Ficha Corrida

11/04/2015

Entenda porque a imprensa brasileira está falindo

Há imprensa brasileira só tem duas preocupações: incriminar o PT e aliviar para criminosos. Hoje o El País traz duas informações que não se encontra em nenhum veículo pátrio: a Greve invisível dos professores paulistas, e o retrocesso para os trabalhadores a aprovação da terceirização. Terceirização que é tratada pela mídia brasileira como uma simples troca de camisa no final de um jogo de futebol. Ah, já ia esquecendo, mas também apresenta a confirmação da tese defendida pelo deputado do PSDB gaúcho, Jorge Pozzobom: Operação Zelotes esbarra em falta de apoio do Judiciário.

Tudo o que a imprensa brasileira vem sonegando, em dinheiro, vide RBS, ou em informação, todos os assoCIAdos do Instituto Millenium, a gente vem garimpando na internet. Por isso também a relevância do acordo firmado ontem por Dilma com o dono do Facebook para levar internet gratis a todos os brasileiros. Agora se entende porque Dilma não se preocupou com aplicar uma lei de medios. Basta dar corda para eles se enforcarem. Tanto mais batem em Dilma, mas jornalistas vão sendo despedidos, mais falência, mais descobertas das falcatruas presentes (Operação Zelotes) ou passadas (Lista do HSBC).

Por mais que a Globo aplique a Lei Rubens Ricúpero para proteger o PSDB, escondendo o descalabro administrativo, que está levando a falência o famoso choque de gestão à moda tucana e, ao mesmo tempo, revelando o PCC, a epidemia de dengue em São Paulo, a falência de instituições como UNESP, UNICAMP e USP. De nada adiantam os serviços prestados por Rodrigo de Grandis, por Robson Marinho, as falcatruas com a a Alstom, Siemens no propinoduto dos trens uma hora acabam por vir a tona.

Professores de São Paulo: em greve e cobrando Alckmin há um mês

Categoria que pede aumento e melhores condições de trabalho reúne 20.000 em marcha

Marina Rossi São Paulo 10 ABR 2015 – 19:07 BRT

Professores em manifestação nesta sexta. / Taba Benedicto (Folhapress)

Ao menos 20.000 pessoas, segundo a Polícia Militar, e 60.000 de acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) se reuniram na tarde desta sexta-feira em frente à sede do Governo Estadual na capital paulista em mais um ato da categoria que está em greve desde 13 de março e decidiu, em assembleia, continuar a paralisação.

Segundo a Apeoesp, a greve teve adesão de 75% dos professores da rede de ensino estadual. As principais reivindicações são aumento de 75% no salário, melhores condições de trabalho, redução do número de alunos em sala de aula, redução da jornada de trabalho e a reabertura das salas de aula que foram fechadas.

Segundo Maria Izabel Noronha, presidenta da Apeoesp, "essa é uma das maiores greves da história dos professores da rede estadual". Ela explica que, no início do ano, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) garantiu aumento de 18% no salário de dirigentes, supervisores e diretores das escolas, o que causou um racha na categoria. Devido ao aumento de salário, esses profissionais não aderiram à paralisação.

"A greve deste ano é muito forte", diz. "Contamos com o apoio dos alunos e dos pais também". Segundo Noronha, autoridades da Secretaria de Educação do Estado conversaram com os líderes do movimento no dia 30, mas não houve negociação. Por isso, a categoria decidiu por seguir com a paralisação.

O tom da nota da Secretaria da Educação é um termômetro da inexistência de negociação. A pasta rebateu os professores e disse que, nesta semana, o índice de comparecimento dos professores nas escolas foi de 91%. E que "ao contrário do que o sindicato prega enganosamente, a valorização dos professores tem sido foco da gestão. Os docentes garantiram, ao longo de quatro anos, um aumento de 45% em seus salários. O último reajuste se deu há oito meses".  A secretaria acusou o sindicato de "incitar os pais a não levarem seus filhos às unidades escolares para inflar a paralisação e usado, em alguns casos, até mesmo de violência".

Para os professores, um dos fatores que compromete a adesão é o medo dos profissionais de perder parte do salário. "Muitos professores temem pelo desconto no salário pelos dias parados de greve, por isso, não levam adiante a paralisação", disse a professora Sônia Mara de Paula, da escola Estadual Regina Barteleda, em Lorena (204km de São Paulo).

Apoio de estudantes

A manifestação ocorreu de forma pacífica e não houve confrontos. A PM não divulgou o tamanho do efetivo de policias que realizaram o trabalho nesse dia e tampouco publicou informações sobre a manifestação – e as ruas que estavam sendo bloqueadas – como costuma fazer em atos na cidade. Ao longo da marcha, realizada em um bairro nobre, diversas pessoas saíram nas janelas para apoiar o movimento.

Julia Ferreira, de 16 anos, era uma das estudantes que estavam presentes na manifestação. "Falta papel higiênico, água, as salas de aula têm mofo e estão superlotadas", disse ela, que estuda no colégio Nossa Senhora da Penha, em São Paulo. Steffany Alves Santos, de 17 anos, que faz parte do Movimento Estudantil Livre (MEL), diz que o maior problema de sua escola é a acessibilidade à infraestrutura oferecida. "Na minha escola tinha biblioteca e laboratório, mas não tinha funcionário lá", diz ela. "Por isso, para usar esses equipamentos, tínhamos que fazer requerimento, pedir a chave e só conseguíamos usar três semanas depois", contou ela, que estudava no colégio é o Santa Olímpia, em São Bernardo do Campo.

"O governador cortou muita verba para a educação", disse Sirlei Ferreira Camargo Carvalho, professora em duas escolas da cidade de Franca (393 km da capital). "Por isso, falta tudo, de água, a copo descartável. Mas o que mais falta mesmo é segurança, já que eu trabalho em locais muito vulneráveis."

Segundo Maria Izabel Noronha, o ato terminaria em frente à Rede Globo para pedir "mais isenção" na cobertura da paralisação. "A cobertura da imprensa é uma grande injustiça", disse.

Partidos como o PCO, PSOL e PCdoB estavam presentes com bandeiras e camisetas, assim como anarquistas e lideranças da torcida do Corinthians. Entre os cartazes, alguns com a foto de Geraldo Alckmin chamando o governador de "o exterminador do futuro". Também havia faixas contra a Lei da Terceirização, aprovada nesta quarta-feira pela Câmara dos Deputados.

Uma nova assembleia, seguida de manifestação, está marcada para a próxima sexta-feira, 17 de março em frente ao MASP.

Manifestação: Professores de São Paulo: em greve e cobrando Alckmin há um mês | Brasil | EL PAÍS Brasil

09/11/2014

São Paulo tem Folha, Estadão e Veja, mas só El País vaza

Filed under: Crise da Água,Manipulação,Racionamento de Água,SABESP — Gilmar Crestani @ 9:25 am
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Os grupos mafiomidiáticos de São Paulo, por recomendação do Instituto Millenium preferiram a mistificação, a aliança partidária com quem os finanCIAm, do que informar. Brigam com a informação e depois culpam as redes sociais, como fez hoje a Folha. As milhares de assinaturas da Veja, Estadão e Folha distribuídos pelos sucessivos governos do PSDB em São Paulo são, ao mesmo tempo, a salvação e morte destes grupos. A cada dia menores, na mesma proporção em que diminui a credibilidade. Como o dilema do salgadinho, não se sabe qual dos dois (falta de credibilidade x a$$oCIAção com PSDB) vem antes.

Marussia Whately | Consultora de recursos hídricos

“A eleição serviu de desculpa para não tomar medidas para a crise hídrica”

Para a especialista em água, reconhecer a situação é o primeiro passo para resolvê-la

María Martín 8 NOV 2014 – 20:43 BRST

Marussia Whately.

Marussia Whately, consultora na área de recursos hídricos, começou a desenrolar um novelo quando percebeu como a sociedade, excluída na crise hídrica de São Paulo, queria participar das soluções, mas não estava organizada. Junto ao Instituto Socioambiental, em parceria com a organização Cidade Democrática e outras 23 ONG’s, Whately começou em setembro a mapear as propostas de 281 especialistas, em mais de 60 cidades. E em pouco mais de um mês nascia a Aliança pela Água, um guarda-chuva que acolhe de fotógrafos, a advogados, passando por estudiosos do tema e gigantes como os grupos WWF, TNC e Greenpeace. Todos eles querem que sua voz se ouça também durante a estiagem. “A falta de diálogo e de informação tem sido importante nesta crise”, lamenta Whately. A medida mais urgente do grupo é conseguir a criação de um comitê de crise, com ampla participação das prefeituras, o Estado e a sociedade, para lidar com as regiões em situação mais crítica de uma forma mais transparente.

Pergunta. Como São Paulo chegou a esta crise hídrica?

Resposta. Houve uma combinação de quatro fatores. Um é o fator climático. Realmente este ano a gente vive uma estiagem severa em boa parte do Sudeste do Brasil e principalmente na região do Sistema Cantareira que já sofre três verões com falta de chuva. Outra questão é o desrespeito às fontes de água de São Paulo que se encontram em uma situação de degradação ambiental, principalmente por conta da ocupação urbana – como nos mananciais de Billing e Guarapiranga– e o desmatamento do entorno das represas. Um terceiro fator é que a gestão da água tem como base fontes inesgotáveis, quando a água é um recurso cada vez mais escasso. A falta de diálogo e de informação também tem sido importante. Se você tem uma crise o primeiro que você tem que fazer é assumir que tem uma crise e discutir com diferentes agentes como resolvê-la. Nem a sociedade nem os comitês das bacias foram ouvidos. Mas a esses quatro fatores se soma mais um: a eleição. Ela coincidiu com boa parte do período de estiagem e serviu como desculpa para não tomar medidas, como multas para uso abusivo de água. O resultado de tudo isto é a pior crise hídrica da história de São Paulo, e talvez do Brasil, e não está necessariamente em vias de acabar.

É a pior crise hídrica da história de São Paulo, e talvez do Brasil, e não está necessariamente em vias de acabar

P. De quanto tempo estaríamos falando?

R. Vai depender de como serão as chuvas nos próximos anos e também da manutenção das medidas de redução de consumo. Se olharmos para o passado recente é possível ter uma ideia de tempo. No final de 2003 o volume do Sistema Cantareira chegou a 1% e somente em 2009 os níveis voltaram a ficar próximos de 80%. Considerando que a situação agora é muito mais grave, o tempo de recuperação deve ser semelhante ou até mais longo.

P. Houve um problema de planejamento em São Paulo?

R. Não houve. O planejamento que existe tem grandes equívocos porque está baseado em uma oferta infinita de água. O planejamento está em xeque no momento em que não estava preparado para esta crise. Os investimentos não têm estado à altura em questão de perdas e vazamentos, por exemplo. Qual é que a grande esperança, hoje? Rezar para chover.

P. Qual é sua avaliação da gestão da crise por parte do Governo de São Paulo?

R. O Governo cometeu uma série de erros. Minimizou o tamanho da crise e não informou nem informa devidamente a população sobre sua dimensão. As medidas para que os cidadãos reduzissem sua conta consumo demoraram muito. E outras medidas como a redução da pressão da rede, embora suponha uma economia grande, acaba sendo um tipo de racionamento. É uma medida necessária, mas fazer isso sem informar, traz problemas: uma coisa é ficar sem água e outra é não ter água de surpresa. Faltam também medidas claras que indiquem como os grandes consumidores de água, como a indústria, vão reduzir seu consumo e precisa haver uma regulação para garantir a segurança e qualidade do consumo de todas aquelas pessoas que hoje estão procurando água por conta própria, em poços por exemplo. É fundamental que a gestão desta crise envolva o Governo, a Sabesp, secretarias estaduais, vigilância sanitária e Defesa Civil para que trabalhem de forma coordenada. Isso não está acontecendo.

Começamos a tomar consciência da gravidade do problema quando vivemos situações um pouco surrealistas

P. E a Sabesp? Deve ser sua gestão avaliada de forma separada ao Governo do Estado?

R. É importante sim separar a gestão da empresa do Governo. É uma companhia de capital misto que não esteve à altura dos compromissos feitos durante a outorga de 10 anos atrás. Na Cantareira faltaram investimentos para diminuir a dependência da população do sistema. Só agora, com a diminuição de pressão e bônus, conseguiram reduzir o consumo, além de ter retirado água de outras represas que estão diminuindo muito rapidamente. Os investimentos de recuperação do entorno das represas e áreas degradadas também foram praticamente inexistentes. É uma empresa que tem como principal insumo a água que vem desses lugares e não traduz isso em investimento para cuidá-los.

P. A Sabesp argumenta que conseguiu reduzir o número de consumidores que dependem da Cantareira de 8 para 6 milhões.

R. Uma coisa é o compromisso de gestão que ela tinha com a outorga, e outra, as medidas emergenciais que teve que tomar pela crise.

P. Acredita que o abastecimento de água está ameaçado?

R. O abastecimento se encontra, sim, ameaçado. A crise deste ano é muito grave, chegamos agora no final do período de estiagem, e os mananciais estão em uma situação alarmante. Já quase usamos a primeira cota do volume morto, agora vamos para a segunda. Em relação ao nível útil do Sistema estamos em -18%. Passamos um ano muito severo, e é provável que a redução da pressão da rede continue, e precisamos de outras medidas que nos permitam passar pelo período de estiagem do ano que vem, que vai precisar de mais atenção. Se este verão não chove na média, vamos ter que monitorar de perto o comportamento dos mananciais porque podem chegar a uma situação pior do que estão agora.

mais informações

P. Como São Paulo tem protegido seus recursos hídricos, mananciais, rios… A descontaminação do Rio Tietê poderia adicionar mais um recurso de abastecimento à população?

