Ficha Corrida

27/12/2013

Quando rolé vira crime, 450 kg de cocaína só pode virar… pó!

Filed under: Ódio de Classe,Criminalização Política,Racismo,Rolezinho — Gilmar Crestani @ 8:32 am
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A melhor análise sobre os rolezinhos foi da jornalista Eliane Brum, aqui!

Após ‘rolezinhos’, lojistas pedem PM em shoppings

Associação reivindica que policiais façam segurança nos estabelecimentos

Proposta envolve nova modalidade da Operação Delegada; Alckmin diz que ela ainda será avaliada

DE SÃO PAULO

Depois de ao menos quatro shoppings de São Paulo receberem encontros de jovens conhecidos como "rolezinhos", a associação de lojistas do setor pediu a presença de policiamento militar dentro dos estabelecimentos.

O presidente da entidade, Nabil Sahyoun, afirmou ontem que o setor pretende que, a partir de fevereiro ou março, policiais fardados façam a segurança dentro dos shoppings centers. Ele não detalhou quantas unidades receberiam os militares nem o horário em que eles atuariam.

"Shopping é um equipamento urbano inserido na cidade", diz. Para Sahyoun, a presença de policiais fardados poderia aumentar a segurança e também inibir a onda de "rolezinhos", combinados por meio de redes sociais.

Segundo a associação, os "rolezinhos" tiveram impacto negativo de 7% a 8% nas vendas do shopping Interlagos no domingo, quando ele recebeu uma dessas reuniões.

Sahyoun disse também que foi feito um monitoramento das redes sociais para saber quando e onde ocorreriam novos encontros. Os shoppings que seriam alvo da manifestação contrataram 200 seguranças extras.

A maneira para que os policiais atuem dentro dos estabelecimentos é aprovar uma nova modalidade de Operação Delegada –programa do governo estadual que autoriza militares a desempenhar sua função, fardados, em outros locais durante o período de folga. Hoje, ela existe em convênio com prefeituras.

Para que a operação pudesse se estender para os shoppings, uma nova lei teria de ser aprovada pela Assembleia Legislativa.

Ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a Secretaria de Segurança Pública recebeu um pedido e que estuda o que fazer.

"O dr. [Fernando] Grella vai examinar. Tem uma proposta de shoppings, de eles remunerarem os policiais, isso vai ser avaliado", afirmou.

Alckmin, no entanto, fez ressalvas. "O policiamento nosso é publico, portanto o policiamento dentro do shopping deve ser privado. O nosso é publico, portanto ele é fora. Mas nós podemos estudar outras formas de fazer."

HISTÓRICO

Os "rolezinhos" começaram no dia 7 deste mês, quando 6.000 jovens se encontraram no shopping Metrô Itaquera, zona leste. Na semana seguinte, o local foi o shopping Internacional de Guarulhos, na Grande SP, onde –mesmo sem crimes registrados– 23 foram detidos.

No final de semana anterior ao Natal, outros dois shoppings "sediaram" o encontro, também sem nenhuma ocorrência criminal: Campo Limpo e Interlagos, ambos na zona sul.

(MARIANA BARBOSA E PAULO GAMA)

10/07/2013

A revolta dos aiatolás

Filed under: Elites Latinas,Golpismo — Gilmar Crestani @ 8:59 am
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VINICIUS TORRES FREIRE

A revolta das elites

Os 10% ‘mais ricos’ do Brasil, ‘classe média’ de verdade, irritam-se mais com os governos do PT

DILMA ROUSSEFF comprou briga com um pedaço grande da elite brasileira, os médicos, suas famílias, simpatizantes e parentes. Ou assim parece provável.

A maioria das associações de médicos está enfurecida com a história do plano de imigração; parte parece irritada com o serviço obrigatório no SUS para recém-graduados. Mas a gente ainda não tem como saber como pensam os 400 mil médicos do país a respeito das medicinas da doutora Dilma.

Preste-se, porém, atenção: trata-se de 400 mil médicos, além de seus próximos. Trata-se de uma elite em termos políticos ou pelo menos associativos; de gente muito mais educada que a média; de gente que, de um modo ou outro, por motivos profissionais, envolve-se em debate ou conversas sobre políticas públicas (saúde).

Trata-se, enfim, de uma elite econômica (que está longe de ser apenas os banqueiros de charuto dos cartuns ou os ricos de novelas, que tomam cafés da manhã com mesas transbordantes e serviçais em volta). O salário médio dos médicos os coloca entre os 2% mais ricos da população.

