocado el estallido.

Los datos buscados

Tras alertar sobre la presencia iraní en la región, el resto del cable que mandó Washington a más de 30 embajadas en países latinoamericanos y caribeños se lee como un manual de todo lo que usted siempre quiso saber pero nunca se animó a preguntar. En este caso, sobre lo que Estados Unidos piensa de Irán y su aparición como actor regional. Desde los acuerdos culturales hasta la venta de armas, desde los convenios comerciales hasta los intercambios estudiantiles.

El cable incluye una larga lista de preguntas que el Departamento de Estado les hace a sus distintas delegaciones extranjeras. Aunque el autor reconoce que “carecemos de información sobre los objetivos estratégicos de Irán en la región”, las preguntas están llenas de presupuestos y afirmaciones que revelan la existencia de una hipótesis de conflicto de acuerdo con la cual Irán es un enemigo a rastrear en todo el mundo.

Por ejemplo, cuando pregunta si “Teherán tiene alguna intención de usar la región como escenario de potenciales ataques terroristas, ya sea en forma directa o a través de terceros”, está diciendo que Irán es capaz de hacerlo. Lo mismo cuando pregunta: “¿Hay personas afines al gobierno de Irán dedicadas a la creación de redes para potenciales ataques terroristas a futuro?” o “¿Irán apoya actividades terroristas en la región?”.

Cuando pregunta si Irán ha establecido contactos con “otros” grupos “terroristas o radicales”, como las FARC, está diciendo que Irán lo es también.

Las preguntas, decenas de ellas, van desde lo más general, como “¿cuál es el tamaño de la comunidad chiíta?” hasta casos puntuales de presunto tráfico de armas, como “¿hay información adicional del cargamento iraní que iba a Caracas, interceptado en Turquía?”.

En los cables de Wikileaks a los que accedió Página/12 no figura la respuesta de la embajada en la Argentina, aunque la preocupación por Irán (y por Hezbolá) aparece reflejada en muchos de ellos. En contactos de la embajada con miembros del Gabinete, jueces, legisladores y jefes militares, policiales y de Inteligencia. En el seguimiento de protestas y actividades públicas de personas identificadas con el gobierno iraní como el líder piquetero Luis D’Elía y en el apoyo a los pedidos internacionales de captura en la causa AMIA.

A nivel regional, claro, el interés de Washington es mucho más amplio.

Abundan las preguntas sobre política exterior: “¿Qué tan alta prioridad es América latina para Irán? ¿Irán piensa convertirse en un actor clave en América latina? Específicamente, ¿qué países, grupos e individuos son vistos por Irán como facilitadores en la región? ¿Qué países aparecen como el foco de los esfuerzos iraníes para lograr avances políticos, diplomáticos y económicos en la región, y dónde planea una expansión? ¿Cuáles son los temas domésticos, políticos, económicos o sociales que puedan impactar su vinculación en América latina”.

Preguntas sobre Hezbolá: “¿Teherán y Hezbolá comparten objetivos en la región? ¿Cuáles serían las intenciones y capacidades de Irán para fortalecer los objetivos de Hezbolá en la región?”.

Preguntas sobre espionaje: “¿A qué nivel Irán y sus aliados latinoamericanos colaboran en contra de Estados Unidos? ¿De qué maneras Irán ha sido exitoso en agitar más sentimiento antiestadounidense en la región? ¿A qué nivel Irán y Latinoamérica comparten información de Inteligencia? ¿Irán ha provisto entrenamiento de inteligencia en la región?”.

Preguntas de economía: “¿Cómo está haciendo Irán para sortear sanciones económicas a través de sus vínculos en la región? ¿Qué clase de relaciones comerciales y financieras se están de-sarrollando entre Irán y la región? Las sociedades comerciales con Irán ¿dan ganancia? ¿Qué países han expandido su comercio con Irán? Estos acuerdos comerciales ¿se refieren a bienes específicos o sectores? ¿Hay algún indicio de intercambio, incluyendo materiales o tecnología, que podría usarse para el desarrollo de armamento por parte de Irán?”.

Más preguntas de Venezuela: “¿Qué pasa con la renovación de los motores de los aviones F-5 venezolanos, el contrato de Irán con Venezuela para construir fábricas de municiones y el acuerdo con Venezuela para procurar de Irán vehículos aéreos no piloteados (UAVS, en inglés) y aviones livianos iraníes?”.

El orgullo herido del vendedor que ha perdido a un viejo cliente tiñe la siguiente pregunta: “¿Cuál es el nivel de satisfacción con respecto a la calidad de los materiales militares y el entrenamiento que ha recibido de Irán?”.

Preguntas y más preguntas. Sobre el programa de visas Ecuador, sobre los contactos de los espías iraníes y la Guardia Revolucionaria en la región. En un momento se pregunta si Irán colabora con los países de la región en la lucha antidroga. En otro pregunta si Irán está involucrado en narcotráfico. Pregunta: “¿Qué hacen los conversos latinoamericanos, u otros estudiantes de adoctrinamiento iraní, cuando regresan a la región de su entrenamiento en Irán?”.

