Ficha Corrida

03/07/2015

O nazismo começou assim

Filed under: Banditismo,Grupos Mafiomidiáticos,Igor Gilly Teles,Jair Bolsonaro,Sexualidade — Gilmar Crestani @ 9:40 am
Tags:

O amor enrustido que não ousa dizer seu nome, do grandalhão e seu gurizinho, descasca o ovo da serpente posto pelos grupos mafiomidiáticos. Igor, assuma que dói menos. E seja feliz com Bolsonaro ou outro Tonton Macoute qualquer.

Fanático que insultou Dilma nos EUA ‘precisa responder criminalmente’

Postado em 3 de julho de 2015 às 8:48 am

Debi e Loide

Debi e Loide

Do blog do iram:

Fascistas que possuem perfis na rede social passaram do limite. Infiltrado na comitiva da presidente Dilma Rousseff que foi à Flórida (EUA), o ativista de direita Igor Gilly Teles passou a insultar a presidente. Chamou-a de ladra, assassina, terrorista e comunista de me…. Uma atitude que fere frontalmente nossos preceitos democráticos.

O ignóbil jovem, que aparece na foto acima ao lado de ninguém menos que o deputado Bolsonaro, não fez um simples protesto. Ele invadiu um espaço para cometer no mínimo um crime contra a honra da principal mandatária do país, tipificado no código penal como calúnia, injúria e difamação.

Com essa atitude fascista, ele pode até responder por outros crimes, além de ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional por ter colocado em risco a integridade física da presidente.

Premeditadamente, ele filmou tudo e colocou há pouco no seu perfil do facebook. Material comprometedor e que já pode ser utilizado pelo Ministério Público Federal (MPF) como instrumento necessário para uma futura ação.

Diário do Centro do Mundo » Fanático que insultou Dilma nos EUA ‘precisa responder criminalmente’

09/09/2014

Por que gays atraem Malafaia mais que Deus?

Filed under: Malafaia,Religião,Sexualidade — Gilmar Crestani @ 9:35 am
Tags: ,

pastores-cura-ebolaÉ impressionante. Todo dia tem Malafaia diagnosticando alguma moléstia em gays.

Acho até que ele se esqueceu do seu deus, o deus do ódio, por pura fixação em gays.

Por que será que o ódio de Malafaia aos gays é maior do que aos pastores pedófilos?

Enfim, como pode alguém que se diz religioso destilar tanto ódio ao invés de amor? Será alguma curra de infância, ou na vida adulta, depois que virou pastor? Que deus é esse em quem ele diz acreditar e que incita ao ódio?

Se o deus de Malafaia inspira tanto ódio, prefiro, sinceramente, o demônio ao deus desta pilantra!

Sai do armário, Mala Faia!

Malafaia compara selfie em avião a racismo do Grêmio

:

Em seu perfil no Twitter, pastor Silas Malafaia relacionou a imagem de Murielle Facure, em um avião ao lado do pastor ironizando seu posicionamento contra o casamento de homossexuais, a da torcedora do Grêmio Patrícia Moreira, que xingou o goleiro Aranha, do Santos, de “macaco”; escreveu em seguida para seus seguidores: “Vcs tem que ler o frenesi da gayzada aqui no meu Twitter!! Palavrões e ameaças!! São tão democráticos! Não suportam o contraditório!”

9 de Setembro de 2014 às 05:34

247 – O pastor Silas Malafaia comparou a selfie feita por uma jovem ironizando seu posicionamento contra o casamento de homossexuais aos recentes xingamentos racistas da torcida do Grêmio contra o goleiro Aranha, do Santos.

Em seu perfil no Twitter, Malafaia relacionou a imagem de Murielle Facure, em um avião ao lado do pastor, a da torcedora Patrícia Moreira, que xingou o jogador de “macaco”.

Escreveu em seguida para seus seguidores: “Vcs tem que ler o frenesi da gayzada aqui no meu Twitter!! Palavrões e ameaças!! São tão democráticos! Não suportam o contraditório! Só kkkk”.

Malafaia compara selfie em avião a racismo do Grêmio | Brasil 24/7

27/04/2014

Só podia ser coisa de brasileiro: vou embora deste país!

Filed under: Complexo de Vira-Lata,Frazier Glenn Miller,Ku Klux Kan,Nazismo,Sexo,Sexualidade — Gilmar Crestani @ 9:05 am
Tags:

Ex-líder da Ku Klux Klan é flagrado fazendo sexo com negro

Por Charles Nisz | Vi na Internetsex, 25 de abr de 2014

Foto: Divulgação/Kansas Police

Durante as investigações sobre sobre Frazier Glenn Miller, um dos líderes da Ku Klux Klan, a polícia descobriu alguns detalhes sobre a história pessoal do homem preso por matar três pessoas numa comunidade judaica no estado americano do Kansas em abril de 2014. Nos anos 1980, Miller ficou famoso por declarar guerra contra minorias ao fundar o Partido Patriota Branco. Preso, Miller acabou testemunhando contra alguns de seus comparsas.

A promotoria pediu pena de morte para Miller. Algumas descobertas das investigações colocam em xeque as ideias de Miller. Segundo os registros da polícia americana, ele foi flagrado fazendo sexo com um negro. O acompanhante de Miller estava vestido de mulher, de acordo com o documento obtido pela rede de televisão ABC. As informações são da revista Slate.

Quando indagado sobre o porquê de estar na companhia de um travesti negro, Miller alegou que ia "bater na bunda" do acompanhante. Miller é acusado da morte de três pessoas: um médico de 69 anos e seu neto adolescente e de uma mulher de 53 anos que visitava sua mãe em uma residência para idosos. Ele teria gritado "Heil Hitler!" ao ser detido pelos policiais. Será que a psicologia explica?

14/03/2014

Racismo sexual?!

Filed under: Racismo,Sexualidade — Gilmar Crestani @ 9:40 am
Tags: , , ,

 

Não vejo porque negros não possam namorar e casar com brancas e vice-versa. Aliás, deveria ser tão natural que sequer chamaria a atenção. Se chama atenção os relacionamentos inter-raciais é porque ainda sofremos o estigma do racismo.

Afinal, quem é que vende que o padrão de beleza inclui ser loira? Quem escreveu um livro “Não somos racistas” para não só tentar provar que não existe racismo no Brasil como qualquer iniciativa que se adote deva ser torpedeada?

Arouca, Tinga e o duplo racismo de que são vítimas as mulheres negras

Postado em 08 Mar 2014

por : Paulo Nogueira

Tinga e a mulher

Tinga e a mulher

Dias atrás, publicamos no DCM um artigo do site Blogueiras Negras. Nele, a autora citava um tipo de racismo pouco falado: aquele de homens negros que ascendem em relação às negras.

Como notou a blogueira, é como se as negras desaparecessem, se tornassem invisíveis aos homens negros que ganham notoriedade e dinheiro.

O Brasil jamais teve um Malcom X, o ativista americano que dedicou sua vida a convencer as mulheres negras de que seus cabelos são lindos do jeito que são, e seus lábios, e seu nariz, e sua pele de azeviche.

Elas queriam ser brancas, e se sentiam inferiorizadas por não ser. Malcom X inventou o Orgulho Negro, e seu maior seguidor foi Muhammad Ali com seu grito épico: “Sou lindo.”

Arouca e a mulher em Orlando

Arouca e a mulher em Orlando

Numa fase ignorante de sua vida, Malcom alisava os cabelos e procurava brancas. Depois, nunca mais mexeu no cabelo natural, e nem desfilou com loiras como se fossem troféus.

Acordara para a necessidade vital de valorizar pessoas que se sentiam, como Michael Jackson, menores por não serem brancas.

Tudo isso me veio à cabeça quando li sobre os lastimáveis casos de racismo contra dois bons jogadores negros, Tinga e Arouca.

Antes de seguir adiante, fique claro: é um horror, um descalabro, e torcedor que xinga jogador de macaco deveria sair do estádio para a prisão, automaticamente.

Isto posto, o que os jogadores negros fazem para promover sua raça? Não peço que sejam Malcom X, mas que eles fazem em escala mais simples e mais modesta?

A triste resposta é: nada.

Ao contrário, eles indiretamente reforçam o racismo ao, ricos, imitar imediatamente o comportamento branco na aquisição de uma mulher branca.

É uma mensagem desoladora para as negras, como notou a blogueira cujo texto publicamos.

JB e namorada

JB e namorada

A esse lugar comum dos futebolistas brasileiros, oponho Mario Balotelli, o atacante italiano que em sua riqueza e fama mundiais optou por uma namorada negra. Balotelli está, assim, emitindo uma mensagem: as mulheres de nossa raça são lindas.

Clap, clap, clap. De pé.

A isso se chama consciência social e racial. Torço para que Balotelli não enverede, depois, pelo mesmo caminho racista de tantos jogadores negros.

O Brasil é um país racista.

E as mulheres negras são vítimas de racismo duplamente em suas relações amorosas: os brancos as querem para sexo e pouco mais. E os negros, quando viram famosos – outro exemplo notório é Joaquim Barbosa –, passam a ignorá-las.

Que os lastimáveis episódios de Arouca e Tinga joguem luzes sobre a discriminação ampla, geral e irrestrita de que são vítimas elas – as mulheres negras, tão lindas, tão altivas, tão resistentes e tão amplamente, tão cruelmente discriminadas.

Paulo Nogueira

Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Diário do Centro do Mundo » Arouca, Tinga e o duplo racismo de que são vítimas as mulheres negras

12/12/2013

Vá, Gina, leia por favor!

Filed under: Sexualidade — Gilmar Crestani @ 8:59 am
Tags:

 

Vagina

Será que a revolução sexual falhou? Não é curioso que, neste ponto da aventura humana, o órgão feminino ainda ameace tanto? Evelyn Ruman, Casey Jenkins e Naomi Wolf são algumas das artistas que questionam a naturalização da violência contra o desejo das mulheres

Eliane Brum 9 DEZ 2013 – 11:29 BRST

Evelyn Ruman conta que desembarcou no Vaticano sentindo-se uma espiã da Guerra Fria. Ela tinha se imposto uma missão arriscada, subversiva. Dentro do bolso da sacola de equipamento fotográfico havia um vidrinho com um líquido vermelho e um tanto viscoso. Evelyn se agachou, abriu a tampa e jogou seu conteúdo no chão. O fluido se espalhou sobre a calçada, as pedras. Ela sacou a câmera fotográfica e começou a documentar sua transgressão. Desenrolou a imagem de uma mulher nua, de costas, e a estendeu no chão. O vermelho agora escorria de interiores femininos. Nenhum guarda apareceu para impedi-la, nenhum turista a perturbou. Missão cumprida. Evelyn acabara de jogar sangue menstrual no centro do poder católico.

– Por que você quis fazer isso?, pergunto a ela. “Porque a Igreja Católica representa tudo aquilo que vem oprimindo as mulheres por séculos, tornando a vagina algo feio e fazendo do sangue menstrual uma coisa nojenta.”

Evelyn Ruman / Divulgação

Era janeiro de 2012 e Evelyn participava da Bienal Internacional de Arte de Roma. Durante dois anos ela armazenara seu sangue menstrual na geladeira de casa, em São Paulo, para realizar a exposição que chamou de Sangro, logo existo. Seu casal de filhos, hoje com 23 e 18 anos, brincava que era o “carnição da mamãe”. Ao fazer esse percurso artístico, Evelyn se preparava para um momento doloroso para uma mulher: ter seu útero arrancado devido a um mioma. “Sempre gostei muito de menstruar”, diz ela.

Quando foi a Roma, Evelyn percebeu que sua menstruação estava atrasada. Para consumar seu objetivo, precisou pedir um pouco de sangue a uma feminista italiana, Sara Sacerdócio. Fez sua performance com sangue emprestado. A foto (ao lado) é uma das 27 imagens exibidas no EG2O (Escritório Galeria 2Olhares), na cidade histórica de Paraty, no litoral fluminense, até 6 de janeiro. Cinco delas ilustram esta coluna.

Evelyn trabalha desde 1988 com a autoimagem de mulheres. Presidiárias, internas de manicômios judiciários e instituições psiquiátricas comuns, camponesas de origem indígena, meninas com síndrome de Down, soropositivas para o vírus da Aids, ameaçadas por violência doméstica, velhas. Mulheres que a maioria prefere não enxergar. Nunca teve dificuldade para expor seu trabalho, premiado e reconhecido internacionalmente. Mas, quando tentou exibir sua obra moldada em sangue menstrual, encontrou as portas fechadas. Para mostrar o rosto de mulheres condenadas à invisibilidade, foi acolhida. Para mostrar seu corpo que sangra pela vagina não havia espaço. Talvez porque, ao expor o que se prefere escondido e envergonhado, a vítima tivesse virado o jogo. Em vez de compaixão, agora provocava medo.

Evelyn descobriu-se sozinha. Mesmo outras mulheres, amigas fotógrafas, em todo o resto libertárias, classificaram suas fotos como “nojentas”. “Só consegui fazer a exposição porque abri minha própria galeria”, diz Evelyn. “Dá vontade de botar uma câmera para filmar a reação de nojo das pessoas, muitas delas mulheres, quando veem as fotos e percebem que é sangue menstrual, sangue que saiu de uma vagina, a minha. Se o sangue saísse de um pinto, será que teriam tanto nojo?”

(Estou presumindo, claro, mas acredito que parte daqueles que leem este texto, a esta altura já soltaram alguns “que noooojo!”. Acertei? Ao comentar com alguns amigos que pretendia escrever sobre o tema, a reação foi: “Mas por quê?”. Por causa desta tua cara, respondi.)

Neste exato momento, a australiana Casey Jenkins realiza a performance que intitulou de Casting Off My Womb (em tradução livre, Tricotando o meu útero). A cada manhã, ela enfia um novelo de lã clara na sua vagina e tricota um cachecol. Ao menstruar, o tricô ganha rajados de vermelho sanguíneo e molhado. (vídeo aqui). O objetivo da intervenção, conforme ela declarou à imprensa, é tornar a vagina da mulher “menos chocante ou assustadora”. Casey queria mostrar que “a vagina não morde” ao ligá-la a um ato acolhedor e “quentinho”, identificado com avozinhas clássicas, como o de tricotar uma manta. O cachecol uterino que passa sensualmente pela vagina de Casey, acaricia seus grandes e pequenos lábios e faz cócegas no seu clitóris estará concluído ao final de 28 dias.

(Mais nojo?)

O que, afinal, Casey está tricotando, lá no outro lado do mundo? O que Evelyn está tentando nos dizer com seu sangue, no lado de cá do mundo?

É provável que a escritora americana Naomi Wolf, autora de Vagina: uma biografia, que acaba de ser lançado em português pela Geração Editorial, tenha razão ao dizer que “a revolução ocidental sexual falhou”. Ou, pelo menos, “não funcionou bem o suficiente para as mulheres”. A própria trajetória do livro é a prova de que a vagina segue sendo ameaçadora – como corpo, como imagem, como palavra. Me arriscaria a dizer que até mais ameaçadora do que em décadas passadas. Quando a obra foi lançada, em 2012, no mercado de língua inglesa, a loja virtual da Apple colocou asteriscos no título: V****a. A velha vagina, censurada pela marca que representa o ápice do avanço tecnológico do nosso tempo, foi quase uma performance da denúncia contida no livro. Mas involuntária, o que torna tudo mais interessante. Me parece que o episódio fala mais de um momento de potência da vagina do que de vitimização.

Em seu livro, Naomi Wolf compreende a vagina como “o órgão sexual feminino como um todo, dos lábios ao clitóris, do introito ao colo do útero”. Esse todo forma uma complexa rede neural, na qual há pelo menos três centros sexuais – o clitóris, a vagina, o colo do útero – e possivelmente um quarto – os mamilos. Naomi defende que a vagina não é apenas carne, mas um componente vital do cérebro feminino, ligando o prazer sexual amoroso à criatividade, à autoconfiança e à inteligência da mulher. A conclusão é óbvia e não é nova, nem por isso menos importante: massacrar a vagina – ignorando-a ou tornando-a algo sujo, proibido e chulo, seja pelas palavras ou pelas ações – massacra as mulheres na inteireza do que são. Ao aniquilar a vagina, aniquila-se a mulher inteira, sequestra-se a sua potência. “Ao contrário do que somos levados a crer, a vagina está longe de ser livre no Ocidente nos dias de hoje”, diz Naomi. “Tanto pela falta de respeito como pela falta de entendimento do papel que ela exerce.”

Criticada até mesmo por parte das feministas, a biografia da vagina faz um percurso bastante curioso. Mesmo quem a elogia tem sempre uma graça para dizer, uma piadinha, algo que garanta um distanciamento desta escritora que a certo momento chega a falar em “dança da deusa”. Parece continuar obrigatório ser engraçadinho com qualquer menção à palavra vagina. Adultos maduros se expressam como se fossem adolescentes soltando risadinhas, o que em si já diz bastante coisa. Ao anunciar que escrevia o livro, Naomi foi recebida para um jantar entre amigos com um cardápio temático: massa em forma de vaginas e grandes (bem grandes mesmo) salsichas. Como finalização, filés de salmão, referindo-se ao cheiro de peixe relacionado ao órgão sexual feminino. Para aqueles homens intelectualizados de Nova York, a obviedade, um tanto bocejante, parecia muito divertida. Depois da “homenagem”, Naomi amargou um bloqueio criativo: por seis meses não conseguiu escrever uma palavra do livro. “Senti que havia sido punida – tanto no nível criativo quanto no físico – por ir a um lugar aonde as mulheres não deviam ir”, conta.

Se o livro de Naomi Wolf apresenta generalizações e pode ser questionado em alguns ou vários aspectos, como todos os livros, aliás, acho difícil que alguém, seja homem ou mulher, não tenha a vida ampliada por questões mais interessantes depois de ler Vagina: uma biografia. Se não fosse por mais nada, pelo simples fato de que, para muitos, demais, a vagina ainda é uma fenda, uma ferida, um buraco.

Evelyn Ruman / Divulgação

A pergunta que Evelyn, Casey e a própria Naomi nos propõe, a partir da expressão de cada uma, é por que, no século 21, no Ocidente, a vagina ainda provoca tanto antagonismo. E que efeito isso tem sobre a experiência cotidiana das mulheres, principalmente, mas também a dos homens. Ou sobre como isso empobrece enormemente a nossa vida sexual e afetiva, assim como a nossa vida como um todo. O maior mérito de cada uma delas ao se arriscar ao escárnio público – e, neste caso, sempre se pode contar com ele – é o de questionar a naturalização de um olhar sobre a vagina e as mulheres que nos viola a todas. E talvez a todos. Ao naturalizá-lo, oculta-se a trama histórica e não linear em que esse olhar foi sendo tecido, assim como as relações de poder que o determinam.

Não é tremendamente instigante que, neste ponto da aventura humana, a vagina das mulheres ainda assombre tanto que a violência contra ela parece ter recrudescido? Na época em que as revistas femininas ocupam uma parte considerável de suas páginas com lições para melhorar a performance sexual das mulheres, a vagina, aquela que parece não caber neste discurso atlético, vive tempos de escândalo. No mesmo período em que a Apple censurou a vagina como palavra no título do livro de Naomi Wolf, no Brasil o crítico de arte Jorge Coli teve interrompida a transmissão pela internet de sua palestra pela Academia Brasileira de Letras. Foi censurado no momento em que pronunciou a palavra “buceta” e mostrou A origem do mundo, o famoso quadro do francês Gustave Courbet, que retrata uma vagina entre coxas abertas. Ao longo de sua acidentada trajetória, o quadro esteve coberto por um véu, fosse uma cortina ou mesmo uma outra pintura. Só foi exposto sem nada ocultando-o depois que a família de seu último dono, o psicanalista Jacques Lacan, o doou ao Museu D’Orsay. Em fevereiro deste ano, a revista francesa Paris Match anunciou um “furo de reportagem”: a descoberta do suposto rosto da vagina famosa. Desta vez, o rosto que tentaram lhe impor, como uma parte faltante, teria a função de um véu definitivo. (Escrevi sobre isso aqui e aqui.)

Evelyn, Casey, Naomi, assim como outras artistas mundo afora, têm corajosamente tentado nos chamar a atenção para o fato de que tanto a censura quanto a piada ocultam algo que precisa ser enfrentado. Enfrentado porque estreita a nossa vida psíquica, afetiva e sexual, mas também porque é gerador de violência. Nas universidades brasileiras, os trotes às calouras têm se transformado nos últimos anos em episódios chocantes de agressões contra mulheres. Na Universidade de Brasília (UnB), em 2011, calouras tiveram de lamber leite condensado numa linguiça encapada com camisinha. Em 2012, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), duas estudantes foram amarradas a um poste. Os veteranos vestiram-se de policiais militares e colocaram camisinhas na ponta de cassetetes, obrigando-as a chupar os bastões. Em 2013, na UFMG, uma estudante com o corpo pintado de preto carregava um cartaz que dizia “caloura Chica da Silva”, em alusão à famosa escrava com este nome. As mãos estavam presas por uma corrente, que era controlada por um veterano. Também neste ano, uma caloura da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia denunciou à polícia ter sido obrigada a lamber pênis e testículos de bois. Ela desmaiou, sua boca sangrava. Na Universidade de São Paulo, no campus de São Carlos, realizou-se o concurso “Miss Bixete”, no qual as calouras são obrigadas a fazer um “desfile de beleza” repleto de situações humilhantes. Durante o trote, veteranos tiraram a roupa e simularam fazer sexo com uma boneca inflável. Distribuíram ainda um panfleto parodiando o best-seller Cinquenta Tons de Cinza, com os seguintes dizeres: “Cinquenta golpes de cinta – a cura para o fogo no rabo dessa mulherada mal comida”. A série de violências sexuais contra as calouras torna-se ainda mais espantosa – e é preciso se espantar muito – se pensarmos que foram perpetradas por homens jovens e escolarizados, nascidos pós-revolução sexual, filhos de mulheres que usam anticoncepcionais e trabalham fora de casa.

Na semana passada, o radialista Fabiano Gomes, da Rádio Correio, da Paraíba, afirmou no programa Correio Debate que a polícia não deveria perder seu tempo investigando os casos em que homens divulgaram na internet imagens de mulheres nuas ou em relações sexuais. Ele se referia a um caso ocorrido na cidade paraibana de Pombal e ao recente suicídio de Júlia dos Santos, de 17 anos, no Piauí. Júlia e a gaúcha Giana Fabi, de 16 anos, enforcaram-se em outubro depois de sofrerem linchamento moral por terem fotos e vídeos íntimos postados nas redes sociais. Algumas das frases usadas pelo radialista: “Sem-vergonha é quem manda foto nua para o namorado”, “Foram pro espelho mostrar o chibiu”, “A cocotinha tirou foto nua pro namorado bater punheta”.

Se houve reação formal de repúdio ao episódio, vale a pena prestar atenção também na gravação, para escutar a opinião dos ouvintes, homens e também mulheres, ao apoiar as agressões do radialista. Se os comentários são uma amostra do senso comum, as meninas que mostraram seus corpos nus a homens em quem confiavam são “vagabundas”. É aterrador constatar que, às vésperas de 2014, depois de todas as conquistas feministas, num país governado pela primeira vez por uma mulher, duas adolescentes tenham sido tão humilhadas por terem seus corpos e seu desejo sexual expostos que preferiram morrer. Ao sacrificarem-se (ou serem sacrificadas), seguem sendo humilhadas. Na segunda década do século 21, no Brasil associado ao mito da liberação sexual dos trópicos, o corpo e o desejo feminino são tão ameaçadores que a morte não basta.

Evelyn Ruman / Divulgação

A violência contra a vagina é disseminada no cotidiano, dentro de casa, no trabalho, no percurso entre a casa e o trabalho, em todos os espaços, mesmo os de lazer. As mulheres estão tão habituadas a ela desde que nascem que já a internalizaram como “normal”. Ou reagem muito menos do que deveriam, resignadas por uma vida inteira de agressões tão corriqueiras que fingem não ligar. Que neste contexto ainda consigam ter desejo sexual e prazer com suas vaginas é um tanto impressionante.

