Ficha Corrida

23/11/2011

Concordância em dois itens

Filed under: Colômbia,Drogas,FARC,Juan Manuel Santos — Gilmar Crestani @ 8:12 am
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O novo presidente Colombiano, que substituiu o desastrado mas queridinho dos EUA, Álvaro Uribe, deu entrevista à BBC. Tenho com ele concordância em pelo dois pontos. Primeiro, a diminuição do tráfico não se resolve arrancando coca, mas parando de cheirá-la. Isto é, atacando também os consumidores. É a tal de lei do mercado. O segundo ponto da entrevista é aquele segundo o qual o combate às FARC se dá no âmbito onde elas, as FARCS, são fortes e o Estado Colombiano, fraco. A erradicação da pobreza extrema. Assim como não se pode combater o tráfico somente pelo produtor, sem atacar também o consumidor, também é verdade que quando o Estado deixa de cumprir seu papel, a sociedade toma lugar do Estado. Combater a pobreza, concordo com ele, é a maneira mais eficiente de combater as FARC. Donde que, por vias transversas, admite um papel às FARCs que até aqui não se admitia.

Presidente da Colômbia pede esforço de governos contra consumo de drogas

Atualizado em  21 de novembro, 2011 – 09:02 (Brasília) 11:02 GMT

Juan Manuel Santos (BBC)

Santos diz que Colômbia não conseguirá vencer sozinha a ‘guerra’ contra as drogas (Foto: BBC)

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pediu aos governantes de outros países que assumam maior responsabilidade no combate às drogas, com maior ênfase em medidas que contenham o consumo.

"Enquanto as pessoas usarem cocaína no Reino Unido, em Nova York ou em Paris, nós continuaremos sofrendo", afirmou Santos em entrevista à BBC.

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"(O consumo de drogas) É um problema de segurança nacional, porque ele financia todos os grupos ilegais. É preciso combater toda a cadeia."

Santos, que realiza visita à Grã-Bretanha, disse que a Colômbia não conseguirá vencer sozinha a "guerra" contra as drogas.

"Esperamos mais colaboração e mais co-responsabilidade de outros países. Temos que olhar para esse problema de uma maneira abrangente e global", afirmou o presidente colombiano.

Santos reconheceu que seu país ainda tem muito o que fazer contra os traficantes de drogas, mas disse que o Estado conseguiu dominar boa parte da situação, desmantelando os cartéis.

"A Colômbia era praticamente dominada pelos cartéis das drogas, que tinham a democracia a seus pés. Hoje, eles não existem mais, e todos os seus líderes estão mortos ou na cadeia", afirmou o presidente.

Farc

Sobre as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Santos disse à BBC que, além de ações militares, o governo buscou combater os guerrilheiros diminuindo sua popularidade, adotando uma política social "agressiva", com o foco na erradicação da pobreza extrema.

"Estamos fazendo várias coisas que, anos atrás, eles (as Farc) reivindicavam para o país, como a restituição de terra aos camponeses, os pagamentos de reparações a vítimas (dos conflitos)", afirmou o presidente. "Estamos tirando cada um dos argumentos (dos guerrilheiros) para manter a guerra."

No início de novembro, o governo colombiano anunciou a morte do líder das Farc, Alfonso Cano, em uma operação militar.

Na ocasião, Santos afirmou, em discurso na televisão, que este foi "o golpe mais devastador" que o grupo já sofreu e pediu que as Farc encerrem suas atividades.

BBC Brasil – Notícias – Presidente da Colômbia pede esforço de governos contra consumo de drogas

19/11/2011

A mais conservadora diagnostica o atraso dos nossos conservadores

Filed under: Comissão da Verdade,Ditadura — Gilmar Crestani @ 11:49 am
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‘Economist’ analisa ‘atraso’ brasileiro em lidar com os crimes da ditadura

Atualizado em  18 de novembro, 2011 – 06:39 (Brasília) 08:39 GMT

Lula e Dilma. Roberto Stucker/PR

Revista diz que três últimos presidentes sofreram com a ditadura e cita Dilma e Lula, além de FHC

Em sua edição desta semana, a revista britânica Economist trata da polêmica da Comissão Nacional da Verdade e analisa como o Brasil está atrasado em relação soa vizinhos para lidar com o legado da ditadura.

A revista lembra que o projeto da comissão, que pretende esclarecer violações dos direitos humanos ocorridas de 1946 a 1985, já foi aprovado no Senado e deve ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff no próximo dia 23.

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E afirma que apesar de os três últimos presidentes do país terem sofrido nas mãos dos militares – Dilma foi torturada; Lula, preso e Fernando Henrique, obrigado a se exilar -, só agora o assunto está sendo tratado de maneira mais aprofundada.

Diante disso, a publicação compara a situação do Brasil com seus vizinhos que mais sofreram com os chamados anos de chumbo.

"O Brasil tem sido lento na revisão dos crimes da ditadura. A Argentina começou a processar os militares logo após o colapso do regime, em 1983", diz a reportagem.

"A Suprema Corte do Chile decidiu em 2004 que os ‘desaparecimentos’ não eram passíveis de anistia."

‘Amnésia coletiva’

Na avaliação dos especialistas ouvidos pela Economist, essa demora no Brasil se deve ao fato de a transição para a democracia ter sido mais lenta e controlada no país.

"O regime não entrou em colapso após uma guerra desastrosa como aconteceu na Argentina ou enfrenta ameaça de protestos, como Augusto Pinochet no Chile."

Outra razão citada é uma tendência dos brasileiros em sofrer de uma espécie de "amnésia coletiva". Segundo Maurício Santoro, da Fundação Getúlio Vargas, aponta na revista para o contraste entre o Brasil, "o país do futuro", e a Argentina, que "têm uma obsessão pela era de ouro em que viveram no passado".

Segundo a Economist, uma das consequências desse atraso "é que a repressão continua, só que agora a violência se concentra mais na polícia, e não no Exército".

A revista destaca que a truculência da polícia é raramente punida e frequentemente aplaudida, como acontece nos filmes Tropa de Elite, e que ativistas esperam que a Comissão da Verdade altere essas opiniões.

"Algumas coisas só acontecem quando e se a sociedade está pronta", diz um dos entrevistados da matéria, Atila Roque, diretor da ONG Anistia Internacional no Brasil. "Acho que estamos prontos".

BBC Brasil – Notícias – ‘Economist’ analisa ‘atraso’ brasileiro em lidar com os crimes da ditadura

15/11/2011

Algo da maçã podre

Filed under: Democracia made in USA,Lucas Mendes — Gilmar Crestani @ 10:23 am
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Algo de podre

Lucas Mendes em ilustração de Baptistão

Lucas Mendes

De Nova York para a BBC Brasil

Na alfabetização comunista da minha geração, o Mississippi ocupava lugar de destaque nos males do capitalismo, exemplo do fracasso americano, Estado símbolo do racismo e da pobreza.

Até hoje, o Estado vive na zona de rebaixamento em educação, saúde, renda per capita e qualidade de vida.

Mas outro Estado, o Arizona, vinha buscando o título de campeão da discriminação americana, neste caso, contra os latinos.

Nas eleições de terça-feira passada, os eleitores do Arizona defenestraram um dos campeões da discriminação de imigrantes, dos cortes em saúde e educação e do poder federal.

O senador estadual republicano Russel Pearce, um dos ídolos do Tea Party, sofreu uma derrota surpreendente e humilhante contra um democrata estreante em política, Jerry Lewis.

Russel Pearce conseguiu aprovar uma das leis mais infames do país, a SB 1070, Senate Bill 1070. A lei, aprovada em junho e contestada pelo governo federal no Judiciário, transforma em criminoso quem estiver no Arizona ilegalmente.

Ou seja, se você é um imigrante sem visto, vivendo, trabalhando ou visitando o Estado, você é um criminoso. Cadeia para você.
Perplexo, com olhar de espanto, diante da derrota de 53% a 47% ao tentar se reeleger para o 11º mandato, disse às câmeras e seus eleitores: "Se o preço de falar a verdade é a derrota, assim seja".

E lá se foi o senador Russel, antes tarde do que nunca.

Fazendeiros e consumidores de todo país, de maçãs, alfaces, pêssegos, melões, tomates, pimentões, laranjas, mirtilos e dezenas de outras frutas e legumes tiveram um momento de alívio e esperança, mas outros Estados, entre eles Alabama e Geórgia, aprovaram leis brutais e demagógicas contra imigrantes e agora colhem o que plantaram.

