Ficha Corrida

29/12/2014

Folha: profeta do passado

aecio never croataPlanejamento existe somente quanto se ganha? O fato de perder elimina qualquer chance de que tenha havido planejamento? Como assim? Então a Seleção Espanhola teve planejamento na Copa anterior e abandou nesta, ao tempo em que a Alemanha só agora passou a ter planejamento?  Quem pode afirmar que o Brasil teve mais planejamento na Copa de 70 do que nesta de 2014?

Subliminarmente, a Folha tenta vender a ideia de que o sucesso e o enriquecimento é fruto exclusivamente do planejamento. Pura mistificação. Eike Batista, quanto esteve no auge,  foi elevado pela Veja à categoria de mestre chinês. Quebrado, ninguém lembra do seu planejamento. Por traz dessa ideologia se vende a condenação dos que perdem e a glorificação dos que ganham, como se fossem resultado de uma equação matemática.

É evidente que o planejamento facilita e dá mais chances de se obter sucesso. Mas não significa que apenas o vencedor, como nos tenta fazer crer a Folha, planejou. Como pode haver um único vencedor por Copa, elimina do planejamento todos os demais.

Pior fica para os que endeusaram o “planejamento” da Seleção Alemã é o fato de só falarem nele após o sucesso da copa. Se pode ver algo ainda pior nesta constatação. Parece haver uma espécie de triunfalismo às avessas, de quem torcia para que a seleção brasileira perdesse e, com sua derrota, Dilma também perdesse. Aí, sim, houve planejamento. O patrocínio dos reis dos camarotes vips do Itaquerão, Banco Itaú e Multilaser patrocinaram o espetáculo mais deprimente que um povo mal educado mas muito bem planejado, pudesse oferecer ao mundo. Como foi denunciado, o coro patrocinado para xingarem Dilma na abertura da Copa demostra planejamento, mas também o caráter golpista dos financiadores ideológicos do Instituto Millenium.

No começo da Copa ficou mais do que evidente que Aécio Neves torcia contra o sucesso da Copa, dizendo inclusive que o Brasil tinha Seleção mas não tinha organização/planejamento.

Na abertura da Copa a própria Folha deu uma capa elucidativa sobre seu conceito de planejamento…

O charme alemão e a força do planejamento

FABIO VICTOREDITOR-ADJUNTO DA "ILUSTRADA"

cp12062014Aos olhos do povo alemão, tinha tudo para dar errado: seu time escolheu como base para a Copa no Brasil um lugar remoto no litoral baiano, com infraestrutura construída do zero e às pressas.

Questionou-se no país se a vila de Santo André, com 800 habitantes e à qual só se chega de balsa, não seria um tanto selvagem para uma preparação eficaz. Duvidou-se que tudo ficaria pronto a tempo.

Pior: o time, apesar de comprovada técnica, tampouco inspirava confiança. Chegou aqui aos frangalhos, com cinco jogadores fundamentais –o goleiro Neuer, os volantes Khedira e Schweinsteiger, o meia Özil e o atacante Klose– se recuperando de contusões.

Não à toa, em maio, a um mês do Mundial, apenas 6% dos alemães diziam acreditar que sua seleção seria campeã mundial em 2014, segundo pesquisa do Forsa para a revista "Stern".

Enquanto isso, os pentacampeões éramos os favoritos. No dizer de Felipão, tínhamos a obrigação de ganhar a Copa. Para Marin, o caquético presidente da CBF, vencer seria ir ao céu e perder, descer ao inferno.

Mas não havia base racional para a euforia, sustentada por fiapos: 1) a ilusão de que o Mundial repetiria a Copa das Confederações, conquistada em 2013 pela seleção; 2) o discurso motivacional do nosso técnico; 3) o talento de um único craque, Neymar.

Eis que, do lado alemão, logo tudo mudou. A base na praia funcionou ao modo germânico, e a Bahia tornou-se a terra da felicidade. De repente Neuer e Schweinsteiger já cantavam o hino do Bahia e aprendiam lepo-lepo, e a equipe toda dançava com os pataxós.

A comissão técnica recuperou o time no tempo certo, durante a competição. O auge coroava um projeto de desenvolvimento de talentos iniciado pela federação alemã em 2002.

E foi justo quando estavam tinindo e à vontade que os alemães cruzaram com os donos da casa.

É dispensável relembrar detalhes do 8 de julho no Mineirão. Basta repetir que os 7 a 1 foram –e continuarão a ser por muito tempo– o maior vexame da história do futebol nacional.

Ao menos duas lições floresceram do trauma: 1) confiança não vale nada sem planejamento; 2) estereótipos, como "Brasil imbatível" ou "alemães sisudos", só sobrevivem até serem atropelados pelos fatos.

02/07/2014

STF derrota Reis dos Camarotes

Filed under: Copa 2014,Eleições 2014,Isto é PSDB!,PSDB,Rei dos Camarotes — Gilmar Crestani @ 7:09 am
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joaquim-barbosa-luciano-huck

Foi-se o fiel escudeiro do PSDB e da velha mídia. JB deixou o STF pela porta dos fundos não sem antes deixar um voto de apoio ao seus parceiros do PSDB. Sempre ele e Gilmar Mendes dando apoio aos Reis dos Camarotes

Veja o que é a indigência mental de um Ministro que leva a vida com ódio. O ódio lhe tira resquícios de vida racional. Se é verdade que, por haver financiamento público, pode-se se usar os jogos para fazer protesto contra o governo, então porque o mesmo não permitiu protestos dentro do STF? O STF foi construído, não com FINANCIAMENTO, mas com dinheiro público.  E os Ministros são pagos também com dinheiro público. Já vai tarde quem nunca não mereceu estar lá.

STF nega pedido do PSDB para garantir protestos em arenas

DE BRASÍLIA – Por oito votos a dois, o Supremo Tribunal Federal negou nesta terça (1º) pedido do PSDB para garantir a realização de protestos "ideológicos" dentro dos estádios na Copa.

A sigla pedia que a corte derrubasse o artigo da Lei Geral da Copa que proibia o uso de faixas e cartazes "para outros fins que não o da manifestação festiva e amigável". Para a maioria dos ministros, porém, a lei não obstrui a liberdade de expressão.

Na sua última sessão na corte, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, votou a favor da ação do PSDB. Ele disse que a Copa foi feita com financiamento público e "não faria sentido limitar a expressão" daqueles que custearam o evento.

15/06/2014

Jânio Quadros de volta para o futuro

Aecio QuadrosO “radical” Aécio Neves é para a área VIP, cada vez mais

14 de junho de 2014 | 23:57 Autor: Fernando Brito

O discurso de Aécio Neves na convenção que formalizou sua candidatura e o clima geral do evento revelam um interessante processo político.

A direita está radicalizando o processo eleitoral como não se via desde a eleição de Fernando Collor, em 1989.

Aécio parece estar se esmerando em repetir a gestual e a retórica daqueles tempos de “não me deixem só”…

A história, entretanto, apenas finge que se repete, porque rios carregam a mesma água mas não correm por terrenos iguais.

O radicalismo depende de crises profundas para ser bem sucedido.

O que, exceto na histeria jornalística, não parece ser o caso do Brasil neste momento e, nos próximos meses, parecerá ainda menos.

Dependem também de não existirem posições entre o sim absoluto e o não total.

Eduardo Campos, pelas posições odiosas em relação que assumiu em relação ao governo do qual, até ontem, fazia parte e, ainda, pelo evidente artificialismo de sua aliança com Marina Silva, escolheu não ser um caminho alternativo. O esvaziamento evidente de de sua candidatura, que nenhuma pesquisa manipulada conseguirá esconder,  mostra isso.

Os tucanos, entretanto, parecem ter aberto mão de se abrir ao centro.

Parecem, ao contrário, ter conseguido o paradoxal.

Deixar de ter Serra como candidato para praticar uma campanha mais odiosa e feroz.

Para falar em linguagem futebolística, nestes dias de Copa, o PSDB apela para o chutão contra um adversário que, como é evidente no caso do PT que tem a retranca do governo e um craque capaz de jogar sozinho no ataque, o Lula. Mas que perdeu o meio-campo, a capacidade de articular e ter uma linha intermediária que defenda e ataque.

Aécio Neves vai para as urnas vestido de radical.

O que o leva mais perto do que seria Serra.

E a muito  longe do que o levou o  neto de Tancredo  ser um político eleitoralmente bem sucedido até aqui.