Como ilustração, um resumo de alguns – só alguns – momentos da minha trajetória pessoal. Na primeira vez em que fui tocada por um homem, eu era criança. O homem era um menino ainda menor do que eu. Ao passar por mim na rua da cidade pequena, deu um tapa forte na minha vagina e disse: “bucetuda”. Foi meu primeiro contato. Voltei para casa chorando, mas me sentia tão envergonhada por ter uma vagina que não contei a ninguém. Adolescente, ao caminhar no centro de Porto Alegre de minissaia, um homem cuspiu nas minhas coxas. No ônibus lotado da faculdade, tentaram se masturbar na minha bunda mais de uma vez. Num Dia das Mães levei minha filha de nove anos ao cinema. Um homem sentou-se ao nosso lado e começou a se acariciar. Adulta, no trabalho, nas redações por onde passei, ouvi de tudo sobre a vagina, assim como minhas colegas. A melhor de todas: “A mulher é a parte chata da buceta”. Era dita por um homem inteligente e realmente gentil, que acreditava estar fazendo uma graça com colegas “sem frescura”. Nós ríamos para não sermos “a parte chata – e ainda por cima sem humor – da buceta”. Toda vez que escrevo algo que contraria algum grupo, como determinada polícia, recebo ameaças como: “vou te estuprar” ou “quero ver tua buceta”. Quando um líder evangélico discordou de um artigo que escrevi sobre as mudanças no Brasil provocadas pelo crescimento das igrejas neopentecostais, ao dar uma entrevista para o New York Times, entre todas as palavras disponíveis para me definir, ele escolheu esta: “tramp”. E lá estava eu, tomando café tranquilamente num sábado pela manhã, na minha casa, com minha família, quando o telefone começou a tocar: “Você viu que foi chamada de vagabunda no Times?”.

Assim é. Hoje, agora. E não me parece que a resposta para a violência naturalizada contra a vagina e o desejo sexual feminino seja transformar-se numa atleta sexual com orgasmos performáticos. Este é possivelmente um padrão para o consumo e para o mercado, muito mais à imagem, também estereotipada, do que seria um comportamento masculino na cama. Soa como uma resposta à repressão histórica, mas na prática está mais para uma embalagem palatável e enganadora para a mesma repressão, na medida em que não deixa de ser mais uma tentativa de controle sobre o corpo e o desejo feminino. A imagem da atleta sexual, determinada e agressiva, pode ser só uma outra prisão para as mulheres. A vagina e o desejo feminino, diferentes em cada uma, são muito mais complexos e potentes do que isso. Vale a pena lembrar que, na pornografia, a mulher que expõe sua vagina, seu ânus, sua nudez em cada detalhe e em close é aquela da qual menos sabemos.

Evelyn Ruman / Divulgação

Por tudo isso Evelyn, Casey e Naomi são tão importantes. O livro de Naomi costuma peregrinar por diferentes seções das livrarias, da pornografia a assuntos gerais, já que parece não haver lugar para encaixar a vagina. Evelyn precisou abrir uma galeria para conseguir expor suas fotos com sangue menstrual. E as matérias sobre Casey, na internet, em geral são colocadas em seções da vida “bizarra”, misturada a outras “bizarrices” como, por exemplo, vender carne de rato. A revista Time, que teve a clarividência de colocar sua performance como “arte”, decidiu fazer um título engraçadinho: Not Available on Etsy: This Woman Knits With Her, Uhhh Yeah (em tradução livre: “Não disponível na Etsy: esta mulher tricota com sua, hããã… Isso mesmo”) Sim, a vagina parece continuar impronunciável.

Quem escreve sempre tem um desejo. O meu é que talvez, em vez de dizer “que nojo!”, ao ler este texto você contenha a agressão ou a piada, sempre mais fáceis porque calam a possibilidade de reflexão. E comece a pensar sobre a vagina e o papel que cada um de nós desempenha, tanto nos atos quanto nas palavras quanto nas omissões, mesmo naqueles comentários que você acredita ser apenas uma mostra de humor, na reprodução de uma cultura de estupro e morte das mulheres. Morte física, mas também psíquica e criativa. Morte do desejo. Uma cultura que tem se ampliado e alcançado parâmetros novos com o poder de difusão da internet.

Se a violência contra a vagina tem aparecido – e em alguns casos aumentado – em diferentes espaços da sociedade, é legítimo pensar que o ímpeto de fortalecer a resposta repressiva ao desejo feminino possa revelar que as mulheres estejam assumindo um controle maior sobre seus corpos e a sua sexualidade. Neste sentido, a necessidade de fazer vítimas seria uma reação ao fato de as mulheres se recusarem com maior veemência a ocupar o lugar de vítimas. Nesta hipótese, a “Marcha das Vadias”, que começou no Canadá e ganhou o mundo e também o Brasil, é um exemplo contundente de uma ação feminina que desloca o imaginário, ao se apropriar da palavra da violência e transformá-la numa afirmação de potência, embaralhando a lógica machista. Mais uma vez, a vagina vive tempos turbulentos. Que são tempos de violência, já sabemos. Que sejam tempos de libertação, depende de nós.

Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficção A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua e A Menina Quebrada e do romance Uma Duas. Email: elianebrum@uol.com.br . Twitter: @brumelianebrum

Vagina | Opinião | Edição Brasil no EL PAÍS

26/10/2013

Papo de homem: peito natural agradece; artificial, revida!

Filed under: Sexualidade — Gilmar Crestani @ 12:14 pm
Tags: ,

 

El canon del pecho

Los pechos son más grandes ahora que antes en la historia. Pero eso no tiene por qué ser bueno.

Karelia Vázquez 25 OCT 2013 – 12:53 CET

Los pechos son hoy más grandes que nunca antes en la historia. Pero eso no tiene por qué ser bueno”, explica Florence Williams (autora del libro Breasts: a natural and unnatural history. 2012, W. W. Norton & Company). Asegura que, al menos en Estados Unidos, son como “dos esponjas” que absorben cuanto hay en el ambiente. “Las hormonas que se inyectan a los alimentos, la píldora anticonceptiva y el estrógeno son responsables de que las copas de los sujetadores que antes se fabricaban en un rango de la A a la D ahora se hayan ampliado de la H a la KK, para pechos extragrandes”. En Europa, donde la naturaleza fue más discreta con los atributos –compárese la copa 105D de Jayne Mansfield con la más pequeña 95B de su contraparte francesa, Brigitte Bardot–, el aumento de pecho es, junto a la liposucción, la operación estética más popular.

Según los datos del Instituto Dexeus, el contorno y la copa más demandados son la talla 90B y 95C. De acuerdo al testimonio de algunos cirujanos, que prefieren no identificarse, algunas clientas compran al peso: “Las quiero [las prótesis] de más de 330 gramos”, demandan en consulta.

“No había nada falso en los pechos que se deseaban en los años cincuenta. Eran naturales, animados, sanos y divertidos”, apunta la periodista Vanessa Butler en lo que pretende ser una historia definitiva de los pechos siguiendo la línea editorial de la revista Playboy. “Se han ido transformando a lo largo de los años en nuestras páginas. No somos Darwin, pero podríamos elaborar una teoría de la evolución del escote”, asegura.

El primer número de Playboy se publicó en 1953 con un desnudo de Marilyn Monroe.Había terminado la II Guerra Mundial y triunfaba el escote cónico, como el que exhibe Christina Hendricks, la pelirroja de Mad Men. Su forma se conseguía gracias a los sujetadores torpedo. Según explica el escritor Francesc Puertas, autor de El sostén, mitos y leyendas… y manual de uso (Arcopress, 2012), “fue un encargo de Howard Huges a un ingeniero aeronáutico para proyectar el pecho de Jane Russell en El forajido (1943). La moda se consolidó con Los caballeros las prefieren rubias (1953) y fue imbatible durante casi 30 años en los que se vendieron 90 millones de torpedos en 100 países”. Algunas teorías aseguran que la crisis de los misiles (1962) apuntaló la tendencia. Al parecer, el sujetador cónico recordaba las ojivas nucleares. Entonces, la forma estaba por encima del volumen. “El sujetador torpedo fue un lujo popularizado”, argumenta José Luis Nueno, profesor del IESE. “Se exageraban las curvas, todo estaba sobredimensionado, desde los Cadillacs con alerones hasta los electrodomésticos”.

Los excesos terminaron con la década. Las chicas encendieron grandes hogueras para liberar sus pechos. “Renunciar al sujetador era una señal de libertad”, explica la empresaria Sandra Macaya, experta en ropa interior. Las mujeres tenían menos hijos, llevaban una vida más activa y cambiaron su dieta. Todo esto se tradujo en una pérdida considerable de volumen y en unos pechos más pequeños. No había sucedido nada igual desde la era de las flappers, que bailaban en los felices años veinte.

“Históricamente, las tallas pequeñas han sido populares en las épocas feministas. Así sucedió en la década de los veinte y a finales de los sesenta y setenta”, recuerda Marilyn Yalom, profesora de la Universidad de Stanford, en su libro A history of the breast (Knopf, 1997). Esta experta señala que, a pesar de los vaivenes de tallas y volúmenes, en todas las épocas ha sobrevivido una tendencia paralela que considera el pecho pequeño, incluso plano, como un signo de clase y estilo. Los nombres antológicos de la tendencia han sido las dos Hepburn: Katharine y Audrey.

Con los ochenta llegaron Madonna, Michael Jackson y la MTV. No había nada que esconder. “La ropa interior adquirió vida propia y dejó de estar a remolque de las piezas exteriores”, apunta Puertas. Se proclamó oficialmente la vuelta del escote y las operaciones de aumento de pecho dejaron de ser una excentricidad. Una marca canadiense llamada Wonderbra reventó el mercado con un único sujetador que le hizo ingresar 30 millones de dólares solo en 1980.

Contra todo pronóstico, en la siguiente década, los noventa, volvieron los pechos pequeños y atléticos. Según la versión de los hechos de Playboy, la culpa fue de las jugadoras de la WNBA y de las top models británicas. Eso no impidió que Jean Paul Gaultier volviera a exhibir un sujetador cónico en el cuerpo de Madonna.

El nuevo milenio llevó Internet a los hogares occidentales. La oferta y disponibilidad de desnudos y pornografía era abrumadora. El péndulo de la moda regresó a los escotes generosos. Y ahí se ha quedado. El look es desafiante: una improbable mezcla de pocos kilos y turgencia que apenas existe en la naturaleza. “Ninguna mujer podrá tener ese escote sin unos implantes o un sujetador push up”, explica en una entrevista al diario The Washington Post Georgia Witkin, profesora de psiquiatría del hospital neoyorquino Mount Sinai. “De hecho, cuando una clienta pide al cirujano un escote verdaderamente dramático, este debe unir los pechos en una posición que no es exactamente anatómica. Pero no se pretende engañar a nadie. ¿Quién querría parecer natural? Eso era muy del siglo XX”.

El futuro, según el profesor Nueno, no está en el quirófano. “Mientras más se democratice el asunto, más cerca estará su final. Las personas siempre querrán diferenciarse y ser singulares”. Aunque sea por sus pechos o, sobre todo, por ello.

El canon del pecho | El País Semanal | EL PAÍS

18/10/2013

Os livros proibidos são os melhores

Filed under: Censura,Ditadura,Sexualidade — Gilmar Crestani @ 8:50 am
Tags:

A censura é o melhor dos estimulantes. Quando era seminarista recebi a incumbência de organizar a biblioteca do colégio que estava mudando de lugar. De imediato um frei me entregou uma lista dos livros que, no caso de serem encontrados, deveria lhe entregar incontinenti. Encabeçava a lista, Os crimes do Padre Amaro. Depois, todos os livros do Jorge Amado. Bem, a primeira coisa que fiz foi perguntar pra outro frei, de cabeça mais aberta, o que havia de especial no livro de Eça de Queiroz. Ele responde: nada. E me emprestou. Ele não tinha os livros de Jorge Amado, mas fui ler. Li vários. Gostava das morenas fogosas do bardo baiano. Hoje, depois de muitas leituras, vejo que a censura me ajudou a conhecer Eça, mas me fez perder um tempo muito grande com o prolífico Jorge Amado. Não há como não deixar de ver, numa de suas vertentes, o dom de comercializar carne morena. Na outra ponta, a glamourizada comunista. Nenhuma das duas me convenceu literariamente.

A censura dos milicos foi a mais nefasta, porque também deixa margem para interpretação equivocada. Ora, admitir que tudo o que um milico censurou é bom é o mesmo equívoco da censura. Seria reconhecer nela a inteligênica que não tinha. Bobagem pura. Um ditador e seus taifeiros, se fossem inteligentes, não precisariam de armas para defender suas ideias.

‘Sexo en Nueva York’ en realidad nació en la década de los 60

Rompió tabúes y fue censurada por obscena. La novela ‘El grupo’ de la escritora Mary McCarthy mantiene su influencia medio siglo después.

CARLES GÁMEZ

18 de octubre de 2013

08:00 h.

coverbuena

Imagen promocional de ‘El Grupo’, la adaptación cinematográfica de la novela de McCarthy

Foto: Cordon Press

Ocho amigas. Ocho compañeras y graduadas del selecto Vassar College de Nueva York. Sus nombres: Kay, Libby, Pokey, Lakey, Pris, Helena, Dottie y Pollie. Ochos vidas que cruzan de la América del New Deal del Presidente Roosevelt al estallido de la Segunda Guerra Mundial. La escritora Mary McCarthy, prototipo de la intelectual progresista que se había fraguado en la Norteamérica de la década de los años treinta, ponía en pie, tras una trayectoria reconocida como autora independiente, la que iba a convertirse en su novela más popular, en todo un fenómeno literario y social. La crónica de una generación, la suya, en esa lucha eterna entre la realidad y el deseo.
En el otoño de 1963 la novela El grupo asciende rápidamente en los ránkings de ventas literarias entre los libros más vendidos de Norteamérica. La obra restará en el número uno durante más de cinco meses y entre los primeros lugares a lo largo de los próximos años. No había pasado un año de su publicación y la cifra de ejemplares vendidos sobrepasaba ampliamente los 300.000 ejemplares. En ese 1963 marcado por el asesinato de Kennedy, la escritora Betty Friedan publicaba La mística de la feminidad, la obra que serviría de motor de arranque para el movimiento feminista de las siguientes décadas.

dentro2

¿Las antecesoras de Carrie y compañía?

Foto: Cordon Press

Aunque McCarthy nunca se declaró feminista, la novela El grupo abordaba temas como el sexo, la contracepción, la maternidad, el maltrato, la misoginia, el lesbianismo, el compromiso social, la independencia o la sumisión femenina, argumentos que en el momento de su publicación resultaban un cóctel si no revolucionario, lo suficientemente transgresor e indigesto para que desde los estamentos más conservadores fuese acusada de publicación pornográfica. La descripción con toda clase de detalles de un orgasmo o la perdida de la virginidad eran algunos de los temas tabúes que Mary McCarthy detallaba sin complejos en su novela. El libro se convierte en ese tipo de fenómenos y obras polémicas que se detestan en público, pero que se devoran con avidez en la intimidad. Una primera lectura transgesora para una generación de chicas adolescentes que guardó bajo el colchón su ejemplar y a escondidas de sus padres.
La novela se prohibiría en países como Irlanda, Australia o Italia bajo la acusación de atentar contra la moral pública. En España se puede encontrar actualmente en la colección Ardanzas de la editorial Tusquets, donde también se han publicado otras obras de la escritora americana. Aunque la novela estaba situada en un tiempo pasado, los sueños y frustraciones de aquellas ocho antiguas estudiantes de Vassar encontrarán de inmediato un gran eco en la sociedad norteamericana. Era la obra de una escritora que describía en voz alta y accesible la vida un grupo de mujeres en un medio social lleno de prejuicios y convencionalismos.

Cartel publicitario de El Grupo

Cartel publicitario de El Grupo (1966)

Foto: Cordon Press

El éxito de la novela convertida en uno de los grandes best-sellers de la década acabaría transformándose para su autora en un arma de doble filo. Al reconocimiento popular y beneficios económicos se sumó la crítica, la envidia y el desprecio de compañeros que hasta entonces habían formado parte de su círculo de amistades y ámbito intelectual. McCarthy había atravesado esa línea roja que separa a las élites intelectuales del gran escaparate, donde se anuncian los éxitos y la cultura mainstream y no faltaron las críticas acusándola de escritora comercial o poco profunda.

De nada habían servido sus años al frente de la crítica literaria y teatral dejando algunas de las crónicas más incisivas sobre la cultura norteamericana del siglo XX. McCarthy tendrá que soportar los comentarios mordaces de autores como Norman Mailer o de oponentes femeninas como la también escritora y símbolo de la intelectual comprometida, Lillian Hellman. El enfrentamiento entre las dos escritoras llegará hasta los tribunales a raíz de unas declaraciones de McCarthy en las que acusaba a Hellman de autora deshonesta y mentirosa hasta cuando escribía “and” y “the”.
Tampoco le faltaron las críticas y descalificaciones de algunas de sus antiguas compañeras de estudios, que la acusaron de haberse aprovechado de su amistad para realizar un retrato cruel y deformado. Ni tampoco faltaron los lectores que, a lo largo de los años, le harían llegar sus cartas llenas de indignación por su retrato de una “sociedad pervertida y viciosa”, que no se correspondía a los ideales americanos. Por su parte, McCarthy continuará su combate contra la América más conservadora y reaccionaria, escribiendo contra la guerra de Vietnam o denunciando al Presidente Nixon a raíz del caso Watergate.

Mary McCarthy

Mary McCarthy, en una imagen de 1956

Foto: Inge Morath

La historia de estas ocho heroínas literarias acabó en la gran pantalla bajo la dirección de Sidney Lumet. Entre el amplio elenco de jóvenes actrices, una debutante Candice Bergen en su primera aparición cinematográfica. Bergen, que había hecho sus primeros pasos como modelo en Vogue y Harper’s Bazaar, será Lakey, la compañera lesbiana del grupo y que ha quedado como la presencia más estimulante de la producción cinematográfica.

Cincuenta años despues, la herencia literaria de El Grupo, lejos de decaer o desaparecer, ha seguido creciendo. Cuando a la escritora Candace Bushnell le propuso su editor una reescritura contemporánea de esta historia, no sospechaba las consecuencias que aquella oferta iba a tener en el futuro. El resultado sería una novela y más tarde serie de éxito que bajo el nombre Sex and City (‘Sexo en Nueva York’) abriría una nueva época en la ficción televisiva con acento femenino. Como El grupo cincuenta años atrás, la serie sobrepasaría las fronteras de la creación artística para convertirse en fenómeno sociológico más allá de unos icónicos zapatos de tacón.
Un poco antes de morir, en 1989, Mary McCarthy confesaba en una entrevista al New York Times que la novela El grupo había arruinado, en parte, su vida. A su favor y reconocimiento literario, la creación de una obra que acabaría abriendo vías de libertad para la identidad femenina.

Dentro

Imagen de la película de Lumet.

‘Sexo en Nueva York’ en realidad nació en la década de los 60 | S Moda EL PAÍS

17/10/2013

Me respeite!

Filed under: Sexualidade — Gilmar Crestani @ 8:41 am
Tags:

 

Un documental para que no me llames "puta"

‘The Unslut project’ milita contra el afán social por avergonzar la sexualidad femenina. La última oleada de suicidos de jóvenes traumatizadas por el ‘bullying sexual’, el catalizador.

Noelia Ramírez

17 de octubre de 2013 08:00 h.

cover slut shaming

Dos mujeres participan en una de las populares ‘Slut Walks’ en Londres (2012).

Foto: Getty

"¿Por qué no te suicidas, zorra estúpida?". Abril de 2013. Una de las frases que más escuchó Emily Lindin en su adolescencia resuena, de nuevo, en su cabeza al enterarse por la noticias del suicidio de Rehtaeh Parsons, una chica canadiense que había sufrido una violación en grupo y que después tuvo que aguantar el acoso de sus compañeros de instituto cuando las fotos de su agresión sexual circularon en las redes sociales. No era la primera vez que Lindin escuchaba una historia como ésta. Otras jóvenes norteamericanas como Amanda Todd, Audrie Pott o Phoebe Prince también se habían quitado la vida después de haber sido señaladas como la "puta del instituto". "Y la lista podría seguir con más nombres que no aparecen en la prensa" explica a S Moda Lindin, fundadora de The Unslut project, una iniciativa que busca la concienciación social y que promueve la igualdad de género para luchar contra ese estigma en el que la sexualidad femenina se negativiza y convierte en objeto de insulto, bullying o acoso.

El proyecto de Lindin contra el ‘slut shaming’ –lo que vendría a ser el ‘escarnio de la zorra’, o esa extraña y arraigada afición por culpabilizar a las víctimas de agresiones sexuales, y no al agresor, con frases como "se lo estaba buscando" o "eso le pasa por ir provocando"– es también un proyecto catártico. Su autora lo inició con la publicación en Tumblr de sus diarios de niñez y adolescencia, porque, tal y como cuenta, "a mí nunca me violaron, pero fui señalada como la ‘puta’ del colegio desde que cumplí once años en adelante" (un resumen de sus vivencias se pueden leer en este artículo que firmó en The Guardian).

Transcribir episodios como el "Hija mía, ¿eres sexualmente activa?" que le preguntó su madre mientras hacía los deberes por los rumores que asolaban su barrio (su novio le contó a todo el mundo que le había practicado unos tocamientos que ella nunca pidó, "en realidad, fui sexualmente pasiva"), o cómo ella misma pensaba que se merecía todo el acoso de sus compañeros ("Debo haber hecho algo mal. Supongo que me lo merezco y Dios me lo está devolviendo") han dado fuerza a multitud de mujeres (y hombres) para compartir sus propias experiencias personales en su web. "Toda esta implicación demuestra cómo de arraigado está este tipo de bullying en nuestra sociedad", cuenta.

pierna

Dime cómo vistes y te diré lo ‘zorra’ que eres: la foto de Rosea Lake se convirtió en viral al poner de manifiesto cómo se juzga moralmente a las mujeres en función de su vestimenta.

Foto: Rosea Lake

Por ese motivo, y para extender su proyecto a nuevas vías de comunicación, Lindin prepara ahora el documentalSlut: A Documentary Film’ (‘Puta: el documental’) que podrá rodar gracias a la financiación colectiva de Kickstarter, donde superó la meta de 18.000 dólares iniciales que se había propuesto."El objetivo es iniciar una conversación real para que la gente reflexione y sea consciente de que el problema del slut shaming es una realidad. Nos centraremos en las historias de estas jóvenes que se han suicidado tras sufrir bullying sexual y preguntaremos a expertos, sexólogos y psicólogos para explorar cómo podemos cambiar este aspecto en nuestra cultura".

Porque no sólo las historias de suicidios evidencian cómo de arraigada está la misoginia sobre el comportamiento sexual de las mujeres. Sirvan como ejemplo dos episodios veraniegos en los que el ‘libertinaje femenino’ fue puesto en el punto de mira: las reacciones al viral de la foto de una felación que una joven practicó en pleno concierto de Eminem (bajo el Hashtag #slanegirl en Twitter), donde ella quedó quedó retratada como la "puta" y él como un "héroe"; o toda la polvareda que levantaron las fotos del sexismo en San Fermín, donde muchos alegaron el latiguillo de "eso les pasa por enseñar las tetas en medio de una plaza".

"Te pueden llamar puta por la forma en la que vistes, por disfrutar del sexo, por rechazarlo o por ofender a alguien por un tema que nada tenga que ver con el sexo. Podría decir que hasta el hecho de existir y ser mujer ya parece suficiente para que te lo digan", lamenta Lindin. Para promover una reflexión sobre el término, desde su web distribuyen unas camisetas con el lema Define Slut (Define Puta), para que la gente también" se plantee el uso de esta palabra y reconozca cómo puede llegar a herir al resto".