Até Estados progressistas como o Maine, que na década de 90 foi um exemplo de abusos de latinos no campo e hoje é um exemplo de bom tratamento de imigrantes legais e ilegais, teve problemas nas fazendas.

O Maine é o maior produtor de mirtilo do mundo e a colheita da fruta é a mais bem remunerada da costa leste: US$ 1.350 por semana para um bom colhedor, e todos eles são latinos.

A fruta é abundante na área de maior desemprego do Estado, 12.2%, mas os locais não vão para o campo. Preferem o cheque do governo de US$ 265 por semana.

O trabalho no campo é brutal. Os americanos duram dois ou três dias na colheita e desistem. Antes da proibição de crianças no campo, um mexicano de 8 anos no Maine colhia 3 vezes mais cestas de mirtilo do que um adulto americano e esta não é a única fruta.

Quatro latinos ganham US$ 150 por dia colhendo de 250 a 300 caixas de tomates no Alabama. Vinte e cinco americanos colhem 200 caixas e ganham US$ 24 por dia, menos do que ganham se ficam na vadiagem e recebem o cheque de desemprego.

Os governadores do Alabama e da Geórgia acham que o fracasso desta colheita será corrigido no futuro quando os americanos desempregados e sem opções se virem forçados para ir o campo, mas os dados mostram que o número de vistos temporários de trabalho para los gringos dobrou nos últimos três anos em busca de empregos no vizinho de cima, Canadá.

Quase todo trabalho de colheita manual é feito por um milhão de imigrantes ilegais que começam a trabalhar nos laranjais da Flórida em dezembro, sobem para colher pimentões verdes e melões na Geórgia, mais um pouco para colher tabaco na Carolina do Norte e Virgínia, um pouco mais para as melancias em Delaware, depois os tomates e pêssegos em Nova Jersey, em julho estão no Maine para os mirtilos, e daí seguem para as maçãs e peras em Nova York. Daí, de volta para os laranjais da Flórida.

A horticultura gera US$ 144 bilhões por ano e os americanos comem fartamente algumas das melhores frutas pelos preços mais baixos do mundo.

Os ilegais fugiram do Alabama e da Geórgia porque as leis radicais afetam não só o trabalho no campo como todos os aspectos do dia a dia, como escolas e assistência médica.

O senador Russel Pearce quase aprovou uma lei que proibia cidadania americana para filhos de ilegais.

A realidade está no calcanhar dos xenófobos e demagogos americanos. Há dez anos, os Estados Unidos deportavam 500 mil ilegais por ano. Ano passado deportaram 80 mil.

Neste ritmo, em breve terão de proibir ilegais de sair do país ou pagar US$ 5 por uma maçã. Mais do que nunca precisam dos latinos no campo e a maioria deles trabalha com documentos falsos, pagam impostos e uma Previdência que jamais será recolhida. O Tio Sam embolsa a grana, cospe um caroço e agradece.

BBC Brasil – Notícias – Lucas Mendes: Algo de podre

14/11/2011

‘Marca Brasil’ sobe dez posições em ranking de consultoria

Filed under: Brasil,Vira-latas — Gilmar Crestani @ 11:25 am
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Será que agora esse pessoal do complexo de vira-lata vão botar o rabo entre as pernas?

‘Marca Brasil’ sobe dez posições em ranking de consultoria

Atualizado em  11 de novembro, 2011 – 05:52 (Brasília) 07:52 GMT

Cristo Redentor, no Rio de Janeiro

Brasil subiu 30 posições em um indicador que avalia países como destinos turísticos

O Brasil subiu dez posições em um ranking elaborado por uma consultoria que avalia a força da "marca" de cada país no exterior.

O ranking Country Brand Index (CBI) da consultoria em marcas FutureBrand busca avaliar como cada país é visto por pessoas no exterior. O estudo leva em consideração as percepções em 113 países.

Marca ‘Brasil’

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No ranking de 2011, divulgado nesta sexta-feira, o Brasil ocupa a 31ª posição em uma lista de 113 nações. Entre os 50 países do topo da lista, o Brasil foi o que mais cresceu no ranking. Na América Latina, o Brasil fica atrás apenas da Costa Rica, que está em 24º lugar. No ranking anterior, de 2009, o Brasil ocupava a 41ª posição.

Os fatores levados em consideração no estudo são qualidade de vida, a facilidade de se fazer negócios, turismo e cultura. Além disso, um dos indicadores – chamado de "valores" – avalia a percepção que estrangeiros têm sobre cada país nos quesitos liberdade política, tolerância, sistema jurídico, liberdade de expressão e consciência ambiental.

‘Estrela ascendente’

De acordo com a FutureBrand, a percepção dos estrangeiros sobre o Brasil melhorou em relação a consciência ambiental, qualidade de vida e facilidade de se fazer negócios.

As melhores ‘marcas’

1. Canadá
2. Suíça
3. Nova Zelândia
4. Japão
5. Austrália
6. Estados Unidos
7. Suécia
8. Finlândia
9. França
10. Itália
31. Brasil

Fonte: FutureBrand

Na parte do estudo sobre turismo, o Brasil ficou em segundo lugar em uma lista das melhores praias (atrás da Austrália) e terceiro lugar no ranking de vida noturna (atrás de Estados Unidos e Grã-Bretanha), segundo a opinião dos estrangeiros.

O estudo também destaca a posição do Brasil entre outros países emergentes.

"A Índia [em 29º lugar] lidera os Brics em percepção geral da marca do país, mas o Brasil é a estrela em ascensão do grupo", afirma o relatório da FutureBrand.

"Depois de garantir a Copa do Mundo Fifa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, a posição do país no ranking geral saltou dez posições, tornando o Brasil uma estrela ascendente no índice geral."

Clique Clique Leia mais: Copa pode expor realidade e prejudicar imagem do Brasil, diz criador de ranking

"Crescimento forte e altos juros tornaram o Brasil atraente a investidores, com grandes fluxos de capital tendo contribuído para uma rápida valorização do real. Ao contrário da China, o Brasil conseguiu também melhorar em outras dimensões do ranking, como turismo, com uma subida de 30 posições neste ano."

As dez "marcas" mais fortes, segundo o ranking da FutureBrand, são, na ordem, Canadá, Suíça, Nova Zelândia, Japão, Austrália, Estados Unidos, Suécia, Finlândia, França e Itália.

Os pesquisadores ouviram 3.500 viajantes – entre turistas e empresários – e receberam informações de 102 especialistas e 14 pesquisas de mercado. A maior parte da pesquisa foi realizada em julho deste ano.

A consultoria FutureBrand é parte do McCann Worldgroup, que possui agências de publicidade em diversas partes do mundo.

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Os brasileiros, vagabundos mas cordiais, agora também sustentam a zona da Europa

Filed under: Vira-latas — Gilmar Crestani @ 11:24 am
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Aumento recorde em gastos ressalta poder de compra de brasileiros na Europa

Daniela Fernandes

De Paris para a BBC Brasil

Atualizado em  14 de novembro, 2011 – 06:26 (Brasília) 08:26 GMT

Turistas no Museu D´Orsay, em Paris.

Hotéis de luxo e museus em Paris registraram um grande aumento de visitantes brasileiros

Com o aumento recorde de seus gastos no exterior em 2011, o poder de compra do turista brasileiro vem ganhando visibilidade na Europa.

Viajantes da classe média e alta não estão medindo gastos no exterior já há dois anos e nem mesmo a recente alta do dólar, que começou em agosto, desestimulou o consumo de brasileiros no exterior.

Apesar de os últimos dados disponíveis do Banco Central, de setembro, revelarem uma desaceleração em relação a julho e agosto (mês recorde, com aumento de 46% nos gastos na comparação anual), o nível dos gastos no exterior neste ano é recorde.

Segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT), as despesas dos brasileiros no exterior já totalizam US$ 16 bilhões (R$ 28 bilhões) em 2011.

O valor representa um aumento de 44% em relação ao ano passado, a maior alta entre os países monitorados pela OMT. Os gastos de turistas chineses cresceram 30,2% e, dos russos, 21%.

Alta do real

Em hotéis de luxo em Paris, como o Bristol (onde a presidente Dilma Rousseff se hospedou no último sábado) ou o George V, com diárias a partir de 700 euros (R$ 1.660), o percentual de clientes brasileiros vem ultrapassando a faixa dos 10%, segundo os administradores.

Em outras localidades consideradas sofisticadas, como Saint-Tropez, no sul do país, e a estação de esqui de Courchevel, o aumento dos turistas brasileiros já chega a 50%.

A reportagem da BBC Brasil encontrou em Paris um grupo de 50 turistas do Tocantins, que depois seguiriam viagem para outras cidades europeias, como Roma, Barcelona e Londres.

Várias pessoas do grupo visitavam a Europa pela primeira vez, como a funcionária pública Shirlei de Amorim Próspero.

"Quero comprar cosméticos, perfumes, bolsas e artigos de moda em geral", diz ela, que afirma ter uma verba de R$ 10 mil para fazer compras na viagem.

A historiadora Viviane Fernandes Santos, também do Tocantins, diz que vai privilegiar os passeios culturais e gastronômicos. "A alta do real facilitou a viagem", conta.

Mesmo com a recente valorização do dólar, o real ainda mantém uma alta de 5,5% no acumulado do ano.

A designer de interiores paulistana Regina Werneck também visita Paris por uma semana, antes de realizar uma viagem de dez dias à Índia.

Ela já veio a Paris inúmeras vezes e diz que apesar da alta recente do dólar, os preços de vários produtos no exterior ainda continuam mais atraentes do que no Brasil.

"Eu adoro vir a Paris e conhecer lojas que reúnem produtos de decoração, moda e design no mesmo espaço."

Regina Werneck. | Foto: Daniela Fernandes / BBC

A brasileira Regina Werneck diz que preços europeus são melhores do que os brasileiros

Na boutique Merci, no bairro do Marais, apesar dos preços altos dos artigos, ela não resistiu a um perfume e a uma estante flexível para livros em alumínio.

"Custava só 55 euros. No Brasil, não dá para achar um produto com design tão diferente por um preço tão baixo", diz Regina.

Denise La Selva, diretora de uma escola pública em São Paulo e consultora de moda, visita a França pela primeira vez. Como muitas brasileiras, ela não deixou de visitar uma loja da grife Louis Vuitton e comprar uma bolsa.

A marca de luxo tem lojas no Brasil, mas segundo o presidente da grife, Yves Carcelle, os brasileiros fazem muitas compras nas butiques da marca nos Estados Unidos e na Europa.

Segundo Carcelle, os brasileiros já estão no ranking das dez principais nacionalidades de clientes da marca no mundo.

Tradução

Os brasileiros também representaram o segundo maior número (410 mil) de visitantes no ano passado nas instituições culturais parisienses, atrás dos americanos, que chegaram a 650 mil.

Em 2007, o Brasil ocupava o 11º lugar no ranking de visitantes do museu do Louvre.

Mas em razão do aumento de turistas brasileiros, a administração do museu já estuda traduzir para o português um mapa informativo e documentos na área de multimídia, segundo diretora de atendimento ao público, Catherine Guillou.

Segundo a Global Blue, líder mundial no setor de free-shop, os gastos dos turistas vindos do Brasil na França cresceram 49% no ano passado, totalizando 100 milhões de euros.

O aumento dos gastos dos brasileiros no país é a maior progressão após a dos chineses, que são os campeões das compras na França.

BBC Brasil – Notícias – Aumento recorde em gastos ressalta poder de compra de brasileiros na Europa

10/11/2011

Juros batem recorde e deixam Itália ‘à beira de abismo’

Filed under: Crise Financeira Européia,Miriam Porcão,Silvio Berlusconi — Gilmar Crestani @ 9:49 am
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E a Miriam Porcão ainda tem coragem de grunhir contra o governo quando baixa míseros 0,5%. Coisa de porta-voz de banqueiro.

Atualizado em  9 de novembro, 2011 – 13:36 (Brasília) 15:36 GMT

Silvio Berlusconi

Silvio Berlusconi anunciou na terça que pretende renunciar

O custo para a Itália tomar empréstimos no mercado atingiu um novo recorde nesta quarta-feira, um dia depois de o primeiro-ministro Silvio Berlusconi anunciar que pretende renunciar ao seu cargo.

Com isso, aumentam as chances de a Itália – que já está altamente endividada – precisar de empréstimos de emergência para conseguir honrar seus compromissos.

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Segundo o editor de Economia da BBC, Robert Peston, um dos problemas enfrentados pelo país é que o fundo da zona do euro para pacotes de resgate não é grande o suficiente para lidar com o tamanho da dívida italiana.

O rendimento dos títulos de dez anos da dívida italiana chegou a 7% na manhã desta quarta-feira. Este é o nível mais alto desde que o euro foi introduzido, em 1999.

Analistas acreditam que isso é um forte sinal de que a Itália será o próximo país da zona do euro a entrar em uma crise, sem capacidade para pagar a sua dívida pública.

Fundos de resgate

A marca dos sete pontos percentuais de juros é vista por diversos analistas como o ponto onde as dívidas se tornam impagáveis. Portugal, Grécia e Irlanda precisaram recorrer a pacotes de ajuda quando seus títulos atingiram este nível.

Investidores que detém esse tipo de papel passam a duvidar da capacidade da Itália de honrar seus compromissos e correm para vender os títulos, preferindo papéis mais sólidos, como o da dívida alemã – que pagam juros de 1,73%.

Caso a Itália tivesse que pagar 7% de juros sobre o total de sua dívida – o que aconteceria daqui a alguns anos – isso acrescentaria 70 bilhões de euros anualmente aos seus gastos com juros, um nível considerado insustentável para as finanças do governo.

"Ninguém quer emprestar para um país quando este país está usando o empréstimo para pagar juros de empréstimos passados – isso é jogar dinheiro bom para pagar pelo dinheiro ruim", diz o editor de Economia da BBC.

A falta de disposição dos investidores de emprestar dinheiro a Itália pode ser fatal para um país que precisará de 326 bilhões de euros no próximo ano para conseguir honrar suas dívidas.

O mecanismo que fez a dívida da Itália subir passa por uma entidade chamada LCH.Clearnet, que intermedeia transações entre governos e compradores de títulos de dívida de governos. A entidade anunciou na quarta-feira que interessados em comprar papéis italianos precisam depositar mais dinheiro para cobrir os riscos de um possível calote.

Na prática, a LCH.Clearnet decidiu que os riscos de se comprar papéis italianos aumentaram, o que encareceu os empréstimos.

Segundo Peston, isso mostra que os problemas financeiros da Itália provavelmente não serão resolvidos no curto prazo ou antes da formação de um novo governo em Roma.

Outro obstáculo é que não há fundos suficientes na Europa para empréstimos de grande escala à Itália. Dos 440 bilhões de euros do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês), restaram apenas 250 bilhões. Só em 2012, a Itália precisaria de 326 bilhões de euros.

Autoridades europeias anunciaram no mês passado que pretendem expandir o EFSF para 1 trilhão de euros, mas os mecanismos para aumentar os recursos do fundo são muito lentos.

Segundo o editor de Economia da BBC, há analistas que acham que 1 trilhão de euros é apenas metade do dinheiro necessário para lidar com países do porte da Itália.

BBC Brasil – Notícias – Juros batem recorde e deixam Itália ‘à beira de abismo’

09/11/2011

Preconceito ronda jornada turística da nova classe média

Filed under: Dr Lula — Gilmar Crestani @ 10:08 am
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Paulo Cabral

Enviado da BBC Brasil a Porto Seguro

Atualizado em  9 de novembro, 2011 – 08:43 (Brasília) 10:43 GMT

Acesso da classe C a novos serviços e opções de lazer faz surgir tensões com classe média ‘tradicional’ brasileira em balneários como Trancoso.

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O casal de aposentados Osmar e Maria Ferreira conseguiu realizar um sonho de longa data: pela primeira vez os dois viajaram em um avião a caminho de uma semana de descanso sob o sol de Porto Seguro, na Bahia.

As dez parcelas que eles ainda têm de pagar vão morder todo mês um bom pedaço da renda do pintor aposentado e dos lucros de Maria – que ainda trabalha em casa como manicure – mas eles têm a certeza que é dinheiro bem gasto.

Osmar e Maria Ferreira em Porto Seguro. BBC

Casal viajou de avião pela primeira vez, pagou a passagem em dez vezes e não tem medo de preconceito

"Comida não é a única coisa que precisamos para viver", diz Ferreira enquanto relaxa a beira-mar. "Isso é que é viver! Olha que beleza!"

À medida que a nova classe média chega a mais lugares e tem acesso a novos serviços, surgem, no entanto, tensões com a classe média tradicional brasileira, que parece sentir seu espaço sendo tomado.

Ao longo dos anos, a mistura de história e praias tropicais fez de Porto Seguro um dos principais destinos turísticos do Brasil.

Com a economia crescendo e o crédito em expansão, a "nova classe média" – ou classe C – tem pela primeira vez a oportunidade de desfrutar das maravilhas naturais do Brasil, que há não muito tempo eram privilégio de turistas estrangeiros ou brasileiros de maior renda.

Números do Instituto Data Popular – uma empresa de pesquisa de mercado especializada na classe C – mostram que entre 2002 e 2010 a participação desse grupo na indústria do turismo saltou de 18% para 34%. Eles já representam quase a metade (48%) das pessoas que viajam nas companhias aéreas do país.
Para Maria Ferreira, "é triste que exista esse preconceito".

"Espero que algum dia as pessoas comecem a compreender uns aos outros pelo que realmente somos. Eu conheço muitas pessoas ricas que não são felizes", diz.

‘Resistência à igualdade’

Trancoso. BBC

Trancoso, mais sofisticada e cara que Porto Seguro, ainda é reduto das classes mais ricas.

Uma rápida travessia de balsa e a uma hora de carro ao sul de Porto Seguro fica a vila de Trancoso, bem mais exclusiva, graças à distância e aos preços mais altos. No entanto, mais gente está chegando e quem frequenta a região há mais tempo teme a invasão do turismo de massa.
"As pessoas que estão chegando agora a Trancoso têm que mostrar mais educação e mais respeito por este lugar. É um público muito diferente, que começou a vir aqui ao longo dos últimos anos", reclama a bombeira reformada Norma Sandes, que há mais de uma década frequenta a região.

O antropólogo brasileiro Roberto DaMatta, professor emérito da Universidade de Notre Dame (EUA), diz que o crescimento evidenciou a "resistência à igualdade" dos brasileiros.
"Nossa fixação por títulos e hierarquia é parte do nossa herança portuguesa. As pessoas aqui querem ser vistas como diferentes, como superiores aos outros, e não gostam de se misturar", diz ele.
Os turistas que vão para os grandes resorts em Porto Seguro costumam fazer apenas passeios de um dia em Trancoso – onde dormir e comer custa bem mais.

"Dá para ver que esse pessoal todo aqui hoje não é de classe A e B. Tem muita gente de classe C já vindo para cá," diz a jornalista Ana Campolino. “Dá para ver pelas roupas, pelos hábitos, pelo lugares que frequentam."

Desconforto

"Nossa fixação por títulos e hierarquia é parte do nossa herança portuguesa. As pessoas aqui querem ser vistas como diferentes, como superiores aos outros, e não gostam de se misturar"

Roberto DaMatta, antropólogo

Uma pesquisa realizada pelo Data Popular dá algumas noção do desconforto sentido pelas classes mais elevadas, que agora tem que compartilhar alguns espaços.

De acordo os números, 48,4% dos entrevistados disseram que "a qualidade dos serviços piorou, agora que eles são mais acessíveis" e 49,7% disseram que preferem lugares "com pessoas de mesmo nível social."
"Decidimos fazer essa pesquisa quando começamos a perceber as pessoas reclamando, por exemplo, sobre os aeroportos, que estão muito mais lotados agora. E nossas pesquisas têm mostrado que há uma resistência muito forte das classes superiores em aceitar os recém-chegados", diz o presidente do Data Popular, Renato Meirelles.
Meirelles diz que a tensão só será resolvida quando o Brasil estiver preparado para oferecer esses serviços com qualidade para todos os seus cidadãos. "Os aeroportos, por exemplo, estão lotados para todo mundo. Se houvesse bastante espaço para todos as tensões, começariam a desaparecer."

Preconceito

Porto Seguro. BBC

Classe C já forma grande parte dos turistas que visitam Porto Seguro, no sul da Bahia

Já os turistas de classe mais alta e empresários do setor negam a existência de qualquer "tensão" entre a velha e a nova classe média. Um porta-voz do Sindicato da Hotelaria de Porto Seguro e Região, Paulo Cesar Magalhães, diz que "há espaço para todos".
"Naturalmente os turistas vão para áreas que tenham a ver com seu perfil. Aqui no distrito-sede de Porto Seguro, onde há mais hotéis e restaurantes, há mais opções para as pessoas com um orçamento mais baixo. As praias mais distantes são as melhores opções para quem pode gastar mais dinheiro", diz ele.
Magalhães diz que, do ponto de vista das empresas, Porto Seguro não tem nada a reclamar sobre os novos clientes. "Para muitas pessoas este é um momento mágico, a primeira oportunidade de viajar pelo Brasil e toda esse deslumbramento acaba traduzido em gastos na nossa cidade", diz ele.
Se a economia do Brasil continuar a crescer a indústria do turismo deve seguir pelo mesmo caminho e com a nova classe média também viajando cada vez mais.

"Há preconceito, claro. Mas agora eu estou aqui e eles vão ter que me engolir", diz Osmar Ferreira no meio de uma gargalhada.

BBC Brasil – Notícias – Preconceito ronda jornada turística da nova classe média

05/11/2011

Ocupei a Wall Street

Filed under: Lucas Mendes,Wall Street — Gilmar Crestani @ 10:32 am
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Lucas Mendes em ilustração de BaptistãoLucas Mendes

De Nova York para a BBC Brasil

Cheguei, vi, ocupei e perdi. Nunca foi tão fácil. Não é uma pândega, nem uma revolução. Não sei ainda qual é a do movimento "Occupy Wall Street", mas é mais organizado e limpo do que algumas empresas em que trabalhei. Um colégio militar sem sargentos, capitães nem generais.

Uma turista que entrou na praça comigo achou que parecia um parque de diversões. Não parece.

Zuccoti Park, uma praça pequena, um quarto de um quarteirão, é um acampamento com dezenas de barracas azuis, com canteiros, árvores e obras de arte. Difícil dizer se há mais barracas ou gente na praça ou se há gente dentro das barracas, a maioria delas individuais.

Meu primeiro informante, David, na mesa de entrada, não sabia informar quantas pessoas estavam na praça, dentro ou fora das barracas. Quinhentos? Mil?

Ontem foi o segundo dia dele na praça. Ocupava uma praça em Lafayette, Arkansas, mas a policia desocupou a praça e ele veio para cá com cinco amigos. Aposentado, com muito cabelo e poucos dentes, está animado com a cidade e o movimento.

Na frente da mesa dele há um sinal "nos pergunte" e um poster com os eventos do dia. De 9 da manhã às 10 da noite há reuniões e debates sobre diferentes temas, marchas e outras atividades.

Nem um minuto de vadiagem ou sacanagem. Às 3 da tarde iam protestar na frente de uma das maiores seguradoras de saúde do país. Marcharia com eles se não quisesse ocupar a praça. Meu plano de saúde custa uma obscenidade.

David me mandou para outra barraca de informações e quando disse que era da BBC Brasil, o novo informador sugeriu que eu fosse à barraca de informações em espanhol.

"No Brasil, nós falamos português".

"Sinto muito, ainda não temos o departamento em português."

A barraca central não é grande, mas era a mais interessante. Umas quarenta pessoas em pé ou sentadas no chão ouvindo oradores. A arenga do orador é interminável e um dos organizadores diz que ele está repetitivo.

"Há ou não liberdade de expressão nesta praça?", protesta o orador.

"Há, mas você repete o mesmo argumento."

"Você é quem manda?"

"Ninguém manda."

Um ocupador que tinha um caderno de anotações na mão chama o orador seguinte. Há 28 na lista dele.

Finalmente entendo que o tema do debate é se devem ou não "modificar" o movimento, que é criticado por ter excessos de objetivos, falta de definição e liderança.

O orador seguinte é um negro de uns quarenta anos, articulado, com um terno impecável. Ele diz ao ocupantes que o movimento é importantíssimo, mas que alguém deve assumir a liderança e o controle. Sugere que criem um logotipo, botões, camisetas e vendam ações do movimento por US$ 10.

Esta parte das ações confunde a maioria dos ocupantes.

"Vender ação de que para quem? Somos contra partidos vendidos, movimentos organizados e este tipo de empresa que você sugere. Já temos logo e botões, mas não queremos lucros nem ser empresa."

Há uma mesa "Free Empathy", responsável pela harmonia dos debates. Quando chegam ao ponto do impasse, grosseira, a mesa oferece um mediador.

Depois de conversar com uma dúzia de ocupantes, você ouve opiniões de anarquistas e radicais que querem o fim do sistema politico e do capitalismo, mas a maioria que conversou comigo quer uma sociedade mais justa e um governo menos manipulado pelas corporações.

O orador seguinte ofereceu um cenário prático. "É essencial atrair mais gente para o movimento". Como, ele não sabia, mas "é melhor ter mais gente debaixo da barraca mijando para fora do que mais gente mijando dentro da barraca". E daí?

Alguém comparou a praça Zuccotti com a praça de Atenas, 500 anos anos de Cristo e uma população de 40 mil habitantes. E daí?

De tudo que vi, ouvi e li sobre a ocupação, acho que o colunista Nicholas Kristoff, do New York Times, chega mais perto da verdade. Ele cobriu os protestos na Praça Tahir, no Egito, e no Zuccotti Park, em Manhattan.

Viu grandes diferenças e semelhanças. Os egípcios queriam liberdade, empregos e uma dúzia de direitos. Os ocupadores da Wall Street também querem tudo, mas quando destilou o protesto, chegou à desigualdade econômica.

Hoje, há mais igualdade no Egito e na Tunísia do que nos Estados Unidos. Os 400 americanos mais ricos tem mais do que 150 milhões das classes menos afluentes.

1% tem mais riqueza do que 90% do país. Durante o governo Bush, 65% dos ganhos beneficiaram 1% da população. A História mostra que sociedades economicamente desiguais são as menos prósperas.

Minha primeira cobertura de protesto foi em Chicago. Sexo, drogas, rock’n’roll, gás lacrimogênio e pancadaria. Gerou atentados terroristas e a vitória de Richard Nixon.

Pelo que você encontra na praça, todos os caminhos são possíveis, mas não há sinais de drogas, sexo nem violência, e a música é medíocre. Mas será que vai gerar um Nixon ou um Ronald Reagan?

Na saída do parque, encontro Michael Wright, um empreendedor. Negro, vende camisetas com diferentes frases. Uma delas diz "Occupy Wall Street" e custa US$ 20.

Michael não tem conexões com o protesto. Nem contra nem a favor. Quer os dólares.

"20 por uma camiseta anticapitalista? Você devia cobrar 2."

"Carrego estas caixas nas costas lá do Bronx. Você quer pagar quanto?"

"Dou 10. Tamanho G."

Não tinha. Acabei saindo com uma de manga comprida, com capuz, por US$ 40 e uma tamanho M, de brinde.

Comigo a Wall Street venceu.

BBC Brasil – Notícias – Lucas Mendes: Ocupei a Wall Street

04/11/2011

Brasil avança no ranking do IDH

Filed under: Brasil,IDH — Gilmar Crestani @ 9:28 am
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Mas alta desigualdade persiste

João Fellet

Da BBC Brasil em Brasília

Atualizado em  2 de novembro, 2011 – 09:10 (Brasília) 11:10 GMT

IDH brasileiro chegou a 0,718 ponto, fazendo o país alcançar a 84ª posição entre 187 países.

Embora o Brasil tenha aumentado ligeiramente seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) neste ano e subido uma posição no ranking global do indicador, o país mostrou resultados piores quando considerada a desigualdade social e a de gênero, segundo o Relatório de Desenvolvimento de 2011 do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

Em 2011, o IDH brasileiro chegou a 0,718 ponto, valor 0,003 ponto superior ao de 2010. O desempenho fez o país ultrapassar a nação caribenha de São Vicente e Granadinas e alcançar a 84ª posição entre 187 países.

Com isso, o Brasil permaneceu no grupo de países com IDH elevado, uma categoria abaixo das nações com IDH muito elevado e acima das nações com IDH médio ou baixo.

O IDH, que varia entre zero e um (quanto mais próximo de um, maior o nível de desenvolvimento humano), leva em conta as realizações médias de um país em três dimensões: a possibilidade de usufruir uma vida longa e saudável, o acesso ao conhecimento e um padrão de vida digno.

Como em 2010, o ranking deste ano é liderado por Noruega (0,943), Austrália (0,929) e Países Baixos (0,910).

Na América do Sul, o Brasil obteve um índice superior aos da Colômbia (0,710), Suriname (0,680), Paraguai (0,665), Bolívia (0,663) e Guiana (0,633). Já Chile (0,805), Argentina (0,797) – ambos na categoria de IDH muito elevado –, Uruguai (0,783), Venezuela (0,735), Peru (0,725) e Equador (0,720) ficaram à frente do Brasil.

Desigualdade social

Ainda que tenha evoluído neste ano, o IDH brasileiro despenca para 0,519 (desvalorização de 27,7%) quando são considerados indicadores que medem a desigualdade social.

O IDHAD (Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade) combina o IDH com dados que levam em conta a equidade no acesso à saúde, educação e renda. Em situação de igualdade perfeita, o IDH e o IDHAD são iguais; quanto maior a diferença entre os dois, maior a desigualdade.

Por esse cálculo, publicado pela primeira vez neste ano, o Brasil obtém a 73ª posição entre 134 países.

O IDHAD brasileiro é inferior ao de muitas nações que estão atrás do país no ranking do IDH, como Gabão (com IDHAD de 0,543), Sri Lanka (0,691) e Uzbequistão (0,549).

Nas duas primeiras posições do ranking do IDH, Noruega e Austrália também ocupam os dois primeiros postos na lista do IDHAD. Em terceiro lugar, porém, está a Suécia – que só ocupa a décima posição no ranking do IDH.

Já os Estados Unidos, que ocupam a quarta posição no ranking do IDH, despencam para o 23º posto na lista do IDHAD, principalmente devido à desigualdade de renda e, em menor grau, ao acesso à saúde.

No Brasil, a desigualdade de renda também é a principal responsável pela perda de pontos no IDHAD, seguida pela desigualdade na educação e na expectativa de vida.

O Brasil também tem seu desempenho prejudicado quando a desigualdade entre homens e mulheres é levada em conta. Nesse quesito, o país fica na 80ª posição entre 146 nações. O ranking é liderado por Suécia, Países Baixos e Dinamarca e tem, nas últimas posições, Iêmen, Chade e Níger.

Clique Leia mais: Degradação ambiental ameaça progresso em países emergentes, diz ONU

Destaques

Embora revele a disparidade social e de gênero no país, o relatório elogia práticas adotadas pelo Brasil nos últimos anos, como a expansão no acesso à água e a criação do Bolsa Família, programa de transferência de renda que beneficia famílias mais pobres.

O documento afirma que o programa custa apenas 0,4% do PIB (Produto Interno Bruto) do país e pode estar por trás da diminuição do fosso de renda entre os trabalhadores de alta e baixa especialização nos últimos anos.

O Pnud também atribui a diminuição na desigualdade de renda à expansão da cobertura do ensino básico nas últimas décadas, mas alerta que dificuldades no acesso ao ensino universitário enfrentadas pelos mais pobres podem impor obstáculos a essa tendência.

O relatório cita ainda melhorias promovidas por Curitiba nos setores de planejamento urbano e transportes para enfrentar o crescimento demográfico rápido. "A cidade tem agora a mais elevada taxa de utilização de transportes públicos do Brasil (45% de todas as viagens) e uma das mais baixas taxas de poluição do ar do país."

Também merecem elogios o desenvolvimento, pelo governo federal, de sistemas de esgotos residenciais mais baratos, e a implantação, desde os anos 1960, de um sistema nacional de distribuição de gás de cozinha – ambos os fatores, diz o relatório, contribuíram com o avanço do IDH brasileiro nos últimos anos.

BBC Brasil – Notícias – Brasil avança no ranking do IDH, mas alta desigualdade persiste

02/11/2011

No Rio, milícias; em São Paulo, PCC; no RS, a RBS

Filed under: Marcelo Freixo,Milícias — Gilmar Crestani @ 7:33 am
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Cada um tem o poder paralelo que merece…

‘Já mataram uma juíza e agora ameaçam minha vida’, diz deputado no Rio

Para Marcelo Freixo (PSOL), milícias são uma ameaça direta ao poder público no Brasil

01 de novembro de 2011 | 20h 21

RIO – A poucas horas de deixar o Brasil após uma série de ameaças de mortes, o deputado estadual do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSOL) disse que as milícias já são uma ameaça direta ao poder público no Brasil.

Veja também:
link Há aval das autoridades para atuação das milícias no Rio, diz Anistia
link Estadão ESPN: ‘Eu não vou recuar’, diz Marcelo Freixo

Marcelo Freixo antes de deixa o Rio por causa de ameaças de milícias - Tasso Marcelo/AE

Tasso Marcelo/AE

Marcelo Freixo antes de deixa o Rio por causa de ameaças de milícias

Em entrevista à BBC, ele disse que sairá do País por poucos meses e afirmou que o assassinato da juíza Patrícia Acioli, com armas da polícia, foi um recado claro ao Estado democrático de direito.

"Já torturaram jornalistas, já mataram uma juíza e agora ameaçam minha vida como parlamentar", afirmou Freixo. Ativista de direitos humanos, seu trabalho inspirou um dos personagens do filme Tropa de Elite 2.

Por que o sr. vai sair do Brasil?
Porque recebi sete ameaças de morte em outubro. Foi um aumento muito grande dessas ameaças neste momento. Por isso aceitei o convite da (ONG) Anistia Internacional para passar uns dias fora. O tempo suficiente para fazer um ajuste da minha segurança aqui no Rio de Janeiro, para que eu possa voltar e continuar meu trabalho e, de alguma maneira, continuar denunciando tudo o que está acontecendo aqui no Rio.

O sr. já está fora do País?
Ainda não, mas vou hoje.

Pode dizer para onde está indo?
Não, não posso.

O sr. tem recebido ameaças…
Sim, recebo ameaças desde 2008 porque presidi a CPI que investigou as milícias. Mas neste mês de outubro foram sete ameaças, então houve uma intensificação muito forte. Por isso aceitei esse convite.

De onde vêm essas ameaças?
São das milícias, várias milícias. Tenho ameaças que chegam de vários lugares, mas é sempre uma ação miliciana. São os grupos milicianos que foram investigados em 2008.

Você tem algum outro dado? Quais são essas milícias? De que território do Rio de Janeiro?
Principalmente da zona oeste do Rio.

São grupos formados por policiais em atividade ou aposentados?
Eles são controlados por policias em atividade. Há um informe da CPI de que teve uma investigação que fizemos que levou à prisão de mais de 500 membros de milícias aqui no Rio. Por isso recebo essas ameaças. Porque vários de seus líderes foram presos pela investigação que fizemos.

Tudo isso e também o assassinato de uma juíza no Rio, algo inédito. O sr. acredita que isso mostra que as milícias estão se tornando um desafio direto ao poder público no Brasil?
Sim, sem dúvida nenhuma. A milícia é um desafio ao Estado democrático de direito. É uma máfia estabelecida. Mataram a juíza, usando as armas da polícia, a munição da polícia. Foi uma mensagem ao Estado democrático de direito. Já torturaram jornalistas, já mataram uma juíza e agora ameaçam minha vida como parlamentar.

Que tipos de negócios essas milícias operam?
Transporte alternativo de microônibus, comércio ilegal de gás de botijão, ligação clandestina de TV a cabo, extorsão direta dos moradores e cobrança de impostos. São muitas atividades econômicas. E o domínio do território deles é muito forte.

O sr. disse em uma entrevista ao jornal britânico The Guardian que não faz esse trabalho por ser um "herói", mas por ser sua "obrigação". Agora que está deixando o Brasil, como se sente?
Vou sair por pouco tempo. Volto ainda neste mês de novembro. Ficarei menos de um mês fora. Volto e vou continuar fazendo esse trabalho.

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‘Já mataram uma juíza e agora ameaçam minha vida’, diz deputado no Rio – brasil – geral – Estadão

01/11/2011

Democracia made in USA

Filed under: Boicote,Democracia made in USA,UNESCO — Gilmar Crestani @ 7:17 pm
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Decisão para ser cumprida são apenas as que eles tomarem. Como aquela de inventar armas de destruição em massa no Iraque. Por que eles cobram dos outros o cumprimento de decisões da ONU mas eles não se submetem a elas? Será que existe algum imbecil para considerar que os EUA ainda tem algo de bom a ensinar ao mundo? Não é possível que depois de tantas demonstrações de irresponsabilidade, de desapreço pela civilidade alguém ainda possa levar a sério aquele amontoado de bosta de cowboy.

Unesco terá de conviver com corte de ajuda dos EUA, diz embaixadora brasileira

Daniela Fernandes

De Paris para a BBC Brasil

Atualizado em  31 de outubro, 2011 – 20:46 (Brasília) 22:46 GMT

Plenaria Unesco. AFP

A entrada da Palestina foi aprovada por 107 votos a favor, 14 contra e 52 abstenções

A Unesco, que aprovou nesta segunda-feira a adesão da Palestina como membro pleno da organização, "terá de conviver" com o corte da ajuda anual americana à agência da ONU, afirma a embaixadora do Brasil na Unesco, Maria Laura da Rocha.

Contrários à entrada dos palestinos na Unesco, os Estados Unidos anunciaram a suspensão de um pagamento de US$ 60 milhões que seria feito à organização em novembro.

Notícias relacionadas

"Se não houver jeito e a verba não vier, vamos continuar trabalhando mesmo em situações mais difíceis", disse à BBC Brasil a embaixadora brasileira, que votou a favor da adesão da Palestina.

Ela diz, no entanto, que existe "apreensão" na Unesco em relação ao corte dos fundos americanos, já que o país é muito importante e ativo na organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, com sede em Paris.

A ajuda anual dos Estados Unidos à Unesco, de cerca de US$ 70 milhões, representa 22% do orçamento da organização.

"Nós vamos ter de trabalhar para preservar os recursos financeiros da Unesco", declarou nesta segunda-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

França e Alemanha

"Se não houver jeito e a verba não vier, vamos continuar trabalhando mesmo em situações mais difíceis "

Maria Laura da Rocha, embaixadora brasileira na Unesco

A Unesco foi a primeira agência da ONU a reconhecer o Estado Palestino, que se tornou o 195° membro da entidade.

A resolução foi aprovada por 107 votos a favor, 14 contra e 52 abstenções.

Brasil, China, Rússia, Índia e França (que havia expressado reservas em relação à iniciativa) estão entre os países que votaram a favor.

Estados Unidos, Alemanha e Canadá se opuseram ao ingresso da Palestina como membro pleno. A Itália e a Grã-Bretanha se abstiveram.

Os Estados Unidos declararam que a adesão da Palestina é "prematura e contraproducente".

"Essa ação realizada hoje complica nossa capacidade de apoiar os programas da Unesco", afirmou o embaixador americano na organização, David Killion.

Duas leis americanas, do início dos anos 90, proíbem que o governo desembolse recursos em organizações da ONU que reconhecerem entidades não reconhecidas internacionalmente e que tenham em seus quadros de funcionários membros da Organização para a Liberação da Palestina (OLP).

Cooperação

A diplomacia brasileira argumenta que a Unesco já estava vinculada à Autoridade Nacional Palestina (ANP), que tinha o estatuto de membro observador na organização, e que não há ligação com a OLP.

"Entre os países membros da Unesco, 107, a grande maioria, já reconhece a Palestina como Estado membro", diz a embaixadora, sugerindo que não há um problema de falta de reconhecimento internacional.

O Brasil só reconheceu oficialmente o Estado Palestino em dezembro do ano passado.

A contribuição anual do Brasil à Unesco é da ordem de US$ 5 milhões, mas o país realiza atividades de cooperação extraorçamentárias, que em 2010 atingiram US$ 70 milhões, segundo Rocha.

Para a embaixadora, a aprovação pela Unesco da entrada da Palestina "é algo natural", em razão desse amplo reconhecimento internacional, e também porque esse pedido já fazia parte da agenda da organização desde 1989.

Ela espera que esse problema em relação à legislação "possa ser contornado" pelos americanos e que isso não significa a saída do país da organização.

Rocha lembra que a Unesco continuou desempenhando suas atividades durante o período em que os americanos se retiraram da organização.

Boicote

Não é a primeira vez que os Estados Unidos suspendem a ajuda à Unesco. O país boicotou a instituição durante 18 anos, entre 1985 e 2003, alegando problemas de gestão da agência da ONU.

Rocha diz esperar que a adesão da Palestina à Unesco contribua para melhorar o diálogo entre palestinos e israelenses.

O governo de Israel, que prometeu cortar sua ajuda financeira à Unesco, diz justamente o contrário e afirma que a iniciativa irá prejudicar as negociações de paz.

A vitória diplomática dos palestinos na Unesco poderá abrir caminho para o reconhecimento do Estado pelo Conselho de Segurança da ONU, conforme pedido apresentado em setembro pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, e que está sendo discutido.

BBC Brasil – Notícias – Unesco terá de conviver com corte de ajuda dos EUA, diz embaixadora brasileira

O mundo gira e a Lusitana roda!

Filed under: Crise Financeira Européia,Dilma,G20 — Gilmar Crestani @ 7:09 pm
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Como diria Camões:

“E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.”

Que saudades daqueles tempos que o Brasil não era sequer convidado. E para entrar, não bastava visto, precisava também ser revisto! Agora, não. É esse refestelamento, esta bajulação toda. Como dizia aquela velha propaganda da empresa de mudanças: “O mundo gira e a Lusitana roda!

Com Europa à espera de ajuda, Dilma chega a Cannes

Rogerio Wasserman, Enviado especial da BBC Brasil a Cannes

Atualizado em  1 de novembro, 2011 – 16:14 (Brasília) 18:14 GMT

Dilma desembarca em Cannes/PR

Dilma desembarca em Nice, no litoral da França, antes de seguir para Cannes

A presidente Dilma Rousseff chegou na tarde desta terça-feira a Cannes, na França, onde participa, na quinta e na sexta-feira, da reunião anual de cúpula do G20, o grupo que reúne as principais economias do mundo.

Reunião do G20

A expectativa é a de que a agenda da reunião seja dominada pelas discussões a respeito da crise das dívidas nos países da zona do euro.

O Brasil, que na reunião de cúpula do ano passado, em Seul, na Coreia do Sul, havia levantado a questão da chamada "guerra cambial", que se tornou o ponto central daquela reunião, chega desta a vez a Cannes na posição de um dos "objetos do desejo" dos países europeus.

Os países europeus desejam que os grandes países emergentes, como a China e, em menor extensão, o Brasil, se comprometam com uma ajuda aos países europeus que enfrentam dificuldades para rolar suas dívidas.

O principal meio de ajuda seria pela compra de títulos do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, criado para ajudar os países da região em dificuldades e cuja expansão foi anunciada após um encontro de líderes europeus na semana passada.

Apesar disso, fontes dos governos dos países do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) já afirmaram que estão dispostos a ajudar, mas que preferem que o caminho para essa ajuda seja através do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Investimento e emprego

G20 em Cannes/Reuters

‘Novo Mundo, Novas Ideias’ diz logo do G20 em Cannes, onde Europa espera auxílio de emergentes

Na segunda-feira, antes de embarcar para a França, Dilma afirmou em um discurso para empresários, em São Paulo, que a posição que o Brasil levará à reunião é a de que "o G20 deve agir, propondo medidas financeiras emergenciais e também um plano de sustentação do investimento e do emprego".

No início do mês, durante a cúpula União Europeia-Brasil, em Bruxelas, Dilma já havia defendido posição parecida, afirmando que "a história mostra que só seremos capazes de sair da crise com medidas de estímulo ao crescimento econômico somadas a políticas de estabilidade macroeconômicas, assim como políticas sociais, de criação de empregos e de crescimento".

Dilma chegou à França acompanhada do ministro da Fazenda, Guido Mantega, do chanceler Antonio Patriota e da secretária de Comunicação Social, Helena Chagas.

A agenda oficial da presidente em Cannes tem início somente nesta quarta-feira, quando ela deve manter encontros bilaterais com outros chefes de Estado também presentes na cúpula.

Existe a possibilidade ainda de uma reunião, não confirmada, entre os líderes dos Brics para a discussão de uma agenda comum durante a cúpula, a partir de quinta-feira.

BBC Brasil – Notícias – Com Europa à espera de ajuda, Dilma chega a Cannes

Por que será que ele é contra CPMF?

Filed under: Banco Itaú — Gilmar Crestani @ 7:01 pm
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Se quebrar, o governo ajuda. Se lucra muito, investe no PIG para capturar o Governo via Banco Central. Enquanto não houver limite, os bancos deitam e rolam.

Lucro líquido de Itaú chega a R$ 3,8 bilhões no terceiro trimestre

Atualizado em  1 de novembro, 2011 – 12:14 (Brasília) 14:14 GMT

O banco Itaú Unibanco alcançou um lucro líquido de R$ 3,8 bilhões no terceiro trimestre de 2011, um aumento de 25,5% em comparação com o mesmo período de 2010.

No período de janeiro a setembro de 2011, o lucro líquido do banco foi de R$ 10,9 bilhões, uma alta de 16,0% em relação ao mesmo período de 2010.

O total de ativos do banco também registrou alta de 11,5% em 2011, atingindo os R$ 837 bilhões no dia 30 de setembro.

Segundo a agência Bloomberg, o Itaú Unibanco subiu da 10ª para a 9ª posição entre os maiores bancos do mundo, com valor de mercado de R$ 131,3 bilhões, no dia 30 de setembro de 2011.

BBC Brasil – Radar de Notícias – Lucro líquido de Itaú chega a R$ 3,8 bilhões no terceiro trimestre

27/10/2011

Gol contra

Filed under: Cosa Nostra,FIFA,InVeja — Gilmar Crestani @ 9:32 am
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Dilma não percebeu a bola nas costas. Todos os que não querem a Copa de 2014 vão fazer de tudo para atrapalhar. A máfia, quando não puder participar, destrói. Ela deveria fazer uma visita à Sicília. Alugar um carro da máfia, como fiz várias vezes, já que é baratinho. Eles lavam os carros e o dinheiro… E conhecer o interior da Sicília. Olhar no rosto daqueles velhinhos pachorrentos sentados na porta dos bares. Alguns até são parecidos com Roberto, o Civita…

Queda de ministro prejudica imagem do Brasil no exterior, dizem especialistas

Júlia Dias Carneiro

Da BBC Brasil no Rio de Janeiro

Atualizado em  26 de outubro, 2011 – 20:51 (Brasília) 22:51 GMT

Jogador brasileiro Dudu. AFP

Para professor francês, renúncia contrasta com imagem "muito positiva" que o Brasil tem na Europa

A queda do ministro do Esporte, Orlando Silva (PC do B), prejudica a imagem do Brasil no exterior e aponta para a necessidade de se prevenir a corrupção em vez de se remediá-la, dizem especialistas.

Para Michel Desbordes, professor de marketing esportivo na Université Paris-Sud, a notícia é um golpe para a imagem do país lá fora.

"Claro que é um problema, porque em uma Copa do Mundo você quer mostrar a imagem mais moderna do seu país, e esse fato passa uma imagem do Brasil mais parecida com a que tínhamos há 30 ou 40 anos", diz.

Para Desbordes, o fato contrasta com a imagem "muito positiva" que o Brasil tem na Europa hoje em dia. Entretanto, ele diz acreditar que o estrago não será grande, já que o país tem uma grande vantagem:

"Como a Copa do Mundo ainda está distante, ninguém na Europa ainda está muito preocupado. Se isso acontecesse a três ou seis meses do evento, aí sim, seria um problema", diz o francês, organizador do livro Marketing e futebol: Uma perspectiva internacional.

O problema poderia ser mais grave não apenas para o Brasil, como também para a Fifa. Desbordes acredita que a entidade tenha desempenhado papel importante nos bastidores para evitar que a crise local arranhasse a sua imagem internacional.

"A Fifa tem essa tem uma marca fortíssima que é a Copa do Mundo. Se as pessoas no exterior ouvem falar em um problema de corrupção relacionado à organização da Copa, elas escutam ‘Brasil’ mas escutam também ‘Fifa’", aponta.

"Claro que é um problema, porque em uma Copa do Mundo você quer mostrar a imagem mais moderna do seu país, e esse fato passa uma imagem do Brasil mais parecida com a que tínhamos há 30 ou 40 anos"

Michel Desbordes, professor de marketing esportivo na Université Paris-Sud

"A Fifa não pode correr qualquer risco com relação à sua imagem, então tenho certeza que tiveram um papel", diz Desbordes.

Ministério paralisado

Silva deixa o cargo em meio a denúncias de envolvimento em desvios de verbas destinadas a ONGs em sua pasta, e que vinham se arrastando há duas semanas. Ele é o sexto ministro a deixar o governo da presidente Dilma Rousseff desde junho.

De acordo com José Roberto Bernasconi, presidente do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), a indefinição gerada pelas acusações a Silva vinha paralisando parte dos trabalhos no Ministério do Esporte.

"O mais importante era ter algo definitivo: ou que o ministro ficasse com força, ou que saísse", afirma Bernasconi. "Se o ministro tem que passar seu tempo dando explicações, ele não consegue cuidar das questões de fato importante de sua pasta."

Isso foi explicitado nesta terça-feira, quando Silva passou a tarde no Congresso para debater a Lei Geral da Copa. A maior parte do tempo da audiência pública foi dedicada a defesas ou ataques à permanência do ministro, que apresentou sua carta de demissão na noite desta quarta-feira.

Logo da Fifa. Reuters

Imagem da FIFA também é abalada com a demissão, na opinião de Desbordes

Coordenador nacional de mobilização do projeto Jogos Limpos, Felipe Saboya considera cedo para avaliar o que vai mudar em relação à organização dos grandes eventos.

Mas diz que o maior envolvimento que a presidente Dilma vinha tendo, buscando "tomar as rédeas do processo", indicava que não estava satisfeita com a organização e o andamento das obras.

Controle social

Saboya salienta que a renúncia do ministro não é uma solução para o problema da corrupção, que deve ser atacado de maneira preventiva, com maior transparência e controle social da população sobre os investimentos públicos.

"A gente consegue identificar no governo atual uma vontade muito grande de combater a corrupção. Mas precisamos dar passos além. É preciso aprimorar o marco regulatório em relação ao combate à corrupção", afirma.

Ele destaca um levantamento recente feito pela Frente Parlamentar de Combate à Corrupção do Congresso, mostrando que mais de 100 projetos ligados ao combate da corrupção estão parados no Congresso.

"Se a gente selecionasse e priorizasse alguns destes, já daria passos muito importantes em direção à prevenção da corrupção", diz o coordenador nacional do projeto Jogos Limpos.

Uma iniciativa do Instituto Ethos, o projeto foi criado em janeiro para promover o envolvimento e a cobrança da população em relação aos investimentos feitos no país para sediar a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016.

Com comissões nacionais e nas 12 cidades-sede, o projeto conta com a adesão de mais de cem organizações no país, entre representantes da sociedade civil, de empresários, de acadêmicos e de trabalhadores.

Em uma das ações que vem tomando para promover a transparência nos gastos públicos, por exemplo, está a cobrança de que os municípios e os estados identifiquem claramente quais são os investimentos direcionados a obras para os grandes eventos nos orçamentos para 2012, atualmente em discussão.

"Nosso objetivo é desenvolver uma cultura de maior transparência, no contexto do combate à corrupção. Para isso precisamos de maior envolvimento da população. Este é o pulo do gato: a sociedade brasileira precisa exercer controle social sobre os investimentos públicos brasileiros, monitorando e intervindo quando for preciso."

Colaborou Paulo Cabral, da BBC em São Paulo

BBC Brasil – Notícias – Queda de ministro prejudica imagem do Brasil no exterior, dizem especialistas

26/10/2011

Bem que eles poderiam pagar a conta que fizeram

Filed under: Corruptores,Cosa Nostra,Crise Financeira Européia — Gilmar Crestani @ 9:09 am
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Rede ‘pequena’ de corporações controla economia global, diz pesquisa

Atualizado em  26 de outubro, 2011 – 06:01 (Brasília) 08:01 GMT

Gráfico traz empresas muito conectadas em vermelho, e superconectadas, em amarelo (Foto: PloS ONE)

A economia global é comandada por uma "superentidade" formada por uma rede de relativamente poucas corporações transnacionais, cuja relação estreita de propriedade entre si traz riscos à estabilidade do sistema econômico mundial, segundo estudo realizado por cientistas com base na Suíça.

A pesquisa, feita por especialistas do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, com sede em Zurique, e que será publicada na revista científica PloS ONE, usou métodos de análise de sistemas complexos para estudar 43.060 multinacionais, a partir de uma base de dados de 37 milhões de empresas e investidores de todo o mundo, datada de 2007.

Das corporações estudadas, os cientistas criaram um modelo a partir das participações acionárias das empresas entre si, somadas a seus lucros operacionais. Assim, os pesquisadores chegaram a um "núcleo" de 1.318 corporações que possuem no mínimo duas outras – embora elas tivessem, em média, elos com 20 outras empresas.

Essa rede de 1.318 companhias, de acordo com a pesquisa, possuía a maior parte das ações de empresas de alta confiabilidade e lucratividade (conhecidas como ações blue chip) e de manufatura do mundo, que representam cerca de 60% dos lucros operacionais globais.

A maioria das corporações que compõem este grupo é formada por bancos. Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha são os países com o maior número de empresas nesta lista, seguidos por França, Espanha e Itália. O banco Bradesco é a única empresa brasileira que está neste núcleo.

Rede restrita de corporações

Ao estreitar ainda mais a rede de propriedade das corporações, os cientistas encontraram uma "superentidade" formada por 147 empresas que possuem parte ou a totalidade da propriedade umas das outras. Segundo o estudo, esta "superentidade", embora represente menos de 1% das multinacionais do mundo, comanda 40% da riqueza gerada pelas outras 42.913.

Protesto em Madri. Foto: Reuters

Estudo é divulgado depois que ativistas de todo o mundo protestaram contra as corporações

A exemplo do grupo mais amplo, esta rede "superexclusiva" é formada, em sua maioria, por instituições financeiras. Entre as 20 corporações mais poderosas desta relação estão o banco britânico Barclays (em primeiro lugar) e os bancos americanos JPMorgan Chase e Goldman Sachs.

Pelo fato de a pesquisa ter usado dados de 2007, a instituição financeira americana Lehman Bros., cuja falência acabou dando início à crise mundial de 2008, aparece em 34º lugar entre as corporações mais poderosas da "superentidade".

Os autores da pesquisa afirmam que, usando métodos de análise de sistemas complexos, pretenderam realizar um estudo sobre a economia global levando em conta informações "puras", e não convicções ideológicas. "Deixe os dados falarem, e não os dogmas", disse um dos pesquisadores, James Glattfelder, em seu blog.

O estudo, no entanto, sofreu críticas. O especialista Yaneer Bar-Yam, chefe do Instituto de Sistemas Complexos da Nova Inglaterra (EUA), disse à revista New Scientist que a pesquisa iguala as noções de propriedade e de controle, o que não seria, segundo ele, sempre a mesma coisa.

Riscos à estabilidade

As 20 maiores corporações "superconectadas"

1. Barclays (Grã-Bretanha)
2. Capital Group Companies (EUA)
3. FMR Corporation (EUA)
4. AXA (França)
5. State Street Corporation (EUA)
6. JP Morgan Chase (EUA)
7. Legal & General Group (Grã-Bretanha)
8. Vanguard Group (EUA)
9. UBS (Suíça)
10. Merrill Lynch (EUA)
11. Wellington Management (EUA)
12. Deutsche Bank (Alemanha)
13. Franklin Resources (EUA)
14. Credit Suisse (Suíça)
15. Walton Enterprises (Grã-Bretanha)
16. Bank of New York Mellon Corp (EUA)
17. Natixis (França)
18. Goldman Sachs (EUA)
19. T Rowe Price Group (EUA)
20. Legg Mason (EUA)
Fonte: PloS ONE

De acordo com o economista John Driffill, da Universidade de Londres, este estudo é o primeiro a identificar empiricamente algo há muito debatido, que é a rede de poder formada por um grupo razoavelmente pequeno de grandes corporações transnacionais.

Segundo ele, no entanto, a importância do estudo não reside tanto no fato de verificar a existência de uma "superentidade" que comanda a economia no mundo, e sim em trazer novas ideias sobre os riscos à estabilidade financeira global, com base na interdependência entre as corporações.

"O problema na Europa hoje é que todos os bancos que possuem parte da dívida grega e espanhola fizeram empréstimos entre si, então se um deles quebrar, todos os outros quebrarão. São ligações como essas que fizeram com que a quebra do Lehman Bros. em 2008 se tornasse um desastre global", disse Driffill à BBC Brasil.

O estudo foi divulgado depois que ativistas em todo o mundo realizaram ocupações e protestaram contra as grandes corporações e os cortes de gastos públicos.

Driffill afirma, no entanto, que o fato da economia global ser comandada por uma rede limitada de empresas não é algo intencional ou planejado, e sim um movimento espontâneo.

"Este é um grupo grande, formado por mais de cem empresas, com interesses bastante diversos entre si. Não é possível que elas estejam de alguma forma conspirando", afirma.

BBC Brasil – Notícias – Rede ‘pequena’ de corporações controla economia global, diz pesquisa

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