A Folha de São Paulo atualiza a fábula da rã e do escorpião.
Segundo a Comissão da Verdade, finanCIAdores da Operação Bandeirantes, OBAN, também participavam das sessões/seções(?) no DOI-CODI. Como é do conhecimento de qualquer pessoa dotada de dois neurônios, a ditadura prendia sem mandato, torturava sem nó nem piedade, estuprava por prazer, assassinavam por método e esquartejavam por medo. E depois as peruas da Folha levavam para as valas clandestinas do Cemitério de Perus. Por isso a Folha chamou a ditadura de ditabranda.
Claro, não era só a Folha que se locupletava com a ditadura. Todos os assoCIAdos do Instituto Millenium são crias da ditadura.
Que eles retornassem aos métodos que resultou no golpe de 1964 é da natureza, o problema foi o PT ter deixado que a chama do golpismo ressuscitasse das cinzas. E a Folha, em parceira com a Rede Globo, sempre sopraram para que o retorno da Fênix.
Acreditar na conversão dos maus é sinal de civilidade. Tomar precaução para que não retornem ao crime é que é um pecado capital.
É papel de um jornal dar ultimato a um governo?
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Otávio Frias Filho, um dos donos da Folha de S. Paulo, acredita que sim e foi isso o que ele fez, neste domingo, ao conceder à presidente Dilma Rousseff sua "última chance" de se manter no cargo para o qual foi eleita com 54 milhões de votos; no editorial de primeira página, fora dos padrões da Folha, Otavinho cobrou de Dilma que promova um corte draconiano das despesas do Estado; caso contrário, ele sugere que passará a apoiar seu impedimento; para um jornal que carrega a mancha de ter colaborado com a ditadura militar, não pega nada bem ameaçar contribuir para a deposição de uma presidente legitimamente eleita; aliás, se Dilma não aceitar as ordens de Frias, o que ele fará? Apontará os canhões da Barão de Limeira para o Palácio do Planalto?
13 de Setembro de 2015 às 16:38
247 – Imagine o que aconteceria se Rupert Murdoch, dono do Wall Street Journal, resolvesse dar um ultimato público ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama? Ou você faz o que eu mando, Obama, ou pula fora da Casa Branca – não, apesar de toda a fortuna e o poder de que dispõe, nem Murdoch chegaria a tanto.
Porém, guardadas as proporções, foi isso o que fez o empresário Otávio Frias Filho, um dos donos da Folha de S. Paulo, ao publicar, neste domingo, um editorial que "concede" a Dilma aquela que seria sua "última chance" de se manter no cargo para o qual foi eleita com 54 milhões de votos.
No texto, Frias Filho, que não teve nenhum voto, dá diversas ordens a Dilma:
– Medidas extremas precisam ser tomadas…
– Cortes nos gastos terão que ser feitos com radicalidade sem precedentes…
– A contenção de despesas deve se concentrar em benefícios perdulários da Previdência…
– As circunstâncias dramáticas também demandam um desobrigação parcial e temporária dos gastos compulsórios em saúde e educação…
Entre outras medidas, o dono da Folha exige ainda a contenção dos salários dos servidores públicos, num pacote que prevê a redução drástica do Estado brasileiro – em especial dos seus gastos sociais.
Sem entrar no mérito do diagnóstico da Folha, o que aconteceria com a presidente Dilma se não seguisse as ordens ditadas da Avenida Barão de Limeira, no centro de São Paulo, onde está a sede do jornal?
"Serão imensas, escusado dizer, as resistências da sociedade, a iniciativas desse tipo. O país, contudo, não tem escolha. A presidente Dilma Rousseff tampouco: não lhe restará, caso se dobre sob o peso da crise, senão abandonar suas responsabilidades presidenciais e, eventualmente, o cargo que ocupa", diz Frias Filho.
Ou seja: ou Dilma aceita ser sequestrada pela agenda econômica da Folha de S. Paulo ou o jornal apoiará sua deposição – ainda que ela tenha sido eleita, de forma legítima, há menos de um ano.
Nada mal para um jornal que ainda não curou as feridas de um passado ainda recente, quando apoiou a ditadura militar não apenas em seus editoriais, mas também emprestando veículos para a repressão.
Aparentemente, Dilma ainda não se rendeu. Na reunião ministerial de ontem, determinou cortes entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões no orçamento federal – muito pouco para saciar a fome da Folha. E pode até ser que o editorial deste domingo tenha efeito inverso ao desejado por quem o redigiu.
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