Inciativas como las de ‘The Unslut Project’, las Slut Walks u otros virales contra la denominada rape culture tratan de concienciar sobre cómo se culpabiliza a las mujeres del comportamiento que otros ejercen sobre ellas. Estas acciones serán necesarias hasta que la sociedad comprenda que ni por enseñar más, ni por salirse de los límites de lo ‘aceptable’ en su sexualidad, una mujer merece ser avergonzada o agredida.

slut walk Colombia

Una de las manifestantes en una ‘slut walk’ en Colombia el pasado mes de abril.

Foto: Cordon Press

Un documental para que no me llames "puta" | S Moda EL PAÍS

06/10/2013

Um avô que é um pai

Filed under: Sexualidade — Gilmar Crestani @ 8:39 pm
Tags:

 

La emocionante (y viral) carta de apoyo de un abuelo a su nieto gay

EL HUFFINGTON POST  |  Publicado: 05/10/2013 12:28 CEST  |  Actualizado: 05/10/2013 12:28 CEST

Carta Abuelo Al Nieto, Carta Viral, Defensa Abuelo Al Nieto Gay, Homofobia, Homosexualidad, Nieto Gay, Orgullo Gay, Tendencias, Noticias

Entre su nieto gay y su hija homófoba, este hombre ha hecho su elección.

Como informan nuestros compañeros Le Huffington Post, el sitio fckh8com colgó la carta en la que un abuelo defiende a su nieto después de que su propia hija le echara de casa tras conocer que es gay. La carta fue compartida más de 4.000 veces en la cuenta de Facebook de esa web.

homosexualité lettre

“Querida Christine:

Me decepcionas como hija. Tienes razón cuando dices que tenemos una "vergüenza en la familia", pero te equivocas sobre cuál es.

Echar a Chad de casa sólo porque te dijo que es gay es la verdadera "abominación" aquí. Un padre que repudia a su hijo es lo que va "contra la naturaleza".

La única cosa inteligente que te he escuchado decir en todo esto es que "tú no criaste a tu hijo para que fuera gay". Por supuesto que no lo hiciste. Él nació de esa manera, y no eligió serlo tal como tampoco (decidió) ser zurdo. Tú, sin embargo, sí elegiste ser hiriente, estrecha de mente y retrógrada.

Entonces, como estamos en lo de repudiar a nuestros hijos, creo que aprovecharé el momento para decirte adiós. Ahora tengo un ‘fabuloso’ (como dicen los gays) nieto que criar y no tengo tiempo para las palabras sin corazón de una hija.

Si encuentras tu corazón, llámanos.

Papá"

La emocionante (y viral) carta de apoyo de un abuelo a su nieto gay

07/09/2013

SohohS: só o sexo Sarah!

Filed under: Sexualidade — Gilmar Crestani @ 9:54 am
Tags:

 

Sarah e o sexo

Enviado sex, 06/09/2013 – 21:07 por luisnassif

Mestre Yoda

          Aos 48 anos, Sarah não suportava mais a intensidade de seus desejos sexuais. Vivia atormentada pela ideia de que sua vida, até então, havia sido um erro. Lembrava com amargura de sua mãe, por ter incutido nela, de forma tão persistente, o conservadorismo que impossibilitou, nos tempos áureos, uma vida sexualmente plena.

                Hoje, depois de ultrapassar inúmeros bloqueios, pudores, moralismos, medos, preconceitos, tornara-se quase uma apologeta do sexo. Zombeteiras, as amigas diziam que Sarah só fazia “sexo oral”, pois sabiam que era só da boca pra fora. Na prática, Sarah posava de difícil em público (com medo de ser rejeitada), mas se insinuava para tudo que é homem. Começava o dia cantando o porteiro de seu prédio, passava cantada no vigia do escritório, nos rapazes do serviço geral (desde que estivessem sozinhos), paquerava o vendedor do balcão da loja e só parava depois de cantar o gerente.

                As colegas mais antigas lembravam-se da Sarah de vinte anos atrás, segura, confiante, esnobe, com mil homens cortejando-a. Ainda estupefatas, percebiam a colega totalmente transfigurada. Ganhara muitas rugas durante os anos de amargura e muitos quilos nos momentos que sucederam as três separações conjugais que tivera. A Sarah de antes não admitiria fazer sexo com homens que não quisessem assumi-la. A de hoje admitiria fazer sexo com qualquer homem ou mulher, em qualquer idade e sob qualquer circunstância.

          Apesar disso, sua péssima auto-estima, seu desespero, sua ansiedade, sua insegurança afastavam qualquer possibilidade de relacionar-se sexualmente com parceiros no mínimo gozo de suas faculdades mentais. Há tempos não levava cantada nem de pedreiro ou mecânico. Certo dia, um mendigo, famélico, talvez por interesses não-carnais, com muita cortesia, demonstrara interesse na “madame”. Em seu íntimo, Sarah bem que pensou em dar-lhe um banho de loja e levá-lo a seu apartamento. Não teve coragem. Foi o único pudor pós-40 do qual se recordava.

                Amargurada, tinha pouca vida social, e só quando muito desesperada, arriscava sair, na esperança de encontrar um pretendente. Em geral, frequentava sites de relacionamento, assistia a vídeos pornôs, consolava-se com seus inúmeros “brinquedinhos” e, raras vezes, ia à parte alta da cidade, onde encontrava, em profusão, garotos de programa. Não gostava deles, pois já conhecia a velha fórmula e todas as limitações que impunham. A mais terrível para Sarah era a recusa dos garotos em fazer sexo oral, mas também enjoara daqueles chamegos e ternuras comerciais, aquele tratamento infantilizante que muitos rapazes jovens costumam dispensar aos mais velhos. Também não suportava homens musculosos, preferia os normais, mais fáceis de manejar.

            Cansara de mendigar carinho, pois era obrigada a isso até quando pagava, e irritava-se profundamente ao lembrar dos tempos áureos, de como recusara o amor de rapazes belos e apaixonadíssimos e, claro, transas promissoras… quer dizer… transas não! O que Sarah queria mesmo era dar uma boa trepada!!

           Parecia ter perdido a chance, parecia ter passado o seu tempo. Odiava pensar que com os homens, em geral, era diferente. Até os malditos septuagenários a rejeitavam. Morria de inveja ao ver seus colegas, ex-namorados e ex-maridos desfilando pelas ruas com mulheres jovens e bonitas. Morria de inveja da maioria de suas amigas e familiares da mesma idade, muitas casadas, outras solteiras, mas, em geral, mais esbeltas e de aparência jovial.

             Tornara-se amarga, passou a beber muito e tornou-se sovina. Maltratava os subalternos, os mais jovens, os garçons, as recepcionistas e empregadas domésticas e, mesmo, algumas vezes, suas próprias amigas mais queridas. Não suportava ver casais felizes, achava-os todos melosos e bobos, odiava gargalhadas, piadas, música alta e histórias de amor.

           Sarah descobrira o sexo e, com ele, a decadência, a amargura, a bancarrota. Sarah fora convidada de honra da festa da vida, mirara, com desprezo, todos os quitutes e guloseimas, recusando-os. Quando a fome bateu, deu-se conta de que não havia mais comida. Envelheceu faminta e com o gosto, com o odor da vida a atormentá-la.

GGN | Sarah e o sexo

06/06/2013

Energia alternativa contra o apagão

Filed under: Sexualidade — Gilmar Crestani @ 9:31 am
Tags:

 

Apuntes científicos desde el MIT

Este Blog empezó gracias a una beca para periodistas científicos en el Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) en Boston, donde pasé un año aprendiendo ciencia con el objetivo de contarla después. Ahora continúa desde Nueva York buscando reflexiones científicas en otras instituciones, laboratorios, conferencias, y conversando con cualquier investigador que se preste a compartir su conocimiento.

Mente fría genitales calientes

Por: Pere Estupinya | 06 de junio de 2013

Fotopletism kinsey

La investigadora Kathryn Macapagal mostrando el fotopletismógrafo vaginal con el que mide la excitación de los genitales femeninos (Imagen: P. Estupinyà. Kinsey Institute – Indiana University)

Lo que en su mano derecha sostiene Kathryn Macapagal es una especie de tampón que introducido en la vagina de las voluntarias de sus estudios, emite un pulso de luz que rebota en las paredes vaginales y es recogido por una camarita que el mismo tampón lleva en su interior. Así detecta si la irrigación sanguínea de los genitales aumenta cuando les muestra un tipo de imágenes u otras, en diferentes condiciones, o ante las circunstancias más inverosímiles que te puedas imaginar. Medir, comparar y testar hipótesis es básico para el proceso científico.

FotopletismSeguro pensarás: ¿y no puede preguntarles y ya está? Pues no. En ocasiones tus genitales no dicen lo mismo que tu mente. De hecho este es uno de los últimos descubrimientos/confirmaciones en fisiología de la sexualidad, sobre todo a partir del trabajo y metanálisis de Meredith Chivers en “sexual concordance” (concordancia sexual): en ocasiones puedes tener la mente fría y no sentirte subjetivamente excitada, pero estar los genitales lubricados, irrigados y más sensibles.

Kathryn puede mostrar una escena lésbica o una práctica sexual que genera rechazo, la voluntaria decir no sentir deseo subjetivo alguno, pero sus genitales estimularse por instrucciones de su inconsciente. También te puede mostrar diferentes hombres y que tu mente y tus genitales no estén de acuerdo con “quien les gusta más”. O haberte pedido que bebas alcohol antes del experimento y declarar que subjetivamente te sientes más excitada, pero tu vagina no haberse enterado. Y es más: algunas mujeres pueden identificar mejor su excitación física pero otras no percatarse de que sus genitales han reaccionado. De nuevo, a esta conexión entre deseo subjetivo y excitación física lo que llaman “sexual concordance”, y lo que están viendo es que algunas mujeres tienen mucha y otras poca. Obvio que debes hacer caso a tu mente y a lo que tú decidas, no a tus genitales. Desde luego. Pero también es bueno conocerlos a “ellos” (o a tu inconsciente).

En los hombres identificar cuando estamos físicamente excitados es más sencillo porque la erección resulta bastante bien obvia, pero tampoco tenemos tan claro como nos pensamos qué puede hacer reaccionar a nuestros genitales y qué no.

Pere penile pletism 3

Aquí estoy yo con cara de susto (fijaos en el diámetro de la anillita) en el laboratorio se fisiología sexual masculina de Erick Janssen en el Kinsey Institute. Lo que tengo por el momento en mis manos es un pletismógrafo de pene formado por una “anillita”, que colocada en el miembro viril y conectada a un aparato electrónico es capaz de distinguir los más ligeros cambios de tamaño del pene. El tipo de experimentos son similares: mostrar diferentes imágenes a ver qué ocurre, variar escenas y circunstancias, comparar con personas con problemas… claro que mentalmente puedes frenar o potenciar la respuesta física, pero no del todo. De hecho esto también se estudia, mostrando a voluntarios imágenes y pidiéndoles que se intenten excitar o inhibir. En ocasiones se observan efectos contradictorios, como que intentar inhibir puede excitar más. Incluso se ha utilizado para identificar posibles deseos pedófilos. No sólo en sexo, uno puede decidir lo que hace, pero no lo que siente.

Otro efecto interesante es que, más en los hombres pero también en mujeres, una erección/lubricación imprevista puede desembocar en deseo. En el fondo esto responde al cambio conceptual que supuso pasar del modelo lineal de respuesta sexual planteada por Masters & Johnson en los 70 (ampliada por Helen Kaplan con la fase de deseo) en la que primero había una excitación mental y luego física, al modelo circular propuesto en 2001 por Rosemary Basson según el cual en ocasiones puede haber una excitación física espontánea y eso generar deseo mental. En hombres es más obvio, pero cuando hacen encuestas con mujeres, aproximadamente la mitad de las mujeres se sienten identificadas sólo con el modelo lineal, y la otra mitad con ambos.

Biniks lab

Quizás estás pensando que estos métodos de medir excitación sexual son muy rudimentarios. Sí lo son. En el Kinsey están testando un aparato para medir la excitación del clítoris, y aquí me tenéis en el laboratorio de Irv Binik en La Mc Gill University de Montreal, con una cámara de infrarrojos apuntando a mis partes íntimas mientras por las gafas pasaban imágenes que nunca confesaré. Binik defiende que es un método mucho menos intrusivo y sensible.

Admito que esto no es rocket science y puede no pasar de lo anecdótico. Pero fijaros en esta aplicación que me contaron el pasado junio durante mi visita a una clínica de sexualidad masculina en NY. Allí el Dr. Michael Werner me explicó que cuando aparece un hombre joven con problemas de erección, mediante una entrevista inicial suele ser fácil identificar si se trata de algún bloqueo mental o ansiedad (performance anxiety), o hay causas físicas ocultas. Pero cuando hay dudas, le envían a casa con el RigidScan de la imagen.

RigiscanEl paciente debe atar el RigiScan a su pierna y poner la anillita en su pene durante tres noches seguidas, y dejar que el aparatito vaya registrando los cambios de tamaño. En principio un individuo sano debe pasar como mínimo tres momentos de sueño profundo en los que el sistema nervioso simpático está totalmente inhibido y tenga un muy notable engrandecimiento del pene (o erección completa). Si a los tres días regresa a la clínica y ven que no se ha movido, es que realmente hay algún problema físico. Pero si ha habido erecciones nocturnas, el gatillazo tiene un origen en la mente y no las arterias.

Me apetecía explicaros cómo los investigadores miden la excitación genital. Lo comenté anoche entre amigos y a todos les pareció curioso. De verdad; hay tantas curiosidades e historias interesantes en la investigación científica del sexo como en los libros eróticos. O más. Y reflexiones mucho más serias, desde luego. Si quisierais descubrir algunas, estaré este fin de semana en las casetas de la feria del libro de Madrid. Pasad a saludar! ;)

**Screen Shot 2013-04-13 at 4.47.21 PM******

Contacto: pere@mit.edu / Twitter: @Perestupinya / Facebook Group

Web: www.pereestupinya.com / www.elladrondecerebros.com

Mente fría genitales calientes >> Apuntes científicos desde el MIT >> Blogs EL PAÍS

Sobre el autor

Pere Estupinya

Puts, será que o sexo oral vai deixar a gente na mão?!

Filed under: Câncer,Sexualidade — Gilmar Crestani @ 9:27 am
Tags:

 

Cáncer y sexo oral, ¿riesgo real o temor infundado?

Tabaco y alcohol son la principal causa de tumores de orofaringe en España

Aumentan los ligados al virus del papiloma y el consenso sobre su transmisión venérea

Científicos de EE UU creen que superarán a las neoplasias de cuello de útero

Jaime Prats 5 JUN 2013 – 21:31 CET80

Los nuevos casos de tumores de garganta vinculados al VPH en España no llegan al millar al año. / GETTY IMAGES

Existe un vivo debate en la comunidad científica ligado al aumento de tumores de garganta —fundamentalmente orofaríngeos, situados entre el final de la cavidad bucal y el principio de la garganta— causados por el virus del papiloma humano (VPH). Y sobre todo, por su relación con el sexo oral, un vínculo sobre el que cada vez hay menos dudas.

En unas horas, el actor Michael Douglas ha trasladado esta cuestión del ámbito académico y los laboratorios a la calle. The Guardian publicó el domingo unas palabras del estadounidense en las que culpaba del cáncer de garganta que ya ha superado al virus del papiloma humano (VPH) y sugería que el contagio del agente patógeno fue a través de sexo oral, en concreto, practicando cunnilingus. Su representante se apresuró a desmentir las declaraciones del actor, a lo que el rotativo británico respondió reafirmándose y haciendo pública la grabación con las palabras del actor norteamericano. Incluso, ha intervenido en el debate la exmujer de Douglas, Diandra, que ha negado que ella fuera el punto de partida de la infección.

Voces a favor de vacunar también a los niños

El arranque de la vacunación del papiloma fue polémico. Por un lado, por las dudas que surgieron por el coste de la medicación (500 euros las tres dosis) cuando el cáncer de cérvix suele detectarse precozmente mediante citologías (el test de Papanicolau). Por otro, por las dudas de seguridad que surgieron a raíz de algunos supuestos efectos adversos registrados (algunos graves, como dos niñas de Valencia que sufrieron convulsiones).

Ahora, cada vez son más las voces que plantean que no solo se administre a niñas, sino también a niños por su capacidad inmunológica frente a tumores anales o de pene. Pero también orofaríngeos, a raíz de los estudios que destacan el aumento de casos. El Comité Asesor para la Inmunización en Adultos de EE UU recomendó en febrero del año pasado inmunizar a los varones entre 11 y 21 años. La agencia sanitaria estadounidense (la FDA) aprobó las indicaciones de la vacuna para niños el pasado octubre. Australia ya protege de forma gratuita a niñas y niños.

La vacuna entró en el calendario español en 2008, solo para niñas entre 11 y 14 años, para prevenir el cáncer de cuello de útero. Los compuestos en el mercado protegen frente a los genotipos 6 y 11 (ligados a las verrugas genitales) y 16 y 18 (responsables del 70% de estos tumores). Desde entonces, distintos trabajos han apuntalado la eficacia de la medida y su seguridad. “Claro que tiene efectos secundarios, el riesgo cero no existe en ningún fármaco”, comenta Xavier Castellsagué.

En un pronunciamiento del Centro Europeo de Control de Enfermedades, el organismo alentó en septiembre a elevar las tasas de vacunación entre las niñas, aún muy bajas en los 19 países estudiados.

Respecto al debate de incluir a los varones, la agencia europea pidió tiempo para decidirse: “Pese a los beneficios, los modelos económicos actuales indican que incluir a los niños no parece que sea coste efectivo. Sin embargo, el asunto puede retomarse cuando haya más datos y, sobre todo, si las vacunas se abaratan”.

Entre las voces críticas contra la vacuna está Juan Gérvas, médico de familia y coordinador del grupo de estudios CESCA. Fue uno de los impulsores de un manifiesto que pidió al Ministerio de Salud una moratoria en la vacunación del papiloma hasta tener más evidencias de su eficacia y sigue manteniendo esta opinión: “Extender la vacuna es absurdo, es innecesaria e ineficaz”.

La investigación sobre el peso del virus en los tumores de garganta es relativamente reciente, y arranca de la paradoja detectada por científicos estadounidenses a mitad de la década pasada de que mientras cada vez había menos población fumadora, la incidencia de algunos tumores orales, en lugar de caer, ascendía. Además, el aumento tenía lugar entre pacientes relativamente jóvenes, de menos de 45 o 50 años y, sobre todo, en población blanca. La atención, entonces, se centró en el cáncer —carcinoma de células escamosas— de orofaringe —amígdala, paladar blando, base de la lengua—, al detectar que un número creciente tenían su origen en una infección del VPH. Tradicionalmente, este tipo de tumores se relacionaba con el consumo de alcohol y tabaco. De hecho, no hay que perder de vista que estos dos factores siguen siendo los principales responsables los tumores en la boca y garganta en España.

Para comprobar en qué medida se podía asociar el VPH a estas neoplasias, un grupo de investigadores de la Universidad Estatal de Ohio y el Instituto Nacional del Cáncer (INC) estadounidense se propuso analizar tejidos de tumores de orofaringe almacenados en el banco del Residual Tissue Repository Program del INC y buscar la presencia del virus en las muestras seleccionadas. El trabajo, coordinado por Maura Gillison, y publicado en 2011 en el Journal of Clinical Oncology, analizó 274 biopsias obtenidas entre los años 1984 y 2004. Y observó que el número de tumores relacionados con el VPH se había disparado durante estas dos décadas. En el periodo de tiempo analizado, el virus del papiloma había pasado de estar en —y ser causante de— el 16% de los tumores archivados en 1984 a detectarse en el 71% 20 años más tarde. Estudios similares en Estados Unidos rebajan al 60% el origen vírico de este tumor y en Dinamarca al 30%, mientras que en Suecia se eleva al 80%.

Apenas existen estudios que midan la presencia del virus del papiloma entre estos tumores de garganta en España. “Nosotros presentamos uno hace un año”, explica Laura Cerezo, jefa del servicio de oncología radioterápica del hospital La Princesa. Como sus colegas estadounidenses, echaron la vista atrás y analizaron las biopsias de 93 pacientes obtenidas entre los años 2000 y 2008 en La Princesa y los hospitales Ramón y Cajal, Puerta de Hierro y 12 de Octubre, todos de Madrid. Encontraron que en el 26% de los casos los tumores tenían relación con el VPH, muy por debajo del 70% del estudio publicado en el Journal of Clinical Oncology y próximo al 30% de Dinamarca.

De continuar la tendencia al alza de la presencia del virus en Estados Unidos, Gillison advirtió de que los tumores de orofaringe originados por el virus del papiloma se convertirían en el primer tipo de tumor de cabeza y cuello en EE UU, y que en 2020 superarían la incidencia del cáncer de cuello de útero, el más numeroso entre los provocados por el virus. En España, se detectan unos 2.000 tumores (más de 700 muertes) de cérvix uterino al año (Informe Globocan 2008). Los relacionados con el virus de papiloma en orofaringe y en la cavidad bucal —un pequeño porcentaje, según algunos investigadores— no alcanza el millar, según apunta Cerezo. Son muy pocos los 200.000 tumores que se diagnostican al año, pero podrían crecer notablemente de cumplirse las predicciones de la investigadora estadounidense y aplicarse en el escenario español.

Los estudios dejan claro que cada vez hay más tumores orales causados por el virus del papiloma. Pero, ¿cómo llega el patógeno al final de la boca?

En el 90% de los casos, la infección de VPH desaparece a los dos años

Gilligan, al presentar los resultados de su trabajo ya sugirió la respuesta: “Puede que estos aumentos reflejen cambios en el comportamiento sexual, como un incremento del sexo oral”. Un año antes, en un editorial del British Medical Journal, varios investigadores apuntaban al sexo oral como la causa más probable de contagio. Estudios epidemiológicos lo refrendan. Así como el hecho de que el tipo de virus que está en la garganta es el máximo responsable de los tumores de cuello de útero: como apunta Juan José Vilata, catedrático de Dermatología y Venereología de la Universidad de Valencia, y Xavier Castellsagué, investigador del Instituto Catalán de Oncología (ICO), la pista buena está en el genotipo 16.

Hay más de un centenar de variantes genéticas del virus del papiloma humano. Todos atacan la piel y las mucosas. Pero ni son igual de agresivos ni actúan en la misma zona. El genotipo 1 es el responsable de las verrugas de las manos y los pies. Hay unos 30 relacionados con la zona anogenital que se transmiten sexualmente. El 6 y el 11 están detrás de los papilomas venéreos —el principal motivo de las consultas de venereología, en torno a una de cada tres—. Hay dos tipos de virus del papiloma especialmente oncogénicos: el 16 y el 18, responsables del 70% de los tumores causados por el VPH. Son estos la causa principal del cáncer de cérvix. Pero también de la mayoría de los tumores de ano (70%), o de vulva y pene (50%), como señala Vilata, que también es jefe clínico de dermatología del hospital General de Valencia. En todos estos casos, el contagio es sexual.

Un estudio español encontró el virus en el 26% de tumores de orofaringe

Hasta aquí, todo normal. Pero ¿cómo accede el virus de la zona genital al principio de la garganta? “Lo lógico es pensar que el contagio es también por vía sexual a través de cunilingus o fellatio”, indica Vilata. “No puede ser de otra forma”, añade Castellsagué, que subraya que el genotipo que se suele encontrar en la garganta es el 16, el predominante en el cáncer anogenital: todo encaja. “Es el mismo genotipo y comparten el patrón de transmisión sexual”, añade Castellsagué.

Hay facultativos, sin embargo, que no aceptan la opinión mayoritaria entre los especialistas consultados, que relacionan el sexo oral con estos tumores. Como Álvaro Vives, responsable del departamento de infecciones de transmisión sexual de la Fundación Puigvert de Barcelona. “No cuadra”, comenta este especialista, “el virus necesita contacto directo para el contagio, y este no existe con la zona de la orofaringe, las infecciones deberían estar en los labios y en la lengua, no al final de la boca”. “No está nada claro cómo llega el virus allí”, añade. “Asegurar que es a través del sexo oral es una animalada”. De hecho, considera que el sexo oral “es el más seguro, en especial el cunnilingus”.

Asegurar que es a través del sexo oral “es una animalada” dice un médico

Cerezo responde a algunos de los interrogantes que plantea Vives. Explica que la mucosa de la boca o la parte móvil de la lengua es distinta, “más resistente”. El tejido de la base de la lengua y las amígdalas es linfoide, “más blando, con cavidades”, por eso el virus tiene más facilidades para encontrar resguardo, después de atravesar la boca de camino a la garganta.

Quedarían otras cuestiones pendientes por responder. Por ejemplo, ¿Por qué cada vez hay más tumores de boca provocados por el VPH? Gilligan ya adelantó la contestación al aludir al cambio de prácticas sexuales. “Hay estudios epidemiológicos que relacionan el número de parejas sexuales con la infección”, añade Castellsagué. La extensión de prácticas de sexo oral en las últimas décadas tendría su reflejo ahora, dado el lento desarrollo de este tipo de tumores de origen vírico.

En todo caso, si se trata de buscar culpables entre los factores de riesgo del cáncer de garganta, el tabaco es “mucho peor” que el sexo oral, como insiste la investigadora del hospital La Princesa. Distintos investigadores apuntan que los cigarrillos, así como el alcohol, actúan, además, como desencadenantes de la actividad neoplásica del papiloma.

Solo el 1% de las infecciones deriva en una lesión cancerosa o precancerosa

El VPH genital es muy común. El 80% de las personas sexualmente activas se infectará a lo largo de su vida por alguna —o varias— de sus variantes, lo que no quiere decir que ello se traduzca en lesiones o patologías. “En 9 de cada 10 mujeres infectadas en el cuello del útero, el virus desaparece con el tiempo”, apunta Castellsagué. “Se resuelve en uno o dos años sin tratamiento”, añade Vilata. “Solo el 10% se convierten en portadoras crónicas y únicamente un 1% tendrá una lesión precancerosa o cancerosa”, comenta el investigador del ICO. Todo este proceso es largo, y desde el contacto con el virus hasta la aparición de la enfermedad pueden transcurrir entre 10 o 15 años. Es decir, ser portador de los virus carcinógenos no es, ni de lejos, sinónimo de desarrollar la enfermedad.

Es probable que lo mismo suceda en los tumores originados por el virus de papiloma en la garganta. “De momento, hay pocos estudios sobre la historia natural de la infección, datos como la incidencia, persistencia o la tasa de limpieza”, apunta el investigador catalán. Vilata insiste en los factores asociados que potencian la carcinogénesis. Y no solo en el alcohol o el tabaco. “También se ha comprobado que el virus del papiloma humano es más agresivo en pacientes inmunodeprimidos”.

Además de la poca prevalencia actual, las bajas probabilidades de que la infección acabe en una neoplasia o la probable necesidad de que tengan que intervenir otros factores además del VPH para que haya una lesión tumoral, existe otro factor a favor en estos procesos frente a los tumores clásicos que tienen su origen en el tabaco o el alcohol. Las tasas de supervivencia a los cinco años de los afectados por tumores de orofaringe asociados al papiloma es del 55% al cabo de los cinco años, superior al 46% de los otros tumores. “Ello permite tratamientos menos agresivos”, añade Cerezo.

Castellsagué y otros investigadores están a punto de publicar nuevos trabajos sobre el VPH y los tumores de cavidad bucal y orofaringe que arrojarán más luz sobre esta relación descubierta hace apenas 10 años.

Cáncer y sexo oral, ¿riesgo real o temor infundado? | Sociedad | EL PAÍS

08/05/2013

Civilidade made in USA

Se eles são assim em casa, imagine longe, com uma arma na mão!

Cada día se producen 70 agresiones sexuales en el Ejército de EE UU

“Puede que se consideren patriotas, pero este comportamiento no es patriótico, es un crimen”

Cristina F. Pereda Washington 7 MAY 2013 – 22:28 CET14

El secretario de Defensa califica las agresiones como "uno de los mayores desafíos a los que se enfrenta el Ejército" de EE UU. / BRENDAN SMIALOWSKI (AFP)

En 2012 se produjeron 26.000 agresiones sexuales a miembros del Ejército estadounidense, con un aumento del 35% desde 2010, según un estudio presentado este martes por el Pentágono. Las estimaciones apuntan a que cada día hay 70 asaltos en los que está involucrado el personal militar, aunque la mayoría de ellos ni siquiera son denunciados.

El presidente Obama condenó este martes el número de agresiones y afirmó que sus responsables “traicionan al uniforme que visten” y merecen ser juzgados, condenados y expulsados "sin honores" del Ejército. “Es inaceptable”, afirmó en una rueda de prensa en la Casa Blanca. “Necesitamos un cambio en toda la cadena de mando”.

“Puede que se consideren patriotas, pero este comportamiento no es patriótico, es un crimen”, aseguró. El mandatario estadounidense, preguntado por las cifras durante una comparecencia junto a la presidenta de Corea del Sur, reconoció que no se trata de un fenómeno nuevo y que el secretario de Defensa deberá acelerar las medidas implementadas por su predecesor para responder a la gravedad de la situación.

El secretario de Defensa, Chuck Hagel, declaró este martes que las agresiones sexuales son “uno de los mayores desafíos a los que se enfrenta el Ejército” estadounidense. Hagel anunció además que ha encargado una serie de cambios para luchar contra la epidemia de acoso sexual, entre los que se incluyen iniciativas para procesar legalmente a los comandantes que no creen un ambiente de protección para las víctimas y reducir el estigma de aquellos que denuncien las agresiones.

Para aquellos miembros del Ejército que hayan sufrido abusos, quiero que escuchen estas palabras directamente de su Comandante en Jefe: tienen todo mi apoyo"

La publicación del informe anual del Pentágono llega en un momento en el que cada vez más autoridades piden la erradicación de los abusos y apenas dos días después la detención del responsable de un oficial de la Fuerza Aérea, encargado de la Unidad de Respuesta y Prevención de Acoso Sexual, por agredir a una mujer en un aparcamiento.

“Aunque nuestro sistema legal establece que toda persona es inocente hasta que se demuestre que es culpable, esta detención dice mucho del estado y la efectividad de los esfuerzos del Departamento [de Defensa] para detectar la plaga de agresiones sexuales en el Ejército”, declaró este martes el senador Carl Levin, durante la audiencia en la que se ha presentado el informe.

“Para aquellos miembros del Ejército que hayan sufrido abusos, quiero que escuchen estas palabras directamente de su Comandante en Jefe: tienen todo mi apoyo y quienes adopten este tipo de comportamiento serán perseguidos”, declaró el presidente. “Nosotros no somos así, esto no es lo que define Estados Unidos y es un insulto para la mayoría de hombres y mujeres que cumplen honradamente con sus responsabilidades todos los días”.

El informe del Pentágono reconoce que “el acoso sexual es un problema persistente” entre los miembros del Ejército y que “todavía queda mucho trabajo por hacer”. Según el estudio, adelantado este martes por el diario USA Today, solo una de cada 10 víctimas presenta una queja formal tras ser asaltada. A pesar de que los mandos del Ejército abrieron 3.374 casos por agresión sexual en 2012, el Pentágono estima que el número de asaltos pudo superar los 26.000.

“Apenas una minoría de las víctimas informa de que han sido asaltadas, en comparación con las que creemos que lo sufren cada año”, reconoce el informe. Los datos revelan además que, mientras que el porcentaje de víctimas masculinas de estos asaltos se ha mantenido estable desde 2010, el porcentaje de mujeres sí ha aumentado. Hace tres años, una de cada 23 víctimas era una mujer. En 2012, ascendieron a una de cada 16.

El portavoz del Departamento de Defensa, George Little, condenó también las agresiones, afirmando que “no tienen cabida en el Ejército estadounidense”. “Los ciudadanos, incluído nuestros soldados, deberían tener garantizada una cultura de tolerancia cero hacia este comportamiento deplorable”.

El Departamento de Defensa, liderado por el secretario Chuck Hagel, ha solicitado al Congreso una nueva normativa para responder al número de agresiones y a la falta de denuncias por parte de las víctimas. En 2011, las Fuerzas Aéreas protagonizaron varios casos que dejaron al descubierto la impunidad de las agresiones.

Una investigación en una base de San Antonio, Texas, desenmascaró 59 agresiones por parte de especialistas en el reclutamiento de nuevos soldados. Poco después se sabría que el responsable de otra base en Italia había devuelto a su cargo y suspendido la pena de prisión de un año a un teniente condenado por asalto.

Hechos como éstos han llevado a Hagel a solicitar a los legisladores que limiten las competencias de los responsables de las bases militares, así como dejar que letrados militares lleven este tipo de casos, y no los mismos comandantes. Según las autoridades, esta es una de las causas por las que las víctimas rechazan denunciar cualquier agresión.

Cada día se producen 70 agresiones sexuales en el Ejército de EE UU | Internacional | EL PAÍS

13/04/2013

Sou a favor

Filed under: Sexualidade — Gilmar Crestani @ 11:55 am
Tags: ,

Woman throws bras on March 25, 2013 at the esplanade des droits de l'homme, in front of the Eiffel tower in Paris, during a happening called by "Pink Bra Bazzar, a French organization fighting against and sensitizing on breast cancer. Como  já profetizavam os criadores da bandeira de Minas Gerais, LIBERTAS QUÆ SERA TAMEN ("Liberdade ainda que tardia"). Agora só falta obrigar o uso de camisa de seda, leve e solta… molhada….

Les seins se porteraient mieux sans soutien-gorge

D’après une étude menée sur 130 paires de poitrines à Besançon, l’absence de soutien-gorge permet de redresser les seins. Résultat : les participantes à l’expérience affirment avoir beaucoup moins mal au dos.

Ne pas porter de soutien-gorge aurait des effets positifs sur le maintien de la poitine © Maxppp

Les seins ne tombent pas plus quand les femmes ne portent pas de soutien-gorge… bien au contraire. C’est l’un des résultats préliminaires d’une expérience menée pendant une quinzaine d’années au CHU de Besançon par le professeur Jean-Denis Rouillon.

"Nos premiers résultats valident l’hypothèse que le soutien-gorge est un faux besoin. Médicalement, physiologiquement, anatomiquement, le sein ne tire pas bénéfice d’être privé de la pesanteur. Au contraire, il s’étiole avec le soutien-gorge".

Pour parvenir à ce résultat, Jean-Denis Rouillon a mesuré au pied à coulisse et à la réglette les poitrines de quelque 130 femmes. Parmi elles, Capucine, une jeune femme de 28 ans. Elle ne porte plus de soutien-gorge depuis deux ans. "L’intérêt est multiple : on respire mieux, on se tient plus droite, on a moins de douleurs au niveau du dos." A l’âge de 25 ans, les seins d’une femme sur deux présente des signes de relâchement.

Les seins se porteraient mieux sans soutien-gorge – France Info

02/02/2013

Cuba e a sexualidade

Filed under: Cuba,Sexualidade — Gilmar Crestani @ 9:36 am

 

Mariela Castro |

02/02/2013 – 08h35 | Salim Lamrani | Havana

Sobre homofobia, Fidel sempre assumiu responsabilidades, diz Mariela Castro

Filha do atual presidente de Cuba, a ativista pelos direitos gays falou sobre as polêmicas UMAPs

Mariela Castro Espín conseguiu se libertar da herança familiar. Sobrinha de Fidel Castro, líder histórico da Revolução Cubana, e filha de Raúl Castro, atual presidente de Cuba, Mariela ganhou reconhecimento internacional não graças ao sobrenome, mas sim pela ação a favor do direito à diversidade sexual.