R. A situação das fontes de água em São Paulo é uma reflexo sobre a questão da água no Brasil. O país tem 12% da água superficial do planeta e isso nos dá a falsa impressão de que temos uma situação confortável. Só que 80% dessa água está na Amazônia, enquanto 80% da população está no Sudeste do país. Em São Paulo, vivemos processos acelerados de uso e degradação da água que colocam em risco o abastecimento urbano do Estado. Os serviços de saneamento estão ainda muito atrasados, principalmente no tratamento de esgoto e, portanto, com alto índice de contaminação. A Agência Nacional da Água fez um relatório no qual afirma que 44% dos pontos de monitoramento da qualidade da água estão em estado ruim o péssimo. Vivemos também a poluição pelo uso indiscriminado de fertilizantes, mais de 50% dos reservatórios do Brasil já apresentam algum grau de eutrofização [um excesso de nutrientes que provoca o aumento de algas que acabam consumido o oxigênio e provocando a morte e decomposição de muitos organismos, diminuindo a qualidade da água]. Pois 29% desses reservatórios têm um grau alto de eutrofização, é um cenário grave.

P. E São Paulo?

R. No caso específico de São Paulo temos os mananciais que abastecem a região com diferentes estados de degradação. Há mais de 20 anos que se investe na recuperação do Tietê e Guarapiranga e essa região continua com ocupações urbanas ainda sem esgoto sanitário. A ocupação urbana continua, assim como a implantação de grandes infraestruturas acima dos mananciais como o Rodoanel, que supõe um impacto enorme. A ocupação é direcionada para cima dos mananciais, quando deveria ser o contrário. E no caso do Cantareira, a questão mais complexa e urgente é a recuperação da vegetação, porque o Sistema esta praticamente desmatado.

P. O que tem revelado a falta de água?

R. A fragilidade do nosso modelo de desenvolvimento. A água é um recurso fundamental para qualquer atividade econômica. Na cidade de Itu a falta de água impacta na dignidade das pessoas, inviabiliza a atividade econômica, depois de dez dias sem água, se você tem um restaurante, você tem que fechar. Começamos a tomar consciência da gravidade do problema quando vivemos situações um pouco surrealistas de ver enchentes na porta de casa, quando não sai água na torneira. Este é um momento de aprendizado, sou otimista em relação a isso, o tamanho da nossa vulnerabilidade diante da falta de água é gigantesco.

P. Qual responsabilidade temos nós nesta crise?

R. A crise é consequência de vários fatores e sua saída será fruto também de vários fatores. As pessoas têm que identificar as diferentes responsabilidades da Sabesp, do Governo, das prefeituras, mas há também responsabilidade da sociedade. Atitudes de consumo responsável são fundamentais neste momento. Mas outra responsabilidade é cobrar e acompanhar a construção de medidas que garantam, de fato, um futuro seguro e sustentável para a água. Não adianta fechar a torneira e não cobrar responsabilidades e medidas, por exemplo, para que grandes consumidores de água, como a indústria, economizem.

P. Qual é sua opinião sobre a decisão do governador, recentemente anunciada, de reutilizar água do esgoto?

R. A proposta é mais uma prova do modelo equivocado de gestão da crise da água em São Paulo. Ao invés de investir em soluções para redução de consumo, como o estabelecimento de metas de redução para grandes consumidores (os contratos de demanda firme que a Sabesp possui para faixas de consumo de 500.000 litros por mês) ou investimento em reuso para fins menos nobres, a proposta é tratar o esgoto e lançar na represa de Guarapiranga para abastecer a população. Ou seja, ao invés de evitar o lançamento de esgotos, o Governo sinaliza o seguinte: "podem gerar esgoto nas áreas de mananciais, que nós tratamos e devolvemos para a população beber".

Atualmente a principal fonte de poluição da Guarapiranga é o lançamento de esgotos urbanos da ocupação de seu entorno, parte lançado diretamente, parte lançado pelas redes de coleta de esgotos existentes na região e que ainda não são encaminhados para tratamento pela Sabesp. Além de ser muito "criativa", a proposta é uma surpresa, uma vez que não está prevista nas diversas obras para ampliar a água previstas no Plano Diretor de Abastecimento da Macrometrópole Paulista. Ao que tudo indica, não foi discutida com a sociedade.

Seca em São Paulo: “A eleição serviu de desculpa para não tomar medidas para a crise hídrica” | Brasil | EL PAÍS Brasil

28/09/2014

Não sai na imprensa de São Paulo, então leia pelo El País, da Espanha

 

Crise hídrica no Estado de São Paulo: “Resta água para apenas 38 dias”

Segundo especialista da ONG TNC, é preciso fazer um esforço como o do combate à inflação, e “perguntar ao Governo por que ele não toma outras medidas” para sanar a crise no abastecimento

Marina Rossi São Paulo 26 SEP 2014 – 10:55 BRT

Seca atinge o sistema Cantareira, em São Paulo. / REUTERS

“É muito crítico” o estado em que as reservas do Sistema Cantareira se encontram, segundo o especialista em água da ONG internacional The Nature Conservancy (TNC), Samuel Barreto. “Se nada for feito, restam menos de 40 dias; diria 38 dias” de abastecimento de água para São Paulo e região.

O Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de 14 milhões de pessoas da grande São Paulo e de 62 cidades do interior, opera, neste momento, com 7,4% de sua capacidade total. É o menor índice da história. Mais baixo até do que em 15 de maio deste ano, quando o Cantareira operava com 8,2% de suas capacidades e o chamado ‘volume morto’ passou a ser captado.

Na época, além do acesso ao volume morto, o Governo do Estado passou a dar descontos na conta de água para quem economizasse. Mas esse bônus não foi o suficiente para sanar o problema. “Precisamos fazer um esforço como o que é feito no combate à inflação”, diz Barreto. Ainda dá pra economizar muito mais. Mas só o processo voluntário não é o suficiente. É preciso perguntar ao Governo por que ele não toma outras medidas”, diz.

Hoje, um segundo volume morto ainda pode ser acessado. Mas essa segunda alternativa não representa, necessariamente, a salvação. “Esse segundo volume morto representaria 90 bilhões de metros cúbicos de água a mais. Mas o ponto é discutir as regras para operar esse volume”, diz Barreto, que explica que, usando essa alternativa e se a estiagem permanecer, no ano que vem não haverá reserva alguma para socorrer a crise do abastecimento. “Acessando esse segundo andar do volume morto, você torna mais vulnerável o sistema para o ano que vem”, diz.

Segundo Barreto, a obra para explorar essa nova reserva já foi autorizada, mas o acesso a ela ainda não foi permitido. E um dos órgãos responsáveis por autorizar esse acesso é a Agência Nacional de Água (ANA), órgão controlado pelo Governo federal e que, na sexta-feira passada, anunciou a sua saída do Grupo de Técnico de Assessoramento para a Gestão do Sistema Cantareira (GTAG), por discordar da postura da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos sobre os limites adotados para a captação de água e abastecimento. Criado em fevereiro deste ano, o Grupo tinha como função assessorar a administração do armazenamento de água do Cantareira.

mais informações

Nesta semana, a TNC enviou um comunicado à imprensa pedindo o retorno da ANA ao Grupo. “A TNC vê com extrema preocupação o anúncio publicado pela ANA sobre a sua retirada do Gtac. Apelamos para o retorno imediato da ANA o Grupo”, dizia a nota. “A ANA tem um papel muito importante na definição das regras operativas, inclusive no Cantareira”, diz Samuel Barreto.

“Para voltarmos ao GTAG, só com o secretário [Mauro Arce, da Secretaria de Recursos Hídricos] assumindo os compromissos ou esclarecendo publicamente porque não tem condições de cumpri-los”, disse o presidente da ANA, Vicente Andreu.

Embora o governo não assuma, há meses diversos bairros da capital e cidades inteiras do interior estão vivendo na pele um racionamento silencioso de água: não há informe oficial, apenas as torneiras secas durante horas – e às vezes dias – a fio.

Nessa semana, pela primeira vez, o secretário de Recursos Hídricos de São Paulo, Mario Arce, admitiu: “Não estamos escondendo nada de ninguém. Não preciso decretar que está tendo um racionamento, tá na cara que existe um problema”, disse, na terça-feira, em um evento no Parque Ibirapuera. Nesta quinta-feira, Arce voltou a falar e disse que a água do primeiro volume morto duraria até o dia 21 de novembro.

Enquanto se discute se temos 38 ou 57 dias, a Câmara dos Vereadores de São Paulo convocou, pela segunda vez, a presidenta do órgão, Dilma Pena, para depor na CPI da Sabesp, criada em agosto. A segunda convocação a qual ela se fez ausente ocorreu nesta quarta-feira, quando Pena enviou um atestado médico para justificar a ausência.

São Paulo não tem um período de chuva acima da média desde o ano passado. À estiagem se junta a falta de uma atitude mais enérgica por parte do Governo do Estado. Em 2001, o Brasil viveu algo parecido, mas com a energia elétrica. A falta de investimentos na geração e distribuição de energia, aliada à ausência de chuva – quase toda a energia do Brasil é produzida por usinas hidrelétricas – fez com que a população sofresse uma sequência de pequenos apagões energéticos, que culminou em um esforço nacional – e obrigatório – de racionamento de energia. O último ano do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) acabou marcado negativamente pela “crise do apagão”.

Segundo Barreto, para que a crise hídrica começasse a ser resolvida seria preciso que um esforço como o que aconteceu, involuntariamente, em 2001, ocorresse novamente. “É preciso estabelecer uma meta de redução e ir além do ato voluntário”.

Crise hídrica no Estado de São Paulo: “Resta água para apenas 38 dias” | Politica | Edição Brasil no EL PAÍS

13/12/2013

Justiça leva ao Supremo o esquema de corrupção de trens do PSDB em São Paulo

Filed under: ALSTOM,Geraldo Alckmin,Propinoduto Tucano,PSDB,Siemens — Gilmar Crestani @ 8:40 am
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El País quer crescer na terra onde a hipocrisia jornalística é lei.

Ministério da Justiça envia à Corte o inquérito que investiga as propinas pagas a funcionários públicos por empresas multinacionais que fornecem vagões e trilhos para o metrô de São Paulo, em esquema que funcionou entre 1998 e 2008

Carla Jiménez São Paulo 10 DEZ 2013 – 22:49 BRST

Ministro da Justiça Eduardo Cardozo.

O Supremo Tribunal Federal ficou em evidência no último ano no Brasil, pelo julgamento rigoroso do mensalão, que levou lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT) para a cadeia. Agora, a mais alta Corte da país está sendo convocada para supervisionar eventuais medidas investigatórias relacionadas às autoridades que vem sendo arroladas em outro esquema de corrupção, que atinge o partido de oposição ao Governo petista, o PSDB.

O Ministério da Justiça enviou ao Supremo o inquérito que investiga o cartel de trens e equipamentos ferroviários que operaram durante a administração de governadores tucanos, entre 1998 e 2008. Segundo a Justiça Federal, o inquérito policial, que investiga a atuação de diversas empresas no esquema, incluindo as multinacionais Siemens e Alstom, foi remetido ao STF porque autoridades detentoras de foro privilegiado perante o Supremo são mencionadas na investigação. Dentre eles, deputados que possuem foro privilegiado perante o Supremo.

A notícia ganhou destaque pelo fato de o STF ter sido criticado, durante o julgamento do mensalão, pelo empenho aplicado nesse processo, com um rigor que nunca havia sido visto antes. Na visão dos petistas, houve partidarização do julgamento. Agora, o Supremo é convocado no meio de uma guerra armada entre políticos do PSDB – incluindo o senador Aécio Neves, pré-candidato à presidência da República no ano que vem – e o Ministério da Justiça, comandado pelo petista José Eduardo Cardozo.

Os tucanos acusam Cardozo de usar politicamente as denúncias do que os petistas batizaram como “trensalão” para atingir o PSDB. O ministro da Justiça foi o responsável por encaminhar o relatório com as primeiras denúncias, feitas por um ex-funcionário da Siemens, à Polícia Federal, que indiciou criminalmente um dos funcionários da companhia de trens metropolitanos em São Paulo, além de um lobista que faria a ponte entre as multinacionais fornecedoras de material ferroviário e vagões de metrô e funcionários do Governo.

Justiça leva ao Supremo o esquema de corrupção de trens do PSDB em São Paulo | Politica | Edição Brasil no EL PAÍS

25/11/2011

Democracia made in USA

Filed under: Confronto entre polícias,Democracia made in USA,Miami — Gilmar Crestani @ 8:19 am
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Agora sabemos de onde vem a inspiração para as polícias de São Paulo, que o tucanato misturou com o PCC. Quanto das polícias Civil e a PM paulista entraram em confronto, o PIG se recusou a fazer divulgação ampla. Os a$$oCIAdos do Instituto Millenium sabem como se protegerem e aos seus. Os registros daquele confronto são parcos, como o caráter dos veículos, mas podem ser comprovados aqui e aqui. Agora sabemos onde está localizada a escola dos vira-latas. Ainda sobre Miami, Fernando Morais já fez um retrato daquela escola n’Os últimos soldados da guerra fria. Vale a pena ler.

