Ficha Corrida

29/09/2014

Gorila só tem coragem com arma na mão e com adversário algemado

Filed under: Assassinato,Ditadura,Estupro,Golpe Militar,Gorilas,Milicos,Tortura — Gilmar Crestani @ 8:02 am
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Caros senhores signatários do ‘Manifesto à nação brasileira’

Se existe tanto orgulho e regozijo dos 21 anos de ditadura no Brasil, por que se calar diante das convocações da Comissão Nacional da Verdade?

Caroline Silveira Bauer

Arquivo

Esta é uma carta escrita por uma historiadora, nascida no início da década de 1980, e que dedicou os últimos doze anos ao estudo da ditadura civil-militar brasileira. Embora não tenha vivido “integralmente este período” – o que me daria uma pretensa legitimidade enquanto testemunha – as credenciais de historiadora permitem que eu contraponha a memória dos senhores sobre a ditadura – porque não ousaria chamar seu pronunciamento de história – a partir de alguns questionamentos comuns a um pesquisador, ou parafraseando Brecht, a um operário que lê.
Não me prolongarei em relação à tortura. Frente às evidências empíricas – documentais e testemunhais – de seu emprego como prática sistemática pela ditadura, de seu ensinamento em cursos de interrogatório (assumido anteriormente por generais que assinam esse manifesto), as teses de “casos pontuais” ou “excessos” carecem de legitimidade. A tortura foi regra, e não exceção durante o regime discricionário. E, se foram casos que não contavam com a aprovação da alta oficialidade, por que não foram investigados e os responsáveis punidos no momento em que as denúncias ocorriam? A impunidade também foi um erro, assim como os desaparecidos políticos?
Me deterei, um pouco mais, na tentativa de lhes explicar a ineficácia argumentativa da “teoria dos dois lados”, ou “teoria dos dois demônios”, como ficou conhecida a tentativa de equiparação entre os crimes cometidos pelo Estado e os oriundos da violência revolucionária das organizações guerrilheiras. Os senhores realmente acreditam que o Estado e seu aparato de informações e repressão pode ser comparado a ações de guerra revolucionária?
Em meus estudos, aprendi que, enquanto cidadã, eu posso delinquir – e, possivelmente, serei julgada e condenada pelos meus atos (a não ser que seja agraciada por uma lei de anistia, como a de 1979). No entanto, o Estado, cuja função última é garantir minha integridade e segurança, deve utilizar os recursos jurídicos existentes para pautar suas ações – e não cometer crimes, como o sequestro, a tortura, a morte e o desaparecimento. Mesmo que seus “inimigos” desejassem regimes socialistas e comunistas, e aos senhores lhes competia a defesa do “Estado brasileiro de organizações que desejavam implantar regimes espúrios em nosso país” ainda assim lhes cabia a exceção, a morte, o desaparecimento?
Questiono-os mais uma vez, quanto aos “erros” cometidos: houve investigação, processo e condenação – algumas vezes, à prisão perpétua e à morte – de integrantes da esquerda armada; e os senhores, generais? Responderam aos seus “erros”? Será que os “dois lados” não valem, também, para a responsabilização penal? Afinal de contas, se os senhores assumem que foram anistiados – em bom juridiquês, isentos de punibilidade – isso não significa que os senhores admitem terem cometido crimes? – sim, por que como anistiar um crime que não existiu?
Existe a possibilidade de comparar o tribunal penal militar ao qual foram submetidos os “subversivos” a uma comissão que não possui prerrogativas punitivas, apenas de averiguação de fatos, de uma “verdade histórica”? E, por falar em “verdade histórica”, para encerrar esse tópico, talvez seja importante lembrar que o trabalhismo, eixo da política de João Goulart, presidente à época do golpe civil-militar, está muito longe de uma ameaça comunista e/ou de subversão. Então, quem deu o primeiro passo? E, mesmo que houvesse guerrilha antes de 31 de março de 1964, existia a necessidade de uma quebra da ordem constitucional e supressão da democracia?
Caros senhores, em que pese as críticas que podem ser feitas ao trabalho da Comissão Nacional da Verdade, se não há avanços em suas investigações é porque, em parte, não há colaboração dos senhores. Se existe tanto orgulho e regozijo dos 21 anos de ditadura, por que se calar diante das convocações da comissão? Não seria a possibilidade dos senhores manifestarem sua opinião, como em um legítimo regime democrático? Ainda sobre a comissão, creio que falte maiores informações para os senhores, mas não há pagamento de nenhuma indenização por dito órgão – apenas pela Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e pela Comissão de Anistia. Tal “bolsa ditadura” se trata de uma medida compensatória pela dificuldade ou impossibilidade de reparar as sequelas da tortura, os traumas do desaparecimento, e a ausência gerada pela morte. “Bolsa ditadura”, paga com o erário público, o mesmo que mantém as voluptuosas aposentadorias que os senhores recebem por cumprirem os ditames “do Exército de Caxias”.
Quanto ao pedido de desculpas, talvez não lhes compita, mas sim à presidenta, comandante-em-chefe das Forças Armadas e representante do Estado brasileiro, que espero que assuma um compromisso ético e moral que não permita se orgulhar de um passado ditatorial, responsável por sequelas individuais e coletivas que impregnam a democracia. Os senhores podem manifestar-se individualmente, se assim desejarem e se os destinatários desse ato assim o quiserem, pois acredito que eles querem muito mais; nem desculpa, nem perdão: mas justiça!
(*) Caroline Silveira Bauer é professora de História Contemporânea na Universidade Federal de Pelotas. Doutora pela Universidade Federal do Rio Grade do Sul e pela Universitat de Barcelona, é autora do livro "Brasil e Argentina: ditaduras, desaparecimentos e políticas de memória".

25/01/2014

Ditadura, ainda!

Filed under: Ditadura,Gorilas,Hienas — Gilmar Crestani @ 9:29 am
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Para quem não sofreu com a ditadura, mas tem ciência que se trata de algo dantesco, o pior de tudo é ter de conviver com pessoas que não só acha que o sadismo e mortes daquele período são abertamente admitidas. A estes desejo que um dia alguém enfie no rabo um cassetete. Pelo cabo! Talvez só com isso a parte sensível do cérebro acorde.

Até a Rede Globo já admitiu que errou, embora não tenha devolvido o que roubou durante a ditadura, mas os militares ainda mantém uma postura de animais. Animais, como a hiena, comem merda até hoje. E também não se arrependem!

CRÍTICA – DOCUMENTÁRIO

Filme faz forte narrativa sobre período ditatorial

Com exibição gratuita hoje em SP, ‘Verdade 12.528’ defende que impunidade do passado inspira tortura do presente

ELEONORA DE LUCENADE SÃO PAULO

Ainda há muito para esclarecer sobre a ditadura militar implantada no Brasil com o golpe de 1964. Para além dos fatos, é necessário discutir os efeitos que a violência institucionalizada gerou na sociedade, com impactos até hoje.

Em torno dessas questões, Paula Sacchetta e Peu Robles constroem "Verdade 12.528". O documentário colhe depoimentos de militantes que foram torturados, de familiares de desaparecidos, de analistas, de integrantes da Comissão da Verdade.

A partir da criação desse grupo (pela lei nº 12.528 do título), os cineastas fazem uma narrativa forte. Mulheres falam das crueldades que sofreram nos calabouços do Estado: torturadas grávidas, na frente de filhos ameaçados.

Parentes de desaparecidos relatam a angústia e a dor da certeza-incerteza da morte. No Araguaia, moradores simples da região contam as atrocidades cometidas pelos militares que torturaram integrantes da comunidade e assassinaram guerrilheiros no interior do país.

Além de expor as vidas destroçadas de famílias, o filme busca uma análise. A própria eficácia da Comissão da Verdade é questionada. Integrantes do grupo falam, mas não tratam da atual crise da comissão (provavelmente as gravações foram anteriores aos rachas que podem afetar o trabalho investigativo).

Fica a ideia de que esse movimento de recuperação da história recente do Brasil demorou muito a ser feito –e isso tem consequências. Há críticas à Lei da Anistia, de 1979, e entrevistados pedem a punição dos torturadores, que seguem com suas vidas sem maiores problemas.

É quando o filme amarra a sua tese central: a impunidade do passado inspira e dá confiança ao torturador de hoje. Cenas de violência policial nas manifestações que brotaram nas ruas do país se confundem com as da repressão do período ditatorial.

Sem a pretensão de esgotar um tema tão vasto, o filme, com linguagem convencional, tem o mérito do foco. É um chamamento à Comissão da Verdade, aos governos, e, principalmente, à sociedade: a memória é, no mínimo, essencial ponto de partida.

VERDADE 12.528
DIREÇÃO Paula Sacchetta e Peu Robles
PRODUÇÃO Brasil, 2013
ONDE exibição única e gratuita às 11h no Espaço Itaú – Frei Caneca, r. Frei Caneca, 269, 3º piso, Consolação; tel. (11) 3815-8713
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO bom

08/06/2013

A ditadura e seus cúmplices

Filed under: Porto Alegre,Tribunal de Justiça — Gilmar Crestani @ 11:58 am
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Estudantes encontram indícios de crime ocorrido na ditadura

Enviado por luisnassif, sab, 08/06/2013 – 09:51

Por Walter Decker

Do Uol

Estudantes tentam provar que militante ‘suicida’ foi assassinado durante a ditadura em Porto Alegre

Lucas Azevedo
Do UOL, em Porto Alegre

07/06/2013 06h00

Uma série de 13 fotografias pode revelar mais um crime ocorrido no período da ditadura militar brasileira (1964-1985). Imagens e documentos encontrados em 2011 no arquivo do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul por dois estagiários de história podem recontar o que os registros oficiais apontam como suicídio. Em 22 de abril de 1970, o motorista de táxi e militante de esquerda Ângelo Cardoso da Silva foi encontrado morto, aos 26 anos de idade, em uma cela do Presídio Central, em Porto Alegre.

O achado é dos alunos da Faculdade de História da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) David dos Santos e Graziane Righi. As fotos do corpo de Silva de joelhos, com um lençol envolto no pescoço e amarrado a uma janela basculante a 1,30 metro de altura, chamaram a atenção dos dois durante um trabalho de garimpo de documentos.

Guiados por uma lista de indenizados políticos, os jovens pesquisadores encontraram o processo de Silva. "Estava dentro de uma caixa com vários inquéritos de suicídio. Quando vimos as fotos, ficou evidente para nós que não parecia se tratar de suicídio", disse a estudante.

As fotos viraram objeto de pesquisa e artigo na universidade. Os autos de necropsia feitos na época foram entregues ao legista Helio Antonio de Castro, que, reavaliando os exames cadavéricos feitos em 1970, chegou à conclusão de que há sinais evidentes no corpo de Silva que extinguem a possibilidade de suicídio.

Entre eles estão a ausência de um nó de amarra no lençol que marcasse seu pescoço; a improvável cena de enforcamento, já que o preso estava a uma baixa altura com os joelhos dobrados; e a impossibilidade de uma esganadura realizada pelo próprio preso.

Segundo Castro, as evidências levam a crer que duas pessoas torceram o lençol no pesçoco de Silva, em uma espécie de garrote, o asfixiando. Outras questões presentes no inquérito que também levantam dúvidas são os depoimentos das duas testemunhas do caso, dois agentes penitenciários que encontraram o corpo do taxista. Seus depoimentos foram colhidos três anos depois do episódio.

Em março deste ano, os arquivos de Silva foram apresentados à CNV (Comissão Nacional da Verdade), que deve iniciar uma investigação própria. Para Graziane, a importância de levantar a verdade deste caso tem a ver com a dúvida que paira em outras dezenas de mortes classifidas como suicídio.

"É importante que haja uma retratação pública e que se investiguem os outros 44 casos de suicídio entre os mortos e desaparecidos políticos em todo o país durante a ditadura militar no Brasil", diz a estudante.

Quem foi

Ângelo Cardoso da Silva nasceu em 27 de outubro de 1943, na cidade gaúcha de Santo Antônio da Patrulha. Com 24 anos, iniciou os estudos e ingressou no movimento de luta armada M3G (referência a Marx, Mao, Marighella e Guevara).

Motorista de táxi, auxiliou na fuga em ao menos quatro ações de "expropriação bancária" no Rio Grande do Sul. As suspeitas sobre sua morte já haviam sido levantadas por outros ex-presos políticos, mas só agora as fotos do corpo vieram à tona.  Os pesquisadores encontraram apenas um irmão do taxista vivo, que autorizou a divulgação de seus documentos.    