E daí? Há mais de 190 milhões de pessoas nesta terra. Médicos não farão uma revolução na ruas, armados de bisturis e bombas de gases anestésicos.

E daí, pois? Daí que a "revolta das elites" ganhou mais um empurrãozinho. Apesar do desdém com o conceito de fato precário e mesmo cafona de "formadores de opinião", muita vez o mal-estar ou tumulto políticos começa, é definido ou redefinido por essa "massa de elite", que tem mais informação, recursos políticos e informacionais, articulação com poderes públicos e privados etc.

Eram os "mais ricos" os mais insatisfeitos com os governos do PT e de Dilma Rousseff. Nesses anos, a renda média subiu menos e pouco para os 10% "mais ricos" do país. Foi entre eles que baixou primeiro a avaliação da presidente; foi entre eles que o prestígio de Dilma mais se aproximou do chão depois dos protestos de junho.

Nota: mais ricos significa quem ganha mais de dez salários mínimos, uns 2% da população; só em 8% das casas a renda é superior a dez salários. Sim, o Brasil é um lugar pobrinho, feio, sujo e malvado.

Trata-se de palpite, um chute educado, mas quanto da "revolta das elites" se deveu à queda dos seus rendimentos financeiros ("fundos"), dada a queda dos juros?

Quão mais a vida deles piorou devido à alta do preço dos serviços (que consomem mais e determinam o destino social de seus filhos), como escolas caras, saúde privada, moradia (hiperinflacionadas)?

Talvez nem seja sarcástico dizer que muitas dessas pessoas se revoltam porque seus empregados domésticos foram em tese libertados formalmente da servidão, tendo agora direitos trabalhistas como os dos demais brasileiros (sempre em tese, sempre formalmente). A lei dos domésticos não foi coisa de Dilma, mas desse momento um tico mais democrático econômica e socialmente, os anos petistas.

Não, claro, não se está a dizer que médicos ou qualquer outro profissional liberal mais bem pago seja alérgico a processos civilizatórios nem que eles associem suas agruras a melhorias na vida dos mais pobres. Mas que a revolta é e era maior entre as elites, isso é e era.

vinit@uol.com.br

01/04/2013

Casa Grande, quarto de empregada vazio

Filed under: Escravatura — Gilmar Crestani @ 7:50 am
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JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

E a casa ficou grande

SÃO PAULO – A professora de direito do trabalho explica que o Congresso foi populista e que a relação entre patrão e empregada doméstica tem que ser diferente das demais. A lógica é que o lucro, a mais-valia marxista, inexiste como objetivo em tal relação. Assim, por natureza, precisa ser regida de outra forma.

Mas, se não há lucro nessa relação, por que investimos nisso? Por que doamos parte do salário, uma fração da casa e, vá lá, aquele cozido que sobrou, muito bom, mas que ninguém vai comer? Provavelmente porque não queremos limpar o banheiro, porque alguém precisa ficar com as crianças, porque fizemos a conta e, dada a diferença entre o que ganhamos por uma hora de trabalho versus o que pagamos para elas pela mesma hora, vale a pena. Não há lucro?

Se há, ele está minguando no bolso da classe média, a original, não a que se forma à força com crédito e consumo neste momento. Essa estreita faixa de gente, mais educada e esclarecida, sempre ansiou por um país mais justo, moderno e melhor. Esse dia chegou, só que de maneira bem diversa da imaginada.

Antes sozinha no elevador e capaz de, com alguma sorte, alcançar o botão do andar de cima, a classe média se viu de repente cercada de gente na cabine. Sem forças para atravessar a multidão e descer no andar desejado. Às vezes com chance de descer apenas no de baixo.

O Brasil atual é especialmente cruel para essa turma. O aclamado pleno emprego é uma ameaça, as linhas de financiamento não se encaixam, o dinheiro no banco vira pó. E, cada vez mais distante do antes visível mundo dos ricos, que agora prefere "mirar" a classe C, vê-se imaginando como será viver nesse universo que causa ojeriza. Que lota aeroportos e hospitais privados antes vazios, que tem crédito para comprar carro e não sabe dirigir, que tem cota na universidade. Que vota.

Acostume-se. Invista no detergente mais caro, que não estraga as mãos.

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