O novo presidente Colombiano, que substituiu o desastrado mas queridinho dos EUA, Álvaro Uribe, deu entrevista à BBC. Tenho com ele concordância em pelo dois pontos. Primeiro, a diminuição do tráfico não se resolve arrancando coca, mas parando de cheirá-la. Isto é, atacando também os consumidores. É a tal de lei do mercado. O segundo ponto da entrevista é aquele segundo o qual o combate às FARC se dá no âmbito onde elas, as FARCS, são fortes e o Estado Colombiano, fraco. A erradicação da pobreza extrema. Assim como não se pode combater o tráfico somente pelo produtor, sem atacar também o consumidor, também é verdade que quando o Estado deixa de cumprir seu papel, a sociedade toma lugar do Estado. Combater a pobreza, concordo com ele, é a maneira mais eficiente de combater as FARC. Donde que, por vias transversas, admite um papel às FARCs que até aqui não se admitia.
Presidente da Colômbia pede esforço de governos contra consumo de drogas
Atualizado em 21 de novembro, 2011 – 09:02 (Brasília) 11:02 GMT
Santos diz que Colômbia não conseguirá vencer sozinha a ‘guerra’ contra as drogas (Foto: BBC)
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pediu aos governantes de outros países que assumam maior responsabilidade no combate às drogas, com maior ênfase em medidas que contenham o consumo.
"Enquanto as pessoas usarem cocaína no Reino Unido, em Nova York ou em Paris, nós continuaremos sofrendo", afirmou Santos em entrevista à BBC.
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"(O consumo de drogas) É um problema de segurança nacional, porque ele financia todos os grupos ilegais. É preciso combater toda a cadeia."
Santos, que realiza visita à Grã-Bretanha, disse que a Colômbia não conseguirá vencer sozinha a "guerra" contra as drogas.
"Esperamos mais colaboração e mais co-responsabilidade de outros países. Temos que olhar para esse problema de uma maneira abrangente e global", afirmou o presidente colombiano.
Santos reconheceu que seu país ainda tem muito o que fazer contra os traficantes de drogas, mas disse que o Estado conseguiu dominar boa parte da situação, desmantelando os cartéis.
"A Colômbia era praticamente dominada pelos cartéis das drogas, que tinham a democracia a seus pés. Hoje, eles não existem mais, e todos os seus líderes estão mortos ou na cadeia", afirmou o presidente.
Farc
Sobre as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Santos disse à BBC que, além de ações militares, o governo buscou combater os guerrilheiros diminuindo sua popularidade, adotando uma política social "agressiva", com o foco na erradicação da pobreza extrema.
"Estamos fazendo várias coisas que, anos atrás, eles (as Farc) reivindicavam para o país, como a restituição de terra aos camponeses, os pagamentos de reparações a vítimas (dos conflitos)", afirmou o presidente. "Estamos tirando cada um dos argumentos (dos guerrilheiros) para manter a guerra."
No início de novembro, o governo colombiano anunciou a morte do líder das Farc, Alfonso Cano, em uma operação militar.
Na ocasião, Santos afirmou, em discurso na televisão, que este foi "o golpe mais devastador" que o grupo já sofreu e pediu que as Farc encerrem suas atividades.
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