Há na história dos chamados "anos de chumbo" ao menos outros quatro casos de supostos suicídios e que, com o passar dos anos, foram se revelando uma farsa. Os mais famosos e emblemáticos são o do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, e o do operário Manoel Fiel Filho, em 1976, ambos no Doi-Codi (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna), em São Paulo.

Estudantes encontram indícios de crime ocorrido na ditadura | Brasilianas.Org

Até qu’enfim um a notícia boa

Filed under: Ditadura,Golpe Militar,Tortura — Gilmar Crestani @ 11:35 am
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Governo vai investigar elo de militares com a tortura

Denúncias envolvem cadetes e soldados

DE BRASÍLIA

O governo federal vai investigar 23 denúncias de violações de direitos humanos em instalações das Forças Armadas envolvendo principalmente cadetes e soldados.

Resolução da Secretaria de Direitos Humanos, publicada ontem no "Diário Oficial da União", determinou a criação de um grupo de trabalho para apurar casos de maus-tratos e torturas dentro das unidades militares.

Assinada pela ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), a resolução é de 5 de abril e demorou mais de dois meses para ser publicada.

As 23 denúncias fazem parte de levantamento do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro, que selecionou casos a partir da década de 1990. Segundo relatório encaminhado em 2001 à Organização das Nações Unidas, 20 casos teriam ocorrido no Rio e os demais no Amapá, São Paulo e Rio Grande do Sul.

"O único caso que foi adiante e virou processo com condenação foi o do meu filho. É muito difícil encontrar pessoas dispostas a denunciar e prestar depoimento", afirma Carmem Lúcia Lapoente da Silveira, que perdeu seu filho Márcio, à época com 18 anos, morto durante um treinamento na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, em 1990.

(FERNANDA ODILLA)

    11/05/2013

    Bandido impune, sim, é crime permanente

    Filed under: Bandidagem,Crimes Imprescritíveis,Ditadura,Golpe Militar — Gilmar Crestani @ 8:37 am
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    Enquanto todos os facínoras da ditadura não forem julgados e encontradas as vítimas de seus crimes, o Brasil não poderá ser considerado um país civilizado. Permitir que agentes do Estado tenham praticado crimes, para simples deleite pessoal, é permanecer no nível mais baixo de civilização. Só bandidos são contra a Comissão da Verdade, exatamente porque não querem ver divulgados os crimes que praticaram. Quem é contra a Comissão da Verdade não é só cúmplice, mas potencial interessado na prática de crimes políticos.

    ANÁLISE – DITADURA E JUSTIÇA

    Tese de crime permanente não afronta o STF

    Entendimento do Ministério Público nos casos de desaparecimentos é que a ação criminosa ainda não se exauriu

    OSCAR VILHENA VIEIRAHELOISA ESTELLITAESPECIAL PARA A FOLHA

    Tramitam na Justiça Federal diversos casos que buscam responsabilizar penalmente violações perpetradas durante o regime militar, apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter decidido pela plena validade da Lei da Anistia. Brilhante Ustra é o principal personagem em algumas dessas iniciativas.

    A estratégia do Ministério Público nessas ações não é confrontar o STF, mas perseguir outra linha de argumentação. Por meio do entendimento de que se tratariam de crimes permanentes, reivindica que, nos casos de desaparecimentos, a ação criminosa que começou no regime militar ainda não se exauriu. Logo, o crime ainda estaria sendo praticado.

    As responsabilidades, dessa forma, poderiam ser definidas, sem com isso afrontar a Lei de Anistia ou a decisão do Supremo.

    As novas ações propostas pelo Ministério Público no país encontram eco na Corte Interamericana de Direitos Humanos.

    Conforme decidido no caso Gomes Lund y Otros ("Guerrilha do Araguaia") vs. Brasil, a corte abordou a questão do crime permanente para reafirmar a jurisprudência contida na Convenção Interamericana sobre Desaparição Forçada de Pessoas.

    Um dos elementos para essa decisão é a "negativa de reconhecer a detenção e revelar a sorte ou paradeiro da pessoa afetada", que certamente implica permanência, enquanto perdurar a negação.

    Isso, claro, para os fins e à luz dessa normativa internacional.

    Note-se que a conduta de negar o reconhecimento da detenção e a de deixar de revelar o paradeiro da pessoa desaparecida não estão definidas como criminosas no direito penal vigente no Brasil. Isso, porém, não significa que o sequestro, vigente na lei penal brasileira, não possa configurar crime permanente.