Policías en el ojo del huracán

Agentes de Miami se arrestan y disparan entre ellos mientras se investiga la muerte de siete negros en polémicas actuaciones de las fuerzas especiales

Juan José Fernández Miami 24 NOV 2011 – 22:05 CET6

Imagen de archivo de un policía de Miami al momento de detener a un manifestante / AP

La policía de Miami también ha caído en la crisis. No solo por sufrir despidos y recortes económicos en sus pagas y pensiones (algunas son realmente escandalosas, como las de los políticos), sino por sus métodos y enfrentamientos internos. Está bajo sospecha su forma de atacar la delincuencia en los barrios pobres de mayoría negra, algo recurrente en el país, y, lo más inesperado, ha estallado en plena línea de flotación del cuerpo una serie de enfrentamientos entre colegas saldados con tiros, arrestos y descalificaciones. Los vigilantes de la ley, en el ojo del huracán.

No es la época de Miami Vice y Scarface a final de los setenta y en los ochenta, aunque la droga sigue circulando imparablemente. De hecho, hace unos meses incluso hubo una conexión española cuando fue detenido el último cabecilla de la banda de Los Miami, Álvaro López Tardón, su hermano Artemio y tres compinches más que blanquearon hasta 26 millones de dólares de la venta de cocaína colombiana en España. Vivían en uno de los rascacielos para multimillonarios situados en la punta de South Beach y contaban con una flota de Lamborghini, Ferrari, Rolls Royce, Bugatti, Aston Martin y Mercedes.

Pero también siguen cayendo policías. La semana pasada, entre los arrestados por otro caso de narcotráfico estaba Arthur Balom, veterano agente de Opa-Locka, una de las ciudades que rodean Miami. Es moneda habitual cada cierto tiempo, pero no tan descarado como hace 30 años, cuando Miami era capital en el imperio de los narcos colombianos y la policía navegó en aguas procelosas. Sólo cuando el peligro de generalización fue evidente hubo limpieza general, incluidos los policías implicados. Pero la lucha continúa, ahora al estilo CSI, casi igual de violenta, y con algunas variantes que parecen increíbles. “Todo es posible en Miami”, dice Sarita, cubana del exilio que ha vivido las dos eras.

Entre los meses de julio de 2010 y febrero de 2011, siete jóvenes negros fueron abatidos por las fuerzas especiales de la policía de Miami. La policía dijo que no tuvo opción, pero estalló el escándalo. El Departamento Federal de Justicia, a petición de la alcaldía y ante la presión de los principales barrios negros, ha acabado por abrir una investigación sobre si hubo violación de los derechos civiles. La contundente actuación policial provocó la indignación de las comunidades afectadas, en la misma línea que otros incidentes similares en Nueva York o Los Ángeles.

Las acusaciones de racismo salpicaron al jefe de policía, Miguel Expósito, quien finalmente fue despedido hace un mes. Distintas reuniones con los líderes comunitarios calmaron las aguas, pero la protesta ya está en la fiscalía estatal. “No estamos aquí para acusar a nadie ni para buscar culpables, sino para aprender y revisar [lo ocurrido]”, dijo Wilfredo Ferrer, el fiscal general para el distrito sur de la Florida, entrando de puntillas en el turbio asunto antes de añadir: “Y, si encontramos faltas o violaciones de los derechos civiles, arreglarlas o corregirlas”.

Entre los meses de julio de 2010 y febrero de 2011, siete jóvenes negros fueron abatidos por las fuerzas especiales de la policía de Miami

Es la 18ª investigación de este tipo que se efectúa en todo el país bajo la presidencia de Barack Obama y la segunda en Miami tras una en 2002 en la que se detectaron excesos policiales. Esta vez se comprobó que varios de los muertos iban desarmados, pero unas semanas después dos policías, un hombre y una mujer, murieron acribillados por un delincuente que se les adelantó. En el aire quedó la sospecha de que en la selva de delincuencia en que se ha convertido Miami, donde las armas de grueso calibre como los AK-47 se han generalizado en manos de malhechores desesperados y sin escrúpulos, la decisión de quién saca primero el arma es de décimas de segundo. Y el error o el acierto en la acción se mueve por un finísimo filo de la navaja hacia la vida o la muerte.

Expósito defendió siempre lo correcto de las acciones de los agentes y terminó enfrentándose con el alcalde al incautarse de máquinas tragaperras que calificaba de ilegales según las normas del Estado, ignorando una ordenanza municipal que las permitía. Acusó de esa permisividad al alcalde por haber recibido ayudas de los empresarios del juego para su campaña. Este enfrentamiento fue uno de los episodios insólitos que se repiten habitualmente en Miami. Pero no llegó a las manos. Tras ser despedido en una votación de los comisionados de la ciudad llevó su caso a los tribunales.

Que ciudadanos sean arrollados por un todoterreno conducido por policías ebrios en plena playa de Miami fue un escándalo reciente. Pero todo puede empeorar. En la madrugada del pasado 11 de octubre, la agente D.J. Watts, de la Patrulla de Carreteras, arrestó al policía de Miami Fausto López en el Turnpike, una de las autopistas que cruzan el sur de la Florida. Tras una peligrosa persecución de película, a más de 120 millas por hora, el doble de lo permitido, algo que López negó, Watts logró que su colega se detuviera y lo arrestó a punta de pistola. Todo quedó grabado en la cámara del coche de la agente, que pensó en un robo, pero que tampoco hizo caso a su supervisor cuando este ordenó que abandonara la persecución en medio del tráfico por el riesgo que suponía. López iba a un segundo trabajo de vigilante, fuera de la policía, y llegaba tarde. Con coche y gasolina pagados por el contribuyente.

La detención, retransmitida repetidamente por todas las cadenas de televisión, fue vista como humillante por la policía de Miami y provocó todo tipo de reacciones, especialmente machistas. Las revanchas no se hicieron esperar. Primero, una policía grabó a dos colegas de carreteras circulando también con exceso de velocidad. Después, otro efectuó una detención pese a que no tenía jurisdicción fuera de los límites de la ciudad. Y para ensuciarlo más, en el fragor de la batalla, el automóvil del portavoz de la Patrulla de Carreteras, excomisionado y perdedor de las elecciones a la alcaldía de Miami, apareció rociado de excrementos.

“No estamos aquí para acusar a nadie ni para buscar culpables, sino para aprender y revisar [lo ocurrido]”

Wilfredo Ferrer, fiscal general para el distrito sur de la Florida

Los jefes de los distintos cuerpos ordenaron el fin de los roces, pero unos días después, como a cualquier perro flaco, a la policía le salieron más pulgas en Lauderhill, otra ciudad al norte de Miami. Christopher John Biegger, un agente despechado, la emprendió a tiros con su compañera Britney Skinner, que estaba de vigilancia en su coche patrulla. Una de las 10 balas atravesó el chaleco que llevaba, pero milagrosamente no la hirió. Ella llamó a la central de la policía aterrorizada.

Biegger, que actuó así porque Skinner, con quien mantenía una relación, le había dejado, se fue a pedir dos pizzas y llamó por teléfono como si nadie se fuera a enterar de lo sucedido. Todo quedó grabado en la cámara de seguridad. Una unidad de las fuerzas especiales entró en la pizzería y le detuvo, esta vez sin disparos.

La agente fue muy afortunada al no engrosar la lista de víctimas de la violencia machista que también asola Miami. Sus colegas del condado de Dade han iniciado una campaña para que los vecinos denuncien a los que posean armas ilegalmente y acaba de terminar otra operación en el vecino de Broward donde ya suman este año más de 200 armas confiscadas y un número similar de detenidos. Dentro de la alta permisividad existente, el arsenal descontrolado es aún mayor.

“Todo está muy enredado", concluye Sara. “No me extraña que los policías se peleen, que maten a los negros porque si no los matan a ellos o que la gente haga lo que sea para sacar dinero. No es fácil, como dicen en Cuba”.

Policías en el ojo del huracán | Internacional | EL PAÍS

El heroísmo de la razón

Filed under: Eurozona — Gilmar Crestani @ 8:12 am
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Por: José Ignacio Torreblanca | 25 de noviembre de 2011

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Primero vino Erasmus, en el siglo XVI, y nos habló de las limitaciones morales del concepto de nación. Luego le siguió William Penn, que en el siglo XVII habló por primera vez de la creación de instituciones comunes entre las naciones europeas. Posteriormente, Immanuel Kant, en el siglo XVIII, entendió que la autoridad de esas instituciones comunes sólo podía descansar en leyes comunes. A continuación, en el siglo XIX, Víctor Hugo puso de manifiesto que esas leyes comunes sólo serían legítimas en tanto en cuanto contaran con el apoyo de la ciudadanía. Finalmente, en el siglo XX, Jean Monnet y Robert Schuman vislumbraron que la fundación de esa unión tendría que ser económica y comenzar de abajo a arriba. ¿Y en el siglo XXI? No lo sabemos, la verdad.

La Unión Europea es un producto de la razón, y por eso debe ser defendida con pasión. De ahí, la apelación al heroísmo de la razón, un magnifico concepto que puso en circulación Husserl en 1935 en su dramática conferencia pronunciada en Viena bajo el título"la filosofía y la crisis del hombre europeo": “La crisis existencial de Europa solo puede acabar de dos maneras: con el final de Europa, sumergiéndose en el odio del espíritu (…), o con su renacimiento (…), mediante el heroísmo de la razón”. 

“El heroísmo de la razón”, díganlo varias veces en alto y pausada para poder paladearlo adecuadamente porque lo que estamos viendo desde hace meses es precisamente cómo ese bello concepto del “heroísmo de la razón” sucumbe ante la “estrechez de los intereses”. Véase si no esa reunión de ayer por la tarde entre Merkel, Sarkozy y Monti, que se zanjó con un aldabonazo de Alemania a los eurobonos.

Todas estas referencias a la historia de la idea de Europa son las que le permitieron al Presidente saliente del Banco Central Europeo, Jean-Claude Trichet, armar uno de sus últimos y, por tanto, más profundos y sentidos discursos, el día 2 de junio de este allo en la ciudad de Aquisgrán, en la ceremonia de recogida del premio Carlomagno. La cita de Husserl es dramática, sí, pero por eso es relevante: cuando un banquero central, que en el imaginario colectivo representa la quintaesencia del tecnócrata desapasionado, se remonta al año 1935 para, en su último discurso de importancia, permitirse el lujo de señalar el camino adelante, merece la pena escucharle.

La visión que Trichet esboza en ese discurso es diáfana: estamos ante el salto más grande que la integración europea ha dado, un salto gigante que llevará a completar la unión económica, que ya tiene un mercado único, una moneda única y un único banco central, con una autoridad única. Algunos lo llaman “unión fiscal”, como el más reciente paper del think-tank Bruegel, en el que se diseñan con todo lujo de detalles los mecanismos mediante los que se articularía esa unión. (What kind of fiscal Union?). El trabajo de Bruegel desarrolla las fértiles ideas dejadas por Trichet en lo que en la práctica sería su despedida política: la Unión del futuro tendrá también un único ministro de hacienda, una autoridad que sea capaz de supervisar los presupuestos y las políticas presupuestarias de los estados miembros. Sí, se pondría fin a la independencia fiscal de los Estados, pero como señalaba Trichet, ¿qué sentido tiene hablar de independencia, cuando ésta es falsa: los 331 millones de ciudadanos que se cobijan bajo el paraguas de la eurozona no son independientes, son interdependientes. Como demuestra esta crisis, las acciones de unos, les afectan a otros, así que no tienen más remedio que diseñar unas instituciones que les permitan vivir en juntos en equilibrio.

No deja de ser una paradoja que, después de años hablando del déficit democrático de las instituciones europeas, va y resulta que una autoridad no-electa situada en la institución más antipática de Europa (el BCE) resulta tener una visión más profunda que los líderes electos con los que tiene que lidiar en el día a día. Hoy también el heroísmo sigue estándo en la capacidad de razonar, sólo la razón nos sacará de la crisis.

José Ignacio Torreblanca es Profesor de Ciencia Política en la UNED, director de la oficina en Madrid del European Council on Foreign Relations y columnista de EL PAIS desde junio de 2008. Su último libro "La fragmentación del poder europeo" (Madrid / Icaria-Política Exterior) ha sido publicado en julio de 2011.

Café Steiner por José Ignacio Torreblanca >> Blogs Internacional EL PAÍS

As receitas de Anne & Angela

Filed under: Angela Merkel,Anne Krueger,FMI — Gilmar Crestani @ 8:09 am
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Nos tempos dos três patetas (Fujimori, Menem & FHC) o FMI deitava e rolava. A tal ponto que para entrar nos EUA, os funcionários do prof. Cardoso tinham de tirar os sapatos. Ainda há recalcitrantes, que teimam e serem subservientes, são vira-latas, que os há e são muitos. Vale lembrar o que se segue para que não volte a repetir.

Recuerdos del 2001: otra mujer y un papel similar.