Hay que seguirlos para contestarlo.

sodonnell@pagina12.com.ar

Página/12 :: El mundo :: Manual práctico de Inteligencia

11/02/2010

RCTV = Globo

Filed under: Cosa Nostra — Gilmar Crestani @ 6:14 am
Tags: , , ,

Detrás de la “guerra” de RCTV y Chávez

Por Modesto Emilio Guerrero *

Pedro Carmona, o mascote dos golpistas venezulanos!

Pedro Carmona, o mascote dos golpistas venezulanos!

De lo que no cabe duda, es de que en la Venezuela bolivariana hay una batalla (también podría llamarse sin remilgos “guerra”) entre Radio Caracas Televisión (RCTV) y el gobierno de Hugo Chávez. No es la única, pues el gobierno ha ingresado en una zona de turbulencias en lo económico, social, político e internacional. Pero ésa es clave. El asunto es por qué: qué la motiva, cuáles sus fuerzas motrices, quiénes son los protagonistas, por qué RCTV es el hilo conductor de esta “guerra”.

El solo hecho de que esta empresa televisiva desaparezca y reaparezca multiplicada por otros canales, y que el gobierno le pise los talones desde 2002, no sólo cierra la discusión sobre su libertad de expresión (mayor mientras más desaparece), también obliga a pensar sobre dos derechos iguales, el de RCTV a atacar con métodos conspirativos al gobierno de Chávez y el de derecho de éste a defenderse.

Vista la cosa en estos términos, no habría nada de que sorprenderse cuando se registra en la prensa mundial que el canal salió del aire por segunda vez desde 2007. Ya había salido cuatro veces entre 1976 y 1984 por violar cinco leyes y dos reglamentos. (Libro Blanco sobre RCTV, pág. 11, Ccs. 2007.)

Esta vez fue igual, y su presidente, Marcel Granier, respondió como jefe político: “Buscan callar la voz de protesta del pueblo venezolano ante el fracaso de la gestión gubernamental, no nos vamos a someter a una tiranía”. (http://notidiariooscar.blogspot.com)

Entonces, el asunto no es jurídico ni mediático. RCTV cumple la ley y ejerce sus derechos cuando quiere y no lo hace cuando no quiere. Acudió a la ley en 2008 para legalizarse como canal internacional, y dejó de hacerlo este año para ser bandera y consigna de la oposición con dos fechas a la vista: elecciones legislativas 2010 y presidenciales 2012. El canal es funcional e instrumental al objetivo político de sus dueños, de la misma manera que los diarios partidarios lo son respecto a sus jefaturas o Comités Centrales.

El secreto hay que buscarlo en el desplazamiento tectónico vivido por los dueños del canal. RCTV y Venevisión controlaron desde 1958 hasta 1998 los ministerios de Comunicaciones, de Turismo y Departamentos del Ministerio de Educación, Conatel, la Corporación Venezolana de Fomento, además del Instituto Nacional de Hipódromos de Venezuela. Allí nacía el 74 por ciento de la facturación publicitaria de ambos (Fuentes: revistas Resumen y Dinero, Libro Blanco sobre RCTV, 2007; Prof. Franz J. Lee, Investigación, Universidad de los Andes; Tomás Eloy Martínez, Radio, prensa y TV, entre el desequilibrio y el estancamiento, en el libro: Venezuela una Ilusión de Armonía, Cedice Ccs. 1982).

Detrás de RCTV están tres familias de la burguesía venezolana y un grupo político clave, los Phelps, Granier/Sapene y Arria, tres sectores muy favorecidos por cuatro de los seis gobiernos de AD desde 1958. Carlos Andrés Pérez fue (y es) el presidente más asociado económica y políticamente al canal de Granier. El golpe de 2002 sirvió para verlos juntos en Miraflores y en la pantalla.

Desde el punto de vista comunicacional, RCTV es el partido político de derecha más beligerante del país, y quizá el más fuerte. Alta audiencia hasta 2007, el primero entre los de cable hasta enero de 2010. Mantiene motivada a la mayoría de la base social opositora. Se ve en las calles. Este canal es un hilo conductor de la vida política y mediática venezolana desde su nacimiento, pero desde 2002 es otra cosa.

Ocupa, de facto, junto a otros medios, el lugar protagonista que Acción Democrática y Copey tuvieron desde 1958. AD no convoca a más del 5,6 por ciento y Copey ya es un dato histórico (Encuesta IVAD, Caracas, 6 de febrero de 2010).

El joven Marx, que no podía conocer a Chávez ni a Granier, descubrió un detalle que los invoca, en sus estudios sobre el Derecho en la historia: “Entre dos derechos iguales, la única solución es la guerra”. En Venezuela, uno de los dos bandos actúa bajo un nombre: RCTV.

Periodista y escritor venezolano de Quién inventó a Chávez; Venezuela 10 años después, Tres sistemas de medios en la Venezuela Bolivariana, entre otros.

Blog no WordPress.com.

%d blogueiros gostam disto: