Ficha Corrida

03/05/2015

O Exército Islâmico, versão do PSDB

Manipulação midiaticaOs profissionais da imprensa foram e são o triunfo do PSDB. Vamos começar pela origem. A Rede Globo plantou em FHC sua funcionária Miriam Dutra. Convenceu o amante da funcionária de que ela estava grávida dele. Disso resultou duas providências: a) degredaram a moça para a Espanha; b) FHC foi assim capturado e ficou à mercê dos desígnios da Rede Globo. O silêncio sobre esta operação poderia ter sido quebrado, não houvesse um Engavetador Geral no MP chamado Geraldo Brindeiro. De outro lado, a Globo não fez nada diferente do que mandava a Lei Rubens Ricúpero, revelada no Escândalo da Parabólica, quando Carlos Monforte mostrou a mão leve do jornalismo.

Se é folclórica as sucessivas ligações de José Serra pedindo a cabeça de jornalistas, também não é menos verdade que ele sempre teve à mão sujeitos como Mauro Chaves. Sem um ventríloquo à mão Serra não teria detonado correligionário e concorrente à candidato pelo PSDB, Aécio Neves, com o antológico artigo: “Pó pará, governador!” O jornal Estado de Minas, que comia e come pelas mãos de Andrea Neves, vestiu a carapuça e respondeu: “Minas a reboque, não”. Seja brigando entre si, seja como bucha de canhão contra seus adversário, o PSDB sempre pode contar com uma Judith Brito, um Sirotsky, um Frias, um Mesquita, um Civita, um Marinho. A ANJ está aí para isso mesmo.

A distribuição de milhares de assinaturas de impressos dos assoCIAdos do Instituto Millenium é como alfafa para burros. Vira esterco e sobe à cabeça da manada da marcha dos zumbis.

Fala-se nas execuções de jornalistas pelo EI, mas quando o PSDB faz o mesmo, os comparsas silenciam! É tal de Omertà à moda mafiomidiática!

Jornalistas do Paraná protestam contra violência de máfia tucana

2 de maio de 2015 | 16:33 Autor: Miguel do Rosário

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Quem censura a imprensa no Brasil?

Quais os governos estaduais ameaçam o trabalho da imprensa?

Segundo jornalistas do Paraná, o perigo vem de bandidos ligados a esquemas inscrustados no governo do estado, presidido pelo tucano Beto Richa.

Não há denúncia na grande imprensa, apesar de profissionais da própria imprensa local, em subsidiárias de grandes grupos, estarem à frente de protestos.

No máximo, os protestos chegam ao site da CBN Paraná, mas não à CBN São Paulo ou do Rio de Janeiro.

A denúncia de que membros do governo Beto Richa, assim como fazia o governo de Minas, tem relação autoritária e truculenta com a imprensa, agredindo a parte mais fraca, o profissional de jornalismo, não sai na mídia corporativa.

Os políticos, quando não gostam de uma reportagem, não descontam nos barões de mídia. Eles atacam o trabalhador da imprensa, que a própria empresa de mídia sacrifica facilmente, se for necessário.

Destaco um trecho da notícia publicada há pouco na CBN/PR: “Depois da veiculação de reportagens sobre a rede de corrupção e pedofilia dentro da Receita Estadual do Paraná, um dos jornalistas da RPC TV foi ameaçado de morte, e precisou ser retirado do estado. O produtor James Alberti foi ameaçado por meio de um telefonema no dia 09 de abril. Ele estava em Londrina e recebeu a ligação em que se revelava um esquema para matá-lo por meio de um suposto assalto a uma churrascaria na cidade. Diante da ameaça, a empresa providenciou a retirada do jornalista da cidade onde realizava a investigação que envolve pessoas muito próximas ao governador Beto Richa, como seu parente, Luiz Abi Antoun, e o ex-inspetor geral de fiscalização da Receita Estadual, Marcio de Albuquerque Lima.”

*

Na CBN Paraná.

Jornalistas fazem protesto pela liberdade de imprensa no Paraná

Jornalistas do Paraná fazem neste domingo (03) um protesto contra os casos de intimidação e ameaça a profissionais do estado. A data foi escolhida porque marca a comemoração da Liberdade de Imprensa.

A manifestação foi convocada pelo Sindijor, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná. Uma campanha, com o tema “Basta de perseguição a jornalistas” vai ser lançada no ato, com o apoio do Sindicado dos Jornalistas do Norte do Paraná, Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Federación de Periodistas de América Latina y el Caribe (FEPALC) e a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ).

Depois da veiculação de reportagens sobre a rede de corrupção e pedofilia dentro da Receita Estadual do Paraná, um dos jornalistas da RPC TV foi ameaçado de morte, e precisou ser retirado do estado. O produtor James Alberti foi ameaçado por meio de um telefonema no dia 09 de abril. Ele estava em Londrina e recebeu a ligação em que se revelava um esquema para matá-lo por meio de um suposto assalto a uma churrascaria na cidade. Diante da ameaça, a empresa providenciou a retirada do jornalista da cidade onde realizava a investigação que envolve pessoas muito próximas ao governador Beto Richa, como seu parente, Luiz Abi Antoun, e o ex-inspetor geral de fiscalização da Receita Estadual, Marcio de Albuquerque Lima.

Outro caso de intimidação de jornalistas do Paraná pela Polícia Civil também ganhou repercussão. Profissionais do jornal Gazeta do Povo e do Metro foram pressionados a revelar as fontes de uma reportagem que investigou irregularidades de policiais civis e militares.

O protesto acontece neste domingo (03), na Feira do Largo da Ordem. A concentração foi marcada para 10h, atrás das ruínas.

Jornalistas do Paraná protestam contra violência de máfia tucana | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

04/04/2015

Um caso para entender o MBL e Chequer

bandeira-manifestanteMais fácil para entender como funciona o terrorismo de estado made in USA só desenhando. A pátria que usa a bandeira em todas as cenas que contém emoção, sentimentalismo, na máquina de propaganda chamada Hollywood condena o nacionalismo em todos os demais países.

Por aí também se explica porque Bradley Manning, Julian Assange, Edward Snowden e tantos outros purgam a liberdade de expressão na prisão, sujeitos à pena de morte. A bandeira americana cobre todos os corpos dos assassinos que retornam. Fazem filmes para vender a bandeira norte americana, como Cartas de Iwo Jima, onde o personagem principal é a bandeira ianque hasteada em outro país. Ou como aquela na Lua…

Luis Posada Carriles, Michael Townley  e tantos outros assassinos glorificados em filmes como “Sniper Americano” são assassinos de aluguel para matarem quem ousa atravessar o caminho dos EUA. Na frente sai a NSA, a DEA, a CIA com suas arapongagens na Petrobrás e no Governo. Depois vem os profissionais finanCIAdos para causarem tumulto e fomentarem manifestações antidemocráticas.

O MBL e Rogério Chequer são típicos mercenários recrutados para executarem o papel que antes eram feitos por agentes da CIA diretamente. A CIA se resume a financiar e instrumentalizar com seu know-how em fomentação de golpes. O Movimento Brasil Livre – MBL foi criado e é finanCIAdo para atacar interesses nacionais e facilitar a entrada e a defesa de interesses dos EUA.

O caso trazido pelo El País ajuda a entender porque a marcha dos zumbis tem tanto apoio dos golpistas instalados no Instituto Millenium, um puteiro finanCIAdo pela Gerdau.

Juiz norte-americano confirma proteção legal a Michael Townley

Ex-agente da ditadura chilena é acusado do matar o ex-diplomata espanhol Carmelo Soria

Antonieta Cádiz Houston 3 ABR 2015 – 14:20 BRT

Michael Townley.

“Não podemos obrigar Michael Townley a pagar”, disse o juiz norte-americano John Bates neste mês. Nem mesmo 75 dólares (240 reais) por semana. A família do ex-diplomata espanhol Carmelo Soria tentou em vão que o ex-agente da Diretoria Nacional de Inteligência do Chile (DINA) – testemunha sob proteção nos Estados Unidos – pague sete milhões de dólares como indenização pela tortura e morte de Soria, enquanto no Chile e na Espanha os tribunais ainda discutem o caso.

Em sentença de 13 páginas a que o EL PAÍS teve acesso, o juiz distrital John Bates reconheceu que seu veredicto “não ajuda nada” Laura González-Vera, viúva de Soria, apesar de a Justiça ter anteriormente determinado que Townley pagasse o dinheiro.

Townley, de nacionalidade norte-americana, foi agente da DINA, a polícia secreta do ditador Augusto Pinochet, e participou do sequestro e assassinato do diplomata espanhol em 1976. Há mais de 30 anos vive nos EUA sob o programa de proteção a testemunhas do Governo federal. Antes passou cinco anos preso pelo assassinato do embaixador chileno nos EUA, Orlando Letelier.

O fato de estar no programa de proteção a testemunhas impede informar seu paradeiro, situação financeira, atividades etc. Isso limita a capacidade, por parte dos advogados, de forçar o pagamento. Embora a família tenha pedido ao Governo dos EUA que entregue dados do ex-agente, até agora o Gabinete do Promotor Geral insiste em que fazer isso põe em risco a vida da testemunha.

Em 2005, a Justiça determinou que Tonwley pagasse a González-Vera, mas ele se negou. Depois de uma batalha legal que durou pelo menos cinco anos, fez o primeiro pagamento. Só que deixou de pagar de junho de 2013 a janeiro de 2014.

A viúva de Soria voltou a pedir o pagamento, mas agora o juiz Bates respaldou a posição do Governo dos EUA: “A Lei de Reforma da Segurança para Testemunhas não autoriza os tribunais a interpretar as atividades do promotor geral em relação a uma pessoa sob proteção”. “Seria perigoso divulgar a identidade e localização de uma testemunha protegida, inclusive a um tutor”, explicou o magistrado.

Ali Beydoun, o advogado nos Estados Unidos da família do diplomata espanhol morto, assegurou que insistirão para a se faça justiça. “Cada vez que fomos ao tribunal ou enviamos cartas ao Departamento de Justiça nos dizem que o risco à segurança é muito alto. Mas continuaremos pedindo à agência que considere a injustiça que prevalece nesta situação. Não se trata do dinheiro, e sim de que Townley esteja em liberdade.”

Carmelo Soria (leia sobre sua morte aqui, em espanhol) era editor-chefe na sede da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) em Santiago do Chile e militava no Partido Comunista da Espanha (PCE). Em 1976 foi sequestrado na rua por militares vestidos de carabineiros (policiais). Seu cadáver foi encontrado dois dias depois, com sinais de tortura.

Desde o início dos anos noventa, sua família tenta em vão mandar para a prisão os responsáveis pelo crime, encontrando barreiras como a lei de anistia chilena ou a condição de testemunhas sob proteção.

Em 2002, o Governo do Chile concordou com uma indenização de 1,5 milhão de dólares para a família, depois que ela interpelou o Estado na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. A ratificação pelo Congresso demorou cinco anos. Em 2013 o juiz chileno Lamberto Cisternas determinou que fosse reaberto o caso do assassinato de Soria, mas o nome de Townley foi o grande ausente entre os acusados. “No Chile não se julga Townley. Nâo sabemos por quê e esperamos que façam uma emenda para mudar isso”, afirma Beydoun.

Enquanto isso, na Espanha a Audiência Nacional processou vários agentes pelo assassinato de Soria e alegou que não havia sido efetivo o processo contra esses crimes no Chile. Os agentes foram responsabilizados pelos crimes de genocídio, assassinato e prisão ilegal.

A Espanha pediu ao Chile a extradição de José Ríos San Martin; Jaime Lepe Orellana; Pablo Belmar Labbé; Guillermo Salinas Torres; René Quilhot Palma e Manuel Contreras Sepúlveda, ex-diretor da DINA, mas a Justiça chilena rejeitou o pedido porque o caso estava sob investigação no país. Em 2014 a Audiência Nacional espanhola pediu aos EUA, sem sucesso, a extradição de Townley.

Em 7 de abril o Tribunal Supremo da Espanha decidirá se arquiva ou não os casos ligados à “Justiça universal”, ou seja, a capacidade dos juízes espanhóis de investigar crimes cometidos fora do território do país, entre os quais está o caso do diplomata Carlos Soria. A reforma legal promulgada na Espanha no ano passado pelo Governo do presidente Mariano Rajoy limitou o alcance da Justiça universal. O Supremo deverá deliberar se os tribunais espanhóis têm a competência legal para investigar esses casos.

Juiz norte-americano confirma proteção legal a Michael Townley | Internacional | EL PAÍS Brasil

21/08/2014

Todas as guerras no Oriente Médio tem a ver com a disputa por Petróleo

Pre-sal (2)Há uma história elucidativa do papel criminoso das cinco irmãs do Petróleo. E aconteceu na Itália. O Ministro da Energia italiano resolveu bater de frente com as companhias de petróleo. O que elas fizeram? Se aliaram à máfia e abateram o Ministro em pleno voo, literalmente: Enrico Mattei. Está lá na Wikipédia, para quem quiser ler. Se puderes ler em italiano, a versão é completa: http://it.wikipedia.org/wiki/Enrico_Mattei.

São as mesmas razões que levam os EUA a finanCIArem golpes na Venezuela, e a se a$$oCIArem ao PSDB para abocanharem o Pré-Sal. A disputa nestas eleições também tem a ver com o destino do Pré-Sal. Não é mero acaso o encontro de FHC e Serra com a Chevron, prometendo que em caso de o PSDB ganhar as eleições a Petrobrás será convertida em Petrobrax e vendida a preço de banana, como fizeram com a Vale do Rio Doce. Para se ter uma idéia, o leilão para exploração de alguns aeroportos, por 20 anos, rendeu mais que a venda da Vale. Depois de 20 anos, os aeroportos retornam. A Vale, não!

Não não enganemos. Onde há petróleo, lá haverá distúrbio e guerra. E sabemos quem finanCIA!

Não falemos do petróleo: um artigo de Robert Fisk

Postado em 19 ago 2014

por : Diario do Centro do Mundo

Publicado no Unisinos.

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Iraq_ISISNo Oriente Médio, os primeiros disparos de cada guerra definem a narrativa que todos seguimos obedientemente. Do mesmo modo, esta grande crise, desde a última grande crise no Iraque. Os cristãos fogem por suas vidas? É preciso salvá-los. Yazidis morrendo de fome nas montanhas? Demos-lhes comida. Islamistas que avançam sobre Erbil? Vamos bombardeá-los. Bombardear seus comboios, “artilharia” e seus combatentes, e bombardear uma, duas até que…

Bom, a primeira pista sobre o prazo de nossa última aventura no Oriente Médio chegou no fim de semana, quando Barack Obama disse ao mundo – na mais encoberta “ampliação da missão” da história recente – que “não acredito que iremos resolver este problema (sic) em semanas, isto levará tempo”. Então, quanto tempo? Pelo menos um mês, obviamente. E talvez seis meses. Ou talvez um ano? Ou mais? Após a Guerra do Golfo de 1991 – ocorreram, na realidade, três desses conflitos nas últimas três décadas e meia, com outro em processo –, os estadunidenses e britânicos impuseram uma zona de “não voo” sobre o sul do Iraque e o Curdistão. E bombardearam as “ameaças” militares que descobriram no Iraque de Saddam para os próximos 12 anos.

Obama assentou as bases – a ameaça de “genocídio”, o “mandato” estadunidense por parte do impotente governo em Bagdá para atacar os inimigos do Iraque – para outra guerra aérea prolongada no Iraque? E caso seja assim, o que o faz – ou nos faz – pensar que os islamistas, ocupados em criar seu califado no Iraque e Síria, irão brincar neste cenário alegre? O presidente dos Estados Unidos, oPentágono e o Comando Central – e, suponho, o infantilmente chamado comitê Cobra britânico – realmente acreditam que o ISIS (Estado Islâmico do Iraque e do Levante), apesar de sua ideologia medieval, se sentará nas planícies de Nínive para esperar ser destruídos por nossas munições? Não.

Os rapazes do ISIS ou Estado Islâmico ou califado, seja lá como queiram ser chamados, simplesmente desviarão seus ataques para outras partes. Se o caminho para Erbil está fechado, irão tomar o caminho de Alepo ou Damasco, que os estadunidenses e os britânicos estarão menos dispostos a bombardear ou defender, porque isso significaria ajudar o regime de Bashar al Assad da Síria, a quem devemos odiar quase tanto como ao Estado Islâmico. No entanto, se os islamistas procurarem capturar Alepo, sitiar Damasco e empurrar para o outro lado da fronteira libanesa – a cidade mediterrânea de maioria sunita de Trípoli parece um objetivo chave –, seremos obrigados a ampliar nosso precioso “mandato” para incluir mais dois países, entre outras coisas porque bombardeariam a nação ainda mais merecedora de nosso amor e proteção que o Curdistão: Israel. Alguém pensou nisso?

E depois, é claro, está o inominável. Quando “nós” libertamos o Kuwait, em 1991, todos nós tínhamos que recitar – uma, duas vezes – que esta guerra não era pelo petróleo. E quando “nós” invadimos o Iraque, em 2003, novamente tivemos que repetir, até a saciedade, que este ato de agressão não era pelo petróleo – como se os marinheiros estadunidenses tivessem sido enviados à Mesopotâmia, cuja principal exportação eram os espargos.

E agora, enquanto protegemos a nossos queridos ocidentais em Erbil, socorremos aos yazidis nas montanhas do Curdistão e lamentamos as dezenas de milhares de cristãos que fogem das maldades do ISIS, não devemos – não fazemos isso e não faremos – mencionar o petróleo. Pergunto-me por que não. Não é, por acaso, importante – ou simplesmente um pouco relevante – que o Curdistão represente 43,7 bilhões de barris dos 143 bilhões de reservas do Iraque, assim como 25,5 bilhões de barris de reservas comprovadas e de três até seis trilhões de metros cúbicos de gás? Conglomerados de petróleo e gás globais surgiram em massa no Curdistão – daí, os milhões de ocidentais que vivem em Erbil, ainda que sua presença seja, em grande medida, inexplicável –, para investir mais de 10 bilhões de dólares.

Mobil, Chevron, Exxon e Total estão no local – e não permitiremos que o ISIS se meta com empresas como estas – em que os operadores de petróleo se caracterizam por concentrar 20% de todos os lucros.

De fato, relatórios recentes sugerem que a produção atual de petróleo curdo de 200.000 barris por dia chegará a 250.000, nos próximos anos – a disposição dos garotos do califado se mantém na linha, é claro –, o que significa, de acordo com a agência Reuters, que se o Curdistão iraquiano fosse um país real e não apenas um pedaço do Iraque, estaria entre os 10 países ricos em petróleo mais importantes do mundo. O que, sem dúvida, vale a pena defender. Porém, alguém mencionou isto? Algum repórter da Casa Branca incomodou Obama com apenas uma pergunta sobre este fato destacável?

Claro, nós sentimos pelos cristãos do Iraque – ainda que nos importassem bem pouco, quando sua perseguição começou após a nossa invasão de 2003 -. E devemos proteger as minorias dos yazidis, como prometemos – mas, falhamos –.  Proteger ao 1,5 milhão de cristãos armênios de seus assassinos muçulmanos, na mesma região há 99 anos. Porém, não esqueçamos que os mestres do novo califado do Oriente Médio não são tontos. Os limites de sua guerra se estendem muito além de nossos “mandatos” militares. E eles sabem – ainda que não o admitamos – que nosso verdadeiro mandato inclui essa palavra indizível: petróleo.

Diário do Centro do Mundo » Não falemos do petróleo: um artigo de Robert Fisk

31/05/2014

Tudo o que o primeiro mundo tinha a nos ensinar, veio na ditadura

Filed under: BBC,Ditadura,Imperialismo Colonial,Inglaterra — Gilmar Crestani @ 12:59 pm
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Ditadura x liberdade

Tortura à Inglesa

Enviado por Edsonmarcon, sab, 31/05/2014 – 00:33

Autor: Enviado por Edson Marcon

Na véspera de uma visita do então presidente Ernesto Geisel à Grã-Bretanha, em 1976, havia uma referência indireta à uma "reforma da tortura". Uma das cartas fala de "padrões aceitáveis de interrogatório (por exemplo, o que é permitido na Irlanda do Norte)".

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/05/140530_tortura_grabreta…

Britânicos ensinaram ‘tortura psicológica’ a militares brasileiros na ditadura

Emily Buchanan   –  Repórter de Assuntos Internacionais da BBC

Paulo Malhães

Documentos e depoimentos obtidos com exclusividade pela BBC revelam um lado pouco conhecido da ditadura militar brasileira – a de que autoridades da Grã-Bretanha colaboraram com generais brasileiros – inclusive ensinando técnicas "avançadas" de interrogação equivalentes a tortura. A repórter da BBC Emily Buchanan apurou a história.

Alvaro Caldas pertencia a um grupo comunista quando foi preso em 1970. Ele passou dois anos preso dentro de um quartel da polícia militar no Rio de Janeiro.

Ele foi submetido a espancamentos, choques e pendurado no "pau de arara" – amarrado de cabeça para baixo por horas.

Ao ser solto, ele desistiu da política e passou a se dedicar ao jornalismo esportivo. Em 1973, voltou a ser preso. Caldas foi levado ao mesmo prédio, mas tudo estava diferente por lá.

"Desta vez, a cela estava limpa e esterilizada, com um cheiro nauseante. O ar condicionado era muito frio. A luz estava permanentemente acesa, então eu não tinha ideia se era dia ou noite. Eles alternavam sons muito altos e depois muito baixos. Eu não conseguia dormir de jeito nenhum."

Alvaro conta que a sensação avassaladora que sentia era medo. De tempos em tempos, alguns oficiais entravam na cela, o encapuzavam e levavam para interrogações. Ele sentia que o objetivo era desestabilizá-lo, fazendo-o confessar algum crime que não havia cometido.

Isso não era tortura física, mas sim uma pressão psicológica intensa.

"Por sorte, só passei uma semana lá. Se tivesse ficado duas semanas ou um mês, teria enlouquecido."

‘Sistema inglês’

Esta nova técnica de interrogação ficou conhecida como "sistema inglês". Depoimentos coletados pela Comissão Nacional da Verdade – criada pelo governo para investigar episódios ocorridos durante a Ditadura Militar – explicam o porquê.

Nas mais de 20 horas de seu depoimento, o coronel Paulo Malhães – um dos mais temidos torturadores e que morreu poucos dias depois – ganhou destaque nacional ao confessar ter torturado e mutilado diversas vítimas.

Malhães expressou grande admiração pela tortura psicológica que, para ele, era muito mais eficiente do que a força bruta, especialmente quando a tentativa era de transformar militantes de esquerda em agentes infiltrados.

"Naquelas prisões com portas fechadas, você podia mudar a temperatura, a luz, tudo dentro da prisão. A ideia veio da Inglaterra", disse ele.

Ele admitiu, em conversa em privado com a advogada e integrante da Comissão da Verdade do Rio, Nadine Borges, que viajou à Inglaterra para aprender técnicas de interrogação que não deixavam marcas físicas. Borges relatou detalhes de sua conversa com Malhães à BBC.

"A melhor coisa para ele era a tortura psicológica. Ele também esteve em outros lugares, mas disse que a Inglaterra foi o melhor lugar para aprender."

‘Melhor escola’

O professor Gláucio Soares entrevistou vários generais nos anos 1990. Muitos contaram que enviaram militares à Alemanha, França, Panamá e Estados Unidos para aprender sobre interrogatórios, mas todos elogiaram a Grã-Bretanha como o melhor lugar de aprendizado.

O general Ivan de Souza Mendes teria dito a Soares: "Os americanos também ensinam, mas os ingleses é que são os mestres em ensinar como arrancar confissões sob pressão, por tortura, de todas as formas. A Inglaterra é o modelo de democracia. Eles dão cursos aos seus amigos".

O general Fiuza de Castro disse que os britânicos recomendam deixar os prisioneiros nus antes de interrogá-los, para deixá-los angustiados e deprimidos – um estado que favorece o interrogador.

As técnicas teriam sido criadas nos anos 1960 em territórios britânicos na Ásia e aperfeiçoadas contra militantes na Irlanda do Norte.

O método ficou consagrado em inglês como "Five Techniques", ou "Cinco Técnicas":

  • Manter a pessoa de pé contra uma parede por muitas horas
  • Encapuzar
  • Sujeitar a grandes barulhos
  • Impedir o sono
  • Pouca comida e água

Muitos dizem que essas técnicas equivalem à tortura. Em 1972, elas foram oficialmente proibidas pelo premiê Edward Heath, depois que o público tomou conhecimento que eram usadas contra os militantes irlandeses do IRA.

Mas no Brasil, os métodos de interrogatório psicológico seguiram adiante, atendendo as necessidades dos militares. O péssimo histórico de direitos humanos do Brasil estava começando a atrair publicidade negativa no mundo. Um método que não deixava marcas físicas era considerado perfeito pelos militares para extrair informações.

Aparentemente, não só os militares brasileiros foram à Grã-Bretanha, mas o inverso também aconteceu. O ex-policial Claudio Guerra disse que agentes britânicos deram cursos no quartel-general da polícia militar sobre como seguir pessoas, grampear telefones e usar as celas isoladas.

Guerra disse que viu esses agentes britânicos nas ocasiões em que visitou o quartel-general para recolher corpos de vítimas que sofreram com os métodos antigos.

Correspondências

Há mais pistas sobre a relação entre militares britânicos e brasileiros no prédio dos Arquivos Nacionais, na região londrina de Kew.

Em agosto de 1972, o então embaixador britânico no Brasil, David Hunt, escreveu uma carta secreta a uma autoridade com referência aos métodos mais sofisticados usados pelos brasileiros.

Ele escreveu: "Como você sabe, eu acho, eles (os militares brasileiros) foram influenciados por sugestões e conselhos emitidos por nós; mas esta conexão não existe mais… É importante que o conhecimento deste fato fique restrito."

Na véspera de uma visita do então presidente Ernesto Geisel à Grã-Bretanha, em 1976, havia uma referência indireta à uma "reforma da tortura". Uma das cartas fala de "padrões aceitáveis de interrogatório (por exemplo, o que é permitido na Irlanda do Norte)".

Um documento intitulado "Tortura no Brasil" classificado como "confidencial" fala da péssima publicidade que o Exército brasileiro estava recebendo mundialmente, e de como foram adotadas novas técnicas baseadas em métodos psicológicos.

"O Primeiro Batalhão do Rio estaria usando agora as novas técnicas, cuja introdução foi descrita por um comandante do Exército como uma página tirada da cartilha britânica."

A correspondência do ministério britânico das Relações Exteriores deixa claro que interesses comerciais eram de suma relevância e que o péssimo histórico de direitos humanos do Brasil era subestimado.

Alan Munro, que foi cônsul geral britânico no Rio nos anos 1970, disse que, pessoalmente, não tinha conhecimento da colaboração dos militares britânicos.

"Se os brasileiros estavam procurando técnicas de interrogatório usadas por autoridades britânicas, o melhor exemplo vinha dos primeiros anos da Irlanda do Norte. Isso teria sido aprendido por inciativa dos brasileiros, e no sentido de reduzir as práticas mais crueis, isso teria sido um passo no caminho certo", diz Munro.

Mas os brasileiros não veem isso como "um passo no caminho certo".

O diretor da Comissão da Verdade do Rio, Wadih Damous, disse que há anos conhece o envolvimento dos Estados Unidos no treinamento de militares do regime brasileiro, e que ficou indignado ao tomar conhecimento do papel dos britânicos.

"É sempre chocante ouvir que uma democracia que é tão importante, tão consolidada, tão velha, colaborou com a ditadura", disse Damous.

A BBC pediu uma declaração oficial ao ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha. Um porta-voz disse que "não pode fazer comentários sobre administrações passadas", mas que qualquer política atual do governo de colaboração internacional cumpre com exigências de direitos humanos estabelecidas dentro do país.

Tortura à Inglesa | GGN

02/04/2014

Saiu um Coelho da cartola

zhnE hoje, em plena democracia, a Folha continua tratando a ditadura como ditabranda, e não se sente depreciada por ter emprestado seus carros para que os torturadores desovassem os cadáveres esquartejados pelos arrabaldes. Se o jornalista da Folha não pode falar nos crimes de seu patrão, quem poderá. Os do Estadão? E quem falará da participação do Globo?

Haverá jornalista com espaço em jornal para discutir e cobrar da RBS o apoio dado à ditadura? A RBS por seu jornal de aluguel, Zero Hora, estampou na capa uma foto do ditador de plantão e tratou o sexto aniversário do golpe sanguinário como “revolução democrática”. Está no DNA da RBS seu ódio à democracia e a tudo o mais o que isso signfica:, do grego, demos = povo, cratein = governo! Não é mera coincidência que um dos colonistas mais festejados pelos energúmenos era um inspetor de polícia que traficava para dentro da RBS as informações dos calabouços: Paulo Sant’Ana. Não é difícil entender por que chegou a Delegado nem porque goza de tanta simpatia pelos patrões…

Se estamos vivendo numa democracia, o que impede os jornalistas de tratarem de suas mazelas que ocorrem dentro das empresas de vivem de trocar informação por dinheiro? Por que só as mazelas dos outros merecem aparecer na capa dos jornais e revistas?

Pior do que os torturadores, são os que os apoiaram e continuam apoiado aqueles animais fardados, mesmo em pleno século XXI, montados em ideias do século passado.

MARCELO COELHO

O outro problema

Para defensores do golpe, torturar presos políticos agora virou forma de defender a democracia

Um escritor policial da velha guarda chamado John Dickson Carr (1906-1977) era especialista nos chamados "mistérios do quarto fechado". A vítima é encontrada morta, no seu gabinete de estudos, sem sombra de arma nem pegadas do assassino por perto.

Pior que isso, o lugar estava trancado por dentro; nenhum sinal de que janelas ou portas tivessem sido arrombadas. Como o assassino entrou? Como saiu? Como matou o milionário?

Crimes assim perfeitos terminavam resolvidos pelo obeso dr. Fell, que numa tarde de verão manteve estranha conversa com um homenzinho "grave e sincero". O homenzinho conta ao detetive um crime complicadíssimo, no gênero "quarto fechado".

Poucas páginas são necessárias para que o dr. Fell reconstrua mentalmente todo o mecanismo do assassinato. A vítima havia se encostado na janela, no ponto mais alto da mansão. Levara um binóculo aos olhos.

Dentro do binóculo, um mecanismo preparado anteriormente fizera saltar uma flechinha especialmente pontiaguda, que penetrou por um olho da vítima até perfurar-lhe o cérebro. O detetive prossegue em seus raciocínios, e conclui que o assassino tinha sido o próprio homenzinho que acabava de lhe contar o caso.

Vem dessa circunstância o título do conto, "O Outro Problema". Por que, afinal, o próprio assassino procurou o detetive para lhe propor o enigma? Talvez quisesse se certificar de que ninguém, nem mesmo o dr. Fell, seria capaz de desvendar o crime.

"Ele é um exibicionista, um sádico", disse o advogado José Carlos Dias a respeito do coronel Paulo Malhães, depois do depoimento em que este admitiu à Comissão Nacional da Verdade as torturas e assassinatos que cometeu durante a ditadura militar.

Disse ter matado "tantas pessoas quanto foram necessárias"; não soube se lembrar quantas torturou, só que foram "muitas"; contou que quebrava os dentes e cortava os dedos dos cadáveres, para impedir que fossem identificados.

Fico pensando, em todo caso, no "outro problema", para usar o título daquele conto policial. O que leva um ex-torturador a comparecer diante da Comissão?

Imagino que certo machismo militar se misture à teimosia de suas convicções políticas. "Não sou homem de me acovardar; vou à Comissão e enfrento essa comunistada." De resto, está afastado o perigo de que sejam presos depois do que disserem.

A construção mental vai além disso, entretanto. Ao longo de muitas décadas, o torturador teve tempo para repetir a si mesmo o que já dizia ao fim de cada sessão de interrogatório: estou cumprindo o meu dever, estou salvando o país da ameaça comunista.

É difícil, sem dúvida, imaginar que alguém fosse capaz de convencer-se disso depois de ter feito o que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra fez com Maria Amélia Teles, segundo esta contou à Folha.

Ustra levou os dois filhos de Maria Amélia, Edson e Janaína, à sala onde ela estava sendo torturada, junto com o marido. As crianças tinham 5 e 4 anos de idade. "Mamãe, por que você está azul?", perguntou a criança para Maria Amélia, coberta de hematomas.

O ex-dirigente do DOI-Codi silenciou na Comissão da Verdade quando perguntado sobre torturas, mas repete o que todos os personagens da repressão dizem sempre. "Lutávamos pela democracia."

A contradição, embora salte aos olhos, é das mais comuns. Para defender a democracia, faço uma ditadura. Para que o comunismo não acabe com os direitos humanos, acabo eu com os direitos humanos.

Nós matamos, mas "eles mataram também". Até aí é fácil de ir. Não sei se algum torturador chegou a afirmar que "eles torturavam também".

"Era uma guerra", dizem os generais e os civis mais graduados do sistema, como se ignorassem que até nas guerras vale a Convenção de Genebra. Nós não inventamos a tortura, dizem outros. A Gestapo também usava… Por que tanta perseguição contra nós?

Uma frase do coronel Malhães acrescenta novo ingrediente a esse espetáculo de cinismo, de deboche e impunidade. "A tortura é um meio", afirmou aos membros da Comissão. "Se o senhor quiser saber a verdade, tem que me apertar."

Talvez seja essa a maior provocação. "Não conto tudo o que sei a respeito da ditadura. Vocês terão de me torturar para saber. Torturem-me. Mostrem que vocês são no fundo iguais a mim. Só desse modo conseguirei provar que eu estava certo ao fazer o que fiz."

coelhofsp@uol.com.br

26/03/2014

E a Folha ainda tem coragem de chamar de Ditabranda

Filed under: Animais,Ditabranda,Ditadura,Gorilas,Paulo Malhães — Gilmar Crestani @ 8:49 am
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Uma dita bem dura para quem defende ditadura! Todos os que, como o DCE da UFRGS, admitem a ditadura merecem uma sessão, ou secção, com o Coronel Paulo Malhães…

ditando a duraCoronel admite ter matado na ditadura

Em depoimento à Comissão da Verdade, Paulo Malhães diz que corpos eram mutilados para evitar reconhecimento

Oficial reformado contraria entrevistas e diz ter descumprido ordem para sumir com ossada de Rubens Paiva

BERNARDO MELLO FRANCO, DO RIO, para a FOLHA

Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, o coronel reformado do Exército Paulo Malhães, 76, admitiu ontem que torturou, matou e ocultou cadáveres de presos políticos durante a ditadura militar (1964-1985).

Ele disse não se arrepender de nada e narrou como funcionava a chamada Casa da Morte, em Petrópolis (RJ), centro de torturas clandestino onde teriam sido assassinadas cerca de 20 pessoas.

Levado em cadeira de rodas e usando camisa cinza, terno bege e óculos escuros, o militar chocou integrantes da comissão pela frieza com que respondia às perguntas.

"Quantas pessoas o senhor matou?", quis saber o ex-ministro José Carlos Dias. "Tantas quanto foram necessárias", respondeu o coronel. "Arrepende-se de alguma morte?" "Não." "Quantos torturou?" "Difícil dizer, mas foram muitos", devolveu.

Sem demonstrar incômodo, Malhães defendeu a tortura como método de investigação e explicou como mutilava cadáveres para evitar que fossem identificados.

"A tortura é um meio. Se o senhor quer saber a verdade, tem que me apertar", disse, acrescentando que aprova o método para presos comuns.

Questionado sobre as mutilações de cadáveres, descreveu a prática como uma "necessidade" e disse que os corpos não eram enterrados "para não deixar rastros".

"Naquela época, não existia DNA. Quando você vai se desfazer de um corpo, quais partes podem determinar quem é a pessoa? Arcada dentária e digitais", disse.

"Quebrava os dentes. As mãos, [cortava] daqui para cima", explicou, apontando as próprias falanges.

Chamando as vítimas da repressão de "terroristas", Malhães disse não ter remorsos. "Quando vejo uma pessoa reclamar que um ente querido morreu, pergunto: se tivesse ficado ao lado da esposa e dos filhos, isso teria acontecido?", acrescentou.

Parentes de desaparecidos, ex-presos políticos e a única sobrevivente da Casa da Morte, Inês Etienne Romeu, foram à sede do Arquivo Nacional para ouvir o oficial. Ele só aceitou falar diante da comissão e dos jornalistas.

Confrontado com nomes e fotos de vítimas, Malhães alegou que não conseguia reconhecê-los. Também se recusou a indicar colegas da repressão, com raras exceções.

Numa delas, disse ter recebido ordem do coronel Coelho Neto, então subchefe do CIE (Centro de Informações do Exército), para ocultar a ossada do ex-deputado Rubens Paiva, morto em 1971. Mas afirmou não ter executado a tarefa, contrariando o que disse recentemente aos jornais "O Dia" e "O Globo".

Ele também apontou o coronel Cyro Guedes Etchegoyen, chefe de contrainformações do CIE, como comandante da Casa da Morte.

"Mesmo com tantos anos de advocacia, me choquei com a descrição da mutilação de arcadas dentárias e digitais", disse o ex-ministro José Carlos Dias. "Eu não diria que ele foi corajoso. É um exibicionista, um sádico."

Em depoimento à Comissão da Verdade no dia 15, a ex-presa política Inês Etienne Romeu, apontou seis agentes da ditadura como torturadores que trabalhavam na Casa da Morte.

22/12/2013

Tudo o que o PSDB toca ou morre ou vira pó

Filed under: Dino Miraglia,Grupos Mafiomidiáticos,Isto é PSDB!,Mensalão Tucano — Gilmar Crestani @ 8:11 pm
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Sob FHC as empresas nacionais morreram e o  dinheiro da venda virou pó. O esquema montado em Minas, que beneficiou a reeleição comprada de FHC, dorme nas prateleiras, coberto de pó. Vai prescrever. Se um helicóptero com 450 kg de pó, pilotado por funcionário e abastecido com dinheiro público não chama a atenção, um assassinato ou outro também entram para a vala comum. A virulência de pittbulls quando se trata de Genoíno vira uivo de luluzinho da pomerânia quando envolve parceiros dos grupos mafiomidiáticos. Se envolvesse políticos petistas, a Veja já teria provado que Lula seria o mandante.

Azenha e o mensalão do PSDB: quem matou Cristiana ?

O Ministro Luís Roberto Barroso é o relator do processo que tem um cadáver exposto.

O Viomundo do Azenha e da Lúcia Rodrigues prestaram excelente serviço ao acelerado trabalho do Supremo (o mais poderoso do mundo):

Mesmo acuado por busca e apreensão, advogado denuncia que morte de modelo tem ligação com mensalão tucano em Minas

Advogado acusa réu do mensalão tucano de ser mandante da morte de modelo
Por Lúcia Rodrigues, em Belo Horizonte
Um homem acuado e com medo de morrer. É assim que o advogado Dino Miraglia se define.
Até 21 de agosto ele advogava para Nilton Monteiro, o delator do mensalão tucano, que está preso no complexo penitenciário de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, acusado de ser falsário.
Nilton tinha intimidade com o ninho tucano em Minas Gerais. Participou de esquemas. Para figurões do PSDB, trata-se de um chantagista que decidiu ganhar dinheiro com informação, o que ele contesta.
[Leia aqui a entrevista exclusiva de Nilton Monteiro ao Viomundo]
O advogado Miraglia deixou a defesa de Nilton Monteiro após ter a residência invadida por um grupo de dez delegados da Polícia Civil de Minas Gerais que buscavam, segundo ele, um documento falso. O episódio lhe custou um casamento de décadas, 26 anos de união e seis, de namoro. Assustadas com a operação policial, que envolveu até helicóptero, mulher e filha resolveram se afastar dele.
A esposa já o havia advertido diversas vezes para recusar ações que atingissem políticos mineiros. Dino não ouviu os conselhos e continuou advogando para o delator do mensalão tucano.
A invasão da polícia para cumprimento de mandado de busca e apreensão foi a gota d’água para a família. Antes disso, ele já havia sido ameaçado de morte várias vezes devido à atuação nessas causas.
Apesar de não citar o nome de quem o ameaçou com uma pistola ponto 40, o advogado deixa transparecer que se trata de Márcio Nabak, delegado-chefe do Departamento Estadual de Operações Especiais, o Deoesp, de Minas Gerais.
O policial seria aliado de políticos denunciados no mensalão tucano, segundo o delator do esquema, Nilton Monteiro.

Clique aqui para ouvir sobre o medo de morrer


O advogado diz que a invasão policial teve forte impacto psicológico na família.
Ele descreve a cena que viu:

Clique aqui para ouvir sobre a busca e apreensão


Cristiana, a modelo


“Mula” da corrupção tucana
No currículo profissional, Dino acumula ainda a defesa da família da modelo Cristiana Aparecida Ferreira assassinada, em agosto de 2000, nas dependências de um flat no centro de Belo Horizonte, por um ex-namorado, Reinaldo Pacífico de Oliveira Filho.
É um caso bizarro. Inicialmente a morte da modelo foi considerada “suicídio”.
Vejam aqui, no texto da revista Época.
Isso apesar desta descrição do corpo de Cristiana:


Quando nova perícia foi feita, a polícia passou a dizer que Cristiana foi vítima de crime passional.
Mas o advogado Dino sustenta que tratou-se de queima de arquivo.
Segundo ele, Cristiana tinha papel central no esquema de corrupção do PSDB em Minas Gerais.
Era ela quem transportava o dinheiro das transações do mensalão tucano.
Na linguagem popular, Cristiana era “mula” do esquema de corrupção.

Clique aqui para ouvir “Queima de arquivo?”


O advogado acusa o ex-ministro do Turismo e das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, um dos réus do mensalão tucano, de ser o mandante do crime.
De acordo com ele, Walfrido teria mandado matar Cristiana porque ela “sabia demais”.
“A morte da modelo foi encomendada”, frisa.
No julgamento do acusado de matar Cristiana, o ex-ministro e ex-vice-governador de Minas (no mandato de Eduardo Azeredo, 1995-1999) foi convocado a depor como testemunha, mas não compareceu. Alegou que estava em viagem aos Estados Unidos.

Clique aqui para ouvir “Quem seria o mandante?”


Acusado pelo crime, Reinaldo Pacífico de Oliveira Filho, um ex-namorado da vítima, está solto até hoje, apesar de ter sido condenado por júri popular a 14 anos de prisão e de a segunda instância ter ratificado a decisão.
“Nunca vi corno de garota-de-programa” que mata dois anos depois do fim do relacionamento, diz o advogado.
Segundo Dino, o assassino está em liberdade graças a um habeas corpus concedido de ofício pela ministra do STJ, o Superior Tribunal de Justiça, Laurita Vaz.

Clique aqui para ouvir “Solto até hoje”


De acordo com o advogado, Cristiana aparece numa lista de pagamentos supostamente compilada pelo publicitário Marcos Valério, como beneficiária de mais de R$ 1,8 milhão.
Valério foi recentemente condenado pelo STF por conta do papel que desempenhou no mensalão petista: segundo a acusação, as empresas dele forjaram contratos de publicidade para encobrir desvio de dinheiro público em benefício do PT e de aliados.
O mesmo tipo de ação é atribuída a Valério no mensalão tucano, que é de 1998, quando Eduardo Azeredo fracassou na tentativa de se reeleger governador de Minas e FHC se reelegeu presidente.
Dino pediu o apensamento dos papéis nas quais a modelo é mencionada ao processo do mensalão tucano, que corre no STF e já inclui a chamada lista de Furnas.
Esta lista é uma relação detalhada de constribuições de campanha feitas com dinheiro que funcionários da estatal teriam arrancado de fornecedores da empresa.
Vários nomes se repetem nas duas listas — a de Valério e a de Furnas.
O objetivo da ação do advogado é mostrar a relação entre a morte da modelo e o esquema de corrupção tucano.

Clique aqui para ouvir sobre a testemunha


Segundo laudo da Polícia Federal, a lista de Furnas não foi forjada.
Já a lista de Marcos Valério, que Dino Miraglia encaminhou ao ministro Joaquim Barbosa para anexar ao processo do mensalão tucano, não tem laudo de autenticidade da PF.
O documento entregue a Barbosa seria uma cópia, o que impede perícia.
Medo no ar
Dino Miraglia relutou em conceder entrevista. Visivelmente assustado, lançou mão de subterfúgios para protelar o encontro, que ocorreu no começo da tarde do último dia 5.
O primeiro contato da reportagem ocorreu em 2 de dezembro, por meio de celular, e parecia normal.
Do outro lado da linha, o advogado informava que estava em São Paulo e que retornaria à capital mineira naquela noite. Marcou o encontro para o dia seguinte, às 10 horas da manhã, em seu escritório.
Pela porta de vidro opaco da sala de espera do gabinete de advocacia, vimos o vulto de um homem alto sair.
Minutos depois, a secretária recebeu um torpedo de Dino dizendo que não poderia comparecer ao escritório, porque teria de atender flagrante envolvendo um cliente.
Depois de várias outras tratativas telefônicas, quando já não contávamos com a entrevista, o advogado surpreendentemente concordou, questionando com voz de preocupação:  “Você pode vir aqui, agora (para o escritório)?”
O medo de Dino não é infundado. A política mineira é sui generis. Em nossa passagem por Belo Horizonte, constatamos situações que parecem justificar o receio. Alguns dos entrevistados só concordaram em falar em off (sem se identificar publicamente). No caso de uma das fontes, chegou às suas mãos, enquanto conversava conosco, um calhamaço de papéis com transcrições de diálogos de conversas grampeadas pela polícia mineira.
O monitoramento de adversários políticos em Minas faz lembrar o regime de exceção vivido durante a ditadura militar.

Ouça aqui a íntegra explosiva da entrevista

Leia também:

Nilton Monteiro, delator do mensalão tucano, diz que é perseguido por Aécio Neves

Memória (reportagem da revista Época):
CRIME

E a farsa desmoronou


Novo laudo comprova que a morte de modelo não foi suicídio e promotores querem descobrir quem tentou abafar o caso
ROGER LIBÓRIO
Há crimes que, pela repercussão, geram um esforço de investigação impressionante – a ponto de, em poucos dias, serem elucidados. E há outros que só são apurados após muita insistência. O caso da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, morta em agosto de 2000 num flat em Belo Horizonte, em Minas Gerais, pertence à segunda categoria.
Passados dois anos e meio do assassinato, foi apenas na semana passada que se conheceu oficialmente a causa da morte — Cristiana foi sufocada com um objeto de pano, que pode ter sido um travesseiro ou um lençol enrolado.
Ela foi agredida e as marcas da violência foram registradas em seu corpo. Para chegar a essa conclusão foi preciso reanalisar as fotos da vítima, exumar o cadáver e fazer uma necropsia. O primeiro laudo, que atestava ‘suicídio’, revelou-se uma grosseira peça de ficção. Os médicos-legistas responsáveis pelo documento, Remar dos Santos e Tyrone Abud Belmak, não se pronunciam.
O Ministério Público (MP) agora investiga por que foi montada a farsa, típica dos anos da ditadura.
Cristiana, morena de 1,78 metro, queria fazer carreira de modelo, mas, aos 24 anos, havia conseguido apenas se tornar uma figura popular entre os ricos e famosos da capital mineira.
Quando foi morta — aparentemente por um ex-namorado ciumento, que perdeu a carona na ascensão social e nas amizades importantes da moça –, o MP teve de enviar à polícia diversos ofícios pedindo a apuração do caso. ‘Requisitamos várias diligências, mas elas nunca foram feitas’, conta o promotor Luís Carlos Martins Costa.
Quando a polícia encaminha um cadáver para o IML, tem de preencher uma ficha pedindo vários tipos de exame — basta marcar um ‘x’ em cada um deles. Pode-se procurar, por exemplo, indícios de agressão física e violência sexual.
O corpo de Cristiana foi encontrado na cama apenas de sutiã, sem calcinha e com vários hematomas, mas os investigadores solicitaram apenas exame toxicológico, anotando ao lado: ‘Suspeita de suicídio’. Na cena do crime não havia nada que sugerisse isso, como vidro de raticida, seringa ou bilhete de despedida.
O boletim de ocorrência foi lavrado em 6 de agosto. Somente no dia 11 de dezembro, quatro meses depois, foi instaurado um inquérito policial. Ele passou por vários delegados e muitas trapalhadas — um ex-namorado, o empresário Luiz Fernando Novaes, chegou a ser preso e depois solto por falta de provas. A conclusão final, porém, foi novamente de ‘auto-extermínio’.
O Ministério Público teve de investigar sozinho, colher 41 depoimentos e pedir a exumação do cadáver.
O ex-namorado Reinaldo Pacífico, contra quem Cristiana já registrara um boletim de ocorrência por agressão, vinha perseguindo a modelo. Sujeito misterioso, ganhava a vida como detetive particular mas se apresentava como ‘juiz criminal’. Ele tornou-se o principal suspeito depois que uma testemunha — agora sob proteção federal — admitiu tê-lo ouvido confessar o crime.
Parece difícil, contudo, que Pacífico tenha sido capaz de agir sozinho na etapa seguinte do crime — a de embaralhar pistas e transformar sinais de um assassinato brutal em suicídio.
Essa tarefa exige a cumplicidade de policiais, além da boa vontade da cúpula da máquina de segurança de Minas Gerais — recursos pouco acessíveis na mala de truques de um detetive particular.
Por isso a promotoria agora quer apurar o que levou a polícia e os legistas a conduzirem a investigação de forma tão relapsa. ‘Há indícios de supressão e de alteração de documentos’, diz Martins Costa.
Entre outros papéis, sumiu o depoimento de um dos irmãos da vítima, Cláudio Ferreira, que havia dado a lista de todas as pessoas importantes com as quais Cristiana teria se relacionado. ‘O delegado chamou o rapaz alguns dias depois, disse que o depoimento não tinha validade e o questionou novamente, orientando para não citar nomes’, acusa o promotor.
Entre os famosos mencionados pela família de Cristiana estava Jairo Magalhães Costa, diretor do Banco Real, o único a admitir ter tido um caso com a moça.
Mas uma irmã da vítima, Simone Ferreira, testemunhou dizendo que ela ‘estava se encontrando’ com Djalma Moraes, presidente da Cemig.
Ele é casado, nega qualquer relacionamento com a modelo e declarou que a viu apenas duas vezes — foram apresentados pelo ex-secretário da Casa Civil Henrique Hargreaves.
Em outro depoimento, uma amiga de Cristiana disse que ela apregoava um breve caso com o ex-governador Newton Cardoso, que declarou jamais tê-la visto na vida. E vários parentes afirmaram que Cristiana era amiga próxima do ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, para quem trabalhava e viajava freqüentemente.
Num depoimento tomado às vésperas da posse na equipe de Lula, Mares Guia disse que a conhecia de vista. Para uma pessoa tão pouco relacionada, é surpreendente que tenha conseguido ser recebida no Palácio da Liberdade, quando chegou a ser fotografada ao lado do governador Itamar Franco — parentes dizem que ela fora pedir um emprego.
Entende-se que pessoas importantes queiram proteger sua intimidade, especialmente contra boatos que podem não ter fundamento.
Resta saber se foi por influência política que o primeiro laudo notava ‘ausência de lesões externas macroscopicamente visíveis’ num cadáver com três fraturas e vários hematomas. É um erro tão grosseiro que lembra os documentos produzidos nos anos de chumbo para mascarar a tortura de presos políticos.
Colaborou Paula Pereira

Azenha e o mensalão do PSDB: quem matou Cristiana ? | Conversa Afiada

06/11/2013

Achados arquivos da morte escondidos pelos assassinos

Filed under: Argentina,Arquivos da Morte,Ditadura,Operação Condor — Gilmar Crestani @ 7:32 am
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Segado cuenta que hay “versiones taquigráficas de reuniones de la CAL con los directores de diferentes empresas”.

Imagen: Guadalupe Lombardo

“Son el marco político y burocrático de la muerte”

Explica que los archivos encontrados por la Fuerza Aérea dan cuenta de “la política pública del golpe” y que hasta el momento se conocían algunos papeles de este tipo, pero que “lo novedoso es la unidad de conjunto”.

Por Ailín Bullentini

La directora de Derechos Humanos del Ministerio de Defensa, Stella Segado, no sale de su asombro. Siente, sencillamente, que durante los próximos seis meses “la historia” estará pasando por sus manos. Es la titular del equipo que analizará, sistematizará y digitalizará para enviar a la Justicia los 1500 biblioratos, libros y registros con información relativa al funcionamiento burocrático de la última dictadura cívico-militar. “Por primera vez tenemos frente a nosotros el registro burocrático de aquello que le dio marco político a la muerte”, consideró en diálogo con Página/12, desde la línea de largada al camino del análisis exhaustivo.

Tal como informó el ministro de Defensa, Agustín Rossi, el lunes, Segado tomó contacto por primera vez con la documentación hallada en un subsuelo del edificio Cóndor de la Fuerza Aérea y desde entonces no volvió a trabajar en otro tema. “Realizamos un relevamiento general del material, sin ponernos a revisar en profundidad nada. Nos teníamos prohibido a nosotros mismos detenernos a leer cada papel, porque si no no terminábamos más”, reveló. El equipo de investigación de la dependencia que dirige se dedicará en pleno a la sistematización y análisis de la documentación encontrada, junto con un grupo de archiveros y algunos expertos en conservación de papel. En total, son 30 personas. Tendrán seis meses para terminar el trabajo. La intención de Segado es que, luego, los documentos queden en el archivo de la Fuerza Aérea.

–¿Por qué dejarlos allí?

–Soy una defensora de mantener los archivos en la fuerza como propios. De no moverlos hacia otra dependencia, no desguazarlos. Así, junto con otros documentos encontrados en la Fuerza Aérea, hay muchísimo de Malvinas, por ejemplo, dentro de su misma estructura, se puede observar una real dimensión de lo que fue el circuito represivo: su burocracia, su doctrina, su política. Todo.

–¿De qué hablan los documentos hallados?

–Hasta el momento hicimos un trabajo general desde el que podemos decir que son registros que revelan el funcionamiento burocrático de la última dictadura. Es increíble y fundamental. Primero porque, como destacó Rossi, los papeles los entregó la misma fuerza. Ellos descubrieron todo este papelerío y así como lo descubrieron cerraron la puerta con candado y nos llamaron, con la sospecha de que era inédito. La totalidad que abarcan los papeles es la otra razón de importancia, la unidad documental que significan y que dan cuenta de la política pública del golpe, de una política de exterminio no sólo de vida, sino total y absoluta. En el Archivo General de la Nación hay algunos expedientes de la Comisión Asesora Legislativa (CAL), también algunas actas de la junta. En el Archivo de la Armada también hay algunas otras. Lo existente de esta información estaba suelto, disperso. Lo novedoso e inédito del hallazgo en la Fuerza Aérea es la unidad de conjunto.

–¿Se podrán resolver incógnitas que persisten desde aquellos años?

–Dudo de que se encuentren datos relativos al destino de los bebés apropiados o de los desaparecidos, pero nada indica que no pueda aparecer entre tanta orden alguna punta que pueda dar algún indicio. Es que en estos papeles, por lo que por ahora pudimos ver, siquiera se apropian de su política de muerte: cuando hablan de los desaparecidos lo hacen como si fuera mentira: cómo hacemos para que los desaparecidos no molesten desde la opinión pública, cómo se tenía que manejar en ese aspecto los dichos sobre los desaparecidos. En ningún lado de lo que leímos hasta ahora se hacen cargo de que son sus asesinatos.

–¿Por qué es tan importante este derrotero burocrático?

–Hasta ahora, siempre pasó que la perlita documental, aquel papel valioso era el que revelaba operativos, ofrecía nombres de personas o de estrategias de los que ya se tenía conocimiento. La prueba. Aquellos documentos que ofrecen un hecho delictivo, penal. Que se pensara sólo la importancia de los papeles que daban esos datos hacía que los abogados querellantes debieran quemarse las pestañas rearmando la estructura general del genocidio, aquello que le daba marco a la muerte. Por primera vez tenemos el registro burocrático de aquello que le dio marco político a la muerte. Frente a nosotros aparecen documentos en los que la junta designa quién sería el responsable de tal o cual tema, como el de seguir el “problema” de Papel Prensa, por ejemplo. Aparecen cargos, no aparecen los nombres, pero desde allí se puede empezar a rastrear. Habrá que hacerlo. También están las pruebas de todos los pedidos que llegaban a diario a la junta. Pedidos de organismos de derechos humanos, como el de Hebe o el de Abuelas, pedidos de personas individuales.

–¿En qué consistirá su trabajo?

–Trabajaremos en un catálogo muy preciso de lo hallado con una descripción minuciosa de cada cosa. A la vez lo iremos digitalizando y con eso armaremos unidades temáticas para mandar a la Justicia. No vamos a esperar a que la Justicia nos lo pida o lo vengan a buscar abogados. Lo vamos a entregar nosotros.

–¿Por dónde van a empezar?

–Por las actas, que están armadas casi cronológicamente, además de muy bien preservadas. Además están los escritos en los que los secretarios organizaban el temario, con anotaciones en lápiz, discusiones internas que son más pruebas de la lucha de poder hacia el interior del núcleo militar. Los informes de la Comisión Asesora Legislativa (CAL) nos van a llevar más tiempo porque estuvieron guardados en carpetas de cartulina, una por cada decreto del Poder Ejecutivo Nacional, están todos, y todos húmedos, ya que estuvieron expuestas en un lugar que se inundaba. Habrá que restaurarlas. Hay reglamentos, el libro de entrada y salida de expedientes. Encontramos el “Documento final de la Junta Militar sobre la guerra contra la subversión y el terrorismo”, la carta de salida de los genocidas del gobierno con todos sus borradores, en los que debatieron por qué no poner la palabra de-saparecidos, por ejemplo. El manejo de las privatizaciones con los peros y posturas de cada una de las fuerzas; qué decía Economía, qué decía la CAL. Hay, por ejemplo, versiones taquigráficas de reuniones de la CAL con los directores de diferentes empresas y las discusiones que se armaban ahí.

–¿Volverán a revisar las dependencias a partir de este descubrimiento?

–Están casi todas las unidades del país revisadas por nosotros. Fuimos a Córdoba, a Mar del Plata, a Puerto Belgrano. Las fuerzas las registraron en su totalidad. Lo que pasa es que uno busca en los lugares que cree que pueden llegar a ser depósitos de documentación. En este caso, se encontraron los documentos en un sótano, como si fuera el garaje de una casa.

Página/12 :: El país :: “Son el marco político y burocrático de la muerte”

16/10/2013

Eles chamam isso de “serviço de inteligência”…

Filed under: CIA,DEA & DAS,Isto é EUA!,Terrorismo de Estado — Gilmar Crestani @ 9:26 am
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Se eles erram até entre si, se matando uns aos outros, imagina o que não fazem com quem não conhecem?!

“Camarena fue asesinado por la CIA”

Funcionarios estadounidenses sostienen ahora que la muerte del agente de la DEA en 1985 no fue obra del narco Caro Quintero

Juan Diego Quesada México 15 OCT 2013 – 01:34 CET111

Enrique ‘Kiki’ Camarena

La historia criminal de México podría estar a punto de reescribirse. Las declaraciones de tres agentes federales que sostienen que el exagente de la DEA Enrique Kiki Camarena fue asesinado por un miembro de la CIA, y no por el narcotraficante Rafael Caro Quintero, cambian radicalmente la versión oficial desde hace casi tres décadas. La banda Los Broncos de Reynosa ya apuntaban a esta teoría hace 25 años en uno de sus narcocorridos pero se tomó como un chisme de cantina regado con tequila.

Hasta ahora se pensaba que Camarena había sido asesinado por orden de los fundadores del cartel de Guadalajara, entre ellos El Príncipe Caro Quintero. El funcionario estadounidense había desmantelado con sus investigaciones una gigantesca plantación de marihuana de un rancho llamado El Búfalo y en represalia los capos habían ordenado su secuestro y asesinato. Se han escrito ríos de tinta sobre estos hechos, narrados exactamente de esta manera. Estas nuevas revelaciones apuntan, en cambio, a que trabajadores vinculados con el Gobierno de EE UU encargaron el asesinato de Camarena a un personaje novelesco, Félix Ismael Rodríguez, alias El Gato, un cubano que participó en la frustrada invasión de Bahía de Cochinos y en la muerte de Ernesto Che Guevara en Bolivia en 1967.

El giro a la historia corre a cargo de Phil Jordan, exdirector del Centro de Inteligencia de El Paso (EPIC); Héctor Berrellez, exagente de la DEA; y Tosh Plumlee, expiloto que en ocasiones realizó trabajó para las agencias federales. Los tres detallaron a la cadena Fox News que policías mexicanos y particulares estadounidenses relacionados con la CIA participaron en las torturas a Camarena en 1985 y que incluso las grabaron en video. Un portavoz de la CIA lo negó rotundamente: “Es ridículo”.

La revista mexicana Proceso hizo su propia investigación y fue más allá. “Fin de un mito”, titula en su portada de esta semana. La publicación, con base en el testimonio de los tres funcionarios estadounidenses, sostiene que El Gato Rodríguez introdujo en México al hondureño Juan Matta, quien servía de enlace entre los narcos colombianos y el cartel de Guadalajara en los años ochenta. En esa época Caro Quintero era “el mero mero”, el jefe de jefes. Matta contaba con la aprobación de las autoridades (o al menos se hacían la vista gorda) como operador de la CIA y traficaba asiduamente con cocaína y marihuana. Parte de las ganancias las recibía la CIA, que a su vez las destinaba a los contrarrevolucionarios de Nicaragua, que lo utilizaban para comprar armamento. Era una forma indirecta para EE UU de financiar la lucha contra el régimen sandinista.

Camarena descubrió estos tejemanejes. Eso fue, según los entrevistados, su sentencia de muerte. “La CIA mandó levantar y torturar a Kiki Camarena, y cuando lo mataron nos hicieron creer que fue Caro Quintero para así tapar las cosas ilegales que estaban haciendo en México”, le contó Jordan al periodista Jesús Esquivel. Jordan no es un cualquiera. Como jefe de la EPIC en El Paso fue el encargado del centro más poderoso de EE UU para vigilar la frontera común. Fue un funcionario de alto rango, de ahí que su testimonio tenga valor. “El caso tiene una enorme relevancia pero pasó desapercibido en EE UU, donde andan a otra cosa. Solo una investigación sólida de una corte penal podría sacarnos de dudas pero hay pocas posibilidades de que eso vaya a ocurrir”, cuenta Esquivel desde Washington por teléfono.

La DEA sigue persiguiendo a Caro Quintero, que técnicamente no puede volver a ser juzgado por el caso Camarena pero la administración estadounidense puede que formalice cargos en su contra por lavado de dinero. El departamento del Tesoro ha aplicado sanciones contra empresas y familiares de Quintero. Los agentes antinarcóticos nunca dieron por cerrada la investigación y, de hecho, llegaron a tomarse la justicia por su cuenta. Secuestraron y trasladaron a El Paso en 1990 al médico mexicano Humberto Álvarez Machain por supuestamente haber proporcionado a Camarena fármacos para mantenerlo despierto durante las torturas. La detención ilegal desencadenó un conflicto diplomático entre México y EE UU. El doctor fue liberado en 1992 por un juez que anuló los cargos en su contra.

El asesinato de Camarena se convirtió en leyenda y la figura de Caro Quintera ha sido retratada por el escritor norteamericano Don Winslow en el libro El poder del perro. La historia de uno y otro había quedado zanjada con el ingreso en prisión de Quintero, detenido en Costa Rica en 1985. Allí se había refugiado de la DEA, que prometió buscarlo hasta el fin del mundo. Camarena era el primero de sus agentes que había sido asesinado.

El considerado como el primer gran narcotraficante mexicano fue condenado por el crimen a 40 años de cárcel y ahí debería de seguir si no fuera por un tecnicismo legal, aprovechado por sus abogados, que le abrió las puertas de la celda en agosto de este año. La liberación revivió el caso y las nuevas revelaciones aportan más confusión si cabe a un hecho (en un sentido u otro) que ya forma parte de la historia del narcotráfico. El dúo que formaban Los Broncos de Reynosa en su día había dado pistas pero nadie había prestado atención a unos hombres con sombrero blanco y acordeón.

“Camarena fue asesinado por la CIA” | Internacional | EL PAÍS

13/10/2013

Por onde os EUA passam em busca de petróleo, tudo fica assim

Filed under: Guerra do Petróleo,Guerras Religiosas,Terrorismo de Estado — Gilmar Crestani @ 11:45 am
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Entraram no Iraque e assassinaram Saddam Hussein, na Líbia assassinaram Kadafi. No Afeganistão, Bin Laden. Coincidentemente, os três tinham sido aliados dos EUA. Kadafi, pelo petróleo barato em troca de armas. Saddam, para combater o Irã e Bin Laden, contra a Rússia. É a síndrome do escorpião.

Libia, el caos tras la guerra

Dos años después de la muerte de Gadafi es difícil asegurar quién manda en el país

Sin policía ni Ejército, el país petrolera intenta organizarse entre la violencia y la amenaza yihadista

EL PAÍS recorre cuatro puntos neurálgicos, donde la población se debate entre el miedo, el hartazgo y la esperanza

Maite Rico Trípoli 12 OCT 2013 – 23:56 CET132

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Un tuareg ante el tercer pozo de petróleo más grande de Libia, en febrero. / ÁLVARO CÁNOVAS (CONTACTO)

Trípoli, la capital  inquieta


Libia no es un Estado, no es un presidente, no es un gobierno. Libia son milicias que toman decisiones por su cuenta. ¡Pero si el primer ministro apenas puede protegerse a sí mismo!”. Resonaban aún estas palabras del periodista Sami Zaptia el jueves en la redacción del diario Libya Herald, cuando el mentado primer ministro, Ali Zeidan, era secuestrado en su cama del lujoso hotel Corinthia, en Trípoli, por un comando armado. Horas después, otro comando lo rescataba. No se sabe si los milicianos querían obligarlo a renunciar, como parte de las vendettas políticas dentro del Gobierno. O bien si pretendían canjearlo por el terrorista de Al Qaeda Abu Anas al Libi, capturado hace una semana en la capital libia en una operación dirigida por Estados Unidos. No se sabe y quizás nunca se sepa.

Como nunca se sabrá quién está detrás de los atentados, asesinatos y otros acontecimientos pavorosos o extraordinarios que sacuden esta potencia petrolera desde el derrocamiento, en 2011, de Muamar el Gadafi. Bienvenidos a la nueva Libia. Un caos, sí. Pero un caos organizado. Tal vez eso de funcionar sin gobierno sea otra herencia de la exmetrópoli italiana, con la pizza y el buen café.

El bullicio reina en Trípoli. La capital ha recuperado el pulso perdido durante los ocho meses de guerra, entre febrero y octubre de 2011, que puso fin a 42 años de dictadura. Brotan cafeterías con nombres como Versalles, Veranda, Roma o Morganti. La casa BMW estrena un lujoso concesionario. Pronovias abre en Gargaresh, la zona chic. En la céntrica calle Omar Mojtar, los viejos comercios de ropa sacan a los soportales maniquíes masculinos con vaqueros de esos que dejan medio culo fuera. Y el zoco es de nuevo un trajín de brillantes telas de India, joyas de oro y divisas del mercado negro.

La nueva Libia son también las colegialas correteando, los cruasanes con miel, las emisoras de rock y rap que se han abierto paso

La ciudad es un atasco permanente. ¿Dónde van todos a las once de la mañana? Otro de los misterios libios. “Aquí la gente no trabaja”, sostiene Ahmed, farmacéutico. El desempleo llega al 33% pero el trabajo lo hacen los inmigrantes: tunecinos y marroquíes están en hostelería y servicios, egipcios en agricultura y pesca, subsaharianos y bangladesíes en la construcción. La mitad de los adultos libios son funcionarios. Y el resto se dedica al comercio o a los negocios familiares. El caso es que hay dinero. Mucho circulante. Nadie se fía de los bancos, no hay tarjetas de crédito y todo se paga en efectivo.

Esto también es la nueva Libia. Y las niñas que a mediodía salen de clase correteando con sus uniformes azules o negros, cubiertas con un hiyab blanco. Los gais que se reúnen por la noche bajo los puentes de la autopista, cerca de la plaza de los Mártires. Los cruasanes untados con mantequilla y miel y rebozados en frutos secos. Las emisoras de rock y rap que se han abierto paso en los últimos meses. O las nuevas publicaciones que llenan los quioscos.

“Hay un apetito insaciable por saber, por aprender idiomas, algo que Gadafi prohibió en su día”, comenta Sami Zaptia, codirector del Libya Herald, un meritorio diario digital en inglés hecho con pasión por diez jóvenes que aprenden el oficio sobre la marcha, y que cuenta ya con un millón de visitas. “Libia no es Irak, no es Afganistán, no es Siria. Hay muchos retos y problemas, porque ha sido un proceso muy traumático. La democracia es una cultura, y la mayoría de los libios no han conocido otra cosa que Gadafi. La dictadura es horrible, pero ofrece orden y estabilidad. Ahora estamos confundidos, y tenemos derecho a estarlo”.

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Militares ante el tribunal que juzga al jefe de la inteligencia de Gadafi / MAHMUD TURKIA (AFP)

Del dictador solo quedan las caricaturas que llenan las paredes de la ciudad. Y los cascotes de su gigantesco cuartel general en Bab al Azizia, bombardeado por la OTAN. Y un legado de destrucción que tardará mucho tiempo en superarse.

A la confusión de la que habla Zaptia contribuyen en buena medida las autoridades. El Congreso General de la Nación, elegido en las urnas en julio del año pasado, no termina de conformar la comisión encargada de redactar la nueva Constitución. Los bloqueos entre los Hermanos Musulmanes y los liberales son constantes. “Bueno, pero ayer acordaron prohibir la pornografía en Internet que, como todo el mundo sabe, es el problema número uno de Libia”, ironiza Ali, profesor de inglés. “Estamos en un limbo peligroso. En política, si no avanzas, retrocedes”. A la entrada del Congreso llegan cada día cientos de personas que no saben a quién acudir para resolver sus problemas. Como Muna, que aborda llorosa a todo el que sale o entra con aires de autoridad para que le ayuden a encontrar a su hijo, secuestrado hace tres días. “Hicimos la revolución porque queríamos un país moderno. Pero los que hay ahora hacen lo mismo que Gadafi. Son unos ladrones”, comenta un hombre. “El presupuesto del Gobierno libio es mayor que el de Egipto. Ellos son 85 millones, y nosotros sólo 6. ¿Qué están haciendo?”.

El Congreso General, elegido en julio de 2012, no ha formado aún la comisión para redactar la nueva Constitución

El Gobierno provisional de Ali Zeidan, un liberal bienintencionado pero sin margen de maniobra, se ve sobrepasado por la magnitud de los desafíos. Todo está por hacer. Y todo es todo. Gadafi dejó un país sin instituciones y corroído por la corrupción. En contra de lo que pretendía hacer creer la propaganda, Libia tiene carencias infinitas en educación, salud, vivienda, infraestructuras, telecomunicaciones… El problema más grave, sin embargo, es la seguridad, en manos de centenares de milicias formadas por civiles para combatir contra las tropas de Gadafi, y hoy armadas hasta los dientes. El Gobierno pretende sumarlos a las nuevas fuerzas de seguridad. Para ello ha creado dos cuerpos intermedios: el llamado Escudo Libio, que agrupa a milicias que luego se incorporarán al Ejército, y el llamado Comité Supremo de Seguridad, cuyos miembros acabarán en la policía. Pero muchas brigadas (qatibas) siguen funcionando por su cuenta. No acaban de confiar en las autoridades. Ni las autoridades acaban de confiar en ellos. El poder ahora emana del kaláshnikov.

Y de ese poder da idea la situación de Saif al Islam, hijo y heredero de Gadafi, detenido en Zintan por una milicia que se niega a entregarlo al Gobierno. Son también las qatibas las que controlan las cárceles, donde, según las organizaciones humanitarias, impera la tortura. “La policía no funciona. Somos nosotros los que perseguimos el crimen, robo de coches, tráfico de drogas, venta de alcohol… y también detenemos gadafistas”, explica Murad Hamza, que a sus 30 años comanda la qatiba Suq al Yumaa, una de las más poderosas de Trípoli. Casi la mitad de sus 500 hombres han regresado a la vida civil. El resto espera integrarse en la unidad de inteligencia de la policía. “Nos llevamos bien con otras qatibas. Las islamistas son las que más lucharon contra Gadafi, pero nunca toleraremos que se impongan. Si quieren ir a Siria a combatir, que Alá les acompañe”. Hamza estudió economía, pero se le ve a gusto con el uniforme negro y la pistola al cinto. Abre una enorme caja fuerte para mostrar algunas de las incautaciones: drogas sintéticas, documentos, armas blancas. Rebusca y rebusca y brama a su subalterno: “¿¡Quién se ha llevado la botella de whisky!?”.


Gadamés, el oasis olvidado

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Una calle del laberíntico centro de la ciudad de Gadamés. / MAITE RICO

A 600 kilómetros al suroeste del estrépito, la conducción enloquecida y la agresividad de Trípoli, Gadamés languidece en medio del silencio. Este oasis bereber, pegado a las fronteras de Túnez y Argelia, fue uno de los centros más importantes en la ruta de las caravanas que cruzaban el Sáhara ya desde la época romana.

Ningún turista recorre el maravilloso casco antiguo, un entramado de laberintos de adobe, patrimonio de la Humanidad de la Unesco. El polvo cubre los estantes de las pocas tiendas de artesanía de cuero que siguen abiertas. Varios restaurantes y dos de los tres hoteles han echado el cierre. La revolución ha golpeado a esta población cuidada por Gadafi. No en vano, el dictador construyó en 1973 una nueva ciudad para realojar a los 10.000 vecinos, que vivían ciertamente en condiciones insalubres. Durante la guerra, el oasis estuvo sitiado por las fuerzas rebeldes, y cayó al final, después de Trípoli. Pero nadie habla de política. “Gadafi nos benefició, pero no nos gustaba su ideología”, se limita a comentar Tahir, profesor y guía turístico inactivo desde hace dos años.

Quienes sí trabajan son los subsaharianos, en la reconstrucción del casco antiguo, donde viven casi recluidos. Son de Malí, Chad o Níger, y Gadamés es para ellos una escala en su camino a Europa. Cruzan a pie por el desierto, a través de fronteras inabarcables, dominadas por los traficantes de armas, inmigrantes y drogas. Justamente desde Libia cruzó el comando de Al Qaeda que asaltó en suelo argelino la planta de gas de In Amenas el pasado enero.

Acodado en la valla del viejo cementerio, Mohamed sueña con un próspero futuro para su Gadamés natal, adonde regresa de vacaciones. Salió para estudiar ingeniería aeronáutica en Canadá y, como buena parte de los estudiantes becados, no quiso volver al manicomio de Gadafi. “Gadamés tiene unas magníficas condiciones para la navegación aérea. Por eso y por su ubicación, podríamos convertirnos en un centro neurálgico en las comunicaciones para África”. Es una idea casi poética: sería recuperar en el siglo XXI el papel que tuvo en el comercio africano desde tiempos inmemoriales.


Bengasi, rehén del desánimo

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Resultado de la explosión en el Ministerio de Exteriores en Bengasi. / ABDULLAH DOMA (AFP)

“Bienvenidos a la cuna de la revolución”. Un cartel en el aeropuerto de la capital de la región oriental de Cirenaica recuerda el protagonismo de la segunda ciudad de Libia en la revolución. Pero los bengasíes enfrían la acogida. “Está todo mal”, dice el empresario Fahmi Igwian, mientras su viejo Mercedes surca calles y barrios rebosantes de basura.

Esa misma mañana de principios de octubre, un coronel de aviación ha sido tiroteado en una emboscada. Llevaba a su hijo al colegio. El crío, de ocho años, ha muerto también al estrellarse el coche. Ya van más de 60 oficiales asesinados en las últimas semanas. A tiros, o con bombas lapa. “Muchos no tenían nada que ver con la represión. Uno de los últimos era artificiero”, prosigue Fahmi. “Yo a las ocho de la noche me encierro en casa. Limito mis salidas y resuelvo gestiones por teléfono. Tengo miedo”.

¿Y quiénes matan a los militares? Otro apartado para anotar en la lista de los grandes misterios de Libia. ¿Y quién puso la bomba en el edificio de los Tribunales en septiembre? ¿Y la que destruyó, ese mismo mes, las dependencias que tiene en Bengasi el Ministerio de Exteriores? ¿Y quién mató al embajador estadounidense, Chris Stevens, en septiembre del año pasado? Oficialmente no hay respuesta. En privado, y siempre pidiendo anonimato, expertos y, sobre todo, jefes milicianos —incluso algunos salafistas que se desmarcan de la violencia— señalan a las células yihadistas que se han establecido en las Montañas Verdes, cerca de Darna, al este de Bengasi. Argelinos y tunecinos se han unido a los extremistas locales. “Lo más importante que tenemos que hacer es protegernos de ellos. Pero el Estado no hace nada. Y eso aumenta la sensación de abandono de Bengasi”.

“Ya van más de 60 oficiales asesinados en las últimas semanas. Tengo medio”, confiesa un empresario bengasí

Para Yalal al Arasi, la inacción del Gobierno tiene otra explicación. “No les meten mano porque les interesa que haya inestabilidad en nuestra región”. Yalal combatió en una milicia de Bengasi y ahora apoya al movimiento federalista que emerge en el este. La vieja rivalidad que ha existido siempre con Trípoli, alentada por Gadafi, ha revivido tras el triunfo de la revolución. “No queremos la independencia, sino un sistema federal, como Alemania, o Estados Unidos. A nuestra región solo le dieron 60 escaños en el nuevo Congreso, frente a los 100 de Tripolitania. Trípoli tiene todo: ministerios, embajadas, empresas. Reparte el dinero como quiere. Y de aquí, de la Cirenaica, sale el 75% del crudo que se exporta”.

En los últimos meses, los federalistas han bloqueado el acceso del petróleo a los puertos y refinerías. Ellos y otros sectores con distintos agravios. La producción de crudo, que en 2012 recuperó el ritmo previo a la guerra, de 1,6 millones de barriles diarios, se llegó a desplomar en un 90%. Ahora las autoridades dicen haber aumentado a 700.000 barriles. El daño económico para un Estado que no cobra impuestos y que tiene en el petróleo la mitad de su PIB y casi el 100% de las exportaciones, es enorme.

Salvo el petróleo, Libia no produce nada. Importa el 80% de los alimentos que consume, y el 60% de la gasolina, que se vende a precios subvencionados y cuesta menos que el agua: 9 céntimos de euro por litro. Por eso los libios no se bajan del coche. El FMI ha recomendado a Libia que diversifique su economía: que desarrolle su capacidad de refino, el sector petroquímico y el tejido industrial. Pero la burocracia, la carencia de un sistema bancario eficaz y algunas leyes en trámite, como la que impone la banca islámica (que prohíbe, por ejemplo, los intereses) u otra que limita la inversión extranjera, siembran el desconcierto.

“Yo pronostico una segunda revolución. Estamos hartos de este sistema sin control”, comenta un periodista

“Yo pronostico una segunda revolución. La gente está enfadada: los jóvenes, los pobres… Todos estamos hartos de este sistema sin control”. Zuair al Barassi, un activo periodista y presentador de radio, no oculta su desencanto y deplora el avance islamista. “Ayer atacaron la universidad en Darna. En el este y en el sur tienen bases y poder. Aquí no les queremos”. Es cierto. En septiembre, tras el asesinato del embajador Stevens, la gente de Bengasi echó a la brigada de Ansar el Sharía y les quemó la sede. Pero están volviendo, aprovechando del vacío de poder.

“De momento solo tenemos a las fuerzas especiales del Ministerio de Defensa”. Zuair fuma el enésimo cigarrillo mientras relata una nueva amenaza de muerte que ha recibido. “Siento decirlo, pero no soporto más esta ciudad. Me quiero ir. Quiero que mi hijo tenga una vida normal”.


Misrata, la ciudad Estado

Ya no retumban los misiles Grad con los que los gadafistas martillearon Misrata durante cuatro meses. Ahora, esos estallidos sordos que suenan cada noche son los petardos y los fuegos artificiales que acompañan a las bodas. Ya van 400 en un mes. Si en Trípoli o Bengasi hay brotes de impaciencia o desconsuelo, en Misrata reina la felicidad. “Por fin estamos viviendo en paz”, exclama Yumaa, comerciante, como todo el mundo en esa población laboriosa y rebelde. La llamada Ciudad Mártir, que resistió heroicamente un asedio brutal, perdió a mil de sus jóvenes y fue parcialmente destruida, se ha convertido en una ciudad Estado, vibrante y orgullosa.

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Un hombre frente a un edificio destrozado de Misrata. / CRISTÓBAL MANUEL

Las cicatrices son visibles. La fantasmagórica Torre de Seguros, guarida de los francotiradores, preside agujereada Midan Al Nasr. Allí estuvo en su día el bello barrio histórico italiano, destruido por Gadafi. En su lugar hizo aquella plaza horrenda y colocó un enorme reloj que nunca nadie se molestó en poner en hora.

Muchos edificios de la calle Trípoli siguen calcinados. Pero en sus bajos han abierto rutilantes tiendas de muebles, artículos deportivos o ropa. Si los libios son comerciantes natos, los misratíes superan a sus compatriotas en espíritu emprendedor. El aeropuerto, destruido durante la guerra, tiene ahora vuelos internacionales a Turquía, Jordania, Marruecos y Túnez. El puerto es el más importante de Libia, tal vez porque es el único que se salta la ley gadafista, aún en vigor, que les obliga a funcionar solo ocho horas.

Comercios rutilantes
han abierto en los bajos de los edificios calcinados de la calle Trípoli

Misrata es el laboratorio perfecto para estudiar las redes de comercio sur-sur. Yumaa importa zapatos de China, y textiles de Turquía, que luego vende al por mayor a comerciantes del resto de África. Y Misrata es también el lugar más seguro de Libia. 230 milicias se turnan en las tareas de vigilancia. Por la carretera de Trípoli, un arco, justo donde estuvo el frente de Dawiniya, marca la entrada a esta especie de república independiente, que cuenta con su propio sistema de aduanas. Por tierra, mar y aire revisan los documentos y los pasaportes. A veces con celo excesivo. “Es un problema para el comercio, que ha sufrido un 60% de caída. Muchos de mis clientes, de Sudán y otros lugares de África, ya no vienen por temor a los controles. Ahora van a Dubái”, explica Yumaa. “Pero yo lo doy por bueno. La seguridad es lo primero”.

