Por falta de imagem adequada das ondas das rádios, vejam a capa dos jornais gaúchos no dia em que o contrato da nova ponte do Guaíba foi assinado. As rádios são do mesmo ramo e rumo…
Para quem gosta de futebol.
Está surgindo, no âmbito futebolístico, uma concorrência à Rádio Gaúcha. É a Rádio Grenal.
Uma não fala da outra. Uma não é informação para a outra. O povo gaúcho que só escuta a Gaúcha, não saberia, por esta, da existência da outra.
Então, onde está a liberdade de expressão? Onde mora nosso direito à informação? Afinal, o público que curte futebol tem ou não tem direito à informação de que há uma alternativa, outra emissora de rádio em Porto Alegre que trata de futebol 24 horas por dia.
As duas emissoras de rádio chamam o Atlético Paranaense de “Coréia do Norte” porque impede que a mídia, sem pagar royalties, cubra os eventos do clube. A TV paga ao Clube e pode fazer reportagens e e entrevistas com jogadores. As rádio, não. A Rádio Gaúcha condena. A Rádio Grenal, também. Mas ambas são ainda piores do que o Atlético Paranaense.
A concorrência é legal, mas seria melhor se contassem os bastidores uma da outra. São concorrentes e sabotadoras entre si, e o povo que se dane. Os profissionais de uma e outra se protegem assim como agem membros das máfias. O jornalismo não é notícia para o público porque, se fosse, saberíamos de coisas que são feitas muitas vezes piores do que fazem os políticos.
Então não foi o Grupo RBS, que se diz lutador pela liberdade de expressão, que condena a perseguição venezuelana aos meios de comunicação, que chama o Atlético Paranaense de Coréia do Norte, conseguiu com que a FIFA impedisse a Rádio Grenal de participar da cobertura da Copa do Mundo no Brasil? Por que a RBS impede que a concorrente participe? Será que o povo precisa só de mais postos de saúde, de mais educação? O povo não tem direito de saber destas práticas mafiosas, que deturpam a liberdade de expressão? O poderio econômico da RBS, conseguido como se sabe, durante o período da ditadura militar, da única maneira possível, que era acobertando a perseguição política, a tortura, o assassinato dos opositores. É com o dinheiro conseguido trocando informação por patrocínio que a RBS pode diversificar seu cardápio de investimentos. E com estes investimentos consegue sufocar veículos menores, impedir concorrentes de crescerem.
Nestas horas, foda-se o Fórum da Liberdade!
Mas a situação é hilária, não porque seja, mas porque ambas, rádios Gaúcha e Grenal, são vozes do conservadorismo em termos políticos. Estão ambas a serviço do Establishment.
Em bom português, são instrumentos dos seus financiadores ideológicos. Os mesmos grupos que criticam o Atlético Paranaense negam aos respectivos públicos informações relevantes a respeito de uma e outra. Não dão crédito uma a outra porque ambas são inacreditáveis, no sentido de que não merecem crédito. Os funcionários de ambas as rádios, como diria o Romário, já que estamos no ramo futebolístico, caladas são poetas!
Embora sejam veículos por meio dos quais acompanhamos o desenrolar da história dos nossos clubes, toda vez que seus comentaristas, narradores e repórteres enveredam pelo campo político em nada se distinguem daqueles que criticam. Com a diferença que os políticos dão a cara a bater, se submetem ao voto. Os funcionários da Gaúcha e da Grenal ficam nos dando lição de moral, sem nos proporcionarem contraponto, dizendo-se isentos, e na primeira oportunidade que aparece, lá estão eles atrelados aos partidos que sempre defenderam enquanto se diziam isentos.
Cobram do poder público a conclusão de todas obras e, ao mesmo tempo, condenam o poder público porque investe em obras quando deveria investir em educação e saúde…
Até seria legítimos cobrarem dos Governos Federais, Estaduais e Municipais por melhorias, e condena-los por não terem concluído todas as obras que prometeram. Então, porque não cobram das empresas privadas de telefonia, que foram privatizadas porque, sendo privadas seriam melhores que públicas, que não melhoraram os serviços para a cobertura da Copa. E prometeram que melhorariam os serviços para a Copa. Se não melhoraram para a Copa o que se dirá para o cidadão. E isso que o preço é para lá de escorchante. No entanto nada lerás, ouvirás ou virás pela TV a respeito dos serviços de telefonia da VIVO, OI, CLARO simplesmente porque são estas empresas que mais investem em markenting e, of course, sustentam a velha e carcomida mídia.
Se condenam genericamente o serviço de telefonia é apenas com o intuito de dizerem que “o governo não resolveu o gargalo da telefonia”. Ué, mas não foram privatizadas para que o governo não tivesse que se meter nisso… E são contra a intervenção estatal, porque a privada faz melhor. Como o povo sabe, tem privada que só dando descarga!
Todo dia ocupam espaço nobre do negócio da informação para nos ensinarem ética, educação, bons costumes, liberdade de expressão e para condenarem a política. Constroem um vida posando de moralistas para no dia seguinte vestirem a carapuça dos que passaram os dias acusando de corruptos. Pela quantidade de jornalista que entra para a política significa que eles adoram uma corrupçãozinha…
A lista não é pequena dos que, na véspera, posavam de jornalistas isentos mas que na primeira oportunidade, embarcaram na canoa do oportunismo político:
– Antonio Brito, Yeda Crusius, Sérgio Zambiase, Yeda Crusius, Ana Amélia Lemos, Lasier Martins, Afonso Motta, André Machado… todos saíram da RBS para ocuparem cargos políticos. Será porque, como diziam, a política é o lugar da corrupção?!