O “radical” Aécio Neves é para a área VIP, cada vez mais | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

Jornalista limpa com a Folha sujeira de seus clientes

Filed under: Folha de São Paulo,Itaú,Luiz Caversan,Rei dos Camarotes,Sony — Gilmar Crestani @ 11:15 am
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Jornalista da zona Leste pede desculpas à Dilma

15 de junho de 2014 | 01:20 Autor: Miguel do Rosário

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Desculpas, dona Dilma

por Luiz Caversan, na Folha de S. Paulo (Via Viomundo)

Cara dona Dilma,

dirijo-me à senhora Dilma Rousseff pessoa física mesmo, não à presidente do meu país, e chamando-a de dona porque foi assim que aprendi a me dirigir a pessoas do sexo feminino que já tenham uma certa idade e sejam mães ou avós de família.

E sabe onde aprendi como me dirigir educadamente a quem quer que seja, mas principalmente às senhoras?

Foi na zona leste, dona Dilma, lá mesmo pras bandas do estádio em que a senhora foi tão rude e desrespeitosamente tratada na última quinta-feira.

Tendo nascido e sido criado naquele cantão da cidade e conhecedor da índole daquele povo todo, dona Dilma, eu humildemente peço desculpas pelo tratamento que a senhora recebeu ali no nosso pedaço. E tenho toda a serenidade do mundo para lhe garantir: não fomos nós, povo da Zona Leste, que a ofendeu daquele jeito.

Ah, não foi mesmo, viu?

Sabe por quê? Porque mandar uma senhora como a senhora pro lugar onde a mandaram já resultou em muita briga e até morte pra aquelas bandas. Isso não se faz, ninguém por ali deixa barato ir xingando assim a mãe dos outros, ainda mais com a filha sentada do lado, onde já se viu?

A gente boa da zona leste, dona Dilma, não é disso, não.

Respeita pra ser respeitada.

Tampouco é um pessoal que fica adulando poderosos ou puxando o saco de quem quer que seja, não se trata disso. Se é pra protestar, o povo protesta. Se é pra vaiar, vaia.

Mas a educação que a gente recebeu em casa ensinou que não se fala palavrão para uma senhora e não é desta maneira, ofendendo a todos os que ouviram os absurdos que lhe disseram, que se vai se mudar alguma coisa, qualquer coisa.

Não, dona Dilma, não fomos nós da ZL que xingamos a senhora –eu falo nós, embora não more mais por aquelas bandas, porque meu coração nunca sairá de lá, e vira e mexe estou zanzando por ali, visitando gente amiga na Penha, Vila Esperança, Vila Granada, Vila Ré, Guaianases, Itaquera…

Também achei necessário me dirigir à senhora, dona Dilma, porque uns amigos que foram ao jogo me informaram que os xingamentos, as palavras de baixo calão vieram principalmente do setor do estádio em que os ingressos custavam quase mil reais ou as cadeiras eram ocupadas por VIPs –e milão prum ingresso não rola aqui na ZL, não, muito menos a gente é very important people pra receber este tipo de convite.

De modo que, mesmo sem procuração, falo em nome da gente boa da ZL para não apenas me desculpar pela grosseria, pela deselegância e pelas ofensas que foi obrigada a ouvir, mas também para fazer um convite: aparece de novo lá no nosso estádio!

Mas vai num dia de jogo do Timão.

Olha, pode ser até que a senhora ouça alguma vaia, viu, porque afinal é difícil separar uma mulher que tem filha e neto, e já merece respeito apenas por isso, da presidente da República – e ali a gente vota como quer, respeita opinião diferente e acredita em democracia.

Agora, garanto que com o estádio sem toda aquela gente diferenciada que tomou conta de Itaquera no jogo do Brasil, ninguém vai mandar a senhora àquela parte, não.

Porque se algum engraçadinho se atrever a fazer isso, vai acabar levando um tapa na boca.

Porque é assim que fomos educados.

Um abraço pra senhora e um beijo pro Gabriel, seu neto, que aliás tem o mesmo nome do meu.

Luiz Caversan é jornalista e consultor na área de comunicação corporativa. Foi repórter especial, diretor da sucursal do Rio da Folha, editor dos cadernos ‘Cotidiano’, ‘Ilustrada’ e ‘Dinheiro’, entre outras funções. Escreve aos sábados.

Jornalista da zona Leste pede desculpas à Dilma | TIJOLAÇO | “A política, sem polêmica, é a arma das elites.”

14/06/2014

O Brasileiro, visto a partir dos camarotes

Filed under: Copa 2014,Povo Brasileiro,Rei dos Camarotes — Gilmar Crestani @ 9:04 am
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o_povo_brasileiroO povo brasileiro, segundo o conceito de Darcy Ribeiro, não são aqueles contratados por empresas para ocuparem espaços em seus camarotes. A Sony, por exemplo, fez uma festa digna do Rei do Camarote, só com brancos, da classe média zonal sul carioca. Para o antropólogo Darcy Ribeiro, o povo brasileiro resulta da miscigenação, do caleidoscópio de raças e culturas. Nunca da supremacia racial daqueles conduzidos por quem diz e publica que não somos racistas.

Portanto, Fernando, o povo brasileiro não é só aquele que consegue pagar ingressos em jogos da Copa. Estes, principalmente aqueles contratados a dedo para irem lá xingarem a Presidente do Brasil, fazem parte da horda que defendem a supremacia racial. Os falsos democratas são assim. Xingam os democratas, mas ficam de quatro para ditadores.

FERNANDO RODRIGUES

Futebol e barbárie

BRASÍLIA – No começo do primeiro mandato de Lula, há cerca de dez anos, havia uma propaganda paraestatal na TV cujo bordão era "o melhor do Brasil é o brasileiro". Sempre tive dúvidas a respeito desse slogan. Essa história de haver um "povo bom", "ruim" ou "melhor" é regressiva e preconceituosa.

Nesta semana, brasileiros presentes ao Itaquerão xingaram a presidente da República. Políticos de oposição e do governo condenaram o ato dos torcedores durante o jogo de estreia do Brasil na Copa do Mundo.

Nesta sexta-feira (13), a própria Dilma Rousseff falou sobre o assunto: "O povo brasileiro não sente da forma como esses xingamentos expressam. O povo brasileiro é um povo civilizado e é um povo extremamente generoso e educado".

Discordo da avaliação da presidente. Embora o xingamento ouvido por Dilma no Itaquerão seja um ato de extrema falta de educação ("ei, Dilma, vai tomar no c…"), trata-se de algo barbaramente comum em estádios de futebol e em alguns espaços públicos. Nesses momentos fica exposto o grau de atraso civilizatório dos brasileiros, ricos ou pobres.

Os governistas mais empedernidos dirão: mas nada justifica o xingamento à presidente da República na frente de um punhado de chefes de Estado e na abertura de um evento internacional como a Copa do Mundo. É verdade. Só que é então necessário completar: nada justifica esse tipo de xingamento contra ninguém num estádio de futebol.

Dilma deu azar. Com a popularidade em baixa (rejeição de 46% entre paulistas), teve de ir ao lugar errado e na hora errada.

O episódio não subtrai nem agrega votos à petista. Mas é útil para se constatar duas coisas. Primeiro, que a reeleição de Dilma nas redondezas do Trópico de Capricórnio será difícil. Segundo, que vigora uma barbárie mental latente nos estádios. Nessas horas, o slogan lulista se inverte: "O pior do Brasil é o brasileiro".

fernando.rodrigues@grupofolha.com.br

Reis dos camarotes

Filed under: Rei dos Camarotes,Vai ter Copa — Gilmar Crestani @ 8:45 am
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VaiasEmpresas alguma artistas para, em seus Camarotes do Itaquerão, vaiarem Dilma. Ser xingado pelos Reis dos Camarotes da Globo e quetais é sempre uma honra. O comportamento dos que foram ao jogo com o único intuito de xingarem demonstra que a violência nos estádios não tem nada a ver com instrução, mas com educação. Pessoas que não conseguem conviver com a divergência, que não sabem se comportar em público não deveriam aparecer em público. A inveja talvez seja o sentimento mais mesquinho do ser humano. Que de humano este ser Rei do Camarote global não tem nada…

MÔNICA BERGAMO

monica.bergamo@grupofolha.com.br

MARADONA DIZ QUE VAIA A DILMA É ‘ABSURDO’. E ACERTAPLACAR DO JOGO DO BRASIL

"É uma vergonha. Eu não vou assistir a mais nenhuma partida nos estádios. Eu vou ver no hotel, pela televisão", dizia Diego Maradona à equipe que o acompanhava no Itaquerão, anteontem, na abertura do Mundial.

A coluna acompanhou toda a partida ao lado do craque argentino. Maradona estava irritado porque não tinha conseguido achar o lugar reservado a ele na arena. Ficou perdido. Cercado por torcedores brasileiros, foi salvo do tumulto por Ana Palenga, da empresa Alufer, que construiu toda a estrutura metálica da cobertura do Itaquerão. Levado ao camarote em que ela estava, Maradona tentava se acalmar para ver o jogo.

"Brasil, claro!", responde ele sobre a seleção que contaria com sua torcida. E, contando nos dedos cada um dos gols que os brasileiros e os croatas fariam, deu o palpite certeiro: "Três a um".

A partida começa. Maradona, mãos nos joelhos e de óculos escuros, só tem olhos para o jogo. De repente… gol da Croácia! Ele se assusta. Fica em dúvida. "Gol?" Olha para o telão. Confirmado: 1 a 0 contra o Brasil. O craque fecha ainda mais a cara –ele não é exatamente um senhor simpatia, como notam todos os que estão no camarote.

"E, gente, ele é pé-frio. Vou ficar longe", observa um dos convidados da Alufer. "It’s time to go [é hora de ir embora]", diz outro. Por superstição, todos começam a se afastar do ex-jogador. As poltronas à esquerda dele ficam vazias.

O Brasil começa a atacar. Num quase gol, o argentino aplaude. Depois, com as mãos, faz o gesto de que a seleção está num vaivém, sem resultados. Mas logo Neymar coloca a bola na rede adversária. Maradona levanta, aplaude. Sem muita euforia.

E chega o intervalo.

"Eu não gostei do Brasil", diz Maradona. "Não gostei da defesa. O ataque está bom. A bola sempre passa pelo Neymar. E isso é bom."

Ele diz que as seleções, em regra, nunca vão bem nas primeiras partidas que disputam numa Copa. "É sempre muito difícil. O primeiro jogo é um choque grande na cabeça dos jogadores", afirma –ele disputou quatro mundiais.

Os anfitriões oferecem a Maradona cerveja, vinho branco, espumante. Ele recusa. Aceita só salgadinhos.

Maradona não entende direito as agressões dirigidas à presidente Dilma Rousseff. A coluna traduz os xingamentos para o espanhol. "Absurdo, absurdo!", diz ele. O argentino é simpatizante dos governos de esquerda da América Latina. Foi amigo de Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela. "Não há outro Chávez, assim como não há outro Fidel Castro [de Cuba] ou outro Lula", afirma.

A partida recomeça. O juiz marca o pênalti a favor do Brasil. Na hora, Maradona não notou que haveria dúvidas. E comemorou mais um gol do Brasil. Com discrição.

"Você não se emociona? Você não lembra de quando estava lá? Você era um ídolo para nós!", diz Luana Palenga. "Obrigado", agradece Maradona. Mais um gol. Mais uma comemoração discreta.

Faltam dez minutos para o fim da partida. Agora, sim, é hora de ir embora. Maradona se despede, cumprimentando cada um. Sai com o passo apressado para evitar o assédio dos fãs brasileiros.

XIXI NA VAN RUMO AO ITAQUERÃO

"Esse favelão é o estádio do Corinthians? Genteeeee… que favelão", diz Pedro Scooby, marido de Luana Piovani, um dos convidados da Sony para a partida de abertura da Copa no Itaquerão. "Vou esculhambar!".

Ele estava com amigos. "A Luana? Ela ficou em casa. Ela é contra a Copa. A Luana é black bloc", explicava.

Scooby estava na expectativa: vão vaiar a Dilma? O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) estaria no mesmo camarote que a presidente. "Ah, mas esse eu aplaudo. Deixa a Dilma virar que eu aplaudo."

A viagem do ponto de encontro da Sony, na zona norte, ao Itaquerão, na zona leste, numa van da empresa, demorou mais de uma hora. "Quanto tempo falta para um xixi?", perguntava o ator Thiago Lacerda. "Essa notícia é boa: VIPs colocam canarinho para fora!", dizia Scooby. O carro para. Metade dos convidados desce para ir ao banheiro de um bar. Lacerda é reconhecido. Simpático e solícito, faz selfies com as trabalhadoras do lugar.

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