Cubadebate

Mariela Castro: em Cuba, "zombar dos homossexuais era algo normal, assim como depreciá-los ou denegri-los"
Licenciada em Psicologia e Pedagogia, com mestrado em sexualidade, Mariela tornou sua a causa dos homossexuais, bissexuais, lésbicas e transexuais e possibilitou que essas comunidades saíssem da marginalidade na qual fora colocada pela sociedade, como diretora do Centro de Educação Sexual (Cenesex), cuja atuação tem sido coroada com êxitos.
Leia as outras três partes da entrevista:
"PC era reflexo da sociedade cubana: machista e homofóbico", diz filha de Raúl

Mariela Castro: "uma nação socialista deve defender a igualdade de todos"
Mariela Castro: consenso é de que homofobia e "transfobia" são incoerentes com a Revolução

Desde 2007, o dia contra a homofobia é celebrado em Cuba, em 17 de maio. O Estado se encarrega gratuitamente das operações de mudança de sexo. A homofobia diminuiu de forma sensível, apesar de persistir em alguns setores. Finalmente, importantes instituições, como o Partido Comunista de Cuba ou o Ministério da Cultura, são agora aliados de primeira ordem na luta pelos direitos de todos.
Mariela se parece com a mãe, Vilma Espín. Herdou ao mesmo tempo a beleza natural e o caráter. De fato, como ilustra a conversa abaixo, deprecia a linguagem estereotipada e não vacila em apontar as injustiças que foram cometidas em Cuba no passado, ou em denunciar os obstáculos institucionais ainda presentes na sociedade. Sua franqueza não suscita unanimidade no poder cubano, particularmente no setor mais conservador. Mas, cada vez que Raúl Castro recebe uma queixa a seu respeito, a resposta é invariável: “Se você tem algo a dizer sobre a minha filha, vá procurá-la diretamente”, conta ela. No momento, os críticos não arrefeceram.
Além de não evitar nenhuma pergunta, Mariela não impôs condições prévias à entrevista, dividida em quatro partes. Na primeira parte do diálogo , aborda temas como a situação dos homossexuais após o triunfo da Revolução, as tristemente célebres Unidades Militares de Ajuda à Produção, o famoso “Quinquênio Cinza”, a Fundação do Cenesex, a luta contra a homofobia, a prostituição, o fenômeno transexual ou o casamento para todos.
Opera Mundi: Qual era a situação das minorias sexuais em 1959, após o triunfo da Revolução em Cuba?
Mariela Castro Espín: No início dos anos 1960, a sociedade cubana era o reflexo de sua herança cultural, principalmente espanhola. Cuba tinha uma cultura “homoerótica”, patriarcal e, portanto, homofóbica. Naquela época, o mundo inteiro era patriarcal e homofóbico, tanto os países desenvolvidos como as nações do Terceiro Mundo. Em todas as culturas ocidentais baseadas na religião católica dominante essas características estavam estabelecidas nos códigos culturais da relação homem/mulher.
No entanto, é curioso que o processo da Revolução Cubana, em cujo programa político se reivindicava a luta contra desigualdades, racismo e diferentes formas de discriminação contra mulheres, além do fim de injustiças e brechas entre a cidade e o campo, não tenha se interessado pelos homossexuais e os considerado vítimas de discriminações de todos os tipos. A homofobia era a regra inclusive depois do triunfo da Revolução.
OM: Então ser homofóbico era algo “natural”?
MCE: A homofobia era a regra. O que se considerava anormal era o respeito a quem havia escolhido uma orientação sexual diferente. Mas, repito, não era algo específico de Cuba. A homofobia institucionalizada dos primeiros anos da Revolução refletia essa realidade e estava em consonância com a cultura da época. Zombar dos homossexuais era algo normal, assim como depreciá-los ou denegri-los. Era normal discriminá-los no mercado de trabalho, em sua vida profissional, e esse era o aspecto mais grave.
A Revolução permitiu ao povo cubano conseguir a soberania nacional e colocou em xeque inúmeros paradigmas, como a virgindade da mulher como condição prévia ao casamento, a ausência do divórcio, o status do homem como chefe da família, a fidelidade natural da mulher frente à infidelidade do homem, a desqualificação da família monoparental e da mulher solteira, mas não se interessou pelo problema da diversidade sexual.
OM: Entre 1965 e 1968, o Estado Cubano elaborou as Unidades Militares de Ajuda à Produção, as Umap, às quais os homossexuais foram integrados à força. Você poderia falar sobre esse obscuro episódio?
MCE: Primeiro, convém precisar que as Umap afetavam todos os homens em idade de entrar no serviço militar, não só os homossexuais. Alguns, inclusive, falaram de campos de concentração para homossexuais. Não creio que seja necessário exagerar, é preciso ser fiel à verdade histórica. As Umap afetaram a todo, menos aos que podia justificar [a não integração] com um emprego estável. Os estudantes tinham que colocar entre parênteses a carreira universitária para fazer o serviço militar.
É interessante também lembrar o contexto da época. Nosso país se encontrava constantemente sob a agressão dos Estados Unidos: a Baía dos Porcos em abril de 1961, a Crise dos Mísseis em 1962, e os grupos da CIA compostos por exilados cubanos, que multiplicavam os atentados terroristas. As bombas explodiam todos os dias em Cuba, queimavam canaviais, sabotavam as ferrovias, atacavam teatros com bazuca. Não se pode esquecer essa realidade, vivíamos em estado de sítio. Grupos paramilitares agiam nas montanhas do Escambray e assassinavam trabalhadores rurais favoráveis à Revolução, torturavam e executavam jovens professores que tinham se integrado à campanha de alfabetização. No total, 3.478 cubanos perderam a vida por conta do terrorismo naquela época. Foi um período muito difícil, nós nos encontrávamos permanentemente agredidos e a luta de classes estava em seu auge. Os latifundiários tinham reagido com muita violência à reforma agrária e não estavam dispostos a perder sua posição de poder na sociedade. Então havia uma mobilização geral para a defesa da nação, e neste contexto nasceram as Umap.
OM: Então porque as Umap foram associadas ao reino do arbitrário e da discriminação?
MCE: Como todos deveriam participar na defesa do país, grupos marginais, como os hippies, por exemplo, e os filhos da burguesia que haviam se acostumado com uma vida de ócio e não trabalhavam, pois tinham recursos, tiveram que se integrar às Umap. Grupos que não se sentiam comprometidos com o processo de transformação social iniciado em 1959 e preferiam um papel de observador tinham que se integrar e trabalhar nas fábricas ou na agricultura.
Reprodução
O exército criou então as Umap para apoiar os processos de produção. Mas a realidade foi outra. O Ministério do Interior tinha a tarefa de identificar esses grupos e integrá-los à força, pois o serviço era obrigatório.

Essas pessoas não tinham uma boa imagem na sociedade cubana, que os rechaçava por sua falta de comprometimento na construção da nova nação revolucionária, e os considerava parasitas.
Lembro, em minha juventude, de ouvir reflexões desagradáveis devido à minha relação familiar com meu tio e meu pai. Alguns diziam: “É uma menininha”, quer dizer, uma “filhinha de papai”, uma pessoa que gozava de uma posição privilegiada, que não tinha o mesmo padrão de vida que o resto por seus vínculos familiares. Eu sentia uma raiva terrível cada vez que isso acontecia e me esforçava para fazer tudo o que os demais faziam, rechaçando todo tipo de privilégio ou de favoritismo. Nunca suportei esse qualificativo, que era muito depreciativo.
OM: Esse método de integração era muito arbitrário.
MCE: Convém recordar que o procedimento era arbitrário e discriminatório. Houve vozes na sociedade cubana que se opuseram a essas medidas, entre elas a Federação de Mulheres Cubanas, assim como muitas personalidades. As denúncias que algumas mães fizeram desataram esse movimento contra as Umap.
OM: E os homossexuais? Foram vítimas de muitos abusos nas Umap?
MCE: Em uma sociedade homofóbica, nesse contexto de hegemonia masculina e viril, as autoridades consideraram que os homossexuais sem profissão tinham que ser integrados às Umap para serem verdadeiros “homens”. Em algumas delas, essas pessoas foram tratadas como todos os demais e não foram vítimas de discriminação. Em outras, onde reinava a arbitrariedade, eles foram separados injustamente dos demais jovens. Havia então o grupo dos homossexuais e dos travestis, o grupo dos religiosos e dos crentes, o grupo dos hippies, etc. Foi reservado a eles um tratamento especial com chacotas cotidianas e humilhações públicas. Em uma palavra, as discriminações que existiam na sociedade cubana se tornaram mais vivas e mais cruéis nas Umap.
Não resta a menor dúvida de que o processo de criação e de funcionamento das Umap foi arbitrário. Por isso, essas unidades foram fechadas definitivamente três anos depois. Mas, repito, a situação dos homossexuais no resto do mundo era similar, às vezes pior. Isso, evidentemente, não justifica em nada as discriminações das quais os homossexuais foram vítimas em Cuba.
OM: Qual era a situação das minorias sexuais no resto do mundo?
MCE: Há um estudo extremamente interessante de um pesquisador norte-americano chamado David Carter sobre os movimentos LGBT na América Latina e no resto do mundo. Por exemplo, no nosso continente, as ditaduras militares perseguiam impiedosamente os homossexuais. Essa realidade, no entanto, não deve nos impedir de analisar criticamente o que ocorreu em Cuba.
OM: Qual foi a responsabilidade de Fidel na criação das Umap?
MCE: Fidel Castro é como o Quixote. Sempre assumiu suas responsabilidades como líder do processo revolucionário. Em razão de seu cargo, considera que deve assumir a responsabilidade de tudo o que ocorreu em Cuba, tanto os aspectos positivos como os negativos. É uma posição muito honesta de sua parte, ainda que me pareça não ser justo, pois não deve assumir sozinho todos esses excessos, o que não aproxima da verdade histórica. Era uma época na qual emergia uma nova sociedade com a criação de novas instituições, em meio a agressões, traições, ameaças contra sua vida. Fidel foi vítima de mais de 600 tentativas de assassinato. Não podia cuidar de tudo e, portanto, delegava muitas tarefas.
OM: Concretamente, qual é o vínculo entre Fidel e as Umap?
MCE: Fidel Castro não desempenhou um papel nesta criação. Na realidade, o único vínculo dele com as Umap foi quando decidiu fechá-las, após numerosos protestos da sociedade civil, e a investigação levada a cabo a pela política das Forças Armadas, que concluiu que muitos abusos foram cometidos. A partir dessa data, decidiu-se não incluir os homossexuais no serviço militar para evitar discriminações em uma força marcada pela homofobia, não apenas em Cuba, mas no resto do mundo. Também se poderá argumentar que se tratava de uma nova discriminação em relação a eles, mas sua incorporação às forças armadas foi tão nefasta por conta dos preconceitos, que resultou nessa decisão.
OM: Qual era o ponto de vista do seu pai?
MCE: Falei muitas vezes sobre esse tema com meu pai e ele me explicou que era extremamente difícil eliminar os preconceitos sem uma política de educação. Por outro lado, o universo militar continua sendo muito machista em Cuba. Lamentavelmente, é notório que, em nossas sociedades, rechaçamos tudo o que se mostra diferente. Imagine então no contexto dos anos 1960. A esse respeito, o Cenesex lançou um programa de pesquisa sobre as Umap e estamos recolhendo os testemunhos das pessoas que sofreram com essa política.
Leia as outras três partes da entrevista:
"PC era reflexo da sociedade cubana: machista e homofóbico", diz filha de Raúl

Mariela Castro: "uma nação socialista deve defender a igualdade de todos"
Mariela Castro: consenso é de que homofobia e "transfobia" são incoerentes com a Revolução

Leia mais

Opera Mundi – Sobre homofobia, Fidel sempre assumiu responsabilidades, diz Mariela Castro

Próxima Página »

Blog no WordPress.com.

%d blogueiros gostam disto: