Ficha Corrida

21/09/2015

O apartheid carioca visto de Porto Alegre

Filed under: Apartheid,CPMF,Privatas do Caribe,Privatidoações,Saúde,Segurança Pública,Violência — Gilmar Crestani @ 10:48 pm
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cpmf boaNão conheço muito da realidade carioca, então vou falar da realidade porto-alegrense. Onde estão os espaços públicos para divertimento de quem não tem dinheiro pra frequenta espaços privados, até mesmo para praticarem esportes?

Os paradoxos da atualidade política podem se medidos por dois fatos vividos por mim.

Quando vim do interior para Porto Alegre, jogava futebol com um time de pedreiros da Vila Tronco nos campos do Cristal, atrás onde hoje há uma floricultura. Ali havia no mínimo dois campos. Nosso time competia com outros times da cidade em campos que já não existem mais: no Marinha, atrás do Chocolatão e onde hoje estão os prédios do TRF4 e Justiça Federal, no Humaitá, onde também havia vários campos e hoje está Arena da OAS.

Na mesma vila de onde vinham os meus colegas de time também estava localizado o Postão do INPS. Para consultar, eu tinha de ir para lá na madrugada para conseguir uma ficha e para ser atendido quase ao meio dia. Pois bem, hoje temos o SUS com atendimento gratuito, mas não temos mais os campos onde nos divertíamos. O atendimento à saúde melhorou graças ao forte investimento do governo federal. Para Lula e Dilma é investimento; para a oposição é gasto. 

A cidade está nas mãos da RBS. O PDT virou sigla de aluguel da RBS. E não é só porque albergou Lasier Martins. Começou com uma parceria com Vieira da Cunha no Governo Olívio Dutra. Olívio foi execrado por um lambe botas do Sartori. Já o atual prefeito, Fortunati, tem toda a condescendência da MAIOJAMA porque é “dado” a uma especulaçãozinha imobiliária. Desde Fogaça, Porto Alegre virou um mercado atrativo de espigões. O Cais Mauá é a cereja do Bolo. Não há espaço público para o público. Só pensam na privada. A RBS tomou conta até do gauchismo. No mês de setembro, os gaúchos botam uma fantasia e vão para o parque  Mauricio Sirotsky Sobrinho. Terminada a micareta da RBS, o espaço do acampamento volta a ser chamado pelo seu verdadeiro nome, Parque da Harmonia.

Como colorado, lembro do esforço que a RBS fez para que melasse o contrato do Inter com a Andrade Gutierrez. Queriam porque queriam participar da construção do estádio mas também do complexo hoteleiro ao redor.

Coincidentemente, a região da Vila Tronco continua nos noticiários. Não pelos pedreiros que lá moram e ganham a vida trabalhando duro, mas pelos constantes tiroteios envolvendo o narcotráfico. De nada adianta a polícia entrar lá atirando e assassinando pelas costas, como fizeram recentemente, com Ronaldo de Lima. Se houvesse real interesse em combater o narcotráfico bastaria cobrarem pela continuidade das investigações do heliPÓptero. Aliás, a região da Vila Tronco pode distribuir, mas quem tem poder aquisitivo para consumir cocaína mora nos bairros de onde parte marcha dos zumbis. Atualmente, o consumo de cocaína veste camisa Padrão FIFA com escudo da CBF.

Aliás, a CPMF é um bonito exemplo de como se pode financiar a saúde com dinheiro do narcotráfico. Mais vai ver se os narcotraficante e seus clientes são a favor da CPMF!

Há uma triste coincidência que irmanam gaúchos e cariocas: Rede Globo & RBS, assoCIAdas ao Instituto Millenium.

A praia será privatizada

O festival de arrastões nas praias no último fim de semana fez com que as autoridades e parte significativa da imprensa voltassem com força total a pedir medidas de exceção, tipo dar à Polícia Militar o direito de entrar num ônibus e retirar dele quem acharem com cara de ladrão. É muito mais fácil reprimir direitos individuais do que atacar as causas da proliferação de desajustados, entre elas a concentração de renda, a falência da educação federal, municipal e estadual, a falta de saneamento básico, de moradia digna etc.
A solução encontrada é novamente dar aos PMs o direito de entrar num coletivo e pinçar aqueles que lhes parecerem assaltantes. Mesmo que retirem dezenas de jovens que realmente iriam à praia roubar, se apenas uma pessoa que queria se divertir no fim de semana for impedida de aproveitar seu dia de folga já terá sido cometida uma injustiça irreparável.
Como ainda não está em vigor a solução simplista e inócua da redução da maioridade penal, querem subverter o estado de direito, que admite prisão de menores apenas em flagrante delito. Como não dão mais conta de policiar as praias, acham agora que a solução é manter os pobres longe delas. Ingenuamente, o secretário de Segurança disse que só vão andar nos ônibus, jovens que tiverem dinheiro para pagar a passagem. Ué, não deveria ser sempre assim?
Não sei se o fascismo à carioca _ vitaminado pelo pavor da classe média e pela revolta dessas legiões de jovens das periferias _ vai perder a queda de braço para o estado democrático de direito. Pra mim, falta pouco para colocarem grades e bilheteria nas praias. Vão acabar privatizando: entregam Ipanema, por exemplo, a uma grande empresa, como a Vivo ou a Coca-Cola, e esta toma conta do lugar, com cercas, bilheteria, segurança privada e banheiro químico pra todo mundo ficar numa boa enquanto o mundo explode lá fora. Já tiraram os pobres do Maracanã, está chegando a hora de tirá-los também das praias.
A onda nazi é tão forte que o próprio governador do Rio apoiou a ação repressiva dita preventiva, que escancara nosso fracasso como sociedade. A medida de Pezão, Beltrame e cia., ditatorial, racista e discricionária, é prima da tal presunção de culpa, usada em julgamentos quando se quer condenar o réu de qualquer jeito. E olhe que, diante do ódio que parte da classe média está nutrindo, essas iniciativas do estado são até moderadas. Tem coxinha que nem quer mais baixar a maioridade penal, quer é colocar todos esses adolescentes no paredão mesmo. Resta saber se os pitboys justiceiros de Copacabana serão tratados pela polícia e pela justiça da mesma forma que os ladrões da periferia.
O que me assusta é que os arrastões não têm ocorrido só nas praias, já se espalharam pelas ruas de Copacabana, Ipanema e Lagoa. A tragédia já se antecipou às medidas fascistas paliativas. Ouso dizer que nosso futuro, se a coisa continuar nessa progressão, é viver ao lado de uma faixa de Gaza cercada pelo Exército para que os ensandecidos não nos trucidem.
Para um país onde querem porque querem tirar uma presidente do cargo na marra, é um futuro bem factível.

http://www.rioacima1.blogspot.com.br/

25/08/2015

ENEM se fala mais nisso

OBScena: membro da Ku Klux Klan sendo atendido por médicos negros

KuKluxKlansendosocorridopormdicosnegrosOs grupos mafiomidiáticos, cabresteados por uma oligarquia excludente e preconceituosa, tem feito guerra contra qualquer política pública que busca abrir espaços mais republicanos de acesso aos bens e serviços públicos. Toda vez que se cria política pública de universalização e de melhoria para os mais necessitados, a gritaria é geral, mas restrita aos privilegiados de sempre. Privilegiados inclusive em se fazer ouvir.

Foi assim com o SUS, com as políticas de cotas e inclusão social, com o ENEM, com Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos.

Cotas raciais

Para combater a política de cotas do Governo Lula, a Globo escalou Ali Kamel para perpetrar um petardo chamado “Não somos racistas”. O livro teve sua serventia. A Rede Globo avocou o direito de dizer o que é e o que não é racismo. Só uma empresa de jornalismo dirigida por ETs poderia sair-se com algo tão ridículo. Assim, a política de cotas serviu não só para resgatar uma dívida histórica com amplo segmento marginalizado da nosso sociedade, mas serviu ainda mais para mostrar quem são os que ainda hoje se aproveitam deste apartheid. Que pode haver alguns problemas na política de cotas não esta dúvida. Basta citar caso do Joaquim Barbosa e Mathias Abramovic, médico carioca, branco de olhos verdes, que se inscreve mais uma vez como cotista para uma vaga reservada a negros no Itamaraty. Embora estes dois casos tenham sido usados para detonar com a política de cotas, o que fica claro que é há pessoas de mau caráter em todas as etnias. Algo bem diferente é dizer que não há necessidade de cotas porque “não somos racistas”. Para complementar os dois exemplos anteriores, e ficando somente entre os famosos, que a realidade da vida real é ainda mais cruel, basta trazer a baila mais dois nomes ligados, em lados opostos, ao racismo: Rachel Sheherazade e Maria Júlia Coutinho, a Maju, apresentadora do Jornal Nacional da Rede Globo.E, para finalizar, ainda ontem saiu a informação que a polícia do Rio de Janeiro aborda ônibus e interrompe a viagem de jovens negros com destino à zona sul da cidade. Para encerrar, a guerra do Ali Kamel e da Rede Globo contra as cotas raciais fez brotar de maneira assustadora os movimentos nazi-fascistas.

Saúde Pública

O SUS/SAMU, o maior programa de saúde pública do mundo, é uma grande vítima. Por desvios funcionais, de caráter e de informação, a parcela da sociedade que não só tem recursos próprios para tratar da própria saúde como também pode adquirir plano de saúde particular, é a que mais ataca o SUS. Veja-se o caso do MBL, um grupelho de jovens desocupados mas muito bem finanCIAdos, se insurge contra qualquer política governamental que ouse usar recursos públicos em prol dos mais necessitados. Na marcha dos vadios para Brasília, um dos onze integrantes foi atropelado. Não foi seu plano privado de saúde que o resgatou e levou ao hospital público mantido pelo SUS. Foi a SAMU. Da mesma forma, quando a global famiglia Huck sofreu acidente aéreo, quem socorreu não foi seu plano privado, foi o SUS. Ainda dentro deste assunto é importante registrar que no Governo FHC foi criada a CPMF. O dinheiro que deveria te sido usado na saúde pública foi utilizado para qualquer coisa, menos para o fim a que foi criada. Bastou mudar o governo, e para impedir que o dinheiro passasse a ser utilizado de fato em saúde pública, a mesma classe reacionária, aquela que abriga os 300 picaretas do Eduardo CUnha, extinguiu a CPMF.

Exame Nacional de Ensino Médio

Uma das maiores batalhas contra os governos Lula e Dilma deu-se com a criação do ENEM. Em uníssono, todos os assoCIAdos do Instituto Millenium martelaram dia e noite contra um dos programas de interesse público mais bem concebidos. A Veja faz sentido. Ela usa os dinheiros da venda de informação, que não é tributado, para entrar no mercado da educação. E não é só a distribuição de milhares de assinaturas pelos sucessivos governos do PSDB em São Paulo. Entrou também para o ramo dos livros didáticos. Os demais, para atenderem seus financiadores ideológicos, deste logo investiram contra. Lembro que em Porto Alegre, meninas de classe média e frequentadoras de cursos pré-vestibulares botaram narizes de palhaço e foram pra rua protestar. Elas ganharam espaço, os jovens de origem humilde e de periferia que sempre lutaram por mais acesso à educação pública gratuita e de qualidade, nunca tiveram espaço. Acontece que com o ENEM tem acesso às Universidade Públicas não aqueles filhos de classe média e média alta que puderam frequentar boas escolas particulares ou que puderam pagar caros cursinhos pré-vestibulares. Afinal, o que é público deve ser de acesso para todos os públicos. Não é engraçado que aqueles que advogam o ensino privado tenham lutado tanto para o acesso exclusivo ao ensino superior público? Por que não se contentaram com o ensino nas Faculdades Privadas? O ENEM, aliado a outras políticas públicas, como as cotas e o PROUNI, permitiram o acesso ao ensino superior a jovens que de outra forma chamais conseguiriam. As salas ficaram com uma cara mais parecida com a nossa heterogênea sociedade. Hoje, filho de pedreiro, de doméstica, de colono e outras tantas profissões mais simples tem acesso e compete com jovens de classes altamente privilegiadas. A efetiva mudança na sociedade vai demorar mais para ficar mais perceptível. Há que se esperar que essa nova leva de jovens retornem dos estudos e se integrem no mercado de trabalho para que a defesa destas políticas se torne mais contundente.

Luz para Todos

Vide o caso dos programas Minha Casa Minha Vida e o Luz para Todos. É constrangedor ver colegas que usam o financiamento da Caixa para adquirir moradia combaterem o uso de dinheiro público no programa Minha Casa Minha Vida. Embora em menor escala, também por ser um programa público, o Luz para Todos foi ferrenhamente combatido. O exemplo da luz é paradigmático e simboliza o ódio de classe que desnorteia a cabeça de nossa direita Miami. Ao contrário da última frase atribuída ao poeta alemão, Goethe, nossas elites não querem “luz, mais luz”, porque em terreno escuro quem tem lanterna de celular comando o tráfico.

Mais Médicos, Menos HiPÓcrisia

E por fim o Mais Médicos. Nada é mais emblemático do atraso mental, e por isso também mais simbólico, de nossas elites do que o programa Mais Médicos. Nem o bloqueio das contas de poupança pela Zélia Cardoso de Mello no governo Collor provou ira maior do que a vinda de médicos para atender a população onde não havia médicos. Os ataques não se devem apenas à perda do poder econômico de uma classe, mas atinge o seu mundo simbólico. Os cursos de Medicina eram redutos de acesso extremamente difícil. E um pouco devido a esta dificuldade, os formandos, genericamente falando, pensavam e alguns ainda pensam, que se tratava de uma cesso a um garimpo com pepitas garantidas. Pode-se dizer que foi este programa que fez com que a brasa do fascismo que estava coberta de cinza se destapasse. As manifestações mais raivosas, de mais baixo nível foi contra este programa de atendimento ao público mais carente de acesso à saúde pública. Se é verdade que poderia ser melhor, também é verdade que é melhor um médico nas condições atuais do que nenhum. É uma conclusão de uma clareza meridiana mas que mentes obnubiladas de ódio não captam. O problema maior continua sendo de comunicação, de informação. Acontece que há espaço para quem, por razões óbvias, condena este programa, mas pouco espaço se dá para mostrar o que aconteceu nos lugares onde eles estão. Não se ouve o público que está sendo atendido por este serviço.

Os mais jovens, por não terem vivenciado outra realidade, não têm ideia de como as coisas funcionavam há 15, 20 anos atrás. Os mais velhos hão de lembrar de como era difícil consultar um médico no INAMPS… Cursar uma faculdade pública…

15/04/2015

Quem está com dengue levanta a mão!

Filed under: Choque de Gestão,Dengue,Geraldo Alckmin,Meritocracia,PSDB,Saúde,São Paulo — Gilmar Crestani @ 9:37 am
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dengue

01/12/2014

CPMF, sou a favor!

Filed under: CPMF,Mais Médicos,Saúde — Gilmar Crestani @ 8:10 am
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Sou, desde a primeira hora, defensor da CPMF. Não só porque a Saúde Pública deve ser priorizada mas também porque é o único imposto que traficante e alguns profissionais liberais pagam. Banqueiro e camelô pagam proporcionalmente ao que faturam. O assalariado e o empresário pagam da mesma forma. A CPMF deixa pistas que favorecem a fiscalização pelos órgãos como Polícia e Ministério Público investigarem.

Quando vem a baila o assunto CPMF lembro sempre de meus tempos de bancário. A Agência do Brasdesco da Praça Oswaldo Cruz, em Porto Alegre, tinha movimentação inferior à agência de Corumbá. Isto é, o dinheiro usado na movimentação dos helicóptero do pó teria deixado rastros e as digitais na CPMF. Os desvios na Petrobrás já eram conhecidos quando houve CPMF e agora ficaria ainda mais fácil de rastrear.

Mais Médicos e CPMFGovernadores eleitos do PT articulam a volta da CPMF

Petistas vitoriosos no Nordeste querem campanha suprapartidária pelo tributo

Consultada, Dilma não discordou da proposta, mas afirmou que é importante avaliar a conjuntura política

CATIA SEABRAMARINA DIASENVIADAS ESPECIAIS A FORTALEZA

Com o consentimento da presidente Dilma Rousseff, governadores petistas recém-eleitos começaram a articular a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira), o extinto tributo cobrado automaticamente a cada transmissão de valores no banco.

Encampada por Camilo Santana (Ceará), Rui Costa (Bahia) e Wellington Dias (Piauí), a proposta será apresentada ao próximo time de governadores do Nordeste num encontro regional no próximo dia 9, na Paraíba.

Os três governadores nordestinos até já submeteram a ideia a Dilma, na noite da última sexta (28), durante encontro da sigla em Fortaleza.

Sugeriram uma campanha suprapartidária pela CPMF, também conhecida como o imposto do cheque. A mobilização começaria pela região. "Queremos partir do Nordeste para outros Estados. Temos que ter a responsabilidade e a coragem de defender a CPMF", diz Santana.

Dilma, segundo contam, não discordou da articulação, que visa ampliar recursos para a saúde. Mas fez uma ressalva: "A presidente disse que é preciso avaliar a conjuntura política", lembra Costa.

Dentro do governo, em posições bem próximas a Dilma, há fervorosos defensores da volta da CPMF. Entre eles estão o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o secretário de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini.

No sábado, um dia após Dilma discursar no evento do PT, o presidente do partido, Rui Falcão, também propôs um grande acordo nacional para reforçar a receita da saúde.

Governadores e prefeitos perderam receita nos últimos anos devido ao fraco crescimento econômico e, ainda, por causa de desonerações que reduziram repasses. Daí o interesse em encontrar novas fontes para financiar a saúde, um dos itens mais custosos do orçamento público. O raciocínio vale para mandatários de todos os partidos.

Anfitrião do encontro do dia 9, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), defende maior destinação de recursos à saúde. "Estamos sufocados", disse.

Outro defensor declarado é o tucano Beto Richa, reeleito governador do Paraná. "Preciso consultar o partido. Mas já me manifestei a favor da CPMF", afirma.

A ideia segundo a qual poderia haver um entendimento suprapartidário sobre o tema é baseada ainda na posição histórica de várias lideranças sobre o assunto.

No Senado, por exemplo, também há adeptos no próprio PSDB, a principal sigla de oposição. É o caso dos recém-eleitos José Serra, ex-governador de São Paulo, e Antonio Anastasia, ex-governador de Minas Gerais. O atual governador paulista, Geraldo Alckmin, porém, já divergiu de Serra sobre o assunto.

A CPMF tem origem no Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), criado em 1993, no governo Itamar Franco, com Fernando Henrique Cardoso ministro da Fazenda. Tinha alíquita de 0,25%. Com nova sigla, mudança na destinação do dinheiro e alíquota de 0,38%, durou até 2007, quando o Senado rejeitou sua prorrogação, uma das mais importantes derrotas do governo Lula.

O tema foi objeto de debate na disputa presidencial deste ano. O PT acusou a rival Marina Silva (PSB) de mentir sobre sua posição em relação ao assunto. Ela gabava-se de ter votado a favor da contribuição. Mas foi contra.

O temor do governo em assumir já uma campanha aberta é acirrar os ânimos após acalorada eleição. A articulação dos governadores servirá de termômetro.

20/08/2014

SUS, leia antes para não dizer bobagens

Filed under: Saúde,SUS — Gilmar Crestani @ 9:16 am
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SUS é bom para 30% dos usuários, regular para 44% e ruim para 26%

ter, 19/08/2014 – 20:07


Para confrontar a presidente e candidata Dilma Rousseff que, na entrevista ao Jornal Nacional, ousou replicar as acusações da bancada, a Globo requentou a pesquisa já divulgada pelo Datafolha há alguns dias sobre a saúde pública e privada no Brasil. Mas descobriu números que não gostaria de noticiar e jogou estas informações para o o pé da matéria:. "Para os entrevistados que disseram ter utilizado algum serviço do SUS, 26% consideram a qualidade do atendimento como ruim ou péssimo; 44% avaliam como regular; e 30% considera a qualidade boa ou excelente".

Percebe-se que a avaliação é de quem usou o SUS. O que a Globo fez: misturou alguns dados para dar impessão de que 93% desaprovam o sistema. Ou mais especificamente:

1. Considerou alguma insatisfação como insatisfação total

2. Não discriminou dados de saúde pública e privada

3. Enfatizou a soma daqueles que consideram o sistema com "ruim" ou "péssimo" com os que o consideram "regular".

4. Não diferenciou a opinião daqueles que usam o sistema de atendimento em postos e hospitais da opinião daqueles que não o utilizam para estes fins.

Para acentuar "a má avaliação" sobre o SUS, a Globo contou com depoimentos de representantes da APM (Associação Paulista de Medicina) e do CFM (Conselho Federal de Medicina) que utilizaram-se de "retórica da vingança" contra o Governo. É bom lembrar que estas entidades foram totalmente contra a vinda de médicos do exterior para atender pessoas no interior e nas periferias.

Um dos entrevistados chegou a afirnar que "é o pior momento do sistema de saúde em 40 anos" de profissão. O que é mentira, já que o SUS tem pouco mais de 25 anos.

Emissora e entidades sonegam outras informações

Pior que produzir matéria com fins eleitorais, no entanto, é o que vem fazendo as entidades e a grande imprensa contra o Sistema Único de Saúde. Podemos elencar algumas informações que podeiram servir de base para a avaliação da população brasileira.

O que a Globo, a APM e o CRM escondem da população.

1. Que a responsabilidade do SUS é compartilhada entre municípios, estados, Distrito Federal e União.
2. Que a atenção básica, por exigir adequação a realidades locais, pesa mais sobre a gestão dos municípios.
3. Que o SUS, que atende 100% da população, conta com pouco mais do dobro da receita das empresas de saúde privada, que atendem 25%.
4. Que, embora as empresas privadas tenham, portanto, quase o dobro da receita da Saúde Pública por habitante, ainda assim assistem a um aumento de 400% no número de reclamações em dez anos (as críticas ao setor privado foram ocultadas na pesquisa).
5. Que este número não aparece na mídia, porque estas empresas são grandes anunciantes.
6. Que programas do SUS são bem avaliados pela população: Farmácia Popular, vacinações e SAMU, etc.
7. Que todo mundo usa o SUS, embora não saiba (Campanhas de vacinação, por exemplo)
8. Que quando se diz que a saúde de SP é a melhor do país, se está dizendo apenas que o SUS de SP é o melhor do país, embora seja mentira. Estados do Sul, Distrito Federal e até Minas Gerais são mais bem avaliados.
9. Que conquistas do SUS, como redução da mortalidade infantil e maternal, combate a AIDs, campanhas de vacinação, etc, são reconhecidas em todo o mundo por agências internacionais.
10. Que a isenção fiscal, com dedução de gastos de saúde no imposto de renda, retira dinheiro da saúde pública
11. Que nenhum país com mais de 60 milhões de pessoas (Inglaterra ou França) ousou ter um plano universal e gratuito (ou seja, sem nenhuma forma de co-participação financeira ou desconto dos salários)
12. Que a participação social é um princípio do SUS. E portanto a população mais do que usuária poderia ser motivada a participar de conselhos municipais e estaduais.
13. Que o balanço da saúde pública no Brasil de agora é melhor que há mais de 25 anos pelo simples fato de que não havia saúde universal e gratuito. E isso foi destacado recentemente por um relatório do Banco Mundial.
14. Que, se não fosse o sistema de ressarcimento, seu plano de saúde seria mais caro.
15. Que, em tratamentos como diálise, o plano não garante muito mais que o quarto. O resto é responsabilidade pública, embora o plano não diga.
16.Que o Ministério da Saúde não faz mais campanhas porque tem que pagar pelo espaço ocupado em televisão, que, no entanto, é uma concessão pública.
17. Que hospital municipal é de responsabilidade, pasmem, municipal (controle e gerência), estadual é do estado, e federal é da União.
18. Que os números jogados no pé da matéria apontam para uma saúde "minimamente razoável" (ora, se 74% concordam que é de regular a bom, então é minimamente razoável).
19. Que os sistemas universais e gratuitos de países modelos como França e Inglaterra contam com três vezes mais recursos per capita que o SUS, simplesmente porque são países como esta proporcionalidade de PIB per capita.

20. Que vários tipos de transplante estão com a fila zerada ou quase zerada
21. Que existem hospitais de referência no SUS, como a rede Sarah, o Inca, e o Hospital de Barretos para o câncer.
22. Que, ao fazer campanha contra a CPMF, a mídia contribuiu para reduzir o financiamento do sistema. Bastava lutar pela vinculação da receita, por meio de uma emenda constitucional.
23. Que, ao sonegar milhões em impostos, como já comprovado, a empresa está prejudicando também a receita para a saúde.
24. Que tudo acima já deveria ser de conhecimento da população, se a Globo se comportasse, dentro do jornalismo, como uma emissora séria.

SUS é bom para 30% dos usuários, regular para 44% e ruim para 26% | GGN

26/07/2014

São Paulo sem água, sem saúde e sem educação

Filed under: Geraldo Alckmin,PSDB,Saúde,Santa Casa,São Paulo — Gilmar Crestani @ 12:20 pm
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Santa Casa acusa governo Alckmin de não repassar verbas federais

"O governo federal me passa 10 e o estadual paga 5; falo porque tenho certeza", diz provedor

Acusação também foi feita pelo Ministério da Saúde; Estado nega e diz que repassou todos os recursos recebidos

THAIS BILENKYNATÁLIA CANCIANDE SÃO PAULO

O provedor da Santa Casa de São Paulo, Kalil Rocha Abdalla, 72, acusou nesta sexta-feira (25) o governo do Estado de São Paulo de deixar de repassar parte da verba federal destinada à entidade, a exemplo do que fizera na véspera o Ministério da Saúde.

A afirmação, feita em entrevista à Folha, ocorre após a suspensão dos atendimentos de emergência do maior hospital filantrópico do país, que gerou um embate sobre as responsabilidades pela penúria financeira da Santa Casa.

O Estado nega a acusação e diz que o dinheiro chegou integralmente à Santa Casa, incorporado a outros repasses (leia texto ao lado).

"O governo federal manda 10 e o estadual me paga 5. Estou dando um número hipotético, mas um tanto não chega. Tem peneira e eu sei onde, mas não vou falar mais nada. Quero que façam uma auditoria. O problema não é meu, é deles. Estou falando porque tenho certeza", afirmou nesta sexta-feira (25).

Na véspera, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, dissera que R$ 74,7 milhões não foram repassados à Santa Casa entre 2013 e 2014.

O provedor afirmou ainda que cobrou há duas semanas pessoalmente do governador Geraldo Alckmin (PSDB) outros recursos que teriam sido prometidos por ele.

"Fui ao Palácio dos Bandeirantes, entreguei um papelzinho com a letra do [deputado estadual Antonio Salim] Curiati com a lista de coisas atrasadas e o meu telefone. Ele nunca me ligou."

O governo diz que tais promessas não existem.

Na terça-feira, a Santa Casa fechou os portões e suspendeu, sem aviso prévio, o atendimento no pronto-socorro, que atende em média 1.500 pessoas por dia.

FORNECEDORES

Segundo Abdalla, a medida ocorreu devido a uma dívida de R$ 50 milhões com fornecedores, o que levou à falta de materiais e remédios.

O impasse durou 30 horas. O atendimento foi retomado após a Santa Casa fazer um acordo para receber uma ajuda emergencial do governo do Estado de R$ 3 milhões.

O governo condicionou novos repasses à realização de uma auditoria nas contas da instituição.

25/07/2014

Se a culpa é Federal, porque quebrou só a de São Paulo?

Filed under: Folha de São Paulo,Geraldo Alckmin,PIG,PSDB,Saúde,Velha Mídia — Gilmar Crestani @ 7:19 am
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Nem vou entrar nesta história da Saúde, que, apesar de ter melhorado extraordinariamente em comparação aos tempos de FHC, pode e deve melhorar ainda mais. Quem tem dúvida, pode assistir ao documentário S.O.S. Saúde, com Michel Moore (segue abaixo o filme completo para quem quiser ter parâmetros de primeiro mundo). Alguém que não seja retardado há de lembrar que no tempo de FHC foi criado a tal de CPMF, aliás, um grande invento do Adib Jatene. Os mesmos que a criaram, quando Lula assumiu e passou a destinar seus recursos à Saúde, deram um jeito de extingui-la.

O que chama atenção é a abordagem que a velha mídia faz. Quando o assunto é o aeroporto superfaturado construído na terra do tio, a culpa é de Minas. Não entra nem sai o nome do dito cujo governante de Minas. Já, quando se trata da compra da refinaria de Pasadena, o nome de uma das pessoas envolvidas, aquela que o TCU inocentou, aparece sempre como a grande culpada.

No episódio da Santa Casa de São Paulo a Folha abre o debate sobre o financiamento da saúde, para retirar o nome de quem tomou do Governo Federal e não repassou o montante recebido à instituição. Aí vem quem ficou com a parte do leão e diz que a culpa da quebra é do Governo Federal. Como são políticos e estamos em ano de eleição, vou dar de barato que seja assim mesmo. O que chama a atenção são os pesos e medidas da Folha. Será que o jornalista, seu chefe, o Diretor de Redação, o dono não vêem que não conseguem ir além do que diz o parceiro político local. Fosse culpa exclusiva dos repasses federais, caberia a pergunta que o jornalista não faz: por que só a de São Paulo quebrou?

Os jornalistas da velha mídia tem este vezo de não fazerem a pergunta certa quando parceiros se enleiam nos controvérsias. Não fazem a fatídica pergunta porque teriam de fazer tantas outras, como por exemplo: Por que, desbancando o Rio, São Paulo se tornou o Estado mais violento do Brasil? Aliás, por que o CV quase foi extinto no Rio e o PCC nasceu em São Paulo? Por que a crise d’água só está provocando racionamento em São Paulo?

Como disse o Fernando Haddad ontem em entrevista ao jornal espanhol El País: “Sou mais cobrado por 18 meses que o Governo paulista por 20 anos”.

O que chateia não é a patota de políticos se acusando mutuamente, mas ver a manada abestalhada que não enxerga a parcialidade da velha mídia. Se a culpa é Federal, porque só São Paulo, onde o “choque de gestão” deveria fazer milagres, quebra?

O PSDB está também quebrando o que restava de credibilidade da velha mídia. Santa paciência!

Crise na Santa Casa abre debate sobre financiamento da saúde

Defasagem na tabela SUS chega a 600% em alguns procedimentos; ministro nega subfinanciamento

Ministério da Saúde cobrou esclarecimentos sobre a diferença entre valores repassados e utilizados no hospital

DE SÃO PAULO

A crise na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que nesta semana chegou a interromper os atendimentos de urgência e emergência, trouxe à tona a discussão sobre o financiamento da saúde e abriu uma disputa entre os governos federal e estadual.

Desde o início do mês, um inquérito do Ministério Público Federal em São Paulo investiga a queda percentual do financiamento federal na saúde e a defasagem da tabela básica do SUS de remuneração de procedimentos médicos.

Para a procuradora do Ministério Público de Contas Elida Graziani Pinto, as dívidas das instituições filantrópicas, como a Santa Casa, estão ligadas ao "subfinanciamento" federal ao setor.

Em 2000, a União respondia por 59,8% dos gastos com ações e serviços públicos na área. Em 2011, o índice passou para 44,7%, segundo pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada).

No mesmo período, a participação de Estados e municípios passou de 18,5% para 25,7% e de 21,7% para 29,6%, respectivamente.

Segundo a procuradora, a disparidade se intensificou com a aprovação da Emenda 29, em 2000.

A emenda, regulamentada em 2012, prevê que o investimento da União na saúde deve ser equivalente ao total do ano anterior mais a variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB). Os Estados devem aplicar 12% dos impostos, e os municípios, 15%.

"A falta de recursos públicos para o SUS decorre de um cenário onde a sociedade perde e os agentes públicos tentam postergar o problema, sem resolvê-lo", afirma.

Segundo a pesquisadora do Ipea Luciana Servo, a queda percentual nos investimentos federais era esperada após a emenda, uma vez que os gastos de Estados e municípios eram menores e tendiam a aumentar. Porém, ela afirma, os valores destinados ainda são menores do que o necessário.

TABELA SUS

Apontada na quarta-feira (23) pelo Estado e pela Santa Casa como uma das causas da crise na instituição, a defasagem da tabela SUS chega, em alguns casos, a 600% entre o que é pago e o valor preconizado por entidades médicas.

Segundo a Associação Paulista de Medicina, o SUS repassa por uma consulta R$ 10. Já os planos de saúde pagam entre R$25 e R$70, valor este recomendado pela entidade.

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirma que o país vem criando alternativas de financiamento para substituir a tabela. "A tabela está em fase de extinção", diz ele.

"Um parto que o SUS paga cerca de R$ 440, a Santa Casa recebe R$ 800. O valor dobra com os incentivos", afirma ele, referindo-se ao programa federal que complementa o repasse da tabela com igual valor a 762 hospitais filantrópicos.

Segundo ele, não há subfinanciamento e nos últimos sete anos, a tabela foi reajustada 37 vezes –o que atualizou mil dos 2.400 procedimentos.

REPASSES

Na quinta-feira (24), o governo federal cobrou em ofício uma explicação sobre R$ 74,7 milhões enviados pelo ministério e que não foram repassados pelo Estado à Santa Casa entre 2013 e este ano.

Em nota, o governo do Estado diz que "está rigorosamente em dia com a entidade [Santa Casa] e não deixou de repassar um centavo sequer dos recursos do SUS encaminhados pelo ministério."

19/03/2014

Saúde pública made in Spain

Filed under: Complexo de Vira-Lata,Espanha,Saúde,SAMU,SUS — Gilmar Crestani @ 9:09 am
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samuPara lembrar os que vivem de criticar nosso sistema de saúde, SUS, SAMU…

Diez sábanas para 30 pacientes

Los presupuestos de Sanidad retroceden a niveles de 2007

Tras los grandes recortes, llegan ajustes al detalle: personal, material, comidas u horarios

María R. Sahuquillo / Elena G. Sevillano Madrid 19 MAR 2014 – 00:03 CET48

Después de cuatro años de grandes recortes presupuestarios en los que la sanidad pública española ha perdido casi 7.200 millones de euros, las autonomías han relajado los ajustes. Al menos sobre el papel de las cuentas anuales. La inversión destinada a sanidad en 2014 se mantiene prácticamente estable en la mayoría de las autonomías. El sistema, que tradicionalmente ha estado infrafinanciado —se calcula que gasta más de un 7% de lo presupuestado—, ya no soporta más tijeretazos en las grandes partidas. Pero las facturas aprietan. Así, además de continuar con los recortes en recursos humanos —que, junto con farmacia, se llevan un gran pedazo de la tarta presupuestaria— , los gestores se están centrando en el pequeño ajuste. Se mira hasta el más mínimo detalle: desde revisar los horarios de los centros, a recortar material —sanitario y no sanitario—, en la comida o en limpieza.

Los retrasos en la entrada en quirófano se agudizan por la falta de personal. / Christopher Furlong (Getty Images)

Estos elementos se podrían considerar complementarios o secundarios, pero también conforman la calidad del sistema nacional de salud; y unidos a factores centrales, como el impacto del copago farmacéutico, el aumento de las listas de espera —que alcanzaron la cifra récord de 100 días de media para operarse— o al retraso de las innovaciones, amenazan con deteriorar la atención. Los expertos alertan de que, tras los grandes hachazos de los últimos años, si estos microrrecortes no se hacen con cuidado pueden causar mucho daño. “Lo único que podría salvar la situación sería un buen acuerdo de cambios estructurales; en particular la gestión clínica, a partir de una alianza con los médicos y un cambio en la forma de organizar los servicios”, dice José Ramón Repullo, profesor de la Escuela Nacional de Sanidad.

Tráigase la manta de casa. En el hospital general de Alicante los servicios periféricos —hostelería, lavandería, etcétera— se están degradando. Mientras el consejero de Sanidad, Manuel Llombart, inauguraba un escáner de última generación, algunos pacientes se veían obligados a llevarse de sus casas ropa de cama. En el centro, referencia para 1,9 millones de personas, han llegado a faltar mantas, almohadas, sábanas y pijamas, como han denunciado los sindicatos, debido a los recortes en el departamento de lencería. Este servicio del hospital ha pasado de tener diez lavanderas y costureras en 2009 a solo cinco para tratar las cuatro toneladas diarias de sábanas que se mueven en un centro de más de 800 camas. La carencia se nota también en los pequeños detalles: si ingresa un paciente de dimensiones superiores a la media no hay nadie que pueda adaptarle la bata.

Los facultativos del hospital se quejan también de que hay días en los que recorren varias plantas para buscar un pijama que ponerse. “Hace unas semanas, las enfermeras de Neumología estaban que trinaban. Les dieron 10 juegos de cama para 30 pacientes, hay que sortear quien se queda con un cambio y quién no. Dicen que es generalizado, pero para cambios diarios no hay, solo para los dos pacientes de gripe A”, cuenta Paloma Serrano, que ha estado ingresada una semana en la planta. Una portavoz del centro asegura sin embargo que no se ha detectado ningún problema de falta de material.

Pero no es la única región donde la ropa de cama escasea. En el servicio de diálisis del hospital Clínico de Valladolid apareció en febrero pasado un cartel —con membrete y sello oficial del servico de salud de la región— que informaba a los pacientes de que debían “traer de sus casas las almohadas que cada uno estime oportuno”. “Solo se proporcionarán”, añadía, a los pacientes que “estén ingresados” en el hospital. Tras saltar a las redes sociales, una portavoz del servicio castellanoleonés señaló que el cartel se colocó en el centro “sin contar con la dirección del hospital”. “En cuanto se tuvo conocimiento de ello, se retiró inmediatamente y el servicio sigue funcionando como siempre”, afirmó.

Fuentes: Ministerio de Sanidad, comunidades autónomas y Ministerio de Hacienda. / EL PAÍS

Sin pañales ni compresas. En el hospital Vall d’Hebron de Barcelona, los recién nacidos ya no tienen pañales gratis durante su estancia. A los bebés se les pone uno cuando nacen, pero luego son las familias las que se tienen que encargar de llevar el resto. “Se les avisa por escrito cuando ingresan”, explicó una portavoz del centro, quien aclaró que a los que llegan con alguna patología y se les deja ingresados sí se les suministran todos los pañales. Este recorte, explican fuentes sanitarias, se ha generalizado ya en la mayoría de los hospitales gestionados por el Instituto Catalán de la Salud (ICS).

Lo mismo sucede con las compresas que utilizan las madres cuando acaban de parir, que antes también se daban en abundancia. Responsables del centro afirman que el hospital ha instalado varias máquinas dispensadoras con material para recién nacidos —como pañales, toallitas, tetinas y baberos— a “precios reducidos”.

Sopa con cucharillas de postre. Los cocineros y pinches del Hospital San Pedro de Alcántara, en Cáceres, denunciaron en enero a la gerencia la preocupante falta de cubertería (cucharas, cuchillos…) que sufrían. La situación en días puntuales fue tal que los enfermos tuvieron que comerse la sopa con cucharillas de postre de material desechable. El sindicato UGT asegura que no es un hecho aislado, que en otras ocasiones han faltado tapas de las tazas de desayuno o material de limpieza en las cocinas.

Los recortes o la falta de liquidez están provocando ajustes bastante cicateros. En algunos ambulatorios del centro de Alicante los facultativos aseguran incluso que falta papel para limpiar el gel conductor que se utiliza en las ecografías. Pequeñas carencias que complican el trabajo y suponen, también, una pérdida de calidad en la atención. “El material desechable ha bajado una barbaridad en los últimos dos años. A veces no hay ni folios para recetar. Antes siempre había stock de medicamentos y ahora el suministro de fármacos ha caído estrepitosamente. Si viene un paciente con un golpe no le puedes dar un gelocatil, has de recetárselo”, cuenta el responsable de Atención Primaria del sindicato médico CESM en Alicante, Víctor Pedrera.

¿Y si enferma el único celador? A los responsables de un centro de salud de la provincia de Sevilla se les planteó hace unas semanas una disyuntiva: o hacían una excepción en la política instalada en los últimos años de no suplir con contratos de sustituciones la inmensa mayoría de las bajas laborales o no podían abrir el centro. El celador estaba de baja, no lo habían sustituido, y el administrativo que hacía sus funciones se puso enfermo. Al final se acabó contratando a un sustituto, y el centro abrió, pero la anécdota, revelada por el secretario general de Servicios Sociales y Sanitarios de UGT en Andalucía, Antonio Macías, ilustra el principal problema del que alertan los profesionales, no solo del Servicio Andaluz de Salud, sino de toda España: la escasez de recursos humanos. “El nivel de sustituciones es ínfimo, como nunca se ha conocido”, asegura Macías.

La percepción de los sanitarios que están sobre el terreno cuando miran a su alrededor es acertada. Los datos de la Encuesta de Población Activa, indica el experto José Ramón Repullo, muestran un descenso del empleo en el sector sanitario y social de entre 40.000 y 50.000 personas.

En todas las comunidades autónomas hay quejas porque no se sustituyen las bajas. Con las plantillas de médicos, enfermeros y técnicos ya en mínimos, se sigue recortando en otras categorías laborales, como en los celadores en el Hospital 12 de Octubre de Madrid. El sindicato CSI-F denunció hace unas semanas que de los 444 trabajadores de la plantilla oficial del centro, solo estaban cubiertas 350 plazas. Los celadores, como explican fuentes del hospital, son los que trasladan a los pacientes a las pruebas diagnósticas o al quirófano. De que estén cuando se les necesita depende que se cumplan los horarios. “Ha habido retrasos de hora y medio respecto a la entrada en quirófano por la falta de trabajadores”, señalan. Pese a que el hospital inicialmente lo negó, poco después anunció la contratación de seis nuevos celadores.

Diálisis a medianoche

Con las listas de espera disparadas y las facturas de las clínicas concertadas engordando, los servicios de salud regionales han ido eliminando las conocidas como peonadas —jornadas extraordinarias de tarde con personal propio— y tratando de tener en funcionamiento los quirófanos y los aparatos diagnósticos públicos el mayor tiempo posible sin tener que pagar horas extra. Madrid, por ejemplo, empieza a contratar equipos quirúrgicos solo para horario de tarde. Algunas comunidades ensayan la atención a los pacientes en horario nocturno.

El consejero de Sanidad castellanomanchego, José Ignacio Echániz, explicó la semana pasada que el hospital Virgen de la Salud, en Toledo, ya hace radiografías desde las seis de la mañana y hasta las dos de la madrugada, también en fines de semana. El horario nocturno es opcional, añadió. Según sus datos, en febrero se han hecho casi 400 pruebas más que en el mismo mes de 2013. Una portavoz del servicio de salud afirmó ayer que se está estudiando extender esta medida a otros hospitales.

En Andalucía, el servicio de hemodiálisis del hospital Regional y el Virgen de la Victoria de Málaga se va a unificar en marzo en una nueva sede. La Consejería ha anunciado ya que el turno de tarde se va a ampliar hasta las dos de la mañana, lo que ha suscitado las críticas de los profesionales, que entienden que ese horario impedirá a los pacientes llevar una vida normalizada e incluso puede perjudicar a su salud al romper el ciclo del sueño. La Consejería aclara que el turno que termina a las dos es para los profesionales y que los enfermos acabarán su tratamiento a las 24.00. Añade que la diálisis nocturna se ha creado para pacientes laboralmente activos y estudiantes que prefieren mantener su rutina de día. Desde que se dio a conocer, asegura el SAS, 17 pacientes lo han solicitado.

Pacientes sin merienda. Hace más de un año que los enfermos del Hospital Josep Trueta de Girona ya no reciben un tentempié que les suministraba el hospital para aguantar entre la cena —que se sirve alrededor de las siete de la tarde— y el desayuno, a las ocho de la mañana. Ese resopor(como se le llama en catalán) consistía en un yogur, un vaso de leche caliente con galletas, un zumo de frutas o un flan, según el día. “Ahora solo se les da a los diabéticos”, cuenta María Àngels Rodríguez, delegada de CC OO en el centro. Los trabajadores del turno de noche del centro ya no pueden contar con el bocadillo, ensalada o caldo, con fruta o magdalena, que el hospital les daba de cenar. Dejó de suministrar este avituallamiento en junio del año pasado, y calcula que con esta medida se ahorra unos 90.000 euros al año. El hospital declinó comentar su decisión.

Y sanitarios de guardia sin cena. La Junta de Castilla y León asegura haber ahorrado ya seis millones desde que en 2012 dejó de facilitar las comidas de los sanitarios que hacen guardia en los hospitales y los centros de salud de la región. Ahora, después de las protestas de muchos trabajadores, que consideraban que el ahorro era mínimo para la molestia que generaba — “las cafeterías de los hospitales tienen horario reducido, y nadie en su sano juicio abandona a un paciente para irse a cenar”, decía una médica—, ha decidido reponer este servicio. “En todos los hospitales”, precisa una portavoz, frente a las acusaciones de que solo ha ocurrido en algunos. “Pero solo en los hospitales, no en atención primaria”, precisa. Los seis millones de ahorro corresponden, según el servicio de salud Sacyl, a cinco de primaria y uno de hospitalaria. Ahora estas comidas vuelven a los hospitales “a coste cero, a través de la propia cocina del hospital, y en los que no se pueda, al menor coste posible (prácticamente simbólico) gestionado con las cafeterías de los centros”, añade la portavoz.

En el Hospital Josep Trueta de Girona se han quedado sin cena y de momento no hay vista de recuperarla. Los trabajadores del turno de noche del centro ya no pueden contar con el bocadillo, ensalada o caldo, con fruta o magdalena, que el hospital les daba de cenar. Dejó de suministrar este avituallamiento en junio del año pasado, y calcula que con esta medida se ahorra unos 90.000 euros al año. “Pedimos que nos dieran unos tickets para café con leche y pastas, pero nada”, dice María Àngels Rodríguez, delegada de CC OO en el centro.

Cobrar por la tarjeta sanitaria. Los pacientes de Baleares, Galicia, Madrid y Cataluña tienen que pagar ya por los duplicados de sus tarjetas sanitarias. En estas dos últimas autonomías, además, también se exige el pago —Madrid 10 euros y Cataluña siete— aunque sea por robo.

Un tercio menos para la limpieza. Los gestores tienden a considerarlo un servicio secundario, complementario al de la asistencia sanitaria, pero la limpieza de centros de salud y hospitales es vital. Hace unos meses, Madrid sacó a concurso la limpieza de los cerca de 300 centros de salud de la región. Recortó el precio de la adjudicación un 30% sobre lo que costaba anteriormente. El resultado: a las pocas semanas los profesionales estaban denunciando la higiene deficiente, la acumulación de residuos, las jornadas sin personal de limpieza…

La propia Consejería de Sanidad levantó actas de sanción por más de 70.000 euros contra la empresa por incumplimiento parcial del contrato. La empresa ha pagado, dice Sanidad, pero ha presentado un recurso de reposición. La Inspección de Trabajo determinó que la dedicación de personal de limpieza era “insuficiente” y encontró en las inspecciones “suciedad generalizada en suelos, paredes y camillas” y “riesgo biológico por la falta de higiene en consultas donde se deben hacer curas”, entre otras muchas deficiencias.

En Castilla-La Mancha también se ha querido ahorrar con la limpieza. Los nuevos contratos que han salido a concurso ofrecían a los licitadores un 15% menos de media. Algo que, según denuncia Sinforiano Madroñal, de UGT, equivale a pérdida de puestos de trabajo. Una de las empresas, Clece, que entre otros centros iba a limpiar el Hospital de Parapléjicos de Toledo, acabó renunciando al contrato. Según CC OO, por el “recorte temerario” en los presupuestos, que pone en peligro la calidad del servicio. Desde el servicio de salud (Sescam) aseguran que la limpieza se está prestando sin problemas.

También en Cataluña los gestores se han fijado en la limpieza como partida recortable. En el centro de atención primaria Cirera Molins, de Mataró, se ha prescindido de la persona que cubría el turno de mañana. Algunos trabajadores se han quejado al comité de empresa del Consorcio Sanitario del Maresme, que gestiona este dispositivo, de que el ambulatorio está más sucio y de que, si algún enfermo vomita o sufre pérdidas de sangre, no hay personal que lo pueda limpiar.

Material de peor calidad. En el hospital 12 de Octubre, en Madrid, el personal de enfermería ha notado que las gasas ya no son lo que eran. “Hasta ahora eran de algodón cien por cien; ahora no, son de material sintético y no empapan ni absorben como las de antes”, señala una fuente sindical que ha recogido las quejas de los trabajadores. “El personal empieza a negarse a usarlas porque no funcionan como deberían”, añade. Una portavoz del hospital reconoce que sí hubo un problema con el anterior proveedor (se llegó a resolver el contrato), pero afirma que está resuelto y que ahora “el artículo denominado tejido sin tejer [sic]” solo ha recibido una queja de un médico.

Algunos profesionales andaluces destacan también que en los dos últimos años ha caído la calidad del parte del material, como los guantes, el esparadrapo o las jeringuillas y abunda el made in china. “Nos quejamos y cuando es muy evidente a veces se ha cambiado. Pero otras veces han hecho una compra grande y hay que acabarlo” cuenta el secretario de Satse de Andalucía.

La lavandería, más barata. Los servicios de salud esperan a que concluyan los contratos vigentes para sacar nuevos concursos a la baja, o bien toman un camino más directo y privatizan la gestión del servicio. Es lo que ha sucedido en la Comunidad de Madrid, cuyo Gobierno decidió en octubre adjudicar el servicio de lavandería de ropa hospitalaria —atiende a 19 hospitales públicos de la región— por 46 millones de euros. Según presumía el propio Gobierno regional, iba a ahorrar 36 millones de euros con respecto al coste anterior. ¿Qué hizo la UTE ganadora —Flisa y Lavandería Industrial Laundry Center, ambas de la Fundación ONCE?— Ofrecer a los trabajadores pasar de un sueldo medio de 1.100 euros a 660. Los empleados hicieron 42 días de huelga y consiguieron mejorar —un 25%— su sueldo. La Inspección de Trabajo comprobó que las empresas habían incurrido en una infracción “muy grave” por haber contratado empleados para sustituir a los que hacían huelga. Han recurrido.

Centro cerrado por la tarde. Además de los recortes de personal, los gestores de algunas autonomías también han decidido reducir los horarios de algunos centros de salud, e incluso cerrar algunos puntos de urgencias rurales. Es el caso de Extremadura, donde los centros de salud ya no tienen horario de tarde, o de Murcia, donde los pocos centros que lo ofrecían ya no lo hacen. El último que, según un portavoz de la Consejería, abría en horario vespertino para atender a los pacientes de otro ambulatorio de la zona, que estaba en obras, cerrará los próximos días. Un recorte que para la Asociación de Usuarios de la Sanidad de Murcia contribuye a recortar la calidad asistencial. Esta organización de sanitarios y pacientes explica que por las tardes los centros de salud que abrían atendían urgencias, vacunas, curas…

En la región de Murcia, además, se han cerrado cinco centros de atención continuada. Los vecinos de Portman, Librilla, La Parroquia, Campos del Río y Moratalla tienen que viajar a otro municipio cuando tienen alguna urgencia. Un portavoz de la consejería de Murcia asegura que la decisión de acortar los horarios se ha tomado por criterios de eficiencia. “Todos estos centros están a menos de 15 minutos de otro que abre las 24 horas, así que viendo que la actividad en todos ellos era residual se tomó la decisión de cambiar el horario”, indica.

Con información de Antía Castedo, Rubén Esquitino, Reyes Rincón.

Diez sábanas para 30 pacientes | Sociedad | EL PAÍS

27/12/2013

SUS

Filed under: Saúde,SUS — Gilmar Crestani @ 8:12 am
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Para os que só gostam de criticar, adivinhe o que tinha antes do SUS… Sistema de saúde público brasileiro é referência internacional, diz Banco Mundial

ELEUTÉRIO RODRIGUEZ NETO (1946-2013)

Um dos idealizadores do SUS

FABRÍCIO LOBELDE SÃO PAULO

Em 1988, o médico Eleutério lutou para que a saúde fosse definida na Constituição Federal como um direito do cidadão e um dever do Estado. Desde então, passou a lutar para que isso não fosse apenas uma promessa.

Estudante de uma das primeiras turmas de medicina da UnB, Eleutério participou de expedições médicas pela região amazônica e, percebeu que seria mais útil se trabalhasse com políticas públicas para criação de um sistema amplo de acesso à saúde.

Sua participação em movimentos estudantis e convicções de esquerda durante a ditadura o impediram de alçar carreira acadêmica na USP. Foi então trabalhar na UFRJ, onde aprofundou discussões sobre medicina coletiva, numa perspectiva social.

Foi um dos principais defensores do movimento pela reforma sanitária, que visava a transformação do sistema de saúde brasileiro. Movimento que desdobraria na criação do SUS, idealizado para ser um sistema eficiente e democrático de saúde.

Chegou a ser secretário-geral do Ministério da Saúde, um alto cargo de confiança do ministro.

Em 2000, foi diagnosticado com a doença de Pick, um mal neurológico degenerativo, que há anos lhe causava sintomas como fortes alteração de humor. A lenta degradação de seu estado clínico o levou à morte no dia 23, em São Paulo, aos 67 anos.

Deixa a viúva Lucia, dois filhos e duas netas. A família realizará uma missa do sétimo dia no domingo, às 11h30, na Paróquia da Assunção de Nossa Senhora, no Jardim Paulista, em São Paulo.

coluna.obituario@uol.com.br

05/11/2013

SUS made in USA

Filed under: Complexo de Vira-Lata,Saúde,SUS — Gilmar Crestani @ 7:26 am
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Se vira-latas lessem não se tornariam vira-bostas… “Entre os membros da OCDE, apenas México, Chile e Turquia tinham índices piores” do que os EUA. Pesquisando, encontrei, no G1, da Globo: Cuba registra taxa mais baixa da história de mortalidade infantil. Ainda no GI: No Brasil, taxa de mortalidade infantil cai 75% desde 1990, aponta ONU, assim resumida: “Se, em 1990, o país registrou 52 mortes de crianças a cada mil nascidos vivos, em 2012, a taxa foi de 13 mortes a cada mil nascidos vivos.” Como dizem os críticos do Mais Médicos, “não basta mais médicos, precisa de estrutura”. Significaria dizer  que os EUA são desestruturados…. só rindo…

Nova lei de saúde nos EUA combate mortalidade infantil

Por EDUARDO PORTER

O setor médico privado dos Estados Unidos oferece o atendimento mais avançado do mundo para bebês prematuros.

Mas esse fato não tem ajudado a diminuir um dos estigmas mais notórios do país: sua taxa de mortalidade infantil, persistentemente alta, que não condiz com um dos países mais ricos e mais tecnologicamente avançados do mundo.

"Não é um problema de tecnologia", disse o economista Gaetan Lafortune, da divisão de saúde da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico. "O problema é que no país há muitas partos prematuros."

A Affordable Care Act de Obama -a lei de reforma da saúde- pode trazer alívio. A lei prevê que, pela primeira vez, gestantes de todo o país, independentemente de sua renda, terão acesso a um seguro-saúde que garanta um padrão mínimo de atendimento, que ajudará a manter vivos seus bebês.

Nem sempre os EUA estiveram em posição baixa nos índices. Quatro décadas atrás, os americanos perdiam proporcionalmente menos bebês que a média dos países industrializados. Os EUA perdiam mais que a França, mas menos que a Alemanha, mais que a Suécia, mas não tantos quanto Luxemburgo.

Em 2010, porém, virtualmente todos os outros países avançados já tinham superado os EUA. Em Portugal, 2,5 bebês em cada mil nascidos vivos morriam antes de chegar a um ano de idade. Na Finlândia e no Japão, morriam 2,3. Apesar de os Estados Unidos terem feito progresso recentemente, sua taxa de mortalidade infantil ainda era de 6,1. Entre os membros da OCDE, apenas México, Chile e Turquia tinham índices piores.

Não está claro em que medida a lei da reforma da saúde nos EUA poderia ter ajudado a prevenir essas mortes precoces. Mas a experiência de outros países sugere que garantir às mulheres amplo acesso à saúde antes, durante e após a gestação pode ajudar.

"Esta é uma mudança fundamental", comentou Genevieve Kenney, diretora do Centro de Políticas de Saúde do Instituto Urbano, centro não partidário de pesquisas em Washington. "A situação pode mudar."

Considere-se o caso da Finlândia. Mika Gessler, professor pesquisador do Instituto Nacional de Saúde e Bem-Estar, em Helsinque, contou que a Finlândia decidiu empreender ações contra a mortalidade infantil ainda na década de 1940, quando a economia nacional era agrária e pobre.

Hoje o governo finlandês oferece atendimento pré-natal gratuito a todas as mulheres que o querem. De cada mil gestantes, cerca de 997, incluindo imigrantes ilegais, passam por clínicas de maternidade entre 13 e 15 vezes durante a gravidez, em média. A taxa de mortalidade infantil caiu para um sexto do que era em 1970. Apenas 5,7 partos em cada cem são prematuros, a mesma proporção da de um quarto de século atrás.

Esse tipo de atendimento a gestantes e mães é raro nos Estados Unidos. Os planos de saúde individuais normalmente não cobrem a gravidez. Menos de duas em cada três grávidas no Texas ou em Maryland tiveram uma consulta de pré-natal no primeiro trimestre de gravidez. E quase 12 em cada cem bebês americanos nascem prematuros, mais de duas vezes o índice da Finlândia e 18% mais que 25 anos atrás.

O atendimento pré-natal não basta. As causas do alto índice de mortalidade dos bebês americanos ainda são nebulosas, até certo ponto, mas é provável que o fator mais importante seja o grande número de partos prematuros, maior que no resto do mundo desenvolvido.

Os especialistas não têm uma visão clara do que leva tantos bebês a nascer antes de completadas 37 semanas de gestação. As grávidas que apresentam diabetes ou hipertensão têm mais probabilidade de dar à luz filhos prematuros, os quais têm tendência a morrer precocemente. A mesma coisa acontece com mulheres obesas, fumantes, adolescentes e mulheres que têm seu segundo filho logo após o primeiro.

A mortalidade infantil é muito mais alta entre bebês negros que entre os brancos. Os filhos de mulheres com nível de instrução mais baixo morrem em índice maior que os de mulheres com grau de instrução mais alto. Mas os bebês brancos também morrem em taxa mais alta na Finlândia.

A lei da reforma da saúde promulgada por Obama oferece a todas as mulheres acesso mais amplo e consistente à saúde. Ela dá muita ênfase à prevenção e ao fomento de comportamentos saudáveis. Pode ajudar a reduzir os casos de gravidez indesejada, que com frequência levam a partos prematuros, ou até aliviar o estresse financeiro de passar sem atendimento adequado à saúde.

"As mulheres de nível de renda e instrução mais baixos e cujos empregos não lhes garantem acesso à saúde terão atendimento médico mais padronizado e constante", disse Kenney. "Para as mulheres em idade reprodutiva, é uma mudança fundamental."

Se a lei da reforma da saúde reduzir a taxa de mortalidade infantil dos EUA, poderá trazer uma nova visão da capacidade do governo de cuidar da saúde da nação e, quem sabe, de lidar com outras disfunções sociais.

    21/07/2013

    Folha volta ao local do crime

    Filed under: Mais Médicos,Saúde — Gilmar Crestani @ 10:16 am
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    Dizem que todo bandido volta ao local do crime. O que leva a fazer isso só Freud explica. No caso da Folha, o bolso explica. Depois de ter armado pra cima do programa “Mais médicos” do governo federal, entrevistando um dono de clínica, César Câmara, como se fosse um médico que desistia do programa do governo alegando precariedade dos direitos trabalhistas, agora a Folha descobre que os médicos fogem das periferias. Pior, a saúde em São Paulo piorou. Nenhuma palavra sobre como se deu a deteriorização da saúde na periferia nem quem é responsável por mais este feito em São Paulo. A verdade é que, se acontece em São Paulo, onde o afastamento não tem nada a ver com “falta de estrutura”, o se dirá das áreas afastadas do interior? A FENAM poderia ser convidada a se manifestar sobre as razões que levam os médicos a se afastarem das periferias…

    Mesmo com salário melhor, periferia de SP perde médico

    Números de profissionais em oito regiões da capital é menor do que em 2009

    Das 8 regiões, 6 estão a mais de 20 km do centro; redução ocorreu apesar de salários de até R$ 14.600 ao mês

    TALITA BEDINELLIDE SÃO PAULO

    Na tarde da última sexta, a dona de casa Diana Alves dos Santos, 21, deixava uma unidade de saúde na zona leste de São Paulo levando nos braços o filho Kauã, três meses, enrolado em um cobertor.

    Desolada e sem dinheiro, planejava caminhar sob garoa fina e vento forte pelos 2,4 km que separam a AMA (Assistência Médica Ambulatorial) Castro Alves, onde estava, do hospital Cidade Tiradentes.

    Kauã acordou com bolinhas no corpo, tosse e "amuado". Na AMA Castro Alves não havia pediatras. Os pais que ali chegavam eram orientados a procurar o hospital, onde a espera era de até 2h30 na tarde da mesma sexta.

    No prédio da AMA, também funciona uma UBS (Unidade Básica de Saúde), onde é possível marcar as consultas de rotina. Mas quem quisesse ser atendido pelo único ginecologista dali teria que esperar, pelo menos, até outubro.

    "Quem não tem dinheiro para passar no médico está lascado", desabafava a aposentada Anita dos Santos, 70, que também usa o sistema público de saúde na região. "Parece que as coisas pioraram nos últimos anos".

    A impressão da piora da aposentada tem sustentação.

    Levantamento da Folha feito com base em dados da prefeitura mostra que algumas áreas periféricas perderam médicos nos últimos quatro anos –ainda que a média de médicos em AMAs e UBSs na cidade tenha aumentado 18% no período.

    Dos 24 distritos de saúde da cidade (que se assemelham à distribuição das subprefeituras), oito tiveram redução de médicos desde 2009 –quando as OSs (Organizações Sociais) já estavam consolidadas na administração de unidades de saúde municipais.

    Desses oito, seis ficam a mais de 20km do centro.

    A zona leste foi a mais prejudicada: tem, hoje, 10% menos médicos trabalhando.

    Um dos argumentos do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) para as parcerias com OSs era, justamente, a facilidade que elas teriam para contratar médicos.

    Isso porque, ao contrário do poder público, as instituições poderiam pagar salários maiores na periferia.

    Segundo a prefeitura, o salário base pago pelas OSs vai de R$ 10.390 a R$ 12.770 (jornada de 40h semanais). A prefeitura paga R$ 4.200 (20h).

    E o valor pago pelas OSs aumenta mais na periferia.

    A Santa Marcelina, que gere unidades em Cidade Tiradentes, Guaianases e Itaim Paulista, paga até R$ 14.600 nas áreas mais distantes. No Itaim Paulista, a 35 km do centro de carro, foi onde a proporção de médicos mais caiu.

    Colaborou RAFAEL TATEMOTO

    28/05/2013

    Quem disse que Copa é só derrubada de árvores?

    Filed under: Copa 2014,Dilma,Medicina,Saúde — Gilmar Crestani @ 8:07 am
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    Dunga elogia medicina brasileira e destaca a prevenção em novo centro de traumatologia e medicina do esporte

    Com ampliação da área, Hospital Mãe de Deus se credencia a representar Porto Alegre na Copa

    Dunga elogia medicina brasileira e destaca a prevenção em novo centro de traumatologia e medicina do esporte Félix Zucco/Agencia RBS

    Saul Berdichevski (diretor médico do Grêmio, à esquerda), o técnico colorado Dunga, o vice-governador Beto Grill e o médico responsável pelo Instituto, Félix Drummond Foto: Félix Zucco / Agencia RBS

    Uma nova área, mais ampla, capacita o Hospital Mãe de Deus a se credenciar como centro de excelência em traumatologia e medicina do esporte, em Porto Alegre, para a Copa de 2014. A inauguração da ampliação — que atende às exigências da Fifa — ocorreu na noite desta segunda-feira, no auditório do hospital, no bairro Menino Deus, na Capital.
    Dunga, técnico do Inter, esteve presente, e elogiou a medicina brasileira.
    — Na minha época, a medicina já era importante, já tinha questões como suplementos etc. Hoje, mais do que nunca, o Brasil é top. A prevenção é cada vez mais importante, já que temos menos tempo de pré-temporada e exige-se mais dos atletas — disse o treinador.
    A estrutura recém-inaugurada foi duplicada e terá capacidade para atender em torno de quatro mil pacientes por mês, em salas para avaliação física e consultório de avaliação, além de fisioterapia e pilates, com serviços 24 horas.
    — Com essa nova estrutura, resolvemos todo o problema do paciente em nossa própria unidade e ganhamos mais agilidade para encaminhar para o bloco cirúrgico, por exemplo — declarou o médico responsável pelo Instituto de Traumatologia, Sérgio Hennemann.

    ZHESPORTES

    05/04/2013

    Potássio, consuma esta ideia

    Filed under: Saúde — Gilmar Crestani @ 8:46 am
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    Banana, tomate, peixe, iogurte, abacate, uva-passa, batata, verduras.. nessa ordem!

    Mais potássio na dieta reduz risco de derrame

    Resultado é de revisão de estudos com mais de 130 mil pessoas; frutas e legumes frescos são as principais fontes

    Trabalhos também sugerem diminuir consumo diário de sal para 3 g; meta atual da OMS é de 5 g por dia

    DÉBORA MISMETTIEDITORA DE “CIÊNCIA+SAÚDE”

    Um incremento no consumo de frutas e legumes frescos e uma redução na ingestão de alimentos industrializados podem aumentar a presença do potássio na dieta e levar a uma redução de 24% no risco de derrames cerebrais na população.

    Hoje, a doença é a principal causa de morte e incapacidade no Brasil.

    A indicação vem de uma grande revisão de estudos liderada por pesquisadores da OMS (Organização Mundial da Saúde) e publicada no "British Medical Journal".

    O trabalho envolve dados de quase 130 mil pessoas saudáveis e mostra que, entre as que consumiam mais potássio (de 3,5 g a 4,7 g por dia), o risco de derrame era 24% menor do que no grupo que ingeria menos desse nutriente.

    O potássio é essencial para o funcionamento celular e serve como contraponto à ação do sódio, componente do sal fortemente ligado à hipertensão, que é fator de risco para derrames e outras doenças cardiovasculares.

    O trabalho sobre potássio, assinado por Nancy Aburto, do Departamento de Nutrição para a Saúde e o Desenvolvimento da OMS, é acompanhado por outras duas revisões de estudos a respeito do efeito de reduções do consumo de sódio na pressão.

    Que cortar o sal da dieta ajuda a controlar a pressão é mais do que sabido. O que ainda se discute são as metas ideais de consumo diário -e como implementá-las.

    Hoje, a OMS recomenda até 5 g de sal por dia -o equivalente a 2 g de sódio.

    De acordo com o trabalho liderado pelo pesquisador Feng He, da Universidade de Londres, diminuir o consumo de sal dos atuais 9 g a 12 g observados em média na população para 5 g já teria um grande impacto, mas um corte mais radical, para 3 g, seria ainda melhor para o controle da pressão arterial.

    "Essa é uma ótima meta, mas muito difícil de cumprir", afirma o nutrólogo e cardiologista Daniel Magnoni, diretor de nutrição do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.

    "Os alimentos industrializados não estão prontos para isso nem as pessoas."

    O governo brasileiro estabeleceu metas de redução de sódio para os alimentos industrializados, mas o acordo foi visto como tímido por alguns especialistas.

    DIA DA SAÚDE

    O controle da pressão arterial foi o tema escolhido pela OMS para o Dia Mundial da Saúde, no próximo domingo.

    Hoje, no Rio, a Federação Mundial do Coração vai discutir o cumprimento dos objetivos da OMS de redução de 25% da mortalidade por doenças crônicas até 2025.

    "Queremos a adesão do Brasil a esses objetivos", afirma Johanna Ralston, diretora-presidente da federação.

    Também será lançado um aplicativo de celular (Pontuação Digital da Saúde) que avalia o risco de desenvolver doenças crônicas.

    18/01/2013

    Folha opaca

    Filed under: Folha de São Paulo,Grupos Mafiomidiáticos,Saúde — Gilmar Crestani @ 7:58 am

    fsp_18012012a

    Fernando Haddad assumiu a prefeitura de São Paulo no dia primeiro de janeiro. Em dezoito dias a Folha abriu a caixa de pandora. Agora imagine uma manchete destas antes quando o prefeito ainda era o aliado da Folha. Quem será o idiota que vai acreditar que em dezoito dias haveria 661 mil pedidos represados?! De repente, a partir deste janeiro, a Folha voltou a se ocupar de São Paulo. Mas são da capital, porque no Estado, governado pelo parceiro Geraldo Alckmin, não há nada de errado. D. Judith Brito não brica em serviço…

    Com os grupos mafiomidiáticos o jogo é bruto, do pescoço para baixo, dos adversários, é canela.

    FOLHA TRANSPARÊNCIA

    661 mil pedidos estão na fila do serviço médico na rede municipal

    Na capital paulista, espera é de até 35 meses para realizar exame que diagnostica problemas nos nervos

    Levantamento foi feito com base na Lei de Acesso à Informação; novo secretário estuda até fazer um mutirão

    Juca Varella/Folhapress

    Vildebrando, 69, e Maria José, 45, em AMA na zona sul de SP

    Vildebrando, 69, e Maria José, 45, em AMA na zona sul de SP

    TALITA BEDINELLIDE SÃO PAULO

    Um paciente que chegar a uma unidade de saúde municipal de São Paulo com queixas de fraqueza nas pernas e dor lombar deverá demorar até 35 meses para descobrir as causas do problema e começar a tratá-lo.

    É esse o tempo médio de espera para se realizar um eletroneuromiograma, capaz de fazer o diagnóstico de problemas nos nervos e músculos.

    O exame é o que mais demora para ser realizado na cidade e tem 9.876 pessoas na espera para fazê-lo.

    Os dados são de um levantamento solicitado à prefeitura pela Folha. O pedido, feito por sete meses, só foi liberado quando a reportagem acionou a Lei de Acesso à Informação -que obriga o poder público a divulgar dados.

    Eles mostram que havia 660.840 pedidos de consultas, exames ou cirurgias na fila de espera dos equipamentos de saúde municipais em outubro de 2012, últimos dados disponíveis, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.

    Só para realizar uma ultrassonografia transvaginal, para o diagnóstico de câncer no ovário, eram 72.517 pedidos.

    A última mulher a entrar na fila deve demorar seis meses para conseguir fazer o exame -isso porque a prefeitura consegue fazer, em média, 11.893 procedimentos desse tipo por mês.

    O mesmo paciente pode aparecer mais de uma vez na lista, já que pode ter solicitado mais de um procedimento.

    O novo secretário da Saúde, José de Filippi Júnior, admitiu a gravidade da situação e estuda até fazer um mutirão para agilizar o atendimento.

    DESISTÊNCIAS

    "Precisava de uma ressonância magnética e demorou seis meses", conta a aposentada Maria José Torres, 45. "Não tenho convênio. Enquanto aguardava, tive uma convulsão muito forte."

    A espera é tanta que alguns pacientes chegam a desistir. Outros pagam do próprio bolso o exame. "Desisti e paguei R$ 35 em uma clínica particular", conta a faxineira Irene Pereira da Silva, 39, após seis meses de espera por uma ultrassonografia transvaginal.

    A falta deste exame pode agravar a saúde de pacientes, diz José Antonio Marques, vice-presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia de SP. "Tumores do endométrio e do ovário podem piorar muito nesses seis meses."

    Para Mário Scheffer, professor do Departamento de Medicina Preventiva da USP, o ideal seria a prefeitura fixar prazos máximos de atendimento, como acontece nos planos de saúde.

    Colaborou LEANDRO MACHADO

    17/01/2013

    Mauro Santayana: o grande negócio da saúde

    Filed under: Saúde — Gilmar Crestani @ 8:51 am

              (HD) -    Não há melhor negócio no mundo do que a saúde. Não há maior prova de humanismo do que o exercício honrado da medicina. São duas visões conflitantes da mesma idéia, a que une a vontade de viver e o medo permanente da morte.

                O negócio da saúde envolve a indústria do ensino, a atividade médica, as pesquisas biológicas e bioquímicas, o desenvolvimento técnico e científico, a produção e a venda dos medicamentos, os hospitais e as empresas de seguro médico, as chamadas operadoras.

               Desde o governo militar a proliferação de universidades privadas no Brasil tem sido grande negócio político-empresarial. Muitas das licenças para o seu funcionamento foram concedidas aos políticos ou a parceiros de políticos. Essas licenças são renovadas, ainda que a qualidade do ensino seja cada vez mais deplorável. Sem laboratórios, sem  lições práticas de anatomia e patologia, sem professores capacitados, surgiu o sistema em que médicos incompetentes ensinam alunos despreparados a se tornarem também médicos incompetentes e novos mestres de médicos ainda mais incompetentes. 

              Contrastando com esse quadro desolador temos alguns dos melhores hospitais do mundo, estatais e privados, que servem de referência internacional.        Mas esses, embora muitos deles reservem leitos para o atendimento universal, pelo SUS, são de difícil acesso aos pobres.

             A classe média se vale dos planos de saúde, que se têm revelado dos maiores e mais lucrativos negócios do Brasil, cobiçados pelos consórcios internacionais. A Amil, conforme se noticiou, está sendo adquirida por capitais norte-americanos. Essas instituições foram, em seu início, cooperativas de médicos e se transformaram em empresas mercantis comuns.

            No passado tínhamos menos recursos técnicos, mas os médicos, de modo geral, possuíam melhor formação. A maioria dos médicos brasileiros, felizmente, é constituída de homens e mulheres dedicados, com alta qualificação e profundo sentimento humanista. Muitos deles conseguiram superar as falhas do ensino, empenhando-se no aprimoramento constante.

             As operadoras dos planos de saúde poderiam deixar de existir, se os recursos que arrecadam – grande parte deles destinados só a remunerar seus controladores – fossem administrados diretamente pelo Estado. 

          Talvez o governo pudesse enfrentar a ganância dos donos dos planos de saúde de forma corajosa e radical, e não só suspendendo a ampliação do número de segurados, como decidiu agora a ANVISA. É preciso todo o rigor contra os que violam  a lei e, na alteração unilateral dos contratos, lesam os segurados – sobretudo os mais idosos – depois de os terem escalpelado ao longo dos anos.

    Mauro Santayana

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