Por: María O’Donnell | 25 de noviembre de 2011

   Leyendo la carta que Angela Merkel le envió a Mariano Rajoy a modo de felicitación por su triunfo electoral en España -con un tono algo imperativo de directora de escuela-, me acordé de otra mujer, que jugó un rol parecido al que desempeña ahora la canciller de Alemania, pero hace una década y aquí en la Argentina.

  Recordé a Anne Krueger, una economista norteamericana que fuera designada subdirectora gerente (segunda en la jerarquía) del Fondo Monetario Internacional (FMI) en septiembre del 2001.

   Krueger asumió tres meses antes de que la Argentina declarara una cesación de pagos de su deuda externa y se transformó en la dama inconmovible que exigía más y más recortes al gasto público, sin reparar en las consecuencias sociales de esas políticas que terminaron por tumbar al gobierno de Fernando De la Rúa.

225px-Anne_O._Krueger_(2004)

   El 18 de enero del 2002, cuando los presidentes se sucedían más rápido que los meses y casi la mitad del país se hundía en la pobreza, el diario El País publicó una columna de opinión de Krueger que decía:

"El incumplimiento de los pagos siempre es doloroso, tanto para los deudores como para los acreedores. Y así debe ser. Los países -como las empresas y los particulares- deben pagar sus deudas y sufrir cuando no lo hacen (…) Del mismo modo que cuando tenemos dolor de muelas retrasamos hasta el último momento la visita al dentista, los gobiernos intentan a menudo posponer lo inevitable. La consecuencia es que los ciudadanos del país que deja de cumplir sus pagos sufren más dificultades de las necesarias, y a la comunidad internacional se le complica la tarea de ayudar a recoger los trozos".

   Desde sus oficinas en Washington, Krueger nos hablaba del necesario sufrimiento de un país que a lo largo de una década se había endeudado bien por encima de sus posibilidades, siempre con el consentimiento del FMI, el organismo que había exhibido a la Argentina como un ejemplo a seguir en América Latina por la aplicación de políticas neoliberales.

   Aunque nunca estuvieron del todo convencidos de la convertibilidad -que fijó la paridad uno a uno entre el peso nacional y el dólar-, porque conocían los riesgos de una política cambiaria tan rígida y también estaban al tanto del alto grado de corrupción del gobierno de Carlos Menem, los funcionarios del FMI no hicieron otra cosa que alimentar el fuego.

   Para un documental llamado "Deuda" (estreno de 2004), con un estilo marca Michael Moore, el periodista Jorge Lanata entrevistó muy brevemente a Krueger. Lanata le preguntó si, más allá de la evidente responsabilidad del Gobierno argentino, el FMI asumía alguna culpa en la debacle argentina, dado que el incremento de la deuda había sido paralelo al empeoramiento de los indicadores sociales del país.

  – Argentina eligio la convertibilidad y el FMI se opuso a la convertibilidad y lo advirtió, pero como organización institucional intentamos apoyar a los gobiernos…

   Lanata insistió: le contó que uno de los ejes de su documental era la historia de Barbarita, una nena que vivía desnutrida y en la extrema pobreza en el norte del país y le preguntó si había alguna relación entre Barbarita y los organismos de crédito.

   -Todo está vinculado con todo: en cualquier crisis los pobres son los que más sufren- respondió Krueger sin inmutarse demasiado, aunque el video transmite una situación tirante, tensa.

  Lanata inisistió y le preguntó si no sufría problemas de conciencia al pensar que los más pobres habían resultado los más perjudicados de la fiesta de la que habían gozado unos pocos:

  – ¿En qué sentido?- preguntó, como quien necesita ganar tiempo para pensar una respuesta.

   Una vez recuperada de la sorpresa agregó:

   – No. Creo que no hay ninguna política que beneficie a todos, pero la mayoría de la gente que recibió recursos nuestros (del FMI) está mejor que otros (países). No digo que estén felices, digo que están mejor.

  El audio del video no es muy bueno, pero les dejo un link por si les interesa descubrir algún parecido (o ninguno) entre Krueger y Merkel.

Radio Buenos Aires por María O’Donnell >> Blogs Internacional EL PAÍS

24/11/2011

Isso o PIG não divulga. Fosse na Venezuela!

Filed under: Chile,Miguel Krassnoff — Gilmar Crestani @ 8:39 am
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La indignación chilena llega a los barrios acomodados de Santiago

Cientos de manifestantes protestan contra el homenaje al exbrigadier pinochetista Miguel Krassnoff

Rocío Montes Santiago de Chile 22 NOV 2011 – 08:28 CET35

Un asistente al homenaje al exbrigadier del Ejército chileno Miguel Krassnoff / F. TRUEBA (EFE)

Los disturbios de ayer en el barrio de Providencia de Santiago de Chile, donde 500 personas se enfrentaron a la policía en protesta por el homenaje público a un violador de los derechos humanos de la dictadura, produjeron un intenso debate público en el país sudamericano. La tradicional calma de la urbanización, ubicada en una zona de familias acomodadas de la capital, se vio interrumpida el lunes cuando los manifestantes llegaron hasta la entrada del Club Providencia para repudiar el acto en honor al exbrigadier Miguel Krassnoff, condenado a 144 años de cárcel por violaciones a los derechos humanos durante la dictadura de Augusto Pinochet.

Los manifestantes se enfrentaron a la policía, mientras que los carabineros los intentaban dispersar con bombas lacrimógenas y carros lanza agua. La protesta se organizó por medio de Twitter y a ella se sumaron estudiantes, sindicatos y, entre otros, organizaciones ciudadanas como la Agrupación de Familiares de Detenidos Desaparecidos (AFDD). En total, hubo siete detenidos y diez carabineros heridos.

Uno de los indignados, el dirigente comunista Cristián Cuevas, consideró el acto de homenaje a Krassnoff como “una provocación amparada por el Gobierno, que no lo ha impedido”. “¿Se permitiría en Alemania un acto en homenaje a Hitler?”, preguntó. Patricio Bustos, que fue torturado por el militar tras el golpe de Estado de 1973, dijo que “esto es un intento del pinochetismo por reflotar y reivindicar una etapa oscura de nuestra patria”.

En el evento se presentó la cuarta edición del libro Miguel Krassnoff: Prisionero por servir a Chile, de la historiadora Gisela Silva Encina. De acuerdo a la invitación, uno de los convocantes fue el polémico alcalde de Providencia, Cristián Labbé, coronel en retiro.

Conocido por ser uno de los pocos que todavía defiende públicamente al dictador Augusto Pinochet, y militante de la Unión Demócrata Independiente (UDI), uno de los partidos de Gobierno, Labbé a última hora decidió no participar del homenaje. Tras los disturbios, sin embargo, defendió la actividad y respaldó la actuación de la policía: “No quiero que en Chile el que piensa diferente sea aplastado (…) No puede ser que una minoría tenga así, de rodillas, a una mayoría”. El municipio ha valorado los daños en unos 40 millones de pesos (60.000 euros) y ha anunciado que se querellará contra quienes resulten responsables.

Los momentos de mayor tensión se vivieron cuando los defensores de Krassnoff comenzaron a llegar a la cita en el Club Providencia -centro social del barrio- y se enfrentaron a los manifestantes y a los familiares de las víctimas de la dictadura. La zona, de grandes casas con jardines, árboles y carril bici, durante cerca de cuatro horas pareció un campo de batalla. Y si bien esas escenas se han vuelto comunes en los últimos meses en Chile, lo que llamó la atención es que las protestas por primera vez se produjeron en un barrio residencial de la zona oriente de Santiago, donde vive la gente de mayores recursos. Y que este nuevo estallido social se haya producido por un tema de derechos humanos, que para la clase política parecía en calma tras dos décadas de democracia.

La polémica por el acto se encendió la semana pasada cuando trascendió que el Presidente Sebastián Piñera había sido invitado al homenaje. Como no podía asistir, una asistente del Gobierno excusó al Jefe de Estado por medio de una carta donde expresaba las “felicitaciones” y “mejores deseos de éxito” a los organizadores. Tras el despido de la funcionaria, el mandatario tuvo que aclarar su postura: “Condeno y siempre he condenado las violaciones a los derechos humanos, en todo tiempo, lugar y circunstancia”.

Aunque los hechos han sido condenados por el Gobierno y los partidos oficialistas y de oposición, la UDI apoyará a Labbé para que se vuelva a presentar en las elecciones de 2012, lo que ha generado una ola de críticas hacia esta colectividad de derecha. El presidente del Partido Socialista, Osvaldo Andrade, que también fue apresado y torturado durante la dictadura, dijo: "Me conmueve el grado de frivolidad de los defensores de Krassnoff".

Miguel Krassnoff Marchenko, que cumple cadena perpetua en el Penal Cordillera de Santiago, es hijo y nieto de cosacos que en 1947 fueron fusilados en el patio de la Cárcel de Lefortovo tras ser condenados por el tribunal supremo de la URSS por crímenes de guerra, traición a la patria y colaboración con el enemigo. En el golpe de Estado de 1973, dirigió el asalto a la casa del Presidente Salvador Allende. Luego fue destinado a la Dirección Inteligencia Nacional (DINA), el órgano represivo de la dictadura, donde se convirtió en uno de los más feroces torturadores. Sus víctimas recuerdan que era uno de los pocos a quien no le importaba decir su nombre real.

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América Latina vive su momento

Filed under: América Latina — Gilmar Crestani @ 8:37 am
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E só o vira-lata não vê!

América Latina vive su momento

“Seguimos llamando emergentes a países que ya emergieron”, dice el exjefe del Gobierno Felipe González en la presentación de un libro

Ana Lorite 23 NOV 2011 – 23:45 CET

Felipe González (derecha) y el secretario general iberoamericano, Enrique Iglesias / Chema Moya (EFE)

Seguimos llamando emergentes a países que ya emergieron, mientras en Europa seguimos en pleno proceso de inmersión” afirmó el expresidente español Felipe González ante un auditorio repleto de público. “Tenemos un problema de gobernanza global”.

La crisis económica y cómo afrontarla y las lecciones que Europa y Estados Unidos podrían y deberían aprender de América Latina; el paternalismo e incluso la soberbia con los que el Viejo Continente ha mirado al otro lado del Atlántico; los desafíos a los que el mundo se enfrenta tras la crisis económica y la importancia de la política como motor de cambio ante las nuevas demandas de la sociedad fueron algunos de los temas que ayer se debatieron en Madrid con motivo de la presentación del libro El momento político de América Latina.

González, junto a Ricardo Lagos, expresidente de Chile, Rebeca Grynspan, administradora asociada de la PNUD y exvicepresidenta de Costa Rica, y Enrique V. Iglesias, secretario iberoamericano, participaron en el debate, moderado por el periodista Iñaki Gabilondo, El momento político de América Latina organizado por la Secretaría General Iberoamericana (Segib), con motivo de la presentación del libro del mismo título editado por la Fundación Carolina, el Real Instituto Elcano y la propia Segib.

La democracia 2.0 ha empezado a caminar"

Ricardo Lagos, expresidente chileno

Insistieron los participantes en la importancia de la política, con mayúsculas, para afrontar los desafíos a los que se enfrenta Latinoamérica. “Hay otro momento político, hay otra América Latina. En el ciclo político que termina hemos conseguido que se respete el Estado de derecho pero ahora hay que empezar a fortalecer la instituciones” dijo Ricardo Lagos. “La democracia 2.0 ha empezado a caminar. El dirigente político expone sus ideas y el ciudadano en Twitter se las echa abajo. La ciudadanía se mueve y quiere ser oída”, afirmó el expresidente. En esta idea también incidió Rebeca Grynspan. Dijo que América Latina tiene la tarea importante no solo de terminar de construir el Estado de derecho sino también “la del derecho a tener un Estado, porque este no siempre llega a todos los ciudadanos”.

Recoge el libro, y así se reflejó también en el debate, los importantes cambios sociales, políticos y económicos que se han producido en Latinoamérica y que han permitido que, frente a la crisis económica y financiera internacional iniciada en 2008, la mayoría de los países de la región ha podido, en algunos casos con mucho éxito, capear el temporal. Recordó González que en una reunión con empresarios argentino estos mostaron cierto grado de satisfacción ante la situación de los “maestros” de Europa y Estados Unidos que con arrogancia impartieron lecciones de cómo gestionar la crisis de la deuda latinoamericana “y ahora no saben como solucionarla”.

Sin embargo, coincidieron los participantes en mostrarse prudentes ante el éxito: “Procuren que la risa sea un poco ‘orgásmica’: muy intensa y muy corta” dijo González. “Estamos en un cambio de época (…) y después de la crisis vamos a llegar a puertos que no fueron los de partida” sostuvo Enrique V. Iglesias. “El problema de la nueva era es que las epidemias se convierten en pandemias. La capacidad de contagio no se puede amputar ahora por efecto de la globalización” dijo Felipe González, o en palabras de Iglesias, “la cara fea de la globalización”.

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O Afeganistão é ali, em Ohio!

Filed under: Amish,Religião — Gilmar Crestani @ 8:23 am
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Quem pensa que radicalismo religioso é coisa de muçulmano é porque não conhece a história dos EUA. Aliás, uma série de filmes sobre a guerra da secessão mostra bem o quanto o nome de Deus é usado em vão pelo poder norte-americano com o único intuito de produzir violência. O filme Deuses e Generais, até pelo título, mostra esta mistura explosiva. Não foi mero acaso também que Bush usou a expressão cruzada para desencadear suas guerras contra os países produtores de petróleo, no Oriente Médio. Como se sabe, os vira-latas estão sempre voltados pela superioridade da civilização ianque… Por acaso alguém ainda lembra que WikiLeaks vazou no Brasil que a CIA estava patrocinando, via InVeja, o acirramento de luta religiosa? Para quem ainda não leu, está  AQUI!