“Nos sabemos organizar, eso es todo”, comenta Mohamed Salabi, a quien una bala alojada en la espalda obliga a caminar con bastón. “En Bengasi solo saben llorar, mucho bla bla, pero no hacen nada”. “El problema”, añade, “es que Gadafi era nuestro factor unificador. Ahora no hay Gadafi y buscamos algo contra lo que oponernos. Jóvenes y viejos tenemos diferentes aspiraciones. Y laicos e islamistas. Y libios del exilio, occidentalizados y mejor formados, y los que se quedaron… Tenemos que buscar nuestra propia identidad. Y eso nos llevará tiempo”.

Libia, el caos tras la guerra | Internacional | EL PAÍS

22/09/2013

O Sabujo de FHC

Filed under: Eduardo Saboia,Itamarati — Gilmar Crestani @ 8:59 am
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Mais cedo ou mais tarde as digitais acabam aparecendo. Saboia não queria a Bolívia, queria o FMI e os EUA, é apenas mais um parafuso produzido na linha de montagem de uma diplomacia pés descalços. Fica evidente, pela entrevista, que Eduardo Saboia prefere tirar os sapatos para entrar nos EUA do que correr maratona calçado em La Paz.  Então, como bom diplomata, ajudou um bandido a fugir e, bingo, assim conseguiu ser retirado da Bolívia. Eis como um Diplô, mata!

MÔNICA BERGAMO

monica.bergamo@grupofolha.com.br

O inferno em La Paz

Eduardo Saboia, diplomata que ajudou um senador a fugir da Bolívia, diz que o país é ‘a Síria brasileira’, com problemas que podem ‘estourar na nossa cara’

Os funcionários da embaixada brasileira em La Paz, capital da Bolívia, inventaram uma palavra que não existe no vocabulário. É "unbolivable", corruptela do inglês "unbelievable" (inacreditável). "Quando um problema atinge a escala do inimaginável, e por lá acontecia isso com frequência, a gente usava essa piada", conta Eduardo Saboia, 46, ao repórter Morris Kachani.

Ex-encarregado de negócios da embaixada, ele ficou célebre ao ajudar o senador Roger Pinto Molina, asilado na representação por 453 dias, a fugir para o Brasil no mês passado. E decreta: "A Bolívia é a nossa Síria".

"A embaixada é o saco de pancadas que Brasília nunca defendeu. Tudo que pode dar errado, dá mais errado", afirma. "É o teatro do absurdo, com uma trupe de atores, amigos até, que já atuaram juntos em peças melhores. É Esperando Godot’, é O Anjo Exterminador’", diz, citando obras de Samuel Beckett e Luis Buñuel marcadas pela negação e pelo tragicômico.

Não é à toa que Saboia cita o surrealismo de "O Anjo Exterminador", em que os personagens estão presos no salão de uma mansão após um pomposo jantar: ele próprio não via a hora de trocar de posto. Havia o desgaste de empreitadas como as 18 viagens que teve de fazer a Oruro (a três horas de La Paz) como negociador na questão dos torcedores corintianos que foram presos após a morte do menino Kevin.

E outro motivo, especial. Saboia é casado com a cônsul brasileira de Santa Cruz de la Sierra. Eles têm três filhos, de 20, 17 e 15 anos. O do meio é autista. O ideal seria ir para um país referência na abordagem da síndrome.

Após dois anos na Bolívia, Saboia negociava seu retorno a Washington, nos EUA, para servir na missão brasileira junto ao FMI.

Não que a vida em La Paz fosse feita só de estorvos. "Gosto muito da Bolívia", diz ele. Nas horas vagas, fazia aulas particulares de violão clássico. Percorreu trilhas nos Andes, escalou uma montanha de 6.088 m, correu a maratona em La Paz.

A mudança acabou sendo protelada. Em 23 de agosto, quando coordenava interinamente a missão brasileira, seu destino adquiriu novos contornos: ele decidiu trazer ao Brasil o senador Roger Pinto, líder da oposição ao presidente boliviano Evo Morales e investigado por corrupção, dano ambiental e assassinato, acusações que nega. "Pinto vinha conversando com a geladeira, de tão deprimido. Vivia confinado em uma sala de 20 m², em um prédio de escritórios, sem banho de sol." As tardes de sexta eram as mais tristes porque o fim de semana se avizinhava solitário. No período final do asilo, só a filha tinha o direito de visitá-lo.

A fuga, em dois Nissan Patrol, escoltados por dois fuzileiros navais brasileiros e com dois motoristas bolivianos no volante, foi como um road movie: as passagens pelos checkpoints, o trânsito em Cochabamba ("três horas em uma névoa terrível"), a parada em Santa Cruz, perto de onde mora sua família, os 650 km finais até a fronteira, em que há só dois postos de combustível. E o epílogo, com o tanque quase vazio e a leitura de salmos evocando socorro contra os perseguidores.

Foram 22 horas em que até fralda geriátrica eles usaram. Pinto vomitou na descida de La Paz a Cochabamba, estrada cheia de curvas e sem acostamento.

A "operação", como ele define o episódio, custou a cabeça do chanceler Antonio Patriota. Saboia foi removido para Brasília e responde a sindicância do Itamaraty.

Não anda animado, mas, além de críticas, recebe aplausos. O pai, Gilberto Saboia, ex-secretário de Direitos Humanos no governo de Fernando Henrique Cardoso, já se disse aflito, mas orgulhoso do filho. Ele também é diplomata, amigo de estrelas do Itamaraty como Celso Amorim, e os filhos de ambos cresceram brincando juntos.

A mulher de Eduardo Saboia está se desligando do posto em Santa Cruz. Os dois não se veem há dois meses. Ele está na casa de familiares dela em Brasília e usa as roupas que o pai, que mora no Rio, lhe trouxe. Diz que não se arrepende. "Hannah Arendt falava na banalização do mal. No meu caso, foi a banalização do bem. Não quebrei hierarquia. Ele já tinha o asilo. E eu precisava proteger o senador da depressão."

"Eu vinha alertando o Itamaraty. Mas havia uma atitude de não se posicionar, de varrer para debaixo do tapete. Éramos orientados para não falar com a imprensa nem com parlamentares. Um sistema de incentivo para você não falar a verdade." Só demonstra arrependimento quando é lembrado que comparou a embaixada de La Paz ao DOI-Codi, enfurecendo a presidente Dilma Rousseff.

Virou amigo de Roger Pinto. Diz que Brasília e a embaixada se debruçaram sobre os 21 processos contra o senador na Bolívia. A conclusão preliminar, afirma, foi a de que "metade dos processos apareceu depois de denúncias que ele fez [contra o governo]. Há ações por desacato e corrupção. Uma por desmatamento –de duas árvores. Outra por homicídio que não diz quem ele teria matado".

Cita o caso dos corintianos para discorrer sobre "a falência, extorsão e corrupção características do Judiciário boliviano". "Ali tudo se paga, por dentro e por fora. São US$ 15 mil para uma sentença, por exemplo. Até pela cela você tem que pagar, ou por uma audiência."

Segundo ele, há mais de cem brasileiros nas prisões bolivianas. "Não que todos sejam inocentes, mas como apoiá-los oficialmente nessas circunstâncias?"

Lista outros incidentes para ilustrar "o drama que é servir na Bolívia": a nacionalização de refinarias da Petrobras, a paralisação de uma obra da OAS, as revistas em aviões da FAB. Empreendedores chegam "como num faroeste, achando que a embaixada é uma UPP".

Segue com os pequenos agricultores brasileiros na fronteira, a venda de cocaína para o Brasil, segundo maior mercado consumidor do mundo. "É a nossa relação internacional mais difícil. Existe uma proximidade e uma assimetria entre os dois países. Os nacionalistas mais fervorosos consideram-nos um covil de ladrões, porta-vozes da direita golpista."

Vê como positiva a política externa do governo Lula, também em relação à Bolívia. O país seria a "nossa Síria" porque "é onde estão os problemas que podem estourar na nossa cara". "A Bolívia não pode ser minimizada como um país periférico. Você pode não querer ir até a Bolívia. Mas a Bolívia vai até você."

12/05/2013

Ustra ilustra a escuridão

Filed under: Brilhante Ustra,Ditadura — Gilmar Crestani @ 5:56 pm
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"Ustra comandava a tortura", diz ex-sargento

Coronel que chefiou as instalações do DOI-Codi negou ter havido estupros no local e rejeitou as acusações de ser um assassino e torturador
CartaCapital

O ex-sargento Marival Chaves, ex-servidor do DOI-Codi de São Paulo na década de 1970, afirmou nesta sexta-feira 10, em depoimento à Comissão da Verdade, que o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, chefe do aparato repressivo paulista durante a ditadura, era o comandante da tortura no Estado. Ustra chefiou o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) entre setembro de 1970 a janeiro de 1974.

"Se você quer definir responsabilidades, ele [Ustra] comandava as operações", afirmou Chaves. Antes de iniciar seu depoimento, o ex-sargento entregou à Comissão da verdade cartas com ameaças de morte que recebeu a partir de 1992, ano em que iniciou suas revelações sobre a ditadura. Ainda segundo o ex-sargento, empresas do ramo automobilístico apoiavam DOI-Codi.

Da sessão, também participou o vereador Gilberto Natalini (PV), torturado por Ustra em 1972, quando ficou preso por 60 dias acusado de divulgar "jornais subversivos". "Um dia ele me pegou, me despiu, me colocou em pé numa poça d´água, ligou fios no meu corpo e, pessoalmente, chamou uma tropa para fazer uma sessão de declamação de poesia", revelou Natalini."Eu não tenho motivo para inventar essa história. Isso aconteceu, é fato concreto. Apanhei bastante das mãos dele e das pessoas que trabalhavam com ele".

Blog Sujo

28/04/2013

Ainda Pablo Neruda

Filed under: Chile,Ditadura,Pablo Neruda,Pinochet — Gilmar Crestani @ 10:00 am
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El embajador que estuvo a punto de rescatar a Neruda

Gonzalo Martínez Corbalá, embajador de México en Chile en 1973, relata los acontecimientos que siguieron al golpe de Estado de Pinochet

Verónica Calderón México 27 ABR 2013 – 19:48 CET2

Gonzalo Martínez Corbalá, en la entrevista. / PRADIP J. PHANSE

Una de las últimas personas que vio a Pablo Neruda con vida fue el entonces embajador mexicano en Chile, Gonzalo Martínez Corbalá (San Luis Potosí, 1928). El diplomático había ido a visitarle por una razón: convencerle de que aceptara el ofrecimiento del Gobierno mexicano y partiera al exilio, lejos de la atroz persecución del régimen de Augusto Pinochet. Al inicio fue reticente, pero Neruda cedió. Acordaron que el viaje sería el 22 de septiembre. En el último minuto, el Premio Nobel de literatura canceló. “Mejor el lunes”, dijo al embajador. El lunes nunca llegó. Neruda murió el domingo 23 de septiembre de 1973 a los 69 años.

Las afirmaciones del chófer de Neruda, Manuel Araya, de que el poeta había muerto envenenado y no del cáncer de próstata que sufría, y la posterior denuncia del Partido Comunista han derivado en la exhumación de los restos del poeta, que son analizados por un equipo forense en Chile. Martínez Corbalá, uno de los pocos testigos de primera mano de esos días, asegura que no tiene evidencia de que el poeta haya muerto por orden del regímen, pero que no descarta la necesidad de una investigación. “Si lo hubieran querido matar, lo habrían hecho mucho antes, aunque es verdad que en esos días ocurrían tantas cosas que es difícil saber a ciencia cierta qué fue lo que pasó”, afirma en la Ciudad de México.

Pocos como Gonzalo Martínez Corbalá vivieron esos tumultuosos días de septiembre de 1973. Habló con Salvador Allende dos días antes del golpe, cuando la amenaza ya era inminente. Consoló a su viuda, Hortensia Tencha Bussi, una vez consumada la acción militar y más tarde arropó a cientos de exiliados. Sus acciones le ganaron la Orden al Mérito en ese país, que le otorgó el Gobierno chileno en 1992. “Nunca negamos a nadie la petición de asilo. Preferí equivocarme y aprobar la entrada de alguien que quizá exageraba, a dejarlos a la intemperie”, recuerda.

A sus 81 años guarda una memoria prodigiosa. Es capaz de recordar la hora, el día, el sitio y hasta la ropa que vestía los días en que ocurrieron los acontecimientos más importantes de su carrera diplomática. Obvia relatar lo que ocurrió ese 11 de septiembre de 1973. Comienza por los hechos que le siguieron.

Después de que la Junta militar encabezada por Pinochet asumiera el poder, la familia del fallecido Allende se refugió en la embajada mexicana. Ahí permanecieron cuatro días. El 14 de septiembre, dos soldados increparon a Martínez Corbalá y le apuntaron a las costillas. “Su función no es agredir embajadores y la mía no es agredir carabineros”, recuerda que les espetó. Ese mismo día, los militares asesinaron a dos chicos que buscaban refugio en la residencia. Abandonaron sus cuerpos a las puertas de la embajada y los dejaron ahí toda la noche “para intimidar”.

En cuestión de días, decenas de chilenos se arremolinaron frente a la embajada y en la cancillería mexicanas para buscar refugio. Mujeres se escondían con sus hijos detrás del camión de la basura para entrar sin que los carabineros se percatasen. El diputado Luis Maira, que años después se convertiría en embajador chileno en México, entró escondido en el maletero del coche del embajador. Martínez envolvió en la bandera de México —“como un tamal”, describen testigos— al editor Sergio Maurín para esconderlo de los carabineros.

El político calcula que en solo unos días consiguieron acoger a 400 personas, entre ellas 12 mujeres embarazadas. Una de ellas parió en la sede diplomática. La madre llamó al bebé Gonzalo Salvador Luis Benito. El embajador cuenta con ilusión que el chico, ahora un adulto de casi 40 años, consiguió contactarlo hace unos meses por Facebook.

El escape

En la embajada se estaba a salvo, pero salir de ella era otro tema. Martínez Corbalá decidió transportar a los asilados acogiéndose a la Convención de Caracas de 1954, que permite al país que otorga el asilo el derecho de admitir a las personas que decida, sin que otro Estado haga reclamo alguno. Había un detalle: Chile no había reconocido la convención y, por tanto, no estaba obligado a acatarla. Afortunadamente para el embajador, los militares (o por lo menos muchos de ellos) no lo sabían.

El primer grupo en huir estaba encabezado por la viuda de Allende, Hortensia Bussi, y dos de sus hijas, Carmen Paz e Isabel. Partieron hacia México el 15 de septiembre de 1973.

El diplomático tramitó los permisos para Hortensia Bussi y Carmen Paz Allende, pero faltaba el de Isabel. El embajador mexicano añadió los nombres de esta y su familia con su puño y letra en la parte posterior de un permiso y se fueron. Todavía conserva ese trozo de papel.

El trayecto de la embajada al aeropuerto, de unos 25 kilómetros, no fue fácil. Los detuvieron por lo menos dos veces. “¿Sabe? Los militares subían al autobús y apuntaban con las linternas a Tencha [Mussi de Allende] y a mi mujer”. Otro grupo de militares intentó forcejear con el diplomático y cuestionaron sus permisos. “Aquí el que califica soy yo”, les respondió. Consiguieron despegar esa misma noche.

En México fueron recibidos por el presidente Luis Echeverría (1970-1976) y su gabinete entero, “todos vestidos de riguroso luto”, cuenta. Tras dos escalas en Lima, Panamá y muchas horas sin sueño, Martínez Corbalá recuerda que llevaba una barba de días y no tenía ropa con qué cambiarse. El embajador de Guatemala le prestó un traje y el piloto del avión una máquina de afeitar. Se reunió con Echeverría y le indicó que debía volver. Aun había cientos escondidos en las sedes diplomáticas y “si a un embajador le apuntan con una metralleta, lo que no harán con los demás”, le dijo.

Unas horas después, estaba de nuevo en el aeropuerto. Además de resolver el estatus de los refugiados, Echeverría le había encargado otra misión: convencer a Neruda de que también se refugiara en México. “Avisé a mi mujer por teléfono y le pedí a mi hijo mayor que me acompañara al aeropuerto. Me despedí, subí al avión y solo ahí recuerdo haber sentido miedo”. ¿Por qué? “Se cerraron las puertas y, quizá porque fue el único momento de silencio en mucho tiempo, fui consciente de lo que estaba ocurriendo”.

Llegó a Santiago a las siete de la tarde del 17 de septiembre. “Justo en el toque de queda. Esa noche dormimos en el avión”, relata. Al día siguiente acudió inmediatamente a la clínica Santa María a buscar a Neruda. El poeta, que sufría cáncer de próstata, estaba ahí ingresado. Le planteó la propuesta del presidente mexicano y el Premio Nobel se resistió a dejar su país. “Me dijo que quería quedarse, a pelear ‘contra esos desgraciados’”, cuenta. Matilde, la tercera esposa del poeta, estaba en la habitación. “Yo no podía decirle nada, pero ella sí”. Consiguieron convencerlo y fijaron una fecha: el sábado 22.

Martínez Corbalá tramitó los permisos necesarios ante la Junta militar. “Lo aceptaron sin poner objeciones, le dieron su pasaporte y nosotros el visado. Estábamos preparados”. El sábado llegó por el poeta, pero recuerda que él le señaló que no estaba listo para irse. “Nos vamos el lunes”, le dijo.

La cita del lunes nunca llegó. Neruda murió al día siguiente. “Yo lo iba a acompañar al aeropuerto y acabé acompañándolo a su funeral”, relata.

Sobre las afirmaciones de Manuel Araya, chófer del poeta, que asegura que el escritor de Veinte poemas de amor y una canción desesperada fue asesinado, el exembajador mexicano opina que es difícil hacer conjeturas. “Si lo hubieran querido matar, lo habrían hecho antes”, comenta. Aun así, no descarta la necesidad de una investigación. “Pasaban tantas cosas, que es difícil saber exactamente qué ocurrió”.

México acogió entre 6.000 y 8.000 ciudadanos chilenos entre 1973 y 1990. Al menos 400 fueron gestionados por Martínez Corbalá. El diplomático resta importancia al papel crucial que jugó en aquellos días. Menciona también al embajador sueco, Ulf Hjetersson, y su homólogo guatemalteco —el que le prestó el traje — como otros muñidores de la huida de cientos de chilenos en aquellos días frenéticos.

Al final de la charla, Martínez Corbalá acerca un par de libros. Uno es su cuaderno de visitas como embajador. Tiene mensajes de Allende, Amalia Solórzano de Cárdenas y el propio Fidel Castro. Y el otro es una primera edición de Canto General, ilustrada por Diego Rivera y David Alfaro Siqueiros. En la primera página, una dedicatoria: “Para Gonzalo Martínez Corbalá. Con el agradecimiento infinito por su protección cariñosa en los momentos más desamparados de mi vida”. La nota está datada en México, en 1978. La firma es de Matilde Urrutia, viuda de Pablo Neruda.

El embajador que estuvo a punto de rescatar a Neruda | Internacional | EL PAÍS

27/04/2013

A ditadura espraiada agora se esconde em caixas

Filed under: Comissão da Verdade,Ditadura — Gilmar Crestani @ 10:17 am
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Em Buenos Aires, CNV identifica 66 caixas com documentos sobre ditadura militar

Expectativa é que arquivos ajudem esclarecer violações de direitos humanos cometidas contra brasileiros na Argentina

A CNV (Comissão Nacional da Verdade) identificou em Buenos Aires 66 caixas com documentos que podem ajudar a esclarecer violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura militar brasileira. Em visita oficial à Argentina, a CNV visitou arquivos e se reuniu com organismos de direitos humanos, integrantes da chancelaria e da Secretaria de Direitos Humanos.
“Nessas caixas há um universo muito grande de informação sobre o Brasil que temos que analisar. Nos interessa especialmente informações sobre mortes e desaparecimentos, que é o nosso foco central, e sobre estratégias de colaboração entre os diversos países durante o período da repressão”, contou Paula Ballesteros, pesquisadora da CNV.
A comissão pediu à Argentina informações sobre o período que vai de 1964 a 1985 e também colabora com dados de argentinos desaparecidos no Brasil durante a última ditadura militar do país vizinho (1976-1983).
Agência Brasil

Paulo Sérgio Pinheiro quer esclarecer possíveis violações dos direitos humanos contra brasileiros na Argentina
Em entrevista coletiva na última sexta-feira (19/04), o coordenador da CNV, Paulo Sérgio Pinheiro, afirmou que apesar de não existir um acordo formal entre Brasil e Argentina para intercâmbio de informações sobre a colaboração entre os regimes militares de ambos países, “há muita disposição para uma colaboração mais fluida e menos burocratizada, porque nós temos um prazo definido.” A CNV deve entregar um relatório final dentro de um ano, mas existe a possibilidade de que esse prazo seja estendido até o final de 2014.
Tenório Jr.
A CNV fez um levantamento inicial sobre cidadãos brasileiros desaparecidos, entre eles Tenório Cerqueira Júnior, pianista sequestrado em Buenos Aires em março de 1976, quando acompanhava Vinícus de Moraes e Toquinho em shows na cidade. Tenório Jr. está entre os 11 brasileiros desaparecidos na Argentina durante a última ditadura militar.
“A troca de informações durante o período das ditaduras produzia muito material diplomático. Viemos à Argentina com a expectativa de encontrar o que não conseguimos encontrar no Brasil, mas ainda precisamos estudar o material”, explicou Paula. “Sobre o caso Tenório, não sabemos se são documentos novos ou similares aos que já temos lá, precisamos analisar.”

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Paula Ballesteros afirmou ainda que é possível que apareçam mais casos de brasileiros vítimas da ditadura argentina a partir do julgamento no país de repressores acusados de violações de direitos humanos no marco da Operação Condor, uma aliança político-militar entre os regimes ditatoriais da América do Sul que permitia a expansão da repressão para fora das fronteiras de cada país.

EBC

O pianista Tenório Júnior em foto nos anos 70; ele desapareceu em Buenos Aires quando acompanhava Vinícius de Moraes e Toquinho 
A fase de instruções do julgamento na Argentina já foi encerrada e não há cidadãos brasileiros incluídos entre as 106 vítimas, mas Paula acredita que a parte oral do juízo possa trazer novas informações. “Na medida em que os depoimentos tragam novos dados, a procuradoria argentina vai nos informar”, afirmou.
Intercâmbio de informações
A CNV visitou arquivos da chancelaria argentina nos quais há documentos desclassificados sobre a colaboração entre as ditaduras da América do Sul, mas Paulo Sérgio Pinheiro afirmou que, caso surjam dados relevantes, é possível pedir o acesso a novos arquivos, também em outro países.
As autoridades de direitos humanos dos países do Mercosul também discutem um convênio para intercâmbio de informação jurídica, mas Paulo Sérgio Pinheiro não descarta um acordo bilateral entre Brasil e Argentina. “Não chegamos a nenhuma formulação de instrumento entre os dois países, o que não está excluído”, disse.
A próxima visita da Comissão Nacional da Verdade será ao Paraguai, onde os pesquisadores irão analisar os arquivos da Operação Condor.

Opera Mundi – Em Buenos Aires, CNV identifica 66 caixas com documentos sobre ditadura militar

03/04/2013

Terrorismo de Estado made England

Filed under: Inglaterra,Patrice Lumumba,Terrorismo de Estado — Gilmar Crestani @ 8:43 am
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O que ELIO GASPARI conta hoje já havia sido denunciado à época. Mas quem ouviria Fidel Castro? Este não foi o primeiro nem será o último cometido pelas organizações terroristas de estado também chamados de serviços secretos. São serviços secretos de tortura e morte. Todos conhecemos muito bem a CIA e seu legado de chantagens, sabotagens, torturas e mortes pelo mundo. As ditaduras no mundo todo não existiriam sem a participação destes países irmãos, ditos civilizados. A Al-Qaeda terá de cometer milhares e milhares de assassinatos para chegar aos pés dos “serviços” nem sempre secretos ordenados pelos governos dos EUA e da Inglaterra. E por aí também se entende o risco que corre Cristina Kirchner em virtude das Malvinas…

Os ingleses e a morte de Lumumba

Passados 52 anos do assassinato do congolês, o lorde conta que a baronesa lhe disse: "fomos nós"

A CENA não podia ser mais chique. Em 2010, Lord Lea de Crondall tomava chá com a baronesa Park de Monmouth e comentou um trecho de um livro que discutia o envolvimento do serviço secreto britânico no assassinato do primeiro-ministro congolês Patrice Lumumba, em 1961. O mistério completaria meio século. Lumumba tinha 35 anos e parecia um Fidel Castro (versão 1.0) africano. Vencera uma eleição e mal completara três meses como primeiro-ministro quando foi deposto e preso. Fugiu e foi capturado. Seu assassinato foi um crime que superou, de longe, a execução do Che Guevara. Primeiro, porque estava no seu país. Ademais, porque foi filmado apanhando, até mesmo quando soldados tentavam fazê-lo comer um documento que assinara. A imagem de sua altaneira resignação, com as mãos amarradas, está no YouTube. Tropas da ONU que policiavam o Congo poderiam tê-lo libertado. Lumumba foi martirizado durante duas semanas. Apanhou de soldados, generais e até mesmo do presidente de uma província rebelada. Finalmente, no dia 17 de janeiro de 1961, militares congoleses e mercenários europeus encostaram-no numa arvore e fuzilaram-no.

A execução foi uma espécie de Assassinato no Expresso Oriente da Guerra Fria. Os americanos tentaram envenená-lo, os belgas tratavam-no pelo codinome de Satan e planejaram seu assassinato. O primeiro-ministro inglês discutira sua "eliminação" com o presidente americano Eisenhower, mas o dedo de Londres só apareceu durante o chá dos lordes. Faltava uma peça: quem armou a cena final?

"Fomos nós. Eu organizei a coisa", disse a octogenária baronesa de Monmouth. Aos 39 anos ela era Daphne Park e chefiava a estação da inteligência inglesa no Congo. Para quem se habituou com a cenografia de James Bond, Park encarnava o anticlímax. Com jeitão de missionária gorda, dirigia um Citroën velho. Até chegar à Câmara dos Lordes, passaria por Moscou, Zâmbia e Hanói. Nunca falou de sua carreira, ria do Bond de Ian Fleming e não gostava das tramas de John Le Carré. Daphne morreu aos 88 anos, poucos meses depois de seu breve comentário com Lord Crondall. Ele narrou a conversa numa carta recente ao London Review of Books.

Recompondo-se os fatos de janeiro de 1961, é possível que Daphne tenha organizado e instruído a ida de um ex-assessor de Lumumba à prisão onde ele estava, transferindo-o para a capital de uma província rebelada, onde seu fim estaria selado. Semanas antes, ela salvara a vida desse novo colaborador escondendo-o na porta-malas de seu carro.

Passados 52 anos do assassinato de Lumumba, ficou o saldo. De 1961 a 1997, o Congo foi governado por Joseph Mobutu, um policial transformado em coronel, queridinho da Central Intelligence Agency americana. O embaixador inglês achava-o incapaz de se tornar ditador. Foi um arquétipo dos cleptocratas africanos, intitulando-se Messias, Supremo Combatente e O Grande Leopardo. Juntou algo como US$ 5 bilhões, mais um castelo na França. Desde então o Congo viveu meio século de guerras civis (numa das quais se meteu Che Guevara) e nelas morreram milhões de pessoas. País de imensos recursos naturais, o Congo é um dos mais pobres e corruptos do mundo.

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