    Embora o STF tenha a tendência de buscar reafirmar sua jurisprudência, ainda mais num caso que foi objeto de tanto debate e desgaste para o tribunal, o fato é que há pelo menos três elementos novos a serem levados em consideração.

    O primeiro é a mudança da composição do tribunal. Com o ingresso recente de um ministro e a chegada de um novo nos próximos dias, o balanço pode se alterar.

    Há também um mal-estar, ainda presente, que decorre do conflito entre a decisão do STF e reiteradas decisões da Corte Interamericana.

    Há, por fim, a atuação da Comissão Nacional da Verdade, que pode alterar a percepção da opinião pública em relação àqueles que cometeram crimes contra os direitos humanos. Como aprendemos nos últimos anos, o STF é sintonizado com as demandas da sociedade brasileira.

    OSCAR VILHENA VIEIRA e HELOÍSA ESTELLITA são professores da Direito da Fundação Getulio Vargas

    10/05/2013

    Deveriam usar com ele o mesmo método que ele usava com os presos políticos

    Filed under: Brilhante Ustra,Ditabranda,Ditadura,Tortura — Gilmar Crestani @ 8:33 am
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    Ué, mas ele não era tão corajoso, um militar experimentado. Aí fica provado que com uma arma na mão e algemas no preso, todo gorila é vira machão. Deveriam usar no magarefe o mesmo método que ele usou. Tortura, choque elétrico, cortar o saco e enfiar na boca até sufocar. Para terminar o serviço, fazer uma montagem igual a que fizeram com Herzog. Enforcar!

    DITADURA

    Ustra obtém direito de ficar calado em audiência pública

    DE BRASÍLIA – O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do DOI-Codi de São Paulo de 1970 e 1974, obteve ontem na Justiça o direito de ficar calado na audiência que a Comissão Nacional da Verdade fará com ele hoje.

    Ustra é alvo de ações judiciais e acusado de comandar sessões de tortura em presos políticos, o que ele nega. O habeas corpus, dado pela 12ª Vara Federal do DF, não permite que Ustra falte à audiência.

    O advogado Octávio de Freitas Costa afirmou que ele recorreu ao direito de ficar calado e que pediu que a comissão garanta sua "segurança física".

    04/05/2013

    Um Lobão lobotomizado

    Filed under: Ditadura,Lobão — Gilmar Crestani @ 11:06 am
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    Lobão come a vovozinha mas arrota Chapeuzinho Vermelho

    lobao Lobão já foi símbolo de transgressão. Como músico, foi um ótimo maconheiro. Foi preso, apanhou. Cheirou e, quando foi beber água, bateu a cabeça no vazo.

    Lobão é o bobão da piada da maconha: “Maconha causa perda da memória e de outras coisa que não me lembro…

    Lobão foi enganado pelo Chapeuzinho Vermelho, por isso teve que se aliviar com as vovozinhas e viúvas da ditadura. A grande serventia do peido arrotado pelo Lobão foi facilitar a identificação dos que só usam o cérebro para se satisfazer com a tortura dos outros.

    Há muita eloquência raciocinada do Lobão: “Acham que a junta militar estava a fim de dominar o Brasil? Não vejo nenhum desses presidentes militares milionário. E massacram os caras.”

    Quanta lógica, Lobão!

    “Baseado” em que podes afirmar que os militares não estavam a fim de dominar o Brasil? Claro, eles só queriam sentir prazer em torturar, matar e depois esconder o corpo. A Bomba no Rio Centro era para ser apenas mais uma catarse coletiva, uma espécie de orgasmo a céu aberto, com milhares de pracinhas se masturbando em fila indiana?!

    Quanto mais pessoais morressem, maior seria o prazer? É, mas a coragem era tanta que tudo se dava de forma clandestina, escondida. À sombra, todos são lobão…

    Dizia-se, mas não se publicava porque a censura impedia, que os generais davam a bunda aos prisioneiros que seriam mortos porque assim o comedor morto não denunciaria. E assim faz sentido o ditado da caserna: “todo valentão de araque vive com um cassetete enterrado no rabo!”

    Coisas que a maconha faz com o cérebro…

    Como essa de que nenhum dos ditadores morreu milionário. Ele quis dizer que bandido, se morrer pobre, tá liberado, pode matar à vontade. Com este tipo argumento Lobão poderia ter sido um dos energúmenos que ditaram os rumos do Brasil com a ponta da baioneta. Lobão deveria saber que a única guerra que nossos valentes generais ganharam foi contra o Paraguai, graças à ajuda da Argentina, Uruguai, todos sob o comando da Inglaterra. De resto, é resto!

    dilma-aos-22-anos-em-julgamento-na-epoca-da-ditadura-91314-e1367512493537Os militares que prenderam Dilma e a levaram a julgamento eram tão corajosos que esconderam a cara.

    Posso entender o gesto. Afinal, eles estavam sem arma na mão e a prisioneira não estava algemada. Com prisioneira algemada eles viravam lobões, uns machões. Batiam, cuspiam, matavam e ainda escondiam o corpo.

    Quer conhecer a valentia dos ditadores tire a arma das mãos deles e abram as algemas dos prisioneiros e verás que um pai teu que foge à luta.

    Como diria o Dionísio Silva, Avante soldados, para trás!

    15/03/2011

    Victoria Quae Sera Tamen

    Filed under: Ditadura — Gilmar Crestani @ 9:39 pm
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    O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira (15) que a criação da Comissão da Verdade é um "dever do Estado brasileiro" e rebateu as críticas do comando do Exército, que já se mostrou contrário ao projeto de lei para criar o grupo.

    "A Comissão da Verdade, que se discute hoje no Congresso Nacional, é um dever do Estado brasileiro também [como a comissão de anistia]. O direito ao esclarecimento de fatos é um compromisso histórico, democrático, que tem que estar respaldado na lei. (…) Quem quiser resistir à busca da verdade, o fará nos termos da expressão democrática que hoje nós vivemos. O que eu posso dizer é que a sociedade brasileira hoje quer a verdade", disse Cardozo.

    O Exército encaminhou documento ao Ministério da Defesa afirmando que a comissão "poderá provocar tensões e sérias desavenças ao trazer fatos superados à nova discussão". O texto teria sido escrito em setembro do ano passado.

    O ministro da Justiça participou na manhã de hoje da homenagem a seis mulheres que foram perseguidas durante a ditadura militar (1964-1985). Entre elas, Maria Thereza Goulart, viúva do ex-presidente João Goulart (1961-1964), deposto pelos militares. Todas elas já foram anistiadas pelo governo brasileiro.

    EX-COMPANHEIRAS

    Entre as homenageadas estavam ex-companheiras de prisão da presidente Dilma Rousseff. Uma das dirigentes da VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares), Dilma ficou presa de fevereiro de 1970 até o final de 1972.

    "Eu compartilhei [com a presidente Dilma] uma cela no presídio Tiradentes, e o mesmo beliche, ela embaixo e eu em cima", lembrou Sônia Hipólito, militante da UNE (União Nacional dos Estudantes) durante a ditadura.

    "Quando ela chegou no presídio, a gente já viu que ela era discreta e competente. Eu confio inteiramente que ela vai ser uma grande presidente para nós", disse Rose Nogueira, ex-militante da ALN (Ação Libertadora Nacional) e também ex-companheira de prisão de Dilma.

    Sérgio Lima/Folhapress

    Denise Crispim e Sônia Hipólito, que ficou presa com Dilma na mesma cela, falam em cerimônia no Ministério da Justiça

    Denise Crispim e Sônia Hipólito, que ficou presa com Dilma na mesma cela, falam em cerimônia no Ministério da Justiça

    Folha.com – Poder – Ministro rebate Exército e diz que Comissão da Verdade é um ‘dever’ – 15/03/2011

    12/03/2011

    Exterminar a velha esquerda

    Filed under: Ditadura,Instituto Millenium,RBS,Rede Globo — Gilmar Crestani @ 6:17 pm
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    Roberto-Marinho-e-Figueiredo-e-ACMBem que o porta-voz, Arnaldo Jabor, em palestra no Instituto Millenium, circo ideológico que reúne os palhaços da direita, afirmou em público que o desejo de seus patrões era exterminar a velha esquerda. Desejo que ele tomou para si exercita se babando em e no público todas as noites. O melhor desta tentativa de esclarecer os acontecimentos entorno da ditadura é redescobrir o lado em que cada um estava. Quem estava e está ao lado dos torturadores, que investigavam, julgavam, condenavam, prendiam, torturavam e assassinavam. A Globo quer que os presos por ter opinião diferente dos golpistas, mesmo os que foram assassinados, sejam tratados da mesma forma de quem deu o golpe de estado, que não respeitou o governo que o povo havia elegido. A bem da verdade, a Globo não foi a única que se perfilou ao lado dos torturadores. Todas as suas filiadas, a começar pela RBS, também. A Globo quer o bis in idem para os torturados por ela também, ao continuar apoiando os ditadores e torturadores, está caindo no bis in idem.

    O Veríssimo tem opinião diferente sobre a Comissão da Verdade, leia AQUI.

    Globo tenta abortar Comissão da Verdade

    Reproduzo dois artigos de José Dirceu, publicados em seu blog:
    Com editorial com o título "Os militares e as vítimas da ditadura", no qual se perfila hoje com as Forças Armadas contra a criação da Comissão da Verdade, que vai investigar os crimes do regime militar, o jornal O Globo faz jus ao seu passado de apoio à ditadura e à repressão aos que a ela resistiram.
    No título, que se pretende neutro, na verdade o jornal demonstra não ter coragem de assumir o que vai publicar e defender em seguida no editorial. No texto considera que "é necessário saber o destino dos desaparecidos e também os delitos da esquerda".
    Em outras palavras, assume a posição das Forças Armadas que são contra a Comissão, mas como a sabem inevitável, querem a reciprocidade, investigar a esquerda, a oposição e os que integraram a resistência à ditadura.
    Esquerda já foi investigada e julgada
    O jornal finge esquecer-se que estes já foram julgados. A maioria, apesar de civis, por tribunais militares de exceção e, quando condenados, cumpriram duras penas. Muitos foram torturados, banidos, exilados, assassinados. O jornal quer que sejam investigados e julgados duas vezes?
    É o que defendem. Querem nos investigar porque lutamos contra a ditadura. Agora, imagina se nós quiséssemos investigar as Organizações Globo pelo apoio a ditadura!
    Ou, por aquela velha denúncia, por muito tempo repetida pelo falecido governador Leonel Brizola, de que o sistema Globo foi montado no pós-golpe militar de 1964 e se tornou esta potência com o apoio – financeiro, inclusive e principalmente – do grupo de comunicação norte-americano Time-Life, o que já era proibido à época pela legislação brasileira.
    *****
    Sistema é a vanguarda do atraso na mídia
    Não é nenhuma novidade esta posição do jornal O Globo hoje, com este seu editorial em que se posiciona ao lado dos militares e contra a criação da Comissão da Verdade para investigação dos crimes da ditadura militar. O jornal sempre se alinhou ao que houve de mais obscurantista, retrógrado e reacionário na história do país.
    Esteve, por exemplo, com a velha UDN de guerra e com um de seus líderes, Carlos Lacerda, na oposição a Getúlio Vargas (1950-1954); foi contra os pontos positivos do governo Juscelino Kubitschek (1956-1960); aliou-se à reação e pregou abertamente o golpe militar de 1964 que derrubou o presidente constitucional João Goulart (1961-1964); e foi um entusiasta apoiador dos oito anos de tucanato de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
    Também a TV Globo, do mesmo grupo e linha editorial do jornal, pelo apoio e sustentação que dava ao regime militar ignorou e boicotou solenemente a campanha das Diretas Já pela volta das eleições para presidente da República.
    Um aliado permanente dos reacionários
    Só a noticiou quando o movimento se tornou vitorioso e ficaram evidentes os sinais de derrota da ditadura e que ela se aproximava do seu fim. O 1º grande comício da campanha das Diretas Já, por exemplo, de 25 de janeiro de 1984, na Praça da Sé, a TV Globo noticiou como uma festa pelo aniversário de São Paulo. Nenhuma menção ao objetivo da manifestação.
    Se alguém quiser ver alguma novidade no editorial de O Globo de hoje, encontrará só o fato de que o jornal abandonou o lema que seguiu durante os 21 anos de ditadura militar, de que "há governo sou a favor". Está contra esta iniciativa do governo Dilma Rousseff, de criar a Comissão da Verdade. Como aliás, todo o tempo foi contra o governo Lula.
    Mas, por seu passado e história, não surpreende.

    Altamiro Borges

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