Detenidos siete amish por humillar a otros miembros de la secta

Un obispo de la secta afeitó la cabeza y la barba de los que le desobedecían, una de las mayores afrentas para el credo amish

David Alandete Washington 23 NOV 2011 – 21:25 CET21

Cinco de los amish arrestados por el FBI. / Mike Schenk (AP)

No hay mayor afrenta a un amish que afeitarle la cabellera y la barba. Según la interpretación de la Biblia que hace este grupo religioso, dios establece que el pelo es sagrado y no debe cortarse. Eso es lo que hizo el obispo Samuel Mullet, que este miércoles ha sido detenido y acusado formalmente, junto con tres hijos, un yerno y dos discípulos, de haber conspirado para agredir  al menos a cuatro personas por motivos religiosos a las que rasuró el cabello.

Mullet lidera una secta instalada en la localidad Bergholz, Ohio, que en 2003 rompió con la ortodoxia amish y se ha dedicado a gobernar sobre sus feligreses a su cruel antojo y con total impunidad.Otro precepto amish es no recurrir, jamás, al castigo físico y a la venganza, y perdonar siempre a aquellos que comenten ofensas. En eso, Mullet es también muy heterodoxo. No predica el pacifismo que tan a gala tienen los demás grupos amish. Varios testigos han revelado al FBI episodios de abuso extremo. A uno de ellos, que además es su asociado y a quien también ha detenido y acusado la fiscalía, le hizo dormir en un gallinero, al aire libre, durante 12 días seguidos. En el contexto de semejante cultura de terror, en 2005 ocho familias huyeron de Bergholz.

Así describe el FBI, en la declaración jurada de un agente difundida por el Departamento de Justicia este miércoles, el clima de terror en la comunidad liderada por Mullet: “En desafío a la teología y doctrina amish, Samuel Mullet impuso castigos extremos y daños físicos a aquellos en la comunidad que le desobedecían, incluida la práctica de obligar a los fieles a dormir en gallineros o forzar a miembros del clan de Bergholz a que le dieran palizas a otros miembros que le desobedecieran”.

A los huidos, el obispo Mullet les excomulgó de forma fulminante. Aquello llamó la atención de otros obispos. Unos 300 amish se reunieron, entre 2005 y 2006, en un cónclave en la localidad de Ulysses, en Pensilvania. Después de alcanzar quórum, decidieron revocar las excomuniones y permitir a los parroquianos que se integraran en otras comunidades amish, sobre todo en los condados de Trumbull y Carroll, en Ohio. Entonces Mullet decidió vengarse.

El 4 de octubre acudió con sus hijos y secuaces al condado de Holmes y, con tijeras y máquinas de afeitar eléctricas le rasuró el cabello y la barba a dos fieles que habían participado en la revocación de sus excomuniones. “Los hombres de Bergholz desfiguraron a la primera víctima, cortándole el pelo de la cabeza y de la barba, y al hacerlo, le provocaron dolor físico y dos cortes sangrantes en la cabeza”, explica el FBI. Un método similar emplearon con el otro. Además tomaron fotos para dejar constancia de la humillación. Aquella misma noche viajaron al condado de Carroll para infligir el mismo daño físico y moral a una tercera víctima.

Posteriormente emplearon una técnica distinta, según la investigación del FBI. Engañosamente, atrajeron (por carta, pues su religión les impide el uso de teléfonos y ordenadores) a otro amish a Bergholz. Cuando este llegó, se vio reducido y, como los demás, afeitado. Esta última víctima era parte de la comunidad inicial de ocho familias que abandonó a Mullet en 2005.

Los siete amish rebeldes fueron arrestados por el FBI este miércoles. La fiscalía pública les acusa, según un comunicado, de “conspirar para cometer agresiones físicas con motivos religiosos”. La ortodoxia amish se define como cristiana, y aunque tiene raíces en la Europa del siglo XVI, la inmensa mayoría de sus 250.000 integrantes vive en Estados Unidos.

Detenidos siete amish por humillar a otros miembros de la secta | Internacional | EL PAÍS

22/11/2011

Los últimos días de Berlusconi

Filed under: Roberto Saviano,Silvio Berlusconi — Gilmar Crestani @ 7:25 am
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Mario Monti tiene el crédito de Europa y eso dará oxígeno a la economía. Pero al berlusconismo aún no hay que darlo por muerto. Sigue allí, con paciencia, confiando en resurgir, dispuesto a decir “sin mí ha sido peor”

Roberto Saviano

Existe una palabra que describe mejor que ninguna otra lo que el Gobierno de Berlusconi ha sido para Italia, lo que realmente lo ha caracterizado en el sentido político y en el económico, y esa palabra es inmovilismo. En los últimos 20 años no ha sucedido nada en favor del país. No se ha hecho ni una sola de las reformas prometidas en 1994 que hubieran contribuido a conjurar la crisis que ahora está viviendo Italia. Y es evidente que lo que no lograron los electores, ni los grupos de la oposición, ni la prensa, ni los intelectuales, lo ha conseguido el mercado. Ironías del destino, precisamente Silvio Berlusconi, que siempre se ha jactado de haber creado un imperio de la nada, de haber encarnado el sueño americano del self-made man, que siempre se ha considerado campeón en materia de números y dinero, se ha visto desbordado en lo que se sentía omnipotente y por aquello que siempre dijo que era su propio elemento: por el mercado. Ha sido el comisario de una economía que ya no podía fiarse de su gestión.

Ennio Flaiano, genial escritor italiano, decía que en Italia la línea más corta entre dos puntos es el arabesco. Los casi 20 años del Gobierno de Berlusconi han sido un arabesco: la línea más larga posible entre lo viejo y lo viejo que se hacía pasar por nuevo. Entre Democracia Cristiana y democracia cristiana. Cuántas mentiras en estos 20 años, cuántas mistificaciones. Desde los falsos orígenes humildes, para que el italiano medio pudiese identificarse con él, a la mentira mayor de todas, pasada de boca en boca y progresivamente vacía de todo significado. La mentira según la cual un hombre que ha creado un imperio, que es rico y que está al frente de empresas prósperas —o que parecían serlo— no tiene necesidad de robar, de sustraer dinero público al país, como lo habían hecho los partidos en la Primera República. Un sueño que se basó en embustes y equívocos porque, una vez eliminados los padrinos políticos, fue preciso que Berlusconi controlara la situación. Y que en poco tiempo transformara la política en un campo de fútbol, en el que los ciudadanos son hinchas que vitorean a sus colores independientemente de cómo lo esté haciendo el equipo, todo lo más le silban un ratito, pero que siempre y solamente quieren ver la victoria. Berlusconi ha introducido un nuevo modo de hablar, de manera que decidir comprometerse en política se convierte en “saltar al campo”.

Por otra parte, él mismo repetía que su entrada en la política se había producido para tutelar sus propios intereses. Los suyos personales y los de sus empresas. Y es exactamente eso a lo que hemos asistido durante los 20 años en los que ha sido protagonista indiscutido de la escena política italiana. Sus cargos institucionales han coincidido con sus negocios privados. Los mismos jefes de Estado extranjeros que en los pasados años se han mostrado más cercanos a él, no han sido sino sus socios. Del gas de Putin —los negocios energéticos rusos representan el 70% de las exportaciones a Italia, y la misma Hillary Clinton ha dejado caer sus dudas acerca del carácter especulativo de las convergencias políticas ente Berlusconi y Putin— a la embarazosa amistad con Gadafi —desde junio de 2009, Lafitrade, de la familia Gadafi, y Fininvest, de Berlusconi, a través de la luxemburguesa Trefinance, son los verdaderos propietarios de Quinta Communications, de Tarak Ben Ammar—. El negocio con la empresa tunecina, en la que Lafitrade tiene el 10% y Fininvest el 22%, ha abierto el negocio al reciclado occidental, a partir de Italia, de una voluminosísima masa de petrodólares de Gadafi, valorada en 65.000 millones de euros.

Ni una sola ley de su Gobierno para el Estado, ni una sola ley que, en todos estos años, haya proporcionado a la economía los instrumentos necesarios para enfrentar la crisis que asomaba por el horizonte. Ninguna ley para Italia, solo leyes para él. Y no porque le faltasen los números en el Parlamento. Ha gozado, y durante mucho tiempo, de una mayoría increíblemente fuerte que le habría permitido realizar las reformas que habían hecho de él —al día siguiente del terremoto judicial que había destruido a los viejos partidos italianos en los años noventa— el hombre nuevo, el viento nuevo, el campeón del reformismo liberal que él contraponía al estancamiento de las izquierdas incapaces de transformarse. No a la reforma de la justicia, no a la de las pensiones, nulas perspectivas para las nuevas generaciones víctimas de una nefasta desregulación del mercado de trabajo que ha traído consigo una precarización encaminada únicamente a favorecer a las empresas que explotan a los trabajadores.

En Italia, el sector público está en la ruina, la sanidad no tiene unos estándares dignos de Europa, la escuela, la Universidad y la investigación renquean. Durante años el Parlamento se ha dedicado a discutir, enmendar y votar leyes ad personam y leyes que hemos denominado ad aziendam.

De algunas se interpreta el sentido con su simple nombre. Otras llevan el nombre de los fidelísimos a Berlusconi. Otras incluso le favorecen a él y a sus empresas indirectamente; otras han servido de manera demasiado evidente para legitimar, salvar, proteger del colapso a las empresas del primer ministro« las ha habido para listas electorales presentadas fuera de plazo o, todavía más a menudo, para obstaculizar los procesos en los que el primer ministro estaba y está imputado. En 2001, el Gobierno italiano fue el único en Europa que no firmó para combatir los delitos financieros.

Y el mundo nuevo que Berlusconi había prometido se ha convertido en un mundo viejo, más viejo que el que le había precedido. Y la política que nos espera conlleva el riesgo de ser ni más ni menos que la continuación de los juegos de poder interrumpidos por Il Cavaliere. Será lo viejo vestido de nuevo. El Gobierno que venga, no se sabe todavía si fruto de elecciones anticipadas o de un amplio entendimiento (el debate ha comenzado y las decisiones se están tomando en este momento mientras yo escribo), tendrá la ardua tarea de acometer las reformas económicas que podían haberse organizado durante los pasados 20 años y que en cambio asfixiarán a Italia en los próximos meses. Mario Monti, al que Europa ha tenido ocasión de conocer y apreciar durante los 10 años que fue comisario europeo (de 1994 a 2004), es desde hace unos días senador vitalicio y es el más acreditado para este Gobierno de transición. Europa se fía de él y eso podrá dar oxígeno a la economía italiana. Perotendrá que tomar decisiones difíciles que, la historia italiana lo demuestra, no tendrán recompensa.

Por otra parte, aunque el hombre Berlusconi parezca acabado, el berlusconismo aún no ha muerto. Sigue allí, con paciencia, confiando resurgir, dispuesto a decir “sin mí ha sido peor”. Sus protagonistas esperan a especular sobre los momentos difíciles que vivirá Italia, fingiendo ser ajenos al proceso. Estemos atentos, por tanto, a quién se desmarca ahora, estemos atentos a quién dice, desplegando altruismo, que el Gobierno de amplia coalición debe incluir a todos, también a esta o aquella parte política. En esta fase, altruismo significa descargar las responsabilidades sobre el adversario político. Y cuidado también con los que gritan, con los que invocan elecciones inmediatas: es todo menos una auténtica batalla por los derechos, en realidad son ganas de cosechar los votos que la crisis y la rabia social les aportarán.

La impresión es que, una vez más, hay espacio para todo menos para el talento y para la voluntad de reconstruir de verdad un país que, más que económicamente, está humillado en su moral, en su confianza y en su esperanza de que sus habitantes puedan volver a ser felices, a realizarse sin tener que irse. En Italia, una vez más, el riesgo está en que se haga tabla rasa para que se pueda volver atrás más fácilmente.

Roberto Saviano es periodista y escritor italiano. Traducción de Juan Ramón Azaola.

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21/11/2011

A herança de Aznar para asnos resolverem

Filed under: Crise Financeira Européia,Espanha,Mariano Rajoy — Gilmar Crestani @ 8:17 am
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O povo espanhol, seviciado pela  Igreja Católica conservadora, cujo expoente máximo é o fundador da Opus Dei, deu ao conservadores o poder de gerirem a crise que eles mesmos, os filhos de Aznar, criaram. Não vamos esquecer que foi Aznar que mandou tropas espanholas nos atoleiros do Oriente Médio, a pedido de Bush. Zapatero, como tem sido a esquerda europeia, não conseguiu governar sem cair nas armadilhas da direita. Foi assim na França de François Mitterrand e Lionel Jospin, e na Itália de Máximo D’Alema. Na Itália, depois do desastre deste, o abismo abriu-se sob os pés de Silvio Berlusconi. Coincidentemente, são países onde prepondera o catolicismo conservador.

O povo tem disso. Quando a esquerda ganha com a esquerda mas governa com a direita, facilita o retorno rápido da direita. Se por um lado não se pode dar cavalinho de pau na direção de um país, com mudança rápida da direita para a esquerda, também é verdade que se não contornar a curva e somente for em frente para ver onde vai dar, com certeza o abismo se aproxima. Direita e esquerda europeias não souberam dar sentido ao rumo dos países, e hoje ambos, países e partidos, foram capturados pelos grandes grupos financeiros transnacionais, notadamente bancos.

España entrega al PP todo el poder

Rajoy supera la marca de Aznar con 186 escaños por el hundimiento del PSOE (110)

Rubalcaba se queda por debajo del registro más pobre de los socialistas desde 1977

IU quintuplica sus escaños y Amaiur tendrá grupo, con más diputados que el PNV

Carlos E. Cué Madrid 21 NOV 2011 – 00:35 CET335

España ya no tiene miedo al PP. Tan poco le teme que anoche le entregó el mayor poder que ha tenido un partido desde 1982. Incluso superior. Un control absoluto para hacer frente a la crisis económica con las manos libres. Y para asumir solo el coste. Entre el temor a los recortes del PP, que alentó el PSOE, y el castigo a los socialistas por la crisis económica, ha podido mucho más este último: el PSOE se desploma (pierde 4,4 millones de votos) mientras el PP solo sube 550.000. Los populares cabalgan así sobre el hundimiento socialista.

Subido en la ola de una crisis que se ha llevado por delante a la mayoría de los Gobiernos europeos, Mariano Rajoy, un líder cuestionado interna y externamente que ha superado una larga travesía del desierto de casi ocho años, ha conducido a su partido a las mayores cotas de dominio imaginables. Su estrategia de perfil bajo ha triunfado frente a todo. Incluso pudo gozar de la última venganza íntima que tanto ansiaban los suyos: superó finalmente el récord de 183 escaños de José María Aznar. Alcanzó los 186.

Su mentor, que le desdeñó muchas veces y llegó a decir que quería heredar en vez de ganar las elecciones —aunque sin citarlo—, rindió pleitesía a su sucesor anoche con un gesto: acudió a su despacho en la calle Génova después de ocho años de ausencias.

El PP de Rajoy gobierna en 11 de las 17 autonomías, es clave en otras dos, y casi seguramente dominará en unos meses también en Andalucía. Además, controla casi todas las capitales de provincia y con esta mayoría absoluta tendrá el control de todos los órganos que se renueven a partir de ahora, Tribunal Constitucional y Poder Judicial incluidos.

Un poder sin sombra, con un PSOE que baja a su peor resultado histórico. Se quedó en 110, por debajo de los 118 de 1977; los 121 de 1979 y los 125 de 2000, que provocaron una total renovación. La oposición socialista baja a cifras similares a la Alianza Popular de Fraga en los ochenta, cuando el llamado rodillo socialista controlaba todos los resortes del poder, como lo hará el PP de Rajoy.

Tan absoluto es su dominio, tan profunda la crisis y el temor a los recortes sociales que el líder de los populares se empeñó ayer una y otra vez en lanzar un mensaje de concordia. Rajoy sabe que la crisis puede achicharrarle también a él cuando empiece a tomar las medidas impopulares que no ha anunciado, y quiere entrar con el mejor pie posible: “Seré el presidente de todos. Nadie tiene que tener inquietud alguna. No habrá sectarismo, ni rencillas pequeñas ni divisiones artificiales. Haremos un esfuerzo común pero sobre todo un esfuerzo que será solidario. Convocaré a todas las autonomías. No va a haber milagros, no los hemos prometido”.

Después, mientras en la calle había pancartas que pedían la abolición del aborto, gritaban “socialista el que no bote” y “Rubalcaba, el chollo se te acaba”, él insistía en tratar de lanzar ese mensaje de unidad que sus militantes no querían escuchar.

 

Mariano Rajoy saluda a cientos de simpatizantes desde la sede de Génova, flanqueado, de izquierda a derecha, por Ana Mato; Elvira Fernández, esposa del líder popular; María Dolores de Cospedal y Soraya Sáenz de Santamaría. / GORKA LEJARCEGI

Los dirigentes populares también buscaban rebajar la euforia que llevaban dentro. Todos insistían en pasillos: ahora toca mojarse, contarle a los españoles las medidas que el PP tiene pensadas y aclarar el Gobierno de Rajoy. Los ciudadanos, insistían, no le van a dar al PP ni esa media hora que pedía su líder el pasado viernes. Le van a exigir que desvele ya sus cartas. Y no van a aceptar excusas sobre la herencia recibida, insistían diversos miembros de la cúpula. Querrán resultados inmediatos, o se frustrarán.

Y mientras, en el lado opuesto, Alfredo Pérez Rubalcaba, que heredó una situación de casi imposible gestión, afrontaba con un breve discurso y una imagen de soledad, sin José Luis Rodríguez Zapatero, aún secretario general, a su lado, el peor resultado de la historia del PSOE en toda la democracia.

Un desplome espectacular, incluso mayor de lo esperado. Lo que ha perdido en votos no está lejos de esos fatídicos cinco millones de parados que significó una losa imposible de remontar para su candidato. El hundimiento del PSOE alcanza dimensiones catastróficas. Ha caído 13 puntos en apoyo electoral (del 43% ha pasado a menos del 30%), lo que impulsó la mayoría absoluta del PP (43%, tres puntos más que en 2008 y 400.000 votos más).

El candidato del PSOE anunció que había hablado con Zapatero para que los socialistas convoquen en breve un congreso ordinario. Y también apuntó por dónde irá la oposición, aun sin aclarar si él se presentará al congreso para liderarla: “Los socialistas defenderemos los servicios sociales básicos”.

El máximo gurú de Rajoy, el sociólogo Pedro Arriola, que también estaba ayer en la planta séptima de la calle Génova, insiste siempre en la idea de que las elecciones las pierden los Gobiernos, no las gana la oposición. Y así ha sido en parte. Pero esta vez hay más. Mucho más. El PP se convierte en lo más parecido a un partido único, como ironizan algunos dirigentes, que ha vivido la democracia española.

El colapso del PSOE no tiene paliativos. Y el buen resultado de IU, que llega hasta los 11 escaños desde los dos que tenía, o de UPyD, que se va hasta cinco, demuestra que el voto se les ha ido por todas partes. También, y mucho, a la abstención.

La mancha azul del PP se extiende por toda España, y es especialmente espectacular el vuelco en Andalucía, de hasta 19 escaños con respecto a 2008. Sin embargo, la excepción vasca y catalana aún pervive. Rajoy estaba obsesionado desde 2008 con sus resultados en estas dos comunidades, las únicas que se le resisten. Cambió por completo las dos direcciones del PP, se volcó y ha logrado mejorar, pero no tanto como esperaba.

En el País Vasco el resultado tendrá muchas consecuencias políticas. El PSE, que está en el Gobierno con apoyo del PP, lejos de rentabilizar el final de ETA pierde casi la mitad de sus votos. El PP se estanca y no se suma a la ola de crecimiento en toda España, un dato muy significativo. El PNV gana las elecciones en número de votos y Amaiur en número de escaños. La mayoría nacionalista es tan clara que avanza un resultado en las autonómicas de 2013 —el PNV ya ha reclamado su adelanto— que podría dar un vuelco y llevar al poder a Amaiur, una cuestión que tendrá que gestionar, y no será fácil, Mariano Rajoy desde La Moncloa.

Y en Cataluña, pese al hundimiento del PSC, los populares también se quedan por debajo de las expectativas. Siguen siendo el tercer partido, lejos del segundo, que por primera vez en unas generales es el PSC. La principal rival interna de Rubalcaba, Carme Chacón, podrá decir que en Barcelona es la única cabeza de lista, con Alfonso Guerra en Sevilla, que ha ganado las elecciones, pero a costa de tener el peor resultado de la historia del PSC. Nadie sale reforzado en el PSOE tras la debacle de ayer.

PNV y CiU son así las formaciones más votadas en sus comunidades, con lo que Rajoy se verá obligado a lidiar con un fuerte poder nacionalista. La resistencia de CiU demuestra además que los recortes, que tanta polémica han generado en esta comunidad, no desgastan tanto como se pensaba. Un mensaje muy claro para lo que el PP tiene previsto hacer a partir de ahora.

España entrega al PP todo el poder | Política | EL PAÍS

19/11/2011

Sem InVeja do Primeiro Mundo

Filed under: Corrupção,Espanha — Gilmar Crestani @ 8:43 am
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El puerto de los mil millones de euros

El ‘Prestige’ sirvió para que A Coruña impulsara una gran dársena alejada de la ciudad

La construcción costará el doble de lo presupuestado

Greenpeace habla de especulación urbanística

Francisco Peregil A Coruña 18 NOV 2011 – 22:03 CET14

 

Obras del puerto exterior de A Coruña, en Punta Langosteira. / XURXO LOBATO

Olvídense por un momento de las grandes infraestructuras descritas en esta serie. Ninguna de ella resiste la comparación con el puerto exterior de A Coruña, que empezó a construirse en 2005 a unos 10 kilómetros del que ya existe en el centro de la ciudad. Primero, porque con los 755 millones de euros (el doble de lo presupuestado) que está costando construirlo en el mar bravío de Punta Langosteira más los 200 millones que exige Repsol por el traslado de sus instalaciones petroleras, se podrían edificar nueve campos como el mal llamado Estadio Olímpico de Sevilla (120 millones de euros), al menos dos Ciudades de la Cultura como la de Santiago (más de 400), dos aeropuertos como el de Ciudad Real (500) y al menos seis como el de Castellón con sus halcones incluidos (150). Y segundo, porque muy pocos proyectos en este país han contando con tantos apoyos institucionales: el del antiguo alcalde socialista de A Coruña y gran impulsor de la obra, Francisco Vázquez; el del Gobierno central de José María Aznar; el autónomo de Manuel Fraga (PP) y más tarde el del bipartito de socialistas y nacionalistas. A través de Fraga se logró el apoyo de la entonces vicepresidenta de la Comisión Europea, Loyola de Palacio; y con su ayuda, el compromiso de la Unión Europea de aportar unos 265 millones de euros. Además, ha contado con el respaldo del actual ministro de Fomento, José Blanco, quien lo considera “una oportunidad única” para el desarrollo de A Coruña y Galicia. Entonces ¿cómo se le puede llamar despilfarro a algo que presenta tan heterogéneos e importantes avalistas?

Muy pocos proyectos en este país han contando con tantos apoyos institucionales

Una de las posibles respuestas hay que buscarla en el entorno de la exministra de Fomento Magdalena Álvarez (2004-2009), que fue el único alto cargo de la Administración que opuso resistencia. Sus colaboradores veían un dislate aquella operación. “Sufrimos unas presiones tremendas para aprobar las obras. Porque nosotros vimos desde un primer momento que aquello era un capricho de rico, era disparar con pólvora del Estado, como si el Estado fuera un ente abstracto que vive en el más allá y que fabrica el dinero con una máquina de hacer billetes. Hay tráficos, como le pasa al puerto de Barcelona, que son molestos para el entorno. Y en A Coruña es evidente que eso pasa. La mayor parte de los puertos tienen descargas de productos petrolíferos y la mayor parte de los puertos de España son urbanos. El traslado hacia otras zonas hay que hacerlo de forma gradual y cuando se tiene dinero para hacerlo. Pero la solución en A Coruña ha sido muy de ricachón, de decir: yo cojo, construyo jardines y me llevo el puerto al otro lado. ¿A qué precio? Pues me da igual, cueste lo que cueste. En España no hemos aprendido que cualquier obra de estas dimensiones las pagamos todos”, indica un experto próximo al caso.

El socialista Francisco Vázquez estima que a Magdalena Álvarez le influyó mucho su entonces secretario general de Transportes y antiguo director general de Puertos, Fernando Palao. “Este señor, que había sido director del puerto de Gijón en 2003, decía que este puerto no era viable, que se lo iba a llevar el mar… Y encima intervenía en Bruselas para que los fondos fueran a Gijón, en vez de a A Coruña”, señala Vázquez.

Fernando Palao, gallego nacido en Ourense hace 65 años, niega rotundamente tal extremo: “Mi cariño por Gijón, donde solo estuve nueve meses trabajando, no es tan acendrado como para hacer ese tipo de disparate. Mis argumentos contra el puerto exterior eran y son económicos (porque no genera ninguna inversión adicional, ni más tráfico del que ya existe en el puerto interior), financieros (porque no había dinero para financiarlo y hubo que acudir a una operación urbanística, que está parada por la crisis) y oceanográficos (porque Langosteira es el peor sitio de la costa española donde se puede construir un dique)”.

Las obras, en las que han muerto ya cinco personas, continúan su marcha

Víctor Naya, vecino del puerto exterior, cree que la obra es un despilfarro porque el nuevo dique se encuentra a unos 20 kilómetros de Ferrol, incluso se puede ver desde Langosteira. Sin embargo, los técnicos que se opusieron al desarrollo del proyecto creen que esa no es una razón consistente, ya que si se decidiera descargar en Ferrol el petróleo que llega a A Coruña, habría que construir unos oleoductos subterráneos desde Ferrol hacia la refinería de Repsol en A Coruña que harían inviable el proyecto. El argumento principal que opuso el equipo de Magdalena Álvarez es que el puerto interior de A Coruña era más seguro que el de Langosteira y encima cumplía con todos los requisitos de normativa medioambiental y de seguridad.

Sin embargo, la Autoridad Portuaria, dependiente de Fomento, asegura que entre las razones que pesaron para promover la obra tuvieron gran peso las del medio ambiente, porque se alejarían de la ciudad “mercancías más sensibles”. “Es cierto que hubo algún problema cuando en los barrios próximos al puerto se encontraba polvo de carbón en la ropa tendida, pero se resolvió obligando al concesionario a construir un almacenamiento cerrado”, indica el citado experto anónimo.

Pilar Marcos, responsable de Costas de Greenpeace, cree que el daño del tráfico de “mercancías sensibles” es mínimo comparado con el “destrozo” que supuso construir un nuevo puerto en una zona virgen. “Justificar un destrozo ambiental porque eres incapaz de corregir las molestias y los problemas de contaminación ambiental me parece increíble. Lo que había en realidad era una gran operación especulativa con la que se pretendía financiar un tercio de las obras. Pero la burbuja ha roto esos planes”, señala Marcos.

Las obras, en las que han muerto ya cinco personas, continúan su marcha, aunque con el gran inconveniente de que el dinero que se esperaba recaudar con la venta del terreno del puerto céntrico no termina de llegar. Lo que sí llegó el pasado julio fue el crédito por valor de 250 millones de euros concedido por el ministro de Fomento, José Blanco.

Los enemigos del proyecto

Francisco Vázquez está convencido de que el Puerto Exterior ha sido su gran legado como alcalde invicto durante 24 años con seis mayorías absolutas en A Coruña. Cuando se le pregunta si conoce en cuánto se ha desviado el presupuesto, responde que ya lleva cinco años apartado de la alcaldía y que no está al tanto. La obra está costando más del doble de lo presupuestado, pero el exalcalde prefiere contar cómo nació la idea en su cabeza en los años noventa.

“Empecé con la idea en la década de los noventa, pero siempre me decían en Fomento que era una obra muy cara”, recuerda. Hasta que tal día como hoy, 19 de noviembre de hace nueve años, se hundió el Prestige frente a las costas de A Coruña. En medio de la tormenta que se le vino encima a José María Aznar, Vázquez le ofreció el refugio del Ayuntamiento de A Coruña para que celebrara un Consejo de Ministros. El socialista fue muy criticado por eso, pero a cambio consiguió que aprobaran un estudio de viabilidad para su sueño. La operación parecía muy sencilla: el espacio del puerto actual, en el centro de la ciudad, se liberaría, se vendería el terreno a las inmobiliarias y con ese dinero y otros muchos millones se construiría un nuevo puerto, unos 10 kilómetros más allá. “El 40% lo financiaba Europa, el 30% Fomento y el 30% el propio puerto”, indica Vázquez. Con lo que no contaba nadie era con el pinchazo inmobiliario.

A lo largo de una década Vázquez se encontró pocos enemigos del proyecto. “Uno de los más críticos fue Faro de Vigo, porque Vigo tiene también intereses portuarios. También, El Correo Gallego, porque tenía miedo a que pusiera en peligro la Ciudad de la Cultura. La delegación EL PAÍS en Galicia también fue muy crítica. Y un poco los nacionalistas, porque esta era una obra que había iniciado Paco Vázquez”. El resto, todos aliados.

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Una, grande y rica

Filed under: Ditadura,Franco — Gilmar Crestani @ 8:40 am
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Um breve retrato de como funcionam as ditaduras e para quem servem e se servem.

Franco ató con más eficacia el futuro de la familia que el del país. la fortuna que su familia conserva hoy prueba que la democracia la ha tratado infinitamente mejor que el dictador a la democracia. Mañana se cumple el aniversario de su muerte por primera vez sin actos de exaltación hacia su figura

TEREIXA CONSTENLA 19/11/2011

Hace 36 años, el 20 de noviembre de 1975, los Franco perdieron todo el poder, pero retuvieron algo más importante: el dinero. Como icono, los Franco se desmoronaron con el franquismo. De la cúspide, de ser el perejil de cada cóctel y la escopeta de cada cacería, cayeron por unos años en el foso de los apestados sociales, aquellos a quienes conviene rehuir porque contaminan. Malas compañías. Lo peor en un país proclive a favorecer arribistas sociales. Golpeados por la súbita pérdida de privilegios, unos se dieron al victimismo, otros se replegaron discretamente y alguno hubo que jugó a la provocación, incapaz de admitir que la democracia les estaba tratando infinitamente mejor que el dictador a la democracia.

    Cuatro días de visita al Pazo de Meirás al mes es el único arañazo público a su patrimonio. La Xunta de Galicia lo cerró en agosto para el veraneo de la familia

    Su viuda, Carmen Polo, cobró hasta su muerte una pensión superior al sueldo de los presidentes Adolfo Suárez y Felipe González. Su única hija y su marido disfrutaron de pasaporte diplomático hasta que caducó en 1986. El Rey les obsequió con un nuevo título nobiliario: el ducado de Franco. Hacienda no investigó sus cuentas. No fueron empujados al exilio, ni su fortuna fue confiscada, como le ocurrió a la familia del dominicano Leónidas Trujillo tras su asesinato en 1961. Ni siquiera aquellos bienes que Franco había recibido como jefe del Estado y que, en puridad, deberían engrosar el patrimonio nacional fueron reclamados por los nuevos gobernantes. A diferencia de los descendientes de Pinochet -procesados por malversación en 2007-, nadie les molestó. Tampoco cuando jugaron con la extrema derecha y encabezaban nostálgicos actos el 20-N. Los Franco se salvaron por uno de los sumideros conciliadores de la Transición.

    Mañana se cumplirá el aniversario de la muerte de Franco sin actos de exaltación por vez primera en 36 años. Se han prohibido para que no interfieran en la jornada electoral. Habrá, sin embargo, la tradicional misa en el Valle de los Caídos en memoria del dictador, a la que, previsiblemente, asistirá su hija, Carmen Franco Polo, actual cabeza del emporio inmobiliario tejido por la que fuera primera familia española durante décadas. Precisar su patrimonio es complejo. En el guion de los ricos va escrito en letras mayúsculas la opacidad. Carmen Franco está al frente de sociedades domiciliadas en su propia casa de la calle de los Hermanos Bécquer (Madrid), que gestionan alquileres de pisos, explotan aparcamientos (Atocha 70, por ejemplo) y realizan actividades inmobiliarias y financieras, como Fiolasa, Montecopel, Sargo Consulting o Centro de Agentes Unidos del Calzado Español. Algunas nacieron en democracia, otras se arrastran de los opacos tiempos del régimen.

    En los 36 años transcurridos desde la muerte del dictador, los Franco no han destacado como emprendedores o linces de los negocios. Hasta que la epidemia del ladrillo les engordó las cuentas gracias a la recalificación en 2003 de la finca Valdefuentes, cerca de Madrid, habían tenido que ir aligerándose de patrimonio para mantener su tren de vida. Lo describió gráficamente el marqués de Villaverde en 1989: "Llega un momento determinado en que una vaca se queda sin leche y hay que comerse la vaca". Noqueados seguramente con su nuevo papel en la vida, en las primeras décadas hubo sonadas pifias: a Francisco Franco lo detuvieron por furtivismo y le investigaron en Chile por estafa, Cristóbal picoteó en diversos entornos sin sentirse cómodo en ninguno (a los anales pasará su famosa frase, proferida cuando pertenecía al Ejército: "El uniforme me pone cara de gilipollas", dicho lo cual el teniente tardó dos telediarios en colgar los avíos) hasta que se casó con la modelo y presentadora Jose Toledo; y la madre del clan fue sorprendida en Barajas sacando monedas de oro e insignias para Suiza que juró en rueda de prensa que irían destinadas a un reloj. Un tribunal la exoneró de pagar la multa por contrabando de 6,8 millones de pesetas.

    La vida privada de la mayor, Carmen Martínez-Bordiú, alimentó grandes morbos, teniendo en cuenta que mientras que el país optaba por la vía reformista de la Transición, ella se inclinaba por el rupturismo sin contemplaciones. Abandonó a su primer marido, Alfonso de Borbón, y a sus dos hijos para irse a vivir en París con el anticuario Jean-Marie Rossi, con quien tuvo una hija, Cynthia. Hoy, casada con el cántabro José Campos, sigue siendo la que tiene el perfil más público del clan por sus amoríos y sus exclusivas. Tal vez sea la menos esclava del pasado, ya que ha ido poniéndose la vida por montera a la vista de todos. Es el polo opuesto al grupo de hermanos que eligió la discreción como seña de identidad: Mariola, arquitecta sin ejercicio, casada con Rafael Ardid, nieto de un republicano represaliado; Mery (sin doble erre), que huyó de lo público como un hurón después de la terrible experiencia de estar casada con Jimmy Giménez-Arnau, y Arancha, casada con el abogado coruñés Claudio Quiroga. De forma sorprendente, en los últimos años ha irrumpido con brío en el mundo de la carnaza del entretenimiento Jaime, el benjamín, abogado, exmarido de la modelo Nuria March, denunciado por malos tratos por su novia Ruth Martínez, vendedor de exclusivas en programas basura, adicto a la cocaína y contumaz protagonista de trifulcas violentas.

    Para Mariano Sánchez Soler, el periodista que mejor conoce el devenir de los negocios de la familia (publicó un libro, Los Franco S. A., en la editorial Oberon, que es obligada biblia para cualquiera que esté interesado en el tema), las propiedades de los Franco superaban con creces los mil millones de pesetas en 1975. En las siguientes décadas se comieron "algunos trocitos de vaca" y vendieron varios inmuebles, incluido el palacio del Canto del Pico o el chalé que Carmen Martínez-Bordiú transmitió a los embajadores de Venezuela por 150 millones de pesetas. Otra estimación de su fortuna fue ofrecida por Joan Herrera (IU-Iniciativa per Catalunya Verds) en el Congreso de los Diputados el 25 de septiembre de 2007: "Con un sueldo de humilde general, la familia atesoró más de 60.000 millones de las antiguas pesetas". Herrera había presentado una iniciativa para reclamar un inventario de las propiedades en manos de los Franco que eran patrimonio del Estado y que se estudiasen las vías jurídicas para recuperarlas. "Mucha gente que no entiende cómo la familia Franco puede tener tanta fortuna y el Estado quedarse de brazos cruzados, no entenderá que no aprobemos algo de sentido común: que auditemos lo que tienen, que intentemos recuperar lo que era del Estado y que ayudemos a la Xunta a conseguir entrar en el pazo de Meirás". No prosperó.

    La petición de Herrera se había tramitado al calor de lo que estaba ocurriendo con el pazo de la escritora Emilia Pardo Bazán en Sada (A Coruña), comprado mediante colecta forzosa y regalado a Franco en 1937. Un Gobierno bipartito gallego (PSOE-BNG) lo declaró en 2008 bien de interés cultural y obligó a abrirlo al público. Aunque la familia se resistió todo lo que pudo, los tribunales finalmente ordenaron a Carmen Franco que permitiese las visitas cuatro días al mes. Hay lista de espera para pasear por estancias atiborradas de piezas de caza, donde la esencia de Franco se ha comido la de Pardo Bazán. El refuerzo de la seguridad privada en esos días recae sobre el bolsillo de la Xunta, que además permitió cerrar el pazo el pasado agosto para que la familia veranease en él sin contratiempos. Cuatro días de visita al mes al literario pazo es, pues, el único arañazo de lo público sobre el patrimonio privado de los Franco.

    La confusión entre una cosa y otra fue total durante el régimen. Franco exhibía la austeridad propia de un africanista, mientras de su familia podríamos decir que no había hecho la mili. Su mujer compraba pisos en las zonas más selectas de Madrid, como el citado edificio de la calle de los Hermanos Bécquer o apartamentos en el paseo de la Castellana, con el objetivo de regalarle uno a cada nieto. El marqués de Villaverde participaba en decenas de empresas por el mero hecho de ser el yernísimo (entre otras: MKT Plasco, Waimer, Metalúrgica Santa Ana, Sanitas, Climesa, Siderúrgica del Norte…). Los españoles inundaban de regalos al general. De todo tipo. Banales y valiosos. Un día, un rebaño de ovejas; otro, el palacio del Canto del Pico, en Torrelodones.

    Paremos en él. Legado por el conde de las Almenas a Franco por haber puesto a España en el camino del que nunca debería haberse apartado, fue declarado museo del Estado en 1955, en buena parte fruto de la rapiña de otros monasterios y castillos (esa es otra historia). En este edificio, donde Antonio Maura murió y el general Miaja dirigió la batalla de Brunete, se almacenaron durante años los presentes entregados a Franco. Hasta que la Transición trajo consigo el saqueo anónimo de su contenido, el desinterés de la familia y finalmente su conversión en liquidez. Carmen Franco lo vendió por 320 millones de pesetas a un empresario hotelero en 1988.

    El Canto del Pico es el perfecto ejemplo del ventajismo de la familia, que aprovechó la nula separación de la esfera pública de la privada durante el régimen. El dictador derogó la ley de patrimonio de la Segunda República, que en 1931 se había incautado de bienes privados de la familia real, y dictó en su lugar una vaga norma. Según los expertos, no decía ni blanco ni negro, no establecía fronteras entre lo que debía ir a parar al bolsillo de Franco o al del Estado. Y donde no hablaba la ley, actuó la familia: los regalos al jefe del Estado de cuatro décadas han cimentado parte de la fortuna personal de los Franco. Similar trato recibieron todos los documentos del militar, que sus descendientes se llevaron consigo hasta que se depositaron en la Fundación Francisco Franco, donde durante años vetaron el acceso a los investigadores de fidelidad no acreditada. La digitalización de los fondos, pagada con una subvención del Gobierno en tiempos del PP, permitió que el Estado se hiciese con una copia que puede consultarse en el Centro Documental de la Memoria Histórica, en Salamanca, aunque sin la certeza de saber si el material ha sido expurgado respecto al original.

    En su día, el dictador había temido por los suyos. Desconfió que, tras su muerte, peligrase su fortuna y se curó en salud. Jamás lo sabría, pero ató con más eficacia el destino de su familia que el de su país. Mariano Sánchez Soler asegura que Franco legó en su testamento dos millones de pesetas (12.000 euros) a cada nieto (Carmen, Mariola, Francisco, Mery, Cristóbal, Arancha y Jaime), la cantidad resultante de sus ingresos como militar. El chocolate del loro. Lo jugoso estaba en manos de su hija, Carmen Franco Polo, y sociedades controladas por testaferros como José Luis Sanchiz, tío del yerno del dictador, el marqués de Villaverde, desde antes de 1975. Otras propiedades, como el palacio coruñés de Cornide, figuraban a nombre de su esposa desde que Pedro Barrié de la Maza, pagado con el título de conde de Fenosa, acudió a una subasta amañada para comprar el edificio y regalárselo a Carmen Polo.

    Incluso su nieto Francisco Franco Martínez-Bordiú confiesa su sorpresa al descubrir la extraña maniobra legal que ejecutó el dictador para blindar la titularidad de su hija sobre la finca Valdefuentes, una explotación de 850 hectáreas entre Móstoles y Arroyomolinos, comprada en 1952 a Luis de Figueroa, conde de Romanones, mediante un intermediario (el citado Sanchiz). La propiedad, adquirida originalmente para alojar un rebaño de ovejas que alguien donó a Franco, se convirtió, gracias a la última juerga inmobiliaria de la democracia, en el maná del clan, feliz ante la decisión del Ayuntamiento de Arroyomolinos de recalificar 3,3 millones de metros cuadrados rústicos como urbanizables para construir viviendas, un centro comercial y un polígono industrial junto al complejo Xanadú. En vida, el dictador prohibió su desarrollo urbanístico y experimentó con cultivos, uno de sus pasatiempos predilectos por su cercanía a Madrid, incapaz de imaginar que la Transición la mudaría en plató de películas eróticas y de terror por decisión de su nieto favorito, Francisco, y que la explosión inmobiliaria de comienzos del siglo XXI la convertiría en un gigantesco pelotazo. El futuro familiar, a la postre, quedó bien atado.

    "MI ABUELO ERA SOCIALISTA Y LEGALISTA"

    La única ley feminista de Franco se gestó para saciar su ego masculino: en 1954 se aprobó una norma que permitía cambiar los apellidos -y anteponer el de la madre- para facilitar que su tercer nieto -y primer varón- pudiese heredar su nombre. De justicia es aclarar que la propuesta partió del conde de Argillo, padre del marqués de Villaverde, procurador en las Cortes franquistas y consuegro jabonoso. Nadie entonces barruntaría que con el tiempo sería una losa tan pesada como la cruz del Valle de los Caídos. Francisco Franco Martínez-Bordiú se ha avergonzado a menudo al escuchar que le llamaban por megafonía y ha soportado decenas de chistes telefónicos, coronados con el clásico "y yo soy Colón, claro". A punto de cumplir 67 años, ha decidido que es hora de reivindicar en público al hombre que le dio el nombre y que le contagió la devoción por la caza y la pesca. Y al que no considera un dictador.

    En ‘La naturaleza de Franco’ (La Esfera de los Libros) proporciona el amable semblante de un abuelo en su faceta privada visto por su nieto favorito. Comprensible. El dislate arranca cuando el Franco nieto da pinceladas del Franco público. "Y del mismo modo que no temo afirmar que mi abuelo era un socialista, tampoco creo que esté cegado por la cercanía y el cariño cuando afirmo que también fue uno de los mayores conservacionistas del país". Este protector de hombres, animales y plantas fue también un "legalista" convencido y un defensor de la meritocracia. Prueba de ello, según su nieto, es que "no le importaba que a algunos ministros le gustasen los señores" y que mantuviese algunos cargos públicos en la universidad o la justicia que no simpatizaban con él. Se olvida de citar, sin embargo, a los miles de funcionarios depurados de un tajo por su dudosa fidelidad al régimen y de la persecución legal de homosexuales, internados a veces en centros especiales donde les sometían a salvajes tratamientos para "curarles".

    La historia vuelve a saltar por los aires en otros pasajes del libro donde afirma que defendía las lenguas "regionales" -el gran ejemplo es que los marineros del ‘Azor’ hablaban gallego y euskera- y que fue un gran protector de judíos durante la Segunda Guerra Mundial. (Cita algunos diplomáticos franquistas que salvaron vidas -los hubo-, pero olvida el campo de concentración de Miranda del Ebro donde se internaron a miles de refugiados que huían de los nazis). En conclusión: "Yo no conocí al autócrata, ni tampoco al héroe de Africa o de la cruzada nacional. Para mí solo era mi abuelo".

    REGALOS PÚBLICOS EN MANOS PRIVADAS

    Pazo de Meirás. En diciembre de 1939, con pompa eclesiástica, la Diputación de A Coruña entrega el título de propiedad de las Torres de Meirás en "ofrenda-donación al fundador del Nuevo Imperio, jefe del Estado, Generalísimo de los Ejércitos y Caudillo de España". La propiedad de 66.792 metros cuadrados, ubicada en Sada (A Coruña), había sido refugio de la escritora Emilia Pardo Bazán. Se compra en plena Guerra Civil gracias a donativos públicos y una colecta forzosa. Se regala a Franco, aunque figura a nombre de su esposa, Carmen Polo.

    Palacio del Canto del Pico. Construido en 1920 en Torrelodones (Madrid) sobre una finca de 820.000 metros cuadrados del conde de las Almenas, que decidió legársela a Franco "aun cuando no tengo el gusto de conocerle, por su grandiosa reconquista de España", según consta en el Registro de la Propiedad de San Lorenzo de El Escorial. Carmen Franco lo vendió por 320 millones de pesetas (1,9 millones de euros) en 1988.

    Casa de Cornide. Adquirida en subasta en 1962 por Pedro Barrié de la Maza, fun-dador de Fenosa y propietario del Banco Pastor, íntimo de Franco, que la cedió a Carmen Polo. Aún sirve de residencia de verano de la familia en A Coruña.

    Franco, rodeado por sus nietos

    El Caudillo, retratado en el palacio de El Pardo rodeado por sus nietos; de izquierda a derecha, Jaime, Carmen, Arancha (de espaldas), Mariola y Cristóbal. Abajo, el pazo de Meirás fotografiado en su primer día de puertas abiertas, el 25 de marzo de 2011.- GABRIEL TIZÓN

    La duquesa de Franco y marquesa de Villaverde

    En 1978, la duquesa de Franco y marquesa de Villaverde convocó una rueda de prensa en su domicilio madrileño para explicar por qué pretendió trasladar de España a Suiza 31 medallas y siete insignias que finalmente quedaron retenidas en el aeropuerto de Barajas.- MARISA FLÓREZ

    La familia Franco, en el funeral del marqués de Villaverde

    La familia en 1998, en el funeral del marqués de Villaverde, en la Almudena. De izquierda a derecha, José Cristóbal, Carmen Franco, Carmen Martínez Bordiú, Arancha, Merry y Mariola. Detrás, Francisco Franco y Jaime con su esposa Nuria March.- LUIS TORRES (EFE)

    Una, grande y rica · ELPAÍS.com

    Os ventos do Brasil já varreram César Maia

    Filed under: Brasil,César Maia,Juan Árias — Gilmar Crestani @ 8:24 am
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    A seleção de imagem para a matéria de Juan Arias diz muito de seu caráter. Duas imagens distorcidas para explicar o Brasil, e uma photoshopeada para mostrar São Paulo. Faltou explicar por que sendo São Paulo a cidade mais rica do mundo tenha tanta pobreza na periferia e a polícia só entra em Universidade com cassetete. Os ventos do Brasil já não são mais os tornados do PSDB que destruíram nossa economia, implantando a corrupção como meio de sobrevivência política. A compra da reeleição é o exemplo emblemático do uso da corrupção como forma de sustentação política. O crime do colarinho branco encontrou no governo do prof. Cardoso o estrume necessário para transformar-se na maior commodity nacional. O governo FHC viveu sempre ultrapassando o limite da irresponsabilidade”. A gravação do diálogo dos compinchas deveria ficar no museu da língua portuguesa como obra irreparável do caráter tucano e prova de um passado para ser revisitado para não ser repetido.

    O caráter do jornalista do El País fica desnudo quando leva para os leitores espanhóis César Maia com analista político. O corrupto ex-prefeito é um exemplar pré-darwiniano do DEMo, o tal de PFL. Esconder isto é como fraudar o DNA.

    Vientos de Brasil

    Este blog pretende compartir con los lectores el Brasil en el que vivo, ese gigante económico americano hoy objeto de deseo en la escena mundial. El Brasil de la gente y no sólo el de la política. El Brasil que prefiere el diálogo a la pelea, la fe en algo a la incredulidad. El Brasil de las mil razas y culturas que conviven sin guerras.

     

    Brasil desafía a Europa proponiendo crecimiento y gasto social contra recortes

    Por: Juan Arias | 18 de noviembre de 2011

    Brasil está decidido, en la persona de su Presidenta Dilma Rousseff, una economista, a seguir el camino opuesto al que se anuncia en Europa. No minimiza  la posibilidad de que  la crisis mundial pueda tambien afectar al emergente Brasil, pero tampoco la dramatiza.

    Es más, el antídoto que propone para hacer frente a la posible crisis, es el opuesto al que pretende Europa. Brasil propone más crecimiento y más gasto público en vez de recortes,  austeridad o  pérdida de privilegios sociales para los más pobres.
    El crédito, sobretodo a la nueva clase media que empieza a surgir, que había sido desacelerado, ha vuelto a abrirse. Se cree y apuesta en el mercado interno, que en este país tiene aún márgenes muy grandes con sus casi 200 millones de habitantes y con una capacidad de adquirir bienes fundamentales.

    Dilma emocionada
    Dilma se emociona al presentar su programa social a favor de los descapacitados físicos

    Sin duda, las condiciones de Brasil no son, por ejemplo, las de Europa. Son dos caminos casi opuestos: Europa se encoje y Brasil se estiende. Europa se desacelera y Brasil crece. Para Dilma, como lo había sido para Lula, las conquistas sociales son sagradas. Más aún, está dispuesta a acelerarlas y aumentarlas. Quiere acrecentar la cifra de los cerca de 14 millones que reciben ya la “Bolsa familia” y está abriendo nuevos programas de ayuda social, como el aumento de los asilos nido para que las madres, que hoy trabajan casi todas, puedan hacerlo sin el drama de no saber donde dejar a sus hijos.

    Se ha comprometido tambien a acabar con los aún 12 millones de pobres o miserables que aún no consiguen vivir con la dignidad de un simple ciudadano. Está bajando los tipos de interés para ayudar a crecer a las empresas y piensa crear cientos de centros de formación técnica para preparar a los jóvenes al mercado de trabajo en un país que tiene que importar mano de obra especializada de Europa o Japón, por ejemplo.

    Sabe Dilma que cuenta con la llegada de miles de empresas extranjeras dispuestas a invertir en Brasil y que China seguirá necesitando de sus materias primas. Hoy Brasil es la mayor exportadora de carne y soja del mundo, sin contar los minerales.

    Se trata de un reto que algunos, desde la oposición, le critican, como por ejemplo el analista político Cesar Maia, exalcalde de Rio, que juzga que se trata más bien de una temeridad, de un “voluntarismo peligroso”,  ese apostar en este momento por un mayor crecimiento, por  más obras públicas y más gasto del Estado en lo social. Se basa el analista en que el PIB de Brasil está bajando, que este año superará de poco un 3% si es que llega, algo que considera muy poco para un país emergente y rico como Brasil, que la inflacción está desbocada y que el empleo, por primera vez, ha empezado a disminuir.

    Lixoes
    Pobres brasileños buscando comida en los basureros

    ¿Quién tiene razón? A Lula se le hacían las  mismas objeciones cuando enfrentó la crisis del 2008. Ganó la batalla y Brasil salió casi ileso. ¿Repetirá Dilma, su  sucesora,  aquella  hazaña? Es aún una incógnita. El futuro inmediato juzgará su osadía. Ella cree en su receta. Le duelen sólo esos cerca de 40.000 millones de euros, según datos oficiales ( en realidad son muchos más) que se pierden en el sistema de corrupción política que  atenaza al país y que  ella está tentando de atajar alejando de su gobierno a los ministros más involucrados en ese atentado al dinero público.

    Sao_paulo2
    São Paulo la 17 ciudad más rica del mundo

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